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Visão Geral

Uma Visão Epidemiológica


do Câncer
Nivaldo Barroso de Pinho, Nadia Dias Gruezo e Viviane Dias Rodrigues

Introdução incidência como na mortalidade em considenrando-se todas as faixas


relação ao ano de 1990. Nos países etárias e localizações da doença.
O câncer é uma enfermidade que em desenvolvimento, os cânceres (3)(MATTHEW et al, 2007).
se caracteriza pelo crescimento mais freqüentes em homens são:
descontrolado, rápido e invasivo pulmão, estômago, fígado, esôfago, No Brasil, dados referentes ao ano
de células com alteração em seu cólon-reto, próstata, cavidade oral e de 2004 revelam que as neoplasias
material genético. Muitos fatores bexiga. Em mulheres de países em malignas foram responsáveis por
influenciam o desenvolvimento do desenvolvimento os cânceres mais 15,7% dos óbitos, tendo sido regis-
câncer, que resulta de eventos que comuns são: mama, colo de útero, tradas taxas de mortalidade especí-
geram mutações sucessivas no ma- estômago, colon-reto, pulmão, fíga- ficas por neoplasias malignas para o
terial genético das células, processo do, esôfago e ovário. sexo masculino de 84,3 óbitos por
que pode ocorrer ao longo de dé- 100.000 habitantes e de 69,2 óbitos
cadas, em múltiplos estágios (ARAB A taxa de incidência e mortalidade por 100.000 mulheres (DATASUS,
& STECK-SCOTT, 2004; ERSON & de câncer nos Estados Unidos da 2007). Entre os homens, os tumores
PETTY, 2006). América em 2005 foi de 1.372.910 mais incidentes são os de próstata,
novos casos de câncer e 570.280 seguidos pelos tumores de via respira-
Parkin e Bray (2006) assinalam que óbitos por câncer. (2)(JEMAL et al, tória (traquéia, brônquio e pulmão)
no ano de 2000 ocorreram cerca 2005). e entre as mulheres as neoplasias de
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de 10 milhões de casos novos de maior incidência são as de mama e o


câncer em todo o mundo e apro- Estima-se que nos Estados Unidos da câncer de colo do útero.
ximadamente 6 milhões de mortes América em 2010, 1.628.112 novos
devido à doença, o que representou casos de câncer, sendo 776.990 em A neoplasia maligna mais freqüente
um incremento de 22%, tanto na mulheres e 856.837 em homens, no Brasil é a de pele não-melano-

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ma, com maiores taxas nas regiões diretamente um especialista. Seten- resultantes do tumor primário e de
Sudeste, Sul e Centro-Oeste. No sexo ta por cento dos diagnósticos de suas metástases, incluem: anorexia,
masculino, seguem-se as de próstata, câncer são feitos por médicos não- emagrecimento, astenia, febre, dor,
de estômago e de pulmão (inclu- cancerologistas, o que evidencia a infecção e alterações psicológicas,

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sive traquéia e brônquios); as duas importância destes profissionais no ósseas, gastrintestinais, pulmonares,
últimas com valores bem acima dos controle da doença. renais, hematológicas, cutâneas,
observados em mulheres. No sexo urológicas, cardiovasculares, muscu-
feminino, a neoplasia maligna de O médico chega a uma suposição lares, serosas e neurológicas.
mama é a mais incidente, seguindo-se diagnóstica por meio de várias eta-
a de pele não melanoma e a de colo pas, durante as quais deve proceder As síndromes paraneoplásicas são
de útero. De maneira geral, as regiões a uma análise cuidadosa, com base raras e podem se manifestar de
Sudeste e Sul apresentam as taxas principalmente em seu conhecimen- maneiras diversas, acometendo
mais elevadas, em ambos os sexos. to do caso e da patologia, olhando principalmente os sistemas neuro-
sempre o paciente como um todo, muscular, vascular, ósseo, articular
Cerca de 60% dos óbitos informados não se restringindo ao sistema-alvo e glandular. A síndrome paraneo-
no País, em 1998, foram devidos da sua especialidade. Neste processo, plásica é fator agravante do prog-
a três grupos de causas: doenças toma diversas decisões, cujo acerto nóstico e que seu controle depende
do aparelho circulatório (32,4%), ou erro repercute sobre a sobrevida do controle do tumor.
causas externas (14,9%) e neoplasias do paciente e/ou sua qualidade
(14,0%), com pequenas variações de vida. A adequação das condutas É a partir da avaliação clínica e dos
em relação aos valores de 1991. diagnósticas e terapêuticas, e a agili- resultados dos exames complemen-
dade no encaminhamento do caso tares que se estabelece o estadiamen-
Nos anos analisados, as doenças do constituem o âmago do exercício to do tumor, isto é, as extensões lo-
aparelho circulatório estavam em efetivo de tal responsabilidade. cal, regional e sistêmica da doença.
primeiro lugar em todas as regiões.
Em seguida, situavam-se as causas O câncer não possui características A necessidade de se classificar os
externas nas regiões Norte, Nordes- clínicas específicas e pode acometer casos de câncer em estádios baseia-
te e Centro-Oeste, sendo que as ne- qualquer tecido, órgão ou sistema se na constatação de que as taxas
oplasias estavam em segundo lugar do corpo humano. Por isso, é neces- de sobrevida são diferentes quando
na região Sul. Na região Sudeste, sário sistematizar as suas bases diag- a doença está restrita ao órgão de
as causas externas e as neoplasias nósticas, objetivando a avaliação da origem ou quando ela se estende a
apresentavam valores equivalentes lesão inicial e a pesquisa de metásta- outros órgãos.
em 1998. ses. São necessários conhecimentos
básicos sobre o comportamento bio- Estadiar um caso de neoplasia
O câncer é uma doença com locali- lógico dos tumores e suas relações maligna significa avaliar o seu grau
zações e aspectos clínico-patológicos com o hospedeiro para que se possa de disseminação. Para tal, há regras
múltiplos e não possui sintomas ou prever a sua evolução e assegurar internacionalmente estabelecidas,
sinais patognomônicos, podendo condutas corretas de diagnóstico e as quais estão em constante aperfei-
ser detectado em vários estágios de de estadiamento. çoamento.
evolução histopatológica e clínica.
Destes fatos resulta, em grande par- A sintomatologia da neoplasia ma- O estádio de um tumor reflete não
te, a dificuldade do seu diagnóstico ligna é muito variada e se relaciona apenas a taxa de crescimento e a
e a afirmativa de que a suspeita de com o tumor primário e com as extensão da doença, mas também o
câncer pode surgir diante dos sinto- suas complicações locais e distantes. tipo de tumor e sua relação com o
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mas os mais variados possíveis. Localmente, os sintomas e sinais hospedeiro. A classificação das neo-
provocados pelo tumor são próprios plasias malignas em grupos obedece
O paciente, ao procurar um médi- do órgão ou do sistema acometido. a diferentes variáveis: localização,
co, não sabe ainda a natureza da tamanho ou volume do tumor,
sua doença e, assim, não procura Os principais problemas clínicos invasão direta e linfática, metástases

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à distância, diagnóstico histopato- de metástases à distância (M). Estes
lógico, produção de substâncias, parâmetros recebem graduações,
manifestações sistêmicas, duração geralmente de T0 a T4, de N0 a N3 e
dos sinais e sintomas, sexo e idade de M0 a M1, respectivamente.
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do paciente etc.
A indicação terapêutica do câncer
Diversos sistemas de estadiamento depende do estadiamento da doen-
poderiam ser concebidos, tendo ça. Assim é que um estadiamento
por base uma ou mais das variáveis bem conduzido leva a condutas tera- Uma dose pré-calculada de radiação
mencionadas. pêuticas corretamente aplicadas. é aplicada, em um determinado
tempo, a um volume de tecido que
O sistema de estadiamento mais O tratamento do câncer pode ser engloba o tumor, buscando erradicar
utilizado é o preconizado pela União feito por meio de cirurgia, radiote- todas as células tumorais, com o me-
Internacional Contra o Câncer rapia, quimioterapia ou transplante nor dano possível às células normais
(UICC), denominado Sistema TNM de medula óssea. Em muitos casos, circunvizinhas, à custa das quais se
de Classificação dos Tumores Malig- é necessário combinar essas moda- fará a regeneração da área irradiada.
nos. Este sistema baseia-se na exten- lidades.
são anatômica da doença, levando As radiações ionizantes são eletro-
em conta as características do tumor Radioterapia magnéticas ou corpusculares e car-
primário (T), as características dos regam energia. Ao interagirem com
linfonodos das cadeias de drenagem A radioterapia é um método capaz os tecidos, dão origem a elétrons
linfática do órgão em que o tumor se de destruir células tumorais empre- rápidos que ionizam o meio e criam
localiza (N), e a presença ou ausência gando feixe de radiações ionizantes. efeitos químicos como a hidrólise
da água e a ruptura das cadeias de Quimioterapia las anormais do câncer, impedindo
DNA. A morte celular pode ocorrer, o seu crescimento e multiplicação
então, por variados mecanismos, A quimioterapia é o método que desordenados.
desde a inativação de sistemas vitais utiliza compostos químicos, chama-

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para a célula até sua incapacidade dos quimioterápicos, no tratamen- Transplante de medula
de reprodução. to de doenças causadas por agentes óssea
biológicos. Quando aplicada ao
A resposta dos tecidos às radiações câncer, a quimioterapia é chamada É um tipo de tratamento proposto
depende de diversos fatores, tais de quimioterapia antineoplásica ou para algumas doenças malignas que
como a sensibilidade do tumor à ra- quimioterapia antiblástica. afetam as células do sangue. Ele con-
diação, sua localização e oxigenação, siste na substituição de uma medula
assim como a qualidade e a quanti- A quimioterapia pode ser indicada óssea doente, ou deficitária, por
dade da radiação e o tempo total em antes ou após uma cirurgia, ou ainda células normais de medula óssea,
que ela é administrada. isoladamente, sem que haja indica- com o objetivo de reconstituição de
ção cirúrgica. Pode, ainda, ser feita uma nova medula.
Para que o efeito biológico atinja em conjunto com outros tipos de
maior número de células neoplá- tratamento, como a radioterapia e a O conceito básico deste tratamento é
sicas e a tolerância dos tecidos imunoterapia. A indicação do tipo que a partir de um doador coletamos
normais seja respeitada, a dose de tratamento a ser feito depende as células progenitoras (stem cells)
total de radiação a ser administrada de vários fatores, como o tipo de tu- capazes de constituir a medula óssea
é habitualmente fracionada em mor, localização e estágio da doença. e infundimos no receptor (pacien-
doses diárias iguais, quando se usa te) após preparo adequado com o
a terapia externa. A quimioterapia interfere nas célu- chamado regime de condicionamen-
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to. O regime de condicionamento metabólicas provocadas pelo tumor estado nutricional desses pacientes.
é caracterizado por altas doses de e ao aumento da demanda calórica Cirurgia para ressecção de lesões
quimioterapia e/ou radioterapia que para crescimento do tumor, sendo em orofaringe, esôfago e em outros
variam dependendo da doença de freqüente a ocorrência de desnu- segmentos do trato digestivo podem
base, e tem como objetivos : trição em indivíduos com câncer acarretar redução na ingestão de
(BARRERA, 2002; YANG, 2003; alimentos e, conseqüentemente,
• Efeito imunossupressor, permitin- DEUTSCH & KOLHOUSE, 2004; comprometer ainda mais o estado
do com que as células progenito- ISENRING, et al. 2004; JURETI_ et nutricional. A quimioterapia e a ra-
ras se alojem sem serem destruídas al. 2004; OSTERLUND et al. 2004; dioterapia também contribuem para
pelo sistema imunológico do SOLIANI et al., 2004; RAVASCO et a desnutrição nesses pacientes, já
receptor; al., 2005; SHANG et al., 2006; ISEN- que podem causar náuseas, vômitos,
• Efeito tumoricida, que em doen- RING, 2007;). diarréia, mucosite, febre, perda de
ças oncológicas e onco-hematoló- peso, disfagia, alterações no paladar
gicas levam a destruição de células Dentre as alterações metabólicas e no olfato (MATINDALE, 2005).
tumorais; provocadas pelo tumor estão aquelas
• Baixa toxicidade. relacionadas com o metabolismo A desnutrição promove alterações
dos carboidratos, intolerância à morfológicas e funcionais. No
Desnutrição e câncer glicose, resistência periférica à ação pulmão, podem surgir atelectasias e
da insulina e alteração na sensibili- pneumonia decorrente da redução
A desnutrição calórica e protéica dade das células beta do pâncreas à da massa muscular diafragmática e
em indivíduos com câncer é muito liberação de insulina (EHRMANN et da redução dos níveis de concentra-
freqüente; diversos fatores estão al., 2006; FAROOKI & SCHNEIDER, ção de lecitina nos alvéolos pulmo-
envolvidos no seu desenvolvimento, 2007). Há, também, alterações no nares em pacientes desnutridos.
particularmente aqueles relacio- metabolismo dos ácidos graxos e A desnutrição também modifica a
nados ao curso da doença como proteínas provocadas pelas citocinas morfologia hepática, provocando
redução do apetite, dificuldades produzidas (JANKOWSKA & KO- edema e atrofia dos hepatócitos,
mecânicas para mastigar e engolir SACKA, 2003; INUI & KOSACKA, esteatose hepática, degeneração
alimentos, efeitos colaterais do 2003; JATOI et al., 2006; KAYACAN mitocondrial e dos microssomos e
tratamento, tais como alterações no et al., 2006). O aumento da lipólise compromete as funções hepáticas,
paladar, náuseas, vômitos, diarréias, e a diminuição da síntese de ácidos restringindo a capacidade de depu-
jejuns prolongados para exames graxos provocam aumento dos ração de medicamentos e a síntese
pré ou pós-operatório, e são agra- lipídios circulantes e consumo de re- de albumina e peptídeos. A desnu-
vadas por condição socioeconômi- servas. Isto ocorre devido à redução trição pode, ainda, afetar as funções
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ca precária e hábitos alimentares da atividade da lipase lipoprotéica gastrointestinais, podendo provocar


inadequados. Os principais fatores e a liberação de fatores tumorais síndrome de má-absorção, transloca-
determinantes da desnutrição nesses lipolíticos (VLASSARA et al.,1986). ção intestinal de microorganismos,
indivíduos é a redução na ingestão Por outro lado, o tratamento tam- hipocloridria, por diminuição das
total de alimentos, as alterações bém produz efeitos adversos sobre o enzimas intestinais, perda de gordu-

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ra e adelgaçamento da parede intesti- gados. Complicações mais severas gastrointestinal funcionante.
nal, atrofia das mucosas gástrica e foram observadas em 31% dos indi-
intestinal, diminuição das microvilo- víduos avaliados (n=20), tais como: Yamanaka et al. (1996) avaliaram
sidades e diminuição da massa celu- infecção, deiscência de anastomose, 440 indivíduos com tumor gástrico

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lar do tecido linfático associado ao insuficiência cardíaca, insuficiência primário e observaram que havia
intestino. O sistema imune também pulmonar e septicemia. A história relação entre o estado nutricional
fica prejudicado no paciente desnu- de perda de peso maior que 10% pré-operatório e a incidência de
trido devido à diminuição na produ- nos últimos seis meses apresen- complicações após a cirurgia: os
ção de imunoglobulinas, redução na tou-se como um forte preditor indivíduos desnutridos evoluíram no
atividade do sistema complemento, de ocorrência de complicações pós-operatório com maior incidên-
do número de linfócitos T e células pós-operatórias (p<0,01). O autor cia de infecções e fístulas.
CD4+, arrefecimento do poder bacte- concluiu que perda de peso inferior
ricida dos neutrófilos, propiciando a 10% nos seis meses anteriores à O profissional nutricionista tem um
o aumento da susceptibilidade às cirurgia associa-se ao risco reduzido papel determinante na evolução
infecções de feridas, sepse abdo- (13%) de complicações graves no clínica e nutricional dos indivíduos
minal e pneumonia pós-operatória período pós-operatório. História portadores de câncer nas diferentes
(MOREIRA & WAITZBERG, 2000). de perda de peso entre 10% e 15% fases da doença e do tratamento.
Conseqüentemente, a desnutrição do peso inicial associou-se ao risco
pode contribuir para a ocorrência de elevado (50%) de ocorrência de Estratégias de intervenção nesta
complicações no período pós-opera- complicações graves após a cirurgia. população, incluem diagnóstico pre-
tório, colaborando para o aumento Entretanto, quando a história de coce, avaliação nutricional seriada,
do tempo de internação, comprome- perda de peso era maior que 15%, terapia nutricional especializada
tendo a qualidade de vida e tornan- a probabilidade de complicações antes mesmo do início do tratamen-
do o tratamento mais oneroso. graves após a cirurgia aumentava to oncológico, reeducação alimentar
para 78%. a nova condição clínica, física e
A freqüência de desnutrição em emocional pós tratamento oncológi-
indivíduos com câncer é elevada, Reilly (1990) em revisão de bibliogra- co e acompanhamento ambulatorial
variando entre 35 a 50% dos casos fia desenvolvida em 1990, avaliou os durante todo o tratamento. NP
(VILLARES et al.,2003). efeitos da desnutrição em indivíduos
com tumor de cabeça e pescoço
Brookes (1985) defendeu que a his- sobre a fisiopatologia e o tratamento
Currículo
tória de perda de peso nos últimos do câncer. O autor investigou indiví-
Nivaldo Barroso de Pinho é chefe do
seis meses é um bom indicador do duos com câncer de cabeça e pesco-
Serviço de Nutrição do Hospital do Câncer
risco de complicações pós-operató- ço, com desnutrição e submetidos ao (INCA). Coordenador da pós-graduação em
rias em indivíduos com câncer de tratamento oncológico; concluindo Nutrição Oncológica do INCA, consultor da
NUTRIC-Produtos Nutricionais, especialista
cabeça e pescoço. O autor avaliou que é possível prevenir as compli- em Nutrição Oncológica e mestrando em
prospectivamente 64 indivíduos cações relacionadas ao tratamento Nutrição pela Universidade Federal do Rio de
com câncer de cabeça e pescoço quando se institui rotineiramente Janeiro (UFRJ).
em avançado estágio de desenvolvi- instrumentos que permitam o diag- Rosângela Alves Pereira é professora adjunta
mento da doença (T2-T4), elegíveis nóstico da desnutrição, por meio de do Instituto de Nutrição Josué de Castro da
para cirurgia. Nesse estudo, foi avaliações antropométricas, avaliação Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
administrada a terapia nutricional dos níveis de proteína sérica e da Nadia Dias Gruezo é supervisora de clínica
enteral no período pós-operatório resposta imune. Dessa forma, é pos- do Serviço de Nutrição do Hospital do
em todos os pacientes, consideran- sível fazer o prognóstico do risco da Câncer (INCA), mestre em Saúde da Família
pela Universidade Estácio de Sá (UNESA) e
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do o aporte equivalente a 150% do terapia oncológica. O autor assinalou especialista em Nutrição Oncológica.
gasto energético basal. Foi regis- que a terapia nutricional enteral ou
trada a ocorrência de algum tipo parenteral pode ser considerada na Viviane Dias Rodrigues é supervisora de
clínica do Serviço de Nutrição do Hospital
de complicação pós-operatória em terapêutica, sendo a escolha da rota do Câncer (INCA) e especialista em Nutrição
63% (n=40) dos indivíduos investi- determinada pela presença do trato Oncológica.

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