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ROTEIRO TV
5º semestre/RTV
• O que é um roteiro?
Existem diversas formas de definir roteiro.
Segundo Syd Field, “o roteiro é uma história
contada em imagens, diálogos e descrições,
localizada no contexto da estrutura dramática”.
Para Luiz Carlos Maciel, roteiro é uma rota não
apenas determinada, mas “decupada”,dividida,
através da discriminação de seus diferentes
estágios. Roteiro significa que saímos de um
lugar, passamos por vários outros, para atingir
um objetivo final. Ou seja: o roteiro tem
começo, meio e fim.
ROTEIRO TV - Principais Conceitos
• O que é um roteiro?
Roteiro é a forma escrita de qualquer projeto
audiovisual. Em televisão, pode-se acrescentar
a esse conceito a descrição objetiva das
cenas, seqüências, diálogos e indicações
técnicas de vídeo e áudio (Doc Comparato).
É uma forma literária única, pois só existe
durante o tempo que leva para ser convertido
em um produto audiovisual. No entanto, sem
material escrito não se pode dizer nada, por
isso um bom roteiro não é garantia de um bom
programa, mas sem um roteiro não existe um
bom programa".
ROTEIRO TV - Principais Conceitos
• O que é um roteiro?
O roteiro é uma peça literária na qual o autor
só tem um recurso: a descrição. E ela precisa
ser compreendida por toda a equipe de
produção. Pra todo mundo entender, não pode
haver metáforas. Portanto, o bom roteirista não
é necessariamente um bom escritor, mas
aquele que sabe traduzir, com racionalidade e
clareza, o seu pensamento visual.
O roteiro é o desenvolvimento de um enredo
dentro de uma técnica determinada; é a base
de qualquer programa de TV.
ROTEIRO TV - Principais Conceitos
• Da pesquisa ao roteiro
A idéia, como já foi visto, é o princípio do roteiro,
é a base onde existirá todo o outro contexto
(conflito, personagens e ação dramática). Mas,
as idéias não surgem do nada, existe sempre
uma fonte de inspiração. Segundo o roteirista
Lewis Herman, as idéias podem ser originadas
de seis fontes. São elas:
Idéia verbalizada – Quando a idéia surge de
alguma conversa ou história que ouvimos.
Muitas vezes um comentário ou até uma
conversa alheia pode fornecer uma idéia.
ROTEIRO TV - Principais Conceitos
• Da pesquisa ao roteiro
Idéia selecionada – Tem se a idéia a partir de
alguma lembrança ou experiência pessoal. Este
tipo de idéia pode resultar em bons roteiros, mas
não é muito confiável, pois, sempre chega um
momento onde as memórias do autor, que
resultem num bom roteiro, se esgotam (Fellini).
Idéia lida – Quando a idéia surge a partir de
algo que lemos. Pode ser: jornal, revista, livro,
folheto. Esta fonte é ilimitada e o autor não fica
na dependência de escutar uma conversa ou ter
uma lembrança que lhe inspire.
ROTEIRO TV - Principais Conceitos
• Da pesquisa ao roteiro
Idéia transformada – Neste caso a idéia surge
de uma obra de ficção (livro, revista, filme, peça
de teatro). Mas lembre-se a sua idéia deve ser
sempre original, não um plágio. Esta é uma
fonte de inspiração não uma cópia. Você pode
pegar a idéia da obra e transformá-la.
Idéia proposta – Quando alguém propõe uma
idéia a você. Pode se dar de maneiras
diferentes, por exemplo: um produtor
encomenda um roteiro sobre uma história ou
idéia já existente.
ROTEIRO TV - Principais Conceitos
• Da pesquisa ao roteiro
Idéia procurada – Quando você deseja
escrever sobre um determinado tema. Para
tanto você deve estudar ou pesquisar sobre o
tema em questão. Por exemplo: você quer
participar de um concurso de roteiros que tenha
um tema específico (Star Wars).
Toda idéia vem seguida de uma boa pesquisa
para se ver a viabilidade do projeto. A pesquisa
pode ser o diferencial para o sucesso de um
projeto na TV.
ROTEIRO TV - Principais Conceitos
• Da pesquisa ao roteiro
Dois pontos precisam ser lembrados sobre
pesquisa:
- toda produção precisa dela
- a produção tem a obrigação de fazê-la
É preciso ter argumentos para defender a sua
criação, o seu roteiro, a sua edição, enfim, a sua
idéia. Por isso, antes de pesquisar, raciocine
sua idéia como imagens, cenas e sequências;
só assim você poderá enxergar o que será
necessário para sua produção. Pesquise
sempre de todas as maneiras possíveis.
ROTEIRO TV - Principais Conceitos
• Da pesquisa ao roteiro
Numa história de época, é importante o roteirista
pesquisar costumes e características daquela
época, principalmente se a ação se situar em
uma época bem remota, pois os modismos
mudam de geração pra geração. Exemplos:
- Anos 80: Bode (mau humor),deprê (deprimido),
economês (linguagem dos ecomistas), nassa
(bom, ótimo).
- Anos 90: Antenado (atento), azaração
(namoro), boiola (homossexual), mauricinho
(rapaz bem vestido), mala (chato).
ROTEIRO TV - Principais Conceitos
• Da pesquisa ao roteiro
De igual forma, acontece quando temos que
situar o personagem em determinado ambiente.
Exemplo: vejam duas situações em que
determinados personagens podem dar uma
notícia de falecimento: “Infelizmente, não teve
jeito, precisamos ser fortes” ou “O cara se
mandou, virou presunto e foi pro andar de cima”.
Desnecessário dizer a qual classe social um e
outro personagem pertencem.
É impossível imaginar um jovem punk (1980)
falando como um Rui Barbosa (1930).....
ROTEIRO TV - Principais Conceitos
• Da pesquisa ao roteiro
Apesar de existir inúmeras semelhanças entre o
cinema e a TV, eles se diferenciam quanto à
linguagem utilizada: na TV ela é entrecortada,
enquanto que no cinema ela é contínua.
O discurso entrecortado, é construído de forma
a manter, antes e depois dos comerciais, o
mesmo grau de atenção do telespectador. Em
contrapartida, o discurso contínuo não tem essa
necessidade. Os roteiristas de TV têm já
estudadas as pausas para os comerciais. E a
ação e o ritmo são em função dessas pausas.
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• Da pesquisa ao roteiro
A linguagem televisiva é polifórmica; em uma
hora de programação temos diversos tipos de
linguagem, como por exemplo telenovelas,
filmes, noticiários, publicidade, etc.
O cinema pelo contrário é monomórfico: um
filme mantém um mesmo tipo de linguagem
durante toda a projeção, com o estilo do diretor
e a história do autor.
A televisão tende a ser menos profunda na
dramaticidade, o que não quer dizer que é pior.
ROTEIRO TV - Principais Conceitos
• Da pesquisa ao roteiro
É importante ressaltar também que na TV o
tempo de atenção (a quantidade de minutos que
passamos “presos” a alguma coisa, até o
momento em que nosso nível de atenção
diminui) é de aproximadamente 3 minutos;
enquanto que no cinema é de 20 a 25 minutos.
Passado os primeiros 3 minutos na televisão, se
não formos atraídos, mudamos de canal, afinal,
assistimos TV num ambiente iluminado, com
barulho, com outras pessoas falando ao mesmo
tempo, etc.
ROTEIRO TV - Principais Conceitos
• Da pesquisa ao roteiro
Na TV, o peso da palavra é menor, exige-se
muito mais dinamismo nas ações e tempos
dramáticos mais incisivos, com uma maior
variedade.
Um bom exemplo disso é a publicidade. Um
anúncio tem em média apenas 30 segundos e o
tempo de atenção é de 7 segundos. É enorme o
dinamismo de ação necessário para captar a
atenção do espectador e, além disso, vender o
produto.
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• Conflito: Reflexões
O conflito designa a confrontação entre forças e
personagens através da qual a ação se organiza
e se vai desenvolvendo até o final. É a essência
do drama. Sem conflito, sem ação, não existe
drama, não existe história. O conflito faz
parte da vida do ser humano.
Um conflito audiovisual pode ser de 3 formas:
- Homem x Homem: conflito com uma força
humana (Platoon, O Fugitivo)
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• Conflito: Reflexões
- Homem x Forças da Natureza ou Forças Não-
Humanas: são exemplos os filmes de catástrofe
(King Kong, Independence Day, O Senhor dos
Anéis)
- Homem x Ele Próprio: personagens em
conflito consigo mesmo (Twin Peaks, Melhor é
Impossível, Ray)
Obviamente, tanto no cinema quanto na TV,
podem ocorrer misturas e combinações dessas
formas de conflito. Ex.: (Encurralado)
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• Argumento
Antes de começar o roteiro em si, além da story
line ou sinopse, é bom você pensar no seu
argumento. Mas o que seria o argumento ?
O argumento, de forma genérica, nada mais é
do que o desenvolvimento da sinopse. Enquanto
esta última economiza as palavras ao máximo, o
argumento deve ser justamente o contrário, uma
forma de esgotar literalmente a idéia que se
pretende transmitir.
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• Argumento
Pode-se dizer que o argumento é a definição
breve de sua história. Mas, de um modo mais
simples: sobre o que se trata sua história? Qual
é o assunto?
Um argumento é uma sinopse narrativa da
história. Ele é necessário porque permite que
você enxergue sua história com clareza e com
um sentido de visão geral. É o conjunto de
idéias que formarão o roteiro. É aqui que se
conhece melhor a sua história, antes de poder
escrever qualquer diálogo.
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• Argumento
No argumento é preciso conhecer a fundo a
história, mas sem precisar entrar em muitos
detalhes. Muitos detalhes agora não vão servir
pra nada. Exemplo:
- é importante saber que o personagem X sabe
dirigir e vai viajar pelo Nordeste brasileiro na
história, mas, não precisa ecrever que tipo de
carro, qual a cor dele, se ele costuma andar em
alta velocidade, se ele dirige mal,.....isso são
detalhes a serem acrescentados apenas no
roteiro final.
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• Argumento
Assim o argumento, baseado na sinopse, e de
posse do conflito e dos personagens, descreve
toda a ação dramática de forma a revelar ao
leitor a história que virá a ser contada de
maneira audiovisual. É no argumento também
que se define o perfil dos personagens.
No argumento existe uma maior liberdade para
o uso dos adjetivos, principalmente nos
personagens, mas não se esqueça que um
roteiro é uma história para ser contada em
imagens (mostrada).
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• Argumento
No argumento pode-se descrever melhor os
ambientes onde a história se passa e se colocar
os personagens secundários. Além disso, pode
se desenvolver o “plot” (conflito essencial,
trama principal) e os “subplots” (conflitos
secundários). Em obras convencionais deve-se
ter o cuidado de sempre se resolver o conflito
principal e os conflitos secundários, até o fim da
história.
O melhor exemplo disto é a telenovela.
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• Argumento
Na maior parte das vezes o autor nunca tem
certeza de quando a novela irá terminar. O fim é
definido pela emissora tendo em vista o sucesso
ou fracasso nos números do IBOPE. Portanto, o
autor fica incumbido de resolver a trama
principal e as secundárias nos capítulos finais.
Basta observar como as situações vão se
resolvendo no último capítulo. O mocinho fica
com a mocinha, os personagens secundários
encontram casamento ou destinos alternativos e
os vilões, geralmente, encontram seu castigo.
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• Argumento
Resumindo, no argumento devem estar
presentes as seguintes indicações:
- definição de personagens (quem?);
- determinar quem viverá o conflito básico e
definir o perfil dos personagens;
- definir a localização da ação (em que época?,
em que lugar?);
- descrever o “caminho”da ação dramática, a
estrutura da ação, ou seja, de que forma a
história será contada, como ela vai evoluir até o
desfecho.
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• Argumento
Para perceber a proximidade e as diferenças
entre argumento e roteiro. Abaixo há um
exemplo de um pedaço do argumento da sexta
cena do filme Cidade de Deus:
ARGUMENTO
Pelas ruas da Cidade de Deus, Cabeleira,
Alicate e Marreco fogem da polícia. Eles
percorrem algumas ruelas, trocam de roupa e
correm até o campinho onde fingem jogar bola
com os meninos.
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• Argumento
No roteiro final ficou dessa forma a mesma cena:
ROTEIRO
BUSCA-PÉ (V.O.)
O Trio Ternura não tinha medo de ninguém. Nem da polícia... Eles achavam
que a Cidade de Deus era deles. Mas tinha um monte de bandido que achava
a mesma coisa. Naquele tempo, a Cidade de Deus ainda não tinha Dono.
MONTAGEM cria a sensação de labirinto: o Policial nunca sabe para onde ir.
• Argumento
Perceba que o argumento continua até a cena
seguinte do roteiro. Isto acontece porque o
argumento não obedece a divisão de cenas que
será criada pelo roteiro.
Além disso, todos os elementos importantes do
filme estão presentes no argumento: os
personagens, as locações e a ação. O
argumento poderia ainda informar o estado de
espírito em que os personagens fogem da
polícia.
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• Argumento
Outra forma de saber se o argumento está
corretamente escrito é ver se responde a
perguntas do tipo:
- o objetivo do protagonista fica claro ?
- qual é o clímax? possui impacto?
- o que pretendemos explicar com esta história?
- o problema levantado será capaz de gerar
conflitos?
- quais são as ações principais do protagonista?
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• Argumento
Com o argumento em mãos, prepara-se a
viabilidade de um projeto em todas as suas
facetas:
- Produção: viabilidade econômica, custos do
projeto
- Mercado: há público para o projeto? Que
faturamento ele pode representar?
- Técnica Artística: existem técnicos e atores
capazes de desempenhar com sucesso seus
determinados papéis?
- Autoria: capacidade e talento do roteirista
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• Problemas de Argumento
Os problemas de argumento dizem muito mais
respeito à história em si do que à narrativa.
Os principais erros encontrados em argumentos
de roteiro são: falta de um conteúdo em que o
público se identifique; o uso de fórmulas
esgotadas; falta de relação com os interesses
do público num determinado momento (ou seja,
projeto não comercial) e a desproporção entre
custo e atração (ou seja, projeto inviável).
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• Problemas de Argumento
Todos os problemas de argumento podem ser
resumidos em dois: (1) assunto, tema ou
estrutura muito parecidos com o que já vimos;
(2) assunto, tema ou estrutura diferentes demais
de tudo o que já vimos.
• Personagens: Introdução
Personagens ou "quem" são aqueles que
viverão o conflito idealizado pelo autor. São os
responsáveis por passar ao público o que o
autor está tentando expressar em sua narrativa.
Personagem vem a ser algo assim como
personalidade e aplica-se às pessoas com um
caráter definido que aparecem na narração.
O nascimento do personagem que vai começar
a desenvolver o conflito é determinado no
instante que se começa a escrever o
argumento.
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• Personagens: Introdução
Quando construimos um argumento, já temos a
idéia de nossos principais personagens da
história (protagonista, antagonista, ator
coadjuvante, etc.).
Personagem e história vivem uma interação
perpétua. Às vezes começamos um argumento
deslumbrados por um personagem e só depois
procuramos a história; outras vezes, acontece
exatamente o contrário. O importante é que o
produto final resulte numa harmonia constante
entre personagem e história (Ex.: Hannibal).
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• Perfil de personagens:
Nesta etapa os adjetivos tem preferência sobre
os verbos. É a hora de você conhecer seus
personagens. O perfil é um conjunto de
informações físicas e psicológicas da
personagem, podendo estar incluída a história
ou antecedentes desta.
Quando você conhece bem alguém é fácil
prever suas reações. Por isso um perfil bem
elaborado torna mais fácil a construção dos
diálogos e do desenvolvimento da história.
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• Perfil de personagens:
A quantidade de informações depende da
importância do personagem. Quanto melhor e
mais precisas as informações, mais força vital
terá o personagem e, portanto, terá um forte
respaldo emocional, ao ponto da personagem
ter “vida própria”.
Alguns roteiristas não se contentam em apenas
descrever os personagens, chegam ao ponto de
desenhá-los para chegar o mais próximo do seu
objetivo.
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• Perfil de personagens:
São três os fatores que temos de considerar na
configuração de um personagem:
- Fator Físico: idade, peso, altura, presença,
cor do cabelo, cor da pele, saúde,.......
- Fator Social: classe social, religião, família,
origens, trabalho que realiza, nível cultural,......
- Fator Psicológico: ambições, anseios,
frustrações, sexualidade, perturbações,
sensibilidade, percepções,.......
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• Perfil de personagens:
Não podemos esquecer que a emoção de um
personagem tem de coincidir com seu intelecto
(Ex.: uma stripper - relação entre razão e
emoção). A correspondência entre intelecto e
emoções é o que dá identidade ao personagem.
Também devemos ter presente na história o
fator das transformações, ou seja, assim como o
ser humano, o personagem nunca é estático,
ele muda, modifica-se. Chama-se a este
processo evolução do personagem.(Darth
Vader/Star Wars,Mané Galinha/Cidade de Deus)
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• Perfil de personagens:
A caracterização dos personagens e a história
são coisas independentes. A única relação entre
elas é o objetivo dos personagens. E o objetivo,
ou seja, o que o personagem quer, é o que
acaba por caracterizar o personagem.
Pelo objetivo dos personagens é que
conseguimos entender suas atitudes durante a
história. No filme “Rocky, um lutador”, o objetivo
do personagem principal é ser bom o bastante
para entrar no ringue com o campeão dos pesos
pesados.
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• Perfil de personagens:
Ter objetivos que ajudem na caracterização não
são coisas apenas para o protagonista. Outras
figuras importantes da história devem ter seus
próprios desejos, de sucesso, de superar outros
personagens, o que faz a história mais
conflitante e intensa.
Exemplo de perfil de personagem:
- Cláudia Pinheiro – jovem empresária, morena,
tem acessos de histeria por banalidades e é
lésbica. Apesar disso, tem um grande coração e
senso de humanidade.
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• Roteiro Literário:
O roteiro literário (também chamado de pré-
roteiro) é aquele que não contém indicações
técnicas. No roteiro literário, a narrativa é
dividida em sequências e cenas. Cada cena
deve estar integrada ao todo e o desenrolar das
cenas deve ter um ritmo. A harmonia do ritmo
determinará a harmonia do conjunto da obra.
O pré-roteiro é também a fase de fazer leituras
dramáticas do texto, fazer revisões, ouvir
feedbacks, refletir sobre o texto e reescrever as
cenas e seqüências, caso necessário.
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• Roteiro Literário:
Até se chegar ao roteiro final é necessário
analisar todos os elementos dramáticos; é
necessária uma auto-análise, além de uma
análise de toda equipe envolvida. É importante
lembrar que da mesma forma que escrevemos
criticamente, temos que ler criticamente nosso
roteiro. É um erro fundamental pensar que os
grandes criadores criam obras-primas de
primeira. Eles reescrevem, refazem cenas, às
vezes até a exaustão.
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• Roteiro Literário:
Podemos fazer uma análise final de um roteiro
seguindo 3 estágios básicos:
1-) avaliar e dissecar todos os elementos do
roteiro - ritmo, personagens, “plot”, estrutura,
diálogos, etc.
2-) ver se o roteiro corresponde ao que foi
proposto desde o início, ou seja, o roteiro
corresponde à sinopse apresentada ? Ele está
adequado para a linguagem de televisão ?
3-) encontrar saídas para as possíveis falhas.
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• Roteiro Literário:
A seguir, uma lista de perguntas que podemos
fazer para analisarmos um roteiro:
- Como está o ponto de partida do roteiro ? Está
impactante, o interesse é crescente ?
- Existe emoção ? Há identificação conflito x
telespectador ?
- O conflito está colocado muito cedo ou muito
tarde ?
- As informações para acompanhar a história
estão expostas de forma clara ?
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• Roteiro Literário:
- As exposições de motivos, fatos e ações estão
explícitas ou implícitas ?
- Tem flashback ? Está bem colocado ?
- O protagonista age como protagonista ?
- Há uma atenção crescente ?
- A história não está confusa ?
- O perfil dos personagens está bem descrito ?
- Existe clímax ? Onde ?
- Existe suspense ? Existe surpresa ? Onde ?
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• Roteiro Literário:
- O diálogo está natural ?
- No diálogo, cada fala motiva a próxima ?
- Cada cena motiva a próxima ?
- Existe conclusão ?
- Os personagens falam mais do que agem ?
- A estrutura geral é criativa ? Existe uma
harmonia visual no roteiro ?
- O autor está satisfeito ?
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• Roteiro Técnico:
O roteiro técnico, também chamado de roteiro
final é o roteiro que contém todas as indicações
referentes à câmera, iluminação, som, etc.
O roteiro final é um trabalho de equipe que
requer a interação do roteirista com o diretor, a
equipe de produção e até com o elenco. É hora
de corrigir imperfeições e trabalhar as imagens
mais a fundo, incluindo os movimentos de
câmera e planos. Aqui também serão incluídos a
iluminação, a trilha sonora, o elenco e outros
detalhes de produção. Ao final deste trabalho o
roteiro deve estar pronto para ser gravado.
ROTEIRO TV - Formatação de Roteiros
• Roteiro Técnico:
Segundo o autor Doc Comparato “compete ao
diretor e a sua equipe, converter o roteiro
literário em roteiro técnico... Elaborar o roteiro
final significa converter o Primeiro Roteiro – um
texto – em uma ferramenta de trabalho que será
entregue à equipe de produção para ser
traduzida em imagens e sons".
Resumindo, a definição e conhecimentos
técnicos da linguagem de câmera é um
problema do diretor e do câmera man.
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• Roteiro Técnico:
É importante que o roteirista que escreve para
cinema, televisão e vídeo, conheça os planos e
movimentos de câmera, mas não cabe a ele
definir todos os planos de cada cena.
No roteiro literário, alguns movimentos poderão
ser sugeridos ou descritos nas cenas-chave da
ação ou para dar idéia do clima de uma
seqüência. Ao se exceder na descrição dos
planos de cada seqüência, o roteirista estará
invadindo o campo de ação do diretor e da
equipe de produção.
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• Ação Dramática:
Ação dramática é a maneira como vamos contar
o(s) conflito(s) vivido pelos personagens. Ou
seja, de que maneira vamos contar a história.
Para trabalhar na ação dramática, somos
obrigados a construir uma estrutura. A estrutura
é um dos fundamentos do roteiro e a tarefa que
maior criatividade exige do roteirista.
Em resumo, ação dramática é o conjunto dos
feitos e dos acontecimentos que formam a
história.
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• Ação Dramática:
Embora existam diversas variáveis, a estrutura
clássica de fragmentação de um roteiro é a
divisão em 3 atos:
- 1º ato: apresentação do problema
- 2º ato: escolha e desenvolvimento do caminho
- 3º ato: solução do problema, desfecho
Em cada uma dessas etapas o personagem vai
agir, criando conflitos, afinal, o conflito é o
elemento de ligação entre as 3 etapas.
O conflito espelha a vida, espelha o ser humano
e sua relação com o mundo e consigo mesmo.
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• Ação Dramática:
Segundo os manuais de roteiros americanos, o
primeiro ato envolve o telespectador com os
personagens e com a história. O segundo ato
aumenta o comprometimento emocional e o
mantém envolvido. O terceiro ato amarra a
trama e leva a um final satisfatório. Em resumo,
isso significa que uma história tem um começo,
meio e fim. Syd Field acrescenta que na
passagem de um ato para o outro deve haver
um ponto de virada, também conhecido como
reviravolta dramática, que em inglês chama-se
"plot point".
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• Ação Dramática:
Para que o roteiro tenha qualidade, o conflito
deve envolver o telespectador, criando uma
cumplicidade, uma correspondência; é preciso
que tenha uma razão de ser.
E quando o telespectador percebe que aquele
conflito do personagem também poderia ser
seu, cria-se o que chamamos de ponto de
identificação (rir, chorar, vibrar, odiar, etc).
O ideal é que toda ficção nos leve a esse ponto;
que o telespectador sempre se emocione com
nossa história.
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• Ação Dramática:
Algumas das situações dramáticas de conflito
que podem existir em uma história: o salvador,
vingar parente por parente, desastre, vítima de,
revolta, o enigma, o rapto, ódio de parentes,
crime de amor involuntário, adultério mortal,
loucura, imprudência fatal, sacrificar-se pelo
ideal, sacrificar tudo pela paixão, rivalidade entre
desiguais, crimes de amor, adultério, amores
proibidos, amar um inimigo, a ambição, luta
contra Deus, ciúme equivocado, erro judiciário,
reencontro, perder a família, etc.
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• Núcleo dramático:
Núcleo dramático é uma reunião de
personagens (protagonista e coadjuvantes)
ligados entre si pela mesma ação dramática,
organizados num “plot”.
A maioria dos autores desenvolvem mais de um
núcleo dramático.
O clássico de uma novela são três núcleos
dramáticos (Ex.: Gilberto Braga - divisão em
núcleo dramático proletário, classe média e
rico).
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• A estruturação dramática:
Existem alguns mecanismos básicos para se
estruturar dramaticamente um roteiro:
- Antecipar-se: utilizar a qualidade que o público
tem de prever uma situação e criar uma
expectativa. Por exemplo: uma personagem diz
que matará outra.
- Suspense: é uma antecipação urgente. Por
isso, o suspense aumenta ou diminui segundo a
simpatia ou empatia do público por uma
determinada personagem.
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• A estruturação dramática:
- Inversão de expectativas: o público está à
espera de algo e apresentamos um fato
completamente inesperado. Dentro desse fator
surpresa está aquilo que chamamos de
“gimmick”, isto é, uma alteração arbitrária dos
elementos familiares com a intenção de
surpreender o público. Ex.: “Eu sou teu pai” em
tom de revelação.
Existem ainda dois ingredientes que podem ser
acrescentados a qualquer roteiro de ficção, e
que enriquecem a história: humor e erotismo.
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• Tempo dramático:
O tempo de um roteiro de TV ou de cinema, é o
tempo dramático de uma cena.
O tempo dramático é a síntese do tempo real e
se caracteriza por resumir várias horas, meses
ou anos em apenas 1 hora de uma obra
audiovisual. O tempo dramático não define se
uma cena é longa ou curta, mas a intensidade
dramática da cena. Uma cena de 30 segundos,
se bem colocada, pode ter um tempo dramático
muito intenso.
Existem no entanto algumas exceções, ou seja,
roteiros escritos no tempo real da ação, como
por exemplo a série 24 horas.
ROTEIRO TV - Estruturação e Dramaturgia
• Divisão do roteiro:
Toda a ação dramática se divide em cenas. O
roteiro para teatro é dividido em Atos. Em
cinema, o formato mais comum é o seqüenciado
(dividido em seqüências). Em televisão, o roteiro
divide-se em blocos por causa dos intervalos
comerciais, que se subdividem em seqüências.
Em roteiros para mídia digital, a divisão ocorre
através de um menu com assuntos opcionais.
Em cinema e televisão, a forma mais utilizada
para dividir as seqüências é a mudança de
ambientação, ou seja, muda a locação da
filmagem, muda a cena. No teatro, as cenas
mudam com a entrada e saída de personagens.
ROTEIRO TV - Estruturação e Dramaturgia
• Diálogos e narração:
Diálogo é a troca de discurso entre os
personagens de uma história.
O diálogo é a linguagem essencial do drama, e
sua construção é considerada o teste crucial da
habilidade de um roteirista. Um bom diálogo
deve estar repleto das emoções dos
personagens frente às situações e conflitos da
história.
Principalmente nos dias de hoje, existe uma
ênfase das falas do cotidiano (uso de gírias,
expressões e abreviações) na dramaturgia da
TV brasileira.
ROTEIRO TV - Estruturação e Dramaturgia
• Diálogos e narração:
Um erro bastante comum de roteiristas
iniciantes é colocar todas as informações no
diálogo.
• Diálogos e narração:
Uma história pode ser narrada por diversos
ângulos. A mais comum é aquela em que o
escritor ou roteirista não interfere no enredo. Ele
coloca-se no ponto de vista do telespectador e
deixa a história rolar. Neste caso o único “olho”
válido e confiável é o da câmera. O narrador
pode estar oculto, ou pode participar da
narrativa.
As variações mais correntes de narração são:
história contada sem interferência do autor, com
o narrador em off (oculto), o narrador como
personagem principal e a história contada por
diversos narradores.
ROTEIRO TV - Estruturação e Dramaturgia
• Elipse:
A elipse é uma contração, uma passagem muito
rápida do tempo e de forma rítmica.
As elipses servem para acelerar o ritmo e
reservar surpresas para o telespectador. Um
exemplo é a elipse usada no filme "Reviravolta",
dirigido por Oliver Stone. O personagem
interpretado por Nick Nolte narra a Sean Pean o
modo que ele deve agir para conquistar sua
esposa e, em seguida, assassiná-la. Enquanto
ele faz a narração, as imagens de Sean Pean
seguindo suas instruções são exibidas ao
espectador. Ao final da narração (em Off), já
estamos no tempo em que Sean Pean vai
executar o plano.
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• Flashback:
Flashback é um recurso narrativo usado para
mostrar algo que aconteceu no passado do
personagem.Um exemplo é “Cidade de Deus”.
Basicamente, ele é justificado em 3 situações:
- quando algum personagem lembra um fato
- quando o personagem conta a outros fatos que
acrescentam informações ou esclarecem
enigmas
- quando o filme começa pelo final, caso de
Lolita,onde todo ele é um flashback
O uso incorreto dos flashbacks pode tornar
confusa a história, fazendo com que o
telespectador perca o interesse.
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emissora 1
redator
• Modelo de vídeo
TV:
LINHAS.
conforme a necessidade.
• Documentários:
O termo documentário sempre foi muito
abrangente e sua tradição está profundamente
enraizada na capacidade de ele nos transmitir
uma impressão de autenticidade. Hoje em dia,
porém, este conceito foi bastante alterado já que
o objetivo é expandir esta definição tradicional
de documentário – audiovisual que mostra a
realidade do mundo – para filmes/vídeos que
querem fazer uma reflexão sobre o mundo.
• Documentários:
O documentário pode ser científico, pode ser
educativo (Discovery Channel / National
Geografic), pode ser sociológico, político, de
cultura popular, etnográfico, de denúncia, sobre
arte ou de arte, entre outros exemplos. É uma
obra inteiramente factual, embora possa também
expressar opiniões sobre os fatos que expõe. O
documentário nasceu do conceito de cinema-
verdade.
Segundo Bill Nichols, um documentário se destaca
por quatro modalidades de representação como
formas de organização, em torno das quais se
estrutura a maioria dos textos audiovisuais:
expositiva, de observação, interativa e auto-
reflexiva.
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• Documentários:
O modo expositivo corresponde ao
documentário clássico, em que um argumento é
veiculado por letreiros ou pelo comentário em
off, servindo as imagens de ilustração ou
contraponto. Como exemplo, podemos citar as
produções de Robert Flaherty (Nanook of the
North – 1922, considerado o primeiro
documentário), John Grierson e Marcelo
Masagão (Nós que aqui estamos, por vós
esperamos – um filme-memória do século XX
realizado com imagens representativas e
históricas).
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• Documentários:
Já o modo observacional pode ser expressado
pelo cinema direto norte-americano (Robert
Drew), que procurou comunicar um sentido de
acesso imediato ao mundo, situando o
espectador na posição de observador ideal.
Esse cinema defendeu radicalmente a não
intervenção, desenvolveu métodos de trabalho
que transmitiam a impressão de invisibilidade da
equipe técnica e minimizava o trabalho do
diretor renunciando a qualquer forma de
controle sobre os eventos que se passavam
diante da câmera. Ex.: Assassinato numa
manhã de domingo (2001).
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• Documentários:
O modo interativo, ao contrário, enfatiza a
intervenção do cineasta. A interação entre a
equipe e os autores sociais assumem o primeiro
plano. A câmera não é escondida, aliás, assume
o papel de participante e provocador. Sua
principal escola é o cinema-verdade criado por
Jean Rouch (Ex.: Crônica de um Verão – 1961,
um documentário sobre a vida cotidiana dos
jovens parisienses). Eduardo Coutinho,
considerado o maior e mais importante
documentarista brasileiro, também segue a
escola da interatividade na maioria dos seus
trabalhos. Ex.: Cabra Marcado para Morrer,
Edifício Master e Babilônia 2000.
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• Documentários:
A produção internacional e brasileira de
documentários esteve em constante
crescimento nas duas últimas décadas. Isto se
deve a equipamentos mais portáteis, mais
baratos e uma redução da equipe de produção.
E também a uma possibilidade maior de difusão
- veiculação nas salas de cinema e festivais,
além da televisão a cabo e DVD.
Além dos documentários tradicionais que
conhecemos, há dois tipos de documentários
que merecem destaque: os docudramas e os
mockumentários ou falsos-documentários.
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• Documentários:
O docudrama, embora se baseie em eventos
reais e tipicamente contenha determinadas
porções verídicas, é antes de tudo uma história
dramática. Não há necessidade de que seja
integralmente baseado nos fatos, e admite-se
certa licença dramática para alterar e/ou
inventar acontecimentos a fim de tornar a
história mais atraente. Essencialmente, um
docudrama é uma história de ficção que
emprega eventos históricos reais que lhe sirvam
de contexto. Ex.: Por toda a minha vida (Globo).
Alguns filmes também são classificados como
docudramas: “United 93” e “O Grupo Baader-
Meinhof” são alguns dos exemplos.
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• Documentários:
Os “mockumentários” são também conhecidos
como pseudo-documentários ou falso-
documentários. É o termo para definir os
documentários de “brincadeira” (mock quer dizer
uma imitação satírica), normalmente puxando
para o lado do humor. Quando realidade
(documentário) e ficção (mock) se fundem, cada
cena do filme é uma tentativa de decifrar se foi
uma reação legítima ou algo combinado.
Hoje em dia, este tipo de linguagem é utilizado
pela propaganda no chamado marketing viral.
Um exemplo recente é o documentário “The
Ramp”, produzido pela BMW, para divulgação
de uma linha de carros.
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• Documentários:
O precursor foi Orson Wells com "A Guerra dos
Mundos". Exs: Borat, Forgotten Silver (de Peter
Jackson, sobre uma descoberta das primeiras
filmagens de um cinegrafista pioneiro na Nova
Zelândia), Farce of the penguins, CB4 (com
Chris Rocky, sobre um grupo de rap) e Old
Negro Space Program (sobre um grupo de
astronautas negros).
O cinema também utiliza este conceito de forma
dramática. Exemplos: The Office (série inglesa
sobre os bastidores de um escritório), Larry
David: Curb Your Enthusiasm (série de humor
da HBO), A Bruxa de Blair, Cloverfield, etc.
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• Documentários:
Nos últimos 15 anos, mais ou menos,
provavelmente a partir do surpreendente
sucesso obtido por Michael Moore com "Roger
and Me", em 1989, os documentários passaram
por certas mudanças. Primeiro, alguns
documentaristas agora estão visando o sucesso
comercial, quando produzem seus filmes; em
segundo, alguns documentários são de fato
ficcionalizados, em certa medida, por meio de
omissões e de informações incorretas. Por esse
motivo, "Bowling for Columbine", que Moore
dirigiu em 2002, foi alvo de fortes críticas por
parte de documentaristas tradicionais.
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• Documentários:
Uma cena que irritou muitos documentaristas (e
muitos membros da NRA) é a seqüência que
mostra um discurso de Charlton Heston em uma
reunião da NRA (a associação que representa
os proprietários de armas americanos), em
Denver, Colorado, apenas 10 dias depois que
11 alunos e um professor foram mortos a tiros
na Columbine High School, em Littleton, a cerca
de 15 quilômetros de Denver.
Moore editou e montou trechos do discurso de
Heston de uma maneira que, na opinião muitas
pessoas, alterou significativamente o tom e o
teor do pronunciamento.
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• Documentários:
Um documentarista deve ser o mais possível
imparcial, deve tentar documentar um
acontecimento com fidelidade aos fatos,
evitando interpretações subjetivas e enfoques
puramente pessoais.
O documentário se utiliza de pesquisas e de
algum trabalho de campo. Somente depois de
todas as informações recolhidas é que se dá
início ao roteiro, já que a realidade muitas vezes
interfere, introduzindo fatos não previstos
anteriormente.
Antes das gravações, o pré-roteiro é somente
um guia, um apoio para o trabalho de gravação,
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• Programa Infantil:
Escrever para crianças é um desafio e uma
enorme responsabilidade. Isto porque a criança
é uma espécie de “esponja”, absorvendo e
assimilando tudo que estiver ao seu alcance.
Portanto, um programa infantil deve ser feito
com a colaboração de educadores e psicólogos.
Qualquer roteiro de programa infantil deve ter
como base o desejo de enriquecer o universo da
criança, de informá-la, tendo, no entanto, o
cuidado de deixá-la livre para chegar às suas
próprias conclusões.
Não tente reduzir a vida num simples “bem” e
“mal”, isso prejudica a compreensão do universo
pela criança.
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• Programa Infantil:
Escrever para crianças é uma atividade das
mais criativas, um misto de afeto e poesia.
O público infantil é uma platéia das mais
exigentes, não admitindo ser enganada ou
infantilizada.
A criança é capaz de compreender quase tudo,
desde que mostrado de maneira adequada à
sua compreensão.
Lembre-se: hoje, no Brasil, a televisão acaba
substituindo muita vezes o lazer, o convívio
social, o relacionamento familiar, a escola.......
Pense nisso antes de começar a escrever um
programa infantil !!
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• Programas de Auditório:
Os programas de auditório e de variedades tem
como base, o espetáculo circense. É um gênero
que requer grande habilidade do diretor, do
roteirista e do apresentador para organizar em
roteiro uma grande quantidade de artistas de
categorias diversas.
O roteiro, na verdade, se reduz a apenas um
espelho do programa. Na verdade, o roteiro vai
sendo construído ao longo do programa,
observando a audiência, o “peso” das atrações
do programa e a participação do auditório.
Em geral, os textos comerciais e as chamadas
de reportagens são escritas previamente.
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• Programas Humorísticos:
O gênero humorístico está intimamente ligado à
crítica de costumes e à crítica política. Cada
humorista acaba criando o seu estilo; os seus
“bordões”, que ajudam a compor seus
personagens.
O humor na televisão ainda é muito preso ao
artista. Ele vive da inspiração de momento, às
vezes optando por um humor ligeiro e pouco
crítico, deixando de lado um humor mais
inteligente, mais requintado.
O roteiro de humor, baseado em esquetes, tem
um tempo dramático condensado: em 2 minutos
a história vai da apresentação ao clímax.