Este item 3.2 foi extraído da referência [55] Carnahan 1969, sofrendo modificações.
Em todo o desenvolvimento da análise numérica, utiliza-se as diferenças finitas, com um
roteiro a ser seguido numa seqüência lógica. Partindo da definição de operadores
numéricos de diferenças finitas (∆, ∇, µδ e δ), introduz-se o conceito de interpolação
através das fórmulas de Gregory-Newton e Stirling, que utilizam estes operadores. Em
seguida, introduz-se a derivação numérica e a integração numérica (Quadratura) por meio
da derivação e integração da fórmula de Gregory-Newton, chegando às fórmulas de
Newton-Cotes.
O método das diferenças finitas pode ser utilizado para resolver problemas de valor
de contorno ou valor inicial, envolvendo equações diferenciais ordinárias ou parciais.
Assim, este método pode ser usado para solucionar as equações de modelos a
parâmetros concentrados ou distribuídos. A técnica consiste em substituir cada derivada
ou diferencial das equações diferenciais por aproximação de diferenças finitas ou
acréscimo finitos das variáveis, como mostra as equação 3.1 abaixo:
ì dx ≈ ∆x, dy ≈ ∆y
ï
ï
ï dy ∆y d 2 y ∆2 y d 3 y ∆3 y
ï ≈ , ≈ , ≈
í dx ∆x dx 2 ∆x 2 dx 3 ∆x 3 (3.1)
ï
ï
ï ∂u ≈ ∆u , ∂ u ≈ ∆ u , ∂ u ≈ ∆ u , ∂ u ≈ ∆ u
2 2 3 3 2 2
ïî ∂x ∆x ∂x 2 ∆x 2 ∂x 3 ∆x 3 ∂x∂y ∆x.∆y
O Método de Elementos Finitos é bem mais recente que o anterior, sendo mais
genérico, e podendo ser aplicado a complexas estruturas geométricas e a ambientes com
várias mudanças de meio. Ele possui uma formulação matemática mais trabalhada,
sendo, portanto, um conjunto de técnicas e métodos que se baseia na discretização do
problema em elementos pequenos e na aproximação de cada elemento por um conjunto
de polinômios.
1
assume a forma geral abaixo:
Note-se, que os subdomínios podem ter o mesmo tamanho, gerando uma malha
uniforme, ou então, formando uma malha não-uniforme. Embora as discretizações
baseadas no primeiro tipo de malha sejam mais simples, existem vantagens numéricas,
em muitos casos, no uso de malhas não-uniformes.
f( yj ) =0, (3.4)
2
a sua solução obtida. Note-se, que a solução assim obtida para o problema consistirá em
uma seqüência de pontos, xj ou tj, onde se conhecem os valores de y, yj.
[h 2j y j +1 + (h 2j +1 − h 2j ) y j − h 2j +1 y j −1 ]
y ′j = + O (h 2 ) (3.7)
(h h j +1 + h j h
2
j
2
j +1 )
Nela, o O(z) indica que a aproximação tem ordem de grandeza de z, isto é, o valor
exato da derivada da função, no ponto considerado, é obtido, a partir da expressão
aproximada, no limite, quando z→0. Esta ordem de grandeza é oriunda do termo de
menor ordem (ou primeiro termo) entre aqueles que envolvem as derivadas de maior
ordem. O conjunto deste termos, ou a sua forma simplificada de representação por ordem
de grandeza, é denominado de erro de truncamento.
Para uma malha uniforme hj=h, qualquer que seja j, a aproximação dada fica com a
simplificação:
y j +1 − y j −1
y ′j = + O(h 2 ) (3.8)
2h
Podemos, ainda, usar as expansões, para obter mais duas aproximações para a
3
derivada primeira de y, que para uma malha uniforme são dadas por:
y j − y j −1
y ′j = + O ( h) (3.9)
h
y j +1 − y j
y ′j = + O ( h) (3.10)
h
y j +1 − 2 y j + y j −1
y ′j′ = 2
+ O(h 2 ) (3.11)
h
Nada impede, que seja utilizada uma outra expansão em série de Taylor, para
melhorar a ordem de aproximação das equações acima. Por exemplo, poder-se-ia utilizar
a expansão para o valor funcional yj-2 ( ou yj+2 ), para eliminar o primeiro termo do erro de
truncamento da equação, obtendo-se, assim, uma aproximação de ordem h3. Entretanto,
aproximações envolvendo mais de três valores funcionais, em pontos adjacentes,
apresentam uma maior dificuldade de solução das equações algébricas obtidas pelo
processo de discretização.
4
ou
Esta condição de contorno tem que ser discretizada, para ser combinada com o
sistema algébrico discretizado, fazendo:
y j +1 − y j −1
y ′j = (3.18)
2h
A condição de contorno é dita de terceiro tipo, quando tem a seguinte forma geral:
Considere, agora, o seguinte problema de valor inicial que envolve apenas uma
diferencial ordinária na sua forma normal:
5
Yj+1=yj+hf(t,yj) + O(h2), h=tj+1-tj (3.21)
Fórmula que permite calcular yj+1 a partir de yj , com erro da ordem de h2. Esta
equação é explícita no valor desconhecido de yj+1, sendo, pois, o método denominado de
explícito. Especificamente, representa o método explícito de Euler. Não caímos em um
sistema linear, tendo a solução direta.
Caso, por outro lado, resolvermos utilizar a aproximação de diferenças finitas para
trás de y´j+1 , dada com j+1 no lugar de j, podemos aplicar no ponto tj+1 e escrever:
Fórmula que calcula yj+1 a partir de yj, com erro da ordem de h2. Note-se que, no
caso geral, a equação é não linear no valor desconhecido de yj+1, sendo, pois, necessário,
utilizar-se um método adequado à solução de problemas não lineares, para se obter o
valor de yj+1.Assim, como yj+1 não pode ser explicitado a partir da equação, o método é
denominado de implícito. Mais especificamente, este é chamado método implícito de
Euler.
Além dos dois métodos acima, podemos, ainda, obter um terceiro, a partir da
aproximação por diferença central de y´j+1/2, no intervalo considerado. Aplicando ao meio
do intervalo, temos:
Fórmula que ainda não pode ser usada para obter yj+1, porque o valor de f no ponto
considerado, não é conhecido. Entretanto, expandindo fj e fj+1 em série de Taylor, em
torno do ponto tj+1/2=tj+h/2, tem-se que:
Fórmula que permite calcular yj+1, ainda que de forma implícita. Este método é
ainda implícito, sendo denominado de método trapezoidal (ou de Crank-Nicholson).
Considere a solução numérica do problema de valor inicial, abaixo:
Ela utiliza os métodos de Euler, até o ponto t=1, com passos uniformes de
integração de 0,2. A solução analítica deste problema é:
y(t)=1/(1+t) (3.26)
6
Tabela 3.1 – Comparação dos métodos de diferenças finitas aplicados à equação 3.25.
[68].
T Euler Euler Trapezoidal Solução
Explícito Implícito Analítica
0,0 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000
0,2 0,8000 0,8541 0,8310 0,8333
0,4 0,6720 0,7434 0,7113 0,7143
0,6 0,5817 0,6572 0,6220 0,6250
0,8 0,5140 0,5880 0,5528 0,5556
1,0 0,4612 0,5316 0,4975 0,5000
No caso de problema de valor inicial com equações de ordem maior do que 1, uma
redução de ordem deve ser feita para uma ordem menor, com a inserção de uma variável
no sistema. Exemplo:
Introduz-se a variável z com z=y´, derivando z´=y´´. Assim, temos agora, dois P.V.I.
(Problema de Valor Inicial) de primeira ordem:
ì z ′ = 3z + y + 5 x
í
î z ( 0) = 2
(3.28)
ì y′ = z
í
î y ( 0) = 1
ì n
ï y j +1 − y j = å C i ∆y i
ï i =1
í ∆y1 = ∆t. f (t j , y j ) (3.29)
ï∆y = ∆t. f (t + a , y + b ) , com i > 1
ï i j i j i
î
7
Para quarta ordem: C1=C4=1/6, C2=C3=1/3, a2=a3=h/2, a4=h, b2=b3=1/2 e b4=1.
Considere uma função u(t,x,y) definida em um domínio 0≤x≤1, 0≤y≤1 e t ≥0, que
podem ser coordenadas adimensionais ou não. A discretização do domínio pode ser feita
com malhas uniformes ou não uniformes. Como não há nenhuma característica
fundamental do procedimento de discretização, que seja dependente do tipo da malha, a
atenção especial é dada a malhas uniformes.
i-1, j+1 i, j+1 i+1, j+1
y
i-1, j i, j i+1, j
x
Figura 3.1 – Malha de diferenças finitas em problemas com duas dimensões espaciais x e
y. Note-se, que, em geral, as malhas são quadradas, e se adota um índice para cada
variável i para x e j para y.
∂ ∂ 1 ∂ ∂
u ( x + h, y + k ) = u ( x , y ) + ( h
+ k )u ( x, y ) + (h + k ) 2 u ( x, y )
∂x ∂y 2! ∂x ∂y
(3.30)
1 ∂ ∂ 1 ∂ ∂
+ (h + k ) 3 u ( x, y ) + ... + (h + k ) n u ( x, y ) + ....
3! ∂x ∂y n! ∂x ∂y
8
∂u ( x, y ) ∂u ( x, y )
u ( x + h, y + k ) = u ( x , y ) + h +k
∂x ∂y
(3.31)
1 ∂ 2 u ( x, y ) ∂ 2 u ( x, y ) 1 ∂ 2 u ( x, y )
+ h + hk + k + ...
2 ∂x 2 ∂x∂y 2 ∂y 2
∂u ( x, y ) 1 2 ∂ 2 u ( x, y )
u ( x + h, y ) = u ( x , y ) + h + h + ....
∂x 2 ∂x 2
(3.32)
∂ 1 2 ∂2
u i +1, j = u i , j + h ui, j + h u i , j + ...
∂x 2 ∂x 2
e
∂u ( x, y ) 1 2 ∂ 2 u ( x, y )
u ( x − h, y ) = u ( x , y ) − h + h − ....
∂x 2 ∂x 2
(3.33)
∂ 1 ∂2
u i +1, j = u i , j − h u i , j + h 2 2 u i , j − ...
∂x 2 ∂x
Da equação 3.32, truncando todos os termos maiores que h2, ou seja, com erro
2
O(h ), e isolando a derivada primeira, chega-se a uma primeira aproximação por
diferenças finitas da derivada parcial de u em relação a x:
∂u i , j u i +1, j − u i , j u i +1, j − u i , j
= = (3.34)
∂x h ∆x
Da equação 3.33, truncando todos os termos maiores que h2 , ou seja, com erro
2
O(h ), e isolando a derivada primeira, chega-se a uma segunda aproximação por
diferenças finitas da derivada parcial de u em relação a x:
∂u i , j u i , j − u i −1, j u i , j − u i −1, j
= = (3.35)
∂x h ∆x
9
∂ 2ui, j u i +1, j − 2u i , j + u i −1, j u i +1, j − 2u i , j + u i −1, j
= = (3.37)
∂x 2 h2 (∆x) 2
A última etapa para a solução de uma equação diferencial parcial por diferenças
finitas, é substituir as aproximações das derivadas na equação e nas suas condições de
contorno, gerando um sistema algébrico, cuja solução fornece a solução aproximada do
problema original.
∂u ∂ 2 u
= (3.38)
∂t ∂x 2
u i , j +1 − u i , j u i +1, j − 2u i , j + u i −1, j
= (3.39)
∆t (∆x) 2
u i +1, j + 2u i , j + u i −1, j
u i , j +1 = (3.40)
4
10
Veja-se, agora, um outro exemplo: considere uma placa quadrada fina metálica de
1 metro de comprimento, e encontre a temperatura de equilíbrio (após um tempo muito
grande), segundo a equação de Laplace:
∂ 2u ∂ 2u
+ =0 (3.41)
∂x 2 ∂y 2
u(x,y) é a temperatura da barra na posição x e y como na figura abaixo:
x
0 1
Figura 3.2 – Placa Quadrada do Exemplo
u i +1, j − 2u i , j + u i −1, j u i , j +1 − 2u i , j + u i , j −1
+ =0 (3.42)
(∆x) 2 (∆y ) 2
u i +1, j + u i −1, j + u i , j +1 + u i , j −1
ui, j = (3.43)
4
100 u4 u5 u6 0
100 u1 u2 u3 0
11
ì u 2 + 100 + u 4 + 100
ïu1 = 4
ï u 3 + u1 + u 5 + 100
ï u2 =
ï 4 ì 4u1 − u 2 − u 4 = 200
ï 0 + u 2 + u 6 + 100 ï
ï u3 = 4 ï − u1 + 4u 2 − u 3 − u 5 = 100
ï u + 100 + u 7 + u1 ï − u 2 + 4u 3 − u 6 = 100
ï u4 = 5 ï
ï 4 ï − u1 + 4u 4 − u 5 − u 7 = 100
ï u 6 + u 4 + u8 + u 2 ï
í u5 = Þ í− u 2 − u 4 + 4u 5 − u 6 − u 8 = 0 (3.44)
ï 4 ï − u − u + 4u − u = 0
ï u = 0 + u 5 + u9 + u3 ï 3 5 6 9
ï 6 4 ï − u 4 + 4 u 7 − u 8 = 100
ï u 8 + 100 + 0 + u 4 ï
ï u7 = ï − u 5 − u 7 + 4u8 − u 9 = 0
ï 4 ïî − u 6 − u8 + 4u 9 = 0
ï u = u9 + u7 + 0 + u5
ï 8 4
ï 0 + u8 + 0 + u 6
ï u9 =
î 4
12
3.3. Método dos Elementos Finitos
Figura 3.4 – (a) Uma peça industrial com geometria irregular e composição não
homogênea. (b) Tal sistema é muito difícil de modelar com a aproximação por diferenças
finitas. Isso se deve ao fato de complicadas aproximações serem requeridas nos
contornos do sistema e na fronteira entre as regiões de diferentes composições. (c) Uma
discretização de elementos finitos é muito melhor aplicada a tal sistema. [54]
O Método dos Elementos Finitos fornece uma alternativa melhor a tais sistemas.
Em contraste à técnica das diferenças finitas, o MEF divide o domínio da solução em
formas simples de regiões ou “elementos”. Uma solução aproximada do PDE pode ser
desenvolvida para cada um destes elementos. A solução total é então gerada, colocando-
as juntas ou montando-as. Utilizando-se as soluções individuais, toma-se o cuidado de
assegurar a continuidade dos contornos entre os elementos. Assim, o PDE é satisfeito em
forma de fatias.
Em razão de uma descrição detalhada ir além do escopo deste texto, este capítulo
se conterá a uma introdução geral do Método dos Elementos Finitos. O objetivo é mostrar,
de forma simples e fácil, suas características, princípios e capacidades. Assim, a seção
seguinte abordará uma visão geral dos passos envolvidos na solução de um problema,
utilizando o MEF. Este é seguido por um simples exemplo: molas ligadas em séries.
Embora este exemplo não envolva PDE, permite-se desenvolver e mostrar os principais
aspectos da aproximação de elementos finitos, sem ser desencorajados por fatores
complicados. Pode-se, então, discutir algumas características, envolvendo o emprego do
método de elementos finitos em PDE.
13
Etapas para aplicação do Método dos Elementos Finitos
- Pré-Processamento:
- Definição do problema e do domínio.
- Discretização ou divisão do domínio em elementos.
- Processamento:
- Obter as equações dos elementos [k]{u}={f}.
- Escolha da função de aproximação.
- Ajuste ótimo da função de aproximação.
- Formulação Direta.(ou)
- Método dos Resíduos Ponderados.(ou)
- Método Colocacional
- Método de Subdomínios
- Método dos Mínimos Quadrados
- Método de Galerkin
- Técnica Variacional.
- Método Rayleigh-Ritz
- Montagem ou colocação das equações dos elementos juntas [K]{u´}={F´}.
[]
- Acréscimo das condições iniciais e de contorno k {u ′} = {F ′}.
- Solução do sistema linear (ou não linear) {u´}.
- Pós-Processamento:
- Apresentação dos resultados ou visualização gráfica.
- Determinação de variáveis secundárias.
14
Elemento Linear
(a) Unidimensional
Nó
Linha
Nodal
Elemento Elemento
Quadrílateral Triangular
(b) Bidimensional
Elemento
Hexaédrico
Plano Nodal
Elemento Tetraédrico
(c) Tri-dimensional
Figura 3.5 - Exemplos de elementos empregados em (a) uma, (b) duas, e (c) três
dimensões.
15
alternativa mais simples é um polinômio de primeira ordem, ou uma linha reta:
u(x) = a0 + a1 x (3.46)
u1 = a0 + a1 x1
u2 = a0 + a1 x2
Este resultado pode, então, ser substituído na Eq. (3.46), a qual, depois de se
arrumar os termos, pode ser escrita como:
u = N1 u1 + N2 u2 (3.47)
16
Nó 1 Nó 2
(a)
u1 u
u2
x1 x2
(b)
1 N1
x1 x2
(c)
N2 1
x1 x2
(d)
Figura 3.6 (b) Uma função de aproximação ou forma para (a) um elemento linear. As
correspondentes funções de interpolação são mostradas em (c) e (d). Note-se, que a
soma das funções de interpolação (N1+N2) são iguais a 1.
du dN1 dN 2
= u1 + u2 (3.50)
dx dx dx
dN1 1 dN 2 1
=− = (3.51)
dx x2 − x1 dx x2 − x1
E, portanto, a derivada de u é:
du 1
= (−u1 + u2 ) (3.52)
dx x2 − x1
17
x2 x2
Cada termo, no lado direito, é somente a integral de um triângulo reto com base x2
– x1 e altura u. Isto é:
x2
1
ò Nudx = 2 ( x
x1
2 − x1 )u
x2
u1 + u 2
ò udx =
x1
2
( x 2 − x1 ) (3.53)
18
Quando todas as versões individuais da Eq. (3.54) são, finalmente, montadas, o
sistema inteiro é expresso sob forma matricial, como:
[ K ] { u´ } = { F´ } (3.55)
Antes da Eq. (3.55) poder ser resolvida, deve-se modificá-la, para considerar as
condições iniciais e de contorno do sistema. Estes ajustes resultam em:
[k ] {u ′} = {F ′} (3.56)
Pode-se obter a solução da Eq. (3.56), com técnicas para a resolução de sistemas
lineares e não lineares. Em muitos casos, os elementos serão configurados, de modo que
as equações resultantes possam ser unidas, diminuindo o tamanho do sistema. Assim, o
esquema de eficiência mais alto disponível a cada sistema é possível de ser empregado.
O uso de simetrias, onde uma parte do sistema é igual à outra, possibilita a redução da
ordem do sistema linear.
Apesar dos passos precedentes serem muito genéricos, eles são comuns na
maioria das implementações do Método dos Elementos Finitos. No item seguinte, ilustra-
se como eles podem ser aplicados na obtenção do resultado numérico de dois sistemas
físicos simples – o primeiro, molas ligadas em série, e depois, uma haste sendo aquecida.
Nos item seguinte vai-se exemplificar o Método dos Resíduos Ponderados usando
a Técnica de Galerkin para um caso bidimensional. Usa-se um exemplo semelhante ao do
item 3.2 do MDF. Considere uma placa quadrada fina metálica de 1 metro de
comprimento, e encontre a temperatura de equilíbrio (após um tempo muito grande),
segundo as equação de Laplace:
∂ 2u ∂ 2u
+ =0 (3.57)
∂x 2 ∂y 2
19
u(x,y) é a temperatura da barra na posição x e y como na figura abaixo:
x
0 1
Figura 3.7 – Placa Quadrada do Exemplo.
3.3.3.1. Discretização
2 1
x
Figura 3.8 Um elemento triangular
20
u3(x, y) = a0 + a1,1x3 + a1,2 y3
Ou na forma matricial:
é1 x1 y1 ù ì a 0 ü ì u1 ü
ê1 x ï ï ï ï
ê 2 y 2 úú í a1,1 ý = íu 2 ý
êë1 x3 y 3 úû ïîa1, 2 ïþ ïîu 3 ïþ
1
a0 = [u1 ( x 2 y 3 − x3 y 2 ) + u 2 ( x3 y1 − x1 y 3 ) + u 3 ( x1 y 2 − x 2 y1 )] (3.59)
2 Ae
1
a1,1 = [u1 ( y 2 − y 3 ) + u 2 ( y 3 − y1 ) + u 3 ( y1 − y 2 )] (3.60)
2 Ae
1
a1, 2 = [u1 ( x3 − x 2 ) + u 2 ( x1 − x3 ) + u 3 ( x 2 − x1 )] (3.61)
2 Ae
1
Ae = [( x 2 y 3 − x3 y 2 ) + ( x3 y1 − x1 y 3 ) + ( x1 y 2 − x 2 y1 )]
2
As equações (3.59) até (3.61) podem ser substituídas na Eq. (3.58). Depois de
agrupar os termos, o resultado pode ser expresso como:
Onde:
1
N1 = [( x 2 y 3 − x3 y 2 ) + ( y 2 − y 3 ) x + ( x3 − x 2 ) y ]
2 Ae
1
N2 = [( x3 y1 − x1 y 3 ) + ( y 3 − y1 ) x + ( x1 − x3 ) y ]
2 Ae
1
N3 = [( x1 y 2 − x 2 y1 ) + ( y1 − y 2 ) x + ( x 2 − x1 ) y ]
2 Ae
21
Figura 3.9 (a) Uma linear função de aproximação para um elemento triangular. As
correspondentes funções de interpolação são mostradas em (b) até (d). Fonte [54]
22
3.3.3.3. Ajuste Ótimo da Função de Aproximação
ò f .g
Ω
dv = 0
Tem-se, como exemplo, o problema térmico (Para o exemplo do item 3.3.2 tem-se
k=1 e Q=0):
∂ æ ∂T ö ∂ æ ∂T ö
çk ÷ + çk ÷+Q = 0
∂x è ∂x ø ∂y çè ∂y ÷ø
T = T0 I s
æ ∂ æ ∂T ö ∂ æ ∂T ö ö
òò uççè ∂x çè k ∂x ÷ø + ∂y ççè k ∂y ÷÷ø + Q ÷÷ødΩ = 0
Ω
23
æ æ ∂T ∂u ∂T ∂u ö ö ∂T
òò çè çè ∂x ∂x ∂y ∂y ÷ø
ç − k ç + ÷ + uQ ÷dΩ + ò ku dS = 0
÷
ø S
∂n
æ æ ∂T ∂u ∂T ∂u ö ö
òò çè çè ∂x ∂x ∂y ∂y ÷ø
ç k ç + ÷ − Qu ÷dΩ = 0
÷
ø
NN NN NN
u = å ui N i
*
; u ′x* = å u i N ix′ ; u ′y* = å u i N iy′ ,
i =1 i =1 i =1
u * = A1 N 1 + A2 N 2 + ... + ANN N NN
Onde os coeficientes A1, A2,..., ANN serão determinados pelo método, de forma a
realizar a melhor aproximação possível de u sobre a base de funções N1, N2,..., NNN.
24
3
1
4
2
Figura 3.10 - Domínio a dois elementos triangulares.
æ æ NN ö ö
òò 1 çç Lççè å
Φ u j N j ÷÷ − f ÷ dΩ = 0
ø
÷
è j =1 ø
æ æ NN ö ö
òò Φ 2 çç Lççè å u j N j ÷÷ − f ÷dΩ = 0
ø
÷
(3.64)
è j =1 ø
...
æ æ NN ö ö
Φ ç L ç å
òò NN ç çè j =1 j j ÷ø ÷÷dΩ = 0
u N ÷ − f
è ø
Observações Importantes:
25
æ æ NN öö
(òò L(N )Φ dΩ) − òò Φ fdΩ
NN
òò i ç çè å
Φ ç L ç u j N j − f ÷
÷÷
øø
÷ d Ω = å uj j i
Ω
i
è j =1 i =1
100 oC
75 oC
Y
50 oC
O oC
Figura 3.11 - Um esquema de numeração dos nós e elementos para uma aproximação
por elementos finitos, para uma placa plana em equilíbrio térmico. [54]
∂ 2T ∂ 2T
R = +
∂x 2 ∂y 2
æ ∂ 2T ∂ 2T ö
òòΩ N i ççè ∂x 2 + ∂y 2 ÷÷ødΩ = 0
26
onde Ni são as funções de teste no caso as funções de Lagrange N1, N2 e N3 da função
de aproximação T = T1 . N1 + T2 . N2 + T3 . N3. Após uma integração por partes (Teorema
de Green), obtém-se:
æ ∂T ∂N i ∂T ∂N i ö ∂T
òò ççè ∂x
∆
∂x
+
∂y ∂y
÷÷d∆ = − ò N i
ø S
∂n
dS
para cada elemento triangular. O termo do lado direito representa o fluxo sobre o contorno
do elemento triangular (Percorrendo no sentido anti-horário). Assim para um elemento
genérico 1,2 e 3 pode-se escrever:
− ò Ni
∂T
∂n
( ) ( ) (
dS = Fluxo no lado 12 [F12 ] + Fluxo no lado 23 [F23 ] + Fluxo no lado 31 [F31 ])
S
Nó 7 (0,25;0,25)
Nó 1 (0;0) Nó 2 (0,25;0)
Para i=1:
0 , 25 x
æ ∂T ∂N 1 ∂T ∂N 1 ö ∂T
ò ò ççè ∂x
0 0
∂x
+
∂y ∂y ø
÷÷dydx = − ò N 1 dS
S
∂n
0 , 25 x
æ ∂T ∂N 1 ∂T ∂N 1 ö
ò ò ççè ∂x
0 0
∂x
+ ÷dydx = F12 + F71
∂y ∂y ÷ø
27
0 , 25 x
æ ∂T ∂N 2 ∂T ∂N 2 ö
ò ò ççè ∂x
0 0
∂x
+
∂y ∂y
÷÷dydx = F27 + F12
ø
ou
0 , 25 x
æ ∂T ∂N 3 ∂T ∂N 3 ö
ò
0
ò0 ççè ∂x ∂x + ∂y ∂y ÷÷ødydx = F71 + F27
ou
Cada equação acima foi obtida para N1, N2 e N3, respectivamente. Deve notar que
F71=-F17 ou seja o fluxo que sai do elemento 1 e vai para o elemento 2 através do lado
modal 17 é o mesmo que sai do elemento 2 e vai para o elemento 1 só que com sentido
oposto. Isso é fundamental na fase de montagem onde os termos de fluxo interno na
placa irão se anular.
28
ì T1 + 0,5T2 − T7 + 0,5T8 = F12 + F16; 0,5T9 − 0,5T10 − T14 + 0,5T18 − 0,5T19 = 0;
ï − 0,5T1 + T2 − 0,5T4 + 0,5T8 = F23; − 0,5T9 − 0,5T10 + T15 + 0,5T20 = F5,10 + F15,20;
ï
ï − 0,5T2 + T3 − 0,5T4 − 0,5T9 = F34 ; − 0,5T11 + 0,5T12 − T16 + 0,5T21 = F11,16 + F16,21;
ï
ï − 0,5T3 + T4 − 0,5T5 + 0,5T9 + T10 = F45 + F5,10 ; − 0,5T12 + 0,5T13 − T17 + 0,5T22 + T23 = 0;
ï − 0,5T4 + T5 − 0,5T10 − 0,5T9 = F5,10; − 0,5T21 + 0,5T13 − T18 + 0,5T23 − 0,5T24 = 0;
ï
ï − 0,5T1 + T6 − T7 + 0,5T12 = F16; − 0,5T14 + 0,5T15 + T19 + 0,5T25 = F20,25 + F25,24;
ï
í − 0,5T2 + 0,5T3 − T7 + 0,5T8 − 0,5T12 − 0,5T13 = 0; − 0,5T14 + 0,5T15 − T20 + 0,5T25 = F20,25 + F15,20;
ï − 0,5T − 0,5T −1,5T + T − 0,5T − 0,5T = 0; − 0,5T16 + 0,5T17 + T21 + 0,5T22 = F16,21 + F21,22;
ï 2 3 7 8 13 14
ï − 0,5T3 − 0,5T4 −1,5T8 + T9 − 0,5T15 − 0,5T15 = 0; − 0,5T16 + 0,5T17 − T22 + 0,5T23 = F21,22 + F22,23;
ï − 0,5T + T − 0,5T + 0,5T = F + F ; − 0,5T17 + 0,5T18 + T23 + 0,5T24 = F22,23;
ï 9 10 14 15 5,10 10,15
ï − 0,5T6 + T11 − 0,5T12 + 0,5T17 = F6,11 + F11,16; − 0,5T18 + 0,5T19 + T24 + 0,5T25 = F23,24;
ï
ï− 0,5T6 − 0,5T7 +1,5T12 + 0,5T13 − 0,5T17 − 0,5T18 = 0; − 0,5T19 + 0,5T20 − 0,5T24 + T25 = F24,25 + F20,25;
ïî − 0,5T7 − 0,5T8 + T13 + 0,5T14 − 0,5T15 − 0,5T19 = 0;
ì T1 = 0; T2 = 0; T3 = 0; T4 = 0; T5 = 0;
ï T6 = 75; T11 = 75; T16 = 75;
ï
í
ï T10 = 50; T15 = 50; T20 = 50;
ïîT21 = 100; T22 = 100; T23 = 100; T24 = 100; T25 = 100;
29
3.3.3.5. Solução e Apresentação do Resultado (Pos-Processamento)
Mesmo neste exemplo com meio homogêneo e geometria simples, nota-se uma
vantagem no MEF, pois não se é obrigado a usar malhas retangulares de mesmo
tamanho como no MDF. Em outros problemas com meios não homogêneos, geometrias
complexas e parâmetros não lineares as vantagens do MEF aumentam bastante. O que
torna o MEF um método bem mais amplo e com uma aplicabilidade prática muito maior
que o MDF. Assim o aumento na complexidade matemática dos elementos finitos é
compensada por sua portabilidade e eficiência na solução de equações diferenciais
parciais encontradas na engenharia. Por esta razão o MEF é o método mais comumente
implementado pelas ferramentas de CAE e para muitos autores é a base da Engenharia
Assistida por Computador.
30
Apêndice A
Ajuste Ótimo da Função de Aproximação em uma
Dimensão
A.1. Solução de Elementos Finitos para Molas em Séries
Figura A.1 (a) Uma série de molas interconectadas. Uma extremidade é fixada na
parede, enquanto a outra é submetida a uma força constante F. (b) Representação em
elementos finitos. Cada mola é representada por um elemento. Portanto, o sistema
consiste de quatro elementos e cinco nós. [54]
Equações dos Elementos: como este sistema é muito simples, suas equações dos
elementos podem ser escritas diretamente, sem o recurso da aproximação matemática.
Este é um exemplo de aproximação direta para os elementos derivados.
31
Figura A.2 - Um diagrama de corpo livre de um sistema de molas. [54]
F=kx
Onde, k representa a constante da mola, a qual pode ser interpretada como a força
requerida para causar uma unidade de deslocamento. Se uma força F1 é aplicada no nó
1, o seguinte balanço de força (reação) deve segurar:
F = k (x1 – x2)
F1 = k x1 – k x2
F2 = -k x1 + k x2
é k − k ù ì x1 ü ì F1 ü
ê− k í ý=í ý
ë k úû î x 2 þ î F2 þ
Ou então:
[k]{x}={F},
32
moldada no formato da Eq. (3.54). Assim, obteve-se sucesso na geração de uma equação
matricial, que descreve o comportamento de um elemento típico no sistema.
Onde, o sobreescrito (e) designa que estas são equações elemento; os k’ s são
também colocados subescritos, e kij denota sua localização na linha i e coluna j da matriz.
Para o presente caso, elas são também fisicamente interpretadas como representando a
força requerida no nó i, para induzir uma unidade de deslocamento no nó j.
As equações elementos podem então ser adicionadas, uma de cada vez, para
montar o sistema total. O resultado final pode ser expresso na forma matricial como
[lembrando Eq. (3.55)]:
[ K ] { x´ } = { F´ }
Onde:
é k11(1) − k12(1) ù
ê (1) ú
ê− k 21 + k11( 2 ) −k
(1) (2)
k 22 12 ú
[K ] = ê − k 21
( 2)
k + k11( 3)
( 2)
22 − k12(3) ú
ê ( 4) ú
ê − k 21
( 3) ( 3)
k 22 + k11( 4 ) − k12 ú
ê − k 21
( 4) ( 4) ú
k 22
ë û
ì F1(1) ü
ï ï
ïï 0 ïï
{F ′} = í 0 ý
ï 0 ï
ï ï
ïî F2( 4) ïþ
33
equações que foram montadas, as forças internas se cancelaram. Assim, o resultado final
para { F´ } é zero, em todas as linhas, exceto no primeiro e último nó.
é 2 −1 ù ì x2 ü ì 0 ü
ê− 1 2 − 1 úïx ï ï 0 ï
ê ú ïí 3 ïý = ïí ïý
ê − 1 2 − 1ú ï x 4 ï ï 0 ï
ê ú
ë − 1 1 û ïî x5 ïþ ïî F ïþ
O sistema está agora na forma da Eq. (3.56), e está pronto para ser resolvido.
é 1 −1 ù ì x1 ü ì− F ü
ê− 1 2 − 1 úïx ï ï 0 ï
ê ú ïï 2 ïï ïï ïï
ê −1 2 −1 ú í x3 ý = í 0 ý
ê ú
ê − 1 2 − 1ú ï x 4 ï ï 0 ï
ï ï ï ï
êë − 1 1 úû ïî x5 ïþ ïî F ïþ
X1 = 0, x2 = 1, x3 = 2, x4 = 3 e x5 = 4.
34
Figura A.3 (a) O diagrama do sistema original. (b) O sistema depois da aplicação da força
constante. Os deslocamentos são indicados no espaço entre os dois sistemas. [54]
d 2T
= − f ( x) (A.1)
dx 2
Onde, f(x) é uma função que define a fonte de calor ao longo da haste, e onde, as
pontas da haste, são mantidas numa temperatura fixa
Essa não é uma equação diferencial parcial, mas uma equação diferencial ordinária com
condições de contorno. Esse modelo simples é usado, porque ele permitirá introduzir a
aproximação por elementos finitos, sem algumas das complicações, como por exemplo,
um PDE de duas dimensões.
Figura A.4 (a) Uma longa e fina haste sujeita a fixas condições de contorno e a uma
contínua fonte de calor ao longo do seu eixo. (b) A representação de elementos finitos
consistindo de quatro elementos de igual comprimento e cinco nós.[54]
35
uniforme f(x) = 10.
d 2T
= −10
dx 2
T = a x2 + b x + c
T = -5 x2 + 66 x + 40
Temperatura da Haste
280
240
T (Graus Celsus)
200
160
120
80
40
0
x 5
x (cm)
Figura A.5 - Distribuição de temperatura ao longo de uma haste aquecida por uma fonte
uniforme de calor e mantida fixa a temperatura nos extremos da haste.
36
A.3. Discretização
Uma configuração simples modeladora do sistema é uma série de elementos de
igual comprimento (Fig. A.4b). Assim, o sistema é tratado com quatro elementos de igual
comprimento e cinco nós.
(a)
~
T
T2
T1
x1 x2
(b)
Figura A.6 (a) Um elemento individual (b). A função aproximação usada para caracterizar
a distribuição de temperatura ao longo do elemento.
dT
q = −k ′
dx
37
Nesta equação, q é fluxo [cal/(cm2. s)] e k´ é o coeficiente de condutividade térmica
[cal/(s.cm.oC)]. Se uma função linear de aproximação é usada na caracterização da
temperatura do elemento, o fluxo de calor para o elemento, através do nó 1, é
representado por:
T1 − T2
q1 = k ′
x 2 − x1
T2 − T1
q2 = k ′
x 2 − x1
dT ( x1 ) dT ( x 2 )
q1 = − k ′ q 2 = −k ′
dx dx
ì− dT ( x1 ) ü
1 é 1 − 1ù ìT1 ü ï dx ï
x 2 − x1 ê − 1 1 ú íT ý = í dT ( x ) ý (A.3)
ë ûî 2 þ ï
dx ïþ
2
î
dT T2 − T1
= (A.4)
dx x 2 − x1
38
ì dT ( x1 ) T2 − T1 1 dT ( x1 )
ï dx = x − x Þ
( x 2 − x1 )
(T1 − T2 ) = −
dx
nó 1
ï 2 1
í (A.5)
ï dT ( x 2 ) T2 − T1 1 dT ( x 2 )
ï = Þ (−T1 + T2 ) = nó 2
î dx x 2 − x1 ( x 2 − x1 ) dx
ì− dT ( x1 ) ü
é 0,4 − 0,4ù ìT1 ü ï dx ï
ê− 0,4 0,4 ú íT ý = í dT ( x ) ý (A.6)
ë ûî 2 þ ï
dx ïþ
2
î
39
é 0,4 − 0,4 0 0 0ù ìT1 ü ì− dT ( x1 ) ü
ê− 0,4 0,4 ï dx ï
ê 0 0 0úú ïïT2 ïï ï dT ( x 2 ) ï
ï ï ï dx ï
(a )ê 0 0 0 0 0ú í 0 ý = í 0 ý
ê úï ï ï ï
ê 0 0 0 0 0ú 0
ï ï ï 0 ï
êë 0 0 0 0 0úû ïî 0 ïþ ï ï
î 0 þ
40
ìdT ( x1 ) − 0,4T2 = − (0,4 x 40)
ï dx
ï 0,8T2 − 0,4T3 = (0,4 x 40)
ï
í − 0,4T2 + 0,8T3 − 0,4T4 = 0 (A.7)
ï − 0,4T3 + 0,8T4 = 0
ï
ï dT ( x5 )
− 0,4T4 − = − (0,4 x 200)
î dx
ìdT ( x1 ) − 0,4T2 = − 16
ï dx
ï 0,8T2 − 0,4T3 = 16
ï
í − 0,4T2 + 0,8T3 − 0,4T4 = 0 (A.8)
ï − 0,4T3 + 0,8T4 = 80
ï
ï dT ( x5 )
− 0,4T4 − = − 80
î dx
dT
( x1 ) = 16 T2 = 80,00 T3 = 120,00
dx (A.9)
dT
T4 = 260,00 ( x5 ) = 16
dx
d 2T
0 = 2 + f ( x)
dx
41
ò RW dD = 0
D
i i = 1, 2, ..., m (A.11)
Neste ponto, há uma variedade de escolhas para as funções teste. Cada qual
representa uma aproximação alternativa para o MWR. (Seção A.7).
ò RN dD = 0
D
i i = 1, 2, ..., m
x2 ~ x2
d 2T
ò 2 N i ( x)dx = − xò f ( x) N i ( x)dx
x1 dx
i = 1, 2 (A.12)
1
b b
b
ò udv = uv a − ò vdu
a a
x2 ~ ~ x ~
d 2T dT x 2 2 dT dN i
ò N i ( x)
x1 dx 2
dx = N i ( x )
dx x1 xò1 dx dx
− dx i = 1, 2 (A.13)
42
individuais criados na Eq. (A.13). Para i=1, o primeiro termo, no lado direito, da Eq. (A.13),
é avaliado como:
~ ~ ~
dT x 2 dT ( x 2 ) dT ( x1 )
N 1 ( x) = N1 ( x2 ) − N 1 ( x1 )
dx x1 dx dx
x2 ~ ~ x
dT dN 1 dT ( x1 ) 2
òx dx dx dx = −
dx
+ òx f ( x) N1 ( x)dx (A.16)
1 1
E para i=2:
x2 ~ ~ x
dT dN 2 dT ( x 2 ) 2
ò dx dx dx = dx + xò f ( x) N 2 ( x)dx
x1
(A.17)
1
A integração por partes tem conduzido a dois importantes resultados. Primeiro, ela
tem incorporado as condições de contorno diretamente dentro das equações dos
elementos, e por último, reduzido a alta ordem, passando da segunda para a primeira
derivada. Isso significa, que o resultado da função de aproximação precisa preservar a
continuidade dos valores, mas não a inclinação nos nós.
Para demonstrar melhor isso, concentra-se nos termos do lado esquerdo. Assim,
para i=1, o termo é:
43
x2 ~
dT dN 1
ò dx dx dx
x1
(A.18)
x2
T1 − T2 1
ò (x
x1 2 − x1 )
2
dx =
x 2 − x1
(T1 − T2 ) (A.19)
x2
− T1 + T2 1
ò (x
x1 2 − x1 )
2
dx =
x 2 − x1
(−T1 + T2 ) (A.20)
1 é 1 − 1ù ìT1 ü
í ý
x 2 − x1 êë − 1 1 úû îT2 þ
ì x2 ü
ì dT ( x1 ) ü ï f ( x) N 1 ( x)dx ï
1 é 1 − 1ù ï− dx ï ï xò1 ï
ê ú {T } = í dT ( x ) ý + í x2 ý (A.21)
x 2 − x1 ë − 1 1 û ï ï ï f ( x) N 2 ( x)dx ï
2
î"dx"!þ ï ò
"" " """ !
Matrix rigitez do Elemento [k] ï
Condições de Contorno
îx1"" " """ !þ
Efeitos Externos
44
2, 5
2,5 − x
ò 10
0
2,5
dx = 12,5
2, 5
x−0
ò 10
0
2,5
dx = 12,5
Este resultado, com valores de outros parâmetros, pode ser substituído na Eq.
(A.21), para resultar em :
dT
0,4T1 − 0,4T2 = − ( x1 ) + 12,5
dx
e
dT
− 0,4T1 + 0,4T2 = ( x 2 ) + 12,5
dx
45
A.7. Esquemas Alternativos de Resíduos para os Métodos dos
Resíduos Ponderados (MWR)
Várias escolhas podem ser feitas nas funções teste da Eq. (A.11). Cada uma
representa uma aproximação alternativa para o MWR.
Wi = δ ( x − xi ) para i = 1,2,..., n
xi
ò Rdx = 0
xi −1
para i = 1,2,..., n
Para o caso dos mínimos quadrados, os coeficientes são ajustados para minimizar
a integral do quadrado do resíduo. Assim, as funções peso são:
∂R
Wi =
∂ai
∂R
ò R ∂a dD = 0
D i
i = 1,2,..., n
Ou
∂
ò
∂a i D
R 2 dD = 0 i = 1,2,..., n
46
teste, lembrando terem essas funções sempre a soma igual a 1. em qualquer posição em
um elemento. Em muitos problemas de contexto, o método de Galerkin conduz aos
mesmos resultados obtidos por meio do método variacional. Conseqüentemente, é o mais
empregado das versões do MWR, usando a análise de elementos finitos.
A.8. Montagem
Antes das equações elementos serem montadas, um esquema global de
numeração deve ser estabelecido para especificar a topologia do sistema ou seu
esquema espacial. A Tabela A.1 define as conectividades entre os elementos. Devido ao
presente caso ser unidimensional, o esquema de numeração parece tão simples que o
torna trivial. Contudo, para problemas de duas ou três dimensões, ele serve,
freqüentemente, somente para especificar qual nó pertence a cada elemento.
Uma vez a topologia especificada, as equações dos elementos Eq. (A.21) podem
ser escritas para cada elemento, usando as coordenadas globais. Então, adicionando um
de cada vez, montando a matriz do sistema total, como descrito na Fig. A.8.
47
é 0,4 − 0,4 0 0 0ù ìT1 ü ì− dT ( x1 ) + 12,5ü
ê− 0,4 0,4 ï dx ï
ê 0 0 0úú ïïT2 ïï ï dT ( x 2 ) + 12,5 ï
ï ï ï dx ï
(a )ê 0 0 0 0 0ú í 0 ý = í 0 ý
ê úï ï ï ï
ê 0 0 0 0 0ú 0
ï ï ï 0 ï
êë 0 0 0 0 0úû ïî 0 ïþ ï ï
î 0 þ
48
ìdT ( x1 ) − 0,4T2 = − 3,5
ï dx
ï 0,8T2 − 0,4T3 = 41
ï
í − 0,4T2 + 0,8T3 − 0,4T4 = 25 (A.22)
ï − 0,4T3 + 0,8T4 = 105
ï
ï dT ( x5 )
− 0,4T4 − = − 67,5
î dx
A.10. Solução
A Eq. (A.22) pode ser solucionada, onde se conclui:
dT
( x1 ) = 66 T2 = 173,75 T3 = 245
dx
dT
T4 = 253,75 ( x5 ) = −34
dx
T e m p e r a tu ra d a H a s te
280
240
200
T (Graus Celsios)
160
120
80
40
0
0 2 ,5 5 7 ,5 10
x (c m )
A n a líti c a E le m e n to s F i n i to s
Figura A.9 Resultados da aplicação do método de elementos finitos para uma barra
aquecida. A solução exata é também mostrada.
49
Apêndice B
Aplicações do MEF na Engenharia Elétrica
B.1 Introdução
Mesmo alguns métodos numéricos mais recentes, como por exemplo, o Método
dos Elementos de Fronteira ou Contorno, apresentam mais dificuldades de aplicação que
o Método dos Elementos Finitos, quer no cálculo dos coeficientes dos sistemas de
equações, quer no tratamento de meios não lineares ou na exploração dos resultados
obtidos. [39]
Para se utilizar o Método dos Elementos Finitos, o objeto de estudo deve ter sua
geometria subdividida em várias partes, que são os elementos finitos. Essa subdivisão é
chamada malha, sendo geralmente constituída, no caso bidimensional, de triângulos ou
quadriláteros, cujos vértices são denominados nós da malha. É através dela, que se
monta um sistema de equações, cuja solução permite determinar as grandezas de
interesse no fenômeno utilizado. No caso eletromagnético, essa solução é o vetor
potencial magnético (A) ou o potencial elétrico (V), em cada nó da malha, a partir dos
quais é possível determinar os campos magnéticos (B e H) ou elétricos (E e D) no interior
dos Elementos Finitos, e proceder os cálculos de energia, força, torque, parâmetros como
indutâncias, capacitâncias, resistências, e etc.
a) Eletrostática
b) Campo de Correntes (Eletrocinética)
50
c) Magnetostática.
Nos dois primeiros casos, o campo elétrico age em meios lineares, isto é, as
permissividades ou condutividades presentes não são afetadas pela intensidade do
campo elétrico, ao passo que, na Magnetostática, a presença de meios ferromagnéticos
introduzem uma não linearidade, que deve ser considerada. [39,75]
B.2. Eletrostática
A aplicação do Método dos Elementos Finitos na eletrostática é baseada na Quarta
equação de Maxwell ( Lei de Gauss da Eletrostática):
ò D.dS = Q
S
i (B.1)
E=-∇V
V(x,y) = α1 + α2 x + α3 y (B.2)
Para determiná-los, basta aplicar a Eq. B.2 aos vértices do elemento considerado,
resultando o sistema de equações seguinte:
Vi = α1 + α2 xi + α3 yi , i=1,2,3 (B.3)
51
Onde: a1=x2 y3 – x3 y2; b1=y2 – y3; c1=x3 – x2; e ∆=(b1 c2 – b2 c1)/2,
os demais coeficientes a, b e c são obtidos por rotação cíclica dos seus índices, e ∆ é a
área do elemento.
V(x,y)=N1 V1 + N2 V2 + N3 V3 (B.5)
ì1, se i = j
δ ij = í
î0, se i ≠ j
52
Figura B.1 – Apresenta uma interpretação geométrica para esta aproximação. Fonte [39]
53
Figura B.2 – Regiões de Controle envolvendo os nós. [39]
A análise das expressões B.7 mostra, como era de se esperar, que o campo
elétrico, no interior do elemento, resulta constante, no caso da aproximação linear da
função potencial. A aplicação da quarta equação de Maxwell (B.1) a superfícies fechadas
(constituídas por um prisma de profundidade unitária e seção transversal idêntica às das
regiões de controle, que são definidas como regiões envolvendo cada um de seus nós,
construídas por segmentos de reta, que passam pelos pontos médios das aresta ligadas
ao nó, e pelos baricentros dos triângulos, que admitem o referido nó como vértice), pode
ser calculada por partes, obedecendo a seguinte procedimento:
′ ′
ò
S
D.dS = E34 + E35 + E31 + E31 + E34 (B.9)
Como condição adicional, vai-se considerar que o campo elétrico além da fronteira
é nulo ou tangente a esta, de modo que as duas últimas parcelas da expressão anterior
são nulas.
Assim sendo, para cada elemento finito pode-se calcular 3 parcelas de integrais de
superfície: uma parcela da integral de superfície que envolve o nó 1 (E1e), uma que
envolve o nó 2 (E2e), e outra que envolve o nó 3 (E3e), como mostra a figura abaixo:
54
Figura B.3 - Partes das regiões de controle internas ao elemento. O ponto O é seu
baricentro; os pontos P, S e G são os pontos médios de suas arestas. Os segmentos PO
e OS são partes da região de controle que envolve o nó 1. Os segmentos PO e OG são
partes da região que envolve o nó 2, e os segmentos GO e OS são partes da região de
controle que envolve o nó 3. [39]
O cálculo de E1e sobre aquele elemento genérico pode ser facilmente obtido,
levando-se em conta que o campo elétrico em seu interior é constante. Assim, na face
POS de S1 pode-se escrever:
ò
E1e = D.dS
POS
(B.10)
Lembrando-se que:
D=ε Ex ux + ε Ey uy
dS = - ∆y ux - ∆x uy
E1e= - ε Ex ∆y - ε Ey ∆x (B.11)
O resultado é:
E2e= - ε Ex ∆y - ε Ey ∆x
55
Substituindo-se Ex e Ey por seus valores expressos em (B.7) e notando que:
O resultado é:
Q7=Q74+Q711+Q712+Q76+Q75
Onde Qie é a parcela da carga total contida no interior da superfície S que envolve
o nó (i) pertencente ao elemento (e). Reportando-se ao elemento genérico, as linhas PO,
OS e OG, onde O é seu baricentro, divide-o em 3 polígonos de áreas iguais a 1/3 da área
total do elemento. Admitindo que as cargas elétricas, nele contidas, são distribuídas,
uniformemente, no volume delimitado pelo prisma de base triangular e altura unitária,
segundo a densidade volumétrica ρ (C/m3), pode-se escrever:
Q1e=Q2e=Q3e=ρ∆/3
Ou, matricialmente,
éQ1e ù é ρ∆ / 3ù
ê eú ê ú
êQ2 ú = ê ρ∆ / 3ú (B.16)
êQ3e ú ëê ρ∆ / 3ûú
ë û
56
NE NE
åE
e =1
i
e
= å Qie
e =1
i = 1,2,..., NN (B.17)
Note-se, que os termos das somatórias indicadas em (B.17) só terão valor não
nulo, nos elementos (e´s) que admitirem o nó (i) como vértice. Esta expressão também
gera um sistema de NN equações com NN incógnitas, cujas incógnitas são os potenciais
elétricos dos nós. Assim sendo, pode-se escrever:
Como a matriz [C] é montada a partir das matrizes dos elementos, e sendo estas
singulares, resulta que a referida matriz também é singular. Esta singularidade é
levantada após a introdução das condições de contorno. A resolução do sistema de
equações, obtida após a introdução das condições de contorno, fornece os potenciais em
todos os nós do domínio, que, uma vez conhecidos, permitem calcular a intensidade de
campo elétrico no interior de todos os elementos e as demais grandezas de interesse, tais
como: capacitâncias, energia elétrica armazenada, forças e conjugados de natureza
eletrostática. [39]
ò J .dS = 0
S
(B.19)
As deduções das integrais de superfície E1e, E2e e E3e são obtidas, para este caso,
seguindo-se procedimento idêntico ao desenvolvido na eletrostática, ou seja, substituindo-
se simplesmente D por J e ε por σ, que resultará:
NE
åE
e =1
i
e
=0 i = 1,2,..., NN (B.21)
57
A expressão B.21, a exemplo da B.17, pode ser expressa matricialmente, como
segue:
[G][V] = 0 (B.22)
B.4. Magnetostática
Na Magnetostática, a segunda equação de Maxwell (Lei de Ampère) é a que
governa o fenômeno físico:
ò H .dl = ò J .dS
C
S
(B.23)
B= ∇ x A (B.24)
Desta forma, nos campos bidimensionais planos, a equação B.24 é escrita como
segue:
A(x,y) = N1 A1 + N2 A2 + N3 A3 (B.26)
58
∂A ν
H x =ν = (c1 A1 + c 2 A2 + c3 A3 )
∂y 2∆
(B.27)
∂A ν
H y =ν =− (b1 A1 + b2 A2 + b3 A3 )
∂x 2∆
E1e = ò H .dl = H
POS
x ∆x − H y ∆y (B.28)
E2e = Hx ∆x + Hy ∆y (B.30)
é I 1e ù é J∆ / 3ù
ê eú ê ú
ê I 2 ú = ê J∆ / 3ú (B.34)
ê I 3e ú êë J∆ / 3úû
ë û
59
envolvendo o nó (i), obtém-se:
NE NE
åE
e =1
i
e
= å I ie
e =1
i = 1,2,..., NN (B.35)
60
Apêndice C
Pacotes Computacionais
C.1. Pacotes Computacionais
Este apêndice foi baseado na referência [72]. Bibliotecas e pacotes de Softwares
têm sido criados para solucionar, diretamente, as equações diferenciais parciais. Contudo,
em geral, quando se implementa os Métodos dos Elementos Finitos, restringe-se a um
dado problema físico especifico. Isso é particularmente verdade para duas ou três
dimensões. Apesar disso, com essa aparente limitação, simples aplicações podem ser de
grande utilidade, no sentido de uma visão pedagógica.
61
∂ ∂
tempo, e x e y, o plano cartesiano, e ∇ o operador gradiente em geral + , e f uma
∂x ∂y
função dada; a solução aplicada sempre no domínio Ω ) :
Elíptico: − ∇.(c∇u ) + au = f
∂u
Parabólicos: d − ∇.(c∇u ) + au = f
∂t
Cada uma dessas modalidades está disponível por meio das linhas de comando e
da interface gráfica com o usuário. [72]
Figura C.1 - Resolução passo a passo no MatLab, empregando o Método dos Elementos
Finitos em um exemplo que usa a equação de equilíbrio térmico de Laplace
æ ∂ 2u ∂ 2u ö
çç 2 + 2 = 0 ÷÷ para uma placa fina metálica retangular, onde um lado é mantida a 100oC
è ∂x ∂y ø
62
[u(-1,y)] e os outros três lados são mantidos a 0oC [u(1,y); u(x,-0,8); u(x,0,8) com
condições de contorno]:
63
(c) Definição das condições de contorno dos três outros lados à 0oC. 1*u=0.(h=1 e r=0).
(d) Definição da equação diferencial a ser resolvida. Tipo Elíptico com c=1, a=0 e
æ H ∂ 2u ∂ 2u ö
f=0. çç ∇.∇u = 2 + 2 = 0 ÷÷ .
è ∂x ∂y ø
64
(e) Definição da malha inicial de elementos finitos triangulares planos na placa metálica.
(f) Melhora da malha onde cada elemento triangular se torna quatro. Onde o ponto médio
de cada lado do triângulo se torna vértice dos triângulos internos.
(g) Exemplo de como o MatLab melhora a malha. Um triângulo vira quatro outros
triângulos menores.
65
(h) Solução do PDE por elementos finitos. Onde cada tom de cor representa uma
temperatura na placa metálica. Note a escala do lado. (=)
66
Apêndice D
Técnica ou Formulação Variacional
Uma originalidade do método dos elementos finitos reside no fato de ser baseado
numa formulação integral do fenômeno analisado, derivada da forma diferencial que
representa a equação a derivadas parciais e respectivas condições de contorno. Esta
formulação integral pode ser do tipo Variacional, deste que possível, enquanto, em outros
problemas, ela será do tipo projetada em associação com uma base de funções.
b
I = ò f ( x, y ( x), y´(x))dx
a
t2
Lema: Se ò f (t )ξ (t )dt = 0.
t1
∀ξ (t ) contínua e tal que ξ (t ) > 0 e ξ (t1 ) = ξ (t 2 ) = 0 ,
então f (t ) = 0, ∀t ∈ (t1 , t 2 ) .
Ou seja, se a integral é zero, devemos ter f(t)=0. Isso nos traz a Eq. (3.16), onde se
deseja o resíduo R próximo de zero, solucionado a equação diferencial e realizando a
aproximação através da integral que se iguala a zero:
ò RW dD = 0
D
i i = 1, 2, ..., m
onde R = f (t ) e Wi = ξ (t ) .
67
Outra razão para a formulação Variacional é a equivalência entre calcular o extremo
de uma integral e resolver uma equação diferencial parcial de segunda ordem, como
mostra o teorema abaixo:
Teorema: Seja u(x, y, t), uma função de três variáveis contínuas com derivadas
primeiras também contínuas. A função v(t) derivável e de derivada v´(t), definida num
intervalo (t1, t2) tal que v(t1)=v1, v(t2)=v2 e torna extrema a integral:
t2
I = ò u (v, v ′, t )dt
t1
ì ∂u d æ ∂u ö
ï − ç ÷=0
í ∂v dt è ∂v ′ ø
ïîv(t1 ) = v1 , v(t 2 ) = v 2
Demonstração:
Pesquisa-se, entre todas as funções que passam pelos pontos M1(t1, v1) e M2(t2, v2),
aquela que torna a integral I extremante. Seja v0 a função solução e, a partir de uma
função contínua ξ(t), onde ξ(t1)=ξ(t2)=0 e ξ(t)>0, defini-se uma função v(t)=v0(t)+λξ(t).
t2
Ora: = ò dt = ò ç + ÷dt
dλ t1 dλ t1 è
∂v ∂λ ∂v ′ ∂λ ø
t2 t t
∂u ∂ 2 v é ∂u ∂v ù
2 2
d æ ∂u ö ∂u
òt ∂v ′ ∂v ′∂t dt = ê ∂v ′ ∂ λ ú
ë û t1
− ò
t1
dt
ç
è ∂ v ′
÷
ø ∂ λ
dt
1
∂u d æ ∂u ö
x= dx = ç ÷ dt
∂v ′ dtè ∂v ′ ø
∂ 2v ∂
dt = dy y=
∂t∂ λ ∂λ
∂v ∂
Considerando que = (v0 + λξ ) = ξ (t ) ,
∂λ ∂λ
68
t t
dI é ∂u ù
2 2
é ∂u d æ ∂u ö ù
resulta = ê ξ (t )ú + ò ê − ç ÷ úξ (t )dt ,
dλ ë ∂v ′ û t1 t1 ë ∂v dt è ∂v ′ ø û
ì ∂u d æ ∂u ö
ï − ç ÷=0
í ∂v dt è ∂v ′ ø
ïîv(t1 ) = v1 , v(t 2 ) = v 2
Mesmo não parecendo, esta é uma equação diferencial de segunda ordem, pois u é
uma função semi-implícita de t. Através de v e v´ obtém-se:
d æ ∂u ö ∂ 2 u dv ∂ 2 u dv ′ ∂ 2 u ∂ 2u ∂ 2u ∂ 2u
ç ÷= + + = v ′′ + v ′ +
dt è ∂v ′ ø ∂v ′∂v dt ∂v ′ 2 dt ∂v ′∂t ∂v ′ 2 ∂v∂v ′ ∂v ′∂t
ì ∂ 2u ∂ 2u ∂ 2 u ∂u
ï 2 v ′′ + + − =0
í ∂v ′ ∂v∂v ′ ∂v ′∂t ∂v
ïî v(t1 ) = v1 , v(t 2 ) = v 2
Estes teoremas mostram que, sob certas condições, há uma equivalência entre a
resolução de um problema diferencial de Segunda ordem e a pesquisa de uma função,
que torna extrema uma funcional associada àquela equação diferencial. A equação
diferencial em questão é denominada equação de Euler associada à funcional, cujo
extremo se está pesquisando.
I a = ò L( xi , q j , q ij′ )dw
69
Cujo extremo definido por uma condição de equilíbrio (estacionária) caracteriza a
evolução do sistema. O domínio é definido a partir das variáveis independentes xk e do
integrando L(xi, qj, q´ij), também conhecidos pelo nome de função de Lagrange do
sistema, sendo a mesmo uma função escalar das variáveis de estado qi, de suas
derivadas e das variáveis independentes xk.
permissividade ε , Wc = ç ÷ +ç ÷ .
2 ç è ∂x ø çè ∂y ÷ø ÷
è ø
1 æç æ ∂V ö æ ∂V ö ö÷
2 2
L= ε ç ÷ +ç ÷ − ρ ( x, y )V
2 ç è ∂x ø çè ∂y ÷ø ÷
è ø
1
( )
L = ε V x′ 2 + V y′ 2 − ρV
2
∂L ∂ æ ∂L ö ∂ æç ∂L ö÷
− ç ÷− =0
∂V ∂x çè ∂V x′ ÷ø ∂y çè ∂V y′ ÷ø
∂
resultando (εVx′ ) + ∂ (εV y′ ) − ρ = 0
∂x ∂y
70
∂ æ ∂V ö ∂ æ ∂V ö
ou çε ÷ + çε ÷ = ρ ( x, y )
∂x è ∂x ø ∂y çè ∂y ÷ø
ò f .g
Ω
dv = 0
∂ æ ∂T ö ∂ æ ∂T ö
çk ÷ + çk ÷+Q = 0
∂x è ∂x ø ∂y çè ∂y ÷ø
T = T0 I s
71
funções T que verificam as condições de contorno, onde ∀u é:
æ ∂ æ ∂T ö ∂ æ ∂T ö ö
òò uççè ∂x çè k ∂x ÷ø + ∂y ççè k ∂y ÷÷ø + Q ÷÷ødΩ = 0
Ω
æ æ ∂T ∂u ∂T ∂u ö ö ∂T
òò ççè − k ççè ∂x ∂x + ∂y ÷÷ + uQ ÷÷dΩ + ò ku dS = 0
∂y ø ø S
∂n
æ æ ∂T ∂u ∂T ∂u ö ö
òò ççè k ççè ∂x
+ ÷÷ − Qu ÷÷dΩ = 0
∂x ∂y ∂y ø ø
u * = A1 N 1 + A2 N 2 + ... + ANN N NN
Onde os coeficientes A1, A2,..., ANN serão determinados pelo método, de forma a
realizar a melhor aproximação possível de u sobre a base de funções N1, N2,..., NNN.
72
domínio, sem buracos nem recobrimentos. Os polinômios próprios de cada elemento
devem respeitar, na fronteira, as condições de continuidade compatíveis com aquelas
impostas pela natureza do problema. Este vínculo permite determinar o conjunto de
funções Ni a partir das funções Ni(e) definidas sobre cada elemento.
3
1
4
2
Figura D.10 Domínio a dois elementos triangulares.
Formulação Variacional
Seja u a função procurada que verifica uma equação a derivadas parciais: L(u)=f e
condições de contorno que, por enquanto, não consideraremos, mas poderão ser levadas
em conta pelo funcional:
NN NN NN
u * = å ui N i ; u ′x* = å u i N ix′ ; u ′y* = å u i N iy′ ,
i =1 i =1 i =1
onde os ui são os coeficientes numéricos, como foi visto anteriormente são de fato
valores de u* em cada um dos nós da discretização. Logo o funcional vem a ser uma
73
função exclusiva dos coeficientes u1, u2,..., uNN. A condição necessária para a obtenção
do extremo da Eq. (D.34) é, na maior parte dos casos, uma de minimização, tal que:
∂F ∂F ∂F
=0 , = 0 , ..., =0,
∂u1 ∂u 2 ∂u NN
æ æ NN ö ö
ç Lç å u j N j ÷ − f ÷ dΩ = 0
òò ç çè j =1
Φ 1 ÷
ø
÷
è ø
æ æ NN ö ö
òò 2 çç Lççè å
Φ u j N j ÷÷ − f
ø
÷ dΩ = 0
÷
(D.35)
è j =1 ø
...
æ æ NN ö ö
òò NN çç Lççè å
Φ u j N j ÷÷ −
ø
f ÷ dΩ = 0
÷
è j =1 ø
Observações importantes
Nos dois casos, a aplicação do método dos elementos finitos conduz à substituição
de uma equação ou sistema de equações a derivadas parciais por um sistema de
equações algébricos contento coeficientes da função de aproximação, que são, na
realidade, os valores das funções de aproximação nos nós do domínio discretizado. Como
no Método dos Resíduos ponderados as funções de ponderação são idênticas às funções
de aproximação, o sistema de equações obtido é idêntico àquele obtido pela formulação
variacional.
æ æ NN öö
(òò L(N )Φ dΩ) − òò Φ fdΩ
NN
òò i ç çè å
Φ ç L ç u j N j − f ÷
÷÷
øø
÷ d Ω = å uj j i
Ω
i
è j =1 i =1
74
Apêndice E
Revisão Conceitual de Equações Diferenciais
Parciais
O conjunto de equações a derivadas parciais que regem os fenômenos físicos é bem
vasto, e compreende um número de casos particulares que seria ilusório querer descrever
de maneira exaustiva, sem ir de encontro a uma redação enciclopédia. Pode-se, no
entanto, classificar a maioria das equações em três grandes classes, cada uma ilustrada
por um tipo de fenômeno bem particular. Seja a u(x, y) e equação diferencial de segunda
ordem abaixo:
∂ 2u ∂ 2u ∂ 2u ∂u ∂u
A + B + C +D +E + Fu + G = 0
∂x 2
∂x∂y ∂y 2
∂x ∂y
Dirichlet, (u ( s ) = u 0 = f 0 ( s ))
æ ∂u ö
Neuman ç ( s ) = f 0 ( s ) ÷
è ∂n ø
æ ∂u ö
ou mista ç u ( s ) + ( s) = f 0 (s ) ÷
è ∂n ø
75
As equações hiperbólicas caracterizam o fenômeno da propagação das ondas,
sejam elas vibratórias do tipo mecânicas ou eletromagnéticas. As condições de contorno
relacionadas à equação de propagação são associadas às condições de Cauchy ao
instante inicial (dada sua função u e sua derivada ∂u/∂t em relação ao tempo).
∂ æ ∂V ö ∂ æ ∂V ö
Meio 1 : çε1 ÷ + ç ε1 ÷=0
∂x è ∂x ø ∂y çè ∂y ÷ø
∂ æ ∂V ö ∂ æ ∂V ö
Meio 2 : çε 2 ÷ + çε 2 ÷=0
∂x è ∂x ø ∂y çè ∂y ÷ø
Na interface, estas equações não são válidas e substituem-se por duas outras: da
continuidade do potencial e da indução elétrica, que leva em conta a descontinuidade do
campo elétrico:
∂V1 ∂V
Interface: V1 = V2 e ε1 = ε 2 2 (n normal a interface)
∂n ∂n
76
- A solução é única;
- A solução varia de maneira contínua em função dos dados.
Se as duas primeiras condições parecem triviais (apesar de ser muito fácil definir um
problema sem solução), a terceira condição, de mais difícil entendimento, impede a
formulação de um problema cuja definição parece “a priori” suficiente, mas que, por
vezes, pode conduzir, salvo exceções, a uma ausência de solução, caracterizada por um
fenômeno de instabilidade.
∂ 2V ∂ 2V ü
a) + 2 = 0 y > 0ï
∂x 2
∂y ï
b) V = 0 y=0ý
∂V sen(nx) ï
c) = y=0ï
∂y n 2
þ
A condição (c) converge uniformemente para zero, desde que n tenda ao infinito,
podendo, neste caso, definir-se o problema pela equação (a) e pelas condições V=0,
∂V/∂y=0 para y=0, cuja solução é uma constante.
1
V ( x, y ) = sinh(ny ) sin(nx)
n3
Que tende ao infinito com n, qualquer que sejam os valores de x e y não nulos.
Definimos aqui um problema instável (este problema torna-se “bem definido” se a
condição V=0 for suprimida e levada ao infinito).
A tabela E.2 que se segue, extraída da obra de Morse e Freschbach [16], define, de
modo bem preciso as associações de equação e condições de contorno que, seguindo a
natureza aberta (isto é: se estende ao infinito) ou fechada na fronteira, conduzem a
problemas bem definidos.
77
Condição de Natureza da Equação Equação Equação
Contorno Fronteira Parabólica Elíptica Hiperbólica
Dirichlet ou Aberta Única (t>0) Insuficiente Insuficiente
Neuman Fechada Excessiva Única Estável Não Única
Cauchy ou Aberta Excessiva Instável Única Estável
mista Fechada Excessiva Excessiva Excessiva
Tabela E.2 Classificação dos PDE segundo sua solução.
78
Apêndice F
Visão Histórica
Esta parte é baseada na contribuição original de [34]. O desenvolvimento moderno
do método de elementos finitos começa na década de quarenta no campo da engenharia
estrutural com o trabalho de HRENNIKOFF [1] (1941) e MCHENRY [2] (1943), usando um
modelo de elementos em linhas, de uma dimensão tipo barras e feixes, para a solução de
problemas de esforços em sólidos contínuos. Em artigos publicados em 1943, mas não
largamente reconhecidos por muitos anos, COURANT [3] propôs usar a solução para os
esforços, de uma forma variacional. Ele. então, introduz funções de interpolação sobre
pedaços de sub-regiões triangulares, e une todas estas em um método, para obter uma
solução numérica aproximada. LEVY [4] (1947), desenvolve o método de flexibilidade ou
forças, e, em outro trabalho [5] (1943), sugere um método de rigidez ou deslocamentos,
prometendo ser uma alternativa na análise de estruturas redundantes estáticas de aviões.
Contudo, suas equações apresentavam dificuldade de solução manual, e seu método só
se tornaria popular com o advento dos computadores digitais de alta velocidade.
A maioria dos trabalhos de elementos finitos, no começo dos anos 60, lidava com
pequenos esforços e deslocamentos, elasticidade de materiais e cargas estáticas.
Contudo, grandes deflexões e análises térmicas foram consideradas por TURNER, DILL,
MARTIN e MELOSH [18] (1960), e a não linearidade dos materiais, por GALLAGHER,
79
PADLOG, e BIJLAARD [13] (1962), quando problemas de curvaturas foram inicialmente
tratados por GALLAGHER e PADLOG [19] (1963). ZIENKIEWICZ, WATSON e KING [20]
(1968) estenderam o método para problemas de visco-elasticidade.
MELOSH [14] considera, em 1963, que o método de elementos finitos poderia ser
colocado em termos da formulação variacional, e então, este começou a ser usado para a
resolução de aplicações não estruturais. Problemas de cálculo de campo, tal como a
determinação de torção de hastes, escoamento de fluidos e condição do calor foram
resolvidos por ZIENKIEWICZ e CHEUNG [22] (1965), MARTIN [23] (1968), e WILSON e
NICKEL [24] (1966).
80
linguagens de programação de alto nível, para expressar, em termos de equações
algébricas, os modelos de desempenho das estruturas mecânicas. Nos anos sessenta, o
Método dos Elementos Finitos ganha rigor matemático e implementação computacional,
passando a ser adotado por profissionais de diversas áreas, na resolução de equações
diferenciais parciais.
No Brasil, o Método dos Elementos Finitos chega, na década de 70, por meio de
inúmeras dissertações de mestrado e teses de doutorado na Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ), Universidade Estadual de São Paulo (USP), Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), originando a
criação de disciplinas de pós-graduação sobre o tema. Em âmbito nacional, o primeiro
trabalho sobre a aplicação deste método na engenharia de eletricidade foi desenvolvido
na Escola Politécnica da USP, por JANISZEWSKI [75], em 1978, época em que surgem
alguns grupos de pesquisa em universidades brasileiras, destacando-se o GRUCAD da
UFSC, o grupo de pesquisa da UFMG e a equipe de Simulação de Fenômenos
Eletromagnéticos da Escola Politécnica da USP.
Em seqüência, na década de noventa, surgem cursos de pós-graduação ministrado
por empresas comerciais, para suprir a grande necessidade de atualização no mercado
de trabalho da Engenharia. E finalmente, após longos anos sendo ministrado apenas em
cursos de pós-graduação, em 1995, a USP cria a disciplina optativa de Método dos
Elementos Finitos, para o curso de graduação em Engenharia Civil, tornando-se pioneira
no ensino de graduação, e assumida por diversos outros cursos de graduação em todo o
país.
As universidades brasileiras, a exemplo do que ocorreu nas universidades dos
países desenvolvidos, foram as responsáveis pelo lançamento, no mercado nacional, dos
primeiros produtos, visando atender as necessidades da comunidade acadêmica, no
sentido de suprir as pesquisas neste setor, bem como assessorar o setor industrial em
suas necessidades de estudos e projetos.
Ferramentas computacionais são criadas, no Brasil, pelo produto das pesquisas
técnico-científicas dos cursos de mestrado e doutorado realizadas nas universidades que
implementam o Método dos Elementos Finitos. Muitas dessas pesquisas são
convertidas em softwares comerciais e integradas a programas de desenho de CAD,
gerando um novo tipo de ferramenta: a CAE – Computer Aided Enginneering. Esta, por
sua vez, parece representar o futuro do projeto e concepção da Engenharia moderna.
Outros métodos numéricos, derivados dos elementos finitos, surgem em diversas
partes do mundo, destacando-se o método de volumes finitos e o método dos elementos
de fronteira ou contorno. Em geral, eles são aplicados a problemas específicos de
Engenharia e ciências físicas. Além disso, diversas variações na implementação e
formulação dos elementos finitos são comuns, principalmente, aquelas voltadas para
otimizações de ajustes e características particulares de uma dada aplicação.
81
Apêndice G
Conceitos Fundamentais do Método dos Elementos
Finitos
G.1. Introdução
Esse capítulo pretende ser uma revisão conceitual do Método dos Elementos
Finitos, abordando os principais aspectos matemáticos do método. Todo o
desenvolvimento se dará em uma dimensão estudando problemas de valor de contorno e
facilitando a exposição dos principais conceitos e desenvolvimentos matemáticos
empregados no MEF. Apresenta aspectos importantes do método como a diferenciação
entre a formulação forte e fraca da resolução de equações diferenciais e o MEF do ponto
de vista global e do ponto de vista do elemento. Segue o desenvolvimento da referência
bibliográfica [76] de Thomas J. R. Hughes com algumas mudanças no intuito de sintetizar
a revisão.
u , xx + f = 0
(G.1)
f : [0,1] → R (G.2)
onde [0, 1] representa o intervalo unitário (isso é, o conjunto de pontos de x tal que
0 ≤ x ≤ 1) e R representa os números reais. Em outras palavras, (G.2) diz que para um
dado x em [0, 1], f(x) é um número real. (Freqüentemente, usa-se a notação ∈ que
significa “pertence a”. Assim, para cada x ∈ [0, 1], f(x) ∈ R.). Também, [0, 1] é dito ser o
domínio de f, e R é sua faixa.
82
função f, deseja-se que ela seja uma curva suave sem descontinuidades e torções. Faz-
se isso para evitar dificuldades técnicas e complexidades matemáticas no
desenvolvimento do MEF.
Ω = ]0, 1[ Ω = [0, 1]
] [ [ ]
0 1 0 1
Figura G.1 Mostra os intervalos abertos e fechados.
u(1)=g (G.5)
-u,x(0)=h (G.6)
onde g e h são constantes dadas. As equações (G.5) e (G.6) requerem que u tenha
o valor de g em x=1 e a derivada de u (isso é, sua inclinação) tenha o valor de –h em
x=0, respectivamente. Este conjunto de condições de contorno irá possibilitar ilustrar
certos aspectos chaves da formulação variacional. Por razões óbvias, as condições de
contorno do tipo (G.5) e (G.6) conduzem para o chamado problema de valor de contorno
de dois pontos.
83
ìï y
1
üï
u ( x) = g + (1 − x)h + ò íò f ( z )dz ýdy (G.7)
xï î0 ïþ
onde y e z são usados para denotar variáveis temporárias. Contudo, isso não é o
principal interesse aqui. Está-se interessado em desenvolver um esquema para obter
soluções aproximadas de (S) que serão aplicáveis para muitas situações complexas na
qual a solução exata não é possível.
ò (u
0
,x ) 2 dx < ∞ (G.8)
Funções que satisfazem (G.8) são chamadas de funções H1; escreve-se u ∈ H1.
Algumas vezes o domínio é explicitado, isso é u ∈ H1([0, 1]). Então o conjunto de
soluções admissíveis, denotado por γ, consiste de todas as funções as quais tem derivada
primeira com quadrado integrável e que tenham o valor de g para x=1. Isso é
representado como se segue:
84
Em termos da definição anterior, pode-se agora estabelecer uma forma fraca
apropriada, (W), do problema de valor de contorno.
Proposição:
a) Seja u uma solução de (S). Então u é também uma solução de (W).
b) Seja u uma solução de (W). Então u é também uma solução de (S).
Prova Formal:
a) Como u é assumido ser uma solução de (S), pode-se escrever
1
0 = − ò w(u , xx + f )dx (G.12)
0
1 1 1
0 = ò w, x u , x dx − ò wfdx − wu , x (G.13)
0 0 0
85
1 1
òw
0
,x u , x dx = ò wfdx + w(0)h
0
(G.14)
Além do mais, tem-se que u é uma solução de (S), satisfaz u(1)=g e portanto está
em γ. Finalmente, desde que u também satisfaz (G.14) para todo w ∈ υ, u satisfaz a
definição de uma solução fraca dado por (W).
1 1
ò w, x u ,x dx = ò wfdx + w(0)h
0 0
1
0 = ò w(u , xx + f )dx + w(0)[u , x (0) + h] (G.15)
0
Provar que u é uma solução de (S) é suficiente mostrar que (G.15) implica em
(estas equações são algumas vezes chamadas de equação de Euler-Lagrange da
formulação fraca):
i. u , xx + f = 0 em Ω; e
ii. u , x (0) + h = 0
w = φ( u,xx + f) (G.16)
onde φ é suave; φ(x)>0 para todo x ∈ Ω = ]0, 1[; e φ(0) = φ(1) = 0. Por exemplo,
pode-se tomar φ(x) = x(1-x), o qual satisfaz todos os requisitos estipulados. Segue que
w(1) = 0 e então w ∈ υ, assim (G.16) define uma função membro legítima de υ.
Substituindo (G.16) em (G.15) resulta em
1
0 = ò φ (u , xx + f ) 2 dx + 0 (G.17)
0
" "!
≥0
Desde que φ > 0 em Ω, segue-se de (G.17) que (i) deve ser satisfeito.
Agora que se tem estabelecido (i), passa-se a usar (G.15) para provar (ii), assim
0 = w(0)[u,x(0)+h] (G.18)
86
G.6. Condições de Contorno Naturais
A condição de contorno –u,x(0) = h não é explicitamente mencionada na formulação
de (W). Da prova anterior, vê-se que essa condição de contorno é contudo, implícita para
se satisfazer à equação variacional. Condições de contorno deste tipo são referenciadas
como condições de contorno naturais. Por outro lado, as soluções admissíveis são
explicitamente requeridas para satisfazer a condição de contorno u(1)=g. Condições de
contorno deste tipo são chamadas condições de contorno essenciais. O fato de que a
solução da equação variacional satisfaz a condição de contorno natural é extremamente
importante em situações mais complicadas.
Agora, vê-se que para obter solução aproximada para o problema de valor de
contorno original, tem-se um ponto de partida alternativo, isso é, a formulação forte ou
fraca do problema. O Método dos Elementos Finitos é baseado em cima do último. Em
outras palavras, a idéia básica é aproximar γ e υ por conjuntos convenientes de
dimensões finitas de funções. (Claramente, γ e υ contem infinitas funções.) A equações
variacionais são então solucionadas no contexto de dimensões finitas. Um exemplo
explicito de como se fazer sobre isso é o assunto do próximo item. Contudo, primeiro
introduzem-se algumas notações adicionais para simplificar a escrita subseqüente.
Tem-se
1
a( w, u ) = ò w, x u , x dx (G.19)
0
1
( w, f ) = ò wfdx (G.20)
0
Aqui, a(.,.) e (.,.) são exemplos de formas bilineares simétricas. O que isso significa
é como se segue: sejam c1 e c2 constantes e u, v e w funções. Então as propriedades de
simetria são
87
As notações anteriores são muito concisas; e ao mesmo tempo elas compreendem
aspectos matemáticos essenciais que conduzem para o entendimento matemático da
variação e do Método dos Elementos Finitos. Diversas classes de problemas físicos em
engenharia podem ser escritas de maneira similar a (G.21).
uh(1) = g (G.28)
wh(1) = 0 (G.29)
Assume-se que o conjunto υh seja dado. Então, para cada membro vh ∈ υh,
constrói-se uma função uh ∈ γh tal que
uh = vh + gh (G.30)
gh(1) = g (G.31)
88
uh(1) = vh(1) + gh(1) = 0 + g (G.32)
Assim (G.30) constitue uma definição de γh; que é, γh são todas as funções da
forma de (G.30). O ponto importante a observar é que, acima disto às funções gh, γh e υh
são compostas de conjuntos idênticos de funções.
Essa equação é considerada como definindo uma solução aproximada (fraca), uh.
Substituindo (G.30) em (G.33), e a bilinearidade de a(.,.) possibilita escrever:
Note que (G) é justamente uma versão de (W) em termos de uma coleção de
funções com dimensões finitas em υh. O método de Bubnov-Galerkin é comumente
referenciado como simplesmente método de Galerkin, terminologia que se adotará para
frente. A equação (G.34) é algumas vezes referida como Equação de Galerkin. O método
de aproximações do tipo considerado são exemplos do chamado Método dos Resíduos
Ponderados.
n
w h = å c A N A = c1 N 1 + c 2 N 2 + c3 N 3 + ... + c n N n (G.35)
A=1
As NA’s são referidas com funções de forma, base ou interpolação. Requer-se que
cada NA satisfaça
89
Da qual segue por (G.35) que wh(1)=0, como é necessário. υh é dito ter dimensões
n por razões obvias.
Para definir membros de γh necessita-se especificar gh. Para esse fim, introduz-se
uma outra função de forma Nn+1: Ω →R, a qual tem a seguinte propriedade
Nn+1(1) =1 (G.37)
gh = g Nn+1 (G.38)
e então
gh(1) = g (G.39)
n
u h = v h + g h = å d A N A + gN n+1 (G.40)
A =1
n
0 = å c AG A (G.42)
A =1
onde
n
G A = å a ( N A , N B )d B − ( N A , f ) − N A (0)h + a ( N A , N n +1 ) g (G.43)
B =1
å a( N
B =1
A , N B )d B = ( N A , f ) − N A (0)h + a ( N A , N n +1 ) g (G.44)
Note que todos os termos são conhecidos em (G.44) exceto os dB’s. Então (G.44)
constitue um sistema de n equações e n incógnitas. Este pode ser escrito numa forma
90
mais concisa como se segue:
Tem-se
åK
B =1
AB d B = FA , A = 1,2, ..., n (G.47)
é K 11 K 12 . . . K 1n ù
êK K 22 . . . K 2 n úú
ê 21
ê . . . . . . ú
K = [ K AB ] = ê ú (G.48)
ê . . . . . . ú
ê . . . . . . ú
ê ú
êë K n1 K n2 . . . K nn úû
ì F1 ü
ïF ï
ï 2 ï
ï . ï
ï ï
F = {FA } = í . ý (G.49)
ï . ï
ï ï
ï Fn −1 ï
ïF ï
î n þ
e
ì d1 ü
ïd ï
ï 2ï
ïï . ïï
d = {d B } = í ý (G.50)
ï. ï
ï. ï
ï ï
ïîd n ïþ
Kd = F (G.51)
K = Matriz de Rigidez
F = Vetor de Forças
d = Vetor Deslocamentos
91
Uma variedade de interpretações físicas são possíveis.
n
u h ( x) = å d A N A ( x) + gN n+1 ( x) (G.52)
A=1
Observações:
1. A matriz K é simétrica. Isso segue da simetria de a(.,.) e do uso do
método de Galerkin (que é, as mesmas funções formas são usadas para as
variações e soluções admissíveis):
Em notação matricial
K = KT (G.54)
( S ) ⇔ (W ) ≈ (G ) ⇔ ( M ) (G.55)
92
n +1
u h ( x) = å N A ( x)d A (G.56)
A=1
onde dn+1 = g.
ì( x − x A−1 ) x A−1 ≤ x ≤ x A
ï h A−1 ,
ï
N A ( x) = í ( x A+1 − x) x A ≤ x ≤ x A+1 (G.57)
hA ,
ï
ï 0, caso contrário
î
x2 − x
N1 ( x) = , x1 ≤ x ≤ x 2 (G.58)
h1
x − xn
N n +1 ( x) = , x n ≤ x ≤ x n +1 (G.59)
hn
As funções de forma são esboçadas na figura G.2. Por razões obviais, elas são
referenciadas alternativamente como funções chapéu ou telhado. Note que NA(xB)=δAB,
onde δAB é o delta de Kronecker (isso é, δAB=1 se A=B, caso contrario δAB=0 se A≠B). Em
palavras, NA tem o valor de 1 no “nó” A e é 0 em todos os outros nós. Além do mais, NA
não é zero somente no subintervalo que contém xA.
93
Figura G.2 Funções Base para o espaço de elementos finitos lineares “Piecewise”.
n
Um típico membro wh ∈ υh tem a forma åc
A=1
A N A e aparece como na figura G.3.
Note que wh é contínua mas tem descontinuidades de declive (ou na derivada) em cada
elemento de fronteira. Por essa razão, wh,x, derivada generalizada de wh, irá ser constante
em pedaços (Piecewise), experimentando descontinuidades entre os elementos de
contorno ou fronteira. (Tal função é chamada algumas vezes de uma função de passo
generalizado.) Restringindo-se a cada elemento do domínio, wh é um polinômio linear em
x. Em relação as condições de contorno essenciais homogêneas, wh(1)=0. Claramente,
wh é identicamente zero se e somente se cada cA=0, A=1,2,...,n.
Exemplo:
Considere a formulação fraca do problema no modelo unidimensional:
1 1
òw
0
,x u , x dx = ò wfdx + w(0)h
0
(G.60)
94
onde w ∈ υ e u ∈ γ são assumidos ser suave nos interiores dos elementos (isso é,
]xA, xA+1[, A=1,2,... n), mas podem sofrer descontinuidades de declive entre os elementos
de contorno. (Funções desta classe contém o espaço de elementos finitos lineares
“Piecewise” descritos anteriormente.) De (G.60) e assumindo continuidade das funções,
mostra-se que:
n x A +1 n
0=å ò w(u, xx + f )dx + w(0)[u, x (0 ) + h] + å w( x A )[u, x ( x A ) − u, x ( x A )]
+ + −
(G.61)
A =1 x A A=2
Observe que (i) é a equação diferencial restrita a elementos interiores, e (iii) é uma
condição de continuidade entre os elementos de contorno. Isso pode ser contrastado com
o caso no qual a solução é assumida suave. Neste caso a condição de continuidade é
identicamente satisfeita e o somatório das integrais sobre os elementos interiores pode
ser trocada por uma integral sobre todo domínio. Na formulação de elementos finitos de
Galerkin, uma solução aproximada de (i)-(iii) é obtida.
1
K AB = ò N A, x N B , x dx = 0 (G.62)
0
" " !
0
NA NB
A A+1 B
Figura G.4 Se B > A+1, a porção diferente de zero de NB e NA não faz sobreposição.
95
é k11 k12 0 . . . 0 ù
êk ú
ê 21 k 22 k 23 0 . . . ú
ê 0 k 32 k 33 k 34 0 . . ú
ê ú
K=ê . . . . . . . ú
ê . . 0 k n −2,n −3 k n −2,n −2 k n− 2,n −1 0 ú
ê ú
ê . . . 0 k n −1,n − 2 k n −1,n −1 k n −1,n ú
ê0 . . . 0 k n ,n −1 k nn úû
ë
Figura G.5 Estrutura de Banda de K.
Observa-se:
1. Uma matriz definida positiva e simétrica possui uma única inversa.
2. Os autovalores de uma matriz definida positiva são reais e positivos.
Teorema:
A matriz K n x n definida em (G.45) é definida positiva.
Prova:
n n
cTKc = å c A K AB c B =
A, B =1
åc
A, B =1
A a ( N A , N B )c B (Definição de K AB )
æ n n
ö
= aç å c A N A , å c B N B ÷ (Bilinearidade de a(.,.))
è A=1 B =1 ø
= a( w h , w h ) (definição de w h )
1
ò (w ) dx = 0
h 2
,x
0
96
Resumindo: K definido por (G.45), é
i. Simétrico
ii. Semidiagonal
iii. Definida Positiva
Agora deseja-se discutir um outro ponto de vista chamado de ponto de vista local
ou do elemento. Este ponto de vista é tradicional em engenharia e é muito usado na
implementação computacional do Método dos Elementos Finitos e no desenvolvimento de
elementos finitos.
97
funções de forma globais, ordenação de nós globais e assim por diante. Passa-se agora a
introduzir um conjunto de quantidades locais, correspondentes a umas globais, tal que
cálculos para um típico elemento podem ser padronizados. Estes são dados a seguir:
ξ(x) = c1 + c2 x (G.63)
2 x − x A − x A+1
ξ ( x) = (G.65)
hA
h Aξ − x A − x A+1
x(ξ ) = (G.66)
2
98
Note também que (G.66) pode ser escrito em termos de (G.67):
2
x e (ξ ) = å N a (ξ ) x ae . (G.68)
a =1
Essa tem a mesma forma que as funções de interpolação. Por referência, nota-se o
seguinte resultado:
ξ a (−1) a
N a ,ξ = = (G.69)
2 2
e
h
x,eξ = (G.70)
2
A descrição local e global dos e-simos elementos são esboçados na Figura G.6.
99
Número dos Elementos (e)
1 2 3 nel
x1 x2 x3 x4 xn xn+1
K = [K AB ], F = {{
FA } (G.72)
!
n× n n×1
onde
1
K AB = a( N A , N B ) = ò N A, x N B , x dx (G.73)
0
1 1
FA = ( N A , f ) + δ A1 h − a( N A , N n +1 ) g = ò N A fdx + δ A1 h − ò N A, x N n +1, x dxg (G.74)
0 0
[ ]
nel
K = åKe, K e = K AB
e
(G.75)
e =1
{ }
nel
F = åFe, F e = FAe (G.76)
e =1
onde
= a( N A , N B ) e = òN
e
K AB A, x N B , x dx (G.77)
Ωe
FAe = ( N A , f ) e + δ e1δ A1 h − a( N A , N n +1 ) e g = òN e
A fdx + δ A1 h − ò N A, x N n +1, x dxg (G.78)
Ω Ωe
100
A situação para um elemento típico, e, é mostrado na figura G.8. Na prática, não se
deve é claro, adicionar os zeros mas meramente adicionar os termos diferentes de zeros
na locação apropriada. Para esse propósito é muito útil definir a matriz de rigidez para o
ézimo elemento ke e o vetor forca elemento fe como se segue:
[ ]
k e = k ab
{
e
, f e = {f ae }
{
(G.81)
2× 2 2×1
= a( N a , N b ) e = òN
e
k ab a, x N b, x dx (G.82)
e
Ω
ì δ a1 h e =1
ï
f = ò Nfdx + í 0
a
e
e = 2,3,..., nel − 1 (G.83)
Ω e
ï− k g
e
e = nel
î a2
é Coluna Coluna ù ì ü
ê e e +1 ú ï ï
ê ú ï ï
ê ↓ ↓ ú ï ï
ê ú ï ï
K =ê
e
ú F =í ý
e
ê X X ú ← Linha (e) → ïX ï
ê ú ï ï
ê X X ú ← Linha (e + 1) → ïX ï
ê ú ï ï
ë """""" """"""!û
î{þ
n× n n×1
Figura G.8 X’s indica termos diferentes de zero; todos os outros termos são zeros.
101
ì e se a = 1
A = LM (a, e) = í (G.84)
îe + 1 se a = 2
K ee ← K ee + k11e (G.85)
K e ,e +1 ← K e,e +1 + k e
12 (G.86)
K e +1,e ← K e +1,e + k 21
e
(G.87)
K e +1,e +1 ← K e +1,e +1 + k 22
e
(G.88)
Fe ← Fe + f 1e (G.89)
Fe +1 ← Fe +1 + f 2e (G.90)
onde a seta (←) é lida com “é trocado por”. Devido à simetria k21e não deve ser
montado na prática.
K nn ← K nn + k11nel (G.91)
Fn ← Fn + f 1
nel
(G.92)
102
Algoritmo
| Ler dados de entrada
| Aprontar a matriz LM
| Coloca os Zeros Armazenados em K e F
| e=1
| repita
| | Forma ke e fe.
| | Usa a matriz LM para adicionar os componente de ke e fe na
| | locação apropriada de K e F, respectivamente.
| | e←e+1
| até e > nel
Fim Algoritmo
Figura G.10 Esboço de um algoritmo para a montagem de elementos finitos.
nel nel
K = 7 (k e ), F = 7( f e ) (G.93)
e =1 e =1
ì a11 x1 + a 12 x 2 + . . . + a 1n x n = b1
ïa x + a x + . . . + a x = b
ï 21 1 22 2 2n n 2
ï . . . .
a )í
ï . . . .
ï . . . .
ï
î a n1 x1 + a n 2 x 2 + . . . + a nn x n = bn
ou
éa11 a12 . . . a 1n ù éb 1 ù éx 1 ù
êa a ú êb ú êx ú
ê 21 22 . . . a 2n ú ê 2ú ê 2ú
ê. ú ê. ú ê. ú
b) A. X = B A=ê ú , B=ê ú , X=ê ú
ê. ú ê. ú ê. ú
ê. ú ê. ú ê. ú
ê ú ê ú ê ú
êëa n1 a n 2 . . . a nn úû ëêb n ûú ëêx n ûú
103
Diversos métodos numéricos são disponíveis na resolução de um sistema linear.
Destaque pode ser dados as duas classes abaixo, devido à facilidade de implementação
computacional e a sua simplicidade matemática:
Métodos Iterativos:
- Método de Jacobi;
- Método de Gauss-Seidel e
- Método SOR (Sucessive Over Relaxation).
104
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