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Rosita Macufa Fole

Narrativas tradicionais orais

Licenciatura em Ensino de Português, com Habilitações em Línguas Bantu

Universidade Púnguè

Chimoio

2021
Rosita Macufa Fole

Narrativas tradicionais orais

Licenciatura em Ensino de Português, com Habilitações em Línguas Bantus

Trabalho da cadeira de Literatura de


Línguas Bantu, a ser entregue no
Departamento de Ciências Sociais
de Comunicação no Curso de
Licenciatura em Ensino de língua
Portuguesa 4º ano. Sob orientação
do docente dr: Juma Manuel.

Universidade Púnguè

Chimoio
2021

Índice
1. Introdução.........................................................................................................................1

Iª Parte......................................................................................................................................3

2. Contos da narrativa tradicional oral..................................................................................3

IIº Parte.....................................................................................................................................4

2.1. Análise cruzada dos cinco contos da narrativa tradicional oral....................................4

2.2. CONTOS E SUAS RESPECTIVAS TRADUÇÕES....................................................5

Anexos....................................................................................................................................11

3. Conclusão........................................................................................................................12

4. Referência bibliográfica..................................................................................................14
1. Introdução

Neste presente trabalho vai destacar-se as narrativas tradicionais orais, transmitidas oralmente
nas diferentes sociedades comummente chamadas de narrativas da tradição oral.

Sendo assim diz-se não há povo sem narrativas orais em sua história. De acordo com as
pesquisas conversou-se com uma avo que contou as narrativas tradicionais que são histórias
tradicionais que são narrativas passadas de geração em geração, elas não tem autor conhecido.
Cada história é aumentada e modificada á medida que vai sendo repetida a partir do momento
que contamos contos ou uma história, relatamos um fato e transmitimos uma informação de
forma verbal, dessa forma estamos fazendo uma narrativa oral.

Esta pesquisa foi numa comunidade onde conversou-se com uma vovó que nos contou oralmente
uns contos tradicionais que tem alguns valores numa sociedade e também são educacionais.
Esses contos tem haver com a nossa cultura e a nossa tradição africana numa determinada região
ou pais.

Principalmente a avo nos contou sobre um senhor que gostava tanto do seu cão, onde um dia
resolveu fazer uma viajem com o seu cão junto o seu empregado, visto que o senhor gostava
muito do seu cão, preferiu levar o seu cão por na cabine junto a ele e o seu empregado para a
carsoria ou na caixa, chegando num determinado lugar em que o senhor embateu-se com tractor
e morreu, sendo assim os únicos sobreviventes o seu cão e o empregado, visto que o empregado
estava na parte de trás do carro ou seja carsoria ou caixa, não viu nada mas o cão estava na
cabine presenciou o incidente mas não falava. Neste sentido temos aqui valores sociais, isto é
quando estamos numa sociedade tem que valorizar os outros porque amanha não se sabe quem
vai te ajudar.

Também contou-nos sobre um rapaz que gostava tanto de estudar e os outros rapazes de criar
animais neste sentido aqui estamos perante os valores educacionais pedagógico, porque este
menino quer estudar e também esta incentivar os que vão ler este texto, vão ver que afinal temos
que ter livro porque é a nossa fortuna para a vida. Sendo assim a avó contou muitas histórias
mais seleccionando acabamos por levar 5 contos para o nosso trabalho de pesquisa que tem
haver com os valores culturais, valores morais, valores tradicionais, valores sociais e valores
educacionais pedagógicos.

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Neste trabalho destacou-se muito mais sobre as narrativas tradicionais onde falou-se que são
contos populares que são textos que circulam oralmente no seio das camadas não hegemanicas
da população e que constituem em verdadeiro património cultural transmitidos de geração em
geração. E também vimos que as narrativas funcionam igualmente como um dos princípios
veículos de transmissão do conhecimento, mantendo a ligação entre geração de uma
comunidade. De acordo com as minhas pesquisas, onde consegui levantar 5 contos, fez-se uma
análise cruzada durante o trabalho, esta analise cruzada era dos 5 contos, olhando por cada texto
que valor traz um ao outro se vai de acordo com o mesmo assunto dos mesmos valores.

Nesta análise encontramos valores culturais que vai de acordo com a nossa tradição e a nossa
educação, e por fim concluímos que não há povo sem cultura, sem tradição, o que existe é a
diferença de cada cultura e tradição numa determinada região, comunidade ou país.

Nos tempos antigos, além do fato de a escrita não existir ou ser dominada por uma parcela muito
restrita da população também não havia é claro, os recursos para reprodução de imagens que
temos hoje. Assim, os cenários descritos teriam que ser explicados minuciosa e vivamente para
que pudessem ser compreendidos. Essa explicação traria implícita a interpretação do narrador
sobre esses lugares, o que modificaria, necessariamente, a narrativa original. O mesmo acontecia
com as características do herói e demais personagens da narrativa contada: para aproximá-los do
ouvinte, era necessário aproximar sua descrição das conhecidas em sua terra, para tornar
compreensível o exótico, o diferente, o estranho. Nessas explicações, a força dos sentimentos e
impressões do narrador imprimiam marcas de autoria à narrativa, um jeito pessoal e próprio de
contar envolvendo seu público. Esse enredamento do público ouvinte é que garantia, em tempos
de documentos escritos e imagéticos escassos, a legitimidade da fala do contador e as vozes que
nela ecoavam, diluindo a fronteira entre o imaginado e o real narrado. Desse modo de narrar é
que o narrador tirava o “valor de verdade” de suas histórias. Quanto mais “viva” fosse sua
linguagem, mais força de verdade ela teria. Ao mesmo tempo, podia partilhar tranquilamente o
mistério, o obscuro, o fantasioso com seus ouvintes como se tivessem o mesmo valor de verdade,
uma vez que as fronteiras definidas entre real e imaginário que conhecemos hoje eram mais
ténues.

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Iª Parte
2. Contos da narrativa tradicional oral

Contos ciwute são narrativas passadas de geração em geração, elas não tem autor conhecido.
Cada história é aumentada e modifica a medida que vai sendo repetida, neste caso esses contos
que encosta neste trabalho tem uma maneira meio diferente de cada uma delas. Isto significa que
nem a pessoa que estava a contar a história não participou mas sim ouviu dos seus antepassados
a contarem essas histórias é por este motivo diz-se acontece a transmissão através de geração em
geração.

A palavra conto deriva do termo latino “computus”, que significa “Contos” o conceito faz
referência a uma narrativa breve e fictícia. A sua espeficidade não pode ser fixada com
exactidão, pelo que a diferencia de um conto extenso e uma novela é difícil de determinar.

Um conto apresenta um grupo reduzido de personagens e um argumento não demasiado


complexo, uma vez que entre as suas características aparece a economia de recursos narrativas.

É possível distinguir entre dois grandes tipos de contos: o Conto popular e o conto literário.

O conto popular tende estar associado as narrativas tradicionais que são transmitidas de geração
em geração, oralmente (“de boca em boca”). Podem existir varias versões de um mesmo relato.
Tendo um conto que há contos que conservam uma estrutura semelhante embora com diferentes
detalhes.

O conto literário por sua vez, esta associado ao conto moderno trata-se de relatos concebidas por
escrito e transmitidas da mesma forma.

Apesar de a maioria dos contos literários é diferente, já que o seu criador costuma ser conhecido.

Todo conto precisa possuir um narrador, ele é o responsável por apresentar os fatos. Esse tipo de
género textual teve origem na tradição que se tinha de contar histórias verbalmente, onde os país
escutavam-nas dos seus país e as transmitir aos seus filhos.

Entre os contos escritos na língua bantu, destaca-se a gravura de (Ngunga Faquin), que faz parte
das histórias sobre Moçambique. E também destaca-se na língua de Camões a gravura de ( Irene

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Lisboa), que faz parte da história sobre os sonhos in<< uma mão cheia de nada de causa
nenhuma>> porto, livraria, figueirinhas, S/d.

Os contos eram usados para relatar histórias fantasiosas ou folclóricas, por exemplo. Por muito
tempo foi assim, devido a isso o conceito ficou relacionado a esses temas por um certo período.
Mas quando novas técnicas e estilos de escrita foram adoptadas, o termo se tornou mais
abrangente.

Uma das características do conto é que ele possui em enredo único geralmente focando apenas
em situação. E um também é simples de ser interpretado, ao contrário de outros géneros textuais.

Nele também as histórias costumam se desenrolar em um espaço de tempo mais curto.

Contos reais era um termo usado para se referir as unidades monetárias em países como Portugal
e o Brasil em um determinado período. Essa moeda foi usada no brasil até o ano de 1942. Tanto
é que até os dias actuais alguns brasileiros costumam a usar o termo “contos” para se referir ao
dinheiro por exemplo: fulano me deve duzentos de reais, ou mesmo “fulano deve-me duzentos
contos” referindo-se ao real. Por outro lado o dicionário da língua portuguesa da porto editora
menciona que a palavra conto também se pode referir ao relato indiscreto de um sucesso, a
narração de um sucesso falso ou a um engano. Por outras palavras, uma mentira, ou ainda um
boato. Por exemplo: o Pedro veio com o conto (história) que não consegue arranjar um emprego.

A frase “conto da carrocinha” é usada no brasil para quando uma pessoa esta contando uma
mentira.

O termo “conto” também refere-se a extremidade inferior de uma lança ou também a ponteiro de
um bastão. No entanto o uso para esses casos é pouco difundido.

IIº Parte
2.1. Análise cruzada dos cinco contos da narrativa tradicional oral

As narrativas da tradição oral são os resultados dos valores culturais de uma comunidade com
algumas características de personalidade regionais, muitas vezes perdidas nas amálgamas da
modernidade. Esses valores culturais quando analisa mais um dos textos que contou a avó de um
senhor que tinha duas esposas e a outra morreu por causa de não querer obedecer o marido, em

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vez de fazer aquilo que ela foi educada pelo seus país de que o que pedir o marido é para lhe
atender. Além disso acabou por morrer no rio por ser egoísta e teimosa isso é na sociedade
africana, em particular, os moçambicanos, onde a tradição oral é o veículo fundamental de todos
os valores, quer educacionais, quer sociais, quer político- religiosos, quer económico, quer
culturais, percebe-se facilmente que as narrativas são a mais importantes na transmissão desses
valores. Quer isto dizer que os contos orais encontram vinculadas as regaras e as interdimensões
que determinam o bom funcionamento da comunidade e previnem as transgressões. No caso
dessa história que tem haver com a temática ideológica de um homem que gostava tanto do seu
cão e viajou com o empregado e pôs o empregado na caixa e o cão na cabina juntamente com ele
aqui estamos perante, valores sociais: isto é quando estamos numa sociedade devemos dar valor
aos outros porque o amanha ninguém sabe. Entende-se vida aqui como todos o sistema de
elementos que concorrem para a sobrevivência da comunidade. Os sistema de parentesco,
alternância dos dias e noites.

A continuidade de cadeia de valores pode ser, por exemplo determinada na preocupação de


enunciar formulas codificadas no principio e no fim da narração bem como na introdução dos
contos que avó contou de um menino que gostava tanto de estudar e os outros rapazes de criar
animais, a canções em certos momentos da intriga tem haver com a própria narrativa que esta
sendo actualizada num determinado momento. Considerando a situação da oralidade, a narrativa
é um dos meios pedagógicos, mais poderosas. Por ser narrativa, a memorização se tornar mais
fácil por causa da curiosidade e do prazer. Assim a aprendizagem e compreensão são rápidas e o
ensinar torna-se fácil.

Nesta análise conclui: que os homens e mulheres pretendem apenas conhecer e cumprir bem as
tarefas quotidianas, aprendendo, corrigindo-se uns aos outros, na relação do menos experiente ao
mais experiente. Normalmente o espaço da aprendizagem vai de dentro da própria sociedade ou
família ou contacto público através de participação nos actos do dia-dia e de geração em geração.

2.2. CONTOS E SUAS RESPECTIVAS TRADUÇÕES

Vzakavizwa n’ge mukomana umweni wayida vzikuro vzekufunda

Amweni akomana anga asikadi vzekufunda ayida, vzekupfuya vzinyama m’budzi no m’ombe.

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Zuwa rimwene, mukomana wayida vzekufunda wakaronga kuyemba kacingomba kake, kekuti:
amweni anopfuya m’budzi no m’ombe asi inini andivzidi, ndirikuda mabhuku, akanaka,
ekuswipa ne ekucena. Ndivzo! Mabhuku, basi, mabhuko ndiyo upenyu wangu, uko-uko, uko-
uko. Ndiyo upenyu wangu wose, tirikuda mabhuku ano bhuya n’ge vze tsika dzedu, ne mabhuku
eci zungo, ngokuti ano tibatsira maning, ingana, cinbo ciri pabvute romukobo, pa m’buto ino
cerwra m’vura yo upenyu.

Uko-uko, uko-uko m’vura yo upenyu wese.

Tradução

Era uma vez um rapaz que gostava tanto de estudar e os outros não gostavam de estudar mas
gostavam de criar cabritos e bois

Um dia o rapaz que gostava de estudar resolveu cantar uma canção dizendo: uns criam cabritos
ou Boi, eu não gosto, quero livros, livros bonitos, pretos brancos. Ahi! Livros somente, os livros
são a minha fortuna.

La-la, la-la, são minha fortuna-biz. Queremos os livros da nossa tradição, mas os de português
também nos ajudam muito são como um poço à sombra de bananeira, e no lugar onde busca a
água da vida. La-la, la-la, a água da vida biz.

Conto

Khanga kune mwanarume umwene wa ida, vzikuro imbwua yake.

Tsiku imwene wakarangaridza kuyita rwendo, asi n’ge kuti wa ida vzikuru imbwa yake,
wakakanda kana kuti kupakidza mukati, musenzi wake wakamupakidza kana kuti ku mukanda
mungoro mwe mwotocari. Pakufamba kwakaita mwotocari yake wakapinda mutsaona pakubina
kwakaita no tsiganda, patsaona apa muna( muridzi) womwotocare wakafirepo musenzi azi kufa.
Panguwa yaka guma maporisia e transito akavunzisa musenzi mafambire akaita tsoana.

Musenzi akadaira aciti, inini apana candinozia vunzisai imbwa nge kuti ndiyo yanga iri mukati
inini ndanga ndakapakira mungoro andizi kuwona mafambire azvaita.

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Tradução

Havia um certo homem que gostava muito do seu cão.

Um dia pensou em fazer viagem, mas como gostava tanto do seu cão, levou-o consigo pôs dentro
da cabina do seu carro e mandou o seu empregado subir para caixa de carga do carro. Ao longo
da viagem tiveram um acidente, o seu carro chocou contra o tractor.

No acidente, o dono (condutor) do carro morreu ali mesmo no local do acidente, mas o seu
empregado não morreu. Quando a polícia de trânsito chegou, perguntou ao empregado como
havia acontecido o acidente.

O empregado respondeu: eu não sei de nada, perguntem ao cão porque ele esta juntamente com o
patrão na cabina. Eu estive na caixa e não vi como isto aconteceu.

Conto

Zvakayitika kumutanha umwene, wakamera muti pakati pemurambo wo kuti masakani wawo
anga ari mare. Ruzhingi rakabva ku matii mana enyika reyiyedza kukawa masakani emuti uyu
asi zvakashaya basa. Utongi we mutanhemo wakamanikidza agari esse kuti ayende koyedzawo
asi zvaindo shaya basa.

Pamutanhepo payirarama nherera mbiri, yaya ne munukuna, wake wayizi jate mucitumba
cakasirwha ngo atswari awo. Utongi wakakwarakwatisa aka wona kuti kwanga kuno mwana
wayirwhara mhezi, wakanga akachoropoteka, no mapundo ayinuwha anga asati ayedzawo
kukayia masakani emuti wiya. Yaya a jati ngo kushora no cizondo aka bvunza atongi eciti:
kutora jati koyedza kukaya masakani emuti wuya kupedza henyu nguwa, ngokuti inini
ndakamboyendawo ndaka konerwa. Asi atongi aka mutora oyenda naye aguma pamurambo
akamukanda mubande, eyiguma padhuze ne muti masakani akatanga kumbwera iri mare.

Cinguwa cidoodori mbumba yese yakamuvumatira yeyi tswoda ngo mupfro, kunuwha kake
apana wayikuzvazve, jati, wanga a mambo.

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Tradução

era uma vez, num determinado lugar( zona), germinou uma árvore no meio do rio e as suas
folhas eram dinheiro. A maiorias das pessoas que saiam nos diferentes lugares, tentavam tirar as
suas folhas mas não conseguiam.

O governo daquela zona obrigaram os moradores para ir também tentar as folhas mas ninguém
conseguiu, naquela zona moravam duas órfãs, a irmã mais velha e a mais nova que era Jati,
viviam numa palhota que foram deixados pelos pais. O governo procurou saber mas viram que
havia uma criança que tinha doença de sarna e estava muito doente, tinha borbulhas no seu corpo
todo e cheirava mal. Era antes de tirar as folhas daquela árvore. A irmã mais velha por desprezo
e ódio, disse aos régulos que levar Jati para ir tirar folhas daquela árvore. Estão a perder vosso
tempo. Porque eu também fui lá mais não consegui, mas os régulos levaram-na e foram com ela.
Chegaram no mar lhe puseram na canoa, chegando perto, as folhas começaram a cair que era
dinheiro.

Em pouco tempo toda população cercaram e ficaram felizes e aquele cheiro dela ninguém sentia
mais, Jati já era Rainha.

Conto

Zvakayiza, ndi dhedhe rakarongedza bikidina pamuzi paro rakakoka zvinyama zvese
zvomugwasha.

Yakwana nguwa kuti arwe dhedhe rakati parikushota ndimu kuti asvinire musaradha, akatumwa
ndimhondoro, akati ndiri mambo womuno, tuma nzoo, pamwepo nzoo wakati ndakakurisa
zvikuru mugwasha muno tuma tsuro.

Tsuro acizi kuramba cakabuda cofunga musuwo kumasure konguwa tsere aciyetsera dhedhe
rakati cirikunonoka, cakaguma ngaticiponde.

Tsuro cakafungura musuwo cakapinda cakati murikundireya andicayendi. Ese akakomoka.

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Tradução

Era uma vez um macaco organizou um grande almoço em casa dele e convidou todos os animais
da selva.

Chegado o tempo de almoço, o macaco disse esta a faltar limão para por na salada, mandou Leão
e o Leão disse sou o rei daqui na selva, mandou elefante e o elefante disse eu sou muito grande
aqui na selva manda coelho.

O coelho não negou pegou a porta e fechou, ao passar 8 horas o macaco disse para outros
animais, o coelho esta a atrasar, assim que ele chegar vamos bater-o.

O coelho abriu a porta entrou e disse-lhes estão a mi falar mal não vou mais. Todos desmaiaram.

Conto

Zvakayizva n’go musharuka umwene anga ane akadzi ake ayiri. Mazvarira anga ari mayi kuru
sika anga ari mayi doko, zuawa rimwene wakayenda kumunda koningira murayu dzake. Aguma
kumunda kuya, wakagumira, pamurawu pake pabatwa wanga, asi wanga iya yanga yoda kuwora,
pakaguma kumba akapasa sika kuti abike wanga iya asi sika wakaramba, akati andibiki wanga
yakawora. Musharuka uya akayenda ake ko passa mazvarira, mazvarira azi kuramba akatora
wanga iya.

Kakubika zvakanakanaka, woykanga zvakanaka. Sika ngo moyo wobibvu no kusirira wanga iya,
wakati kuna mayi kuru, ngatiyende kuwuni.

Sika aguma pakati pegwanza aka nyepa kuti ndakanganwua wata ndimirire pano. Pakaguma
kumba wakapinda mumba ma, mazvarira kakurwa wanga iya ese, kupedzepo kakutezukira
mucikarimo, kakwenda ku huni kuya.

Pakapetuka ku huni, yakwana nguwa yokurwa mazvarira wakawona matuvzi mucikare muya.
Akabvunzisa sika akati andinipi, mushaka uya aka tora ese akayenda ku n’aga. Aguma pan’anga.
N’anga iya yakati, pano panobirwa, nobote, uya asikazi kuba wanga anobira, akarwa wanga
anogwa mu murambo worwiya no ngwena.

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Wakatanga musharuka uya wobira, wowoya mazvarira wobira, wakapedzisira ndi sika, waguma
pakati bote ria rakaguka no pakati.

Sika wakambwera um murambo worwiwa no ngwena.

Tradução

Era uma vez um senhor que tinha duas esposas que era Sica e Mavzarira. Mavzarira era mulher
mais velha e Sica era a mulher mais nova.

Um dia o Marido resolveu a machamba ir reparar suas armadilhas, chegado ao local encontrou
uma galinha do mato, foi pegue mas estava prestes a apodrecer, levou aquela galinha para casa e
quando chegou, em casa deu a mulher mais nova para cozinhar, mas ela negou, dizendo que ela
não poderia cozinhar animal podre.

Aquele senhor levou a galinha foi dar a mulher mais velha e ela recebeu… cozinhou bem e
torou-a bem, com todo gosto.

Aquela mulher mais nova quando viu que aquela carne já estava bem preparada, bem apetitosa,
falou para a mais velha para ir procurar lenha, e no meio da estrada mentiu que esqueceu cordas
para amarar com ele lenha. Quando chegou em casa entrou dentro da mais velha e comeu todo
caril e cagou naquela panela e voltou onde estava a outra.

Chegou o tempo de almoço Mazvarira viu fezes na panela dela e perguntou-a, mas ela não
aceitou e negou alegando que não era ela que fez aquilo.

O marido levou-as para um curandeiro, quando chegaram foram explicados que havia uma corda
para atravessar com ele num rio. Mas aquela que não comeu vai passar bem e aquela que comeu
vai cair no rio.

O marido passou bem, a mulher mais velha também passou, mas Sica arrebentou com aquela
corda no meio do rio e foi comida ou devorada com crocodilo.

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Anexos

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3. Conclusão

Depois de muita pesquisa de campo pude concluir que os homens e mulheres pretendem apenas
conhecer e cumprir bem as tarefas quotidianas, aprendendo, corrigindo-se uns aos outros, na
relação do menos experiente ao mais experiente. Normalmente o espaço da aprendizagem vai de
dentro da própria sociedade ou família ou contacto público através de participação nos actos do
dia-dia e de geração em geração.

Neste caso Esta pesquisa foi numa comunidade onde conversou-se com uma vovó que nos
contou oralmente uns contos tradicionais que tem alguns valores numa sociedade e também são
educacionais. Esses contos tem haver com a nossa cultura e a nossa tradição africana numa
determinada região ou pais.

Principalmente a avo nos contou sobre um senhor que gostava tanto do seu cão, onde um dia
resolveu fazer uma viajem com o seu cão junto o seu empregado, visto que o senhor gostava
muito do seu cão, preferiu levar o seu cão por na cabine junto a ele e o seu empregado para a
carsoria ou na caixa, chegando num determinado lugar em que o senhor embateu-se com tractor
e morreu, sendo assim os únicos sobreviventes o seu cão e o empregado, visto que o empregado
estava na parte de trás do carro ou seja carsoria ou caixa, não viu nada mas o cão estava na
cabine presenciou o incidente mas não falava. Neste sentido temos aqui valores sociais, isto é
quando estamos numa sociedade tem que valorizar os outros porque amanha não se sabe quem te
vai te ajudar.

Também contou-nos sobre um rapaz que gostava tanto de estudar e os outros rapazes de criar
animais neste sentido aqui estamos perante valores educacionais pedagógico, porque este menino
quer estudar e também esta incentivar os vão ler este texto, vão ver que afinal temos que ter livro
porque é a nossa fortuna para a vida. Sendo assim a avó contou muitas histórias mais
seleccionando acabamos por levar 5 contos para o nosso trabalho de pesquisa que tem haver com
os valores culturais, valores morais, valores tradicionais, valores sociais e valores educacionais
pedagógicos.

m nossos estudos e reflexões sobre géneros textuais, partimos do pressuposto que eles são as
diferentes formas que as interacções humanas assumem quotidianamente, ao longo do tempo.
Consideramos, também, que eles são produzidos nas inúmeras esferas de actuação humana e são

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marcados pelo discurso dessas áreas onde nascem. Os géneros jurídicos, por exemplo, são
diversos, mas todos são marcados pelo discurso do ambiente jurídico.

Pessoas em todos os tempos e lugares têm contado histórias. Na tradição oral, a narrativa inclui o
narrador e a audiência. O narrador cria a experiência, enquanto a audiência depreende a
mensagem e cria imagens mentais pessoais a partir das palavras ouvidas e dos gestos vistos.
Nesta experiência, a audiência se torna co-criadora da arte. Narradores por vezes dialogam com a
audiência, ajustando suas palavras em resposta aos ouvintes e ao momento. "Os contos são
moldados de muitos modos. Para mim, que ouvi na infância muitos dos mesmos contos das
formas orais mais simples e mais toscas imagináveis, tendo os ouvido primeiro na tradição oral
em lugar de lê-los, sei que o bom contador acrescenta suas próprias intuições.

Literatura oral é a antiga arte de exprimir eventos reais ou fictícios


em palavras, imagens e sons. Histórias têm sido compartilhadas em todas as culturas e
localidades como um meio de entretenimento, educação, preservação da cultura e para incutir
conhecimento e valores morais. No livro intitulado Contos dos Irmãos Grimm, Estés (2005, p.
14) afirma que “Desde tempos imemoriais, alguns contos têm sido usados para fazer proselitismo
de certas maneiras de ser, agir e pensar.” A literatura oral é frequentemente considerada como
sendo um aspecto crucial da humanidade. Os seres humanos têm uma habilidade natural para
usar comunicação verbal para ensinar, explicar e entreter, o que explica o porquê da literatura
oral ser tão preponderante na vida quotidiana. A literatura oral tradicional difere da literatura oral
multimédia no sentido de que ela é experimentada e se forma dentro da mente da audiência.
Dado que a literatura oral tradicional depende da experiência pessoal e da imaginação do
recipiente, ela tende a ter um impacto mais forte.

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4. Referência bibliográfica
 Ngunga, A. 1999a. Restrições na Combinação e Ordem de Extensões Verbais.
Folha Linguística n o 3:8-18.
 Ngunga, A. 1999b. Phonetic and Phonological Vowel Length in Ciyao.
 Ngunga, A. 2000. Lexical Phonology and Morphology of the Ciyao Verb. California,
EUA. CSLI. Publications. Center for the Study of Language and Information. Leland
Stanford University.
 Ngunga, A. 2001. The Verb reduplication in Ciyao. AAP 66:147-67.
 Ngunga, A. 2002. Elementos de Gramática da Língua Yao. Maputo. Imprensa
Universitária. Universidade Eduardo Mondlane.
 Ngunga, A. 2004. Introdução à Linguística Bantu. Maputo. Imprensa
Universitária. Universidade Eduardo Mondlane.
 Ngunga, A. e Faquir, O. 2011. Padronização da Ortografia de Línguas Moçambicanas:
Relatório do III Seminário. Colecçao “AS NOSSAS LINGUAS”IV. Maputo.
 Firmino, Gregório.2000.Situação Linguística de Moçambique. Maputo: INE.
 Guthrie, Malcolm. 1971. Comparative Bantu: an introduction to the comparative
linguistics and prehistory of the Bantu languages, 4 vols. Letchworth UK & Brookfield
VT: Gregg International.
 NELIMO, 1989. Relatório do I Seminário sobre a Padronização da Ortografia de
Línguas Moçambicanas. Maputo: Centro de Investigação das Línguas Moçambicanas
(NELIMO)/Universidade Eduardo Mondlane (UEM).
 Ngunga, Armindo; Langa, David. (Ms). 2000. «Situação Linguística da Província de
Tete». Maputo: Núcleo de Estudo de Línguas Moçambicanas (NELIMO)/Faculdade de
Letras e Ciências Sociais (FLCS)/ Universidade Eduardo Mondlane (UEM).
 Ngunga, Armindo; Faquir, Osvaldo. (eds.). 2011. Padronização da Ortografia de Línguas
Moçambicanas: Relatório do III Seminário. Maputo: Centro de Estudos Africanos
(CEA)/Universidade Eduardo Mondlane (UEM).

 ESTÉS, Clarissa Pinkola. A terapia dos contos. In.: ESTÉS, Clarissa Pinkola (Ed.).
Contos dos irmãos Grimm. Rio de Janeiro: Rocco, 2005. p. 11-29.

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