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Currículo de Ciências

Ensino Municipal
PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Felício Ramuth
Prefeito

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CIDADANIA

Jhonis Rodrigues Almeida Santos


Secretário

Márcio José Catalani


Secretário Adjunto

Claudia Faria Khouri


Departamento de Educação Básica

Daniela Bandeira Navarro


Assessoria Técnico-Pedagógica

Françoise de Cássia Fernandes Ernesto


Divisão do Ensino Fundamental

Karen Santos
Simone de Oliveira
Coordenadoria do Ensino Fundamental

1ª edição

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CIDADANIA


Rua Prof. Felício Savastano, 240 - Vila Industrial
CEP: 12220-270 - São José dos Campos - SP
Telefone: +55 (12) 3901-2000
Email: gabinetesme@sjc.sp.gov.br
Site: www.sjc.sp.gov.br

Prefeitura de São José dos Campos


Secretaria de Educação e Cidadania
Departamento de Educação Básica
2021
Currículo de Ciências - Rede de Ensino Municipal, v.1
São José dos Campos - SP
Ensino Fundamental, 2021.

ISBN
978-65-993408-4-0

Assessoria Pedagógica Geral


Ana Paula Zampieri Silva de Pietri
Natacha Gonçalves da Costa
Wagner Barbosa de Lima Palanch

Assessoria Pedagógica de Ciências


Leandro Holanda Fernandes de Lima

Redatores do Documento Introdutório do Currículo


Ana Claudia Souza Santos
Andreia Cristina de Oliveira
Elisângela Aparecida Carvalho Siqueira
Karen Santos
Simone de Oliveira
Agradecimentos

Redatores do Currículo de Ciências A todos os educadores da Rede de Ensino Municipal que contribuíram
Andressa Leocádio de Souza para a elaboração deste documento e, diariamente, dedicam-se para
Cibelle Barbosa Lopes fazê-lo cumprir o propósito de garantir o desenvolvimento integral
Kêmeli Mamud dos estudantes de São José dos Campos.
Marilia Viviane Ferreira Alves
Thais Campos de Oliveira Freitas
Professores dos Anos Iniciais e Finais da Rede de Ensino Municipal

Revisão e Edição
Daniele de Aquino dos Santos
Sandra Barbosa Leal

Ilustrações
Daniel Alves da Cruz

Projeto Gráfico e Editoração


Anderson Goiembiesqui

Esta publicação poderá ser compartilhada, integral ou parcialmente, para fins não comerciais desde que seja atribuído crédito
apropriadamente, indicando quais mudanças foram feitas na obra. Direitos de imagem, de privacidade ou direitos morais podem limitar
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A Secretaria de Educação e Cidadania de São José dos Campos recorre a diversos meios para localizar os detentores de direitos autorais
a fim de solicitar autorização para publicação de conteúdo intelectual de terceiros, de forma a cumprir a legislação vigente. Caso tenha
ocorrido equívoco ou inadequação na atribuição de autoria de alguma obra citada neste documento, a SEC se compromete a publicar
as devidas alterações tão logo seja possível.

Devido a especificidades da Língua Portuguesa, adotam-se, nesta obra, os termos no gênero masculino, para facilitar a leitura,
considerando as inúmeras menções ao longo do texto. Assim, embora alguns termos estejam grafados no masculino, eles referem-se
igualmente ao gênero feminino.
Aos educadores da Rede de Ensino
Municipal de São José dos Campos

O
sucesso de uma rede de ensino se constrói por meio da percepção de que mu-
danças, adequações e considerações são necessárias durante o percurso da prá-
tica educativa, sempre em busca da ética, da cidadania e de resultados positi-
vos. Sendo assim, a revisão de caminhos, a pesquisa constante pelo que é atual e a capacidade
de possibilitar a seus participantes a reestruturação são elementos indispensáveis à formação
de qualidade do estudante.
Levando em consideração a disposição constante de todos os envolvidos no propósito
de eficiência e transformação de vidas por meio da educação, temos a grande satisfação de
apresentar o novo Currículo da Rede de Ensino Municipal de São José dos Campos, conce-
bido a partir da construção coletiva de inúmeros profissionais da educação que atuaram na
adequação da Matriz Curricular do município à BNCC e ao Currículo Paulista.
Desde 2017, professores, orientadores, coordenadores e gestores se debruçaram em re-
flexões, estudos, seminários, palestras, assessorias, consultas e escutas em participação ativa
para a construção do Currículo. Nesse percurso, contamos também com a experiência de nos-
sos profissionais que participaram da redação do Currículo Paulista, base para a composição
deste documento.
O trabalho de excelência realizado buscou manter a clareza dos objetivos pedagógicos e
das metas educacionais a serem alcançadas. Nestas páginas, vocês encontrarão os princípios
da Rede de Ensino Municipal construídos e pautados nas diretrizes legais que fundamentam
os direitos de aprendizagem dos estudantes, considerando as singularidades das etapas e mo-
dalidades de ensino desde a Educação Infantil até a Educação de Jovens e Adultos.
Esperamos que este Currículo cumpra seu propósito e se torne um documento vivo,
presente ativamente na prática de sala de aula, e que os envolvidos possam refletir os conhe-
cimentos aqui descritos de forma positiva nos bairros, no município, no estado, no Brasil e no
mundo, afinal, a escola é agente transformador na constituição dos sujeitos, exercendo papel
fundamental na formação cidadã, o que contribui, desta forma, para o bom desenvolvimento
da sociedade.
Por fim, considerando a soma da construção coletiva que gerou este Currículo, da tra-
jetória de sucesso da Rede de Ensino Municipal de São José dos Campos, bem como da com-
petência e comprometimento de seu corpo docente, temos certeza de que nosso desejo de
atingir resultados de aprendizagem cada vez melhores será alcançado. Essa grandiosa missão
está em suas mãos, Profissional da Educação. A implementação de todo o trabalho que está
neste documento só será possível por meio da sua prática no cotidiano da sala de aula, sendo
fator decisivo na formação e construção de um futuro próspero para nossos estudantes.
Juntos somos mais fortes.

Cristine de Angelis Pinto


Secretária de Educação e Cidadania (2017 - 2020)
Índice PARTE 2 – O ensino e a aprendizagem em Ciências
2.1 Introdução............................................................................................................37

2.2 Pressupostos Teóricos........................................................................................38


PARTE 1 – Introdutório 2.2.1 A Alfabetização Científica ....................................................................................................38
2.2.2 A educação integral, a equidade e a qualidade na área de Ciências da Natureza ......41
1.1 A cidade de São José dos Campos e a Rede de Ensino Municipal..................14
2.2.3 Competências e habilidades específicas para área de Ciências da Natureza...............43
1.1.1 A cidade no contexto............................................................................................................14
1.1.2 A educação de São José dos Campos: da Educação Infantil ao 2.3 Orientações didáticas ........................................................................................44
Ensino Fundamental.............................................................................................................16 2.3.1 O ensino por investigação ..................................................................................................44
1.1.3 Histórico da rede e dos documentos curriculares de São José dos Campos................18 2.3.2 Metodologias ativas no ensino de Ciências ......................................................................48
2.3.3 Modalidades organizativas .................................................................................................50
1.2 Princípios da Rede de Ensino Municipal de São José dos Campos................20
2.3.4 A articulação entre as unidades temáticas........................................................................51
1.2.1 Concepção de Currículo da Rede de Ensino Municipal ...................................................20
2.3.4.1 Matéria e energia............................................................................................................................ 52
1.2.2 Conceito de Educação Integral............................................................................................22 2.3.4.2 Vida e evolução................................................................................................................................ 52
1.2.3 Conceito de equidade..........................................................................................................23 2.3.4.3 Terra e Universo.............................................................................................................................. 53
1.2.4 Conceito de qualidade.........................................................................................................24
2.3.5 Articulação entre os diferentes componentes curriculares............................................54

1.3 Ensino Fundamental...........................................................................................24 2.4 Avaliação no Componente..................................................................................56


1.3.1 Articulação entre a Educação Infantil e o Ensino Fundamental ....................................24
1.3.2 Concepção de infância e de adolescência.........................................................................25
PARTE 3 – Organizadores
1.3.3 Competências do Ensino Fundamental da Rede Municipal de
Anos Iniciais
São José dos Campos ..........................................................................................................26
1º ano ..................................................................................................................................................................62
1.4 Aprendizagem, ensino e avaliação na Rede de Ensino Municipal.................28 2º ano...................................................................................................................................................................63
1.4.1 Ensino e Aprendizagem.......................................................................................................28 3º ano ..................................................................................................................................................................64
1.4.2 Avaliação................................................................................................................................29 4º ano ..................................................................................................................................................................66
5º ano ..................................................................................................................................................................68
1.5 O Currículo nos diversos contextos da cidade de São José dos Campos......30
1.5.1 Ambiente educativo..............................................................................................................30 Anos Finais
1.5.2 Prática pedagógica ...............................................................................................................31 6º ano...................................................................................................................................................................70
1.5.3 Acesso, permanência e sucesso escolar............................................................................31 7º ano...................................................................................................................................................................72
1.5.4 Ambiente físico escolar........................................................................................................32 8º ano...................................................................................................................................................................76
1.5.5 Articulação do Currículo com o Projeto Político Pedagógico das escolas.....................33 9º ano...................................................................................................................................................................80

1.6 Organização geral do Currículo do Ensino Fundamental...............................33


Referências....................................................................................................................84
1 numerando

PARTE 1
Introdutório
O currículo é uma práxis antes que um objeto estático emanado
de um modelo coerente de pensar a educação ou as aprendizagens ne-
cessárias das crianças e dos jovens, que tampouco se esgota na parte
explícita do projeto de socialização cultural nas escolas. É uma prá-
tica, expressão da função socializadora e cultural que determinada
instituição tem, que reagrupa em torno dele uma série de subsistemas
ou práticas diversas, entre as quais se encontra a prática pedagógica
desenvolvida em instituições escolares que comumente chamamos en-
sino. (SACRISTÁN, 2000, p. 15-16).

12
1.1 A cidade de São a Presidente Dutra e Ayrton Senna e pelo tura arrojada, universidades, faculdades e a qual possibilita que a produção do cam-
aeroporto internacional Professor Urbano centros de formação de mão de obra quali- po chegue à mesa da população, sendo um
José dos Campos e
Ernesto Stumpf. A cidade está bem próxi- ficada. O território joseense possui 70% de importante entreposto do Vale do Paraíba;
a Rede de Ensino ma de praias, da região serrana do estado de zona rural, desta porcentagem, boa parte e o Parque Tecnológico (PqTec), criado em
Municipal São Paulo e de variados destinos turísticos está preservada. O distrito de São Francis- 2010, que abriga empresas de negócios,
do Vale do Paraíba. Pode ser considerado co Xavier, localizado na região norte de São centros empresariais, laboratórios multiu-
1.1.1 A cidade no contexto um município de destaque no país devido a José dos Campos, conta com uma Área de suários, escritórios de negócios e universi-
sua relevância econômica, visto que possui Proteção Ambiental (APA) que atrai inúme- dades. É um grande complexo de inovação e
São José dos Campos é considerado sede de importantes empresas em seu terri- ros turistas para a prática de ecoturismo e empreendedorismo do Vale do Paraíba.
o principal município da Região Metropo- tório, abrigando variados polos industriais, esportes de aventura. Também detém vista
litana do Vale do Paraíba, importante tec- Uma cidade que une cultura, tradição,
tecnológicos, educacionais, além de atrair panorâmica das cidades vizinhas, em meio
nopolo de material bélico, metalúrgico e tecnologia e busca o equilíbrio do desenvol-
também investimentos na área de hotelaria, a um relevo composto por morros, serras e
sede do maior complexo aeroespacial da vimento tecnológico e industrial com a na-
comércio e serviços. picos, entre os quais o Pico do Selado, que
América Latina. Localizado entre os estados tureza, mantendo, além de parte de sua área
se sobressai com 2.082 metros de altitude,
de São Paulo e Rio de Janeiro, próximo às O município é constituído por três rural preservada, diversos parques, praças
ponto culminante do município, proporcio-
encostas da Serra do Mar e da Mantiquei- distritos: São José dos Campos, Eugênio de nos bairros e ruas arborizadas. Preserva
nando uma bela vista do Vale do Paraíba e
ra, possui uma área territorial de 1.099,409 Melo e São Francisco Xavier. No núcleo ur- também a cultura local, influenciada pelos
do sul de Minas Gerais. O distrito de Eugê-
km2 e população estimada de 721.944 pes- bano, destaca-se a localização de institutos tradicionais tropeiros do Vale do Paraíba,
nio de Melo está localizado à beira da Rodo-
soas1. Está interligado aos estados e cida- federais de pesquisa científica, empresas e continua a receber bem os migrantes de
via Presidente Dutra. Dois destaques desse
des vizinhas por modernas rodovias como de tecnologia de ponta, prédios de arquite- todas as partes que atuam no crescimento
distrito são a Companhia de Entreposto e
local.
[1] IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades - São José dos Campos. Disponível em: Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP),
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/sao-jose-dos-campos/panorama. Acesso em: 21 ago. 2020.

Sobre a origem de São José dos Campos

A
origem da cidade remete ao Brasil pelo jesuíta Padre Manuel de Leão, ocorre antes mesmo de se tornar freguesia. clima da cidade em busca da cura para en-
Colônia, final do século XVI, com o deslocamento desse aldeamento para a fermidades respiratórias, como a tubercu-
Transformada em vila em 27 de julho
a interiorização ocasionada pelos região mais alta e segura, na qual hoje se lo- lose pulmonar. Sete sanatórios foram cons-
de 1767, com o nome de São José do Paraí-
bandeirantes, os quais iniciaram o processo caliza a Igreja Matriz de São José dos Cam- truídos, o primeiro deles em 1924, chamado
ba, foram erguidos o pelourinho e a Câma-
de entradas e, com a presença dos jesuítas, pos, na região central. Núcleo este que deu Sanatório Vicentina Aranha, considerado o
ra Municipal, símbolos que caracterizavam
deram início às missões. Há registros dos origem à Aldeia de São José, hoje a cidade. maior do país na época.
a nova condição da região. A emancipação
primeiros núcleos no interior do município.
Em 1759, com a expulsão dos jesuítas política não trouxe grandes benefícios até Em 1935, com o auxílio do governo
Há evidências de que, da pulverização do Brasil, em função das medidas Pombali- meados do século XIX. Em 1864, a Vila foi federal e a transformação do município em
de um grande núcleo, em que hoje se loca- nas, e todas as posses da ordem confiscadas elevada à categoria de cidade e em 1871 re- estância climática e hidromineral, investiu-
liza Guarulhos, cidade que fica a aproxima- por Portugal, Luís Antônio de Souza Bote- cebeu a denominação de São José dos Cam- -se mais em infraestrutura, principalmente
damente 75 km de São José dos Campos, lho Mourão, conhecido como Morgado de pos. No entanto, o município passou a ter na área de saneamento básico, o que no fu-
originaram-se subnúcleos ou aldeamentos, Mateus, assumiu o governo de São Paulo, sinais de crescimento econômico, graças à turo viria a ser um fator com grande poten-
um dos quais administrado por jesuítas e com a incumbência de reerguer a capitania. expressiva produção de algodão, exportado cial para a atração de investimentos desti-
que deu início à Aldeia do Rio Comprido, Com o objetivo de aumentar a arrecadação para a indústria têxtil inglesa. nados ao desenvolvimento industrial. Entre
caracterizada como uma fazenda pecuaris- provincial, uma das primeiras providências 1935 e 1958, a cidade foi administrada por
São José dos Campos ganhou desta-
ta. tomadas foi elevar à categoria de vila diver- prefeitos sanitaristas, nomeados pelo go-
que nacional na chamada fase sanatorial,
sas aldeias, entre elas a Aldeia de São José, verno estadual.
No final do século XVII, comandado quando inúmeros doentes procuravam o
14 15
Com grande potencial para o desen- Percebe-se, por meio dos dados, que o Linha do tempo da Rede de Ensino Municipal
volvimento industrial, São José dos Cam- município vem progredindo ao longo de sua
pos conta com instituições nacionais de história e a educação contribui significativa-
considerável reconhecimento, como: o Ins- mente para o avanço dos índices. Legitima- 1961
tituto Tecnológico Aeroespacial (ITA) des- -se, assim, a importância dos profissionais Foram criadas as primeiras classes
sob a responsabilidade do município
de 1950; o Centro Técnico de Aeronáutica da Rede de Ensino Municipal (REM) de
(CTA), implantado em 1953 e que em 1969 São José dos Campos na continuidade do
se torna o Centro Técnico Aeroespacial, atu- trabalho com afinco, em prol de atingir os
almente denominado Departamento de Ci- objetivos para os quais se propõem, aper- 1974 1975 1977
Foi criada a primeira Foram criadas 09 escolas de Foi implantado o
ência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA)2; feiçoando-se constantemente. Com efeito,
escola de Educação Ensino Fundamental e 02 Plano de Educação
o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais a compreensão do funcionamento da edu- Infantil de Educação Infantil Infantil (PLANEDI)
(INPE), com surgimento no início de 1960. cação do município é aspecto importante
A cidade, nos anos 90 e início do século na prática de um currículo que proporcione
XXI, passa por um importante incremento a continuidade dos processos de ensino e
1984 1982 1980
no setor terciário, tornando-se um centro aprendizagem, resultando no engajamento Foram criadas Foram criadas 01 escola Foram criadas 03
regional de compras e serviços, com aten- dos sujeitos. 08 escolas de de Ensino Fundamental e escolas de Educação
dimento a aproximadamente 2 milhões de Educação Infantil 03 de Educação Infantil Infantil e 02 creches

habitantes do Vale do Paraíba e sul de Mi- 1.1.2 A educação de São


nas Gerais. José dos Campos: da
Educação Infantil ao 1988 1989
O município continua com crescimen- Foram criadas 01 escola de Foi criada uma escola de
to expressivo e busca oferecer qualidade de Ensino Fundamental Ensino Fundamental e 01 Creche Ensino Fundamental
vida aos seus cidadãos. Atualmente, o Índi- Visitar a história de uma rede de en-
ce de Desenvolvimento Humano (IDHM)3 sino e dos documentos que a embasam pos-
de São José dos Campos, que considera in- sibilita, a todos os envolvidos no processo 1993 1992 1991
dicadores como longevidade, saúde, renda e educacional, a percepção ímpar do ponto Foram criadas Foram criadas 03 escolas de Foram criadas
educação e varia de 0 a 1, é de 0,807, o que 01 escola de Ensino Fundamental, 14 de 08 escolas de
de partida, das conquistas que se estabele- Educação Infantil Educação Infantil, 29 Núcleos de Ensino Fundamental
situa esse município na faixa de Desenvol- ceram ao longo do tempo e do intuito de se e 01 creche Educação Infantil e 06 Creches
vimento Humano Muito Alto (IDHM entre elaborar um currículo que amplia e define
0,800 e 1). caminhos, organizando as práticas educa-
tivas, com foco na formação de um sujeito
A dimensão que mais contribui para 1994 1995 1997
integral. Foram criadas 01 escola de Ensino Foi criada 01 escola de Foram criadas 01 escola
o IDHM do município é longevida-
Fundamental Supletivo, 02 de Ensino Fundamental de Educação Infantil e
de, com índice de 0,855, seguida de O ensino na Rede Municipal de São Educação Infantil e 01 creche 02 creches
renda, com índice de 0,804, e de edu-
José dos Campos acontecia de forma não
cação, que passou de 0,409 em 1991
institucionalizada até o ano de 1961, quan-
para 0,764 em 2010.4
do foram criadas as primeiras classes sob a 1999 1998
[2] AEITA – Associação dos Engenheiros do ITA. His- Foram criadas 03 Foram criadas 02 escolas de
responsabilidade do município. A partir de
tória do ITA: 1941 a 1950. Disponível em: http:// escolas de Ensino Ensino Fundamental, 02 de
www.aeitaonline.com.br/wiki/index.php?title=His- então, a rede cresceu em tamanho e ganhou Fundamental Educação Infantil e 01 Núcleo
t%C3%B3ria_do_ITA_1941_a_1950#1941. Acesso muito em qualidade. A linha do tempo a se- de Educação Infantil
em: 21 ago. 2020.
guir mostra seu crescimento exponencial
[3] IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-
tística. Cidades - São José dos Campos. Disponível por 39 anos até ser definida como Sistema
em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/sao-jose- Municipal de Ensino em dezembro de 2000. 2000 2002
-dos-campos/panorama. Acesso em: 21 ago. 2020. Cria-se o projeto Criado o Sistema
[4] Disponível em: http://www.atlasbrasil.org. CECOI/CEDIN – rede parceira Municipal de Ensino

16 br/2013/pt/perfil_m/sao-jose-dos-campos_sp. Acesso em: 21 ago. 2020. Fonte: INDICAÇÃO CME Nº. 01/00 – Aprovada em 21/12/2000.
17
Lei 6.103/02, de 03/06/2002.
Atualmente, a rede conta com 159 e documentos norteadores estaduais e fe- mático, Psicomotricidade e Ciência e Saúde. Matriz Curricular da rede que definisse um
unidades escolares, sendo que 112 são de derais, nas avaliações externas e nos dados Em 1985, o documento foi reestruturado, alinhamento dos processos de ensino em
Educação Infantil, atendendo a 31.760 es- de aproveitamento e aprendizagem dos alu- passando a ser composto também do Con- todas as unidades, bem como assegurasse a
tudantes. Das escolas da Educação Infan- nos, trabalhando constantemente com foco teúdo Programático a ser desenvolvido com progressão e aprofundamento do aprendi-
til, 46 atendem em período integral de 10 na melhoria da qualidade da educação que o objetivo de assegurar a aprendizagem das zado do estudante.
horas e as demais 66 atendem em período oferece a seus estudantes. crianças. Em 1990, iniciou-se uma nova re-
Nos anos de 2011 e 2012, contando
parcial de 5 horas. No Ensino Fundamen- estruturação no Plano Curricular, passando
com a parceria e consultoria da Organização
tal são 47 escolas, dessas, 43 atendem aos 1.1.3 Histórico da rede e dos a ser dividido em: Linguagem, Psicomotri-
das Nações Unidas para a Educação, a Ciên-
Anos Iniciais e Anos Finais e 04 atendem documentos curriculares cidade, Raciocínio Lógico, Ciências Natu-
cia e a Cultura (UNESCO), esse estudo foi
somente aos Anos Iniciais. Das escolas de de São José dos Campos rais e Ciências Sociais.
ampliado e passou a envolver os professores
Ensino Fundamental, 12 ofertam a jornada
A Rede de Ensino Municipal de São Com um Plano Curricular totalmente da rede. Encontros aconteciam em Horário
ampliada na modalidade ensino integral e
José dos Campos, até 2008, apoiava-se so- reestruturado, em 1992 se apresenta a pro- de Trabalho Coletivo (HTC), unindo Orien-
10, a modalidade de Educação de Jovens e
mente em documentos curriculares federais posta de trabalhar do Infantil I ao Infan- tadores de Ensino da Secretaria Municipal
Adultos, totalizando 37.809 estudantes ma-
e estaduais para definir seu ensino. Poste- til IV as disciplinas de Língua Portuguesa, de Educação e professores de cada compo-
triculados5.
riormente, Educação Infantil e Ensino Fun- Matemática, Educação Artística, Educação nente e etapa do Ensino Fundamental. Na
A Secretaria de Educação e Cidada- damental construíram documentos orien- Física, Estudos Sociais e Ciências Naturais. Educação Infantil, os professores foram
nia é o órgão responsável por gerir, defi- tadores próprios, sempre com o objetivo de divididos por eixos de conhecimento, por
No ano de 1998, iniciaram-se os estu-
nir metas e procedimentos que norteiam o assegurar conteúdos base aos alunos, ade- representatividade das Unidades Escolares.
dos acerca do Referencial Curricular Nacio-
trabalho desenvolvido na Rede de Ensino quando-os às especificidades regionais. Nesses encontros, foi construída a Matriz
nal elaborado pelo Ministério da Educação
Municipal, além de acompanhar e avaliar os Curricular da Rede de Ensino Municipal de
A Educação Infantil, até 1984, apoia- (MEC) para a Educação Infantil, que tinha
resultados. Sempre pautada em diretrizes São José dos Campos de forma coletiva e
va-se em um Plano Curricular, documento por objetivo alinhar ações e referências pe-
colaborativa.
norteador da prática pedagógica organizado dagógicas em todo território nacional, tra-
[5] Dados disponíveis em: http://censobasico.inep.
gov.br. Acesso em: 17 ago. 2020. em: Linguagens, Raciocínio Lógico-Mate- zendo reflexões sobre as faixas etárias de Com a homologação da Base Nacional
creche (0 a 3 anos) e pré-escola (4 a 6 anos), Comum Curricular (BNCC) em 20176, do-
documento que passa a ser fruto de investi- cumento de caráter normativo que define o
Para saber mais: mento da REM. conjunto de competências essenciais à Edu-
cação Básica, a Rede de Ensino Municipal
Em 2009, foi elaborada a Proposta
de São José dos Campos promoveu o “Fó-
Curricular para Berçários, a fim de qualifi-
rum de Educação – Currículo e Inovação”7,
car o atendimento às crianças de zero a três
anos, segmento creche, articulando cuida- [6] BRASIL. Base Nacional Comum Curricular
(BNCC). Educação é a Base. Brasília: MEC/CONSED/
dos e educação. Já o Ensino Fundamental UNDIME, 2018. Disponível em: http://basenacional-
utilizava até 2009 os Guias Curriculares comum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/
Lei de Diretrizes e Bases da Plano Nacional de Educação bncc-20dez-site.pdf. Acesso em: 27 ago. 2020.
Educação (LDBEN n.º 9.394/96) (PNE Lei n.º 13.005/2014) propostos para as disciplinas do núcleo co-
http://portal.mec.gov.br http://pne.mec.gov.br/ [7] A Prefeitura de São José dos Campos, em parce-
mum do ensino do 1º grau (1975) e os Parâ- ria com a Fundação Lemann, realizou entre os dias
metros Curriculares Nacionais de todas as 16 e 20 de outubro de 2017, o Fórum de Educação
“Currículo e Inovação”, com o objetivo de oferecer,
áreas, incluindo temas transversais (1997).
aos profissionais da área da educação e interessa-
dos, a oportunidade de aprimoramento de seus
No ano de 2010, a equipe técnica da conhecimentos e reflexão sobre a Base Nacional
Rede de Ensino Municipal iniciou um es- Comum Curricular e a Matriz Curricular da rede.
As atividades foram divididas em blocos em que
tudo dos guias e parâmetros utilizados até os palestrantes convidados discorreram sobre
então na Educação Infantil e no Ensino a BNCC, e comunicações orais com orientadores
Base Nacional Comum Curricular - Currículo Paulista (2019) Plano Municipal de Educação
BNCC (2017) www.escoladeformacao.sp.gov.br (Lei n.º 9298/2015) pedagógicos da REM para aprofundar o tema por
Fundamental, no intuito de construir uma área de conhecimento.
http://basenacionalcomum.mec.gov.br www.sjc.sp.gov.br
18 19
a partir de uma versão ainda preliminar da 1.2 Princípios da Rede § 2º Na organização da proposta cur- Nessa concepção de currículo, as
BNCC, iniciando os estudos desse docu- ricular, deve-se assegurar o entendi- aprendizagens necessárias para a formação
de Ensino Municipal mento de currículo como experiências
mento. não são um fim em si mesmas, mas um meio
de São José dos escolares que se desdobram em torno
dialógico e socializador para uma constru-
do conhecimento, permeadas pelas
No início de 2018, de posse da Base
Campos relações sociais, articulando vivên-
ção que leva em conta as culturas dos envol-
Nacional Comum Curricular homologada,
cias e saberes dos estudantes com os vidos no processo de educação. Na mesma
os professores realizaram a análise desse O Currículo da Rede de Ensino Muni-
conhecimentos historicamente acu- perspectiva, Palanch (2016) defende que o
documento, tomando ciência de sua orga- cipal de São José dos Campos compreende
mulados e contribuindo para cons- currículo envolve saberes, conhecimentos
nização e fundamentos, bem como o estu- o estudante em sua integralidade, isto é, um truir as identidades dos educandos escolares e mobiliza relações entre agentes
do das competências gerais propostas. Em sujeito que se constitui a partir do desenvol- (BRASIL, 2013, p. 66). escolares, propiciando uma construção cul-
setembro deste mesmo ano, os professores vimento dos aspectos físico, afetivo, social
tural por meio de uma prática complexa e
participaram de um ciclo formativo, orga- e cognitivo. Considera as características da Conforme destacado nas Diretrizes
promovendo diversos pontos de vista e pro-
nizado pela Secretaria de Educação e Cida- criança, do adolescente, do jovem e do adul- Curriculares Nacionais, fica evidente um
dução de diferentes significados. Logo, o
dania, com pautas formativas voltadas ao to na organização dos tempos, dos espaços conceito de currículo que extrapola a tra-
currículo é um lugar em que tensões se apre-
estudo das versões preliminares do Currí- e dos materiais de cada etapa e modalidade dicional lista de conteúdos de um curso
sentam a partir da multiplicidade de pers-
culo Paulista, com o objetivo de contribuir de ensino, como a importância do brincar, escolar, tratando assim de uma construção
pectivas que emanam de relações sociais,
e participar de consulta pública proposta na a integração dos saberes do cotidiano e das humana em espaços sociais, em que as ex-
culturais, políticas e históricas, as quais se
construção do documento. experiências extraescolares com vistas ao periências e saberes dos educandos se rela-
materializam na prática educativa, regulam
desenvolvimento e aprendizagens do estu- cionam com o acúmulo de conhecimento da
No decorrer de 2019, os professores e emancipam os agentes envolvidos.
dante. humanidade, promovendo a reconstrução
dos diferentes componentes curriculares e
das identidades dos envolvidos na relação. O currículo também possui uma fun-
etapas do Ensino Fundamental formaram
grupos, organizados pelos Orientadores de 1.2.1 Concepção de Currículo O conceito de currículo se modificou
ção política e social, uma vez que busca pro-

Ensino da Secretaria de Educação e Cida- da Rede de Ensino historicamente ao longo dos séculos, bus-
mover a equidade e a qualidade, garantindo

dania, e iniciaram as discussões para a ade- Municipal cando atender às especificidades distintas
o direito dos estudantes à aprendizagem,
prevendo um conjunto de competências e
quação do novo Currículo da rede, conside- de cada local. Na concepção de Pacheco
As Diretrizes Curriculares Nacionais habilidades essenciais para a formação in-
rando as novas diretrizes legais vigentes. Na (2001), o currículo se constrói e se desen-
Gerais para a Educação Básica definem: tegral do sujeito e o exercício da cidadania.
Educação Infantil, o movimento formativo volve de modo interativo, a partir de um
envolveu todas as unidades escolares, abor- Art. 13. O currículo [...] configura-se projeto pensado para um contexto e socie-
Não podemos esquecer que o currícu-
dando as temáticas concepção de criança, como o conjunto de valores e práti- dade bem determinados. Nesse contexto, lo supõe a concretização dos fins so-
direito de aprendizagem e desenvolvimen- cas que proporcionam a produção, a interagem estruturas de ordem política, ciais e culturais, de socialização, que
socialização de significados no espa- social e cultural, que abarcam interesses e se atribui à educação escolarizada,
to, campos de experiência e o papel do pro-
ço social e contribuem intensamente ou de ajuda ao seu desenvolvimento,
fessor, tendo a participação dos professores responsabilidades. Nessa representação, a
para a construção de identidades so- de estímulo e cenário, o reflexo de um
por meio de consulta pública e grupos de perspectiva do currículo é pautada em um
cioculturais dos educandos. modelo educativo determinado, pelo
referência na escrita do Currículo. processo contínuo e passível de alterações
que necessariamente tem de ser um
§ 1º O currículo deve difundir os valo- pelos sujeitos. Pacheco (2001, p. 15) ressal- tema controvertido e ideológico, de
O documento que aqui se apresenta é
res fundamentais do interesse social, ta que: difícil concretização num modelo ou
resultado desse trabalho conjunto e integra-
dos direitos e deveres dos cidadãos, proposição simples. [...] Não devemos
do de todos os profissionais que atuam na do respeito ao bem comum e à ordem [...] o currículo é o centro da atividade esquecer que o currículo não é uma
educação da Rede de Ensino Municipal de democrática, considerando as condi- educacional e assume o papel norma- realidade abstrata à margem do sis-
São José dos Campos. ções de escolaridade dos estudantes tivo de exigências acadêmicas, mas tema educativo em que se desenvolve
em cada estabelecimento, a orienta- não deve estar totalmente previsível e para o qual se planeja. (SACRIS-
ção para o trabalho, a promoção de e calculado. TÁN, 2000, p. 15)
práticas educativas formais e não-
-formais.
20 21
Nesse sentido, o currículo é vivo, mul- Partindo da concepção política e social Assumir a concepção de Educação 1.2.3 Conceito de equidade
tifacetado, plural e integrador, pois é cons- do Currículo, a Rede de Ensino Municipal Integral como proposta formativa deste
A Rede de Ensino Municipal de São
tituído por diferentes dimensões, agentes e de São José dos Campos se apropria de três Currículo também pressupõe a constitui-
José dos Campos possui como um de seus
demandas da sociedade e de seus tempos. conceitos norteadores: Conceito de Educa- ção de políticas públicas e práticas educa-
princípios a equidade, que reconhece e res-
Além disso, constitui-se num documento ção Integral, Conceito de equidade, Concei- tivas inclusivas e emancipatórias pautadas
peita as diferentes características física, in-
norteador e orientador fundamental à prá- to de qualidade. Tais conceitos constituem nos quatro princípios da Educação Integral:
telectual e social do estudante e intervém,
tica pedagógica, já que possibilita uma for- os princípios que devem sustentar toda a equidade, contemporaneidade, inclusão
oportunizando e fortalecendo, independen-
ma concreta de se olhar para o processo de ação educativa, desde as diretrizes definidas e sustentabilidade propostos por Weffort,
te da realidade socioeconômica, cultural,
ensino e de aprendizagem. O currículo não pela Secretaria de Educação e Cidadania até Andrade e Costa (2019).
étnico-racial e geográfica, o direito à apren-
oferece todas as respostas à dinâmica edu- o processo de ensino e de aprendizagem do
dizagem.
cativa, mas aponta caminhos, conceitos, estudante. Equidade ao reconhecer o direito de
procedimentos, valores, orientando a toma- todos de aprender e acessar oportu- O município de São José dos Campos
nidades educativas, diferenciadas e
da de decisões sobre o processo que se dá 1.2.2 Conceito de Educação possui dimensões territoriais significativas
diversificadas.
nas escolhas do professor ao planejar, de- Integral e, desde o início da sua história, apresenta
senvolver e avaliar sua prática pedagógica. um fluxo migratório e imigratório expressi-
Inclusiva por reconhecer a singula-
Assim: O Currículo da Rede de Ensino Muni-
ridade dos sujeitos, suas múltiplas vo em razão das suas diferentes atividades
cipal de São José dos Campos considera a identidades e a pertinência de um econômicas. Todo esse contexto contribui
O professor transforma o conteúdo do Educação Integral como princípio formati- projeto educativo para todos. para marcar a diversidade e as diferenças
currículo de acordo com suas próprias vo, que promove a formação do estudante
sociais, econômicas e culturais que consti-
concepções epistemológicas e tam- nas dimensões física, intelectual, afetiva, Contemporânea por dialogar com
bém o elabora em conhecimento “pe- as demandas do século XXI, buscan- tuem as diferentes identidades do estudan-
cultural e social, visando a sua participação
dagogicamente elaborado” de algum do formar um sujeito crítico, autôno- te da rede.
de forma autônoma e crítica consigo mesmo
tipo e nível de formalização enquanto mo e responsável consigo e com o
a formação estritamente pedagógica e com o mundo, exercendo o protagonismo. Considerando o princípio da equida-
mundo.
lhe faça organizar e acondicionar os de, não basta reconhecer as diferentes iden-
A Educação Integral como proposta
conteúdos da matéria, adequando-os Sustentável no sentido de se com- tidades do estudante, é necessário também
para os alunos. (SACRISTÁN, 2000,
formativa não está apenas relacionada ao prometer com processos educativos considerar suas características, potências,
p. 185) tempo ampliado, uma vez que o tempo a contextualizados, sustentáveis no limites e necessidades, ou seja, sua singu-
mais na escola não necessariamente qua- tempo e espaço, em busca da inte-
laridade, para que se possa garantir a igual-
Dentro desta perspectiva, a Rede de lifica a formação do estudante. Ela pressu- gração entre o que se aprende e o
que se pratica.
dade educacional, oportunizando o ingres-
Ensino Municipal de São José dos Campos põe que a formação humana é um processo
so, a permanência e o direito de aprender de
compreende o currículo não como um do- multifacetado, complexo, e que o desenvol-
cada um deles.
cumento acabado, mas em constante pro- vimento e as aprendizagens são infinitos, Sustentada nestes princípios, deu-se a
cesso de construção, que explicita e valida pois acontecem o tempo todo ao longo de adequação do Currículo da Rede Municipal Nesse sentido, o currículo é um docu-
os conhecimentos que serão importantes na toda a vida, em todos os espaços, envolven- e, a partir deles, acontecerá a implemen- mento importante para o município, esco-
formação de cada cidadão. Assim, o currícu- do todas as dimensões do ser humano. Nes- tação deste documento. Priorizou-se um la e professores, que vem auxiliar de forma
lo também tem como propósito assegurar a se sentido, pensar um currículo a partir do conjunto de habilidades que os contemplas- eficiente na superação das desigualdades
aprendizagem e o desenvolvimento integral reconhecimento do estudante em todas as se sem deixar de lado as características de sociais, na promoção da equidade e da qua-
de cada estudante da rede, considerando dimensões é fundamental para que, de fato, cada indivíduo e território, tornando-se um lidade, assim como no direito às aprendiza-
seus interesses, necessidades e expectati- possa se desenvolver uma educação para a documento base e norteador que permite ao gens essenciais previstas pela Base Nacional
vas, de modo a desenvolver-se e apropriar- vida, em que o foco é o uso dos conhecimen- professor a constante adequação, conside- Comum Curricular a todos os estudantes
-se de conhecimentos, valores e atitudes tos e não apenas o acúmulo deles, conver- rando as necessidades de cada um dos estu- brasileiros.
que são necessários às demandas da vida gindo com o preconizado pela Base Nacio- dantes e suas comunidades.
contemporânea. nal Comum Curricular (BNCC). 

22 23
1.2.4 Conceito de qualidade aferição da qualidade. rupturas no trabalho pedagógico. Essa inte- da Criança (1959)11 e na Convenção sobre os
gração pretende ajudar os estudantes a se Direitos da Criança (1989)12. A Constituição
Outro princípio base da Rede de En- A Rede de Ensino Municipal busca
adaptar com mais facilidade à nova realida- Federal (1988)13 prevê a proteção integral
sino Municipal de São José dos Campos é o garantir e investir em elementos essenciais
de, contribuindo tanto para suas aprendiza- à criança e ao adolescente e, finalmente,
da qualidade, o qual é compreendido como ao desenvolvimento e à aprendizagem dos
gens, como para as relações interpessoais. dois anos mais tarde, é sancionada a Lei
um conjunto de políticas públicas e ações estudantes: infraestrutura física adequada,
Portanto, a qualidade do trabalho realizado n.º 8.069/1990, o Estatuto da Criança e do
técnico-pedagógicas que busca garantir e formação continuada, recursos tecnológi-
demanda ações planejadas e compartilha- Adolescente, que considera criança a pes-
investir em elementos essenciais ao desen- cos, equipe técnica pedagógica, acompa-
das com toda a família. soa até os doze anos de idade incompletos,
volvimento e aprendizagem do estudante. nhamento e gestão de resultados, promoção
e adolescente a pessoa entre 12 e 18 anos de
de programas e projetos inovadores. Nesse processo de transição para o
A Rede de Ensino Municipal possui idade.
Ensino Fundamental, a rede zela pelo di-
indicadores de qualidade alinhados aos in-
reito às aprendizagens sem ferir o direito O ECA reconhece a criança e o ado-
dicadores nacionais. No entanto, entende- 1.3 Ensino Fundamental
de brincar. O brincar é atividade impor- lescente como sujeitos titulares de todos os
-se que este é um conceito ativo, construído
tantíssima na infância, fundamental para o direitos fundamentais inerentes à pessoa
e reconstruído sistematicamente, sempre 1.3.1 Articulação entre a seu desenvolvimento e, por isso, não deve humana. Desta forma, ambos passam a ser
com foco na melhoria contínua, superação Educação Infantil e o ser entendido como perda de tempo. As vistos como pessoas em condições peculia-
dos atuais e de outros indicadores que vi- Ensino Fundamental atividades propostas às crianças do Ensino res de desenvolvimento físico, cognitivo,
rão, em prol de assegurar ao estudante o di-
A Rede de Ensino Municipal de São Fundamental devem considerar o direito emocional, social e cultural. Além de não
reito à educação.
José dos Campos, com o objetivo de asse- de brincar com a devida importância para o contarem com meios próprios para suprir
O material Indicadores da Qualidade gurar os direitos estabelecidos pelo Esta- processo de ensino e de aprendizagem. suas necessidades básicas.
na Educação8 (2004) propõe, numa visão tuto da Criança e do Adolescente (ECA)9 e Esta é a concepção que orienta a for-
ampla, sete dimensões de qualidade educa- garantir um percurso contínuo de aprendi- 1.3.2 Concepção de infância e ma de pensar o processo de ensino e apren-
tiva, sendo elas: ambiente educativo; prática zagens às crianças recém-chegadas da Edu- de adolescência dizagem dos estudantes de São José dos
pedagógica; avaliação; gestão escolar demo- cação Infantil ao Ensino Fundamental, ela-
A concepção de criança e adolescen- Campos, levando em consideração que estes
crática; formação e condições de trabalho bora ações sistematizadas, desde 2018, com
te como sujeitos de direitos, instituída pelo são seres que possuem bagagem histórica,
dos profissionais da escola; ambiente físico foco na transição de uma etapa para a outra,
Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), é cultural e social produzidas a partir de sua
escolar; acesso, permanência e sucesso na reconhecendo as necessidades e especifici-
recente e tem origem em meados do século identidade e vivências com o outro e com o
escola. A REM referencia-se nessas dimen- dades da faixa etária e os conflitos que en-
XIX. Anteriormente, a criança era conside- meio em que estão inseridos.
sões e agrega outras para elucidar políticas volvem essa mudança.
rada um sujeito inacabado, sem direitos e
e ações que têm como objetivo fim a quali-
O 1º ano do Ensino Fundamental re- sem desejos. Passava a ser independente, a [11] A Declaração dos Direitos da Criança foi ado-
dade do processo educacional. Assim, este
presenta um marco tanto para as crianças, cuidar de si mesma e a frequentar o mundo tada pela Assembleia das Nações Unidas de 20
documento assume a qualidade educativa de novembro de 1959 e ratificada pelo Brasil na
quanto para seus familiares. A passagem dos adultos, como um deles, por volta dos mesma data. É uma adaptação para as crianças da
como um conceito ativo e considera as di-
entre as várias etapas de escolaridade deve sete anos de idade, quando eram tratadas Declaração Universal dos Direitos Humanos e traz
mensões como parâmetros para a constante dez princípios básicos para que elas possam viver
prever a integração dos estudantes aos no- como adultos em miniatura. As primeiras dignamente.
[8] O material Indicadores da Qualidade na Educa- vos desafios. Nesse sentido, algumas ações menções de preocupação de cuidados com [12] A Convenção sobre os Direitos da Criança foi
ção (Indique) é resultado de um trabalho coorde-
nado pela Ação Educativa, Fundo das Nações Uni- importantes são iniciadas ao fim do Pré a infância foram expressas na Declaração adotada pela Assembleia Geral da ONU em 20 de
novembro de 1989. É o instrumento de direitos hu-
das para a Infância − Unicef −, Programa da Nações II, último ano da Educação Infantil, e te- Universal dos Direitos Humanos (1948)10, manos mais aceito na história universal, confirma-
Unidas para o Desenvolvimento − PNUD −, Institu-
to Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais −
rão continuidade no 1º ano, a fim de evitar posteriormente, na Declaração dos Direitos do por 196 países. O Brasil ratificou a Convenção
sobre os Direitos da Criança em 24 de setembro
Inep − e Ministério da Educação − MEC. Publicado
de 1990.
em 2004, consiste em uma proposta metodológica [10] A Declaração Universal dos Direitos Humanos
participativa e em um sistema de indicadores por [9] A Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990, dispõe é um documento marcante na história dos direi- [13] A Constituição da República Federativa do
meio dos quais a comunidade avalia a situação de sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e tos humanos, foi elaborada por representantes de Brasil de 1988 foi promulgada em 05 de outubro,
diferentes aspectos da escola, identifica priorida- dá outras providências, é o principal instrumento diferentes origens jurídicas e culturais de todas as sendo o parâmetro para as demais legislações vi-
des, estabelece um plano de ação e implementa e normativo do Brasil no que tange aos direitos da regiões do mundo e proclamada em Paris, em 10 gentes no país, e reestabeleceu a inviolabilidade
monitora ações voltadas à qualidade na educação. criança e do adolescente. de dezembro de 1948. de direitos e liberdades básicas.
24 25
Apesar de infância e adolescência
COMPETÊNCIAS 1. Conhecimento
apresentarem algumas características co-
muns, é preciso considerar o percurso edu- 10. Responsabilidade e cidadania GERAIS O que: Valorizar e utilizar
os conhecimentos sobre o
Para: Entender e explicar
a realidade, continuar
O que: Agir pessoal Para: Tomar decisões mundo físico, social, aprendendo e colaborar
cativo de cada estudante e as especificidades
BNCC
e coletivamente com com base em princípios cultural e digital com a sociedade
de cada fase do desenvolvimento. Crianças autonomia, responsabilidade, éticos, democráticos,
e adolescentes participam da vida social, flexibilidade, resiliência e inclusivos, sustentáveis
determinação e solidários
frequentam diferentes espaços, fazem es-
2. Pensamento científico,
colhas e influenciam até mesmo segmentos
crítico e criativo
econômicos; portanto, a Rede de Ensino O que: Exercitar Para: Investigar
Municipal assegura ações de acolhimento a curiosidade causas, elaborar
intelectual e e testar hipóteses,
aos estudantes, reconhecendo seus interes- 9. Empatia e cooperação utilizar as ciências formular e resolver
ses, necessidades individuais e coletivas, O que: Para: Fazer-se com criticidade e problemas e criar
promovendo o desenvolvimento e a apren- Exercitar respeitar e promover criatividade soluções
a empatia, o o respeito ao outro
dizagem de forma integral. diálogo, a e aos direitos
resolução de humanos, com
conflitos e a acolhimento e
1.3.3 Competências do Ensino cooperação valorização da
3. Repertório cultural
O que: Para: Fruir
Fundamental da Rede diversidade, sem
Valorizar e participar
Municipal de São José preconceitos de
as diversas de práticas
qualquer natureza
dos Campos manifestações diversificadas
artísticas e da produção
A Secretaria de Educação e Cidada- culturais artístico-cultural
nia apropriou-se das dez competências ge-
rais propostas pela Base Nacional Comum
Curricular (2017), que se inter-relacionam 8. Autoconhecimento 4. Comunicação
e autocuidado O que: Para: Expressar-se e
e visam à construção de conhecimentos, va- O que: Conhecer-se,
Utilizar partilhar informações,
lores e atitudes necessários para a vida na compreender-se na
diferentes experiências, ideias,
construção do Currículo da Rede de Ensino diversidade humana
linguagens sentimentos e produzir
e apreciar-se
Municipal de São José dos Campos. sentidos que levem ao
Para: Cuidar de sua entendimento mútuo
saúde física e emocional,
Entende-se aqui por competência um
reconhecendo suas
conjunto de conhecimentos, habilidades, emoções e as dos outros,
valores e atitudes que são mobilizados para com autocrítica e
capacidade para lidar 5. Cultura digital
a solução de demandas da vida cotidiana, O que: Compreender, Para: Comunicar-se,
com elas
do exercício da cidadania e do mundo do utilizar e criar acessar e produzir
trabalho. tecnologias digitais informações e
de forma crítica, conhecimentos, resolver
A Secretaria de Educação e Cidadania significativa e ética problemas e exercer
protagonismo e autoria
acredita que o trabalho pedagógico com foco
7. Argumentação
na apropriação de cada uma das competên-
O que: Argumentar Para: Formular, negociar
cias acima elencadas é fundamental para a com base em fatos, e defender ideias, pontos
formação de cidadãos multifacetados, pre- dados e informações de vista e decisões comuns, 6. Trabalho
confiáveis com base em direitos O que: Valorizar Para: Entender o mundo do trabalho
parados para a vida adulta, considerando as humanos, consciência e apropriar-se de e fazer escolhas alinhadas à cidadania
necessidades da sociedade contemporânea. socioambiental, consumo conhecimentos e ao seu projeto de vida com liberdade,
responsável e ética e experiências autonomia, criticidade e responsabilidade

26 27
1.4 Aprendizagem, entende-se que a articulação dos conceitos 1.4.2 Avaliação [...] uma avaliação formativa infor-
de desenvolvimento e de aprendizagem são ma os dois principais atores do pro-
ensino e avaliação A Rede de Ensino Municipal de São cesso. O professor, que será informa-
fundamentais na implementação de um
na Rede de Ensino currículo pautado na concepção de educa-
José dos Campos compreende a avaliação do dos efeitos reais de seu trabalho
pedagógico, poderá regular sua ação
Municipal ção integral.
escolar como um instrumento de ação pe-
a partir disso. O aluno, que não so-
dagógica, que possibilita aos professores e a
mente saberá onde anda, mas poderá
A escola e seus agentes devem apro- todos os profissionais da educação o acom-
1.4.1 Ensino e Aprendizagem priar-se e desenvolver práticas pedagógicas panhamento do desenvolvimento da apren-
tomar consciência das dificuldades
que encontra e tornar-se-á capaz, na
A Secretaria de Educação e Cidada- integradoras e contextualizadas com o obje- dizagem. Sob essa perspectiva, a avaliação melhor das hipóteses, de reconhecer e
nia entende que o ensino e a aprendizagem tivo de potencializar e facilitar o processo de produz informações importantes para o corrigir ele próprio seus erros. (HAD-
são processos que se dão ao longo da vida construção do conhecimento. O uso de tais professor, no que se refere às necessidades JI, 2001, p. 20).
e consideram o professor e estudante como práticas colabora e impulsiona a construção de aprendizagem dos estudantes, oferecen-
do conhecimento de forma individual e co- De acordo com Hadji (2001), a avalia-
agentes ativos. Esses processos favorecem a do subsídios à elaboração dos planos de en-
letiva, promovendo um ciclo de aprendiza- ção é um instrumento que está a serviço do
formação humana nas dimensões intelectu- sino e de aula, assim como adequações ao
gem contínua. processo de ensino e de aprendizagem. De
al, física, social, cultural e emocional. Ao es- planejamento e à prática educativa, neces-
ensino, oferecendo ao professor elementos
tudante, em condições específicas, possibi- sárias para que os estudantes desenvolvam
Assim, todos que no dia a dia partici- que revelam potencialidades e fragilidades
lita-se o desenvolvimento de competências progressivamente as habilidades previstas
pam do processo formativo dos estudantes para que assim seja capaz de aprimorar sua
e habilidades para exercer seu papel social na BNCC, assegurando a todos as compe-
devem reconhecer a escola como espaço prática pedagógica. Da aprendizagem, uma
enquanto cidadão. O professor, ao conduzir tências requeridas ao término da Educação
privilegiado para a promoção do desenvol- vez que explicita aos estudantes os saberes
o processo de ensino, tem a oportunidade Básica.
vimento das potencialidades humanas, su- já conquistados e os que ainda precisam ser
de desenvolver competências e habilidades perando a concepção do ensino com foco A concepção de avaliação formati- adquiridos e/ou reorganizados.
pertinentes à vida profissional e social, além apenas no desenvolvimento intelectual. va compreende que avaliar só faz sentido
de aprimorar-se nas diferentes dimensões. A avaliação diagnóstica, que tem por
se tem a intenção de fornecer indicadores
No ciclo de aprendizagem contínua objetivo mapear os conhecimentos prévios
Considerando que para a reorganização da prática educativa, e
que se pretende estabelecer, o engajamen- dos estudantes, faz parte também da prática
a Rede de Ensino Municipal acredita nessa
to, a investigação e o ato de experimentar, pedagógica e compõe o processo avaliativo,
[...] o desenvolvimento refere-se a um concepção. Por meio da avaliação formati-
processo de origem natural, biológi-
demonstrar e compartilhar os caminhos uma vez que auxilia o professor no planeja-
va, o professor pode tomar consciência dos
ca, fisiológica, que tem uma tendência percorridos da ação do estudante sobre o mento de ensino. Por fim, utiliza-se a ava-
avanços e necessidades de aprendizagem
espontânea (programada pela gené- objeto de conhecimento proporcionam o liação cumulativa na intenção de verificar
dos estudantes durante o processo de ensi-
tica), mas é fortemente condicionado exercício da autonomia e do protagonismo se os estudantes adquiriram as habilidades
por fatores ambientais [...] (WEF- no e de aprendizagem.
no processo de desenvolvimento e aprendi- e competências incialmente previstas.
FORT; ANDRADE; COSTA, 2019, p. zagem. O que se diferencia de práticas me-
26),
nos integradoras que têm como base o indi- TIPOS DE AVALIAÇÃO E SUA FUNÇÕES
e a aprendizagem vidualismo, a memorização, a reprodução e
OBJETIVO TEMPO FUNÇÃO
a repetição sem reflexão.
AVALIAÇÃO Identificar os conhecimentos No início do pro- Auxiliar no planejamento e definição
[...] refere-se a um processo de base DIAGNÓSTICA prévios. cesso educativo. dos objetivos de aprendizagem.
No entanto, para efetivamente pensar
natural, fisiológica e neural, mas que Verificar se os objetivos de aprendi-
por força da cultura e da educação, o ensino e a aprendizagem, não basta defi-
AVALIAÇÃO Verificar as aprendizagens Ao final do proces- zagem foram alcançados, ajustar e
torna-se intencionalmente condicio- nir o que e como ensinar, é preciso saber a CUMULATIVA conquistadas. so educativo. retomar o trabalho com as habilidades
nada e dirigida a certas formas de re- quem ensinamos, quem são e como são os que não foram adquiridas.
sultado [...] (WEFFORT; ANDRADE; nossos estudantes, além de suas caracterís- Oferecer ao professor ele-
COSTA, 2019, p. 23), mentos que direcionam o Aprimorar a prática pedagógica e
ticas culturais, sociais e de seu território. AVALIAÇÃO Ao longo do pro-
processo de ensino e explicita garantir o direito à aprendizagem de
FORMATIVA cesso educativo.
aos estudantes os saberes qualidade com foco na equidade.
conquistados.
28 29
No processo avaliativo é necessário formativa realizada nas unidades escolares ver, trabalhar e vivenciar hábitos, atitudes Corroborando Imbernón (2011), a
que se considerem as aprendizagens pro- que traz informações específicas do desen- e valores fundamentais para a vida. Apren- Rede de Ensino Municipal investe em pro-
postas no Currículo da Rede de Ensino Mu- volvimento do aluno e suas particularidades dizagens essenciais no processo de humani- cessos formativos que se dão na prática e a
nicipal. A avaliação deve, de fato, acompa- se une às informações reveladas pelas ava- zação das relações, conforme apresentadas partir dela.
nhar, de forma processual, a aprendizagem liações externas que têm o objetivo de bus- pela BNCC (2017). Para isso, a Rede de En-
do estudante e possibilitar a reflexão sobre car uma uniformidade da rede na promoção sino Municipal investe e promove diferen- 1.5.3 Acesso, permanência e
as práticas planejadas pelos professores. O da equidade. tes ações, programas e projetos com foco na sucesso escolar
uso de uma multiplicidade de estratégias e garantia e no exercício dos direitos e deve-
instrumentos de avaliação pode oferecer in- Uma avaliação da Educação Integral res, fortalecimento e desenvolvimento da A Rede de Ensino Municipal de São
num contexto institucional (autoava- José dos Campos, com vistas à promoção
dicadores importantes tanto para a gestão noção de cidadania e empatia, estímulo ao
liação) não passa pela substituição dos direitos, em especial o de concluir as
pedagógica em sala de aula, como para a desenvolvimento de hábitos e orientação de
das avaliações externas, mas busca
gestão escolar, permitindo o monitoramen- estudos. etapas da Educação Básica com aprendiza-
torná-las úteis localizando o papel
to e o acompanhamento das aprendizagens gem adequada, zela pelo acesso, permanên-
deste tipo de avaliação para a lei-
cia e sucesso de cada um dos estudantes.
essenciais que estão sendo asseguradas a tura de uma realidade educacional 1.5.2 Prática pedagógica
todos estudantes, além da elaboração de (BRANDÃO; COSTA, 2019, p. 20)
Em relação à permanência, a REM
políticas públicas que objetivem colaborar A Rede de Ensino Municipal de São
Desta forma, os dados observados nas realiza um acompanhamento sistemático
com o processo de ensino e aprendizagem. José dos Campos oferece diretrizes e sub-
escolas, por meio das avaliações formativa, com procedimentos preestabelecidos para
sidia o trabalho pedagógico nas Unidades
diagnóstica e cumulativa e os resultados identificação do estudante com baixa fre-
A avaliação deve nomear e clarificar Escolares para uma prática pedagógica in-
objetivos comuns e gerar aprendiza- obtidos nas avaliações externas compõem, quência, desde o levantamento dos motivos
dividualizada, que considera o lugar do es-
gem e reflexão sobre o caminho per- juntamente com os índices de evasão e re- da ausência, com intervenções junto aos
tudante, suas necessidades e potencialida-
corrido, orientando o planejamento tenção, um rol de informações necessárias à próprios estudantes e responsáveis e, em ca-
des, definindo e acompanhando processos
de maneira factível, ou seja, ilumi- sos necessários, o encaminhamento à rede
gestão de uma educação dentro dos princí- que devem ser assegurados em busca da
nando o compromisso que cada es- de proteção que atua na garantia de direitos
pios de equidade, qualidade e Educação In- qualidade de ensino, dentre eles: constru-
cola e cada organização do território da criança e do adolescente. Essas ações
pode e deve assumir para garantir tegral, nos quais a Secretaria de Educação ção e atualização do Projeto Político Peda-
e Cidadania se pauta para o planejamento têm por objetivo assegurar a frequência,
conjuntamente uma educação inte- gógico; definição de um período diagnósti-
gral de qualidade. (BRANDÃO; COS- e desenvolvimento de ações que garantam permanência e sucesso, evitar o abandono
co, no início do ano letivo, com o objetivo
TA, 2019, p. 18) o direito à aprendizagem de todos os estu- e a evasão.
de mapear as necessidades e saberes dos
dantes, além da definição de políticas públi- estudantes; planejamento e construção dos No que diz respeito ao sucesso, o ensi-
Ainda sobre o tema avaliação, a Se-
cas que sustentem a gestão da educação na Planos de Ensino alinhados ao Currículo; no do munícipio apresenta um histórico de
cretaria de Educação e Cidadania entende
Rede de Ensino Municipal. adequação de propostas pedagógicas aos busca e identificação das necessidades indi-
que a participação dos estudantes em ava-
alunos com deficiência; formação continu- viduais e coletivas de aprendizagem, consi-
liações externas, elaboradas pelo Governo
do Estado de São Paulo e Governo Federal, 1.5 O Currículo nos ada dos professores em serviço com base na derando as características de cada território
tríade formação, ação, formação: e investindo nas seguintes ações:
são parte importante no processo de ensino diversos contextos
e aprendizagem. A análise dos resultados
da cidade de São A reflexão prático-teórica sobre a • atenção diferenciada ao estudante
por escola funciona como uma bússola que
permite definir ou redefinir rotas, localizar
José dos Campos própria prática mediante a análi-
se, a compreensão, a interpretação
que apresenta diagnóstico de ex-
trema dificuldade ou defasagem de
pontos frágeis e direcionar a tomada de de- e a intervenção sobre a realidade. aprendizagem por meio de proje-
cisão por parte da rede de ensino no que se 1.5.1 Ambiente educativo A capacidade do professor de gerar
tos e/ou programas especiais;
conhecimento pedagógico por meio
refere à definição de políticas públicas, e do
A escola, enquanto microcosmo da da prática educativa. (IMBERNÓN, • propostas voltadas ao estudante
professor no sentido da busca por estraté-
sociedade, é constituída por espaços educa- 2011, p. 50) público-alvo da educação especial,
gias didáticas mais exitosas para cada re-
tivos privilegiados em que se pode promo- por meio dos Atendimentos Psico-
gião ou unidade escolar. Assim, a avaliação
30 31
pedagógicos Institucionais (API) laboratório maker. 1.5.5 Articulação do Currículo Cabe à Secretaria de Educação e Cida-
e dos Atendimentos Educacionais
• Centro de Formação do Educador com o Projeto Político dania apoiar e orientar os profissionais da
Especializados (AEE), garantidos
(CEFE) “Prof.ª Leny Bevilacqua”, Pedagógico das escolas educação no processo de elaboração ou ade-
em lei e portarias específicas; quação do Projeto Político Pedagógico das
espaço de trabalho colaborativo, O Currículo da Rede de Ensino Muni-
• oferta de jornada ampliada a es- Unidades Escolares, formando e orientando
no qual semanalmente acontecem cipal de São José dos Campos prevê compe-
tudantes na modalidade de ensino sobre a função deste documento.
as formações desenvolvidas pela tências e habilidades a serem desenvolvidas
integral em diferentes regiões, em REM. São 20 salas que possibilitam nos estudantes ao longo dos nove anos do
especial nas que se encontram em atividades constantes de interação Ensino Fundamental. Nas escolas, a imple- 1.6 Organização geral
situação de maior vulnerabilidade; entre educadores e formadores, mentação deste documento, de forma a tor- do Currículo do
de acordo com as características
• aprimoramento das práticas do
dos diversos componentes curri-
ná-lo vivo e funcional, concretiza-se quando
Ensino Fundamental
processo de alfabetização no esfor- é aliado à elaboração do Projeto Político Pe-
culares, laboratório de informáti- dagógico (PPP) de forma colaborativa por O Ensino Fundamental de São José
ço para que 100% dos estudantes
ca, ginástica laboral, reprografia e toda a comunidade escolar. O PPP é o do- dos Campos está dividido em duas etapas.
estejam alfabetizados ao fim do 2º
processamento de dados, espaço cumento que traduz os desejos e as necessi- Os Anos Iniciais, que são constituídos dos
ano;
para acervo audiovisual, dois estú- dades da comunidade, suas características, cinco primeiros anos, 1º ao 5º ano; e os
• investimento constante e expressi- dios para edição, dois auditórios e fragilidades, potencialidades e objetivos; Anos Finais, com os quatro últimos anos, 6º
vo em formação dos profissionais anfiteatro com capacidade para mil aponta os caminhos que serão percorridos ao 9º ano. Essas etapas têm processos con-
da educação. pessoas. para alcançá-los, define as responsabilida- tínuos e não lineares de formação, que con-
• Museu Interativo de Ciências des de cada um dos envolvidos em função sideram infância, puberdade e adolescência
1.5.4 Ambiente físico escolar para a formação integral dos estudantes.
(MIC), que pretende despertar o dos objetivos estabelecidos e prevê proces-
A Rede de Ensino Municipal de São interesse no uso da tecnologia, da sos de avaliação e redefinição de metas sem-
Este Currículo, elaborado em alinha-
José dos Campos, ao longo dos anos, inves- ciência e seu estudo, apoiando sig- pre que necessário.
mento com a Base Nacional Comum Curri-
te e zela pelos aspectos relacionados à infra- nificativamente o ensino na área e
Ressalta-se que o Projeto Político Pe- cular e o Currículo Paulista, preocupa-se em
estrutura física e material das unidades es- promovendo uma melhor compre-
dagógico é o documento que dá identidade a considerar o território em que está inserida
colares. As salas de aula são equipadas com ensão da natureza em prol da hu-
cada escola, posto que traz suas característi- a Rede de Ensino Municipal. Mantém algu-
projetor interativo, computadores, rede manidade por meio de atividades
cas e de seu território, as de seus estudantes mas habilidades da 1ª edição da Matriz Cur-
sem fio (Wi-Fi) e climatizadores. As escolas com foco na interação, difusão, po-
e seus saberes, devendo, porém, contemplar ricular da Rede de Ensino Municipal de São
contam com quadras cobertas, laboratórios pularização e produção científica
os princípios da Rede de Ensino Municipal: José dos Campos e agrega outras com temas
de informática e de ciências, salas de leitura junto aos estudantes.
qualidade, equidade e educação integral, relevantes para a formação dos estudantes
e salas para atendimento especializado da
Além disso, há uma preocupação visando seu objetivo maior — o desenvolvi- por retratar a região, suas características,
educação especial.
constante com a manutenção dos prédios e mento e a aprendizagem do estudante por sua história, necessidades e potencialida-
Conta também com espaços que atu- investimento em estrutura tecnológica para meio da gestão democrática, participativa e des.
am em frentes bastante específicas e auxi- apoiar o trabalho pedagógico. compartilhada.
Em relação à organização do Currícu-
liam no processo de ensino e de aprendiza-
Os cuidados com a infraestrutura dos O Projeto Político Pedagógico deve re- lo da Rede de Ensino Municipal de São José
gem:
ambientes físicos são uma das ações estra- ferenciar as ações dos professores no plane- dos Campos, ressalta-se que este é compos-
• Centro de Educação Empreende- tégicas da Secretaria de Educação e Cida- jamento, elaboração e desenvolvimento dos to por um total de nove cadernos. Um deles
dora (CEDEMP), que tem por ob- dania, que atua acompanhando, apoiando e planos de ensino e de aulas, considerando orienta o processo de ensino e de aprendi-
jetivo promover o desenvolvimen- promovendo a formação dos profissionais e as competências e habilidades que preten- zagem da Educação Infantil e oito se refe-
to da educação empreendedora, os processos educativos em prol da aprendi- dem alcançar, os saberes que os estudantes rem a componentes curriculares do Ensino
equipado com computadores, kits zagem dos estudantes joseenses. já possuem, apoiando-se nos princípios que Fundamental, todos eles de acordo com
de robótica, salas de informática e fundamentam este Currículo. as orientações curriculares propostas pela
32 33
BNCC e Currículo Paulista.

Os cadernos do Ensino Fundamental


estão organizados por áreas de conhecimen-
to e componentes curriculares, sendo eles:

• Linguagens: Língua Portuguesa,


Língua Inglesa, Arte e Educação
Física;
• Matemática: Matemática;
• Ciências da Natureza: Ciências;
• Ciências Humanas: História e
Geografia.
A organização geral do Currículo é
composta a partir das competências gerais
de cada área, competências específicas dos
componentes, habilidades e objetos de co-
nhecimento de cada um deles organizados
por bimestres.

É importante ressaltar que, em rela-


ção a alguns itens, os componentes curricu-
lares apresentam especificidades em sua or-
ganização, como unidades temáticas/eixos,
campos de atuação, campos conceituais e
linguagens, em razão da concepção assumi-
da pela rede para cada componente.

34 35
2.1 Introdução os procedimentos e a natureza da Ciência
não são conhecidos por grande parte da po-
Este documento normatiza as apren- pulação que, muitas vezes, não reconhece os
dizagens na área de Ciências da Natureza e conceitos e processos científicos implícitos
adota a concepção sócio-histórica da Ciên- nesses produtos e acabam por desenvolver
cia, na qual ela é considerada um produto uma imagem limitada e mitificada do fazer
da ação humana, resultante do empenho da científico.
humanidade na construção do conhecimen-
to científico ao longo do seu percurso histó- Os estudantes de São José dos Cam-
rico. Assim, é entendida como um processo pos vivem em uma cidade com grande po-
contínuo de mudanças, reforma-se interna- tencial no que se refere ao desenvolvimento

2 numerando mente, revendo seus modelos e bases. Isso


significa que a percepção humana em rela-
científico e tecnológico. Aqui são desenvol-
vidas pesquisas diversas, com destaque às
ção à Ciência também muda com o tempo relacionadas ao setor aeroespacial, que cul-

PARTE 2 e pode influenciar as dimensões históricas, minam em produtos como aviões, foguetes
e satélites. Essa característica notória da

O ensino e a
sociais, econômicas e, ao mesmo tempo, ser
influenciada por elas. Nesse sentido, pode- cidade é uma oportunidade de aproximar a
-se dizer que a Ciência é provisória, inaca- Ciência realizada nos centros de pesquisas
ao trabalho desenvolvido nas salas de aula,

aprendizagem
bada, processual e não neutra.
permitindo aos estudantes conhecer e vi-
Além da concepção sócio-histórica da venciar práticas da Ciência.
Ciência, este documento assume conceitos

em Ciências
centrais no ensino de Ciências, que perpas- Com uma infraestrutura tecnológica
sam o Currículo em sua totalidade. A edu- de referência, a Rede de Ensino Municipal
cação científica é compreendida como segue na mesma linha do município. As
um sistema que interliga as pessoas aos salas de aula são equipadas com projetor
conhecimentos científicos. Ela visa ampliar interativo e computadores conectados à in-
as possibilidades dos estudantes de intera- ternet. Essa estrutura de suporte ao ensino
girem e interpretarem o mundo com a pers- e à aprendizagem também é uma oportuni-
pectiva da Ciência, fazendo com que mobili- dade, na medida em que se busca, para além
zem conceitos e procedimentos pertinentes do acesso dos estudantes à tecnologia, am-
a ela, ao enfrentarem algum problema, e pliar as possibilidades de experienciar e de
capacita-os a identificar aspectos históricos, se apropriar da cultura científica.
sociais e culturais das Ciências. A cultura Este documento reflete o compromis-
científica pode ser entendida como o lega- so dos professores da Rede de Ensino Muni-
do histórico de produção de conhecimento e cipal com a apropriação da cultura científica
a relação deste com a comunidade. pelos estudantes como uma das bases para
Na sociedade contemporânea, muitas o desenvolvimento da capacidade de atua-
são as situações nas quais é possível perce- ção no e sobre o mundo. Deve ser entendido
ber os produtos da Ciência e da Tecnologia, como um Currículo vivo, um documento
como no uso de vacinas, de medicamentos, dinâmico, alvo de reflexão e reconstrução.
de aparelhos eletroeletrônicos, entre ou- Também deve ser assumido em sua globa-
tros. No entanto, os processos, as práticas, lidade, compreendendo a coerência entre
36 37
seus pressupostos, finalidades, estratégias preocupação com o ensino de Ciências: a Assim, no primeiro caso, uma pessoa esta- A rapidez com que a informação cir-
de ensino e avaliação. necessidade de o estudante conhecer a cul- ria alfabetizada e, no segundo, letrada. É cula na atualidade é um elemento impor-
tura científica e mobilizá-la para o exercício essa a noção que pauta a opção de diversos tante a ser considerado na interação com
da cidadania. o mundo e os conhecimentos que nele cir-
2.2 Pressupostos pesquisadores pelo termo Letramento Cien-
tífico. culam. As novas tecnologias exigem que o
Teóricos O termo Enculturação Científica
estudante adote uma nova postura e desen-
traz a ênfase na Ciência como parte da cul- Sasseron e Carvalho (2011) preferem
volva a criticidade e a consciência de seu
tura, da produção humana. Penha, Carva- utilizar o termo Alfabetização Científi-
2.2.1 A Alfabetização papel numa sociedade em constante trans-
lho e Vianna (2009) a definem como a apro- ca, tendo como alicerce a noção de alfabeti-
Científica formação. Para tanto, ele deve ter acesso a
priação de uma nova cultura pelo estudante, zação concebida por Paulo Freire: a de que
uma diversidade de práticas nas quais pos-
As intenções de aprendizagem e as sem deixar de lado sua cultura original. Na- ela ultrapassa o domínio mecânico de téc-
sa exercitar a sua liberdade intelectual e ser
estratégias de ensino neste componente gayoshi (2014) explica que cada indivíduo nicas de ler e de escrever. Além do domínio
protagonista no seu processo de aprendiza-
curricular têm mudado ao longo dos anos, participa de muitos grupos, os quais com- consciente das técnicas da leitura e escrita,
gem.
acompanhando as discussões sociológicas partilham valores, normas e símbolos dife- a alfabetização envolve uma autoformação
da natureza da Ciência. Por muito tempo, rentes, que caracterizam culturas distintas, que resulta numa postura interferente do De acordo com Sasseron (2018), o
a memorização de conceitos, a reprodução como: religiosa, escolar, familiar, entre ou- ser humano sobre sua realidade, bem como protagonismo e liberdade intelectual po-
do chamado método científico e as compe- tras, e frequentemente cruzam as fronteiras no estabelecimento de conexões entre o dem ocorrer por meio da participação dos
tências úteis ao mercado de trabalho eram entre essas subculturas, movimentam-se contexto em que se vive e a palavra escrita estudantes nas discussões estabelecidas em
priorizadas em detrimento das práticas que entre grupos e contextos e se adaptam. Para – de onde nascem os significados e as cons- sala de aula. Por isso, é fundamental imple-
promoviam a formação integral do estudan- o autor, a sala de aula objetiva fazer com que truções de saberes (FREIRE, 1980, 2005). mentar ações e práticas que possibilitem
te. Os reflexos dessas práticas podem ser o estudante transponha a fronteira (border ao aluno desenvolver modos de raciocinar
Assim, segundo as autoras, a Alfabe-
percebidos ainda hoje, quando o professor crossing) de sua própria cultura para a sub- e de construir juízo sobre questões, bem
tização Científica por elas compreendida in-
elabora uma atividade de definição de con- cultura da Ciência, podendo transitar por como realizar investigações críticas sobre
clui a Enculturação Científica — na medida
ceitos isolados de contextos, experimenta- ela com repertório e fazer uso dela quando problemas do cotidiano. Para a autora, es-
em que se objetiva dar aos alunos a inserção
ções que apenas estimulam a reprodução necessário. Sendo assim, não se trata de sas práticas corroboram com os objetivos
a mais uma cultura, a científica — e o Le-
mecânica e acrítica de uma receita e avalia- fazer com que os estudantes acreditem na da Alfabetização Científica ao possibilitar
tramento Científico — como o conjunto de
ções que priorizam a dimensão cognitiva, Ciência, mas que compreendam a Ciência, aos estudantes construírem entendimento
práticas das quais se pode fazer uso para in-
desconsiderando as atitudes e os procedi- seus processos e práticas, suas relações com sobre situações de sua vida, que envolvam
teragir com seu mundo e os conhecimentos
mentos científicos. outros campos do saber e com a sociedade, conhecimentos de Ciências, por meio de
dele.
que identifiquem as situações em que a uti- processos de investigação e uso de análise
Atualmente, entende-se que apreen-
lização desses conhecimentos seja necessá- É nesse contexto que este Currículo crítica.
der a cultura científica é parte fundamental
ria e, então, deles faça uso. entende a Alfabetização Científica como um
da formação integral, uma necessidade para Sasseron (2019) também sugere a
objetivo do ensino de Ciências:
o pleno exercício da cidadania em um mun- A Base Nacional Comum Curricular incorporação de práticas epistêmicas nas
do que tem a ciência e a tecnologia como um (BRASIL, 2017) adota o termo Letramen- [...] um ensino que permita aos alu- aulas de Ciências, permitindo que os estu-
de seus pilares. to Científico e o define como a capacidade nos interagir com uma nova cultura, dantes
de compreender, interpretar e transformar com uma nova forma de ver o mun-
A literatura da área utiliza alguns [...] possam estar menos propensos a
o mundo natural, social e tecnológico com do e seus acontecimentos, podendo
termos como referência à apropriação da modificá-los e a si próprio através da aceitar as falsas notícias, travestidas
base nos aportes da Ciência. Alguns autores,
cultura científica. Letramento Científico, prática consciente propiciada por sua de verdades absolutas e, por isso, ven-
com base nos estudos da linguagem, dife-
Alfabetização Científica e Enculturação interação cerceada de saberes, de no- didas como irrefutáveis. Isso empode-
renciam os termos letramento e alfabetiza- ra os sujeitos para a vivência em uma
Científica são os principais e, apesar de se ções e conhecimentos científicos, bem
ção, distinguindo-os entre o mero aprendi- como das habilidades associadas ao sociedade que ainda aprende a con-
diferenciarem quanto à etimologia e tradu-
zado da codificação da escrita e o seu uso fazer científico. (SASSERON; CARVA- viver com a profusão de informações
ção, esses termos compartilham a mesma
efetivo em práticas sociais (CUNHA, 2017). LHO, 2011, p. 61) e com a abundância de opiniões pau-
38 39
tadas apenas em observações de con- investigação, que incorporam que promova a aprendizagem das ciências e Este Currículo, com vistas à Educa-
tato próximo, porque se fundamenta ações de seriar, organizar e classi- a aprendizagem sobre as ciências, incluindo ção Integral, considera como fundamen-
na necessidade de consideração de ficar informações. as relações que a ciência e a tecnologia esta- tal que os estudantes desenvolvam uma vi-
perspectivas menos egocêntricas e,
belecem com a sociedade em todos os seus são integrada do seu papel social.
portanto, mais amplas e complexas. b. Indicadores para estrutura-
(SASSERON, 2019, p. 566) ção do pensamento, que de- aspectos, como uma maneira de ampliar
No ensino de Ciências, a abordagem
mostram formas indispensáveis de aos alunos o acesso à cultura científica e à
educativa CTS14 (Ciência, Tecnologia e So-
Nessa perspectiva, é preciso que os organizar o pensamento com vistas sua apropriação.
ciedade) aponta para a formação integral
“temas científicos” sejam trabalhados de à construção de uma ideia lógica e dos estudantes, já que trata da dimensão
modo a estimular também o desenvolvi- objetiva para as relações que regu- 2.2.2 A educação integral, a social do desenvolvimento científico-tec-
mento de valores éticos. lam o comportamento dos fenôme- equidade e a qualidade nológico e o apresenta como produto de
Para orientar o ensino e possibilitar a nos naturais. Temos aqui o racio- na área de Ciências da um contexto histórico, cultural, político e
construção da Alfabetização Científica, Sas- cínio lógico, associado à forma Natureza econômico que deve ser objeto de reflexão
seron e Carvalho (2008) apresentam indi- como o pensamento é exposto, e o e promoção de mudanças sociais (PINHEI-
A evolução da sociedade, das tecnolo-
cadores que devem ser trabalhados e podem raciocínio proporcional que, RO; SILVEIRA; BAZZO, 2007). A CTS evi-
gias e dos processos produtivos ressignificou
se tornar foco de avaliação ao desenvolver além de revelar a estrutura do que dencia a importância de discutir com os
a forma com que as pessoas interagem com
práticas que objetivem a Alfabetização foi pensado, expressa relações en- estudantes as diversas dimensões do fazer
seu meio natural, com elas mesmas e com a
Científica (AC): tre variáveis, ilustrando a interde- Ciências, como: as causas, as consequên-
sociedade, impactando nas relações sociais,
pendência que pode existir entre cias, os interesses econômicos, políticos e as
ambientais e emocionais. Essas mudanças
Nossos indicadores têm a função de elas. implicações éticas desse processo.
exigem que o ensino de Ciências oportunize
nos mostrar algumas destrezas que
c. Indicadores para procura situações para a formação integral de todos
devem ser trabalhadas quando se Nesse sentido, Almeida e Moll (2018)
deseja colocar a AC em processo de do entendimento da situa- os estudantes do Ensino Fundamental. demonstram existir uma relação estreita
construção entre os estudantes. Estes ção analisada, que podem ser
Neste novo cenário mundial, a BNCC entre Educação Integral e a CTS, pois am-
indicadores são algumas competên- verificados nas etapas finais das
aponta que o estudante precisa ser capaz de bas apresentam uma compreensão comum
cias próprias das Ciências e do fa- discussões e caracterizam-se por
acerca do desenvolvimento de todas as po-
zer científico: competências comuns trabalhar com as variáveis do fe-
desenvolvidas e utilizadas para a […] reconhecer-se em seu contexto tencialidades do indivíduo, consideram os
nômeno e busca das relações para histórico e cultural, comunicar-se,
resolução, discussão e divulgação aspectos intelectuais e sociais dos estudan-
descreverem as situações do con- ser criativo, analítico-crítico, partici-
de problemas em quaisquer das Ci- tes e buscam o desenvolvimento de atitudes
ências quando se dá a busca por re- texto. Compõem esses indicadores pativo, aberto ao novo, colaborativo,
dirigidas para sustentabilidade socioam-
lações entre o que se vê do problema o levantamento e teste de hipóte- resiliente, produtivo e responsável,
biental econômica.
investigado e as construções mentais ses, justificativas, previsões e ex- requer muito mais do que o acúmulo
que levem ao entendimento dele. As- de informações. Requer o desenvolvi- O ensino de Ciências abordado com
plicações.
sim sendo, reforçamos nossa ideia de mento de competências para apren-
essa complexidade contribui para o de-
que o ensino de Ciências deva ocorrer Penha, Carvalho e Vianna (2009) der a aprender, saber lidar com a
informação cada vez mais disponível,
senvolvimento das competências gerais
por meio de atividades abertas e in- adicionam a estes os Indicadores Proce-
atuar com discernimento e responsa- propostas pela BNCC (BRASIL, 2017), co-
vestigativas nas quais os estudantes dimentais, que estão relacionados com a
bilidade nos contextos das culturas locando a escola e os professores como pro-
desempenhem o papel de pesquisado- preocupação por parte dos estudantes em
res. (SASSERON; CARVALHO, 2008, digitais, aplicar conhecimentos para
estabelecer, elaborar ou construir estraté- [14] Muitos autores utilizam também a sigla CTSA,
p. 338) resolver problemas, ter autonomia
gias e/ou atitudes que visem à estruturação para ressaltar o elemento Ambiente — Ciência,
para tomar decisões, ser proativo
Tecnologia, Sociedade e Ambiente. Em termos de
Sasseron e Carvalho (2008) classifi- de sequências de procedimentos para aqui- para identificar os dados de uma si- definição e abordagem, não se encontra diferença
sição de dados. tuação e buscar soluções, conviver e entre a CTS e a CTSA. Por isso, é comum que se re-
cam estes indicadores em três grupos: fira a essa abordagem educativa, utilizando ambas
aprender com as diferenças e as di-
O compromisso assumido com a Alfa- as siglas, separadas apenas por uma barra: CTS/
a.
Indicadores para trabalhar versidades. (BRASIL, 2017, p. 14) CTSA. Neste documento, utiliza-se a sigla CTS, sem
com os dados obtidos em uma betização Científica implica em um ensino desconsiderar o elemento ambiente, apenas por
não haver diferença entre elas.
40 41
motores de vivências de aprendizagens, as Acabar com a pobreza
Acabar com a pobreza
O pilar do Currículo que trata da Qua-
Tomar medidas urgentes
Tomarpara
medidas urgentes para
quais propiciarão ao estudante o desenvol- em todas as suas formas,
em todas as suas formas, combater a mudança lidade pode ser evidenciado na área de Ci-
combater
climática
a mudança climática
vimento de aspectos cognitivos, biológicos, em todos os lugares.
em todos os lugares. e seus impactos. e seus impactos. ências da Natureza por meio dos processos
psicológicos, emocionais e sociais. pedagógicos que ocorrem dentro e fora da
Acabar com a fome,Acabar
alcançarcoma a fome, alcançar a
segurança alimentar segurança
e melhoriaalimentar e melhoria escola e contribuem com a Alfabetização
Outro compromisso da área de Ciên- Conservação e uso Conservação
sustentável dos e uso sustentável dos
da nutrição e promover
da nutrição
a e promover a Científica. Além de todos os pressupostos
cias da Natureza é a promoção da Equidade. oceanos, dos maresoceanos,
e dos recursos
dos mares e dos recursos
agricultura sustentável.
agricultura sustentável. curriculares, a Rede de Ensino Municipal
marinhos para o desenvolvimento
marinhos para o desenvolvimento
Esse pilar enfatiza a necessidade do reco- sustentável. sustentável. adota programas e projetos específicos da
nhecimento às diferenças, a desnaturaliza- Assegurar uma vidaAssegurar
saudável uma vida saudável
e promover o bem-estar
e promover
para o bem-estar para área, que contribuam para uma aproxima-
ção das desigualdades e a diversificação de
todos, em todas as todos,
idades.em todas as idades. ção da Ciência ensinada na escola à reali-
práticas pedagógicas, que de acordo com a Proteger, recuperarProteger,
e promover recuperar
o e promover o
uso sustentável dosuso ecossistemas
sustentável dos ecossistemas zada em grandes centros de pesquisas, tor-
BNCC: Assegurar a educaçãoAssegurar
inclusiva,
a educação inclusiva,
terrestres, gerir de terrestres,
forma gerir de forma nando possível fazer com que os estudantes
equitativa e de qualidade,
equitativa
e promover
e de qualidade, sustentável
e promover as florestas,
sustentável
combateras florestas, combater
[...] exige um claro compromisso de oportunidades de aprendizagem
oportunidades de aprendizagem vivenciem a cultura científica. Como forma
a desertificação, deter
a desertificação,
e reverter a deter e reverter a
transformar a situação de exclusão ao longo da vida para
ao todos.
longo da vida para todos.degradação da terra degradação
e deter da terra e deter de suplementar as possibilidades didáticas
histórica que marginaliza grupos em a perda de biodiversidade.
a perda de biodiversidade. das aulas, a equipe gestora e professores po-
decorrência das diferenças de identi- Alcançar a igualdadeAlcançar
de gênero
a igualdade de gênero dem estimular a participação de estudantes
e empoderar todaseasempoderar todas as
dades linguísticas, étnicas e culturais em projetos, olimpíadas e eventos científi-
mulheres e meninas. mulheres e meninas.
[...]. Igualmente requer o compromis- Promover sociedades Promover
pacíficas sociedades
e pacíficas e cos, como: feiras, congressos, simpósios,
so com os estudantes com deficiência, Assegurar a disponibilidade inclusivas
Assegurare a disponibilidade e para o desenvolvimento
inclusivas para o desenvolvimento
visitas a universidades, instituições de pes-
reconhecendo a necessidade de práti- gestão sustentável gestão
da águasustentável da água sustentável, proporcionar
sustentável,
o acesso
proporcionar o acesso
cas pedagógicas inclusivas e de dife- à justiça para todos àejustiça
construir
para todos e construir quisa e ao Museu Interativo de Ciências.
e saneamento paraetodos.
saneamento para todos.
renciação curricular. (BRASIL, 2017, instituições eficazes,instituições
responsáveiseficazes, responsáveis
e inclusivas em todose inclusivas em todos O ensino de Ciências, sustentado nes-
p. 15) Assegurar o acessoAssegurar
confiável, o acesso confiável,os níveis. os níveis. ses três pilares, poderá desenvolver com efi-
sustentável, modernosustentável, moderno
Um referencial importante para ser e a preço acessível e
à a preço acessível à cácia as competências e habilidades especí-
energia para todos.energia para todos. ficas apresentadas na próxima seção.
adotado com vistas à promoção da equidade Fortalecer os meiosFortalecer
de os meios de
é a Agenda 2030 para os Objetivos de De- implementação e revitalizar
implementação
a e revitalizar a
Promover o crescimento
Promovereconômico
o crescimento econômico
parceria global paraparceria
o global para o
senvolvimento Sustentável (ODS), elabo- sustentado, inclusivo
sustentado,
e sustentável,
inclusivo e sustentável, 2.2.3 Competências e
desenvolvimento sustentável.
desenvolvimento sustentável.
rada pela Organização das Nações Unidas emprego pleno e produtivo
empregoepleno e produtivo e habilidades específicas
(ONU). A Agenda 2030 apresenta um pla- trabalho decente para
trabalho
todos.decente para todos. para área de Ciências da
no de ação para as pessoas, para o planeta Para o desenvolvimento dos ODS, é Natureza
Construir infraestruturas
Construir
resilientes,
infraestruturas resilientes,
e para a prosperidade, visando fortalecer a recomendado que os envolvidos no processo
promover a industrialização
promover a industrialização A BNCC (BRASIL, 2017) estabelece
paz universal com mais liberdade e reco- inclusiva e sustentável
inclusiva
e e sustentável e educativo se apoiem e atuem como protago-
fomentar a inovação.
fomentar a inovação. nistas de seu próprio trabalho, reconhecen- oito competências específicas para a área de
nhecendo que a pobreza deve ser erradicada
do que não é possível desenvolver estraté- Ciências da Natureza (e para o componen-
em todas as suas formas e dimensões, pois
Reduzir a desigualdade
Reduzir a desigualdade te curricular Ciências). Essas competências
ela é o maior desafio global para o desenvol- gias de ensino padronizadas para atender às
dentro dos países edentro dos países e alinham-se às dez competências gerais da
vimento sustentável (ONU, 2015). entre eles. entre eles. necessidades de todos. Nessa perspectiva, é
necessário identificar as diferenças existen- BNCC e devem orientar as práticas em sala
As metas globais estabelecidas na Tornar as cidades eTornar
os as cidades e os tes entre os estudantes e propiciar condi- de aula, de modo a possibilitar que os alu-
Agenda 2030, da Organização das Nações assentamentos humanos
assentamentos humanos nos tenham um novo olhar sobre o mundo
inclusivos, seguros,inclusivos, seguros,
ções para que todos, independentemente de
Unidas, são15: gênero, raça, etnia, condição social, possam que os cerca, como também façam escolhas
resilientes e sustentáveis.
resilientes e sustentáveis.
ser alfabetizados cientificamente e, se de- e intervenções conscientes e pautadas nos
[15] Os objetivos para os quais as Nações Uni- Assegurar padrões Assegurar
de padrões de sejarem no futuro, considerar as carreiras princípios da sustentabilidade e do bem co-
das estão contribuindo a fim de atingir a Agenda produção e de consumo
produção e de consumo
científicas como uma opção possível. mum.
2030 no Brasil estão disponíveis em https://brasil. sustentáveis. sustentáveis.
un.org/. Acesso em: 23 out. 2020.
42 43
1. Compreender as Ciências da Natureza
manipula algo. É imprescindível superar ou
8. Agir pessoal e coletivamente com res- HABILIDADES PROPOSTAS PARA CADA
como empreendimento humano, e o peito, autonomia, responsabilidade, ampliar essas noções para que a Alfabetiza- SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM
conhecimento científico como provisó- flexibilidade, resiliência e determinação, ção Científica seja possível na escola.
rio, cultural e histórico. recorrendo aos conhecimentos das Ci- DEFINIÇÃO DE PROBLEMAS
ências da Natureza para tomar decisões A BNCC indica que os estudantes de- • Observar o mundo a sua volta e fazer pergun-
2. Compreender conceitos fundamentais
frente a questões científico-tecnológicas tas.
e estruturas explicativas das Ciências vem ser
e socioambientais e a respeito da saúde • Analisar demandas, delinear problemas e pla-
da Natureza, bem como dominar pro-
individual e coletiva, com base em prin- nejar investigações.
cessos, práticas e procedimentos da [...] progressivamente estimulados
cípios éticos, democráticos, sustentá- • Propor hipóteses.
investigação científica, de modo a sen-
veis e solidários. e apoiados no planejamento e na re-
tir segurança no debate de questões LEVANTAMENTO, ANÁLISE E REPRESENTAÇÃO
científicas, tecnológicas, socioambien- alização cooperativa de atividades
Fonte: BNCC (BRASIL, 2017). 16
• Planejar e realizar atividades de campo (experi-
tais e do mundo do trabalho, continuar investigativas, bem como no com- mentos, observações, leituras, visitas, ambien-
aprendendo e colaborar para a constru- partilhamento dos resultados des- tes virtuais, etc.).
ção de uma sociedade justa, democráti- Para o desenvolvimento das compe-
sas investigações. Isso não significa • Desenvolver e utilizar ferramentas, inclusive
ca e inclusiva. tências específicas, o ensino deve ser pauta- realizar atividades seguindo, neces- digitais, para coleta, análise e representação de
do nos fundamentos da Alfabetização Cien- dados (imagens, esquemas, tabelas, gráficos,
3. Analisar, compreender e explicar carac- sariamente, um conjunto de etapas quadros, diagramas, mapas, modelos, repre-
terísticas, fenômenos e processos relati- tífica e o processo investigativo, o elemento predefinidas, tampouco se restringir sentações de sistemas, fluxogramas, mapas
vos ao mundo natural, social e tecnoló- à mera manipulação de objetos ou re- conceituais, simulações, aplicativos, etc.).
central na formação dos estudantes.
gico (incluindo o digital), como também • Avaliar informação (validade, coerência e ade-
alização de experimentos em labora-
as relações que se estabelecem entre quação ao problema formulado).
eles, exercitando a curiosidade para fa- tório. (BRASIL, 2017, p. 320)
zer perguntas, buscar respostas e criar 2.3 Orientações • Elaborar explicações e/ou modelos.
• Associar explicações e/ou modelos à evolução
soluções (inclusive tecnológicas) com
base nos conhecimentos das Ciências
didáticas Para Sasseron (2014), o ensino por histórica dos conhecimentos científicos envol-
vidos.
investigação encontra respaldo na própria
da Natureza. • Selecionar e construir argumentos com base
epistemologia das ciências e em aspectos em evidências, modelos e/ou conhecimentos
4. Avaliar aplicações e implicações polí- 2.3.1 O ensino por da natureza da Ciência. O uso do raciocínio científicos.
ticas, socioambientais e culturais da investigação científico (lógico e objetivo) e da criativida- • Aprimorar seus saberes e incorporar, gradual-
Ciência e de suas tecnologias para pro- mente, e de modo significativo, o conhecimen-
por alternativas aos desafios do mundo No Ensino Fundamental, a área de de para obter e trabalhar com dados e in- to científico.
contemporâneo, incluindo aqueles rela- formações, a observação atenta e também • Desenvolver soluções para problemas cotidia-
tivos ao mundo do trabalho.
Ciências da Natureza, articulada a diver-
nos usando diferentes ferramentas, inclusive
sos campos do saber, precisa assegurar aos crítica da realidade, por exemplo, são ele- digitais.
5. Construir argumentos com base em da-
alunos o acesso à diversidade de conheci- mentos do fazer científico que compõem a COMUNICAÇÃO
dos, evidências e informações confiáveis
e negociar e defender ideias e pontos mentos científicos produzidos ao longo abordagem didática do ensino por investi- • Organizar e/ou extrapolar conclusões.
de vista que promovam a consciência da história, bem como a aproximação gra- gação. • Relatar informações de forma oral, escrita ou
socioambiental e o respeito a si próprio multimodal.
e ao outro, acolhendo e valorizando a dativa aos principais processos, práti-
Nessa abordagem, as situações di- • Apresentar, de forma sistemática, dados e
diversidade de indivíduos e de grupos cas e procedimentos da investigação resultados de investigações.
dáticas devem engajar os estudantes na
sociais, sem preconceitos de qualquer científica (BRASIL, 2017). • Participar de discussões de caráter científico
natureza. definição de problemas, no levanta- com colegas, professores, familiares e comuni-
mento, análise e representação de da- dade em geral.
6. Utilizar diferentes linguagens e tecno- Quando se fala de investigação cientí-
• Considerar contra-argumentos para rever pro-
logias digitais de informação e comu- fica no ensino de Ciências, por vezes, o que dos, informações, evidências, argumentos cessos investigativos e conclusões.
nicação para se comunicar, acessar e e outros, na comunicação de conclusões,
se pensa é no famoso “método científico”, INTERVENÇÃO
disseminar informações, produzir co-
nhecimentos e resolver problemas das um método universal e com etapas rígidas resultados, dados, argumentos e contra-ar- • Implementar soluções e avaliar sua eficácia
Ciências da Natureza de forma crítica, a serem mecanicamente seguidas. Pensa-se gumentos e na intervenção para resolver para resolver problemas cotidianos.
significativa, reflexiva e ética. problemas e melhorar a qualidade de vida. • Desenvolver ações de intervenção para me-
também em experiências, aulas de laborató- lhorar a qualidade de vida individual, coletiva e
7. Conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu rio, atividades práticas e outros termos que O quadro, a seguir, reúne os aspectos que socioambiental.
corpo e bem-estar, compreendendo-se devem ser considerados no planejamento
suscitam a ideia de que o aluno “faz” algo ou Fonte: BRASIL (2017).17
na diversidade humana, fazendo-se res-
peitar e respeitando o outro, recorren- das situações didáticas ao longo de todo o
do aos conhecimentos das Ciências da [16] Quadro disponível em BRASIL. Base Nacional Ensino Fundamental. [17] Quadro adaptado de BRASIL. Base Nacional
Natureza e às suas tecnologias. Comum Curricular: educação é a base. Brasília: Comum Curricular: educação é a base. Brasília:
MEC/SEB, 2017, p. 324. MEC/SEB, 2017, p. 323.
44 45
O ensino por investigação presume traz como ideia central a oportunização de blema, em uma dessas áreas, pode repre- Banchi e Bell (2008) explicam que a
uma configuração diferente dos papéis do aprender Ciências para além dos conceitos sentar, mais tarde, o aparecimento de um autonomia para planejar e executar inves-
professor e do aluno. Se as práticas tradi- científicos. Práticas e processos da ciência, outro problema associado. Assim, esse eixo tigações próprias só se desenvolverão, ao
cionais são centralizadas no professor, e os a natureza do conhecimento científico e as aponta para a necessidade de se compreen- longo da escolarização, se habilidades in-
estudantes, como expectadores, apenas re- relações entre ciência, tecnologia, sociedade der tanto as aplicações dos saberes cons- vestigativas forem gradativamente desen-
gistram e acompanham o raciocínio que ele e ambiente são aprendizagens viabilizadas truídos pelas ciências quanto as possíveis volvidas até ao ponto no qual os estudantes
desenvolve, no ensino por investigação, o no ensino por investigação e constituem as- consequências de seu uso. sejam capazes de conduzir suas próprias in-
professor impulsiona o trabalho intelectual pectos estruturantes da Alfabetização Cien- vestigações do início ao fim.
Para concretizar um ensino que fo-
dos estudantes e continua sendo autoridade tífica.
mente o desenvolvimento dessas ferramen- Silva, Silva e Kasseboehmer (2019)
epistêmica e social da sala de aula (SASSE-
Sasseron e Carvalho (2008) organi- tas intelectuais para a investigação e a reso- apresentam cinco níveis de investigação
RON, 2014).
zam esses aspectos em três eixos estrutu- lução de problemas, é preciso oferecer, de pelos quais os estudantes podem passar à
Como abordagem didática, o ensino rantes da Alfabetização Científica, que po- fato, oportunidades para que os estudantes medida que avançam em direção ao pen-
por investigação demanda que o pro- dem ser utilizados como orientadores no sejam apresentados a problemas cujas solu- samento científico mais profundo. Assim,
fessor coloque em prática habilidades planejamento do ensino por investigação. ções, ainda que não evidentes, são possíveis quanto maior for o nível, maior será a liber-
que ajudem os estudantes a resolver de serem alcançadas por investigações, con- dade intelectual do estudante. O quadro que
problemas a eles apresentados, de- O primeiro eixo estruturante retoma
siderando os conhecimentos que já possuem segue exemplifica os níveis de investigação:
vendo interagir com seus colegas, a compreensão básica de termos, co-
(SCARPA, SASSERON e SILVA, 2017).
com os materiais à disposição, com nhecimentos e conceitos científicos
os conhecimentos já sistematizados e fundamentais. Diz respeito à construção
existentes. Ao mesmo tempo, o ensino
Níveis de investigação e as informações prestadas ao estudante
de conhecimentos científicos, que devem
por investigação exige que o professor
permitir aos alunos aplicá-los em situações COLETA E
valorize pequenas ações do trabalho e PROCEDIMENTO
reais, e não apenas em situações didatiza- NÍVEL PROBLEMA MATERIAL ANÁLISE DE CONCLUSÕES
compreenda a importância de colocá- EXPERIMENTAL
DADOS
-las em destaque como, por exemplo, das.
os pequenos erros e/ou imprecisões
O segundo eixo estruturante aborda 0 Dado Dado Dado Dado Dado
manifestados pelos estudantes, as hi-
póteses originadas em conhecimentos a compreensão da natureza das ci-
anteriores e na experiência de sua tur- ências e dos fatores éticos e políticos
ma, as relações em desenvolvimento. que circundam sua prática. Este eixo 1 Dado Dado Dado Dado Em aberto
É um trabalho em parceria entre pro- articula-se à concepção sócio-histórica da
fessor e estudantes. Uma construção Ciência, assumida como um corpo de co-
de entendimento sobre o que seja a 2 Dado Dado Dado Em aberto Em aberto
nhecimentos em constante transformação
Ciência e sobre os conceitos, modelos
e, portanto, permite colocar em pauta o ca-
e teorias que a compõem; nesse sen-
tido, é uma construção de uma nova ráter humano e social da construção cientí- 3 Dado Dado Em aberto Em aberto Em aberto
forma de vislumbrar os fenômenos fica nas aulas. Além disso, envolve a refle-
naturais e o modo como estamos a xão e a análise para se tomar uma decisão
eles conectados e submetidos, sendo a 4 Dado Em aberto Em aberto Em aberto Em aberto
diante de uma nova situação.
linguagem uma forma de relação com
esses conhecimentos e também um as- O terceiro eixo estruturante com-
pecto a ser aprendido. (SASSERON, preende o entendimento das relações 5 Em aberto Em aberto Em aberto Em aberto Em aberto
2015, p. 58) existentes entre ciência, tecnologia,
sociedade e ambiente. O trabalho com Fonte: Silva, Silva e Kasseboehmer (2019).18
A Alfabetização Científica, como ob-
este eixo prevê que essas esferas sejam [18] Quadro disponível em SILVA, M S. B; SILVA, D. M; KASSEBOEHMER, A C. Atividade investigativa teóri-
jetivo do ensino de Ciências, fundamen- co-prática de Química para estimular práticas científicas. Química Nova na Escola, v. 41, n. 4, p. 360-368,
identificadas como relacionadas e a noção
ta o trabalho nessa abordagem didática e nov. 2019. Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc41_4/08-RSA-59-18.pdf. Acesso em: 06 out.
de que a solução imediata para um pro- 2020.
46 47
É possível observar que, no nível 0, to- para que o processo de aprendizagem seja entre pares, estudos de caso, aprendizagem o processo de ensino e aprendizagem. Por
das as informações são fornecidas pelo pro- um caminho metodológico que possibilite a baseada em problemas e projetos, gamifica- meio delas, os estudantes podem apren-
fessor, ou seja, é típica de um experimento confrontação de diversos saberes na busca ção e design thinking levam o estudante, in- der de forma descentralizada, autônoma e
demonstrativo, no qual o objetivo é apenas da solução para o problema investigado – dividual e/ou coletivamente, a desenvolver independente, interagindo com seus pares
confirmar ou demonstrar a aplicação ou a elemento indispensável do ensino de Ciên- as competências e habilidades esperadas e durante a construção de seu conhecimen-
construção de um conceito. No nível 1, o cias, que além de favorecer a construção de podem ser aplicadas nas aulas de Ciências to. As Tecnologias Digitais da Informação e
estudante fica encarregado de analisar um conhecimentos, possibilita ainda a curiosi- no Ensino Fundamental, como explicitado, Comunicação (TDIC) permitem a concreti-
experimento e, baseado na metodologia e dade e a prática do trabalho em equipe. a seguir, no quadro “Caracterização de algu- zação de um ensino crítico e transformador
nos resultados, é estimulado a elaborar con- mas metodologias ativas”. de qualidade, o que pode ser promissor no
É importante considerar que a in-
clusões, seja de forma verbal ou escrita. O ensino de Ciências. No entanto, para uma
vestigação científica estimula o desenvol- Visando à promoção do protagonismo
nível 2 oportuniza ao estudante coletar os aprendizagem de qualidade, é fundamental
vimento dos multiletramentos por meio de do estudante, aliadas às tecnologias digi-
dados com base em uma metodologia forne- a intervenção do professor (LEITE, 2020).
um processo no qual os questionamentos tais, as metodologias ativas podem ampliar
cida pelo professor. O nível 3 se diferencia
dos estudantes são essenciais. As práticas
por dar autonomia ao estudante, com base
de investigação científicas devem ser con-
na questão de estudo e nos materiais for-
textualizadas e promover momentos nos CARACTERIZAÇÃO DE ALGUMAS METODOLOGIAS ATIVAS
necidos pelo professor, de estabelecer uma
quais os estudantes possam levantar dúvi-
metodologia, um procedimento de pesqui-
das, compartilhar conhecimentos prévios INSTRUÇÃO ENTRE
sa, coletar e analisar os dados e elaborar as ENSINO HÍBRIDO SALA DE AULA ESTUDO DE CASO
PARES
sobre o tema e buscar informações que, (BLENDED LEARNING) INVERTIDA (CASE METHOD)
conclusões. No nível 4, o professor apenas (PEER INSTRUCTION)
quando tratadas e debatidas, colaboram
fornece a situação-problema e todas as ou- • Mistura de educa- • Apoiadas pelas • Alunos ensinam • Alunos discutem
com a construção de novos conhecimentos. ção presencial e a TDIC, atividades e aprendem com e apresentam solu-
tras responsabilidades são atribuídas ao es-
Para isso, o trabalho com a leitura de textos distância (on-line). que antes eram re- seus colegas. ções para os casos
tudante. E, por fim, o nível 5 garante uma alizadas na sala de propostos pelos
científicos, a coleta, tratamento de dados e a • É uma
investigação totalmente aberta, na qual o aula, ocorrem fora metodologia professores.
elaboração de explicações para fenômenos, dela e vice-versa. específica e • Alunos atuam na
estudante desenvolve uma pesquisa desde a
por meio de relatos orais ou escritos, favo- • Promove uma sistemática função de gestores
formulação da situação-problema até a sua maior interação que mede e decisores, po-
recem a Alfabetização Científica. entre professor e constantemente os sicionando-se em
conclusão.
aluno. resultados. situações próximas
ao real.
O nível de investigação precisa estar 2.3.2 Metodologias ativas no
adequado à intencionalidade da atividade. ensino de Ciências APRENDIZAGEM
APRENDIZAGEM
APRENDIZAGEM
Entretanto, se a investigação deve ser o ele- BASEADA EM
BASEADA EM BASEADA EM GAMES DESIGN THINKING
Bacich e Moran (2018, p. 04) definem PROBLEMAS E
mento central na formação dos estudantes PROJETOS OU GAMIFICAÇÃO
PROBLEMATIZAÇÕES
(BRASIL, 2017), é fundamental que eles metodologias ativas como aquelas que “Dão
vivenciem situações didáticas dos diversos ênfase ao papel protagonista do aluno, ao • Alunos aprendem • Desenvolvida pela • Utilizando games, • Propõe soluções
trabalhando um Faculdade de Me- jogadores podem criativas e inova-
níveis, e não apenas dos primeiros. seu envolvimento direto, participativo e re- longo período de dicina da MCMaster escolher como doras para proble-
flexivo em todas as etapas do processo, ex- tempo para inves- University (Canadá). aprender, traçan- mas que utilizam
Na abordagem didática do ensino por perimentando, desenhando, criando, com tigar e responder • Alunos aprendem do seus objetivos a forma de pensar
a uma questão, em pequenos gru- de aprendizagem dos designers.
investigação, a realização de atividades ex- orientação do professor”. Os autores afir- problema ou de- ou com objetivos
pos de professores
perimentais permite a reflexão, a análise, mam que nessas metodologias os estudan- safio envolvente e e tutores, a partir previamente defi-
complexo. de problemas. nidos.
a organização dos dados obtidos e o forne- tes participam ativamente da construção do
cimento de informações que possibilitem processo de aprendizagem, de forma flexí- Fonte: Andrade et. al (2020)19
a elaboração dos conceitos pretendidos. vel, interligada e híbrida.
Cabe, então, ao professor orientar e insti- [19] Quadro disponível em ANDRADE, L. G. da S. B.; AGUIAR, N. C.; FERRETE, R. B.; SANTOS J. dos. Geração
gar o estudante na busca de respostas que As metodologias ativas, como: ensi- Z e as metodologias ativas de aprendizagem: desafios na educação profissional e tecnológica. Revista
no híbrido, sala de aula invertida, instrução Brasileira da Educação Profissional e Tecnológica, v. 1, n. 18, p. e8575, mar. 2020. Disponível em: http://
expliquem os resultados obtidos, atuando www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/RBEPT/article/view/8575. Acesso em: 20 out. 2020.
48 49
A promoção de diferentes estratégias des e formar hábitos. Nesse sentido, estas por meio das outras modalidades opção pela abordagem temática vem per-
metodológicas e a utilização integrada de podem ser inseridas na rotina e no plane- ou sistematizar algum conheci- mitindo uma organização articulada de di-
recursos digitais e analógicos certamente jamento das aulas, de modo que as ativida- mento estudado que se faça neces- ferentes conceitos, procedimentos, atitudes
atenderão às diversidades de estratégias de des possam ocorrer de maneira sistemática sário. e valores que, inter-relacionados de forma
aprendizado dos estudantes e as suas neces- e previsível, integrando-se às habilidades contextualizada, conferem ao ensino de
Segundo Lerner (2002), as articula-
sidades. Bondioli, Vianna e Salgado (2018) de aprendizagem elencadas. As atividades Ciências uma perspectiva interdisciplinar,
ções das diferentes modalidades são neces-
dizem que a escolha entre uma estratégia ou habituais podem estar atreladas a uma ati- pois abrange conhecimentos físicos, quími-
sárias para flexibilizar a duração das situa-
outra depende do conteúdo trabalhado, dos vidade mais ampla e devem ser realizadas cos, biológicos, sociais, culturais e tecnoló-
ções didáticas e tornar possível a retomada
objetivos selecionados, do perfil dos alunos, com regularidade a partir de questões pro- gicos.
dos conteúdos.
do tempo e dos recursos disponíveis, entre blematizadoras.
De acordo com a BNCC (BRASIL,
outros aspectos. Sendo assim, o papel do É assim que a articulação de diferen-
A sequência didática “é um conjunto tes modalidades organizativas per- 2017), as unidades temáticas organizam os
professor, enquanto responsável pela toma-
de atividades escolares organizadas de ma- mite desenvolver situações didáticas objetos de conhecimento ao longo do Ensi-
da de decisões nessas escolhas e como me-
neira sistemática” (DOLZ; SCHNEUWLY; que têm durações diferentes, que po- no Fundamental. Diante disso, o Currículo
diador da relação ensino e aprendizagem, é
NOVERRAZ, 2004, p. 82) e, também, ca- dem ser permanentes ou realizadas de Ciências, fundamentando-se na BNCC
fundamental. no curso de períodos limitados, al-
racterizada por possuir uma ordem de reali- (BRASIL, 2017) e no Currículo Paulista
gumas das quais se sucedem no tem-
zação e uma progressão de desafios a serem (SÃO PAULO, 2019) está organizado em
2.3.3 Modalidades enfrentados pelos alunos para que constru-
po, enquanto outras se entrecruzam
três unidades temáticas que devem orien-
organizativas am um determinado conhecimento. Há, as-
numa mesma etapa do ano letivo.
tar o trabalho pedagógico em todo o Ensino
(LERNER, 2002, p. 90)
No trabalho cotidiano, o professor sim, um nível de dificuldade. As sequências Fundamental. São elas: Matéria e ener-
têm ainda um tempo definido de duração e Diante das diferentes modalidades gia, Vida e evolução, Terra e Univer-
se depara com a necessidade contínua de
visam trabalhar determinadas habilidades e organizativas, as escolhas destas devem so.
planejar a prática pedagógica. Esse traba-
objetos de conhecimento. estar relacionadas com: as habilidades pre-
lho pode ser organizado, segundo Lerner Embora as unidades temáticas este-
tendidas, o tempo disponível e a complexi-
(2002), por diferentes modalidades organi- As situações independentes podem jam apresentadas separadamente, é incon-
dade do objeto de conhecimento a ser tra-
zativas. São elas: projetos, atividades habi- ser divididas em dois grupos: cebível pensá-las como fragmentadas ou
balhado. No ensino de Ciências, o processo
tuais, sequência de atividades ou sequência isoladas. Ao tomarmos como exemplo o ob-
a. Situações ocasionais: inserem-se de problematização, desenvolvimento e sis-
didática , situações independentes, que se jeto de conhecimento Fontes e transforma-
na rotina à medida que surgem tematização precisa percorrer as estratégias
dividem em ocasionais e de sistematização. ções de energia, da unidade temática Terra
discussões ou questões não previs- didáticas propostas pelo professor nas dife-
Os projetos são situações didáticas rentes modalidades organizativas. e Universo, não há como construir conhe-
tas inicialmente, mas que merecem
que oferecem a organização de conteúdo a cimentos sem relacioná-los ao objeto de
atenção. Trata-se de atividades
partir de temas ou problemas que podem 2.3.4 A articulação entre as conhecimento Mudanças climáticas e sus-
trabalhadas de maneira pontual
vir das vivências dos estudantes ou pro- unidades temáticas tentabilidade da unidade temática Terra
e breve. Podem ser desenvolvidas
postos pelo professor. Nessa modalidade e Universo e ao objeto de conhecimento
sem que tenham relação direta A abordagem por unidades temáticas
organizativa, as etapas vão sendo construí- Preservação da biodiversidade da unidade
com o que está sendo abordado nas tem sido proposta por vários educadores,
das por meio da parceria entre estudantes e temática Vida e evolução.
outras atividades ou projetos. já que possibilita a ocorrência de continui-
professores. Há no projeto o planejamento Assim, cabe ao professor encontrar
b. Situações de sistematização: são dades e rupturas durante a formação dos
das tarefas, a distribuição destas no tempo esses pontos de articulação existentes entre
independentes no sentido de que estudantes, rompendo com o tradicional
e o produto final. as unidades temáticas, para permitir que os
não contribuem para cumprir os paradigma curricular de organização dos
Já as atividades habituais são situa- conteúdos escolares com base apenas em objetos de conhecimento sejam percebidos
propósitos apresentados com re-
ções didáticas propostas com regularidade, conceitos científicos. pelo estudante como uma possibilidade de
lação a uma ação imediata, porém,
cujo objetivo é ajudar os estudantes a se relações e conexões e o quanto estão ligados
são atividades que permitem siste- Desde a publicação dos Parâmetros
apropriar dos conteúdos, constituir atitu- ao mundo em que vive e a si mesmo.
matizar os conteúdos trabalhados Curriculares Nacionais (BRASIL,1998), a
50 51
As Unidades Temáticas deste compo- dos, evoluindo para conceitos mais abstra- sobre as diferentes interações sensoriais. o cosmos. Entender a Terra e suas transfor-
nente curricular são detalhadas a seguir. tos como, por exemplo, radiação e calor. As Os microrganismos são apresentados como mações implica focar o olhar na estrutura
propriedades dos materiais são exploradas fundamentais para a ciclagem dos nutrien- de Terra e no dinamismo inter-relacional
2.3.4.1 Matéria e energia com maiores detalhes, a história dos mo- tes e para processos de biotecnologia, assim de seus processos e, ao mesmo tempo, olhar
A unidade temática Matéria e ener- delos atômicos e as características dos ele- como são abordadas estratégias para pre- para fora do planeta. Na abordagem dos
gia dedica-se a explorar as características, mentos químicos são apresentadas. Assim, venção de doenças causadas por eles. conteúdos escolares, é necessário respeitar
interações, transformações e comporta- os estudantes podem debater sobre os im- o interesse e “o olhar observador” dos estu-
Por sua vez, nos Anos Finais, esses
mentos dos materiais, além de conceituar pactos socioambientais, o equilíbrio termo- dantes, por meio de desafios, estratégias so-
temas são retomados, ampliando os conhe-
energia, estudar os seus tipos e identificar dinâmico e estudar os princípios físicos que bre os procedimentos da Ciência para pro-
cimentos e a relação dos estudantes com o
os seus diferentes usos no dia a dia. A este regem as máquinas simples. duzir o conhecimento de que hoje se dispõe
ambiente, consigo mesmos e com os outros.
respeito, a BNCC (BRASIL, 2017) apresenta e sobre a Terra e o Universo.
Vale salientar, ainda, que esta unida- A organização da célula e a história da ci-
as possibilidades de estudos nesta unidade:
de temática permite aos estudantes constru- tologia são estudadas e reflexões como “De Nos Anos Iniciais, os estudantes co-
[...] estudos referentes à ocorrência, à írem modelos explicativos e a se apoiarem onde viemos? Para onde vamos? Por que meçam a perceber a passagem do tempo,
utilização e ao processamento de re- no conhecimento científico para explicar nós existimos?” são estimuladas nesta uni- são estimulados a observar e a identificar as
cursos naturais e energéticos empre- fenômenos, avaliar modos de produção e dade temática. características do dia, da noite e as regulari-
gados na geração de diferentes tipos refletir sobre o consumo de recursos e os dades astronômicas e climáticas. Analisam
de energia e na produção e no uso res- O ser humano é dotado de inteligên-
hábitos sustentáveis. a posição dos astros no céu, a forma e a po-
ponsável de materiais diversos. Dis- cia, discernimento, capacidade de escolha
sição das sombras na Terra e conceituam os
cute-se, também, a perspectiva histó- e planejamento intencional, habita a Terra
rica da apropriação humana desses
2.3.4.2 Vida e evolução movimentos da Terra e da Lua. Nesta fase,
e é capaz de promover alterações signifi-
recursos, com base, por exemplo, na A BNCC (BRASIL, 2017) propõe que são convidados também a conhecer como a
cativas no ambiente em que vive. A BNCC
identificação do uso de materiais em a unidade temática Vida e evolução abor- história dos instrumentos ópticos se rela-
(BRASIL, 2017) evidencia a presença do ser
diferentes ambientes e épocas e sua de questões relacionadas aos seres vivos cionam com o avanço sobre o conhecimento
relação com a sociedade e a tecnolo- humano nas cadeias alimentares, estimula
(incluindo os seres humanos), suas carac- do Universo.
gia. (BRASIL, 2017, p. 325) alternativas individuais e coletivas para o
terísticas, necessidades e interações com o
uso responsável dos recursos naturais, seja Nos Anos Finais, busca-se a compre-
Nos Anos Iniciais, os estudantes expe- ambiente. Apresenta a vida como fenômeno
discutindo as implicações do consumo ex- ensão do Universo, a partir da visão sistê-
rimentam o meio onde vivem e os objetos natural e social, os elementos essenciais à
cessivo ou do destino dos resíduos. Valori- mica, para a compreensão dos limites do
que utilizam comparando as suas caracte- sua manutenção e à compreensão dos pro-
za-se também o capital ambiental local, co- planeta e da existência no cosmos, poten-
rísticas. É possível apresentar aos estudan- cessos evolutivos que geram a diversidade
locando como habilidade o reconhecimento cializando a responsabilidade individual e
tes, desta faixa etária, a história dos mate- de formas de vida no planeta. O Currículo
das unidades de conservação do país, esta- coletiva pela biosfera. Comparar planetas
riais e relacioná-la ao desenvolvimento da Paulista (SÃO PAULO, 2019) destaca que
do e município. do Sistema Solar pode ser útil para mostrar
tecnologia na sociedade. É nesta fase que os os objetos de conhecimento desta unida-
quais os fatores tornam possível abrigar a
conceitos de densidade, solubilidade e mag- de levam os estudantes a compreender os Outro foco dessa unidade é a percep-
vida na Terra. Nesta fase, o que se propõe
netismos são introduzidos e as diferenças processos associados à manutenção da vida ção de que o corpo humano é um conjunto
são estudos que permitam ao estudante
entre transformações químicas e transfor- e à biodiversidade no planeta Terra, assim de sistemas integrados que dependem de
reconhecer a Terra como componente do
mações físicas são estabelecidas. Reflexões como a fundamentação científica desses fe- fatores individuais, coletivos, sociais e in-
Sistema Solar; levantar os aspectos que
sobre a cadeia produtiva e a necessidade de nômenos à luz da evolução. clusive de políticas públicas para a manu-
comprovam sua forma esférica; compreen-
reduzir o consumo, reaproveitar e reutilizar tenção da saúde.
Nos Anos Iniciais, as reflexões acerca der como sua estrutura interna se organiza;
os materiais são trazidas para as aulas, fa- aplicar na vida cotidiana os conceitos rela-
da organização fisiológica e anatômica de
zendo uma intersecção sobre a influência da 2.3.4.3 Terra e Universo
animais e plantas são introduzidas. É dada cionados à origem do Universo; reconhecer
vida humana nos ecossistemas. Terra e Universo é a unidade temá-
uma atenção especial ao cuidado pessoal e a existência de diferentes visões de mundo
tica que engloba o estudo da Terra, dos cor-
Já nos Anos Finais, os conhecimentos ao reconhecimento dos limites entre o “eu e e a diversidade de explicações sobre as ori-
pos celestes e da evolução das teorias sobre
nessas mesmas temáticas são aprofunda- o outro”, buscando ampliar a compreensão gens da Terra (religiosas, míticas ou espon-
52 53
tâneas), comparadas com postulados cien- escolhas e orientam sua prática. Os TCT propostos, de acordo com na observação de situações do coti-
tíficos hegemônicos em diferentes etapas da Brasil (2019), foram selecionados por per- diano ou reproduzidas em vídeos,
Nas propostas disciplinares, os con-
história das Ciências (modelos geocêntrico mitirem a efetiva educação para a vida em que a estrutura, a sustentação e a
teúdos nunca perdem sua identidade com a
e heliocêntrico, respectivamente antes e a sociedade, tendo em vista que uma das movimentação dos seres vertebra-
matéria diferenciada, mas quando se elabo-
partir de Copérnico) e a contribuição das oportunidades decorrentes de sua aborda- dos resultam da interação entre os
ram propostas interdisciplinares, por exem-
mulheres nesse processo. Tais abordagens gem é a aprendizagem da gestão de confli- sistemas muscular, ósseo e nervo-
plo, foca-se o trabalho pedagógico em como
podem ser feitas com conteúdo sobre a ori- tos, que contribui para eliminar, progres- so.
os alunos podem aprender de forma mais
gem e a evolução do Universo. sivamente, as desigualdades econômicas,
contextualizada os conteúdos das discipli- b. de Arte do 6º ano do Ensino Fun-
acompanhadas da discriminação individual
nas. Como proposta da transversalidade, a damental:
2.3.5 Articulação entre os e social.
BNCC (BRASIL, 2019) apresenta os Temas (EF69AR11) Conhecer, experimen-
diferentes componentes
Contemporâneos Transversais (TCT) que O tratamento transversal desses te- tar e analisar os fatores de mo-
curriculares
buscam essa contextualização do que é ensi- mas pressupõe que eles percorram as dife- vimento (tempo, peso, fluência e
Ao planejar e analisar atividades, uni- nado, trazendo temas que sejam de interes- rentes áreas do conhecimento, recebendo espaço) como elementos que, com-
dades, sequências didáticas e projetos, o se dos estudantes e de relevância para seu um enfoque didático integrado e problema- binados, geram as ações corporais
professor pode romper com a fragmentação desenvolvimento como cidadão. tizador, fazendo com que os alunos se iden- e o movimento dançado.
dos conteúdos e refletir acerca dos limites tifiquem com as questões propostas, sendo
e das intersecções entre as disciplinas, para Na figura a seguir, estão explicitados c. de Educação Física do 6º ano do
capazes, inclusive, de criar estratégias para
ter clareza dos critérios que conduzem suas todos os TCT. Ensino Fundamental:
intervir na realidade e transformá-la.
(EF67EF19) Identificar os riscos
Temas Contemporâneos Transversais na BNCC
O presente Currículo está orientado
durante a realização de práticas
por princípios que visam à formação inte-
corporais de aventuras urbanas e
MEIO AMBIENTE gral do aluno e, nesse sentido, não poderia
Educação Ambiental planejar estratégias para sua supe-
Educação para o Consumo deixar de considerar questões relevantes do
ração.
mundo contemporâneo. Os TCT aparecem
ECONOMIA compondo as habilidades da BNCC (2017) Nessa perspectiva, Perrenoud (1999)
Trabalho elenca o que um trabalho interdisciplinar e
Educação Financeira e promovem a transdisciplinaridade nas di-
Educação Fiscal ferentes áreas do conhecimento, muitas ve- transdisciplinar requer dos professores:
SAÚDE
zes, de forma bem explícita, como se pode a. manifestar responsabilidade pela
Saúde
Educação Alimentar e Nutricional observar na habilidade de Ciências para o formação global do estudante,
3º ano do Ensino Fundamental: não deixando de se preocupar em
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Ciência e Tecnologia (EF03CI12A**) Adotar atitudes garantir as condições necessárias
responsáveis em relação à preser- para a formação disciplinar;
CIDADANIA E CIVISMO vação do meio ambiente e dos se- b. deixar-se instruir pelos colegas,
Vida Familiar e Social res vivos. discutindo questões de metodolo-
Educação para o Trânsito
Educação em Direitos Humanos Quando não figuram no Currículo de gia, epistemologia, de registro dos
MULTICULTURALISMO Direitos da Criança e do Adolescente saberes, entre outras;
forma explícita e intensa, é possível obser-
Diversidade Cultural Processo de envelhecimento,
Educação para valorização do respeito e valorização do idoso vá-los do ponto de vista relacional. É o caso c. perceber e valorizar as transversa-
multiculturalismo nas matrizes da habilidade de aprendizagem: lidades potenciais dos programas e
históricas e culturais brasileiras
das atividades didáticas;
Fonte: Figura adaptada de Brasil (2019).20 a. de Ciências do 6º ano do Ensino
Fundamental: d. propor e acompanhar atividades
[20] BRASIL. Temas Contemporâneos Transversais na BNCC. Ministério da Educação. 2019, página 13.
Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/guia_pratico_temas_con-
que busquem ajudar o aluno a
(EF06CI09*) Concluir, com base
temporaneos.pdf. Acesso em: 20 ago. 2020.
54 55
desenvolver uma “postura de es- Entende-se que a avaliação é uma po- também passa por um processo os estudantes progridam em seus conheci-
tudante”, ou seja, preocupar-se derosa alavanca para a ampliação do êxito de autoavaliação, pois o erro do mentos, fornecendo indicações claras sobre
com o ensino e a aprendizagem de na escola, um instrumento relevante no estudante pode estar relacionado sua aprendizagem. Assim, é fundamental
procedimentos gerais (saber pes- processo de ensino e aprendizagem. Para às estratégias de ensino que foram que os critérios de avaliação estejam claros
quisar, ler, escrever, argumentar, Hadji (2001), a avaliação no sentido for- planejadas e escolhidas. Espera-se para os professores e os estudantes.
expor conhecimentos, etc.); mativo desempenha um importante traba- que o professor identifique o que
A socialização dos critérios de avalia-
lho de assistência às aprendizagens. A ideia levou o estudante ao erro.
e. propor atividades e instrumentos ção pode ser explicitada em diferentes ativi-
implícita nessa concepção é que a avaliação
de avaliação pautados em critérios • Regulação/Ajuste da ação - A dades avaliativas, fazendo uso de um instru-
pode contribuir para a evolução dos alunos
compartilhados com os colegas. partir do diagnóstico individuali- mento denominado rubrica, que são guias,
de modo que o processo avaliativo forneça
zado, é possível realizar a adapta- com os indicadores de aprendizagem, ca-
Assim, a atividade docente asseme- indicadores claros sobre as suas aprendi-
ção das atividades, para promover pazes de evidenciar os objetivos alcançados
lha-se à atividade científica, no sentido de zagens e os instrumentos necessários para
a aprendizagem dos estudantes ou não pelos estudantes. Bacich e Holanda
ambas necessitarem da comunicação e cola- aprimorá-la.
que estavam com necessidade. (2020) definem as rubricas como um con-
boração entre as diferentes áreas do conhe-
cimento para qualificar os resultados. Moretto (2010) afirma que a avalia- As três etapas podem ser sintetizadas junto de critérios claros que oportunizam
ção formativa é uma análise qualitativa de de acordo com o ciclo da sequência formati- a análise de desempenho de uma tarefa ou
dados relevantes dos processos de ensino e va apresentada na figura a seguir. atividade. Geralmente há um nível atribuí-
2.4 Avaliação no aprendizagem que auxiliam o professor em do para cada questão da rubrica, que pode
Componente suas decisões pedagógicas. Queiroz (2020) Ciclo da sequência formativa ser convertido em uma nota formal. Desse
e Hadji (2001) estruturam o processo de modo, elas podem ser utilizadas para a ava-
Estudantes e professores são os su-
avaliação em etapas: Coleta liação em Ciências em qualquer instrumen-
jeitos das práticas avaliativas, pois ao ana-
de dados to avaliativo proposto.
lisar o desempenho dos alunos no proces- • Coleta de informação - o pro-
so de aprendizagem, cabe aos professores fessor observa os processos de Os instrumentos avaliativos, de acor-
o ajuste das metodologias e estratégias de ensino e as dificuldades dos estu- do com Bender (2014), devem adaptar-se
ensino. O desenvolvimento e os resultados dantes, identifica seus progressos e a cada situação didática, considerando os
da aprendizagem revelam fortemente as po- AVALIAÇÃO
dificuldades de aprendizagem. objetivos do educador e as necessidades de
tencialidades e as fragilidades do processo cada turma. Nascimento, Barbosa e Oliveira
• Diagnóstico individualizado/ Ajuste
de ensino. Diagnóstico (2017) dizem que o professor pode utilizar
feedback – é a interpretação das individualizado da ação
as avaliações individuais, em grupo, com
Alguns elementos evidenciados informações obtidas na etapa da
consulta, apresentações orais, exercícios in-
pela avaliação coleta de informação, nela o pro-
dividuais e em grupo, relatos de experiência
fessor busca novas atitudes fren- Fonte: Esquema baseado em Hadji (2001).21
Dimensão ensino e realização de experimentos, entre outras
te aos erros dos estudantes, com
Potencialidades Fragilidades atividades.
do ensino do ensino objetivo de que todos alcancem a Para Ferreira (2020), uma grande
revela
aprendizagem. A necessidade de vantagem da avaliação formativa é que ela Em síntese, consideram-se alguns
aprendizagem dos estudantes pode permite a avaliação das aprendizagens rea- instrumentos avaliativos fundamentais na
estar relacionada a fatores como: o lizada a todo momento, e não apenas no fi- área de Ciências da Natureza:
AVALIAÇÃO
processo de ensino, as estratégias nal do processo de ensino. A avaliação deve
de aprendizagem e os raciocínios • relatos de fenômenos, por meio da
informar ao estudante quais são os seus
dos estudantes. Por essa razão, o elaboração de textos, vídeos e de-
revela avanços, dificuldades e possibilidades. Isso
Potencialidades Fragilidades senhos;
da aprendizagem da aprendizagem erro não pode ser visto como uma significa que ela deve contribuir para que
Dimensão aprendizagem ação específica do estudante. Nes- • elaboração de relatórios simples
ta etapa de feedback, o professor [21] HADJI, C. A Avaliação desmitificada. Porto com base em observações, coleta e
Fonte: Esquema produzido pelos autores (2020). Alegre: Artmed, 2001.
56 57
tratamento de dados, uso de mode-
los, entre outras situações caracte-
rísticas da área;
• elaboração de portfólios, para que
estudantes registrem observações,
aprendizados, referências, entre
outras situações desenvolvidas ao
longo do ano escolar;
• demais evidências que poderão ser
coletadas durante as aulas, como
imagens, relatos, pequenos vídeos
e outras formas de registros que
ajudarão o docente na análise dos
aprendizados.
Taborda et al. (2020) afirma que o
compromisso com a qualidade da avaliação
sinaliza o compromisso com a qualidade do
processo de ensino, já que são partes indis-
sociáveis da ação educativa.

A avaliação não pode estar pautada


em juízos subjetivos ou emocionais, mas
preocupa-se em buscar diversidade de ins-
trumentos e organizar-se de forma sistema-
tizada. Isso significa que os instrumentos
avaliativos eleitos pelo professor, sua com-
posição e o tratamento a ser dado a eles de-
vem corresponder às demandas da perspec-
tiva que orienta o ensino em Ciências.

58 59
As habilidades foram escritas na se- • Reconhecer a utilidade dos objetos
guinte estrutura: começam sempre com um para a realização de atividades da
verbo, indicando o que se espera que o es- vida cotidiana.
tudante construa, o qual será desenvolvido
• R
elacionar as características dos
por um conjunto de práticas e não apenas
objetos com sua utilização.
em uma aula isolada.
• I dentificar formas adequadas de
Vamos tomar como exemplo a habili- descarte de diferentes objetos.
dade a seguir:
Esse processo dependerá da leitura e
interpretação dos docentes e das escolhas
(EF01CI01A**) Reconhecer e
que serão realizadas durante as sessões de
identificar as características
dos objetos de uso cotidiano. planejamento, individuais e coletivas, con-
siderando os pressupostos metodológicos

3 numerando Reconhecer e identificar indicam


os processos que devem ser abordados com
expostos neste Currículo de Ciências.

A seguir, registram-se por ano os qua-


os estudantes e as atividades propostas de- dros organizadores contendo as unidades

PARTE 3 vem proporcionar situações para que eles


possam reconhecer e identificar tais carac-
temáticas, as habilidades e os objetos de co-
nhecimento.

Organizadores
terísticas, listando e analisando objetos da
vida cotidiana. Observe que caracterís-
ticas dos objetos indica o objeto de co-
nhecimento da habilidade, que no caso é
características dos materiais. O termo de
uso cotidiano serve como um complemento
da habilidade, que auxilia na identificação
dos contextos de aprendizagem, neste caso,
são abordados os objetos envolvidos no dia
a dia do estudante.

Essa estrutura se repete ao longo de


todas as habilidades, com algumas modifi-
cações, sendo sempre possível identificar os
* Habilidade com a mesma normativa do có-
processos, o contexto e os objetos de conhe- digo alfanumérico correspondente à BNCC
acrescida de um asterisco ao final para in-
cimento envolvidos. A partir deste docu- dicar que foi criada especificamente para o
Currículo Paulista.
mento, espera-se que o professor seja capaz
de propor os objetivos de aprendizagem que
podem ser desdobrados dessas habilidades.
** Habilidade com a mesma normativa do
código alfanumérico correspondente à BNCC
Por exemplo, listamos abaixo al- acrescida de dois asteriscos ao final, indican-
do que foi criada especificamente para o Cur-
guns objetivos de aprendizagem que ser- rículo da Secretaria de Educação e Cidadania
de São José dos Campos.
vem como exemplo do que se espera para
essa aprendizagem (INSTITUTO REÚNA,
2020):
60 61
1º ANO | AN OS I N I C I AIS 2 º A N O | A NO S I NI C I A I S

UNIDADES OBJETOS DE UNIDADES OBJETOS DE


HABILIDADES HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO TEMÁTICAS CONHECIMENTO

(EF02CI01) Identificar de que materiais os objetos utili-


(EF01CI07**) Identificar as transformações ocorridas no corpo zados no dia a dia são feitos (metal, madeira, vidro, entre Propriedades e uso
Matéria e energia
humano até a presente data. outros), como são utilizados e pesquisar informações dos materiais
Corpo humano relacionadas ao uso desses objetos no passado.
(EF01CI08**) Reconhecer os órgãos sensoriais e suas fun-
ções.
(EF02CI04) Observar e descrever características de plantas
1º BIMESTRE

e animais (tamanho, forma, cor, fase da vida e local onde se Seres vivos no

1º BIMESTRE
desenvolvem) que fazem parte de seu cotidiano e relacio- ambiente
Vida e evolução
(EF01CI03A) Identificar hábitos de higiene do corpo e discutir ná-las ao ambiente em que vivem.

ORGANIZADORES CURRICULARES BIMESTRAIS


as razões pelas quais lavar as mãos antes de comer, escovar
os dentes, limpar os olhos, o nariz e as orelhas são medidas de
Corpo humano e (EF02CI05) Investigar, em diferentes ambientes do seu co-
higiene necessárias para a manutenção da saúde. Vida e evolução
• ENSINO FUNDAMENTAL

saúde tidiano ou da sua região, a importância da água e da luz


(EF01CI03B) Associar a saúde coletiva aos hábitos de higiene, para a manutenção da vida e dos seres vivos. Seres vivos no
como ação preventiva ou de manutenção da qualidade de vida
(EF02CI06A) Identificar as principais partes de uma planta ambiente
dos indivíduos.
(raiz, caule, folhas, flores e frutos) e a função desempenha-
da por elas. Plantas
(EF02CI06B) Observar as relações entre as plantas, o am-
biente e os demais seres vivos.
(EF01CI02) Localizar, nomear e representar as partes do corpo
humano por meio de desenhos, aplicativos (softwares) e/ou
2º BIMESTRE

modelos tridimensionais construídos com materiais e explicar (EF02CI02) Propor o uso de diferentes materiais para a
as funções de cada parte. construção de objetos de uso cotidiano, tendo em vista Propriedades e
Vida e evolução Corpo humano Matéria e energia
algumas propriedades desses materiais (flexibilidade, du- usos dos materiais
(EF01CI04) Comparar as características físicas entre os cole-

2º BIMESTRE
reza, transparência, entre outras).
gas, reconhecendo a diversidade e a importância da valoriza-
C I ÊN CIA S

ção, do acolhimento e do respeito às diferenças.


(EF02CI03) Identificar possíveis situações de risco e dis-
cutir os cuidados necessários à prevenção de acidentes Prevenção
Vida e evolução domésticos, tais como os relacionados a objetos cortantes de acidentes
e inflamáveis, eletricidade, produtos de limpeza, medica- domésticos
(EF01CI01A) Reconhecer e identificar as características dos mentos, condições climáticas, entre outros.
objetos de uso cotidiano.
3º BIMESTRE

Características dos
(EF01CI01B) Comparar os materiais de que são feitos os obje- materiais
Matéria e energia tos de uso cotidiano. (EF02CI07A) Observar e registrar a posição do Sol no céu, Movimento

3º BIMESTRE
Materiais e relacionando-a às atividades realizadas ao longo do dia. aparente do sol no
(EF01CI01C) Identificar os modos de descarte/destinação dos ambiente céu
objetos de uso cotidiano e como podem ser usados e reapro- Terra e Universo (EF02CI07B) Observar e registrar tamanho, forma e posi-
veitados de forma consciente e sustentável. ção da sombra projetada de um objeto e descrever suas Movimento
mudanças em relação às posições do Sol em diversos ho- de rotação e
rários do dia. translação

(EF01CI05) Identificar e nomear diferentes escalas de tempo: (EF02CI08) Observar, registrar e comparar o efeito da ra-
4º BIMESTRE

os períodos diários (manhã, tarde, noite) e a sucessão de dias, diação solar (aquecimento e reflexão) em diferentes tipos
4º BIMESTRE

semanas, meses e anos. Escalas de tempo de superfícies (água, areia, solo, escuras, claras, metálicas,
Terra e Universo entre outras). O Sol como fonte
(EF01CI06) Selecionar exemplos de como a sucessão de dias e Dia e noite Terra e Universo
de luz e calor
noites orienta o ritmo de atividades diárias de seres humanos e (EF02CI09**) Valorizar a previsão do tempo como forma
de outros seres vivos. de prevenção e mobilização frente aos desastres naturais,
tendo em vista a preservação da vida em geral.

62 63
3º ANO | AN OS I N I C I AIS 3 º A N O | A NO S I NI C I A I S

UNIDADES OBJETOS DE UNIDADES OBJETOS DE


HABILIDADES HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO TEMÁTICAS CONHECIMENTO

(EF03CI04) Identificar características sobre o modo de vida


(hábitos alimentares, reprodução, locomoção, entre outros)
dos animais do seu cotidiano, comparando-os aos de ou-
tros ambientes. Características e
desenvolvimento
(EF03CI06) Comparar alguns animais e organizar grupos dos animais
com base em características observáveis (presença de (EF03CI09) Classificar diferentes amostras de solo do en-
penas, pelos, escamas, bico, garras, antenas, patas, entre torno da escola e reconhecer suas características como
1º BIMESTRE

outras). cor, textura, cheiro, tamanho das partículas, permeabilida-


Vida e evolução de, entre outras.

ORGANIZADORES CURRICULARES BIMESTRAIS


(EF03CI11**) Reconhecer que diferentes espécies de seres (EF03CI10) Identificar os diferentes usos do solo (planta-
vivos necessitam de diferentes quantidades e/ou intensi- Características e ção e extração de materiais, dentre outras possibilidades), Características da
dade de água, luz, solo e ar para a sua sobrevivência. desenvolvimento Terra e Universo reconhecendo a sua importância para a agricultura e para Terra
• ENSINO FUNDAMENTAL

dos animais a vida.


(EF03CI12A**) Adotar atitudes responsáveis em relação à Usos do solo
preservação do meio ambiente e dos seres vivos. Cuidados com a (EF03CI07) Identificar características da Terra (como seu
natureza formato geoide, a presença de água, solo, entre outras),
(EF03CI12B**) Reconhecer a interdependência entre o ser
com base na observação, manipulação e comparação das
humano e o ambiente.
diferentes formas de representação do planeta (mapas,
globos, fotografias, etc.) incluindo os aspectos culturais de
diferentes povos.
(EF03CI05) Identificar, comparar e comunicar as alterações
Características e
de características que ocorrem desde o nascimento e em
desenvolvimento
diferentes fases da vida dos animais, inclusive dos seres
dos animais
humanos.

4º BIMESTRE
2º BIMESTRE

(EF03CI13**) Explicar como o paladar, o olfato, a audição,


Vida e evolução
o tato e a visão nos colocam em contato com o mundo, Sentidos
C I ÊN CIA S

estabelecendo parâmetros na vida de relação.

(EF03CI14**) Incorporar medidas de cuidado corporal para


Cuidados com o
a manutenção da saúde (hábitos alimentares, de higiene
corpo
corporal, prática de esportes).  (EF03CI08A) Observar e registrar os períodos diários (dia
e/ou noite) em que o Sol, demais estrelas, Lua e planetas
estão visíveis no céu.
(EF03CI01) Produzir diferentes sons a partir da vibração
(EF03CI15**) Descrever a importância da observação
dos objetos e identificar variáveis (material de que são fei-
como meio para descobrir regularidades da natureza. Dife-
tos, tamanho, forma) que influem nesse fenômeno.
renciar corpos luminosos de não luminosos. Características da
(EF03CI03A) Identificar e discutir hábitos individuais e co- Terra e Universo Terra
Produção do som (EF03CI08B) Descrever como os ciclos diários e os corpos
letivos necessários para a manutenção da saúde auditiva e
visual em termos de som e luz. celestes são representados em diferentes culturas, valori- Usos do solo
3º BIMESTRE

zando a construção do conhecimento científico ao longo


(EF03CI03B) Reconhecer condições ambientais prejudi- da história humana.
Matéria e energia ciais à saúde auditiva e visual.
(EF03CI08C) Reconhecer como os avanços tecnológicos
(lunetas, telescópios, mapas, entre outros) possibilitam a
(EF03CI02) Experimentar e descrever o que ocorre com a compreensão científica sobre o céu.
passagem da luz através de objetos transparentes (copos, Efeitos da luz nos
janelas de vidro, lentes, prismas, água, entre outros), no materiais
contato com superfícies polidas (espelhos) e na intersec- Saúde auditiva e
ção com objetos opacos (paredes, pratos, pessoas e ou- visual
tros objetos de uso cotidiano).

64 65
4º ANO | AN OS I N I C I AIS 4 º A N O | A NO S I NI C I A I S

UNIDADES OBJETOS DE UNIDADES OBJETOS DE


HABILIDADES HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO TEMÁTICAS CONHECIMENTO

(EF04CI13**) Identificar o processo da fotossíntese como


Fotossíntese
mecanismo de produção de alimento pelos vegetais.
(EF04CI07) Identificar a participação de microrganismos
na produção de alimentos, combustíveis, medicamentos,
entre outros.
(EF04CI15**) Reconhecer que certas plantas são utilizadas
como matéria-prima para a produção de medicamentos. 

ORGANIZADORES CURRICULARES BIMESTRAIS


(EF04CI04) Analisar e construir cadeias alimentares sim- (EF04CI08) Propor, a partir do conhecimento das formas de
Cadeias
ples, reconhecendo a posição ocupada pelos seres vivos transmissão de alguns microrganismos (vírus, bactérias e

3º BIMESTRE
alimentares
1º BIMESTRE

nessas cadeias e o papel do Sol como fonte primária de protozoários), atitudes e medidas adequadas para preven- Microrganismos
simples
• ENSINO FUNDAMENTAL

energia na produção de alimentos. ção de doenças a eles associadas.


Vida e evolução Vida e evolução Saúde
(EF04CI12*) Identificar as atitudes de prevenção relaciona-
das a algumas patologias infectocontagiosas com maior Biotecnologia
incidência no Estado de São Paulo e comunicar informa-
ções sobre elas em sua comunidade como uma ação de
saúde pública.
(EF04CI05) Descrever o ciclo da matéria e o fluxo de ener- (EF04CI16**) Propor atitudes e comportamentos favorá-
gia que se estabelecem entre os componentes vivos e não Cadeias veis à preservação da saúde em relação à higiene corporal
vivos de um ecossistema. alimentares e ambiental, modos de transmissão e de presença de doen-
simples ças infectocontagiosas.
(EF04CI06) Reconhecer a participação de fungos e bacté-
rias no processo de decomposição bem como a importân- Microrganismos
cia ambiental desse processo.
C I ÊN CIA S

(EF04CI01) Identificar misturas na vida diária, com base


em suas propriedades físicas observáveis, reconhecendo (EF04CI09) Analisar e acompanhar as projeções de som-
sua composição. bras de prédios, torres, árvores, tendo como referência os
(EF04CI14**) Comparar diferentes misturas na natureza, pontos cardeais e descrever as mudanças de projeções
identificando a presença da água para caracterizá-la como nas sombras ao longo do dia e meses.
solvente. (EF04CI10) Comparar as indicações dos pontos cardeais

4º BIMESTRE
Pontos cardeais
2º BIMESTRE

Misturas resultantes da observação das sombras de uma vara (gnô-


(EF04CI02) Investigar as transformações que ocorrem nos
materiais quando expostos a diferentes condições (aque- Transformações Terra e Universo mon) com aquelas obtidas por meio de uma bússola. Calendário,
Matéria e energia
cimento, resfriamento, luz e umidade), registrando as evi- reversíveis e não (EF04CI11A) Explicar a relação entre os movimentos rela- fenômenos cíclicos
dências observadas em experimentos e diferenciando os reversíveis tivos do Sistema Sol, Terra e Lua e associá-los a períodos e cultura
resultados obtidos.  regulares de marcação do tempo na vida humana. 
(EF04CI03) Concluir que algumas mudanças causadas por (EF04CI11B) Reconhecer a influência do movimento do Sol,
aquecimento ou resfriamento são reversíveis (como as da Terra e da Lua na construção de diferentes calendários
mudanças de estado físico da água) e outras não (como em diversas culturas.
a queima de materiais) e reconhecer a existência em fenô-
menos no cotidiano.

66 67
5º ANO | AN OS I N I C I AIS 5 º A N O | A NO S I NI C I A I S

UNIDADES OBJETOS DE UNIDADES OBJETOS DE


HABILIDADES HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO TEMÁTICAS CONHECIMENTO

(EF05CI06A) Identificar e registrar de diferentes formas (ilus-


(EF05CI02) Descrever as mudanças de estado físico da
trações, vídeos, simuladores e outros) o processo de digestão
água, estabelecendo relação com o ciclo hidrológico e suas
dos alimentos, considerando o caminho percorrido pelos ali-
implicações na agricultura, no clima, na geração de energia Consumo
mentos no sistema digestório ou pelo gás oxigênio no sistema
elétrica, na produção tecnológica, no provimento de água consciente
respiratório. Nutrição
potável e no equilíbrio dos ecossistemas em diferentes es-
calas: local, regional e nacional.  (EF05CI06B) Selecionar argumentos que justifiquem por que Integração entre
os sistemas digestórios e respiratórios são considerados cor- os sistemas
responsáveis pelo processo de nutrição do organismo, com digestório,
(EF05CI04) Identificar os usos da água nas atividades coti- base na identificação das funções desses sistemas.  respiratório e
dianas no campo, no transporte, na indústria, no lazer e na Uso da água e circulatório
(EF05CI07) Representar o sistema circulatório e seu funcio-

ORGANIZADORES CURRICULARES BIMESTRAIS


geração de energia, para discutir e propor formas sustentá- sustentabilidade
namento (por meio de ilustrações ou representações digitais),
veis de utilização desse recurso.
relacionando-o à distribuição dos nutrientes pelo organismo e
à eliminação dos resíduos produzidos.
• ENSINO FUNDAMENTAL

1º BIMESTRE

3º BIMESTRE
Consumo (EF05CI08) Organizar um cardápio equilibrado com base nas
(EF05CI05A) Construir propostas coletivas, incentivando o
Matéria e energia consciente Vida e evolução características dos grupos alimentares (nutrientes e calorias)
consumo consciente.
e nas necessidades individuais (atividades realizadas, idade,
(EF05CI05B) Discutir soluções tecnológicas para o descar- Soluções sexo, etc.) para a manutenção da saúde.
te adequado e a reutilização ou reciclagem de materiais tecnológicas
consumidos na escola e nos demais espaços de vivência. (EF05CI15*) Reconhecer as diferentes ofertas de alimentação Nutrição do
Reciclagem de acordo com a região onde se vive, discutindo criticamente organismo
os aspectos sociais envolvidos na escassez de alimento pro-
Hábitos
vocada pelas condições ambientais ou pela ação humana.
(EF05CI03) Identificar os efeitos decorrentes da ação do alimentares
ser humano sobre o equilíbrio ambiental, relacionando a (EF05CI16*) Propor um cardápio equilibrado, utilizando os ali-
Integração entre
vegetação com o ciclo da água e a conservação dos solos, mentos regionais pela sua sazonalidade e associar a alimen-
Ciclo hidrológico os sistemas
dos cursos de água e da qualidade do ar atmosférico. tação à promoção da saúde.
digestório,
(EF05CI14*) Comunicar, por meio da tecnologia, a im- Consumo (EF05CI09) Discutir a ocorrência de distúrbios nutricionais respiratório e
C I ÊN CIA S

portância das ações sustentáveis para a manutenção do consciente como obesidade e subnutrição entre crianças, jovens e adul- circulatório
equilíbrio ambiental na comunidade em que vive, como um tos, a partir da análise de hábitos individuais ou de grupos
modo de intervir na saúde coletiva. sociais (tipos e quantidade de alimento ingerido, prática de
atividade física, entre outros).

(EF05CI10) Identificar algumas constelações no céu, com o


(EF05CI01A) Explorar fenômenos da vida cotidiana que evi- apoio de recursos como mapas celestes, aplicativos digitais, Constelações e
denciem propriedades físicas dos materiais, como densi- entre outros, ou mesmo por meio da observação e visualiza- mapas celestes
dade, condutibilidade térmica e elétrica, respostas a forças ção direta do céu.
magnéticas, solubilidade, respostas a forças mecânicas,
dureza, elasticidade, dentre outras. (EF05CI19**) Reconhecer a Lua como satélite natural da Terra,
Universo
diferenciando-a dos outros planetas e dos satélites artificiais.
(EF05CI01B) Identificar e relatar o uso de materiais em ob-
jetos mais utilizados no cotidiano e associar as escolhas (EF05CI11) Relacionar o movimento aparente diário do Sol e
Movimento de

4º BIMESTRE
2º BIMESTRE

desses materiais às suas propriedades para o fim desejado Propriedades das demais estrelas no céu ao movimento de rotação da Terra
físicas e químicas rotação da Terra
como, por exemplo, a condutibilidade elétrica em fiações, e à sucessão de dias e de noites.
Matéria e energia a dureza de determinados materiais em aplicações na in- dos materiais Terra e Universo
fraestrutura de casas ou construção de instrumentos de Movimento de
trabalho no campo, na indústria, dentre outras. Fontes de energia (EF05CI12) Observar e registrar as formas aparentes da Lua rotação da Terra
no céu por um determinado período de tempo e concluir sobre
(EF05CI17**) Investigar diferentes formas de produção de a periodicidade de suas fases. Periodicidade das
bens de consumos e de comunicação ao longo do tempo e fases da Lua
relacioná-las com as fontes de energia utilizadas.
(EF05CI13) Projetar e construir dispositivos para observação
(EF05CI18**) Posicionar-se criticamente frente ao uso de a distância (luneta, periscópio etc.), observação ampliada de Instrumentos
diversas fontes de energia, comparando argumentos favo- objetos (lupas, microscópios) ou registro de imagens (máqui- ópticos
ráveis e contrários ao uso de cada uma delas.  nas fotográficas) e discutir usos sociais desses dispositivos.

68 69
6º ANO | AN OS F IN AI S 6 º A N O | A NO S FI NA I S

UNIDADES OBJETOS DE UNIDADES OBJETOS DE


HABILIDADES HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO TEMÁTICAS CONHECIMENTO
(EF06CI11) Identificar as diferentes camadas que estruturam Célula como
o planeta Terra, da estrutura interna à atmosfera, e descrever (EF06CI06) Concluir, com base na análise de ilustrações e ou mo- unidade da vida
Forma, estrutura
suas principais características. delos (físicos ou digitais), que os organismos são um complexo
e movimentos da Níveis de
(EF06CI12) Categorizar as rochas de acordo com suas carac- Terra arranjo de sistemas com diferentes níveis de organização. organização dos
terísticas e origem e associar as rochas sedimentares à forma- seres vivos
ção de fósseis em diferentes períodos geológicos.
(EF06CI15**) Investigar e comunicar o modo de vida de dinos- Pré-história Materiais sintéticos
(EF06CI18**) Investigar a composição, utilidade, destino e impac-
sauros brasileiros e outros animais da pré-história brasileira. brasileira tos socioambientais das embalagens e dos descartáveis. Impactos
(EF06CI13) Selecionar argumentos e evidências científicas que socioambientais
1º BIMESTRE

demonstrem a esfericidade da Terra. (EF06CI19**) Investigar os riscos ambientais e à saúde humana


Sustentabilidade

ORGANIZADORES CURRICULARES BIMESTRAIS


Terra e Universo (EF06CI16**) Reconhecer que o avanço tecnológico possibilita relativos à poluição gerada pelo microplástico.
a compreensão dos fenômenos por meio de evidências científi-
cas, bem como a reelaboração de modelos representativos da Forma, estrutura Transformação
(EF06CI20**) Reconhecer a decomposição como um processo de química
• ENSINO FUNDAMENTAL

Terra historicamente construídos. e movimentos da transformação química e explicar sua importância para o ciclo de
Terra Decomposição
(EF06CI14) Explicar como os movimentos de rotação e trans- nutrientes na natureza.

3º BIMESTRE
lação da Terra e a inclinação de seu eixo de rotação em relação Ciclagem de matéria
ao plano de sua órbita em torno do Sol originam eventos como
Vida e evolução Fotossíntese
as mudanças na sombra de objetos ao longo do dia, em dife- (EF06CI21**) Construir explicações baseadas em evidências sobre
rentes períodos do ano. o papel da fotossíntese na ciclagem dos materiais e no fluxo de Ciclagem de matéria
(EF06CI17**) Pesquisar sobre as mulheres que contribuíram energia no ecossistema.
Fluxo de energia
para o desenvolvimento da astronomia e discutir o papel das História da Ciência
(EF06CI22**) Descrever transformações ocorridas com o alimento
mulheres na história da Ciência. Respiração celular
no organismo, relacionando o gasto de energia à respiração celular.
(EF06CI01) Classificar como homogênea ou heterogênea a Misturas (EF06CI23**) Utilizar diferentes representações para descrever a
homogêneas e ciclagem do carbono e o fluxo de energia, integrando os processos Ciclagem de matéria
mistura de dois ou mais materiais, a partir da observação e
da comparação das características e propriedades de diferen- heterogêneas de fotossíntese, respiração celular, decomposição, cadeia alimen- Fluxo de energia
tes materiais, por meio da execução de experimentos simples tar e disponibilidade dos fatores abióticos.
Separação de
(EF06CI05A) Explicar e identificar a organização básica das células
C I ÊN CIA S

como a mistura de água e sal, água e areia, dentre outros. materiais


e seu papel como unidade estrutural e funcional dos seres vivos por
Misturas
(EF06CI02) Identificar evidências de transformações quími- meio de imagens impressas e digitais, animações computadoriza-
homogêneas e Célula como
cas decorrentes da mistura de diversos materiais, ocorridas das e instrumentos ópticos.
heterogêneas unidade dos seres
tanto na realização de experimentos quanto em situações do (EF06CI05B) Demonstrar a influência dos estudos e das tecnolo-
cotidiano, como a mistura de ingredientes para fazer um bolo, Separação de vivos
gias, na perspectiva da história da Ciência, na evolução do conheci-
mistura de vinagre com bicarbonato de sódio e também pelo materiais mento sobre as células, utilizando imagens, esquemas e represen-
conhecimento, por meio de publicação eletrônica ou impressa, tações dos diferentes tipos de microscópios e modelos de células.
Transformações
de situações relacionadas ao sistema de produção.
químicas (EF06CI07A) Identificar as estruturas básicas do sistema nervoso,
2º BIMESTRE

Misturas compreendendo suas respectivas funções. Interação entre os


Matéria e homogêneas e sistemas locomotor
(EF06CI03A) Investigar processos de separação de materiais (EF06CI07B) Justificar o papel do sistema nervoso na coordenação
energia heterogêneas e nervoso
de uso cotidiano. das ações motoras e sensoriais do corpo.
(EF06CI03B) Pesquisar sobre procedimentos específicos para Separação de (EF06CI08A) Explicar a importância da visão (captação e interpre- Interação entre
a separação de misturas homogêneas como a produção de sal materiais tação das imagens) na interação do organismo com o meio. sistema muscular e
de cozinha e a destilação de petróleo. Materiais
4º BIMESTRE (EF06CI08B) Selecionar lentes adequadas para a correção de di- nervoso
sintéticos ferentes defeitos da visão com base no funcionamento do olho
(EF06CI03C) Selecionar métodos adequados para a separação Vida e evolução humano. Lentes corretivas
de diferentes sistemas heterogêneos. Transformações Sistema locomotor
químicas (EF06CI09) Concluir, com base na observação de situações do coti- ou esquelético
(EF06CI04A) Reconhecer benefícios e avaliar impactos socio- diano ou reproduzidas em vídeos, que a estrutura, a sustentação e
Materiais Interação entre os
ambientais da produção de materiais sintéticos (como os me- a movimentação dos seres vertebrados resultam da interação entre
sintéticos sistemas locomotor
dicamentos, os combustíveis, os plásticos e os componentes os sistemas muscular, ósseo e nervoso.
Transformações e nervoso
eletrônicos).
químicas Interação entre os
(EF06CI04B) Associar a produção de materiais sintéticos ao (EF06CI10) Explicar como o funcionamento do sistema nervoso
sistemas locomotor
desenvolvimento científico e tecnológico. Sustentabilidade pode ser afetado por substâncias psicoativas.
e nervoso
70 71
7º ANO | AN OS F IN AI S 7 º A N O | A NO S FI NA I S

UNIDADES OBJETOS DE UNIDADES OBJETOS DE


HABILIDADES HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO TEMÁTICAS CONHECIMENTO

(EF07CI07) Caracterizar os principais ecossistemas brasi-


leiros quanto à paisagem, à quantidade de água, ao tipo
de solo, à disponibilidade de luz solar, à temperatura etc., Diversidade de
correlacionando essas características à flora e à fauna es- ecossistemas
pecíficas. (EF07CI15) Investigar fenômenos naturais como vulcões,
Fenômenos terremotos e tsunamis e justificar a rara ocorrência des-
(EF07CI18*) Investigar o território nacional, paulista e o naturais e ses fenômenos no Brasil, com base no modelo das placas
município de São José dos Campos, para identificar, em impactos tectônicas. Fenômenos
sua extensão, as Unidades de Conservação da Natureza e ambientais naturais (vulcões,
argumentar sobre suas características e importâncias em terremotos e
relação à preservação, à conservação e ao uso sustentável. tsunamis)

ORGANIZADORES CURRICULARES BIMESTRAIS


Terra e Universo
Vida e evolução (EF07CI19**) Mapear áreas verdes do bairro da escola e Placas tectônicas
Indicadores de
bairros próximos, reconhecendo sua importância para a e deriva
saúde pública
• ENSINO FUNDAMENTAL

qualidade de vida. continental


(EF07CI08A) Reconhecer impactos provocados pela ocor-
rência de catástrofes naturais ou alterações naturais e an- (EF07CI16) Justificar o formato das costas brasileira e afri-
Diversidade de
trópicas nos componentes físicos, biológicos ou sociais de cana com base na teoria da deriva dos continentes.
ecossistemas
um ecossistema.
(EF07CI08B) Avaliar de que maneira catástrofes naturais e Fenômenos
mudanças naturais e antrópicas podem afetar as popula- naturais e
ções, inclusive humanas, quanto às possibilidades de ex- impactos
tinção de espécies, alteração de hábitos, migração, entre ambientais
outras.

2º BIMESTRE
1º BIMESTRE

Composição do ar
(EF07CI12) Demonstrar que o ar é uma mistura de gases, (EF07CI02A) Diferenciar temperatura, calor e sensação
identificando sua composição, e discutir fenômenos natu- Efeito estufa térmica em diferentes situações cotidianas de equilíbrio
C I ÊN CIA S

rais ou antrópicos que podem alterar essa composição. termodinâmico.


Camada de ozônio
(EF07CI02B) Identificar materiais de acordo com o proces-
(EF07CI13A) Descrever o mecanismo natural do efeito es- so de propagação térmica.
tufa e seu papel fundamental para o desenvolvimento da
vida na Terra.
(EF07CI13B) Avaliar e discutir as ações humanas respon- Composição do ar
sáveis pelo aumento acelerado do efeito estufa (como a Formas de
Efeito estufa propagação do
queima dos combustíveis fósseis, o desmatamento, as
queimadas, a pecuária, hábitos de consumo e alimentares). calor
Mudanças
Matéria e energia
(EF07CI13C**) Avaliar a própria pegada ecológica e propor climáticas Equilíbrio
Terra e Universo termodinâmico e
maneiras de reduzi-la. Sustentabilidade (EF07CI03A) Utilizar o conhecimento das formas de propa-
vida na Terra
(EF07CI13D) Selecionar e implementar propostas que con- gação do calor para justificar a utilização de determinados
tribuam para a reversão ou controle do aumento do efeito materiais (condutores e isolantes) na vida cotidiana.
estufa, no contexto da escola ou da comunidade. (EF07CI03B) Explicar o princípio de funcionamento de al-
(EF07CI14A) Descrever a ação dos raios solares sobre o guns equipamentos, baseado em suas propriedades térmi-
planeta Terra, bem como a relação entre a existência da cas (garrafa térmica, coletor solar, entre outros).
vida e a composição da atmosfera. (EF07CI03C) Propor ou construir soluções tecnológicas a
(EF07CI14B) Justificar a importância da camada de ozônio Composição do ar partir do conhecimento sobre as formas de propagação do
para a vida na Terra, identificando os fatores que aumen- Camada de ozônio calor.
tam ou diminuem sua presença na atmosfera.
(EF07CI14C) Discutir propostas individuais e coletivas para
a preservação da camada de ozônio.
72 73
7º ANO | AN OS F IN AI S 7 º A N O | A NO S FI NA I S

UNIDADES OBJETOS DE UNIDADES OBJETOS DE


HABILIDADES HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO TEMÁTICAS CONHECIMENTO

Formas de
propagação do
(EF07CI04) Avaliar o papel do equilíbrio termodinâmico calor (EF07CI01A) Discutir a aplicação das máquinas simples
para a manutenção da vida na Terra, para o funcionamento (martelo, tesoura, alavanca, roldana, plano inclinado, entre
de máquinas térmicas e em outras situações cotidianas. Equilíbrio outras) e propor soluções e invenções para a realização de
termodinâmico e tarefas mecânicas cotidianas.
vida na Terra Matéria e energia Máquinas simples
(EF07CI01B) Investigar como as máquinas simples fizeram
parte do cotidiano humano em diferentes períodos histó-
ricos, incluindo o desenvolvimento industrial do Vale do

ORGANIZADORES CURRICULARES BIMESTRAIS


Paraíba, e argumentar sobre como seu uso mudou a so-
História dos
ciedade.
(EF07CI05) Discutir o uso de diferentes tipos de combus- combustíveis e das
tível e máquinas térmicas, ao longo do tempo, para avaliar máquinas térmicas
• ENSINO FUNDAMENTAL

avanços, questões econômicas e problemas socioambien-


Mudanças
tais causados pela produção e uso desses materiais e má-
climáticas
quinas.
Sustentabilidade
(EF07CI09) Interpretar as condições de saúde da comu-
nidade, cidade ou estado, com base na leitura, análise e
Máquinas térmicas comparação de indicadores de saúde (taxa de mortalidade
infantil, cobertura de saneamento básico e incidência de
Transporte doenças de veiculação hídrica, atmosférica, entre outros)
(EF07CI20**) Investigar diferentes formas de transporte e e de resultados de políticas públicas destinadas à saúde.

4º BIMESTRE
3º BIMESTRE

seu impacto no ambiente e na saúde. Mudanças


climáticas
Matéria e energia
C I ÊN CIA S

Sustentabilidade

Fenômenos
(EF07CI21**) Identificar o papel das ciclovias no município. (EF07CI10A) Identificar as principais características de ví-
Transporte naturais e
rus e bactérias e as principais patologias que provocam no impactos
Mudanças organismo humano. ambientais
Vida e evolução
climáticas (EF07CI10B) Argumentar sobre a importância da vacina-
(EF07CI22**) Conhecer ações e medidas sustentáveis do Programas e
município relacionadas ao deslocamento urbano e ao uso ção para a saúde pública a partir de informações sobre a
Sustentabilidade atuação da vacina no organismo, considerando seu papel indicadores de
de energias renováveis. saúde pública
histórico para a manutenção da saúde coletiva e individual
para a erradicação de doenças.

(EF07CI06) Discutir e avaliar mudanças econômicas, cultu-


rais e sociais, tanto na vida cotidiana quanto no mundo do
trabalho, decorrentes do desenvolvimento de novos mate-
riais e tecnologias como automação e informatização.
Máquinas simples
História dos
combustíveis e das (EF07CI11) Analisar, com base nos indicadores ambientais
máquinas térmicas e de qualidade de vida, o uso da tecnologia ao longo da
(EF07CI17*) Argumentar sobre como a tecnologia da infor- história nas diferentes dimensões da vida humana, consi-
mação e comunicação está presente na sociedade e pro- derando pontos positivos e pontos de atenção.
por seu uso consciente em situações do cotidiano e para
o trabalho.

74 75
8º ANO | AN OS F IN AI S 8 º A N O | A NO S FI NA I S

UNIDADES OBJETOS DE UNIDADES OBJETOS DE


HABILIDADES HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO TEMÁTICAS CONHECIMENTO

(EF08CI12) Explicar, por meio da construção de modelos, físi-


cos e/ou digitais, e da observação da Lua no céu, a ocorrên- Sistema Sol, Terra
cia das fases da Lua e dos eclipses, com base nas posições e Lua (EF08CI31**) Comparar diversas dietas na perspectiva nu-
relativas entre Sol, Terra e Lua. tricional e avaliar o impacto ambiental de cada uma.

(EF08CI13) Descrever e representar os movimentos de rota-


ção e translação da Terra e analisar o papel da inclinação do
eixo de rotação da Terra em relação à sua órbita na ocorrên-
Sistema Sol, Terra
cia das estações do ano, com a utilização de modelos tridi- (EF08CI32**) Investigar a distância que os alimentos per-
e Lua
mensionais. correm para que cheguem até seu local de consumo e ava-
Clima liar os impactos ambientais deste deslocamento.
(EF08CI14) Relacionar climas regionais aos padrões de cir-

ORGANIZADORES CURRICULARES BIMESTRAIS


culação atmosférica e oceânica e ao aquecimento desigual Alimentação
causado pela forma e pelos movimentos da Terra.
Sustentabilidade
• ENSINO FUNDAMENTAL

(EF08CI22**) Explicar o funcionamento da bomba biótica de


umidade, destacando a importância da floresta amazônica e (EF08CI33**) Identificar produtores locais de alimentos or-
dos rios voadores na regulação do clima. gânicos para reduzir a distância do transporte de alimentos
e favorecer a economia local sustentável.
(EF08CI15) Identificar variáveis envolvidas na previsão do Clima
tempo, simular situações nas quais elas possam ser medi-
das, a partir de análise de dados como temperatura, umidade
e pressão.
Terra e Universo (EF08CI34**) Avaliar suas escolhas alimentares nas pers-
(EF08CI23**) Conhecer acordos internacionais relacionados pectivas nutricional, ética e ambiental.
às mudanças climáticas e avaliar posicionamentos e com-
promissos de diferentes nações. Mudanças

2º BIMESTRE
1º BIMESTRE

climáticas
(EF08CI24**) Pesquisar e comunicar os impactos das mu-
danças climáticas no Brasil e no mundo. Vida e evolução
Alimentação
C I ÊN CIA S

(EF08CI25**) Identificar estilos de vida e nações que mais (EF08CI35**) Comunicar os efeitos adversos dos agrotóxi-
contribuem para as mudanças climáticas e conhecer solu- Saúde
Mudanças cos na saúde e seus impactos no meio ambiente.
ções nacionais e internacionais que fazem frente às mudan- Sustentabilidade
climáticas
ças climáticas.
(EF08CI16) Identificar e discutir ações e soluções implemen- Sustentabilidade
tadas no município que contribuam para restabelecer o equi-
Clima
líbrio ambiental a partir da análise de alterações climáticas
regionais e globais provocadas pela intervenção humana. (EF08CI07) Comparar diferentes processos reprodutivos
Processos
em vegetais e animais em relação aos mecanismos adap-
(EF08CI26**) Investigar o impacto das mudanças climáticas reprodutivos
tativos e evolutivos.
sobre as populações mais pobres do mundo e sobre a via- Mudanças
bilidade de as crianças e adolescentes usufruírem de seus climáticas
direitos.
(EF08CI27**) Comparar pegadas ecológicas de diferentes
Sustentabilidade (EF08CI08A) Identificar as transformações que ocorrem na
nações e relacionar ao estilo de vida.
puberdade como fenômeno biológico e comportamental,
(EF08CI28**) Comunicar as funções dos nutrientes (vitami- que caracterizam um período de transição da infância para
nas, sais minerais, carboidratos, lipídios e proteínas) no or- Nutrientes a adolescência. Processos
ganismo. reprodutivos
(EF08CI08B) Explicar as interações que ocorrem entre os
(EF08CI29**) Comparar e comunicar diferentes alimentos sistemas nervoso e endócrino durante a puberdade, bem Sexualidade
Vida e evolução como a influência no desenvolvimento do organismo hu-
que compõem a merenda escolar.
mano, nos aspectos comportamentais, morfológicos e fi-
(EF08CI30**) Comparar dietas de diversas partes do mundo, Alimentação
siológicos.
relacionando-as com a geografia, estilos de vida, tecnologia
alimentar e ciência.
76 77
8º ANO | AN OS F IN AI S 8 º A N O | A NO S FI NA I S

UNIDADES OBJETOS DE UNIDADES OBJETOS DE


HABILIDADES HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO TEMÁTICAS CONHECIMENTO

(EF08CI09) Comparar o modo de ação e a eficácia dos di- (EF08CI01) Identificar e classificar diferentes fontes de Fontes e tipos de
versos métodos contraceptivos e justificar a necessidade energia, renováveis e não renováveis, e comparar como a energia
de compartilhar a responsabilidade na escolha e na utiliza- energia é utilizada em residências, comunidades ou cida- Transformação de
ção do método adequado à prevenção da gravidez na ado- des em relação aos princípios da sustentabilidade. energia
lescência e de Infecções Sexualmente Transmissíveis - IST.
(EF08CI37**) Comparar prós e contras do uso de energias
(EF08CI10A) Identificar sintomas, modos de transmissão renováveis e combustíveis fósseis.
e tratamento das principais Infecções Sexualmente Trans-
missíveis - IST, incluindo HIV/Aids. (EF08CI17*) Discutir e propor o acesso à energia de modo
seguro, sustentável, moderno e economicamente acessível Fontes e tipos de
(EF08CI10B) Argumentar sobre a importância das estraté-

ORGANIZADORES CURRICULARES BIMESTRAIS


para todos. energia
gias e métodos de prevenção como promoção do autocui-
Processos
dado e respeito a si. (EF08CI38**) Reconhecer que a produção de energia im-
reprodutivos
• ENSINO FUNDAMENTAL

pacta no clima e identificar formas sustentáveis de gera-


(EF08CI19*) Reconhecer a importância da prevenção no Sexualidade ção de energia.
contexto da saúde sexual, argumentando sobre as estra-
tégias e métodos de prevenção de Infecções Sexualmente Fontes e tipos de
Vida e evolução Transmissíveis - IST como promoção do autocuidado en- energia
quanto uma questão de saúde pública. (EF08CI02) Planejar e construir circuitos elétricos com pi-
lha/bateria, fios e lâmpada ou outros dispositivos e compa- Transformação de
rá-los a circuitos elétricos residenciais. energia
(EF08CI11) Reconhecer a sexualidade humana na sua in-
tegralidade, selecionando argumentos que evidenciem as Circuitos elétricos
dimensões biológicas, socioculturais, afetivas e éticas, va-
lorizando e respeitando a diversidade de manifestações e (EF08CI03) Classificar equipamentos elétricos residenciais

4º BIMESTRE
3º BIMESTRE

expressões da identidade humana, compreendendo o pre- (chuveiro, ferro, lâmpadas, TV, rádio, geladeira, entre ou- Fontes e tipos de
conceito e a discriminação como uma construção social. tros) de acordo com o tipo de transformação de energia energia
Matéria e energia (da energia elétrica para a térmica, luminosa, sonora e me-
C I ÊN CIA S

cânica, por exemplo). Transformação de


(EF08CI20*) Discutir sobre as diferentes motivações para
energia
o uso de substâncias psicoativas e propor ações de pre-
(EF08CI18*) Investigar o processo de produção e o consu-
venção baseadas na identificação dos fatores de proteção. Uso consciente de
mo de equipamentos eletrônicos e argumentar com criti-
Saúde cidade sobre o impacto na saúde individual e coletiva das energia elétrica
(EF08CI21*) Discutir os fatores de proteção psicoafetivos pessoas, propondo modos de consumo mais sustentáveis.
pertinentes à pré-adolescência e à adolescência, valorizan-
do a vida, o autocuidado, o respeito a si e ao outro. Cálculo de
consumo de
(EF08CI04) Calcular o consumo de eletrodomésticos, a energia elétrica
(EF08CI36**) Comparar a produção e transformação de
partir dos dados de potência descritos no próprio equipa-
energia das usinas geradoras com a produção e queima
Transformação de mento e tempo médio de uso, para comparar e avaliar seu Circuitos elétricos
de energia no corpo humano, reconhecendo os alimentos
energia impacto no consumo doméstico.
como a fonte fundamental de energia para os organismos Uso consciente de
e a importância de sua qualidade e variedade. energia elétrica

(EF08CI06A) Explicar o percurso da eletricidade desde a (EF08CI05A) Propor ações coletivas para otimizar o uso de
sua produção, nas usinas geradoras termelétricas, hidrelé- Fontes e tipos de energia elétrica em sua escola e/ou comunidade, com base
Matéria e energia tricas, eólicas e outras, até o uso em sua cidade, comuni- energia na seleção de equipamentos, segundo critérios de susten-
dade, casa ou escola. tabilidade (consumo de energia e eficiência energética) e
Transformação de hábitos de consumo responsável de energia.
(EF08CI06B) Analisar semelhanças e diferenças entre as energia Uso consciente de
diversas modalidades de energia (mecânica, térmica, so- energia elétrica
(EF08CI05B) Propor ações coletivas em sua escola ou
nora, elétrica, eólica, solar, luminosa, nuclear, entre outras), Uso consciente de
comunidade para sensibilização quanto à importância do
bem como os seus respectivos impactos socioambientais. energia elétrica
consumo responsável e quanto ao descarte de equipamen-
(EF08CI06C) Avaliar a relação entre a produção de energia, Alimentação tos, principalmente os eletroeletrônicos, segundo critérios
o desenvolvimento econômico e a qualidade de vida. de sustentabilidade.
78 79
9º ANO | AN OS F IN AI S 9 º A N O | A NO S FI NA I S

UNIDADES OBJETOS DE UNIDADES OBJETOS DE


HABILIDADES HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO TEMÁTICAS CONHECIMENTO
(EF09CI14) Descrever a composição e a estrutura do Siste- Composição,
ma Solar (Sol, planetas rochosos, planetas gigantes gaso- estrutura e (EF09CI04) Planejar e executar experimentos que eviden-
ciem que todas as cores de luz podem ser formadas pela Estrutura da
sos e corpos menores), assim como a localização do Siste- localização do matéria
ma Solar na nossa Galáxia (a Via Láctea) e dela no Universo Sistema Solar no composição das três cores primárias da luz e que a cor
(apenas uma galáxia dentre bilhões). Universo de um objeto está relacionada também à cor da luz que o Ondas
ilumina.
Composição,
estrutura e
(EF09CI15) Relacionar diferentes leituras do céu e explica- localização do (EF09CI05) Investigar os principais mecanismos envolvi-
ções sobre a origem da Terra, do Sol ou do Sistema Solar Sistema Solar no Radiações e suas
dos na transmissão e recepção de imagem e som que re-
às necessidades de distintas culturas (agricultura, caça, Universo aplicações
volucionaram os sistemas de comunicação humana.
mito, orientação espacial e temporal, entre outras).

ORGANIZADORES CURRICULARES BIMESTRAIS


Astronomia e
cultura (EF09CI18A*) Investigar como as ciências e a tecnologia
• ENSINO FUNDAMENTAL

(EF09CI16) Pesquisar e selecionar argumentos sobre a via- influenciam o modo de vida das pessoas quanto ao acesso,
bilidade da sobrevivência humana fora da Terra, com base transmissão, captação e distribuição de informações (da-
Terra e Universo Composição, Radiações, Ciência,
dos, vídeos, imagens, áudios, entre outros).
1º BIMESTRE

nas condições necessárias à vida, nas características dos estrutura e


planetas, nas distâncias e tempo envolvido em viagens in- Tecnologia e
localização do (EF09CI18B*) Argumentar a respeito de uma atitude indivi- Sociedade
terplanetárias e interestelares. Sistema Solar no dual e coletiva, crítica e reflexiva, sobre a natureza das in-
(EF09CI20*) Investigar e discutir os avanços tecnológicos Universo formações (dados, vídeos, imagens, áudios, entre outros),
conquistados pela humanidade ao longo da exploração Matéria e energia os meios de veiculação e princípios éticos envolvidos.
espacial e suas interferências no modo de vida humano Vida humana fora
(como na comunicação e na produção de equipamentos, da Terra
entre outros). (EF09CI06) Classificar as radiações eletromagnéticas por
suas frequências, fontes e aplicações, discutindo e avalian-
Composição, Radiações e suas

3º BIMESTRE
do as implicações de seu uso em controle remoto, telefo-
estrutura e aplicações
(EF09CI17) Analisar o ciclo evolutivo do Sol (nascimento, ne celular, raio X, forno de micro-ondas, fotocélulas, entre
vida e morte) baseado no conhecimento das etapas de localização do outros.
Sistema Solar no
C I ÊN CIA S

evolução de estrelas de diferentes dimensões e os efeitos


desse processo no nosso planeta. Universo
(EF09CI07) Discutir o papel do avanço tecnológico na apli-
Evolução estelar
cação das radiações na medicina diagnóstica (raio X, ul-
Movimento trassom, ressonância nuclear magnética) e no tratamento
(EF09CI21**) Resolver problemas simples, utilizando o
de doenças (radioterapia, cirurgia ótica a laser, infraverme-
Matéria e Energia conceito de aceleração e velocidade média, envolvendo si- Velocidade Radiações e suas
lho, ultravioleta, entre outros).
tuações do cotidiano. aplicações na
Aceleração
saúde
(EF09CI03) Identificar modelos referentes à estrutura da (EF09CI19*) Discutir as relações entre as necessidades
matéria, de modo a descrever a constituição do átomo e sociais e a evolução das tecnologias para a saúde, compre-
a composição de moléculas simples, reconhecendo sua endendo, com base em indicadores, que o acesso à saúde
evolução histórica. Estrutura da está relacionado à qualidade de vida de toda a população.
matéria
(EF09CI01) Investigar as mudanças de estado físico da
matéria para explicar e representar essas transformações (EF09CI10) Comparar as ideias evolucionistas de Lamarck
2º BIMESTRE

com base no modelo de constituição submicroscópica. e Darwin apresentadas em textos científicos e históricos,
(EF09CI22**) Reconhecer a utilização dos elementos quí- Elementos identificando semelhanças e diferenças entre essas ideias
Matéria e energia
micos no cotidiano, recorrendo à tabela periódica para químicos no e sua importância para explicar a diversidade biológica.
Hereditariedade
identificar suas propriedades físico-químicas. cotidiano
Vida e evolução Ideias
Aspectos (EF09CI11) Selecionar informações relevantes sobre a va-
quantitativos das evolucionistas
(EF09CI02) Comparar quantidades de reagentes e produ- riação de seres vivos e discutir a evolução e a diversida-
transformações de das espécies, com base na atuação da seleção natural
tos envolvidos em transformações químicas, estabelecen-
químicas sobre as variantes de uma mesma espécie, resultantes de
do a proporção entre as suas massas.
Estrutura da processo reprodutivo.
matéria
80 81
9º ANO | AN OS F IN AI S

UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO

(EF09CI09) Discutir os experimentos de Mendel sobre he-


reditariedade (fatores hereditários, segregação, gametas, Hereditariedade
fecundação), considerando-as para resolver problemas en- Ideias
volvendo a transmissão de características hereditárias em evolucionistas
diferentes organismos.

(EF09CI08) Associar os gametas à transmissão das ca-


racterísticas hereditárias e reconhecer os princípios da
Hereditariedade
• ENSINO FUNDAMENTAL

hereditariedade, estabelecendo relações entre ancestrais


e descendentes.

(EF09CI23**) Selecionar e comunicar informações sobre


tecnologias genéticas (edição genética, Organismos Ge-
Tecnologias
neticamente Modificados - OGM e transgênicos, clonagem,
genéticas
terapia gênica, entre outros), analisando questões éticas,
ambientais e sociais com base em argumentos científicos.
4º BIMESTRE

Vida e evolução
C I ÊN CIA S

(EF09CI12A) Justificar a importância dos diferentes tipos


de unidades de conservação (parques, reservas e flores-
tas nacionais) para a preservação da biodiversidade e do
patrimônio nacional e suas relações com as populações
humanas e as bacias hidrográficas.

(EF09CI12B) Propor estratégias de uso sustentável dos


Preservação da
espaços relacionados às áreas de drenagem, rios, seus
biodiversidade
afluentes e subafluentes, próximos à comunidade em que
vive.

(EF09CI13) Propor iniciativas individuais e coletivas para a


solução de problemas ambientais da comunidade e/ou da
cidade, com base na análise de ações de consumo cons-
ciente e de sustentabilidade bem-sucedidas.

82
Referências
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