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Ensaio de sedimentação em batelada

OBJETIVOS:
Medir e interpretar dados de um ensaio de sedimentação em batelada (teste
de sedimentação em duplicata). Utilizar os dados obtidos para dimensionar a área
de um sedimentador contínuo.

FUNDAMENTOS:
As zonas típicas que aparecem num teste de sedimentação em batelada e
em um espessador contínuo são mostradas na figura 1.
Alimentação

Líquido límpido
A
Z A B Zona de concentração
Z A Líquido uniforme
A A
Clarificado transição
C
B B
B Z Zona de concentração
Zo Z D variável
C C
C Zona de espessamento
D Raspador
D D
D
(*) crítica
Lama espessada

Teste de proveta (batelada) Sedimentador contínuo

Figura 1. Esquema da sedimentação em proveta e da sedimentação continua.

Num ensaio feito em proveta, a uma dada posição, a concentração de sólidos


e a velocidade de decantação variam continuamente ao longo do tempo, até que a
interface A-B passe por esta posição. Num espessador continuo, operado em
regime permanente, a uma dada posição à concentração de sólidos e a velocidade
de decantação são constantes ao longo do tempo. Então, a um ponto deste
espessador continuo correspondem às condições de um ponto na proveta, a um
dado instante.
Num espessador continuo distinguem-se duas regiões: a de sedimentação
livre, onde a velocidade de decantação é função apenas da concentração de sólidos
local, e a região de espessamento, onde a velocidade de decantação depende da
concentração de sólidos e da profundidade. Na primeira, os resultados de um teste
em batelada podem ser usados para obter a função velocidade de decantação x
1
concentração de sólidos; a segunda, não se aplicam os resultados de um teste
simples de proveta. A região de sedimentação livre define a área necessária num
espessador continuo, e a região de espessamento ou de compressão define a altura
requerida.
Num teste de proveta (ver figura 1a) o chamado ponto crítico ou ponto de
compressão é atingido quando as fases B e C desaparecem, ficando apenas o
líquido clarificado A e a suspensão em compressão D.
Sob condições operacionais estabelecidas num espessador contínuo a zona
limite é a camada através da qual ocorre ao menor capacidade de passagem de
sólidos.
A área de um espessador continuo pode ser dimensionalisada a partir da
equação geral:
A  L o Co 1 C L  1 CS  L
(1)

onde A = área da seção transversal (L2)


Co = concentração de sólidos na alimentação (L3 do sólido)/L3 da
suspensão)
CS = concentração de sólidos na lama espessada (L3 do sólido)/L3 da
suspensão)
Lo = vazão volumétrica de alimentação (L3/t)
L = velocidade de sedimentação na zona limite (L/t)
CL = concentração da suspensão na zona limite (L3 do sólido)/L3 da
suspensão)

Dentre os métodos de dimensionamento da área, citam-se o de Coe &


Clevenger, o de Kynch, Yoshioka e Dick, e outros.

Método de Kinch
1. Realizar um ensaio de proveta, determinando, ao longo do tempo (t), a altura
medida do fundo da proveta até o nível inferior (z) do liquido clarificado.
2. Construir a curva z versus t.
3. Obter vários pares de L e CL a partir da curva, conforme mostrado abaixo:

2
z

zo
v   dz dt  z i  z  t
zi

C  z oCo zi z

v
0
0 t t

onde Co é a concentração de sólidos na suspensão inicial usada no ensaio de


proveta e zo é a altura inicial da suspensão na proveta.

Método de Talmadge & Fitch:


1. Realizar um ensaio de proveta, medindo z em função de t.
2. Construir o gráfico z versus t.
3. Identificar o ponto crítico pelo método da bissetriz, mostrado abaixo.
4. Calcular zS = zOCO/CS, sendo zO e CO já definidos, e zS é a altura
correspondente à situação em que a zona de espessamento atinge o valor da
lama espessada CS desejada no espessador continuo.
5. Calcular tS a partir da tangente à curva z versus t no ponto crítico.
6. Calcular a área do espessador A = L0C0tS/(zOCO).

z z
A  dz  z  zS
    VC  C
 dt  C t C  tS
Bissetriz de ABC zi,C
zC zC

zS
B C VC

tC t tC tS t

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PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1. Utilizar a suspensão na concentração estabelecida (concentração de entrada


do sedimentador em um béquer de 2 ou 3 L ou proveta de 1 ou 2 L).
2. Medir o valor z0 e anotar a concentração inicial C0.
3. Agitar a suspensão dentro da proveta ou béquer até uniformização.
4. Medir a altura da interface inferior do líquido clarificado em função do tempo,
a cada 1,0 ou 2,0 min até que a altura da interface fique aproximadamente
constante.
5. Anotar, se possível, o tempo e a altura da interface correspondente ao ponto
crítico (quando há somente uma interface visível), no caso da cal não é
possível.
6. Continuar a medir altura da interface em função do tempo, parar quando a
altura se mantiver aproximadamente constante entre duas medidas de tempo.
7. Medir a temperatura da suspensão.

PROBLEMA
Calcular o diâmetro e a altura de um espessador contínuo que opera com
uma suspensão de cal (densidade = 2,2 g/cm3) com concentração de alimentação
de 0,07 g/cm3 e vazão de 35 m3/h, sendo a concentração de lama espessada de
0,2 g/cm3.

RELATÓRIO
1) Traçar a curva de Altura x Tempo utilizando o experimento em duplicata, com o
valor médio e o desvio padrão.
2) Utilizar o método de Kynch para calcular a área do sedimentador.
3) Utilizar o método de Talmadge & Fitch para calcular a área do sedimentador.
4) Comparar e comentar os resultados sobre a área do sedimentador.
5) Estimar a altura do sedimentador.
6) Referências.

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Dados do semestre 2015.2
SubGrupo: 1 SubGrupo: 2
Temperatura da suspensão: Temperatura da suspensão:
Tempo (min) z (cm) Tempo (min) z (cm)
0 0
1 1
2 2
3 3
4 4
5 5
6 6
7 7
8 8
9 9
10 10
12 12
14 14
16 16
18 18
20 20
22 22
24 24
26 26
28 28
30 30
32 32
34 34
36 36
38 38
40 40
42 42
44 44
46 46

Trabalhar com os valores médios e calcular o desvio padrão.

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Folha de presença:
Representante do Grupo Dia
Nome Rubrica
1–
2–
3–
4-
5-

Grupo Dia
Nome Rubrica
1–
2–
3–
4-
5-

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