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ARTIGO CIENTÍFICO
2006
2
São Paulo
2006
3
Resumo
O escopo do presente artigo é discutir a influência das Ciências Cognitivas no
desenvolvimento da inteligência artificial através da criação de redes neurais e do
estudo da inteligência natural e não-natural que no cérebro humano corresponderá
ao hardware computacional, e padrões de pensamento ou solução de estados mentais
que poderão ser descritos de forma totalmente independente da constituição
específica do sistema nervoso humano. Tais noções esclareceram as implicações
epistemológicas das várias demonstrações da Inteligência Artificial.
Abstract
The target of the present paper is to argue the influence of Cognitive Sciences in the
development of artificial intelligence through the creation of neural nets and of the
study of the natural and not-natural intelligence that in the human brain will
correspond to the computational hardware, and standards of thought or solution of
mental states that could be described of total independent form of the specific
constitution of the human nervous system. Such slight knowledge had clarified the
epistemologist implications of the some demonstrations of Artificial Intelligence.
Essa “nova ciência da mente” será fundada na crença de que é legítimo postular um
nível de análise separado, que pode ser chamado “nível da representação”, necessário para
explicar a variedade do comportamento, da ação e do pensamento humano (idem). Dessa
forma, a atividade cognitiva humana será descrita em termos de símbolos, esquemas,
imagens, idéias, e outras formas de representações mentais.
A IA desde sua criação nos anos 50, bem como da ciência cognitiva, terá uma
história de sucesso, otimismo impróprio e, logo após, quedas no entusiasmo e em seu
incentivo financeiro. Também haverá ciclos de introdução de novas abordagens e
aprimoramento, e chegará à década de 1970, marcada pela mudança dos sistemas de
conhecimento generalistas para os especialistas para a compreensão da linguagem e outros
domínios cognitivos (Gardner, 1985). O enorme crescimento das aplicações para a
resolução de problemas reais causou um aumento simultâneo na demanda por esquemas
utilizáveis de representação do conhecimento, seja ele codificado como um conjunto de
fatos ou declarações armazenadas, ou codificado como um conjunto de procedimentos ou
ações a serem executadas (Gardner, 1985; Russell & Norvig, 2003).
Pondo em prática esta convicção, Dennett tem-se servido ao longo da sua obra de
exemplos de criações da IA para desafiar e ilustrar pontos na teoria da mente. Já o fez com
o General Problem Solver de Newell, Simon e Shaw (um programa capaz do tipo de
raciocínio heurístico chamado análise meios/fins) nos anos 60, continua hoje a fazê-lo com
os robôs móveis autônomos de Rodney Brooks capazes de comportamentos cognitivos no
mundo e mesmo de estratégias de cooperação em grupo, e finalmente, mantendo uma
proximidade prática com o campo, através da sua participação como "filósofo residente" no
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Estes programas e robôs são para Dennett experiências mentais reais ou realizadas,
mesmo se são experimentações sobre o "mental-possível" que não simulam ou explicam
imediatamente o "mental-natural". São experiências mentais no duplo sentido de partirem
da imaginação sobre o que poderia acontecer em determinadas circunstâncias e de serem
acerca a mente, e são reais na medida em que conduzem à criação de programas e
máquinas, uma vez que a IA é um campo afim da engenharia.
construir o modelo que se imagina, não há lugar para as surpresas com que se aprende. A
Inteligência Artificial e Vida Artificial têm, na sua maneira de colocar a questão de Kant,
uma vantagem não apenas em relação à filosofia pura mas também em relação às
investigações cognitivas a que Dennett chama "abstêmias", por exemplo aquelas que são
estritamente neurobiológicas e procedem "neurônio a neurônio". Essa vantagem é a
seguinte: é mais fácil deduzir competências comportamentais dos mecanismos que se
construiu do que elaborar hipóteses acerca de mecanismos internos de caixas negras cujo
comportamento se observou (o que é a posição do cientista "abstêmio", por exemplo do
neurocientista, por comparação com o teórico da IA).
Por tudo isto, Dennett nunca deixa de recomendar aos filósofos a familiaridade com
os problemas de implementação relacionados com os seus problemas mais abstratos acerca
da mente. Por exemplo, aconselha sempre a familiaridade com o Jogo da Vida de John
Horton Conway, baseado na teoria dos autômatos celulares e antecessor das investigações
no campo da Vida Artificial, como uma maneira prática de considerar problemas relevantes
para a filosofia da mente como a identidade através do tempo, a causação, os níveis de
explicação. Correlativamente, aos cientistas que trabalham em IA, Dennett recomenda
algumas leituras filosóficas (como Hume, Ryle, Wittgenstein, Millikan...) oferecendo a
possibilidade de pela consciência histórica serem capazes de discernir as más idéias perenes
no tratamento da cognição que certamente os perseguirão.
No entanto para alguém como Fodor, esta fascinação de Dennett pela IA como
"maneira de investigar a mente" está completamente mal dirigida: segundo Fodor, a ciência
da mente deve ser psicologia cognitiva e não IA. A IA é engenharia, construção de
máquinas e como tal tem interesse científico por si, mas não é o bom caminho para o estudo
da mente. Uma coisa é tentar entender o pensamento, outra é construir máquinas
inteligentes: como Fodor diz também não se faz física simulando o universo. Essa seria
uma idéia muito pouco razoável, porque os fenômenos que observamos no mundo são
efeitos de complicadíssimas interações nos mecanismos subjacentes e na prática
impossíveis de reconstituir e isto também se aplica à física da cognição. Fodor pensa que
fazer ciência é simplificar para compreender e não simular, e assim deve fazer-se também a
ciência da mente. Mas Dennett quer andar depressa e a IA parece-lhe o atalho ideal.
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Além do mais é preciso decidir até que escala uma simulação teria que fazer-se para
obter propriedades mentais. No caso de as propriedades mentais serem funcionais e de nível
mais elevado do que a estrutura física da matéria que Fodor considera irreprodutível, a sua
objeção poderia não ser eficaz.
De acordo com sua teoria quando alguém se depara com uma nova situação (ou cria
um mudança substancial na sua observação do problema presente) ela seleciona de sua
memória uma estrutura denominada Frame.
Uma frame é uma estrutura de dados para representar algum tipo de ambiente ou
uma situação estereotipada, tais como entrar em uma sala-de-estar, ou ir para um festa de
criança. Junto com cada frame estão vários tipos de informação: algumas são sobre como
usar a frame, algumas são sobre o que se espera que aconteça a seguir, e outras são sobre o
que fazer se alguma dessas expectativas não forem confirmadas (Minsky, 1974).
Ou seja, ligada a uma frame para participar de uma aula na faculdade está uma
especificação de como usar essa frame, por exemplo, o que fazer para se preparar para ir à
aula, como se comportar durante a aula. Em segundo lugar, tal frame especifica que,
quando o horário da aula se aproximar, você pode esperar que a maioria dos estudantes
esteja sentada e o professor entre na sala e comece a falar para o grupo de estudantes. Em
terceiro lugar, se o professor não chegar e ninguém aparecer para explicar o atraso do
professor, após um razoável período de tempo, espera-se que os estudantes comecem a
circular e finalmente abandonem a sala de aula, sem terem assistido a uma aula.
Podemos pensar uma frame como uma rede de nós e relações, reunindo fatos sobre
tipos específicos de objetos e eventos, e organizando-os em uma grande hierarquia
taxonômica análoga a uma taxonomia biológica (Russell & Norvig, 2003). Os níveis mais
altos de uma frame são fixos, e representa coisas que são sempre verdadeiras sobre a
suposta situação, por exemplo, durante as aulas, sempre há estudantes que escutam e um
conferencista que fala aos estudantes. Os níveis mais baixos possuem vários terminais -
lugares (slots) que são preenchidos pelos detalhes específicos de uma dada instância, por
exemplo, a aparência do professor, dos estudantes, assim como os estilos e as técnicas
particulares de ensinar.
Nele uma descrição é criada e depois mantida através da substituição de valores previstos
por valores observados. Estas estruturas inter-relacionadas, as chamadas inter-frames,
tornam possível outras formas de representação de conhecimento sobre fatos, analogias, e
outras informações úteis na compreensão (Minsky, 1974). Supõe-se que os indivíduos
possuem muitas centenas de frames organizadores e interpretadores, e que combinações
destes frames serão invocados em qualquer situação razoavelmente complexa (Gardner,
1985).
A Sociedade da Mente
Em seu livro ‘The Society of Mind’ (1985), Minsky tenta explicar como a mente
funciona, mostrando como é possível construir uma mente formada de muitas partes
pequenas, que sozinhas são desprovidas de mentes. Uma de suas idéias é que essas
pequeninas máquinas podem contribuir para teorias sobre como funciona o pensamento. E
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Mas tentar saber como os agentes são interligados - como grupos de agentes podem
completar as coisas com êxito - não é suficiente. Segundo este esquema, algumas partes da
mente sabem certas coisas (saber como), enquanto outras partes sabem coisas sobre as
anteriores (saber por que). Na verdade, o conhecimento de quais os agentes que podem
saber ou realizar que coisas tornam-se um componente crucial desta nova maneira de
conceber a mente (Minsky 1979, 1982 apud Gardner, 1985).
Apesar de um adulto achar que construir torres de blocos seja fácil, uma criança
dedica-se algumas semanas para essa tarefa. Isso indica que há um desenvolvimento,
todavia, apesar dos adultos saberem como fazer as coisas, ninguém entende como aprendeu
a fazê-las. Empilhar blocos são habilidades que aprendemos há muito tempo e não podemos
lembrar como aprendemos, essa tarefa fica relegada a um mero senso-comum - entretanto
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senso-comum não é uma coisa simples, mas uma imensa sociedade de idéias práticas que
com grande dificuldade foram adquiridas de multidões de regras e exceções, disposições e
tendências, balanço e checagens, aprendidas na vida.
Considerações Finais
Referências Bibliográficas
STERNBERG, RJ. (1996) Psicologia Cognitiva. Porto Alegre: Artes Médicas Sul.