Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Introdução
Segundo os interaccionistas, o desenvolvimento humano não é apenas algo inato, nem apenas
fruto da acção do meio, eles destacam que o organismo e o meio exercem acção recíproca.
Para DAVIS e OLIVEIRA (1994, p. 36) o organismo e o meio influenciam-se um ao outro e essa
interacção acarreta mudanças sobre o indivíduo. A concepção interaccionista de
desenvolvimento apoia-se, portanto, na ideia de interacção entre organismo e meio e vê a
aquisição de conhecimento como um processo construído pelo indivíduo durante toda a sua vida,
não estando pronto ao nascer nem sendo adquirido passivamente graças às pressões do meio.
Essa concepção é secundada por Jean Piaget que sustenta que o desenvolvimento envolve um
processo contínuo de trocas entre o organismo vivo e o meio ambiente.
Equilíbrio – a concepção de que todo organismo vivo – quer seja uma ameba, um
animal, uma criança – procura manter um estado de equilíbrio ou de adaptação com
seu meio, agindo de forma a superar perturbações na relação que ele estabelece
como o meio;
Equilibração – que é o processo dinâmico e constante do organismo em busca de
um novo e superior estado de equilíbrio;
Assim, o desenvolvimento cognitivo é resultado de constantes desequilíbrios e
equilibrações, o aparecimento de uma nova possibilidade orgânica no indivíduo ou
a mudança de alguma característica do meio ambiente, por mínima que seja,
provoca a ruptura do estado de repouso – da harmonia entre o organismo e meio –
causando desequilíbrio.
Assimilação – é mecanismo a partir do qual o organismo – sem alterar suas
estruturas – desenvolve acções destinadas a atribuir significações, a partir da sua
experiência anterior, aos elementos exteriores com os quais interage.
Acomodação – é o mecanismo através do qual o organismo tenta restabelecer um
equilíbrio superior com o meio ambiente. Neste momento, o organismo é impelido
a se modificar, a se transformar para se ajustar as demandas impostas pelo
ambiente.
A aprendizagem é vista, assim, não apenas como uma qualidade inata do aluno e muito menos
como uma operação somente do professor, mas ela é fruto da interacção entre o professor e o
aluno, entre o organismo e o meio, ou mesmo, entre o sujeito e o objecto a ser aprendido.
Neste sentido, os professores valorizam os conhecimentos e as experiências dos alunos, pois eles
têm consciência de que estes sabem algo dos conceitos que vão ser aprendidos. O professor não
se considera um ‘sabe tudo’ e muito menos como o dono do conhecimento. A aprendizagem será
mais significativa.
Vigotsky defende a ideia de contínua interacção entre as mutáveis condições sociais e a base
biológica do comportamento humano. Davis (1990, p. 49), considera a interacção organismo
ambiente e organismo numa adversidade de condições históricos – sociais que a criança vive
onde os factores biológicos só predominam sobre os sociais, apenas no início da vida da criança.
No início da vida a criança carece da solidariedade do adulto para se tornar autónoma e é
justamente essa solidariedade que a criança aprende a construir a aprendizagem que são por elas
internalizadas.
Além da enfâse da linguagem para o desenvolvimento do pensamento como faz a escola outro
conceito bastante utilizado e o de solidariedade para a obtenção da autonomia, esse é um
argumento utilizado pela escola para conduzir a aprendizagem em nome da motivação.
Wallon considera uma complexa dinâmica do desenvolvimento infantil onde pode ser
identificada a existência de etapas diferenciadas por necessidades e por interesses que lhe
garantem coerência e unidade onde uma etapa é básica e necessária para o surgimento da própria.
Este desenvolvimento envolve factores orgânicos e sociais que é a soma da maturidade mais da
aprendizagem social e cultural obedecendo a um ritmo de desenvolvimento não sequencial e não
linear, isto é, descontinuo.
Wallon, considera cinco estágios psicogenéticos, a saber:
No que diz respeito a aplicação das teorias de aprendizagem, no sentido de motivar o aluno
aprender, o primeiro aspecto desta teoria considerada pela escola é facto de tanto o factor o
factor afectividade quanto o factor cognição contribuírem igualmente e necessariamente para
a aprendizagem. Antes apenas os factores cognitivos no que diz respeito a aprendizagem.
Outro aspecto é o facto de esta não ser um processo linear e contínuo e que mesmo estando
orientado em fases, a aprendizagem é um processo descontínuo.