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Presidente
EDITORA FIOCRUZ
Diretora
Editor Executivo
Editores Científicos
Conselho Editorial
Gilberto Hochman
ISBN: 978-85-7541-352-4
Carlota Rios
Imagem da capa
Normalização de referências
Clarissa Bravo
Catalogação na fonte
R114
2824 Kb ; ePUB
2010
EDITORA FIOCRUZ
Av. Brasil, 4036 – sala 112 – Manguinhos
editora@fiocruz.br
www.fiocruz.br/editora
E ....
7 Mauss (1985).
A crise do estado
As transformações oriundas da globalização são ilimitadas e
diversificadas: enfraquecimento do Estado (gestão e regulação),
aumento da violência sistêmica, aumento da privatização da esfera
pública, ascensão do poder de pressão dos grupos de interesse,
diversos níveis de integração econômica e social permitidos aos
diferentes estratos populacionais, entre outros. A globalização tende
a aumentar as desigualdades sociais, possibilitando, entre outros
fatos, desemprego; ausência de regras de organização, leis,
normas; obsolescência tecnológica. Os conf litos estruturais
decorrentes da relação capital versus trabalho – referências
anteriores da vida social e política – não têm a mesma importância,
e os conflitos sociais são causados por uma grande quantidade de
fatos pouco visíveis, que elevam bastante os “níveis gerais de
insegurança” (Schmidt, 1999: 114).
A modernidade
O século XX foi o século da guerra, com um número de conflitos
militares sérios envolvendo perdas substanciais de vidas, muito
maior do que nos dois séculos anteriores, mesmo quando se leva
em consideração o crescimento geral da população (Giddens,
1991). A medicina está inscrita na história das civilizações, e o que
muda na modernidade pode ser resumido em algumas
características, segundo Anthony Giddens (1991: 15-16 – grifos do
autor): o ritmo da mudança, que é extremo atualmente; o escopo da
mudança, as interconexões entre os acontecimentos no mundo, que
difundem transformações sociais; e a natureza intrínseca das
instituições modernas, conforme fora visto na discussão anterior.
Para ele, discuti-la implica considerar ‘segurança versus perigo e
confiança versus risco’.
15 VerRutherford (1994).
Na prática, entre esse período, que vai do meio do século XVII até o
ato de emenda da Lei dos Pobres, em 1834, a administração inglesa
permanece com seu caráter local. Ao longo do século XVIII
administrou-se a saúde pública nas freguesias, e somente no
“século XIX, com a nova civilização industrial e urbana, a saúde da
comunidade maior passou a ser de interesse nacional” (Rosen,
1994: 96).
O Estado neoliberal
O fim da Segunda Guerra (Chang, 2002) testemunhou a rejeição em
todo o mundo da doutrina do laissez-faire que falhou no período
entreguerras. Durante aproximadamente vinte e cinco anos, no
período conhecido como a Idade de Ouro do capitalismo, muitas
teorias econômicas intervencionistas, tais como economia do bem-
estar, keynesianismo e a ‘economia do desenvolvimento’,
prepararam a agenda para o debate sobre o papel do Estado
(Chang & Rowthorn, 1955; Deane, 1989; Chang, 2002).
Acredita-se, esta foi a primeira vez que uma decisão de corte usou a
Declaração de Doha (capital de Qatar) para proteger a saúde
pública e os direitos dos pacientes. Ao final do julgamento foi
decidido que as: “partes prejudicadas (...) não estão limitadas a
manufatores ou vendedores de remédios protegidos por patentes.
Aqueles em necessidade dos remédios são também partes
interessadas nas concessões das patentes” (Ford et al., 2004: 561).
A Fundação de Acesso a Aids também foi considerada uma parte
interessada, afirmando o importante papel dos grupos da sociedade
civil.
48 Tesh (1988).
49 Riger (1993).
Nos textos sobre os dois países, as variáveis escolhidas para a comparação são analisadas
com base em consultas às fontes empíricas pesquisadas. Essas variáveis foram verificadas
em cada país, em relação à proposta de promoção da saúde, dessa forma permitindo a
comparação entre elas, haja vista as grandes diferenças entre os dois países. Desse modo,
são definidos os focos de atenção com respeito às variáveis escolhidas e delimitam-se os
acordos nos termos das conferências.
A Quinta Conferência Global sobre Promoção da Saúde (OMS, 2000), de 5-9 de junho de
2000, na Cidade do México, México, é denominada ‘Das Idéias às Ações’. A importância
fundamental dessa conferência, que ratificou todos os compromissos anteriores, foi a
presença de ministros de Estado da Saúde dos países que assinaram documento intitulado
“Declaração do México”, assumindo que a promoção da saúde deve ser “um componente
fundamental das políticas e programas públicos em todos os países na busca de equidade e
melhor saúde para todos”, ademais de se comprometerem a informar ao diretor-geral da
OMS, para fins de relatório a ser apresentado à 107ª Sessão da Diretoria Executiva, o
progresso registrado na execução das ações correspondentes aos compromissos. O Brasil
participou dessa conferência.
O trabalho da OMS em promoção da saúde (Kickbusch, 1994) propôs, até 2004, melhorar
quatro áreas-chave: estado de saúde; atenção à saúde; estilos de vida e meio ambiente.
Para isso foram elaborados 38 alvos com vistas à ‘Saúde para Todos’. A pergunta
subjacente é: ‘como se pode estar próximo a uma política de saúde que lida com saúde
tanto quanto com a provisão do cuidado da doença e a tecnologia?’
Esta permanece uma questão não resolvida em todo o mundo, e cada vez mais demanda
atenção porque a maioria dos governos não quer gastar mais do que 8 a 10% de seu
Produto Interno Bruto (PIB) com os cuidados de saúde. A Resolução WHA 51.12 da OMS,
de 1998, reitera o compromisso mundial assumido durante a Conferência de Jacarta, na
Indonésia, via Declaração de Jacarta para todos os estados-membros da organização.
Por seu turno, a Opas aprovou, em 1994, o “Plano de Ação Regional para a Promoção da
Saúde nas Américas”, para o quadriênio 1995-1998 (Bogus & Sacardo, 2004). A partir dessa
resolução do Conselho Diretivo (CD37. R14, 1993), estratégias identificadas com a
promoção e a proteção da saúde das populações passaram a ser valorizadas como capazes
de mudar a prática da saúde pública e de melhorar os múltiplos determinantes das
condições de saúde.
A Opas atua apoiando os estados-membros da região das Américas, por meio da Divisão de
Promoção e Proteção da Saúde (HPP), prestando cooperação técnica e estimulando a
colaboração entre eles para fortalecer o planejamento de atividades de promoção da saúde,
estabelecer políticas públicas e criar ambientes saudáveis. Propõe também o aumento da
‘alfabetização em saúde’, que é “um conjunto de capacidades específicas de um contexto
determinado, para obter acesso, compreender e usar a informação e outros recursos para o
desenvolvimento pessoal e coletivo em matéria de saúde” (Kickbusch apud OPS/OMS,
2001).