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Objetivo:
- Fazer antropologia cultural dialogar com outras matrizes disciplinares; Fortalecer ligação
entre Antropologia e os Estudos Culturais p.8
- Escrever sua própria história
- Debater situação pós-II Guerra e pós-miro de Berlim e a cultura nisso
- Defender uma abordagem da cultura
1
Não quero defender o relativismo, mas atacar o antirrelativismo. Ser ‘anti anti’ não quer dizer
ser pró.
Capítulo VII – O legado de Thomas Kuhn: o texto certo na hora certa. 1997
[esse textos é pra ir contra o cientificismo, que é um dos críticos ao seu relativismo]
Abordagem teórico-metodologia:
Teoria da significação [é o principal problema do Geertz, como se constrói o sentido, mas ele
tem teoria da significação]
2
O sentido, sob a forma de sinais interpretáveis, passa a existir dentro de jogos de linguagem,
de sistemas de referência intersubjetivos. Ele surge no contexto de uma interação social
concreta p.75
interpretação = tentativa de dar sentido
Percepção p.75LS somos passageiros desses trens q são nossas culturas, cada qual se movendo
em seus trilhos próprios. Os trens que correm lado a lado não são mtos diferentes. Os trens
oblíquos ou paralelos em direções opostas percebemos numa imagem vaga, fugaz quase não
identificável
Aspectos teóricos-metodológicos:
-Empreendimento hermenêutico
- Descrição densa
- Objetos podiam ser lidos como textos: A briga de galos, a lei, o formato da aldeia,
Problemas do autor:
- Sentido do significado; estudo da produção do sentido;
- Revelar as singularidades dos modos de vida de outros povos
o estudo da cultura de outros povos implica descrever quem eles pensam que são, o que
pensam q estão fazendo, e com que finalidade pensam que estão fazendo p.26
- Seu trabalho lidou com problema geral da modernização de sociedades tradicionais p.32
Local e estrutural são duas posturas, não tem melhor, depende do que se quer obter.
Que esperamos ganhar com uma orientação ou outra.
Somos menos divididos pelo método (a gente usa o que tem) do que pelo o que pretendemos
Quem conhece melhor o rio o nadador [postura local] ou o hidrólogo [postura universal?
Depende do que se pretenda com conhecer
1
Subtítulo original: O “saber local” e seus limites: obter dicta [argumentos acessórios, pra completar o
raciocínio/discussão] p.124
3
- Local: Objetivo: esclarecer o que acontece com varias pessoas em varias épocas, extrair
algumas conclusões sobre os aspectos práticos da vida. Busca de aperfeiçoar a capacidade de
levar uma vida que faça sentido
Postura está em ascensão.
Lugar da oposição: a oposição deve ser entre tipos de saberes locais e não entre local e
universal [ex. etnografia x neurologia]. Ninguém sabe tudo pq não há um tudo para saber
[parece oposição entre iguais, ou no mesmo nível, e não entre polos; mas não justifica porque
isso é o melhor]
Universal/lei
- Universais: ex.: todo mundo tem tabu do incesto
- Leis: nas ciências humanas não há leis [infalíveis], implica cientificismo. ex: casamento grupal
para a matrilinearidade para a patrilinearidade.
Não consigo pensar em nenhuma candidata séria; leis pretendem formular ciência da verdade.
O cientificismo é quase sempre um blefe.
Motivo:
Não pode generalizar universais para povos não estudados. Em termos etnográficos só
pesquisamos um proporção pequena de sociedades que existiram. Nada é estudado em toda
parte ou por muito tempo e isso não é remediável
Abrangência rala, implausível.
O universal não tem limite, esse é o problema. Observador desposicionado, Renunciar visões
que partem de lugar nenhum
Local:
Local = termo relativo: depende de onde/como/quem se relaciona; particularidades
4
A busca dos universais afasta-nos do que é produtivo na etnografia – as obsessões intelectuais
particulares (a troca de Mali, simbolismo animal de LS, a adivinhação de EP) e nos leva pra uma
abrangência rala, implausível).
Aspectos/parte/local x todo
Tentar compreender aspectos da vida ou parte /algumas sociedades não é uma ninharia,
podemos dizer com mais concretude do que entidades grandiosas e fugidia ‘o Homem’, etc.
Comparação: é possível e necessária: ver coisas particulares contra o pano de fundo de outras
coisas particulares, com isso aprofundando a particularidade de ambas.
Capacidade de ordenar particularidades
Trabalho de campo
Etnografia x sistemas
Defesa da etnografia: “Sou da cabeça aos pés, um etnógrafo que escreve sobre etnografia – e
não construo sistemas” p.8 [X LS]
Do autor: Java, Bali, Marrocos
Definição:
Trabalho de campo: abordagem do estudo da cultura p.26
Adquirir uma familiaridade operacional com os conjuntos de significados [através do trabalho
de campo]
Tornar-se nativo
Isso não requer sentir e pensar como eles o que é impossível, nem virar nativo. Requer
aprender como viver com eles, sendo de outro lugar e tendo um mundo próprio diferente.
5
Tensão moral/conflitos do trabalho de campo: [capítulo II]
1. Distanciamento: não é dom natural, nem talento fabricado, mas uma conquista parcial
e laboriosa alcançada e precariamente mantida
Dificuldade de ser ao mesmo tempo um ator envolvido numa situação e um observador
imparcial.
- Do antropólogo: obter dados para sua pesquisa científica; Nativos ajudam o antropólogo a
obter a sua pesquisa;
O antropólogo apoia-se no valor científico de seus dados.
- Informante:
O informante, seu interesse é mantido por toda uma série de ganhos secundários: a sensação
de ser um colaborador numa empreitada importante; orgulho por sua própria cultura; chance
de expressar ideias e opiniões pessoais; algum beneficio material direto ou indireto
- Nativos ajudam o antropólogo no que mais lhe importa - sua pesquisa [que rende dinheiro,
prestigio e posição]
- Antropólogo não consegue ajudar os nativos a obter o que realmente importa [melhorias
radicais]
Se o antropólogo é essencialmente irrelevante para o destino dos informante, com base em
que ele tem o direito de esperar q essas pessoas o aceitem e o ajudem? Atuamos em meio a
pessoas necessitadas que esperam melhorias radicais em suas condições de vida, melhorias
que não parecem iminentes. Além disso, somos os típicos benfeitores capazes de trazer
exatamente as melhorias que eles buscam, obrigados tbm a pedir a sua caridade, o que é
quase pior, obtendo-a. Essa é uma experiência desorientadora. [espécie de culpa, não vai
trazer as melhorias que esperam. Eles te ajudam e vc não ajuda eles]
6
3. Meios e dificuldades para estabelecer relações:
- Mendicância e suborno:
Pedidos claros de ajuda material e serviços pessoais são fáceis de lidar, mas são uma armadilha
Bugigangas como meio de estabelecer relações é fácil tenta o antropólogo
Nunca se livra da culpa por ser o príncipe entre os miseráveis. Mas logo se torna rotina e logo
o antropólogo se resigna de ser visto como uma fonte de renda
- Amizade: a única coisa que temos a oferecer para evitar a mendicância ou o suborno somos
nós mesmos, nos tornarmos pessoalmente valiosos ou seja amigos.
Não acho impossível o progresso desses países e nem o autentico contato humano através das
barreiras culturais. O que estou assinalando é a enorme pressão tanto sobre o pesquisador
quanto sobre seus pesquisados para encarar essas metas como próximas, qdo na verdade são
distantes. Essa pressão deriva da assimetria moral inerente ao trabalho de campo p.40
Posição do antropólogo: membro, ainda que marginal, das classes mais privilegiadas do
mundo; mostruário de bens
Quer queira quer não, você é colocado numa posição moral um tanto parecida com a do
burguês que aconselha os pobres a serem pacientes [...] em virtude do fato de que o
antropólogo é um membro, ainda que marginal, das classes mais privilegiadas do mundo
É essa assimetria radical de opiniões sobre as verdadeiras chances do informante e de seu pais,
especialmente se combinada com uma concordância sobre o que eles deveriam ser, que dá ao
trabalho de campo esse colorido moral que considero irônico.
O antropólogo é um mostruário de bens que não estão disponíveis.
Outro conflito entre a minha maneira típica de ver as coisas e a da maioria dos nativos. O
pesquisador representa uma exemplificação, uma vitrine ambulante das oportunidades que
eles logo terão na vida, ou se não eles, com certeza seus filhos
7
Mas se é rompido o acordo implícito se gera tédio e desapontamento, desmorona
subitamente o sentimento mutuo de que se foi enganado, usado e rejeitado. O namoro foi
rompido. Encaram seus mundos como separados e incomunicáveis.
Esse fim não chega a ser típico nos relacionamentos entre antropólogos e infomantes, é
possível manter a sensação de que são temporariamente membros de uma mesma
comunidade moral
É essa ficção, não falsidade, que está no coração da pesquisa antropológica.
Reconhecer a tensão moral e a ambiguidade ética implícita no encontro
antropólogo/informante
O tal encontra exige de ambas as partes para ser autentico. Descobrir isso é descobrir algo
complicado não claro sobre a natureza da sinceridade, autenticidade, hipocrisia, honestidade e
auto-ilusão. O trabalho de campo é experiência educativa completa
Relativismo
Relativismo:
Pode ser encontrado em Montaigne “todo homem chama de barbarismo uma pratica que não
seja a sua”
Foi acionado pra combater racismos.
Relativismo e o anti-relativismo como respostas genéricas a maneira como nossa percepção é
afetada pelo impulso centrifugo da antropologia; outros lugares, época, etc.
Retavismo preocupa-se com o perigo da percepção seja restrita pelos valores de nossa
sociedade; sensibilidade ao apelo de outras culturas
Vemos a vida dos outros através de lentes que nos mesmo polimos e que os outros nos veem
através das deles
Anti-relativismo:
Medo do relativismo, a moral é colocada acima da cultura. O que é bom ou ruim, o que é a
verdade.
Supõe consequências morais infundadas: subjetivismo, niilismo, incoerência, eliminar a
capacidade critica
Achar que leitores de antropologia não vão ter opinião nenhuma sobre nada
Definição de relativismo por antirrelativistas: postura segundo a qual toda avaliação é relativa
a um padrão, seja qual for, e os padrões derivam de culturas
As tentativas de banir o relativismo não são empreendimento único e ordenado. Ataque vem
de vários lados.
8
Argumentos baseados: Universalismo x relativismo
- Na natureza humana: a natureza humana é a mesma universal; a tarefa do homem é
funcionar direito p.57, mecanicista. Estimulada pelos avanços da genética e teoria
evolucionista. Leva a recolocar concepções clássicas o desvio. Há verdades absolutas ou tds os
modos de pensamento são validos, a nossa realidade que é a correta, a nossa visão é a
verdadeira
- Na Mente humana: mesma tendência a ver a diversidade como superficial e a universalidade
como profunda. Estimulada pela psicologia cognitiva, linguística... Traz de volta ideia do
pensamento primitivo/primário
Anti anti-relativismo
Destruir o medo do relativismo cultural. Não quero defender o relativismo, mas atacar o anti-
relativismo. Ser ‘anti anti’ não quer dizer ser pró.
Não sou niilista, nem subjetivista, tenho opiniões sobre o real. Tranquilizar é tarefa dos outros,
a nossa é inquietar.
Fomos os primeiros a insistir em que vemos a vida dos outros através de lentes que nos
mesmo polimos e que os outros nos veem através das deles.
Mas isso levou alguns a achar que o céu estava caindo, q o juízo e a comunicação estavam
desaparecendo.
O anti antirrelativismo não rejeita abordagem do tipo “tudo depende da maneira como vc ve
as coisas” ou abordagem moral tipo “em Roma, como os romanos”. O antirrelativismo objeta o
fato de que estas abordagens só podem ser derrotadas se a moral for posta acima da cultura e
o conhecimento acima de ambas.
Se quisermos verdades caseiras, deveríamos ter ficado em casa.
Etnocentrismo
- Fidelidade a certo conjunto de valores faz com que as pessoas fiquem parcialmente ou
totalmente insensíveis a outros valores. Atitudes normais, legitimas e inevitáveis; não é ruim
em si, é coisa boa desde que não fuja do controle - destruir ou reprimir valores alheios
[etnocídio de Clastres]
O etnocentrismo garante a integridade cultural. Pode tornar-se perigosamente fraco: igualar
ou anular a diversidade
9
Lévi-Strauss, Raça e cultura, se rebelou contra o abuso da linguagem pelo qual as pessoas
tendem a confundir o racismo com atitudes normais, legitimas e inevitáveis, com o
etnocentrismo, embora não usasse esse termo.
Sobre o etnocentrismo, LS argumenta em outro texto, não é ruim em si, é coisa boa desde que
não fuja do controle. A fidelidade a certo conjunto de valores faz com que as pessoas fiquem
parcialmente ou totalmente insensíveis a outros valores. Não tem nada de repugnante a não
ser destruir ou reprimir valores alheios
A diversidade resulta do desejo de cada cultura de resistir as culturas que a cercam, de
distinguirem-se delas.
Escassez de maquinas levou a filas num programa do governo americano. Fila organizada por
gravidade e chegada dos pedidos
Índio q conseguiu acesso ao equipamento escasso se recusou a parar de beber, como estipula
o tratamento. Os médicos acham q o índio estava impedindo outras pessoas de ter acesso ao
aparelho. Mas o índio continuou indo por alguns anos e morreu.
A etnografia pode ser disciplina facilitadora, facilita um contato com subjetividade variante. Ela
é grd inimiga do etnocentrismo.
Cultura
Ninguém sabe mto bem o que é cultura. Contestado, alguns diriam vazio e perigoso p.22
Conceito definido de várias maneiras.
- Século XIX: Antropo tinha seu lugar como estudo da cultura – esse complexo que inclui
crenças, moralidade, leis, costumes do homem como membro da sociedade. [Prefacio]
Cultura século XIX e boa parte do XX: propriedade universal da vida social humana. Palavra que
se opunha era natureza p.217
10
- Anos 50: totalidades de padrões de comportamento de grupos; comportamento adquirido, é
superorgânica e molda nossas vidas como uma forma.
Já em 1950 a ideia antropológica de cultura já estava acessível [ao senso comum].
A cultura tão abrangente que parecia uma explicação para tudo o que o ser humano fizesse,
imaginasse, dissesse, fosse ou acreditasse. Td mundo sabia q os Kwakiutl eram
megalomaníacos, os alemães autoritários... [padrões de cultura da Ruth Benedict]
- Conceito:
Conjuntos de significados em meio aos quais as pessoas levam suas vidas
Cultura: sistemas simbólicos utilizados pelos indivíduos na construção do sentido p.176
Cultura: estruturas de sentido em que as pessoas vivem e formam suas convicções, suas
individualidades, estilos de solidariedade, força ordenadora das questões humanas p.215
Campo cada vez mais diferenciados de disciplinas com projetos mutuamente condicionados
p.182, uma depende da outra. Interação das matrizes disciplinares [conceito do Kuhn]
Nem tudo precisa convergir, não tem que criar disciplinas hibridas mas tirar o melhor proveito
possível
Antropologia x filosofia:
Fronteiras não são bem demarcadas
2
Ignorou LS, que publicou Les Structures élémentaires de la parenté (As estruturas elementares do
parentesco), Paris, Presses universitaires de France, 1949; nova edição revista, La Haye-Paris, Mouton,
1968.]
11
Houve uma aproximação da Antropologia e filosofia feita por Wittgenstein 3: resposta a nossas
indagações mais gerais nos pequenos detalhes da vida vivida; língua como jogo de linguagem,
como conjunto de praticas; Buscar o uso, a pratica.
Mesmo objeto e mesmo interesse: vida e pensamento humano
Ambas sobrem assedio e estão imobilizadas
Ciência Cognitiva
Bruner: um dos lideres da revolução cognitiva, fim década de 1950, lema: trazer a mente de
volta. Contras os padrões de reposta [Skinner], mas os ats mentais. Contra o objetivismo
Depois Bruner desencantou-se com a Revolução Cognitiva, solapou impulso original
desumanizou o conceito e de afastou das ciências humanas, por ganhos tecnológicos, etc.
Reducinaismo
Bruner expõe direções q a psicologia cultural deve se mover. Atitude conciliadora entre
abordagens biologica e a cultural
Mostrar que a mente humana é construto social e dispositivo computacional. Vida mental é
determinada pela cultura, historia, mundo físico
3
Principais atores da virada linguística na filosofia do século XX.
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Psicologia cultural
Bruner levantou bandeira da Psicologia Cultural, [década de 1980]
Engajamento do individuo nos sistemas estabelecidos de significados compartilhados
Usa como quadro de testagem a Educação
Em vez de uma psicologia que vê a mente como mecanismo programável, é uma q vê como
conquista social
Entrada do sentido
Criança constrói, agente ativos. Não tem q dar algo que falta – privação cultural, facilitar algo q
tem
Cultura: fator facilitador que concentra a mente, o modo de viver e pensar que construímos
Produção social do sentido
Mente x cultura
Antropo: evita mente ou formula mal [cita LS]
A localização da mente dentro da cabeça e a cultura fora dela já é um desvio
Psicologia cultural esta tentando trabalho com mente e cultura.
Tornar a reunir o cérebro, o corpo e o mundo. Titulo livro de Clark
Conciliação:
Pra juntar tem a abandonar a ideia de que o cérebro é capaz de um funcionamento autônomo
do contexto. Funcionamento mental como intracerebral. O cérebro tá no corpo, que ta no
mundo.
Estudos dos sistemas vocabulares da emoção [exemplo], podem levar a uma rede de valores e
atitudes culturais
Examinar os sentidos das emoções
Há estudos- etno-esteticos musica, arte
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Constituição cultural da emoção
Há descaso com dinâmica intra-psiquicia, lidar com subjetividade
A questão a se fazer é como essas emoções passam a ter força, pertinência e o efeito qure têm
p.186
Mente infantil: construtora do mundo, criando/buscando sentido. Capaciedade e propensão
das criaças a construir modelos da sociedade
Processos biológicos baseados na cultura.
Estudos da ciência: investigação histórica, social, cultural e psicológica. Olhar a ciência com
uma perspectiva interpretativista
Não humanos não são externos ao que acontece. Essas coisas tem que ser incorporadas a
história, agentes humanos e não humanos unidos em narrativas interpretativas . Construção
dessa narrativa que abarca mundos supostamente imiscíveis da cultura e da natureza, da ação
humana e do processo físico, da intencionalidade e do mecanicismo p.140 Não foi feito ainda
esses estudos.
Mas abordam a ciência não como precipitado opaco, mas como ação social provida de sentido
Kuhn. Estrutura das revoluções científicas. Objetivo do livro: compreender as razões históricas
do improvável sucesso da ciência
Foi texto certo na hora certa.
A sociologia do conhecimento não tinha tratado da ciência naturais. A historia que havia era
antiquada. Sociologia era externalista, não tratava questões internas: pq teorias e praticas
cientificas assumem as formas que assumem.
Kuhn questionou as ciências como fenômeno social.
Possibilitou explosão dos estudos sócio-históricos da ciência
Mostrou que a ciência não é o ultimo baluarte do privilegio epistêmico, estrada para o
realmente real.
Questionamentos: distanciamento da inteligibilidade geral; implicações morais, pesquisas
isentas de juízos de valor, desmistificação da autoridade científica, com sua reinclusão no
tempo e na sociedade, desprendimento da logica da verdade, etc.
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Chamemos de desmontagem: deixa dos grandes conceitos totalizadores e integradores q
usamos pra organizar ideias sobre politica mundial e alteridade entre povos = tradição,
identidade, religião, ideologia, valores, nação, cultura e sociedade.
Saídas:
- Política:
A diferença tem que ser reconhecida de maneira explicita e franca. Deve ser vista não como
negação da semelhança, etc, estamos diante de emaranhados cada qual singular [sem
hierarquia? A diferença reduz a hierarquia, a universalização hierarquiza – César]
Parecemos necessitar de uma nova forma politica que encare a afirmação étnica, religiosa,
racial, linguística ou regional como qualquer outro problema social, como a desigualdade. O
desenvolvimento desta política deverá variar de um lugar pro outro. Desenvolver atitude
menos simplista e demonizante da diferenciação.
Adaptar liberalismo e democracia social que ainda são os melhores guias. E concepção mais
clara do que consiste a politica, que depende de compreensão melhor do que vem a ser
cultura [vai restabelecer a cultura de novo...]
O liberalismo p.225
Ênfase na liberdade, na lei e na universalidade dos direitos humanos. O desenvolvimento de
um liberalismo com a capacidade de se comprometer com um mundo diferencado é
necessário
Liberalismo tbm não é compacto e homogêneo e acabado. Precisa ser refeito.
- Método de estudo:
Não precisamos de ideias grandiosas e nem do seu abandono completo. Precisamos de modos
de pensar particularidade, descointunidades, vinculação que não é abrangente
Devemos examinar os estilhaços do mundo estilhaçado.
É preciso construir algumas ideias gerais novas ou recondicionadas
Requer alteração na maneira como concebemos IDENTIDADE e do vocabulário que usamos.
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Trabalho delicado e caracterização geral devem iluminar-se um ao outro. Ligar paisagens locais
e as complexas/maiores,
Parece necessário algo intermediário, combine reflexos do self, agente, vontade e
levantamentos histórico, surgimento de etnicidades, estados, grups
Separar aspecto s políticos dos culturais na formação das personae coletivas
Identidade
Como num mundo multifacetado surge uma identidade politica, social ou cultural? Existem
muitas maneiras de reunir
A medida que o mundo se torna mais interligado, pessoas se deslocam, o catalogo de
identificações disponíveis se expande.
Tensão entre concepção convergente e outra dispersiva da ação coletiva, entre a tentativa de
tornar os termos [pais/nação/povo] dessa ação idênticos ou intercambiáveis e a tentativa de
manter suas diferenças e separações reflete o que está acontecendo no mundo.
Cultura: estruturas de sentido em que as pessoas vivem e formam suas convicções, suas
individualidades, estilos de solidariedade, força ordenadora das questões humanas p.215
Dopo II Guerra mundial: poroso, incerto, busca da totalidade era uma guia incerta, solidez se
desfez, fragmentos e fragmentação
Seja lá o que for que define a identidade no capitalismo sem fronteira da aldeia global não se
trata de acordo profundos sobre questões profundas [não se trata de cultura! HAHAHA]
Heterogeneidade culturais, com uma série de níveis, difícil organizar esse quadro geral, saber
onde traçar as linhas de separação e os focos [ele tá perdidinho]
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Identidade cultural como um campo de diferenças que se conformam em todos os níveis,
desde a família, aldeia, bairro
As fronteiras sociais e culturais tem coincidência cada vez menor, embaralhamento que vem
acontecendo.
Pra captar as tonalidades da devoção de nossa época é necessário empregar termos mais
transpessoais como: sentido, identidade e poder
4
William James: a religião era o beliscão individual do destino, tal como o individuo o sentia [espécie de
individualismo, secularismo] Beliscão = individualismo
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Reconfiguração religiosa da politica do poder.
Comunidades de fé – eixo da luta pelo poder
Agora que o outro está perto é necessário um reajuste de nossos hábitos retóricos.
A etnografia pode ser disciplina facilitadora, facilita um contato com subjetividade variante. Ela
é grd inimiga do etnocentrismo.
Devemos conhecer uns aos outros e viver com esse conhecimento
Para viver na colagem do mundo atual é preciso ser capaz de discernir seus elementos,
compreende-los, o que não significa concordância de opiniões
Enxergar com largueza.
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Dificuldade é que ela consiste numa coletânea de ciências mto diversamente concebidas por
versarem sobre O homem e suas obras. Arqueologia, antropologia física, antropologia cultural
e a linuistica antropológica divisões pouco interligadas
O desvio da antiga aliança foi se acentuando
Antropo física virou de pernas pro ar depois dos avanços da genética, neurologia. A evolução
humana passou pras ciências biológicas
Linguística antropológica: virou ciência cognitiva
Arqueologia: refere-se a si mesma de forma mais ambiciosa [independência, autonomizou]
Antropologia cultural e social: maior ramo, tbm tem problemas nela
Perda do objeto: não podemos trata de povos tribais ou primitivos, pq a essa altura a maioria
de nós não o faz e nã temos mta certeza do que seja uma tribo ou primitivo. Nem outras
sociedades, pq cada vez mais estudamos nos mesmos.
Não podemos estudar a cultra, pq nestes tempos hermenêuticos-semióticos, quem não o faz?
Essa situação não é nova, já tava em Tylor, Heorodot, etc. Um incomodo crônico
Desaparecimento do objeto, dos ‘primitivos’, de uma temática única; tbm não estamos mais
sozinhos no trabalho de campo, perda do isolamento
Saídas:
- Enfatizar o método do Trabalho de campo: A reposta parece ser enfatizar o método, o
trabalho etnográfico de campo. OS outros só fazem ocasionalmente e não tão bem feito.
Abordagem holistas, humanista, qualitativa e artesanal
- Manter debates e controvérsias: acabamos sendo muito bons em entrar de mansinho, com o
passo desajeitado. Em nossa confusão reside nossa força. P.93
A antropologia extrai a maior parte de sua vitalidade das controvérsias que as animam p.94
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Controvérsias
- Obeyesekere X Sahlins
Baseiam-se no mesmo corpus
Como entender os atos e emoções de povos distantes em épocas remotas
Em que consiste o saber dos outros. A compreensão da diferença cultural.
Os relatos oitocentistas podem ser usados para reconstruir o passado histórico ou estão
impregnados dos preconceitos dos missionários. Cook conseguia compreender o que os
havaianos o diziam?
Como entender praticas culturais que nos parecem ilógicas?
Colocam indagações teóricas e metodológicas fundamentais sobre conhecer o outro.
Eles elevaram o nível do debate antropologico
Sahlins: existem culturas distintas como sistemas completo de ação, entendidas em moldes
estruturalistas.
Cook consagrado como deus, por ter chegado da maneira certa na hora certa, ele foi morto
como um deus, sacrificado para manter intacta a estrutura, por ter retornado ao Havaí de
maneira e hora errada.
Para Sahlins os havaianos são outros e distintos, possuem um esquema distinto num sistema
cultural completo da ação humana, numa outra cosmologia interiramnte descontinua da
racionalidade burguesa moderna. Culturas e racionalidades diferentes.
Argumentos plausíveis do Sahlins: se transformar em racionalidades generalizados perde as
particularidades profundas
Considero Sahlins mais persuasivo, descrições mais pormenorizadas
Clastres
Ligado ao estruturalismo. Foi ao Paraguai, anos 1960
Estilo: Exagera no velho estilo etnográfico; prosa direta e concreta
Registrar as crenças e praticas da vida dos Guaiaqui. Ele escrever para expor a NOS esses
adultos selvagens, logica da vida p.106-7
Critica ao livro Crônica dos Índios Guayaki, “diário missionário recém-descoberto de um
jesuíta setecentista’
Trata o primitivo como o bom selvagem e separação nos x eles
Voz pensativa e tristonha irrompendo aqui e ali numa fúria moral que sugere que talvez estej
acontecendo algo além do mero relato de curiosidades distantes
Peregrino romântico numa expedição auto-avaliadora confrontando-se com o outro radical
nas profundezas da selva
Clastres foi estruturalista ortodoxo, apesar de não ter usado esse termo. Constatou o que LS
chama de sociedades ‘quentes’ apanhadas pelo processo de mudança histórica e frias q se
recusam a tomar parte nesse processo. [tom critico ao LS, mas a critica não tá bem explicitada
Clifford
Formado como historiador, autodidata a Antropologia e mais tarde aos estudos culturais
Routes/Rotas: serie desordenada de ‘explorações pessoais’, ambiente híbridos, culturas
itinerantes
Estilo: prosa variada e indireta, ora acadêmica – abstrata e argumentativa; ora experimental
Afirma uma relação entre elementos heterogêneos num conjunto repleto de sentido, luta por
manter certa esperança e uma incerteza lucida
Espectador reservado, a meia distancia, movendo-se sem desenvoltura por um salão de
espelhos pós-moderno
Objetivo: proferir critica da busca exotista, antropológica e orientalista de tipos culturais das
totalidades sociais
Zonas de contato: espaço em que pessoas geográficas e historicamente separadas entram em
contato que em geral envolvem coerção, desigualdade e conflitos. Relações de poder
assimétricas
Clifford se interessa por lugares culturais e vê-las como arenas politica
- Vivos x mortos
Sociedades vivas no presente
Instantâneos do passado
- Oral x escrito
Escrito é elitista
Oral – fragilidade da memoria
Singular x estrutura
Historiadores aprendem coisas singulares
Aprendem sistemas e afundam os indivíduos
Migração: está havendo uma migração de territórios, troca de interesses e objetos: maior
atenção a história não ocidental; interesse antropológico pelos vilarejos inglês. Tbm há
interesse teórico-metodológico5. Não é simples modismo. Uma tbm não engolirá a outra.
Exemplos de migrantes:
Minhas criticas
Meu, todo mundo ta na sua, é isso? Vc quer dizer q vc venceu, é isso? Varias áreas da ciência
tem a mesma teoria q vc, ts te seguem. Eu criei meu mito
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