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Lei de Gauss
Relação entre os campos elétrico e magnético
Lei de Biot-Savart
Lei de Faraday
Aplicação
Antes de introduzir a lei de Gauss definiremos o fluxo de um campo vetorial qualquer. Este campo
vetorial poderia ser um campo elétrico, magnético ou mesmo o campo das velocidades na teoria dos fluídos.
A intensidade de um campo vetorial pode ser medida em função do número de linhas de força deste
campo ou o número de linhas que atravessa uma dada unidade de área. Definiremos o fluxo do campo F
com sendo o produto de módulo de F pela área seccional perpendicular a direção do vetor F, como mostra a
fig.1.
Podemos generalizar esta definição incluindo a possibilidade de que a linhas de força ou linhas de
campo atravessam uma superfície que não seja perpendicular a direção do campo F. O campo F é um campo
vetorial qualquer, como por exemplo, o campo elétrico (E) e o campo magnético (B). Matematicamente
esta definição pode ser representada por;
(1)
onde θ é o ângulo entre o campo F e a norma a área A. Concretamente, esta direção normal a área nos
fornece a orientação do vetor campo em relação à superfície.
A ocorrência de produtos do tipo apresentado na eq.(1), envolvendo o módulo ou magnitude de dois
vetores e o cosseno do ângulo entre estes vetores é bastante conhecido dos físicos e matemáticos. Ele é
denominado correntemente como o produto escalar entre os dois vetores e é representado pelo
símbolo . Algebricamente ele pode ser escrito em termos das compontes dos dois vetores, ou do
ângulo entre eles, como a seguir;
Usando a definição de produto escalar podemos reescrever a eq.(1) da seguinte forma;
(2)
Se o campo F é o campo elétrico (E), a eq.(2) fornece-nos o fluxo de campo elétrico através de uma
superfície aberta A qualquer. Assim,
(3)
Sabemos que, em geral, o campo elétrico não é constante e uniforme em uma dada região do espaço.
Neste caso, para se calcular o fluxo total sobre a superfície A usa-se particionar A em áreas infinitesimais.
Com isto, espera-se que os campos sejam uniformes nesta região infinitesimal. Tendo calculado o fluxo de
E através desta área infinitesimal, podemos calcular o fluxo total somando todos os fluxos infinitesimais.
Esta soma contínua é representada pela integral abaixo;
(4)
onde é o elemento de área (área infinitesimal). Observe, nas equações acima, que o fluxo de qualquer
campo vetorial é uma grandeza escalar, definida a partir de um produto entre dois vetores.
O fluxo de campo discutido acima, foi definido em termos de uma superfície A aberta, mas podemos
também faze-lo sobre uma superfície fechada. Neste caso, a integral na eq.(4) deve ser modificada para
levar em conta a contribuição do fluxo sobre todos os pontos infinitesimais na nova superfície fechada, isto
é;
(5)
A lei de Gauss relaciona o fluxo elétrico através de uma superfície fechada com a carga elétrica no
interior da mesma. Assim podemos enunciá-la como:
"O fluxo elétrico total através de qualquer superfície fechada é proporcional à soma das cargas no
interior desta superfície".
(6)
C. F. Gauss
Lembre-se que, de acordo com a lei de Gauss, o fluxo elétrico calculado pela eq.(6) é fluxo somente devido
as cargas internas à superfície fechada em consideração. Pode-se mostrar, facilmente, que o fluxo de E
devido a qualquer carga externa à superfície S é nulo. Isto significa que o número de linhas de campos que
entra na superfície é igual ao número de linhas que sai de S.
A figura abaixo mostra algumas superfícies gaussinas envolvendo diferentes distribuições de cargas.
Qual seria o fluxo de campo elétrico em cada uma das superfíces (S1, S2, S3, e S4) ?
Em particular, percebemos que fluxo de campo elétrico através da superfície S4 é nulo devido ao fato de que
a carga interna total a esta superfície ser também nula.
Mesmo tendo argumentado que devemos sempre escolher uma superfície gaussiana adequada devemos
ter claro que a solução do problema independe da forma de S. Isto é justificado pelo fato de que o fluxo de
qualquer campo vetorial deve ser independente da superfície fechada S, como mostra a simulação a seguir.
Figura A2.1- Esta simulação mostra que o fluxo elétrico de uma carga
puntiforme independe da forma da superfície gaussiana
Como a lei de Gauss é uma das leis fundamentais do eletromagnetismo, pode-se mostrar que um conjunto
de outras leis podem ser derivadas dela. Um exemplo disto é a lei de Coulomb.
Usando as regras para a escolha da superfície gaussiana, por simetria, somos intuído a escolher uma
superfície gaussiana esférica com uma carga Q no seu centro. Neste caso temos:
- O campo elétrico E tem os mesmo valor em cada ponto sobre a superfície. Assim,
Na sua forma mais geral, isto é para qualquer ponto r fora da esfera temos;
Desta equação podemos determinar a força exercida sobre uma carga q na presença de do campo elétrico
acima;
Esta relação entre q e E é conhecida como lei de Coulomb, onde r é a distância entre as duas cargas.
Como vimos na aula anterior com a lei de Ampère podemos calcular o campo magnético produzido por uma
corrente elétrico.
Ampère
usando as relações para a velocidade da luz e constante dielétrica
onde λ é densidade linear de carga. Substituindo os resultados anteriores na equação do campo magnético
temos, que
O termo entre parêntese, nessa equação é exatamente o campo elétrico gerado por um fio carregado com
densidade constante, isto é
Então comparando as duas equações anteriores, verificamos uma equação que correlaciona campos
magnéticos com campos elétricos;
3- Lei de Biot-Savart
A seguir introduziremos a lei de Biot-Savart. Para istoanalisaremos os efeitos produzidos por uma
corrente elétrica , como mostra a figura abaixo.
ou
A força eletromotriz induzida (fem) em um circuito fechado é determinada pela taxa de variação do fluxo
magnético que atravessa o circuito. Esta lei é representada matematicamente pela equação;
sendo S a superfície por onde flui o campo magnético. Sabendo que a forca eletromotriz pode ser expressa
em função do campo elétrico temos que;
O sinal negativo que aparece na equação acima lembra-nos em qual direção a fem induzida age. O
experimento mostra que:
A fem induzida produz uma corrente cujo sentido cria um campo magnético cujo sentido se opõe a
variação do fluxo magnético original. Este fenômeno é conhecido como lei de Lenz.
A lei de Lenz é a garantia de que a energia do sistema se conserva. Isto significa que a direção da corrente
induzida tem que ser tal que o campo magnético por ela induzido se oponha as mudanças ocorridas no
sistema. Caso contrário a lei de conservação de energia seria violada.
Aplicação
Calcular o campo magnético num ponto P sobre um eixo que passa pelo o centro de uma espira percorrida
por uma corrente.
Por simetria temos que o campo na direção y deve ser nulo. Assim apenas a componente x não é nula;
ou em módulo
Podemos fazer também uma análise para alguns pontos extremos tais como, x = 0 e x >> R.