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Os desafios para a inclusão de pessoas com autismo no Brasil (THAIS)

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um


comprometimento no neurodesenvolvimento, caracterizado por padrões comportamentais
repetitivos e dificuldade de interação social. Na atualidade brasileira, apesar dos avanços a
respeito de processos inclusivos, os autistas encontram inúmeros impasses para o exercício de
direitos básicos. Nesse viés, percebe-se o pouco investimento em educação inclusiva e a falta
de adaptação do mercado de trabalho como propulsores da problemática em questão.

Diante desse cenário, vale ressaltar que a carência de investimentos em ensino inclusivo
fomenta a exclusão da pessoa com autismo. Tal fato é reafirmado pela professora Maria
Tereza Mantoan, a qual aponta que o sistema educacional brasileiro realiza apenas medidas
paliativas quando se trata de inclusão, de maneira a não reestruturar as escolas e as práticas
excludentes, revelando, com isso, a ineficácia de tal processo. Consequentemente, a partir da
deficiência do acompanhamento pedagógico, por mais que o autista frequente a sala de aula,
esse não é plenamente inserido nas atividades escolares e entre os outros estudantes, o que
prejudica ainda mais o desenvolvimento de suas habilidades cognitivas.

Além disso, destaca-se a má adaptação do mercado de trabalho como fator que inviabiliza o
processo inclusivo do autista. Essa circunstância é retratada na série “The Good Doctor”, na
qual o protagonista Shawn Murphy – portador do TEA – encontra obstáculos para se inserir no
seu ambiente laboral devido ao descaso e à falta de receptividade de sua equipe, deixando
explícita a exclusão provocada pelo despreparo desse setor. Dessa forma, percebe-se que o
cenário mercadológico não torna viável a atuação profissional da pessoa com autismo,
dificultando a consolidação dessa como indivíduo ativo na sociedade, o que desencadeia a
marginalização dessa classe.

Logo, o Governo Federal, em conjunto com o Ministério da Educação, deve ampliar os


investimentos em educação inclusiva, a partir do direcionamento de verbas para a contratação
e treinamento de profissionais especializados em psicopedagogia, com o intuito de fomentar a
inclusão dos autistas nas escolas. Ademais, o Congresso Nacional deve consolidar políticas
públicas que viabilizem a inserção de pessoas com autismo no mercado de trabalho, partindo
da elaboração de projetos de lei que normatizem a contratação e o acompanhamento dos
indivíduos em questão nas empresas, visando reduzir a marginalização desses no âmbito
profissional. Sendo assim, a inclusão do portador do TEA e sua qualidade de vida serão
viabilizadas.

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