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Anacleto Dionizio Brandão – Advogado. Escritório à Rua Abel, 54, Centro, Mesquita – RJ, CEP: 26.

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AO JUÍZO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE MESQUITA – RJ

Processo nº: 0009114-03.2020.8.19.0213

Prioridade: Pessoa Idosa

ELZA RODRIGUES TEIXEIRA, previamente qualificada


nos autos referidos em epígrafe, por seu procurador infra-assinado, vem perante V.
Exa. apresentar sua manifestação, em atenção ao despacho que manda sejam
especificadas as provas.
Inicialmente, a parte autora informa que não tem mais provas a
produzir, ao tempo em que não tem interesse na audiência de conciliação, na
medida em que poderão as partes avençar a qualquer momento.
Em face do disposto no § 3º, do artigo 14, do Código do Consumidor,
somente se demonstrar que o defeito não existiu ou que se deu por culpa exclusiva
da vítima ou de terceiro, poderá o fornecedor do serviço eximir-se da
responsabilidade de indenizar os danos ocasionados, por ser a sua
responsabilidade objetiva. No caso presente, nenhuma prova foi trazida pela ré.
Ademais, o caso em exame evidencia típico exemplo em que há necessidade
de inversão do ônus da prova, na medida em que a ré sustenta a existência de
irregularidade no medidor, devendo prová-la, o que não ocorreu.
Em sua contestação a parte ré sustenta que
Assim, temos que a parte autora se beneficiou das
irregularidades existentes, ainda que não tenha
conhecimento de tal fato, pois utilizou-se do serviço
prestado pela empresa Ré sem efetuar o pagamento do
valor correspondente ao consumo efetivamente utilizado.
Em razão das irregularidades constatadas no imóvel objeto
da presente demanda, em absoluta consonância com a
Resolução nº 414/2010 da ANEEL, os técnicos da Ré
lavraram o Termo de Ocorrência e Inspeção, contendo uma
descrição técnica das irregularidades constatadas no
medidor de energia elétrica, além da relação de
equipamentos existentes na residência. Grifo nosso.

De tal sorte, ainda que não existisse ou fosse desconsiderada a regra


processual que inverte o ônus da prova em tais circunstâncias, certo é que a
demandada atraiu para si o ônus de provar que efetivamente havia irregularidades
no medidor de consumo energia elétrica, inclusive porque no caso em tela houve
suspensão do fornecimento do serviço essencial, repise-se.
Assim, baseada nos aspectos fáticos e jurídicos anteriormente citados, a
parte autora pugna pela procedência de seus pedidos e reitera o pedido de
inversão do ônus, inclusive porque, salvo melhor juízo, deve a ré comprovar a
irregularidade que alega ter encontrado. Informa, por fim, que não tem mais provas
a produzir e requer o julgamento da lide.

Termos em que
P. Deferimento.

Rio de janeiro, 28 de abril de 2020.

Anacleto Dionizio Brandão


OAB/RJ 147.285.

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