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A PERSONALIDADE E A DIVINDADE DO ESPIRITO SANTO

Leitura Bíblica
Atos 5:1-4; Jo 14-16-17

1. A Pessoalidade e Deidade do Espírito Santo.

Muitas vezes atribuímos à personalidade do Espírito Santo uma forma corpórea,confundindo pessoalidade
com corporeidade. Entretanto Deus é Espírito e,portanto, não possui “carne e ossos” (Jo 4.24; Lc 24.39; Nm 23.19;
Os 11.9; Jo 5.37).

Na obra Hermenêutica Fácil e Descomplicada (CPAD, 2005, p. 237-241), discutimos várias proposições
relativas à oposição espírito-corpo aplicadas ao estudo da natureza da deidade. Jamais devemos imaginar que os
hebreus concebiam a divindade como um ser mortal. Estavam cônscios de que o Criador não era homem (Nm
23.19; Os 11.7; Ml 3.6; Jo 4.23,24; Dt 4.1), mas percebiam que o fato de Deus ser Deus, e não homem, implicava
uma existência e inacessibilidade impossível à compreensão humana (1 Tm 6.16). Daí, não se omitiram em atribuir
ao Criador características humanas, o chamado antropomorfismo, ou sentimentos humanos, teologicamente
considerados como antropopatismo. Lembremos que ninguém jamais viu a Deus em sua Glória (Cl 1.15; 1 Tm
6.16; Jo 1.18; 1 Jo 3.2). A afirmação de que Deus é espírito leva-nos a concluir que Ele é incorpóreo, mas pessoal.
Senão vejamos: 

 Por não possuir partes corporais, Deus não está sujeito às limitações a que estão sujeitos os
seres humanos;
 Por ser incorpóreo, não possui faculdades sensoriais como um homem e, por isso, não está
sujeito às paixões humanas;
 Por ser incorpóreo, não se compõe de nenhum elemento material, e não está sujeito às condições
naturais;
 Por ser incorpóreo, subentende-se que Ele deve ser adorado de modo não corpóreo, e sim,
espiritual (Jo 4.24), pelas faculdades da alma, vivificadas e iluminadas pelo Espírito Santo (1
Co 2.14; Cl 1.15-17).

Isto posto, Deus não pode ser visto com olhos naturais e nem apreendidos pelos sentidos físicos. Com essas
declarações NÃO estamos afirmando que:

 Deus seja um hálito, vento ou algo amorfo, irreal, sombrio, pois Jesus referiu-se a forma de Deus
(Jo 5.37);

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 Deus seja impessoal, desprovido de atributos de personalidade, pois entendemos que
corporeidade não equivale à personalidade. 

(Hermenêutica Fácil e Descomplicada, CPAD, 2005, p. 239).

1.1 -     Características Pessoais Atribuídas ao Espírito Santo

Identifica-se como pessoa, alguém que manifesta qualidades como falar, sentir e fazer alguma coisa
racional. Por personalidade do Espírito Santo, queremos dizer que Ele possui ou contém em si os elementos
de existência pessoal em contraste com a existência impessoal. Por características pessoais não nos referimos
a mãos, pés ou olhos, pois estas coisas denotam corporeidade, mas a qualidades como: inteligência,
sentimentos e vontade, que indicam personalidade.

Os atributos pessoais do Espírito Santo são:

a) - Inteligência: Está relacionada com o intelecto. Mente que pensa, raciocina, reflete e analisa. O Espírito
Santo é um ser inteligente. Ele pensa, raciocina, fala e determina (Rm 8.27; Ap 2.7; Jo 14.26; At 16.6-7; 2 Pe
1.21);

b) - Sentimento: Tem haver com emoções, sentido, alegria, amor, paz, tristeza e saudade. O Espírito Santo
possui todos os graus de afeição e sensibilidade de quem ama, geme, entristece e intercede (Rm 8.26,27; Ef 4.30);

c) - Volição: Tem haver com livre-arbítrio, poder de escolha e decisão. O Espírito Santo faz o que quer,
quando precisa e quando deseja, pela capacidade de seu conhecimento (At 13.2; 16.6,7; 1 Co 12.13; Hb 2.4; 1 Co
12.11).

1.2 - Atos Pessoais Atribuídos ao Espírito Santo

Através das Escrituras, o Espírito Santo é apresentado como agente pessoal ao realizar atos que só podem ser
atribuídos a uma pessoa, tais como:

a) - Ele perscruta as profundezas de Deus: “Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; por que o Espírito a
todas coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus” (1 Co 2.10);

b) - Ele fala: “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap 2.7; At 8.29; 10.19,20; 11.12;
13.2);

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c) - Ele intercede: “Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossas fraquezas; porque não
sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobre maneira com gemidos inexprimíveis”
(Rm 8.26);

d) - Ele ensina: “Mas o consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos
ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo que vos tenho dito.” (Jo 14:26)

1.3 -     Pronomes Pessoais são Conferidos ao Espírito Santo

A Bíblia não coloca o Espírito Santo na categoria do isto ou da coisa, mas do pronome tu, da pessoa. Em João
16.8,13,14 encontramos algumas vezes os pronomes Ele, Aquele (no grego ekeinos) que indicam a pessoa do
Espírito Santo. Em At 10:17-20 o próprio Espírito Santo usa o pronome pessoal “Eu” para se referir a sua
própria pessoa. Em João 14:16 e 17, encontra-se a expressão “outro Consolador”, que mais uma vez identifica
a personalidade do Espírito Santo. A palavra “outro”, no contexto usado por Jesus, no grego “allos”, significa
“outro do mesmo tipo, da mesma espécie com a mesma natureza”.

O Filho de Deus revelou-se como pessoa, mas falou de outra que Ele enviaria após sua subida ao céu.
Consolador no grego “paraklēto”, significa “aquele que dá força” ou “aquele que encoraja”. O sentido, então,
é “ajudador, advogado”. Este é alguém para representar uma pessoa. O Espírito Santo é o consolador, isto é, o
advogado dos fiéis de Cristo (1 Jo 2.1). 

f) - Ele chama e comissiona os homens: “E servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo;
separai-me agora Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado”; “Olhai por vós e por todo o rebanho
sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispo, para apascentardes a igreja de Deus, a qual Ele comprou com
seu próprio sangue” (At 13.2; 20.28). 

1.4 -     Tratamento Pessoal Dirigido ao Espírito Santo.

a) - Podemos rebelar-nos contra Ele: “Mas eles foram rebeldes, e contristaram o seu Espírito Santo pelo
que Lhes tornou em inimigo, e ele mesmo pelejou contra eles” (Is 63.10).

b) - Entristecê-lo: E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da
redenção”. Ef 4:30.

c) - Extingui-Lo: Não extingais o Espírito. 1Tes 5:19.

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Pode-se mentir para Ele: “Então disse Pedro: Ananias, porque encheu Satanás teu coração para mentires ao
Espírito Santo, reservando parte do valor do campo?” (At 5.3);

Pode-se blasfemar contra Ele: “Por isso vos declaro: Todo o pecado e blasfêmia serão perdoados aos
homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do
Homem ser-lhe-á isso perdoado; mas se alguém falar contra o Espírito Santo, não será isso perdoado, nem neste
mundo nem no porvir” (Mt 12.31,32).

Blasfemar significa: “Ultrajar ou falar repreensivamente de Deus, de Cristo ou do Espírito Santo. E


blasfemar desse modo seria impossível se o objeto de irreverência não fosse pessoal”. 

1.5 -    Associação do Espírito Santo com as outras Pessoas da Divindade e com o Homem

a) - Mateus 28.19: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações batizando-os em nome do Pai e do
Filho e do Espírito Santo”;

b) - Atos 15.28: “Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além destas
coisas essenciais”;

c) - 2 Coríntios 13.13: “A graça de nosso Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus e a comunhão do Espírito
Santo seja com todos vós”. 

1.6 -     Origem da Idéia de Impessoalidade do Espírito Santo

a) - As várias manifestações de Deus Pai tornam relativamente fácil conceber sua paternidade em termos
de personalidade.

b) - A encarnação torna quase, se não inteiramente, impossível desacreditar na personalidade de Jesus


Cristo;

c) - As ações e operações do Espírito Santo, por sua vez, são de tal forma secretas e místicas e tanta coisa
se diz da influência, graça, poder e dons, que ficamos inclinados a pensar nEle como se fosse uma influência, um
poder, uma manifestação ou emanação da natureza divina, e não uma pessoa.

d) - A falta de compreensão das metáforas que a Bíblia usa para caracterizar, manifestar e expressar a
pessoa do Espírito Santo. 

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 Em Jo 20.20, Jesus associa o Espírito Santo ao fôlego ou sopro. Jesus aparece aos seus
discípulos e os saúda “Paz seja nesta casa”. Em seguida, sopra e diz: “Recebei o Espírito
Santo”. Perceba a associação do ato de Cristo, com o ato criador de Gênesis 2.27.
  Em João 3.6-8, Ele O associa ao vento: “o vento (pneuma) sopra onde quer” e acrescentou:
“... não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito”.  

e)- Em Atos 2.1 e 3 o Espírito Santo manifesta-se como fogo: “...E apareceram distribuídas sobre eles
línguas como de fogo”. Portanto, quando o Espírito Santo manifestou-se no dia de Pentecostes, o
elemento que Ele escolheu para expressar-se, foi o fogo.  João Batista já havia dito que o batismo
do Espírito Santo seria também batismo com fogo: “Aquele que vem após mim vos batizará com
Espírito Santo e com fogo”.

f)- Associar o Espírito a um poder ou a uma força ativa, mas em lugar nenhum a Bíblia chama o
Espírito Santo de poder ou força ativa. O Espírito relaciona-se com o seu próprio poder. Mas pode
ser distinto dele. Portanto,concluímos que o Espírito Santo não é a personalização do poder de Deus,
mas sim um ser distinto desse poder. Lc 4:14; At 10:38;

Ora, tudo isto mal compreendido, forma a idéia de um ser impessoal. Mediante o uso de pronomes pessoais,
associações, características, ações pessoais realizadas e o tratamento pessoal recebido, as Escrituras provam
que o Espírito Santo é uma pessoa.

2. A Deidade do Espírito Santo

2.1 Definição

Por divindade do Espírito Santo, entende-se que Ele é um ser como Deus, fazendo parte da divindade, sendo
co-igual, co-eterno e consubstancial com o Pai e com o Filho. A Escritura deixa patente a verdade sobre a
divindade do Espírito Santo. O Espírito Santo é Deus porque sua natureza é divina, e a natureza básica
essencial da Divindade é espírito.

 2.2 - Nomes Divinos Atribuídos ao Espírito Santo

O nome “Espírito Santo” não aparece no Antigo Testamento hebraico, sendo chamado de “O Espírito da tua
Santidade” (Sl 51.11) e “o Espírito da sua Santidade” (Is 63.10,11). O Espírito de Deus ou de Iavé, tornou-se
“Espírito Santo”, isto é, o Espírito do Santo, sendo em Mateus 1.18 a sua primeira ocorrência no Novo
Testamento. 

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2.3 - Espírito de Deus

Espírito, aqui, identifica a terceira pessoa da Trindade. “Deus” revela sua deidade (Gn 1.2; 1 Co 2.11). O
Espírito é chamado Deus, porque a Divindade pertence às três pessoas da Trindade; Ele é chamado Espírito de
Deus, porque é enviado pelo Pai (Jo 15.26); Ele é chamado Espírito de Deus, porque é promessa do Pai (At
1.4); a importância do nome está na identificação com o Pai e revela a relação íntima com Ele (1 Co 3.16). 

2.4 - Espírito do Senhor

O Espírito Santo, quando se apresenta como “Espírito do Senhor”, revela o senhorio de Deus Todo-Poderoso
(2 Co 3.17,18). A palavra “Senhor” não se restringe a uma pessoa, mas as três da Trindade. Em relação a
Deus Pai, ela diz respeito ao que Lhe pertence, porque todas as coisas foram feitas por Ele. A Igreja também é
“propriedade exclusiva de Deus” (1 Pe 2.9). Em relação a Cristo, Paulo declarou aos Coríntios: “mas vós sois
dele” (1 Co 1.30). Quando o Espírito do Senhor, se manifesta na vida do cristão ou, de modo geral na Igreja,
significa que ele quer exercer o seu senhorio (Cl 1.16-19).

3.1 - Espírito Santo

“Espírito” indica a sua natureza. Diz respeito ao que Ele é em si mesmo. “Santo” refere-se ao seu caráter;
indica sua natureza. O poder do Pai é o mesmo existente no Filho e no Espírito Santo. Então, em sua
onipotência, o Espírito Santo faz o que Lhe apraz (1 Co 12.11).

3. Nomes Divinos que Descrevem a Divindade

a) – Deus : At 5:3-4

b) – Javé : Isa. 6:8; Compare com At 28:25-27; Ex 16:7; Sl 95:6-11; compare com Hb 3:7-10

c) – Senhor: 2 Cor 3:18

O Espírito possui atributos divinos:

a) - Onisciência: A palavra “onisciência” deriva-se de duas palavras latinas: “omnis” que significa “tudo”, e
“scientia” que quer dizer “conhecimento”. O Espírito Santo, do mesmo modo que o Pai e o Filho, tem total
conhecimento de todas as coisas. Sua sabedoria é infinita, singular e indescritível. Ele sabe tudo acerca de si
mesmo e do que criou (Sl 139.2,11,13). Conhece o homem profundamente (1 Rs 8. 39; Jr 16.17; Rm 8. 27).
Ninguém pode esconder coisa alguma dEle. Nem um só pensamento nosso passa despercebido do Espírito Santo.
Em 1 Cor 2:10 e 11 o Espírito sonda até mesmo as profundezas de Deus.

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b) - Onipresença (Sl 139.7-10): A palavra “onipresença” deriva-se de duas palavras latinas “omnis” que significa
“tudo” e “praesum” que quer dizer “estar próximo ou presente”. O Espírito Santo penetra em todas as coisas e
perscruta o nosso entendimento, pois está presente em toda parte. Ele não se divide em várias manifestações,
porque sua presença é total em cada lugar onde estiver (At 17.24-28;Jr 23.23,24). Em relação à Trindade, cada
pessoa destaca-se em manifestações distintas que mostram a onipresença da divindade. O Pai tornou-se conhecido
através do Filho na terra (Mt 11.27), e o Espírito Santo é a manifestação do Pai e do Filho na vida do cristão (Jo
14.17,19,20,23).

c) – Onipotência (luc 1:35): “...descerá sobre ti o Espírito Santo e o Poder do Altíssimo te envolverá com a sua
sombra; por isso também o ente santo que há de nascer, será chamado filho de Deus. Veja também Miq 3:8; Rom
15: 13-19

d) - Imutabilidade: A imutabilidade é um atributo próprio do Espírito Santo. Significa que Ele está livre de toda
mudança (Ml 3.6). Tudo o que se diz a seu respeito como Deus Espírito, é perfeito e imutável. Este atributo não é
exclusivo de uma pessoa da Trindade, mas pertence às três (Rm 1.23; Hb 1.11).

e) - Eternidade (Hb 9.14): É um atributo intrínseco da Divindade. Por isto, o autor da carta aos Hebreus
identifica o Espírito Santo como “Espírito Eterno”. Ele transcende a todas as limitações temporais.

f) - Presciência (At 1:16) “... O Espírito Santo proferiu anteriormente por boca de Davi, acerca de Judas...” só
Deus pode conhecer o futuro. O Espírito Santo, falando mil anos antes através de Davi, previu e predisse em dois
salmos messiânicos (69:25 e 109:8) a traição e o destino de Judas Iscariotes. (veja também at 11:27, 28, com
respeito a uma predição do Espírito, através de Ágabo, sobre a grande fome).

g) - Imensidade: Por imensidade, compreende-se que o Espírito Santo é total, pleno e completo. Ele não se
divide, mas pode estar presente em toda parte com todo seu ser (Sl 139.7-12). Notemos o seguinte: Os anjos são
espíritos criados sem corpos materiais, mas nem por isso estão em todo lugar ao mesmo tempo. Os homens são
espíritos corporizados e, portanto, limitados no espaço. Nem aos anjos e nem aos homens lhes são atribuídas
qualidades divinas da imensidade. A plenitude pertence, de fato, única e exclusivamente à Divindade (Sl 97.1-12).

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OBRAS DIVINAS SÃO ATRIBUIDAS AO ESPIRITO SANTO

1. Criação: “ O Espírito de Deus me fez, e o sopro do todo-poderoso me dá vida” (Jó 33:4). (Veja
também Gn 1:2; Sl 104:30). Esta obra da criação e concessão de vida do Espírito Santo é
também vista quando Maria foi envolvida por sua sombra na concepção de Jesus, e quando
Jesus ressuscitou dentre os mortos. Ela não é vista em nossa regeneração ou novo nascimento?
(veja também Lc 1:35; Rm 8:10,11; Jo 3;57).

2. Profecia: “ Palavra...do inspirado salmista de Israel: O Espírito do senhor fala por meu
intermédio, e a sua palavra está na minha língua. Disse o Deus de Israel, a Rocha de Israel a
mim me falou...”(2Sm 23:1-3). O Espirito Santo é igual ao Deus de Israel e à Rocha de Israel;
o Espirito Santo é o Espirito de Jeová, que é o mesmo que Eloah (Deus da criação) e a Rocha
(Tsur – nome metafórico para “o eterno e imutável”).

3. Intercessão: “ Também o Espírito semelhantemente, nos assisteem nossas fraquezas; porque não
sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos
inexpremivéis. Rm 8:26-27. O Filho de Deus é o nosso intercesssor; O Espírito está associado
com o Filho em nos representar junto trono da graça. O Espírito santo, em sua onisciência,
conhece a mente de Deus e a sua vontade para nós.

4. Inspiração das Escrituras: Porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade
humana,entretanto, homens falaram por parte de Deus movidos pelo espírito Santo. 2 Pe 1:21
(veja também 2 Tm 3:16. “inspirados por Deus” significa literalmente soprada por Deus; Isto
mostra a origem divina das Escrituras, e prova também a divindade do Espírito Santo.

Conclusão: Por tudo que analisamos até o presente momento neste estudo esta mais que
comprovado pelas escrituras que o Espírito Santo é um ser divino e pessoal.

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A OBRA DO ESPÍRITO SANTO NA CONVERSÃO

João 15:26; I João 5:6,7; Atos 2:38,39; 16;7-14 Atos 16:8;

A vida cristã começa por uma ação do Espírito santo. A compreensão de como tudo começou
irá enriquecer nossa experiência presente, e nos ajudará na apropriação das bênçãos reservadas a todo
crente. Muitos não tem uma experiência rica com Deus,
porque não compreendem a verdadeira função do Espírito Santo.

Dividiremos o estudo em três partes para melhorar nosso entendimento:


1. A obra do Espírito Santo antes da conversão;
2. A obra do Espírito na conversão;
3. Os instrumentos usados pelo Espírito santo na obra da conversão.

A OBRA DO ESPÍRITO SANTO ANTES DA CONVERSÃO

A maneira como o Novo Testamento apresenta o Espírito Santo é a confirmação de uma grande
verdade de toda a Bíblia: Deus vem ao nosso encontro. Ele veio pessoalmente em Jesus, e vem ainda
hoje através do Espírito Santo, o qual é continuador da obra da de Jesus. Ele não faz outra coisa além
de continuar o que Jesus começou a fazer (Jo 14:16-18).

 Segundo João 15:26, o Espírito Santo dá testemunho de Jesus; é ele também quem conscientiza
a igreja de quem é Jesus e qual a tarefa da igreja no mundo.

 Essa obra do Espírito Santo começa em cada indivíduo antes de sua própria conversão. Qual é,
então, a obra anterior á conversão, feita pelo Espírito Santo? È a da obra convicção:
“Todavia, digo-vos a verdade, convém-vos que eu vá; pois se eu não for, o Consolador não virá
a vós; mas, se eu for, vo-lo enviarei. E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da
justiça e do juízo: do pecado, porque não crêem em mim; da justiça, porque vou para meu Pai, e
não vereis mais, e do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado” (Jo 16:7-11).

1. O que significa “Convencer”? Somos colocados diante da realidade de nossa própria condição
presente como pecadores; da realidade de Cristo como a “justiça de Deus”; do juízo que está sobre
a humanidade pecadora; e de Satanás, o opositor de Deus. Deus toma a iniciativa da nossa
salvação através do Espírito, e nos procura antes mesmo que nós o procuremos. Conforme Atos
2:37, ele quebranta nossos corações: “E ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração e
perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos?” somos levados à convicção de
que precisamos dar uma resposta sim ou não a Deus.

2. De que somos convencidos? Jesus apresenta sua mensagem sobre a ação do Espírito Santo em
convencer, usando três expressões:

a)“(...) do pecado, porque não crêem em mim” (v.9).

 A primeira coisa de que o homem precisa se conscientizar é que ele é um pecador. Jesus
relaciona o pecado à incredulidade, pois a incredulidade é o contrário da fé que deve ser
exercida na pessoa têm e que não permite que elas se submetem ao senhor. A incredulidade é o
mesmo que desobediência: “ E a quem jurou que não entrariam no seu descanso, senão aos que

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foram desobedientes? E vemos que não puderam entrar por causa da incredulidade” (Hb 3:18,
19).

 A incredulidade pode tornar o coração humano perverso e rebelde contra Deus (Hb 3:12). Não
se deve confundir incredulidade com dúvida honesta do homem, que está em busca da verdade,
como aconteceu com Tomé (Jo 20:27-29). A dúvida que Satanás pôs no coração de Eva não
era de busca pela verdade, mas de desconfiança a respeito da verdade acerca do que deus lhe
ordenara (Gl 3:1-6). Esse tipo de desconfiança levou à desobediência e à rebeldia contra a
vontade de Deus. Aí entrou o pecado no mundo. Quando o Espírito nos convence, ele nos
adverte a respeito de nossa incredulidade ou rejeição ao senhorio de Deus em nossas vidas.

 Se alguém quer ser salvo, precisa ter essa convicção honesta e sincera de que é um pecador.
Essa obra o Espírito santo faz na vida do não-convertido. Ele o “compunge” a reconhecer-se um
grande e necessitado pecador. Sem essa convicção não há conversão genuína. Somente os que
se convencem de que estão perdidos no seu estado atual são candidatos à salvação.

b)“(...) da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais” (v. 10).

 Esta é uma referência clara à ascensão de Jesus. A sua ascensão provaria que ele tinha cumprido
toda a justiça. Ele subiria ao Pai porque já teria cumprido tudo aquilo para o que foi designado.
Ele disse a João Batista: “Consente agora;” Porque assim nos convém cumprir toda a justiça”
(Mat 3:15), referindo-se ao seu batismo. Com a sua ascensão, ele provou que tinha feito tudo
conforme Deus havia determinado. Jesus preencheu todos os requisitos , e por isso estava
pronto para subir ao Pai (Sl 24:3,4).

 O que tem isso a ver com convicção? Simplesmente, pelo fato de que nossa vida é confrontada
com a vida de Cristo. O pecador é colocado diante daquele que, sem pecado, deu sua vida por
ele. Aí nos sentimos exatamente como somos, sem desculpas, sem razão, sem justiça própria.
Só caímos em nós quando temos a vida comparada com a santidade de Jesus. Por isso é que, se
queremos conseguir mais eficácia na obra da evangelização, precisamos falar de Jesus para que
as pessoas sejam colocadas diante dele. É assim que somos usados pelo Espírito santo.

c) “(...) do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado” (v. 11).

 O julgamento de Satanás foi prometido em Gênesis 3:15. “Porei inimizade entre ti e a mulher, e
entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o
calcanhar.” O “príncipe deste mundo” é o diabo, que será “ferido” pela descendência da mulher
(Jo 12:31; 14:30;Ef 2:2; 2Co 4:4). O julgamento foi realizado na cruz: “Agora é o juízo deste
mundo; agora será expulso o príncipe deste mundo. E eu, quando for levantado da terra, todos
atrairei a mim” (Jo 12:31,32).

 A certeza de Jesus quanto ao julgamento de Satanás é clara. A sua sentença e execução é algo
para o final dos tempos mas é certo e consumado dentro dos planos de Deus (Ap 20:10). O que
o julgamento de Satanás tem a ver com a convicção para a salvação? Simplesmente isso: se o
homem continua em sua incredulidade, ele já está condenado, assim como Satanás já está (Jo
3:18,36). Há, porém uma diferença. Enquanto Satanás não tem como se arrepender, o homem
tem a possibilidade de arrependimento; e o Espírito Santo trabalhará para convencê-lo do
pecado até que Jesus venha como o justo que dará sentença a cada um.

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A OBRA DO ESPÍRITO SANTO NA CONVERSÃO

O que o Espírito Santo faz no momento da conversão? Como vimos, o Espírito nos faz “ver” a
nossa situação diante de Cristo: somos pecadores condenados. Se não resistimos ao Espírito, à sua
persuasão, somos conduzidos à conversão. A Palavra conversão significa “ mudança radical”. Essa
mudança não é conquistada pelo esforço próprio, mas é fruto da ação do Espírito em nós e por nós.
Somos convertidos ou melhor, mudamos da condição de escravos para a condição de livres.

Vamos buscar a origem de nossa escravidão para entendermos a dimensão de nossa libertação:

1. O homem, por um ato rebelde, tornou-se escravo.

O homem vivia na condição de mordomo de Deus, cuidando do Jardim do Éden. Ele era livre
porque estava debaixo da soberania de Deus, cujo símbolo era a árvore do conhecimento do bem e do
mal (Gn 2:9, 16, 17). O ato de comer do fruto que fora proibido era uma demonstração de que ele havia
rompido com a soberania de Deus em sua vida.

2. O pecado passou a toda a humanidade (Rm 5:12).

 Como resultado, todos ficaram sujeitos ao inimigo: “Sabemos que somos de Deus, e que o
mundo inteiro jaz no Maligno” (I Jo 5:19). A nossa condição antes da conversão era a de
presos pelos laços do diabo (2 Tm 2:26), e esta também é a condição dos que ainda não
entregaram suas vidas a Jesus (cf. Cl 1:13).

 Ser salvo, então, é ser liberto do poder das trevas e colocado sob o domínio de Jesus,
Nosso senhor (Cl 1:13). Em Cristo, somos resgatados de vossa vã maneira de viver, isto é,
completamente entregues a Satanás; passamos a viver segundo a vontade de Deus. Da
escravidão ao Maligno à submissão completa a Deus. Não significa que apenas trocamos de
dono, mas que houve uma mudança radical em nossa condição espiritual. O nosso
relacionamento com Deus foi completamente transformado. Isso dó foi possível porque
Cristo morreu por nós, e por meio dele obtivemos tão grande salvação.

 Salvação também implica submissão ao senhorio de Cristo. A primeira confissão feita por
um crente é que Jesus é o Senhor. “Portanto vos quero fazer compreender que ninguém,
falando pelo Espírito de Deus, diz: Jesus é anátema! E ninguém pode dizer: Jesus é o
senhor! Senão pelo Espírito Santo”(I CO 12:3;cf Rm 10:9,10; I Co 8:5,6; Cl 3:24; Ap
19:16).Por isso é que Jesus exigia que quem quisesse segui-lo deveria negar-se a si mesmo (
Mt 16 :24). Só aquele que deixa o trono de sua vida ser ocupado por Jesus é que é salvo.

 A obra do Espírito Santo na conversão consiste exatamente nisso: fazer com que
confessemos a Jesus como Senhor (I CO 12:3). Só ele pode fazer isso, pois a sua função é
glorificar a Jesus (Jo 16:14), fazendo-nos submeter a Cristo.

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OS INSTRUMENTOS QUE O ESPÍRITO USA PARA REALIZAR A SUA OBRA

Antes que uma pessoa chegue à conversão, ela entra em contato com dois instrumentos do
Espírito: a sua Palavra e a vida dos crentes. A referência à Palavra como “arma” do Espírito para fazer
sua obra é clara e conclusiva. No Pentecostes, foi a Palavra que foi utilizada por Pedro em seu sermão
que resultou na conversão de quase três mil pessoas (At 2:37-41). Ele usou os eventos principais da
vida de Jesus, e mostrou que eles eram cumprimento do antigo testamento.

A) Jesus foi mandado por Deus; ( 2:22 )

B) Morreu; (2:23)

C) Ressuscitou;(2:24-32)

D) Foi exaltado; (2:33-35)

E) Honrado como senhor ;(2:36).

A Palavra de Deus é a “espada do Espírito” ( Ef 6:17), a qual “é viva e eficaz, e mais cortante
do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e medulas,
e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4:12). Paulo diz que “a fé é pelo
ouvir, e o ouvir pela Palavra de Cristo” (Rom 10:17). Ela nos leva ao novo nascimento. (I Pe 1:23)
O outro instrumento do Espírito é a vida dos crentes. Esse instrumento anda meio desafinado em
muitas vidas. Um exemplo citado no Novo Testamento acerca dessa verdade é a vida de Estevão, o
qual foi instrumento do Espírito para a conversão de Saulo (cf. At 26:14); 7:55,60). Será que nossas
vidas servem como instrumentos do Senhor para a conversão dos não-crentes?
Quantos discípulos Jesus teria, se nos tornássemos verdadeiros instrumentos do Espírito Santo para
convencer os pecadores de que Cristo tem poder para transformar vidas. Muitas vezes, o nosso
comportamento, nossas atitudes, nossas palavras, negam a eficácia da salvação. O testemunho cristão
deve ser através de palavras e atitudes. A vida do crente deve estar em concordância com aquilo que ele
fala acerca de sua fé.

APLICAÇÃO

O que eu aprendi com esse estudo?

1. O Espírito Santo agiu em minha vida antes mesmo que eu me convertesse. Isso significa que
Deus, com seu grande amor, veio ao meu encontro. Em minha vida, a conversão se deu através
de um adolescente que me convidou insistentemente para ir à igreja. Dou graças a Deus por ele
ter insistido, e não ter desistido.

2. O Espírito Santo me fez confessar Jesus como Senhor. Foi quando reconheci que era um
pecador perdido que pude ser salvo! Reconheci então que Jesus era o Senhor, e fui cheio do
Espírito Santo.

3. Devo colocar minha vida nas mãos de Deus para que o Espírito santo me use como instrumento
seu. Fui salvo para viver em comunhão com o Senhor e para proclamar as verdades e
maravilhas do Senhor, para que mais pessoas possam partilhar dessa bênção.

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