Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Lipídeos
(Licenciatura em Ensino de Química)
Universidade Rovuma
Nampula
2021
Calton Abel Pires
Lipídeos
Universidade Rovuma
Nampula
2021
Índice
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO.................................................................................................. 3
1. Introdução............................................................................................................................ 3
2. Lipídeos ............................................................................................................................... 4
3. Classificação geral............................................................................................................... 4
6. Conclusão .......................................................................................................................... 14
Bibliografia ............................................................................................................................... 15
3
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1. Introdução
No presente trabalho, falarei sobre os lípides que também são chamados de lipídeos ou lipídios.
Os mais importantes são os óleos e as gorduras, que apresentam estruturas semelhantes e são
elaborados por organismos vivos a partir de ácidos graxos e glicerol.
Conceito;
Classificação geral;
Propriedades físico-químicas de lipídeos;
Reacções químicas dos lipídeos.
4
2. Lipídeos
Pertence ao grupo dos lipídeos as substâncias que, em geral, são solúveis em solventes
orgânicos e insolúveis ou ligeiramente solúveis em água. Contêm um grande número de
diferentes tipos de substâncias, incluindo acilgliceróis, ácidos graxos e fosfolipídeos,
compostos a estes relacionados, derivados e, às vezes, esteróis e carboidratos. (KAMOGAWA,
2006)
Os lipídios são substâncias orgânicas solúveis em solventes orgânicos não polares, encontradas
em organismos vivos. Tais substâncias são classificadas como lipídios em virtude de terem
como base uma propriedade física (a solubilidade em solventes orgânicos) e não como resultado
de sua estrutura e, por essa razão, os lipídios apresentam uma variedade de estruturas e funções.
(BRUICE, 2006)
Ainda no pensamento de Bruice, a solubilidade dos lipídios em solventes orgânicos não polares
resulta do seu componente hidrocarboneto expressivo. A parte hidrocarbônica da substância é
responsável por sua propriedade oleosa ou gordurosa. A palavra lipídio vem do grego tipos, que
significa ‘gordura’.
3. Classificação geral
As gorduras alimentícias são divididas em cinco grupos em função dos seus ácidos graxos
predominantes esterificados no triglicerídeo:
a) Grupo das gorduras do leite: os ácidos graxos predominantes são de cadeia curta (C4
a C10). Ex. Ácido butanóico - H3C(CH2)2COOH.
b) Grupo do ácido láurico: apresenta de 40 a 50% de ácido láurico, que contém 12 átomos
de carbonos na molécula, saturados. Ex. óleo de coco e de babaçu. Ácido láurico ou
dodecanóico – H3C(CH2)10COOH.
c) Grupo dos ácidos oléico-linoléico: é o mais variado grupo. As gorduras pertencentes
a este grupo são todas de origem vegetal. O grupo se caracteriza ainda por apresentar
um teor menor que 20% de ácido saturados. Os ácidos graxos presentes são os ácidos
oléicos e linoléico. Ex. óleo de algodão, milho, girassol. Ácido oléico – 9-
cisoctadecenóico – C17H33COOH; Ácido linoléico, 9,12-octadecadienóico –
C17H31COOH.
d) Grupo do ácido linolênico: apresenta quantidades substanciais de ácido linolênico,
mas apresenta também altos teores dos ácidos oléico e linoléico. Ex.: óleo de soja. Ácido
linolênico – 9,12,15-octadecatrienóico – C17H29COOH.
e) Grupo das gorduras animais: esse grupo se caracteriza por apresentar um alto teor de
ácidos graxos saturados de alto peso molecular. Ex. sebo, toucinho. Ácido esteárico –
octadecanóico – H3C(CH2)16COOH.
As ceras são misturas complexas de álcoois, ácidos e alguns alcanos de cadeia longa, mas os
principais componentes são ésteres formados a partir de ácidos graxos e álcoois de cadeia longa,
6
b) Lipídeos compostos
Os lipídeos compostos são substâncias que contêm além do grupo éster da união do ácido graxo
e glicerol, outros grupamentos químicos, como, por exemplo, os Fosfolipídios e cerebrosídios.
Exemplo:
c) Lipídeos derivados.
Os lipídeos derivados são compostos obtidos por hidrólise dos lipídeos neutros e compostos, e
que apresentam, normalmente, propriedades de lipídeos. São os alcoóis de alto peso molecular,
7
Os esteróides são reguladores biológicos importantes que, quase sempre, apresentam fortes
efeitos fisiológicos quando são administrados a organismos vivos. Ex: hormônio masculino –
Androgênio, hormônio feminino – Estrogênio, hormônio da gravidez – Progestina, vitamina D,
ácidos biliares, colesterol e outros. Os esteróides são derivados do seguinte sistema de anéis
peridociclopentanofentrenos:
Terpenos e terpenóides, são conhecidos também como óleos essenciais, obtidos geralmente por
volatilização por arraste de vapor. A maioria dos terpenos possui esqueletos de 10, 15, 20 ou
30 átomos de carbono. Quando a estrutura contém oxigénio são chamados de terpenóides.
Enquadram-se aqui os carotenos-𝛼 e 𝛽 (precursor da vitamina A), limoneno, mentol.
As prostaglandinas são ácidos carboxílicos com C20 que contêm um anel de cinco membros, no
mínimo uma ligação dupla e vários grupos funcionais contendo oxigénio.
8
As propriedades físicas dos lipídeos consistem em um critério útil para avaliar o estágio de
processamento ou a utilidade de uma gordura para aplicação em um produto específico. Essas
propriedades estão directamente relacionadas com a composição química dos triglicerídeos. De
maior importância são as que se relacionam com as mudanças de fase dos triglicerídeos.
4.1.Ponto de fusão
insaturados. Além disso, os triglicerídeos formados por derivados de ácidos graxos, na forma
cis, têm pontos de fusão menor que aqueles formados pelos isómeros trans correspondentes.
4.2.Polimorfismo
As misturas de triglicerídeos são líquidos na temperatura de fusão e quando resfriados até sua
temperatura de solidificação, formarão cristais. Os triglicerídeos são polimórficos, isto é, eles
podem existir em vários arranjos cristalinos diferentes, cada um com um ponto de fusão
característico.
As formas mais conhecidas são 3 e são denominadas 𝛼, 𝛽 e 𝛽’. O arranjo a, obtido pelo rápido
resfriamento da mistura de triglicerídeos, é uma estrutura instável e possui uma curta existência,
sendo convertida aos arranjos 𝛽 e 𝛽’. Como o ponto de fusão dos triglicerídeos é diferente, a
solidificação deste compostos com o resfriamento lento também é diferente para cada
triglicerídeo, em que compostos com pontos de fusão mais altos cristaliza-se primeiro, enquanto
aqueles que tiverem o ponto de fusão mais baixo cristalizam-se depois. Essa diferença de
cristalização é que permite diferentes arranjos, sendo que a forma 𝛽 ou 𝛽’ vai depender da
estabilidade do glicerídeo predominante. A figura abaixo mostra um esquema de como o arranjo
cristalino 𝛽 e 𝛽’ são estruturados.
A forma 𝛽’ (garfo) se rearranja em cristais pequenos com maior habilidade de incorporar ar,
enquanto a gordura que apresenta a forma 𝛽 se arranja em cristais grande. Esta característica
influencia directamente na textura dos produtos.
5. Reacções químicas
A reacção de neutralização de lipídios fica restrita ao grupo do ácido carboxílico, que reage
com uma base formando o íon carboxilato.
A reacção de saponificação nada mais é que uma reacção de neutralização dos grupos ácido
carboxílicos do triacetilglicerol, onde é produzido sais de ácido graxos e o glicerol.
A reacção de hidrogenação é a adição de hidrogénio (H2) às duplas ligações dos ácidos graxos
insaturados, livres ou combinados. A reacção já foi vista nas reacções dos alcenos, onde é
utilizado um catalisador metálico de platina ou níquel.
As duplas ligações presentes nos ácidos graxos insaturados reagem com halogénio (cloro,
bromo e iodo), para formar compostos de adição, mesmo que tais ácidos graxos estejam
combinados como nas gorduras.
12
As ligações ésteres dos lipídeos estão sujeitas à hidrólise enzimática, estresse térmico ou acção
química, os quais liberam para o meio os ácidos graxos dos triglicerídeos, que podem ser
desejáveis ou indesejáveis à qualidade do alimento.
A rancidez ocorre devido a uma série de reacções extremamente complexa que ocorre entre o
oxigénio e os ácidos graxos insaturados dos lipídeos. Essas reacções geralmente ocorrem em
três etapas (iniciação, propagação e terminação).
Iniciação: formação de um radical livre a partir de uma fonte energética (calor, radiação UV).
A fonte energética quebra a ligação química do carbono como o hidrogénio adjacente à dupla
ligação C-C. Essa quebra ocorre porque a ligação dupla estericamente está mais exposta e
susceptível à radiação.
13
Propagação: O radical livre formado pela radiação UV pode reagir com o oxigénio presente
formando novos radicais livres, principalmente o radical peróxido, muito reactivo.
Terminação: os radicais formados podem se ligar entre si, formando os mais diversos produtos,
como hidrocarbonetos, aldeídos, álcoois, ésteres, etc.
6. Conclusão
Com o findar do deste trabalho, dá-nos a entender que, os lipídios são substâncias orgânicas
solúveis em solventes orgânicos não polares, encontradas em organismos vivos. Tais
substâncias são classificadas como lipídios em virtude de terem como base uma propriedade
física (a solubilidade em solventes orgânicos) e não como resultado de sua estrutura e, por essa
razão, os lipídios apresentam uma variedade de estruturas e funções.
Os lipídeos podem ser classificados em três grupos: lipídeos simples (neutros), lipídeos
compostos e lipídeos derivados. Quando pelo menos dois desses radicais forem saturados, o
triglicerídeo é classificado como gordura. As gorduras são geralmente de origem animal e, à
temperatura ambiente, apresentam-se no estado sólido. Quando prevalecem radicais
insaturados, esse triglicerídeo é um óleo. Os óleos geralmente são de origem vegetal e, à
temperatura ambiente, apresentam-se no estado líquido.
15
Bibliografia
BRUICE, Paula Yurkanis. Química Orgânica. 4a ed, vol. 2, São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2006.
USBERCO, João; SALVADOR, Edgard. Química volume único. 5a ed., São Paulo:
SARAIVA, 2002.
KAMOGAWA, Marcos Yassuo. Química Orgânica- ciência dos alimentos. s/ed., São Paulo:
s/edit, 2006.