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Nome

2 Ana Rita Simões


Operations Director Allianz Partners

6 Carlos Gonçalves
CEO Avila Space

10 Cláudia Serra
Diretora do Serviço
de Atendimento ao Cliente CTT

14 Eduardo Matos
Director Customer Service TAP

18 Fernando Matos
Partner & Co-Founder Closer

22 Jorge Pires
Assessor da Direção APCC

1
26 Ladislau Batalha —
Operations Director Teleperformance
1

30 Manuel Alçada
Diretor Executivo Happy Work

36 Rui Marques
CEO GoContact

40 Rui Santos
General Manager InPar

46 Sandra Matos
Head of Operations SIBS

Autor — CX Blog
Ana Rita Simões
ANA RITA OUTBOUND:
O CRIMINOSO OU
SIMÕES O PONTA DE LANÇA?

Operations Director Num Contact Center, o Outbound


Allianz Partners é sempre o menos apetecível
ou até rejeitado pelos vários atores:
Os operadores – É frequente
começarmos a ouvir expressões típicas
logo no recrutamento como “Não quero
vender”, “Tudo menos Telemarketing” 2
ou “Não tenho jeito para vendas”. —
Para um recrutador é sempre mais 3
difícil recrutar para operações de
Outbound porque as pessoas têm
enraizada a ideia de que o Outbound
é muito agressivo ou de que só estão
lá para enganar clientes.

No caso do Contact Center o cenário


não muda muito, mudam apenas as
razões. Muitas empresas de Contact
Center não querem ouvir falar em
Outbound, alegando que é um negócio
arriscado, sobretudo pelo modelo de
remuneração que tipicamente é todo
ou em grande parte variável e porque

Autor — CX Blog
são operações sem grande estabilidade
ou curtas no tempo.
E as empresas que recorrem ao Tudo é alvo de Outbound?
Outbound para vender os seus Claro que não, não deve ser
produtos e serviços? Gostam de um meio de varrimento de bases
Outbound? Nem todas… Empresas de dados, uma forma de assediar
com forte vertente comercial não clientes de forma cega.
prescindem deste canal, empresas
mais conservadoras têm medo dele. O Outbound vem aliado a tecnologia,
E porquê? Dá trabalho a gerir, surgem a bases de dados segmentadas com
temas de Qualidade, os prestadores modelos preditivos, a clientes que
reclamam do modelo de remuneração, pretendem ser contactados ou que pelo
os objetivos são normalmente menos estão disponíveis para atender
ambiciosos. Enfim, uma panóplia o telefone. Para que tudo funcione
de fatores que renegam o Outbound bem, o software de uma operação
para segundo plano, até mesmo de Outbound é requisito essencial.
o escondendo como se de uma É ágil, eficiente, e funciona em
doença contagiosa se tratasse. prol da equipa.

Mas será o Outbound um criminoso E por fim, a remuneração.


que queremos trancar a sete chaves, Como remunerar uma operação
onde a operação está escondida de Outbound, focada em vendas?
algures fora dos grandes centros O modelo variável é indispensável
ou só é utilizada quando os objetivos para que o foco e a vontade de
não estão famosos e precisamos melhorar não se percam.
de “acelerar”? Mas o modelo fixo é o outro lado
da balança, que vai equilibrar temas
Na minha opinião… NÃO! Ora vejamos: como a formação, a qualidade
é um canal abrangente, podemos e o acompanhamento.
contactar clientes de todas as regiões,
de todos os setores, de todas Como todos estes ingredientes,
as profissões, sem sair do lugar. Outbound é sinónimo de
Só precisamos do seu telefone e da sua clandestinidade, agressividade, falta
autorização para o fazer (Não esquecer de qualidade? Não, é o ponta de lança
a sigla que marca 2018 – RGPD). indispensável em qualquer equipa,
É flexível e acionável, basta para que marca muitos golos, com perícia
isso aumentarmos a equipa. e que dá espetáculo.
Que leva as pessoas ao estádio!
Tem amplos meios de controlo
e de acompanhamento, como
monitorização, medição de indicadores,
de conhecimento, entre muitos outros.
E se tudo isto estiver alinhado, deixo Acompanhem, formem, incentivem,

Ana Rita Simões


uma mensagem para cada um dos remunerem e terão operações a
intervenientes acima mencionados: entregar resultados consistentes.
Para os operadores:
Trabalhar num Contact Center tem Outbound. O criminoso ou o ponta
as suas dificuldades, a função pode de lança? Depende da “educação”
ser rotineira, cansativa e, sobretudo, que lhe damos!
numa Linha de atendimento
atendemos clientes chateados, com
dúvidas, magoados, frustrados muitas
vezes. E mesmo com todas estas
condicionantes, ainda temos de vender!
Sermos nós a ligar a um cliente,
perceber as suas necessidades,
mostrar-lhe os benefícios do que
estamos a vender é um desafio brutal,
permite-nos crescer em motivação,
em confiança e em postura perante
os outros. Porque na realidade não
estamos aqui para entrar “à força”
na vida dos clientes, mas sim para
sermos os seus consultores e os 4
ajudarmos nas escolhas do dia-a-dia. —
5
Para os Contact Centers: tenham
orgulho neste canal e apostem nelas
porque terem a coragem de o fazer
é mostrarem ao mercado a vossa
qualidade e a confiança que têm
no que fazem!

Para as empresas: Têm medo de


Outbound? Falta de confiança?
Só depende do que pretendem,
resultados consistentes ou “tapa
buracos”? Se preferem a primeira
opção, invistam na qualidade

Autor — CX Blog
e estabilidade.
Carlos Gonçalves
CARLOS O ESCRITÓRIO VIRTUAL
E O ATENDIMENTO
GONÇALVES PERSONALIZADO

Fundador e CEO Há cerca de 2 anos assisti a uma


Avila Spaces conferência na área dos Contact
Centers, e, num dos painéis que
me despertou mais interesse,
discutia-se a importância da
personalização do serviço.
6
Como consumidor, nunca percebi —
porque razão a grande maioria 7
dos emails que recebia de contact
centers não eram assinados pela
pessoa que os escrevia, ou, pelo menos,
por um responsável. Era a empresa
ou o departamento que assinava.
Ou seja, se eu quisesse referir-me à
pessoa que estava do lado de lá – para
questionar, criticar ou simplesmente
solicitar um esclarecimento adicional –
não conseguia fazê-lo. Sempre
achei este procedimento uma falta
de respeito para com o cliente.

Autor — CX Blog
“A interação humana é
fundamental para responder
a necessidades e problemas
que as máquinas nunca irão
resolver.”
Com o objectivo de desvendar este Apoiando-se em plataformas
enigma, coloquei a questão ao painel tecnológicas, que vão desde aplicações
e rapidamente percebi que os meus móveis de notificação em tempo real
interlocutores não estavam alinhados sobre chegada de correspondência
com a minha opinião e consideravam e chamadas telefónicas recebidas,
aquele procedimento perfeitamente “voicemail-to-email”, “text-to-speech”,
normal. Apesar de a tecnologia estar entre outras, este serviço permite
cada vez mais presente nos processos às empresas subcontratarem uma
de atendimento, a interacção humana equipa de profissionais formada
é fundamental para responder na área de secretariado e relações
a necessidades e problemas que públicas.
as máquinas nunca irão resolver.
A personalização no contacto ao
Não é por acaso que se assiste a um cliente é obrigatória neste tipo de
aumento exponencial de empresas serviço e o atendimento é feito por
que recorrem ao Escritório Virtual, um forma a que a pessoa que contacta
serviço ainda desconhecido de grande não se aperceba que está a falar
parte do tecido empresarial português, com um operador de Contact Center,
e onde, nos últimos anos, o nosso país que, afinal, é a secretária da empresa.
tem estado na vanguarda em termos Para além da secretária, muitas vezes
de inovação. é a “primeira cara” da empresa,
e daí a importância de se identificar,
O nome “Escritório Virtual” não para poder ser identificada caso seja
é muito feliz. Na realidade tudo existe. necessário.
Para além de disponibilizar espaços
de trabalho flexíveis, o Escritório Virtual
não é mais do que um Contact Center
personalizado que presta um serviço
de secretariado à distância a empresas
de pequena, média e grande dimensão,
nomeadamente atendimento
telefónico, gestão de correspondência e
outras tarefas de âmbito administrativo.
Talvez por defeito de profissão,

Carlos Gonçalves
esta questão sempre me pareceu
óbvia. Felizmente, passados
dois anos, o paradigma mudou e hoje
valoriza-se muito mais a personalização
no contacto, tanto via telefone,
email, chat ou redes sociais. Até
muitas newsletters que recebemos por
email vêm identificadas com o nome
do remetente, para além da entidade.

“A personalização no contacto
ao cliente é obrigatória neste
tipo de serviço.”

Os Escritórios Virtuais vieram dar


um contributo muito importante
para esta mudança e, por muita
tecnologia que venha a ser
adoptada, a personalização no 8
atendimento contribuirá sempre —
para a excelência dos 9
Contact Centers.

Autor — CX Blog
Cláudia Serra
CLÁUDIA CONTACT CENTER
OU SOLUTIONS
SERRA CENTER?

Diretora do Serviço Um dos segmentos da economia


de Atendimento ao em que a tecnologia promove mais
mudanças é certamente o setor
Cliente CTT
dos contact centers. Fatores como
comunicação em diversas plataformas,
novos produtos e serviços, integração
com chats, redes sociais e o avanço 10
da Inteligência Artificial têm mudado —
permanentemente a experiência 11
do cliente.

De acordo com o estudo levado


a cabo pela Gartner, a mesma prevê
que em poucos anos, as empresas
competirão principalmente no âmbito
da experiência do consumidor, sendo
este o principal fator diferenciador de
mercado. Por outro lado, o estudo refere
ainda que até 2020, os consumidores
vão conseguir gerir 85% das suas
interações com as empresas sem
qualquer intervenção humana.

Autor — CX Blog
Esta transformação demonstra que O cliente já se encontra no meio
a política de Gestão da Relação com de muitas praticidades e facilidades
o Cliente é, sem dúvida um dos – veja-se os exemplos dos benefícios
grandes desafios a ter em conta oferecidos pelos aplicativos mobile
pelas organizações. Num contexto de como o caso do Waze, da Uber,
mercado global e, em plena revolução da Glovo e tantos outros e, com toda
digital, o Customer Service assume-se a certeza, não irá querer menos
como um fator crítico de sucesso nos do atendimento. Com o ensejo por
mais diversos setores de atividade, novos meios de contato, o cliente vai
mas também como um elemento explorar cada vez mais estes recursos,
que se quer como criador de valor estas oportunidades.
em cada contacto realizado.
Nos próximos anos, o self-service deve
evoluir para resolver os problemas mais
“Como as mudanças impactarão comuns e simples dos consumidores
na estrutura dos Contact Centers? de forma automatizada, evitando
Os robôs e sistemas de self-service longas esperas na linha e a necessidade
passarão a substituir a atividade de uma grande equipa de profissionais
humana?” disponíveis. Mas, para acompanhar esta
tendência do mercado, será preciso
continuar a explorar os recursos
A preferência dos consumidores pela
de portais de self-service (FAQs mais
automatização do atendimento, devido
detalhadas, tutoriais em vídeos no
às possibilidades de exercerem maior
Youtube, artigos com dicas em blogs,
protagonismo na resolução das suas
guias completos em e-books, etc.)
necessidades, além de proporcionar
e ficar atento às novidades, pois
maior conectividade e menor interação
à medida que as tecnologias avançam
humana neste processo, sinaliza que
e as tendências evoluem, o perfil do
não se trata mais de uma tendência,
público consumidor vai mudando,
mas sim de uma realidade a ser
sendo necessário encontrar novas
adequada pelas empresas.
oportunidades de inovar
no atendimento ao cliente.
Olhando para o consumidor atual,
este está cada vez mais multicanal,
Interagir de diversas maneiras passa
exigente e cada vez menos disponível
a ser o caminho para o aumento de
para aguardar.
receitas e da satisfação dos clientes.
“Qual o futuro da atividade?” Com isso, o profissional do futuro

Cláudia Serra
deverá ter competências analíticas
A tendência que se verifica é que e a capacidade de gerir relacionamento
caminhamos para um trabalho com amplo entendimento das
conjunto, utilizando a tecnologia necessidades e expectativas do cliente.
para a automatização de situações No caso das empresas, fica a busca
standard, potenciando a capacidade constante num cenário bastante
de self-service dos consumidores, competitivo de migração de um
mas também para expandir modelo de postos de atendimento
o potencial humano, a melhoria (PA´s) para uma convergência
da sua produtividade, com vista multiplataforma, que considere
a transformarem e elevarem a gestão do relacionamento e não do
a experiência dos clientes e, assim, contato, dividindo metas e realizando
obterem vantagem competitiva. a gestão de riscos com seus parceiros
de prestação de serviços de
O futuro dos Contact Center’s passa contact center.
por ter operadores com maior controle
da tecnologia, usando-a de maneira A partir das novas possibilidades
inteligente e, assim, libertando-se das tecnológicas e de integração total
tarefas rotineiras para se relacionarem. (qualquer canal com qualquer
Os Contact Center’s serão, na prática, informação em qualquer lugar) é
então possível assumir que estamos 12
poderosos motores de relacionamento.
perante uma Nova Era, com uma —
eventual mudança de nomenclatura 13
É certo que as mudanças em curso
com a priorização da tecnologia reflete do respetivo setor de atividade,
na perspetiva de uma diminuição passando de Contact Center para
da representatividade dos Serviços Solutions Center, em que todas as
de Atendimento ao Cliente (SAC) para informações estratégicas estariam
a imposição de um modelo com foco reunidas e integradas com ferramentas
no digital e, que isso, gere maior valor de relacionamento necessárias e canais
agregado na gestão do relacionamento eficientes disponíveis para contato
com o cliente, impactando em canais direto com o consumidor final.
como o atendimento em redes sociais,
chat, entre outros com maior potencial
de retorno nos próximos anos.

Autor — CX Blog
Eduardo Matos
EDUARDO DESAFIOS DA
AUTOMAÇÃO
MATOS E DA INTELIGÊNCIA
ARTIFICIAL
Director Customer
Service Ainda cedo para ter convicções sobre
TAP Portugal este tema pelo que este texto não
pretende dar respostas mas apenas
contextualizar os desafios, avaliar
alguns dos seus possíveis impactos
e fazer-nos refletir sobre o que pode vir 14
a ser o futuro próximo com a evolução —
da tecnologia, não tendo a ousadia de 15
prever este futuro!

Cada vez se fala mais em RPA e outros


tipos de automação/robotização bem
como na utilização de inteligência
artificial para tratamento de situações
de Clientes mas ainda muito pouco
se refletiu sobre o verdadeiro impacto
que estes processos terão, de forma
global, nas empresas e, em especial,
nas empresas de outsourcing
de prestação de serviços de
relacionamento com o Cliente.

Autor — CX Blog
O que vamos fazer com as pessoas formação (comportamental, técnica/
cujas tarefas deixarão de ser feitas processos e até de utilização de
ou passaram a ser parcialmente sistemas de informação) e, em alguns
feitas por automatismos? casos, até de change management
Temos planos de requalificação? uma vez que podem estar em causa
Como fica o outsourcing de pessoas pessoas há muitos anos na mesma
e de plataformas num contexto em função e que terão uma verdadeira
que a tecnologia é ainda mais crítica “nova vida” com esta mudança.
e substitui pessoas? É certamente um grande desafio
de recursos humanos e é comum
E integra com sistemas da empresa. a operações geridas inhouse
E evolui constantemente. E “prende” ou em outsourcing.
quem é fornecido a quem o fornece.
Adicionalmente, existe mais uma
Do ponto de vista do emprego vertente da questão social/emprego:
e gestão de pessoas, os desafios este tipo de automatismos devem
serão transversais: as tarefas mais ser taxados, compensando a perda
simples poderão ser asseguradas de receitas da Segurança Social e/ou
por automatismos, restando as das finanças decorrentes das reduções
mais complexas e de maior valor de postos de trabalho gerados causadas
acrescentado ou a validação por estes mecanismos? São discussões
do trabalho das máquinas para que começam a surgir e que podem
o atendimento humano. vir a influenciar os business cases destes
Esta nova realidade implicará um tipos de investimento.
redimensionamento de equipas
mas sobretudo uma requalificação Para além destes desafios relacionados
dos recursos humanos envolvidos para com o emprego, a gestão de pessoas
que estejam aptos a realizar atividades e até a fiscalidade, a tendência de
mais complexas mas também de maior automatização de tratamento/resposta
valor acrescentado. Sem esquecer de situação que anteriormente eram
os riscos de redução de emprego que resolvidas por seres humanos vai trazer
estas tendências representam, pode ser importantes desafios às empresas na
também uma excelente oportunidade gestão de operações em outsourcing,
para melhorar a realização profissional que em Portugal asseguram a grande
daqueles que hoje fazem estas tarefas maioria dos Contact Centers.
mais simples e que poderão evoluir
para outro patamar. Neste mundo do relacionamento
com o Cliente, atualmente estamos
Mas, para isto acontecer, as empresas essencialmente a falar de pessoas e de
terão de ajustar os seus processos plataformas. Se até aqui as fronteiras do
internos, estruturar processos de
que deve ser assegurado pela empresa pondo em causa os automatismos

Eduardo Matos
que contrata e pela empresa que presta implementados?), na definição do
o serviço era relativamente fácil de âmbito de atuação (quem deve fazer
definir, podendo ter pequenas variantes o quê), no modelo contratual para
em função do modelo escolhido partilha dos ganhos obtidos por estes
e do nível/maturidade do outsourcing processos, na muito falada proteção
implementado, a partir de agora de dados, entre muitos outros aspetos
abre-se um novo conjunto de opções que hoje ainda não somos capazes
sobre as quais é preciso fazer uma de identificar completamente.
profunda reflexão de ambos os lados:
as empresas que contratam precisam A crescente complexidade das
de definir o modelo de propriedade plataformas omnicanal já tinha trazido
e desenvolvimento destas novas desafios e até algumas dúvidas sobre
plataformas, as empresas prestadoras quem deveria gerir determinada
precisam de encontrar o seu papel funcionalidade – por exemplo,
e o seu espaço num momento em que nos sistemas de suporte ao comércio
as pessoas (atualmente o seu principal eletrónico que integram o website
ativo) são parcialmente substituídas da empresa com o contact center
por tecnologia. – mas a automação e inteligência
artificial vão levar todas estas definições
Vai existir a tendência de as empresas a um novo nível de criticidade. E vão
de outsourcing mais estruturadas obrigar as empresas de outsourcing 16
e comercialmente mais agressivas a reverem o seu posicionamento, ao —
tentarem crescer na cadeia de valor, mesmo que as empresas Clientes 17
assumirem este papel e trabalharem devem refletir sobre qual a estratégia
com os seus Clientes para implementar que querem adotar.
processos de automação e inteligência Para todos os intervenientes (empresas
artificial, evitando desta forma perder com gestão inhouse, outsoucers e
totalmente o negócio que até empresas que contratam outsourcing)
então geriram. será um grande desafio e, qualquer que
seja a resposta encontrada, vai implicar
E se esta solução pode ter vantagens mudanças profundas nas formas de
por permitir a mesma escala, partilha trabalhar e nos modelos de negócio
de know-how e especialização que atuais. Um assunto para nos fazer
até aqui os outsourcers entregavam refletir e acompanhar de muito perto.
no âmbito da gestão de operações, não
é menos verdade que representa riscos

Autor — CX Blog
para ambos os lados – na evolução
dos sistemas (o que fazer quando um
sistema da empresa Cliente evolui,
Fernando Matos
FERNANDO DATA SCIENCE
– MAIS EFICIÊNCIA
MATOS COM MAIOR EFICÁCIA

Partner & Muitos gestores ainda olham para


Co-Founder Closer Data Science como uma ferramenta
para melhorar a eficiência e para
reduzir o headcount. Esta é claramente
uma visão redutora do potencial de
utilização de Inteligência Artificial
ou Advanced Analytics. 18

Eu diria até que os grandes benefícios 19
da adoção deste tipo de soluções estão
mais relacionados com a eficácia,
satisfação do cliente e com a otimização
de resultados de uma forma mais
lata, que propriamente questões
mais específicas meramente focadas
em redução de custos ou aumentos
de eficiência. Importa salientar que
aumento de produtividade significa
sermos mais eficientes, mas mantendo
ou se possível melhorando a eficácia.

Autor — CX Blog
O trade-off entre capacidade e nível A seleção de infraestruturas
de serviço é um tema altamente tecnológicas robustas, ferramentas de
explorado e complexo na indústria sofware mais avançadas e sofisticadas,
de manufactura, onde o forecast equipas e parceiros de data science
de vendas assume um papel fulcral tecnicamente competentes, e
no planeamento da produção, que consequentemente, a escolha dos
visa abastecer stocks para fazer face métodos e algoritmos mais adequados
à procura prevista otimizando a a cada desafio infelizmente está
capacidade das máquinas e assim longe de ser suficiente. Dificilmente
satisfazer o nível de serviço pretendido. alcançaremos o que procuramos se
não soubermos o que queremos ou
precisamos encontrar.
“Dificilmente alcançaremos
o que procuramos se não A maioria das organizações já
soubermos o que queremos desenvolveu ou utiliza uma solução de
ou precisamos encontrar” descriptive analytics, com o objetivo
de medir a performance, chegando
mesmo a perceber as razões do sucesso
Curiosamente, o problema do ponto
ou insucesso que os dados históricos
de vista matemático, é exatamente o
nos mostram, uma espécie de análise
mesmo no serviço de apoio ao cliente.
post-mortem que os gestores não
O forecast de chamadas ou do workload
prescindem. Num segundo estágio
de tarefas do back-office é a base para
de business analytics surgem as
o capacity planning, a inteligência na
soluções de predictive analytics,
distribuição do trabalho pelos agentes
onde os dados históricos da empresa
é o segredo para a otimização do nível
são complementados com regras
de serviço (SLA).
e dados externos para determinar
resultados futuros. Proliferam
Se indubitavelmente a ciência dos
exemplos de forecasting de vendas,
dados é hoje uma das ferramentas
custos, consumos, workload,
mais importantes para responder aos
capacity planning, etc...
constantes desafios que o mercado
impõe, não é menos certo que o mais
Podemos classificar os modelos
importante será fazer as perguntas
de prescriptive analytics como uma
certas.
fase avançada que potencia as duas
anteriores, já que sugere as ações
a tomar, para que aconteça o que
pretendemos. Como podemos fazer
com que aconteça?
“Saber colocar as questões Hoje a grande maioria das organizações

Fernando Matos
certas é a pedra basilar na estão a incorporar data science nas
diferentes fases da jornada do cliente,
utilização de data science”
para proporcionar experiências
de cliente (CX) mais convenientes,
Tal como a Uber utiliza variáveis informadas e inteligentes.
como o tipo de veículo, rating do
motorista, do cliente e a proximidade Fácil? Não!
para distribuir as viagens pelos Mas nunca foi tão acessível testar.
motoristas, podemos igualmente
utilizar soluções de data science para A evolução da capacidade de
otimizar a priorização de atividades de computação e o acesso a maior volume
um back-office, chamadas inbound, de dados é que nos permitem hoje
produtos numa linha de montagem, desenvolver modelos mais inteligentes
visitas a clientes, contactos telefónicos e avançados do que fazíamos antes.
a estabelecer numa campanha, Possuímos a facilidade de utilizar
levando em consideração as variáveis infraestruturas gigantes escaláveis
que fazem sentido em cada caso – disponíveis na Cloud, a um preço muito
SLA, competências, disponibilidade, acessível. Isso minimiza a preocupação
comportamento humano, emoções, na decisão de investimento – afinal,
eficiência do recurso (humano ou posso experimentar, refazer e mudar
máquina), previsão da procura ou de uma forma ágil, fácil e acessível. 20
workload, score do cliente, etc... —
Saber colocar as questões certas 21
Definir como objetivo aumentar é a pedra basilar na utilização de
a eficiência e consequentemente data science, a partir daí saberemos
reduzir custos, pode isoladamente exatamente que dados recolher
trazer bons resultados, mas pode e transformá-los em estruturas
provocar um efeito inverso em termos acionáveis cujos resultados sejam
de eficácia. Maior produtividade realmente importantes para
significa maior eficiência, mas a sustentação e crescimento
com eficácia, pelo que a questão do negócio.
certa poderá ser como otimizar
níveis de serviço, ou a margem de
contribuição de cada produto na linha
de montagem, ou o rácio de sucesso
dos contactos telefónicos ou visitas

Autor — CX Blog
efetuadas.
desenvolvimento das Empresas em

Jorge Pires
Portugal e têm, atualmente, um peso
muito significativo na Economia.

Nenhuma Empresa, comercializadora


de produtos ou serviços, pode dispensar
uma relação irrepreensível com os seus
Clientes. Mesmo os Serviços Públicos
sentem hoje a necessidade de prestar

JORGE um serviço de excelência.


E é aos Contact Centers que cabe,

PIRES
cada vez mais, esse papel de garante
da qualidade da relação com o Cliente.
Em muitos setores de atividade o
Contact Center deixou de ser o canal
Assessor da Direção
mais importante de contacto para
APCC passar a ser o único canal de contacto.

As Empresas e Instituições entendem


já a importância do papel deste
instrumento de contacto com o Cliente
e isso expressa-se no reconhecimento 22
pelas suas estruturas internas. —
A existência de um Contact Center não 23
é exclusiva de grandes Empresas. Seja
em gestão própria ou com recurso a
A IMPORTÂNCIA DOS outsourcers, prestadores especializados
de serviços, Empresas de todas as
CONTACT CENTERS dimensões procuram hoje assegurar
PARA A ECONOMIA a satisfação das expectativas dos seus
Clientes com um atendimento de
excelência em setores tão diferentes
Devo confessar que não sou, por norma, como a Banca, os Seguros, as Utilities,
um grande apreciador de blogs. O que as Telecomunicações, a Saúde, o
me atraiu a participar no CX Blog foi Comércio, a Assistência em Viagem,
a importância que atribuo à melhoria a Distribuição, o Turismo, a Segurança
da imagem de um setor a que a opinião e a Administração Pública, Central

Autor — CX Blog
pública atribui os maiores defeitos, ou Autárquica.
num emaranhado de mitos urbanos E esta é a primeira evidência da
que são uma injustiça gritante. importância capital do setor dos Contact
Centers para a economia nacional:
Os Contact Centers, enquanto setor assegurar o sucesso das Empresas que
de atividade, são um dos mais serve através da prestação de serviços
importantes suportes para o de atendimento aos seus Clientes.
A segunda manifestação da relevância no provimento de vagas nos
desta Indústria para o tecido económico quadros da Empresa.
nacional é o impacto no Emprego. São conhecidos os exemplos de
Na última década, mesmo em agentes que são hoje Diretores
contraciclo com os períodos de e Administradores nas Empresas
aumento do desemprego em Portugal, em que iniciaram a sua carreira
o setor dos Contact Centers nunca pelo Contact Center.
deixou de crescer em termos de
recursos humanos afetos. Em 2016, • É, finalmente, um Emprego que se
de acordo com o Estudo de inventário distribui um pouco por todo o País,
encomendado pela APCC à KPMG, criando oportunidades em regiões
o número de colaboradores afetos a do interior e contribuindo, desta
estaatividade atingia já os 85.000 e, pela forma, para a fixação de população
previsão atual, estará muito próximo predominantemente jovem e
dos 100.000. E o Emprego criado nos muito qualificada – cerca de 1/3 dos
Contact Centers tem vários aspetos colaboradores nos Contact Centers
distintivos da maior importância: têm formação superior.

• É um Emprego qualificado e A terceira prova da importância do


qualificante: o grau de complexidade setor para a economia é o seu peso
e dificuldade das tarefas adesempenhar nas exportações. E por duas vias: o
justifica uma formação inicial média de nearshoring e a tecnologia.
30 dias e uma formação permanente,
sempre na ótica de melhoria contínua, O nearshoring consiste, no fundo,
de quase 150 horas anuais. São cifras na concentração num dado país
que mostram bem o esforço de do atendimento de Clientes de uma
qualificação de recursos necessário entidade plurinacional. Nos anos mais
para o bom desempenho de funções. recentes esta atividade tem vindo a
crescer exponencialmente, quer através
• É, muitas vezes, a oportunidade de Empresas nacionais ou há muito
de primeiro emprego para jovens operando em Portugal, quer através
universitários ou recém-licenciados, de Empresas internacionais que aqui
permitindo-lhes o acesso a uma investem com esse objetivo.
profissão onde podem valorizar as Atende-se, não apenas em Lisboa
suas competências, com reflexos tantas e no Porto mas em cada vez mais
vezes determinantes para o seu futuro localidades, em dezenas de idiomas
profissional – os hábitos de disciplina com recurso a agentes de ainda
de trabalho, rigor no desempenho de maior número de nacionalidades.
funções, cumprimento de horários, Os fatores determinantes da atração
trabalho em grupo, respeito pela desta atividade para Portugal são a
hierarquia, são marcas relevante competência das Empresas
de valor inestimável, que se refletem que operam neste setor, no nosso País,
nas carreiras a que têm acesso, quer as facilidades infraestruturais do
na estrutura do Contact Center, quer país e a grande apetência e domínio
de alguns idiomas estrangeiros por é, em termos de opinião pública, muitas

Jorge Pires
parte significativa da população. Para vezes injustamente conotada com a
a atração de agentes estrangeiros para definição de trabalho pouco qualificado,
o nosso país contribui ainda todo o desempenhado em más condições,
conjunto de valências de natureza com metodologias e procedimentos
turística, como o clima, a simpatia das inadequados ou incorretos.
pessoas, a qualidade gastronómica, a De entre as missões que cabem à
riqueza histórico-cultural e a segurança. APCC, esta é uma das primordiais:
A tendência, no quadro do afirmar o valor e o mérito das atividades
nearshoring, é para o contínuo desenvolvidas pelas Empresas suas
crescimento, quer pelo aumento de Associadas, combatendo uma imagem
recursos nas operações já existentes, externa adversa e injusta.
quer na chegada de novos players
internacionais. Mas isso passa também pelo papel que
pode e deve ser desempenhado por
Relativamente à tecnologia para todos os envolvidos na atividade do
Contact Centers, vive-se em Portugal setor, desde os agentes e supervisores
uma situação menos comum. Sendo até aos gestores das operações,
o país considerado por muitos como afirmando em todas as oportunidades
periférico e menos desenvolvido no a excelência do trabalho que produzem
quadro europeu, as Empresas de e a sua importância para as Empresas
tecnologia nacionais atingiram um grau e Instituições em que trabalham. 24
de qualidade que as coloca na primeira Esses mitos urbanos associados à —
linha, a nível internacional, no que toca atividade dos Contact Centers em 25
às ferramentas de gestão da relação Portugal mais não serão do que a
com o Cliente. enumeração de situações anómalas
O reflexo do reconhecimento além que, admitindo-se que existam,
fronteiras dessa excelência expressa-se representam apenas ocorrências
no sucesso que vêm obtendo as nossas indesejáveis, por vezes mesmo
Empresas de Tecnologia na exportação lamentáveis, mas sempre muito
das suas aplicações para um número excecionais e de modo algum
significativo de países, ultrapassando representativas de um setor que vem
já a meia centena e com sinais de revelando todo o dinamismo que se
imparável expansão. expressa em instalações modelares,
Quer no que toca ao nearshoring, proporcionando condições de trabalho
quer no que respeita à exportação de elevada qualidade, quer nos locais de
de Tecnologia, é de assinalar o operação, quer nas instalações de apoio,

Autor — CX Blog
elevadíssimo valor acrescentado como locais de formação, de descanso
nacional, contrariamente a outros e de refeição.
setores exportadores, tantas vezes
valorizados. Esta Indústria justifica desde há muito
o reconhecimento da sua importância,
Apesar de todo o panorama atrás pelo seu desempenho e pelo relevo
descrito, a indústria dos Contact Centers que assume na economia nacional.
Ladislau Batalha
LADISLAU O NOVO BURNOUT
NOS CALL CENTERS
BATALHA O burnout, que inclusive assume
configurações de síndrome estudada
Operations Director
e documentada, acontece pelo
Teleperformance esgotamento psiquico e físico
devido a elevados níveis de stress
relacionados com o trabalho.
O burnout afeta todo o tipo de
trabalhadores, independentemente
26
da posição ou indústria. Os profissionais

sentem-se desmotivados, com
dificuldades de raciocínio e cansados
27
fisicamente. Esgotados!

Os sinais de burnout são fáceis de


identificar: alguém que trabalhava
bem começa a mostrar-se exausto,
o seu trabalho perde produtividade
e qualidade e começa a expressar
críticas constantes sobre o trabalho
e até algum cinismo sobre o local
de trabalho. E essa espiral negativa
leva a que os profissionais
comecem a agir como robots,
a faltar frequentemente

Autor — CX Blog
e acabam até por sair.
“Esse burnout decorrente Normalmente contactam por um
de tarefas formatadas problema ou questão complexa.
E o que se passa é que os agentes
e repetitivas é algo que
sentem que não têm as ferramentas
a indústria dos Contact
certas para poder dar essas respostas.
Centers já estava habituada Os profissionais sentem-se insatisfeitos
a encarar e endereçar.” com os seus contributos para
o satisfação do Cliente.
Desde que existem Contact
Centers que os seus trabalhadores
estão na linha da frente entre
“Isso significa que os Clientes
os mais susceptíveis de se procuram os contact centers
sentirem emocionalmente quando não conseguem
e fisicamente esgotados. encontrar respostas.”

O burnout nos Contact Centers Primeiro por acharem que o


tem sido sempre associado à pressão maior desafio do seu trabalho é a
e exigência das funções, ao responder complexidade dos assuntos e que
sempre de forma formatada e positiva as empresas não a equipam com
a um mar de interações negativas tudo o que precisam para responder
e ao trabalho condicionado a problemas complexos e sofisticados.
e repetitivo. Segundo, e para agravar, está a
salganhada dos vários canais de
Mas eis que surge um novo contacto (o famoso omnichannel) que
burnout decorrente do aumento é facilmente comunicado e assumido
de complexidade do trabalho, como mal articulado e pouco integrado.
muito devido aos significativos E o pior é que os profissionais sentem
avanços tecnológicos dos últimos anos. que esta nova realidade veio para ficar
A inteligência artificial, machine nos próximos anos. E por consequência
learning, data science e todas essas este novo burnout nos Contact Centers.
sofisticações levaram a que as situações E como atacar este novo burnout?
mais simples e transaccionais possam
a ser resolvidos por máquinas
(chatbots e afins). Por outro lado
o aumento da literacia tecnológica
associada a usuabilidade simplificada
faz com que os Clientes consigam
resolver muitas das suas questões
e necessidades através de canais
digitais de self service.
Os profissionais valorizam ter ao O paradoxo em que a indústria

Ladislau Batalha
seu dispôr: vive é que a transformação digital
está a transformar a indústria pelas
• Melhores ferramentas e tecnologias necessidades dos Clientes mas os
– os clientes têm maior literacia Contact Centers estão a ser uma
tecnológica e ligam por questões das últimas partes a beneficiar das
complexas. O Contact Center tem transformação digital.
de ter ao seu dispôr ferramentas Mas como os Clientes, em ambiente
evoluídas e adequadas à complexidade. de transformação digital, estão a
Para além das ferramentas e valorizar cada vez mais o valor aportado
tecnologias de suporte ao Cliente pelos Contact Centers nos próximos
existem também muitas soluções de anos muito vai mudar, para melhor,
Workforce Engagement, de Welness paraos profissionais dos Contact
e de Monitorização de stress. Centers.

• Mais e melhor formação – muitos


dos modelos e formatos de formação
disponibilizados pelos Contact
Centers aos seus profissionais estão
já desatualizados. Consomem muito
tempo e são pouco eficazes.
28
• Data -driven feedback - —
os profissionais esperam por feedbacks 29
objetivos e suportados em dados.
Modelos de avaliação e feedback
suportados em fatores subjetivos
não funcionam.

• Ambientes de trabalho mais flexíveis


e modernos – os Contact Centers
podem ser mais flexíveis. Não só nas
configurações fisicas como também
na forma como o trabalho é organizado
e configurado.

Autor — CX Blog
Manuel Alçada
MANUEL COMO MEDIR A
ROTATIVIDADE
ALÇADA E COMPREENDER
OS MOTIVOS DE SAÍDA
Diretor Executivo
Happy Work 1. COMO MEDIR A ROTATIVIDADE

Enquanto auditor, encontrei


inúmeras fórmulas utilizadas para
medir a rotatividade de colaboradores,
com resultados muito diferentes. 30

A título de exemplo, o responsável 31
de uma operação considerava ter
uma rotatividade inferior a 5% porque
o número de colaboradores ao longo
do ano não tinha grandes variações.
Simplesmente não incluíam na fórmula
as entradas e saídas de colaboradores,
que eram elevadíssimas.
Ora a rotatividade pode ser
preocupante, mesmo enquanto
o número total de colaboradores
se mantém relativamente estável.
Se existirem recrutamentos em
permanência que vão conseguindo

Autor — CX Blog
colmatar as saídas, o número total de
colaboradores pode não ter variações
muito significativas, mas o contact
center é uma verdadeira roda-viva.
Ou seja, a Rotatividade Geral
é elevada.
Numa situação muito diferente, Rotatividade geral Saídas por iniciativa do
a responsável por uma outra Permite saber como está a trabalhador
operação que auditei estava rotatividade geral da equipa. Permite perceber como
muito preocupada com uma Não permite encontrar as está a funcionar a retenção
rotação superior a 25%, quando causas ou definir medidas de colaboradores no cc
as saídas de colaboradores eram de ação. da empresa em relação
praticamente inexistentes e esta ao mercado laboral.
variação era quase exclusivamente Fórmula:
causada pelo reforço da equipa. Entradas + saídas a dividir Fórmula:
Neste caso, sim, também existe pela média entre o total de Saídas por iniciativa do
uma elevada Rotatividade Geral, colaboradores a 1 de Janeiro trabalhador a dividir pela
uma vez que a equipa no final do e 31 de Dezembro média entre o total de
ano é completamente diferente de determinado ano colaboradores a 1 de Janeiro
daquela que existia no início. E e 31 de Dezembro de
efetivamente a entrada constante Exemplo: determinado ano
de pessoas estava a degradar os Num cc, num determinado
índices de qualidade do serviço ano, foram contratados Exemplo:
devido ao desvio do foco de toda 13 colaboradores e saíram 8. Para o exemplo anterior,
a equipa de gestão. A 1 de Janeiro contavam saíram 4 colaboradores
Mas o reduzido número de saídas 90 colaboradores e a 31 por iniciativa própria.
diferenciam-na claramente da de Dezembro eram 95. 4/[(90+95)/2] = 4,3%
realidade da outra operação. (13+8)/[(90+95)/2] = 22,7%

É fácil de perceber que são


realidades completamente
diferentes e que, por isso mesmo,
exigem que se analisem a taxas de
rotatividade – e as suas causas –
com os maiores cuidados.

Para simplificar, recomendo


a utilização de três fórmulas,
complementares entre si, que
permitem perceber o estado real
da rotatividade e as suas causas:
Saídas por iniciativa da empresa Fórmula:

Manuel Alçada
Permite avaliar a qualidade Saídas por iniciativa da empresa
do processo de recrutamento, a dividir pela média entre o total
seleção, formação e integração. de colaboradores a 1 de Janeiro
Se alguém é convidado a sair, e 31 de Dezembro de
especialmente se for pouco depois determinado ano
de ser convidado a entrar, isto
revela normalmente uma falta de Exemplo:
alinhamento entre as equipas de Recorrendo ao mesmo exemplo,
recrutamento e seleção, formação saíram 2 colaboradores por
e supervisão. iniciativa da empresa.
Claro que pode também revelar 2/[(90+95)/2] = 2,2%
a política de recrutamento O denominador “média entre
atualmente utilizada em muitos o total de colaboradores a 1 de
centros – o “entra primeiro, logo Janeiro e a 31 de Dezembro de
vemos” ou o “sabe falar, serve”. determinado ano” – pode ser
substituído por outro, como o
valor do último
dia do ano, a média dos valores
mensais ou outros.

O que interessa é que seja 32


de conhecimento claro, —
utilizado nas diferentes 33
fórmulas para a rotatividade
e que não distorça os resultados
de forma significativa.

Autor — CX Blog
2.
COMPREENDER
OS MOTIVOS DE SAÍDA

2.1.
AS ENTREVISTAS
DE SAÍDA

Uma boa forma de perceber os


motivos é através da realização
de entrevistas de saída. A entrevista
não deverá ser feita pelo supervisor
direto que acompanhou o trabalho
do assistente ou pelo técnico de
recrutamento queo considerou apto
para a função. Deverá ser feito por
alguém suficientemente
independente de todo o processo
de seleção-formação-integração
do colaborador em causa.
O formato, duração ou momento
para a realização desta entrevista
serão aqueles que conseguir no
desafiante ambiente de contact
center. O importante é que seja feito
por alguém independente e que
tenha um verdadeiro interesse em
perceber os motivos de saída.

Não se pretende alguém que tenha


uma especial aversão pela equipa
de formação inicial ou recrutamento,
mas também não pode ser alguém
que ache que todas as
razões por trás da rotatividade são
externas à organização.
As entrevistas de saída deverão 2.3.

Manuel Alçada
ser realizadas para as saídas para ANÁLISE
fora da Organização. Promoções SEGMENTADA
ou recrutamentos internos podem
ter o mesmo tipo de motivos, mas A análise dos motivos de saída
não deverão ser considerados ao deve ser feita separadamente para
mesmo nível. part-times e full-times. As causas
são provavelmente diferentes
2.2. e misturar os resultados afeta a
OS RELATÓRIOS DE perceção da mesma. Outro tipo
OCORRÊNCIA de análises segmentadas, como
o tipo de contrato ou o turno
Se o leitor for como eu, não aplicável podem também
tem muito tempo e sobretudo fazer sentido.
paciência para ler relatórios com A análise das saídas ao longo do
discurso vazio e sem ano permite ajudar a perceber
conteúdo, mesmo quando escritos melhor os motivos de saída
com muitos termos em inglês ou e ajustar o planeamento.
linguagem elaborada que não Retire desta análise as saídas
compreendemos. por iniciativa da entidade
No entanto, há relatórios que empregadora, especialmente
devem ser feitos e devem ser lidos quando resultam de flutuações 34
– os relatórios de ocorrências que previstas ou não de atividade. —
são feitos pelas equipas de seleção Não retire, no entanto, do cálculo 35
e recrutamento, formação da Rotatividade Geral.
e integração – e que podem
dar pistas importantes sobre Nota – adaptado do capítulo 35
o que correu menos bem no do livro “Eu atendo! 610 dicas
acolhimento do colaborador que para um contact center de
acabou por sair. excelência”

Estes relatórios devem ter


uma análise mais global
sobre as condições de trabalho,
tecnológicas, entre outras,
mas, também,uma análise
ao desempenho

Autor — CX Blog
e participação individual.
Rui Marques
RUI AINDA USA MÉTRICAS
DE 1999 NO SEU
MARQUES CONTACT CENTER?

CEO GoContact Para quem não reparou, estamos em


2019! Isto significa que as métricas dos
Contact Centers, cuja essência remonta
a 1999, são quase tão velhas como os
filmes em VHS.

Essas métricas nasceram numa época 36


em que o atendimento ao cliente era —
uma corrida e quem chegasse primeiro 37
à linha da meta era o campeão,
o mais bem sucedido e com mais
probabilidade de ganhar o prémio
de “agente de atendimento
ao cliente do ano”.

Ainda hoje os Outsourcers pedem


à GoContact para fazer essas corridas,
com as plataformas tradicionais
que têm em suas casas ou que
desenvolveram há mais de 20 anos.
O que nos pedem unicamente
é performance e como podem
convencer os seus clientes a mudar

Autor — CX Blog
as suas operações internas para
um Outsourcer, apenas pela
questão de custos!
“Esqueçam as métricas de Se queremos pensar em AI, ASR, BOTS,
1999 pois quando acordarem etc, não podemos estar a pensar
no futuro quando em nossa casa,
vão perceber que ganharam
o melhor que poucos têm, diria mesmo
a obsoleta corrida da
pouquíssimos, são Rolls-Royce com
performance mas perderam mais de 20 anos e o que o mercado
a prova Olímpica da está a pedir são Teslas (não me
experiência de cliente” pagaram por esta publicidade).
Vivemos num mundo centrado
Certamente existem dezenas de outras no cliente, onde métricas como
vantagens que não o custo, e que fazem velocidade média de resposta, tempo
milhares de empresas acreditar que médio de atendimento e a resolução
devem migrar as suas operações para à primeira chamada são, por si só,
empresas experts em operações de redutoras e mais focadas no controle
Contact Center. de custos do que na melhoria da
experiência do cliente.
Por esta razão é que não deverão estar
preocupados com performance quando O mercado está a pedir rapidez de
o que os seus clientes lhes estão processos, agilidade, autonomia para
a pedir não é performance, mas sim as equipas, não dependência das áreas
experiência de cliente. Claro que temos de IT pois são equipas normalmente
que ser eficientes, claro que temos que subdimensionadas. Esqueçam
ter um marcador com performance as métricas de 1999 pois quando
mas temos que ter muito mais. acordarem vão perceber que ganharam
a obsoleta corrida da performance
mas perderam a prova Olímpica da
experiência de cliente.
“Dito isto, o Contact Center

Rui Marques
acumula milhões de dados
todos os dias e a tendência
é continuarem a aumentar
exponencialmente.”

Não podemos querer falar de futuro


com esta mentalidade, não podemos
falar de millenniums quando a nossas
ferramentas não foram pensadas para
eles. Se querem pensar no futuro não
podem cometer os mesmos erros
continuadamente.

Já investiram muito tempo e dinheiro


no desenvolvimento de ferramentas
próprias, já amortizaram as vossas
infraestruturas. Mais do que pensar
nisso é saber identificar quais os
clientes que já perderam e que vão
38
continuar a perder por não se terem

atualizado. É a incoerência das nossas
39
atitudes que se vai refletir nas nossas
organizações.

Dito isto, o Contact Center acumula


milhões de dados todos os dias
e a tendência é continuarem
a aumentar exponencialmente.
Como usamos esses dados
para melhorar a experiência
do cliente?

Autor — CX Blog
Rui Santos
RUI FORMAÇÃO
COMPORTAMENTAL:
SANTOS SÓ MUDA QUEM
DESEJA MUDAR
General Manager
InPar É extremamente complexo
assegurar a eficácia da Formação
Comportamental.

Ao contrário da formação técnica,


a formação comportamental pura 40
e simplesmente não funciona —
de forma top-down. Na formação 41
comportamental, o formador não
pode colocar-se numa postura
de especialista, limitando-se a
transmitir os seus conhecimentos
aos formandos, esperando que
estes absorvam milagrosamente
toda a informação.

Numa formação técnica, o formador


poderá chegar à sala e apresentar
aos seus formandos “como se faz”,
enquadrando o tema, explicado a
técnica, demonstrando-a na prática

Autor — CX Blog
e apelando aos formandos que
pratiquem até dominarem a mesma.
Nesse tipo de formação, os formandos
tendem a confiar no formador
e, se é assim que ele diz que se faz,
é porque é assim que se faz.
A formação comportamental, contudo, A formação não pode ser uma
depara-se com uma barreira prévia. sequência desarticulada de temáticas.
Os formandos só escutam aquilo que A formação tem que ser ministrada,
lhes parece ser útil e só consideram desde o primeiro módulo, de forma
ser útil aquilo de que precisam. Os prática e integrada.
formandos mais seniores têm tendência
a achar que já dominam o tema. Uma vez feitas as apresentações
Nesse contexto, não estão recetivos de acolhimento e os (breves)
a escutar algo de que acreditam enquadramentos, cada tema deverá
não precisar. ser exercitado de forma integrada.

Exemplo da realidade Inbound:


“A formação não pode ser uma Que questões te vão ser colocadas;
sequência desarticulada de Que perguntas de despistes deverás
temáticas. A formação tem que colocar para cada tema; Que validações
ser ministrada, desde o primeiro deverás fazer; Que consultas deverás
módulo, de forma prática fazer nos sistemas, e como se fazem;
e integrada.” Que respostas deverás dar aos clientes;
Que objeções te vão apresentar sobre
esse tema em concreto; Que operações
Começando pelo início. Quando
/ registos deverás fazer nos sistemas,
observamos os processos de formação
e como se fazem; O que deverás
inicial de novos colaboradores,
encaminhar internamente,
verificamos uma excessiva segregação
para quem e com que SLA;
das matérias. Acolhem-se os novos
Que follow-up deverás efetuar e como;
colaboradores, faz-se uma apresentação
Onde poderás encontrar toda esta
da empresa, missão e valores, produtos
informação na Knowledge Base; etc.
e serviços. Depois vem alguém falar de
processos. Provavelmente, ainda uma
Ie: Não é falar de produtos, serviços
outra pessoa falar dos sistemas
ou processos sem falar dos sistemas,
e aplicações informáticas e, finalmente,
nem apresentar os sistemas sem falar
lá virá mais um formador falar de
dos produtos, serviços ou processos.
técnicas de comunicação e/ou vendas.
É explicar os processos (como)
Acredita-se que será na fase de “trial
referentes aos produtos e serviços
/ on job” que o novo colaborador
(o quê) e os sistemas (onde) em
conseguirá articular todos estes novos
simultâneo e de forma integrada.
conhecimentos e utilizá-los de forma
coerente e consistente.

Existem abordagens comprovadamente


mais eficazes.
Depois, obviamente que a formação “É nesse momento que os

Rui Santos
em sala não chega. As empresas formandos tomam consciência
nossas Clientes que apresentam
que afinal não escutam com
melhores resultados e menores taxas
tanto afinco como pensavam
de eliminação de candidatos são
aquelas que complementam
e é também nessa altura que
a formação em sala, atrás referida, conquistamos a atenção dos
com uma forte componente pratica mesmos para o que temos para
em regime de “business simulation”, lhes ensinar.”
ainda antes da última fase,
o atendimento real a clientes, Esse trabalho poderá ser assegurado
acompanhada por um mentor internamente pela equipa de
senior side by side. formação / supervisão / gestão
de qualidade ou confiado a uma
O dia em que o candidato atende empresa externa, especializada nas
a sua primeira chamada de um cliente, áreasde relacionamento com clientes.
sem qualquer acompanhamento de
um mentor, não é o fim do processo, Regra geral, a empresa domina
mas “o primeiro dia do resto da sua as vertentes técnicas dos seus
vida”. É aí sim que se inicia o verdadeiro Produtos e Serviços, mas as empresas
processo de desenvolvimento especializadas fazem deste tema
do colaborador. 42
o core da sua atividade. Da mesma —
forma que uma empresa de tecnologia 43
A formação comportamental investe na investigação tecnológica,
tem uma erosão natural bastante e uma entidade financeira investe
acentuada. Por mais que os aspetos na investigação financeira,
comportamentais e soft skills sejam as empresas especializadas nas
trabalhados durante a formação, áreas de relacionamento com clientes
verifica-se que (passado poucas investem muito do seu tempo
semanas, ou até mais cedo) e orçamento a investigar os novos
os assistentes comecem a denotar comportamentos dos consumidores,
os primeiros vícios de linguagem os perfis dos consumidores, a psicologia
e as primeiras falhas de comunicação. dos clientes, as novas técnicas
e abordagens de comunicação, etc.
A formação contínua assume-se
absolutamente obrigatória. Ninguém
pode ficar tranquilo por ter ministrado

Autor — CX Blog
determinada técnica de comunicação,
pois é certo que ela só será aplicada
continuamente se for continuamente
recordada e reforçada.
Contudo, tratando-se de uma entidade 2. Durante a Formação
externa, revela-se absolutamente crítico – Nenhum conceito pode ser
assegurar o alinhamento total com apenas “apresentado”. Como forma
a estratégia da empresa. de ultrapassar a barreira do “será
que isto me interessa” e conquistar
Da nossa experiência nesta área, os formandos recorremos bastante
identificámos 3 principais Fatores a testes de autodiagnóstico.Um caso
Críticos de Sucesso para que esse muito interessante, é o exemplo da
casamento funcione na perfeição: Escuta Ativa. Quando perguntamos
1. Antes; 2. Durante; 3. Depois. aos formandos se sabem o que significa
Escuta Ativa, quase todos acertam
1. Antes da Formação na definição teórica.
– É fundamental realizar um estudo Quando lhes perguntamos qual
e diagnóstico aprofundado, por parte o seu nível individual de Escuta Ativa,
da Equipa de Formação, à realidade todos costumam autoavaliar-se entre
específica da organização. 7 e 9. Depois, fazemos um teste
Existem diversas técnicas e abordagens surpresa de autodiagnóstico, e os
específicas para gerir esse tema, resultados costumam variar entre
que terei gosto em desenvolver uns dececionantes 2 e 4 valores.
noutro artigo.
É nesse momento que os formandos
tomam consciência que afinal não
escutam com tanto afinco como
pensavam e é também nessa altura
que conquistamos a atenção dos
mesmos para o que temos para
lhes ensinar. Nós utilizamos este
método – dinâmicas de auto
diagnóstico – para praticamente
todas as etapas de atendimento,
desde o acolhimento, escuta ativa,
perguntas de despiste, reformulação,
etc, até ao fecho do contacto, como
forma de consolidar o envolvimento
dos formandos.
Contudo, tomar consciência e 3. Depois da Formação

Rui Santos
escutar não se revela suficiente – Revela-se importantíssimo efetuar
para uma pessoa adquirir um novo o Follow-Up da Formação e medir
comportamento. É preciso praticar. qual foi a real eficácia da mesma,
Praticar muitíssimo. Os especialistas de forma totalmente aberta e
em “mudanças de hábitos”, como transparente. Para este efeito específico,
deixar de fumar ou iniciar uma nova existem também diversas abordagens
dieta, costumam afirmar que “uma específicas, que terei igualmente
pessoa precisa de repetir um novo gosto em desenvolver noutro artigo.
comportamento durante 21 dias
seguidos até se tornar uma rotina”. Por Formar é ajudar outro a Crescer.
isso, os novos conceitos têm que ser Considero ser uma das atividades
repetidos quase até à exaustão. mais nobres da existência humana.
Um forte abraço a todos os meus
colegas formadores, professores,
docentes e coaches. Que o seu bom
trabalho ajude a construir um mundo
melhor. Porque no fundo, é essa
a nossa missão.

44

45

Autor — CX Blog
Sandra Matos
SANDRA O DILEMA DOS
PRÉMIOS DE CONTACT
MATOS CENTER – SÓ VAMOS
A JOGO PARA GANHAR?
Head of Operations
SIBS Processos No passado dia 10 de abril, os Prémios
FORTIUS Portugal reconheceram
os melhores profissionais de Contact
Center, com a colaboração da
APROCS e APCC. Apesar de ser uma
iniciativa recente, esta tentativa de 46
reconhecimento tem sido feita nos —
últimos anos com outra denominação, 47
assim como existem outras iniciativas
internacionais com o mesmo objetivo
– e sempre estive do lado de quem
participa. Como membro da APROCS
e fã incondicional dos profissionais
desta indústria, é um privilégio
e uma satisfação ver o empenho
das candidaturas, o nervosismo
de quem aguarda a decisão
e os discursos eufóricos de quem
vê o seu esforço reconhecido.

Porém, raro é o ano em que não

Autor — CX Blog
me perguntam “mas se são prémios
individuais, o que é a empresa ganha
com isso?” Até existe quem defenda
o contrário, “se o meu colaborador
é tão bom, não tenho interesse em
que a concorrência saiba disso!”
“Aquilo que inicialmente A seleção das candidaturas que
poderia ser encarado como representam a nossa empresa não
é um processo simples, e apesar
uma feira de vaidades, pode
de ter testado algumas variantes,
se transformar num exercício
é muito gratificante quando simulamos
de consciência coletiva uma semi-final interna, sobretudo
perante questões de atividade se envolvermos outras áreas que
operacional e liderança” não o Contact Center. A discussão
da justiça com que se faz esta seleção
Reconheço que são dilemas é facilitada pelas evidências e resultados
importantes e que devemos proteger de performance, contudo é muito
o que temos de valioso, porém este importante se aquilo que comunicamos
percurso de candidaturas não se é percecionado da mesma forma.
resume apenas ao resultado final Quem é o nosso melhor Supervisor
– o proveito não se alcança somente ou Operador pode ser evidente
com o pódium e todas as etapas para quem trabalha diariamente
podem ser bastante relevantes lado a lado, mas será que as outras
dentro da nossa empresa. áreas da empresa percebem isso se
lerem o formulário de candidatura?
Qualquer que seja a competição, Conseguimos efetivamente comunicar
os formulários de candidatura são o valor das nossas pessoas, de uma
um ótimo exercício de reflexão forma simples e inequívoca, através
individual – o que alcancei no último de indicadores e evidências de
ano? Consigo medir e ter as métricas qualidade e consistência? Esta etapa
indexadas à minha performance? de seleção é uma excelente
Fiz a diferença ou somente o esperado? oportunidade para avaliar o que se
Como é que me defino como entende por qualidade percepcionada,
profissional e de que forma me distingo e também de reforçar e enaltecer
dos meus colegas? O entusiasmo inicial internamente o talento que temos
de “merecer o prémio” passa muitas no Contact Center.
vezes para um sentimento de angústia
e de querer mostrar efetivamente qual
“É ótimo termos um passado
foi o nosso percurso, ou para um suspiro
vitorioso mas é igualmente
de “podia ter feito mais e melhor”.
Aquilo que inicialmente poderia ser
importante termos um futuro
encarado como uma feira de vaidades, cheio de ideias”
pode se transformar num exercício de
consciência coletiva perante questões
de atividade operacional e liderança.
Numa era de comunicação visual Os vencedores partilham sempre o seu

Sandra Matos
e resumida, em que é difícil captar valor, evidências reais do seu dia-a-dia,
e reter a atenção, a introdução de um com enorme orgulho e satisfação.
vídeo que acompanha a candidatura Se por um lado podemos ter alguém
abriu espaço para a criatividade a representar a nossa empresa
individual e skills de story telling de forma tão aguerrida em palco,
– e que pode ser o melhor aliado ou também podemos ter os nossos
o pior inimigo de uma candidatura talentos a assistir, a inspirarem-se,
sólida. Na escala entre o excesso de a tomarem notas e a pensar “para o ano
criatividade e o relato monocórdico sou eu a ganhar!” – é ótimo termos um
daquilo que se escreveu na candidatura, passado vitorioso mas é igualmente
abre-se um mundo de opções nem importante termos um futuro cheio
sempre consensuais no momento de ideias (muitas delas já testadas!).
da escolha. Uma das questões que
se pode colocar em caso de empate O risco de cobiçarem os nossos
é se a área Comercial poderia utilizar talentos existe, mas se este percurso
esse vídeo para mostrar o nosso talento for de apoio, reconhecimento e voto
a um potencial cliente. Se a resposta for de confiança num futuro promissor,
negativa, e se investirmos em formação é provável que seja ele próprio a não
neste sentido, a probabilidade querer sair – e de vestir a nossa
de “vitória” não se resume apenas camisola com (ainda mais) orgulho!
ao prémio, mas sim a um colaborador 48
mais sólido que entende a verdadeira —
necessidade de comunicar de forma 49
mais eficaz.

Se não formos a concurso, é verdade


que não perdemos – mas também
não conseguimos aferir o nosso
posicionamento perante o mercado.
Sobretudo nas competições
internacionais, é uma excelente
forma de benchmarking e um
mote para mudar, melhorar e inovar.

Autor — CX Blog
AUTORES DANIELA

CX BLOG CASTANHO
Diretora de Operações
de Contact Center
Newspring

EDUARDO
ANA RITA MATOS
SIMÕES Director
Operations Director Customer Service
Allianz Partners TAP Portugal

CARLOS EVA
GONÇALVES LARANJEIRA
Directora Operacional
CEO Avila Spaces
GVP

CLÁUDIA FÁTIMA
SERRA COSTA
Diretora do Serviço
Diretora
de Atendimento
de Outsourcing
ao Cliente CTT

CRISTIANI FERNANDO
OLIVEIRA MATOS
Mystery Shopping Partner & Co-Founder
Director Intercampus Closer
Autores
JORGE RAQUEL
PIRES SERRADILLA
Assessor da Direção Advisory Board
APCC Member GoContact

LADISLAU RUI
BATALHA MARQUES
Operations Director CEO
Teleperformance GoContact

MANUEL RUI
50
ALÇADA SANTOS

Diretor Executivo General Manager 51
Happy Work InPar

NUNO RUI
MARGARIDO TEIXEIRA
Managing Director
Diretor
ManpowerGroup
Geral Vantask
Solutions

CX Blog — The Book


PEDRO SANDRA
MONTEIRO MATOS
Head of Operations Head of Operations
Wizink SIBS
by GoContact

RUI PAULO SARA DANIEL RICARDO


MARQUES GONÇALVES SILVA CASTILHO NEVES
CEO CMO Marketing Digital Design
Manager Marketing & Webdesign
Manager Manager

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