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1. Introdução
2.1. Definição....................................................................................... 09
2.2. Concepção do programa................................................................... 10
2.3. Sistemas de coleta.......................................................................... 10
2.4. Etapas do planejamento................................................................... 12
2.5. Custos e benefícios......................................................................... 14
4. Leituras complementares............................................................... 29
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1. Introdução
Rio de Janeiro, capital federal, ano de 1904. O povo amotinado levanta barricadas. Bondes são depredados
e incendiados. Lojas saqueadas. O episódio fica conhecido como a Revolta da Vacina. O Rio de Janeiro é uma
cidade com ruelas estreitas, sujas. Cheia de cortiços onde se amontoa a população pobre. A falta de saneamento
básico e as condições de higiene fazem da cidade um foco de epidemias, principalmente febre amarela, varíola e
peste. Em 1895, ao atracar no Rio de Janeiro, o navio italiano Lombardia perdeu 234 de seus 337 tripulantes,
mortos por febre amarela.
“Viaje direto para a Argentina sem passar pelos perigosos focos de epidemias do Brasil”.
Com esta propaganda, uma companhia de viagem européia tranqüilizava seus clientes, no início do
século (TV Cultura/Alô Escola).
A relação entre o meio ambiente construído e a qualidade de vida neste ambiente é conhecimento
secular no Brasil. Em 1875, o Código de Posturas da cidade de São Paulo já trazia um artigo intitulado
“Dos resíduos sólidos e salubridade”, demonstrando a percepção da influência da má disposição do lixo no
surgimento das epidemias. Há muito tempo sabe-se, então, que as alterações do meio ambiente, a
degradação dos recursos naturais e o surgimento de riscos à saúde humana estão intimamente associados.
A preocupação com a saúde e as intervenções no ambiente foram, nas primeiras décadas do
século XX, essencialmente relacionadas à contaminação da água para consumo humano e ao controle de
insetos (como o mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue), reservatórios ou hospedeiros (animais que
podem manter e transmitir doenças, como o cão e a raiva) e peçonhentos (animais que podem inocular
venenos, como algumas cobras e aranhas).
Cabe lembrar que os resíduos gerados até meados da década de 50 eram, em grande parte,
degradáveis ou retornáveis. A crescente complexidade do meio urbano trouxe novas características aos
resíduos e inúmeros outros fatores de riscos à saúde humana: contaminações dos recursos hídricos por
produtos que contêm metais pesados e outros componentes potencialmente perigosos, a não
degradabilidade de embalagens, seu excesso e descarte descuidado nas vias públicas - razão primeira
dos problemas sanitários causados pelas enchentes.
Atualmente, saneamento ambiental é o conjunto de ações que promove o esgotamento sanitário
de todos os domicílios e estabelecimentos, a universalização do abastecimento de água potável, a
revitalização dos corpos hídricos e o adequado gerenciamento dos resíduos sólidos municipais.
Evidentemente estas atividades estão associadas. O abastecimento de água potável, por exemplo, não
pode mais ser visto como a simples captação, tratamento biológico e distribuição. Há que se conter a
vertiginosa contaminação dos recursos hídricos pelo lançamento de efluentes industriais e pelo chorume
dos lixões e aterros mal operados.
Cada brasileiro produz cerca de 1 kg de lixo por dia. Do lixo que chega a ser coletado no país, mais de
75% é despejado em lixões, locais em que não recebe nenhum tratamento que diminua seu impacto no
ambiente. Aí gera poluição do solo, da água subterrânea e do ar, degrada a paisagem e atrai uma população
enorme de pessoas excluídas do mercado de trabalho. Há milhares de pessoas vivendo da catação de
resíduos nas ruas e nos lixões brasileiros! Infelizmente, segundo o último inventário de resíduos do Estado
de São Paulo, este número vem aumentando.
Mesmo nas cidades que possuem aterros sanitários, o problema persiste. Considerando a lenta
degradação dos resíduos (Anexo I), o lixo vai ocupando rapidamente todo o espaço disponível. E o país
não possui muitas áreas disponíveis ou adequadas, sob o aspecto ambiental e geomorfológico, onde
despejar os resíduos.
O que fazer, então, com tanto lixo? Sob o aspecto ambiental, os resíduos devem ser minimizados.
Operacionalmente, os resíduos devem ser gerenciados de modo integrado. Já sua gestão deve ser
compartilhada, ou participativa, envolvendo ações articuladas entre o poder público, a iniciativa privada e a
sociedade. Estas questões serão discutidas a seguir.
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Reduzir o consumo – evitar a produção de lixo e ofender menos a natureza – certamente não é fácil
na nossa sociedade urbano-industrial, em que o avanço tecnológico, a propaganda e, fundamentalmente,
a desagregação das relações familiares e comunitárias contribuem para um estilo de vida fortemente
consumista. Mas este desafio deverá ser enfrentado se quisermos uma sociedade efetivamente sustentável,
num planeta com recursos preciosos e finitos.
Portanto, além de pensarmos num fim para nossos resíduos, precisamos considerar seu começo.
Isto é: de onde vem tanto lixo? Tudo o que usamos é realmente necessário?
REDUÇÃO NA
GERAÇÃO
MINIMIZAÇÃO REUTILIZAÇÃO
DE RESÍDUOS
RECICLAGEM
T R ATA M E N T O
CONTROLE
DISPOSIÇÃO
FINAL
RECUPERAÇÃO DE
CORREÇÃO
ÁREAS DEGRADADAS
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O gerenciamento integrado de resíduos pode ser implementado por meio de um Plano Diretor de
Resíduos Sólidos, que deve:
• diagnosticar os problemas associados à coleta, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos
• avaliar as atuais tecnologias disponíveis para destinação final de resíduos domiciliares, hospitalares e
industriais, observando-se os aspectos técnicos, econômico-financeiros e ambientais
• propor soluções e cenários para os próximos cinco, dez, quinze e vinte anos,
• adotar, nas análises e proposições, enfoque regional e integrado, priorizando parcerias com outras
prefeituras e consórcios intermunicipais; na construção de um aterro, por exemplo, a falta de áreas
disponíveis no município, os custos de implantação e/ou restrições ambientais tornam uma solução
consorciada bastante interessante
• ser discutido com a população
• ter dotação orçamentária própria
• após sua aprovação pelo poder legislativo, ser revisto periodicamente.
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As prefeituras municipais, pela constituição brasileira, são responsáveis pela implementação das
ações relativas ao gerenciamento de resíduos. Nos sistemas tradicionais de limpeza urbana, a ênfase é
colocada nos aspectos operacionais e técnicos, acreditando-se que competências em engenharia e logística,
por exemplo, garantirão a qualidade dos serviços públicos de coleta e destinação dos resíduos.
É evidente, porém, que a população é inteiramente responsável, pelo menos, pelas atividades de
geração e acondicionamento dos resíduos. Neste sentido o êxito de um programa municipal de limpeza
depende de uma gestão compartilhada, ou participativa, destes resíduos.
A gestão compartilhada, pressupondo o envolvimento de parceiros, também contribui para a
sustentabilidade política e econômica, especialmente dos programas de coleta seletiva, cuja implementação
exige infraestrutura específica e, portanto, recursos adicionais.
A experiência brasileira é rica em exemplos de gestão compartilhada de resíduos, conceito fortalecido
com a criação, em 1998, do Programa Nacional Lixo e Cidadania, coordenado pelo UNICEF- Fundo das
Nações Unidas para a Infância (leia mais em www.lixoecidadania.org.br)
Algumas ações associadas à implementação de um Plano Diretor de Resíduos e seus respectivos
parceiros são exemplificadas no quadro a seguir. Para ressaltar a possibilidade de envolvimento de agentes
também financiadores neste processo, estes foram incluídos no quadro como “parceiros”.
Nesta parceria com os catadores, as prefeituras fornecem às cooperativas um ou mais dos seguintes
apoios:
• veículos para a coleta seletiva
• terrenos ou galpões para a criação de centrais de triagem e armazenamento de materiais
• equipamentos para triagem e beneficiamento de recicláveis (como mesas, prensas, trituradores e
balanças)
• uniformes e equipamentos de proteção individual
• capacitação técnico-administrativa e orientação profissional
• atendimento à saúde
• alfabetização e educação
• assistência social, na forma de creches para os filhos dos catadores, cestas básicas, inclusão em
programas de habitação, etc.
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Uma política nacional de resíduos voltada a reduzir a geração de lixo deve valorizar de modo
diferenciado embalagens e produtos, rever incentivos econômicos para a exploração de matéria-prima
virgem, e fortalecer o mercado para recicláveis.
Na valorização de embalagens e produtos, devem ser privilegiadas a produção de utensílios e
embalagens retornáveis, ou reutilizáveis (cascos, vasilhames, garrafas com “depósito”). Este tipo de
embalagem já é incentivado em vários países. Na Alemanha, o Ministério Federal do Meio Ambiente fixou a
parcela de participação deste tipo de embalagem no mercado: 79% em 1998 e 81% no ano 2000. A
Dinamarca, por sua vez, proibiu, em 1977, o uso de embalagens descartáveis para bebidas não-alcoólicas,
e em 1981, para cerveja.
A política nacional de resíduos também pode limitar a distribuição de produtos e utensílios
descartáveis, como sacolas de supermercado. Com objetivo de diminuir a sujeira nas ruas do país e a
quantidade de lixo, o governo da África do Sul, por exemplo, proibiu que lojas distribuam a seus clientes
sacolas plásticas para carregar mercadorias. O comerciante que der sacolas para seus clientes poderá
receber uma multa de cerca de US$ 14 mil e até ser condenado a dez anos de prisão. Já na Irlanda, um
imposto cobrado em sacolas plásticas, antes distribuídas “gratuitamente” aos consumidores, reduziu em
90% o uso destas sacolas. O consumidor que quiser a sacola paga 15 cents por unidade, contribuindo
para um fundo de projetos de gerenciamento de resíduos.
Em segundo lugar, uma política nacional de resíduos deve promover, dentre as descartáveis, as
embalagens que sejam pelo menos recicláveis. Neste sentido, a política deve responsabilizar os produtores
pela criação de mecanismos efetivos de recuperação destas embalagens, que podem incluir o apoio financeiro
às prefeituras interessadas na implantação de programas de coleta seletiva e o incentivo para a criação
de empresas recicladoras. Aliás, as próprias indústrias podem trabalhar de forma integrada, organizando
sistemas de coleta e estruturando suas centrais de triagem, a exemplo do que ocorre em algumas localidades
na França. Neste caso, o poder público local pode se concentrar mais nas atividades de educação da
comunidade, supervisão do programa e fiscalização.
Por último, uma política nacional de resíduos deve desestimular a produção e distribuição de
embalagens e produtos que sejam simultaneamente descartáveis e não-recicláveis, que inevitavelmente
se transformam em lixo. É o caso de certos tipos de espumas, celofane, sacos compostos de diversos
materiais (como papel plastificado e papel aluminizado), dentre outros, que não são recicláveis sob o
aspecto tecnológico ou, pelo menos por enquanto, não são reciclados em escala comercial no Brasil.
Com o intuito de incentivar a recuperação de materiais, uma política nacional de resíduos também
deve fazer frente às atuais políticas econômicas que subsidiam a exploração de matéria-prima virgem e o
uso de energia nos diversos processos produtivos. Da mesma forma devem ser revistas as diretrizes
econômicas que facilitam a importação de “resíduos”, como aparas para a produção de papel reciclado e
pneus usados. Além disso, uma política nacional de resíduos deve estar alinhada às políticas de apoio ao
desenvolvimento econômico, que poderão ter como princípio destinar parte de sua verba à gestão de
resíduos sólidos.
Uma política nacional de resíduos também deve fortalecer o mercado para recicláveis, através de
instrumentos normativos, creditícios e administrativos. O próprio governo, que é um grande comprador,
deve adquirir, sempre que possível, produtos reciclados, exigindo o mesmo de seus fornecedores. O mercado
também pode ser indiretamente fortalecido por medidas que estipulem taxas mínimas de reciclagem. Na
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Alemanha, o Ministério do Meio Ambiente determinou que, a partir de 1995, 80% das embalagens teriam
de ser desviadas dos aterros, e 90% destas, recicladas – estes percentuais não podem incluir a incineração.
Já em Portugal, um decreto-lei rege que, até o final do ano 2005, deve ser valorizado um mínimo de 50%
em peso dos resíduos de embalagens.
A proposta brasileira de Política Nacional de Resíduos, ainda em discussão, tem por objetivo não só
a minimização dos resíduos, mas também:
proteger a saúde humana e a qualidade ambiental
preservar os recursos naturais
dar sustentabilidade aos padrões de consumo
incentivar a produção mais limpa
aumentar a produtividade do sistema econômico
estimular a geração de emprego e renda
promover a inclusão social de catadores
2. Coleta Seletiva
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Em linhas gerais, os motivos para se criar e desenvolver um programa de coleta seletiva têm a
seguinte natureza:
A coleta seletiva pode ser realizada 1) porta a porta, em que o veículo coletor percorre todas as
vias públicas, recolhendo os materiais pré-selecionados, dispostos em frente aos domicílios, estabelecimentos
comerciais, ou 2) em postos (ou pontos) de entrega voluntária, chamados popularmente de PEVs.
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Tabela 2 - Padrão de cores para identificação de recipientes para descarte seletivo de resíduos
(CONAMA, Resolução n° 275/ 2001)
etc.), com grande afluxo de pessoas e fácil acesso para carga e descarga, como a proximidade de
estacionamentos, etc. Devem ser dimensionados em função do volume de recicláveis gerado na sua área
de abrangência e da disponibilidade de infraestrutura para coleta. Ou seja, o PEV pode ser relativamente
menor se a coleta for mais freqüente, devendo ser maior se a coleta for mais esporádica. Embora a
composição do lixo urbano das cidades brasileiras seja similar, é interessante que se tenha um diagnóstico
dos resíduos do local onde será instalado.
Os PEVs podem ter um design personalizado, produzidos pela própria municipalidade ou comprados
de fornecedores especializados. O modelo adotado também deve levar em consideração se o PEV ficará
totalmente ao ar livre ou sob alguma cobertura, a facilidade de limpeza e manuseio pelos coletores, e a
altura das aberturas (no caso de PEVs em escolas, por exemplo, cujo público alvo é essencialmente infantil).
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Existem boas publicações sobre como implantar programas de coleta seletiva nos mais diversos
contextos – municípios, condomínios, empresas, escolas, etc.
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Na avaliação do êxito do programa deve ser considerada sua confiabilidade perante a população.
A comunidade deve estar segura de que há seriedade no serviço, o que pode ser percebido pela regularidade
da coleta, pela motivação dos funcionários ou catadores envolvidos, pela clareza, precisão e acessibilidade
das informações pertinentes e pela transparência na destinação dos materiais coletados. Todos estes
cuidados devem ser tomados para manter a credibilidade da programa, lembrando que é muito mais difícil
retomar um programa interrompido do que iniciá-lo, tendo que lidar com as expectativas frustradas da
comunidade.
Embora a coleta seletiva de materiais não esteja dissociada da economia, e não possa ignorar
questões como eficiência e custo/benefício, a motivação para a criação de um programa e os indicadores
de seu sucesso não podem ser encontrados numa simples planilha de balanço financeiro.
A análise econômica de um programa de coleta seletiva deve incluir itens como os custos de coleta,
as exigências do mercado, as despesas com outras alternativas de destinação dos resíduos (como
tratamento e aterramento) e infra-estrutura e tecnologia para triagem e reciclagem.
As prefeituras investem em sistemas de limpeza urbana. A Prefeitura do Município de São Paulo,
por exemplo, gasta mais de R$ 1 milhão por dia para recolher o lixo da cidade, quase um terço do que
aplica em educação.
O custo médio observado para a coleta de uma tonelada de materiais pré-selecionados do lixo
domiciliar é superior ao da coleta convencional. Por outro lado, para cada tonelada destes materiais que é
recuperada, as municipalidades também deixam de gastar com a coleta destes como lixo e seu posterior
aterramento.
Os custos de um programa municipal de coleta seletiva estão condicionados às tarefas que as prefeituras
executam. Quanto menos compartilhada a gestão dos resíduos, com o envolvimento de menos parceiros,
a prefeitura terá despesas crescentes se couber a ela:
1) a coleta apenas em PEVs, diminuindo os percursos a serem percorridos pelos veículos;
2) a coleta porta a porta mas não a triagem dos materiais; nas parcerias com catadores, por
exemplo, o custo do programa recai mais na coleta, pois a triagem é feita nas cooperativas;
3) a coleta porta a porta e a triagem dos materiais; dentre estes programas os custos poderão ser
menores também em função da proximidade entre o “programa” e o mercado reciclador; cidades mais
distantes de centros industriais, cujo escoamento dos recicláveis é mais difícil e “encarecido” pelas despesas
maiores com frete, tenderão a ter menor retorno financeiro da comercialização destes materiais.
Embora seja cobrada dos domicílios e demais estabelecimentos urbanos uma taxa municipal de
remoção de lixo, contida no IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano, o montante arrecadado pela
municipalidade é normalmente muito inferior às reais despesas dos serviços de limpeza. Além disso, a taxa
de remoção de lixo só passa a ser cobrada quando um indivíduo declara que construiu em terreno de sua
propriedade, após o pagamento da taxa de habite-se, o que não acontece em vários municípios devido a
posses, grilagens e falta de fiscalização em obras particulares. Aliada, ainda, à inadimplência, essa baixa
arrecadação agrava a situação dos cofres públicos, muitas vezes desestimulando, por parte das prefeituras,
a criação de programas que exigem certo investimento... como os de coleta seletiva. Este quadro poderá
ser revertido com a implementação de políticas públicas voltadas para a minimização de resíduos, que
incluam mecanismos e instrumentos capazes de “cobrar” de todos os geradores (produtores e consumidores)
sua participação econômica no equacionamento da problemática do lixo urbano.
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Face aos custos dos programas de coleta seletiva, muitos se perguntam se não existem alternativas
mais baratas, mas igualmente apropriadas sob o aspecto ambiental, de destinação de resíduos. Cabe
ressaltar, perante esta dúvida, que a coleta seletiva não é uma simples opção para o tratamento do lixo.
Quando baseada num consistente programa de Educação Ambiental, a coleta seletiva é, antes de tudo,
um ponto de partida, ou suporte, para o desencadeamento de mudanças de comportamento. Mesmo a
existência de uma usina eficientíssima de reciclagem e compostagem (se tal instalação existisse) não
estimula a discussão de noções básicas de higiene, de combate ao desperdício, de padrões de consumo/
consumismo, enfim, de uma nova mentalidade ambiental que favoreça a reflexão sobre a cidadania e o
direito de descartar e gerar lixo.
Neste sentido, as análises convencionais da relação custo/benefício de um programa de coleta
seletiva, feitas por administradores municipais, pesquisadores e até pela imprensa, tem sido simplistas,
esquecendo-se de abordar as vantagens sócio-educativo-ambientais da separação de resíduos para
reciclagem (ou reuso ou compostagem) que também têm valor econômico. Quanto uma prefeitura deixa de
gastar, por exemplo, com o serviço de varrição de ruas, quando as pessoas estão mais sensibilizadas a
não jogar lixo em logradouros públicos? (No Rio de Janeiro, por exemplo, a Companhia de Limpeza Urbana-
COMLURB verificou que cerca de 40% do lixo recolhido na cidade é oriundo da varrição de ruas, e não da
coleta regular nos estabelecimentos.) E com assistência à saúde da população, se as pessoas adotam
hábitos mais higiênicos e solidários, reduzindo, inclusive, o risco de acidentes, até por parte dos coletores?
E com material de consumo, se os funcionários (das próprias instituições gestoras de programas de coleta
seletiva) estão motivadas a evitar desperdícios?
Enquanto a simples destinação do lixo a um aterro, em seus aspectos técnicos, costuma ser
competência e atribuição de uma só secretaria municipal, como a de Serviços Urbanos, um programa de
coleta seletiva é da alçada de toda uma administração pública, envolvendo os setores responsáveis pelas
pastas de Meio Ambiente, Cultura, Educação, Saúde, Promoção Social, pelo menos. Assim, se os custos do
programa fossem distribuídos entre os orçamentos das diversas secretarias envolvidas, como ocorre com
seus benefícios, as prefeituras perceberiam que a coleta seletiva, na verdade, não pesa tanto aos cofres
municipais.
As análises de custos e benefícios que normalmente questionam a viabilidade de investimentos em
programas de coleta seletiva também subestimam os gastos reais, diretos e indiretos, da manutenção de
aterros ou da existência de lixões. Há casos curiosos do impacto de um lixão numa cidade. Em Lins, por
exemplo, interior de São Paulo, o aeroporto precisou ser
interditado devido à grande população de urubus do lixão, que colocava em risco o tráfego aéreo. Isso não
interfere na vida econômica do município?
Enquanto “continuarmos a achar que a destinação de resíduos a lixões é grátis, certamente qualquer
alternativa será mais cara” (IPT/CEMPRE, 1995). Além disso, o custo da coleta regular de lixo, na prática,
não é um valor fixo. Se ele incorporar o investimento necessário à construção de novos aterros, crescerá
de forma inversamente proporcional à taxa de “esgotamento” dos atuais aterros. Evidentemente um
programa de coleta seletiva terá um valor mais palpável nos municípios que não dispõem de áreas para a
instalação de aterros e/ou que já possuem aterros cuja operação é cara. Aponta-se, portanto, a necessidade
deste cálculo de custos incluir: a desapropriação de novos terrenos, cada vez que um lixão/aterro é saturado,
considerando também que as áreas disponíveis tornam-se cada vez mais caras; o aumento nas distâncias
a serem percorridas (da geração ao destino), considerando que estas áreas ficam cada vez mais afastadas
dos centros urbanos, muitas vezes em municípios vizinhos; a eventual despesa em técnicas de
descontaminação do solo; a obtenção de material para cobertura dos resíduos, cada vez mais escasso; e
a recuperação vegetal da área degradada, dentre outros pontos.
Algumas pesquisas brasileiras sobre coleta seletiva, inclusive de cunho acadêmico, levantam a
questão de que a coleta seletiva no Brasil ainda não é auto-sustentável. Na verdade, a preocupação não
procede se entendermos a coleta seletiva como estratégia dentro de programas mais abrangentes de
saneamento básico, de saúde e de educação. Por outro lado, a adoção de uma abordagem macroeconômica
e macro-espacial na avaliação dos programas de coleta seletiva, voltados para a reciclagem de materiais
(ou reuso ou compostagem), poderá melhor demonstrar a relevância desta atividade para o desenvolvimento
economicamente sustentável do País. Considerando-se inúmeros outros critérios na análise econômica,
como redução no consumo de água e energia e nos custos de controle ambiental, cada tonelada de
material que se deixa de reciclar no município de São Paulo significa R$ 712 não ganhos (CALDERONI,
1997).
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Este bloco aborda alternativas de destinação para alguns grupos de resíduos, mais frequentes no
lixo urbano. Não são apresentadas alternativas de tratamento e destinação de resíduos industriais, de
responsabilidade de seus geradores, com base em rigorosa legislação ambiental.
São apontadas também algumas possibilidades de redução na geração e formas de tratamento,
como a compostagem, para resíduos orgânicos, e a esterilização, para resíduos de serviços de saúde.
A coleta seletiva têm como alvo principal materiais recicláveis como papel, plásticos, vidro e metais,
que compõem cerca de 35% do peso do lixo, mas representam uma parcela significativamente maior em
volume (que é o que ocupa espaço nos aterros!).
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Os dados apresentados mostram que, apesar de apresentar menor impacto ambiental que a
produção original de cada material, a reciclagem, como qualquer atividade industrial, também consome
água e energia, polui o ar e a água... e gera seus próprios resíduos. A reciclagem de papel, por exemplo,
produz um efluente com fibrículas e sulfato de alumínio e libera gases como monóxido de carbono e dióxido
de enxofre, quando da queima de combustíveis durante a secagem, e fuligem, se for usada lenha (CEMPRE,
1995).
Outra limitação associada à reciclagem, como panacéia para o problema do lixo, está no uso de
material reciclado em certos produtos. restrições legais, por exemplo, para o uso plástico reciclado pós-
consumo. Este não pode ser utilizado na produção de brinquedos, insumos hospitalares e embalagens de
bebidas e de alimentos, devido aos riscos de contaminação por outras substâncias. Plástico reciclado
normalmente é usado na produção de peças como mourões, vigas, eletrodutos, mangueiras, tubos, lonas,
sacos para lixo, material de enchimento e embalagens para produtos de limpeza.
Por tudo isso, continua sendo mais interessante ambientalmente reduzir a geração de resíduos. A
Tabela 4 exemplifica a possibilidade de substituição de alguns produtos descartáveis por outros duráveis.
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As telhas de caixas longa vida atualmente comercializadas, embora possuam qualidades bem
superiores às de amianto - são isolantes térmicos, duráveis e visualmente agradáveis - são fabricadas
basicamente com refugos da própria indústria da embalagem.
3.3. Pneus
Normalmente pneus não são coletados como lixo pelos sistemas municipais de limpeza pública. Por
outro lado, quando são efetivamente encaminhados a aterros, podem acumular gases no seu interior
gerando riscos de explosão.
Preocupados com esta disposição inadequada, que acumula água ou compromete sistemas de
drenagem, e a queima freqüente nos próprios borracheiros, alguns programas de coleta seletiva passaram
a abranger pneus. Normalmente seu destino é a recauchutagem – os “carcaceiros” brasileiros recuperam
cerca de 2/3 da produção nacional. Outra opção é a reciclagem da borracha, que recupera 10% dos pneus
descartados.
Visando regulamentar a destinação dos pneus inservíveis, o CONAMA publicou a Resolução 258/
99, impondo que as empresas fabricantes e produtoras façam a coleta e dêem uma destinação final
ambientalmente adequada aos resíduos, empreendendo metas progressivas para diminuir o passivo
ambiental.
A ANIP - Associação Nacional de Indústrias Pneumáticas tem sido parceira de alguns programas de
coleta seletiva. Os pneus coletados por alguns programas municipais e da iniciativa privada são
encaminhados para fornos das indústrias cimenteiras.
3.4. Orgânicos
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Leia mais em: Alguns resíduos orgânicos, como cascas de coco, por serem de difícil
decomposição, não costumam ser compostados. Em certos casos, as fibras
CEMPRE. Reciclagem são aproveitadas na confecção de vasos (como xaxins) e tubetes para o
& Negócios - Fibras plantio de mudas.
de Coco, 1998.
3.5. Entulho
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3.6. Pilhas
As pilhas contêm elementos muito tóxicos como chumbo, níquel, cádmio, mercúrio e zinco.
Descartadas inadequadamente, liberam estes elementos para o ambiente, podendo contaminar o solo e
cursos d’água, chegando também à cadeia alimentar humana. Neste caso, podem provocar sérios efeitos
à saúde, incluindo disfunções pulmonares, renais, estomacais, neurológicas e cerebrais.
No Brasil, a Resolução 257/99 do CONAMA definiu que “as pilhas e baterias que contenham em suas
composições chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos, necessárias ao funcionamento de quaisquer tipos
de aparelhos, veículos ou sistemas, móveis ou fixos, bem como os produtos eletro-eletrônicos que as contenham
integradas em sua estrutura de forma não substituível, após seu esgotamento energético, serão entregues
pelos usuários aos estabelecimentos que as comercializam ou à rede de assistência técnica autorizada pelas
respectivas indústrias, para repasse aos fabricantes ou importadores, para que estes adotem, diretamente ou
por meio de terceiros, os procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final ambientalmente
adequada”.
No entanto, pela mesma resolução, a diminuição desses metais pesados nas pilhas desobriga os
fabricantes e importadores desta coleta e orienta os consumidores a descartá-las no lixo comum. Ainda
que o conteúdo tóxico de uma única pilha possa ser desprezível, o efeito da somatória das pilhas descartadas
continua sendo impactante. Neste sentido, é interessante reduzir o consumo de pilhas e, sempre que
necessário, adotar o modelo recarregável.
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Apesar dos resíduos de mercúrio serem classificados como tóxicos pela NBR 10.004, existe uma
lacuna na legislação brasileira no tocante ao descarte, acondicionamento, coleta e disposição final das
lâmpadas fluorescentes. No Estado de São Paulo existem inúmeras indicações e apenas projetos de lei
dispondo sobre o descarte e destinação final das lâmpadas.
O município de São Paulo possui legislação específica sobre lâmpadas fluorescentes. A Lei 12.653/
98 proíbe sua coleta pelos serviços de remoção de lixo e determina que o Poder Executivo crie um serviço
especial para destinar esses resíduos. Esta lei, porém, não vem sendo aplicada.
Uma opção para a destinação das lâmpadas fluorescentes é a reciclagem de seus componentes, basicamente
o mercúrio, o alumínio e o vidro. Em São Paulo existe a Apliquim, em Paulínia (www.apliquim.com.br), que
possui licença ambiental (estadual e do IBAMA) para esta atividade. A reciclagem das lâmpadas é paga
pelos usuários, já que a venda dos recicláveis não cobre os custos do processo de descontaminação.
Neste sentido, a destinação adequada das lâmpadas descartadas vem sendo assumida basicamente por
empresas realmente engajadas com a preservação ambiental.
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Segundo a agência de proteção ambiental americana (EPA), um litro de óleo usado tem o potencial
para contaminar até 1 milhão de litros de água potável. (EPA, 1994). O óleo usado pode ser reutilizado
como lubrificante ou matéria-prima no refino de outros produtos da indústria petroquímica.
A Resolução CONAMA 9/93 define os diversos óleos lubrificantes, sua reciclagem, combustão e seu
re-refino, prescreve diretrizes para sua produção e comercialização e proíbe o descarte indevido de óleos
usados. No Brasil, os óleos são trocados em oficinas e postos especializados, donde são coletados por
empresas cadastradas no Departamento Nacional de Combustíveis.
Usados em larga escala nas obras e nos domicílios e vendidos sem qualquer orientação sobre
formas adequadas de manuseio, descarte e destino, esses produtos geram resíduos que podem contaminar
solo, água e pessoas. Não há, até o momento, nenhuma legislação que co-responsabilize as indústrias
que os fabricam, os comerciantes e os usuários. A saída, por enquanto, é avaliar a real necessidade de
uso destes produtos. Eventuais sobras, em suas embalagens originais, devem ser doadas.
Alguns programas de coleta seletiva municipais reservam datas para a coleta especial destes
objetos, como o Cata-Treco. Algumas entidades assistenciais também oferecem serviços de remoção de
móveis, livros, roupas e outros utensílios, mesmo que requeiram conserto ou reforma. Consulte as
possibilidades de destinação em cada localidade.
3.13. O resto
O “resto”, ou rejeito, aquilo que não pode ser coletado seletivamente pois não poderá ser
aproveitado, é composto de:
• materiais não recicláveis tecnológica ou comercialmente, como madeira, isopor, couro, tecidos, espumas,
fitas adesivas, espelhos, vidro plano, lâmpadas incandescentes, celofane, cerâmica, peças mistas,
etc. (veja mais na tabela 5)
• materiais recicláveis muito sujos, como embalagens com resíduos de alimentos,
• resíduos perigosos como lâmpadas fluorescentes, pilhas, medicamentos, frascos de venenos, solventes,
etc.
Estes resíduos devem ter sua geração reduzida, sempre que possível, ser coletados pela Prefeitura
e encaminhados a aterros.
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Observação
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Anexo II - Incineração
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Uma usina de compostagem é um conjunto de máquinas (esteira rolante, eletroímãs, peneiras, etc.)
e funcionários que separam objetos recicláveis da massa principal de lixo, que será transformada em
adubo. Num programa de coleta seletiva, a usina é a própria comunidade, separando resíduos nos domicílios
e estabelecimentos, destinando-os a uma central de triagem para separação mais fina e beneficiamento.
Do lixo que chega a uma usina recuperam-se, em média, 3% de recicláveis. Papel e papelão,
presentes em grande quantidade, são quase sempre perdidos por estarem sujos e misturados com papéis
sanitários. A produção de rejeito (aquilo que não se aproveita da triagem, como as embalagens compostas
de vários materiais ou a vácuo, papel carbono, isopor, tecidos, etc.) é de 42%, em média. A eficiência das
operações está diretamente ligada à competência e boa vontade dos funcionários, o que torna o processo
muito vulnerável. Num programa de coleta seletiva recuperam-se cerca de 90 % de recicláveis – os 10 %
restantes são rejeito.
O composto orgânico formado na usina contém cacos de vidro, tampinhas e outras miudezas
inorgânicas que “escapam” da triagem, e às vezes está contaminado com metais pesados (como mercúrio,
chumbo e cobre) e líquidos tóxicos (que vazam de pilhas, por exemplo), segundo estudo realizado em 21
usinas de alguns estados brasileiros. Essa baixa qualidade do composto levou a usina de Araras, no
interior de São Paulo, por exemplo, a estocar 9 mil toneladas deste composto, para as quais não havia
compradores interessados. Já o resíduo orgânico coletado seletivamente pode ser compostado em montes
com umidade e arejamento adequados. Isso não exige máquinas, pois o material já vem separado pela
população.
Os materiais separados na usina, devido à contaminação, valem muito menos que aqueles coletados
seletivamente. Este valor é normalmente determinado por decreto, enquanto os recicláveis oriundos de
coleta seletiva são negociados livremente com sucateiros e indústrias.
Uma usina costuma ser apresentada (e vendida!) a administradores municipais como um equipamento
milagroso, que consegue “dar um fim ao problema do lixo” (segundo diversos prospectos e folhetos de
propaganda), dispensando outras alternativas para seu tratamento e, ainda, gerando lucro. É bom lembrar
que sua operação tem custo alto, exigindo troca periódica de peças e um tempo “de descanso” para
manutenção. O retorno financeiro de uma usina é nulo. Nenhuma usina brasileira é, sequer, auto-sustentável.
Apesar destes inconvenientes, muitas usinas se mantêm no País, operadas por empreiteiras
remuneradas pelas prefeituras de acordo com o número de toneladas de lixo processadas. Se a
produtividade fosse remunerada em função das toneladas efetivamente recuperadas, de recicláveis e
compostáveis, talvez as operadoras tivessem mais interesse em aprimorar o rendimento da triagem,
diminuindo os rejeitos do processo.
Mais grave, porém, que todos estes aspectos operacionais, é o fato de que a instalação de uma
usina numa cidade não contribui para a reflexão em torno do desperdício e da geração de resíduos. Pelo
contrário, alivia a consciência da comunidade, que se sente no direito, graças à nova parafernália tecnológica,
de consumir livremente e descartar tudo aquilo que não quer mais...
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Este modelo pode ser adaptado: categorias podem ser criadas, para destacar componentes freqüentes
no lixo, e agrupadas, também em função do local e época da amostragem. Cada componente do lixo
deve ser ensacado e pesado com uma balança de gancho (tipo dinamômetro), de banheiro ou de
plataforma.
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Nome:____________________________________________________________________
Responsável: ______________________________________________________________
Endereço: _________________________________________________________________
Fone: _______________________
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4. Leituras Complementares
ASSOCIAÇÃO Brasileira de Normas Técnicas. NBR 1004 e 1007. São Paulo, 1987.
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Humanas/USP, São Paulo, 1997. 348p.
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de Janeiro, 1998. 208p.
EIGENHEER, E. M., (org.) Raízes do Desperdício. Instituto de Estudos da Religião, Rio de Janeiro, 1993. 102p.
GRIMBERG, E., BLAUTH, P. Coleta Seletiva - reciclando materiais, reciclando valores. São Paulo, Instituto Pólis,
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GRÜN, Mauro. Ética e Educação Ambiental.2ª ed. Campinas: Papirus, 2000.
IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. PNSB - Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2000,
São Paulo, IBGE.
ALMEIDA, M. L. O. et al. Lixo municipal: manual de gerenciamento integrado. São Paulo, IPT/CEMPRE, 200.
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LAJOLO, R.D.(coord.) Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis: Guia para Implantação, Instituto de
Pesquisas Tecnológicas e SEBRAE-SP, 2003, 111p.
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TRAJBER, Rachel (org.). Avaliando a educação ambiental no Brasil: materiais impressos. São Paulo: Gaia,
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