Você está na página 1de 44

PIS /COFINS

REGIMES DE TRIBUTAÇÃO
Samanta Pinheiro da Silva
samanta@consultoriainovar.com.br

Rio de Janeiro - RJ
Junho - 2021

1
PIS /COFINS – REGIMES DE TRIBUTAÇÃO

Este seminário objetiva demonstrar os principais procedimentos fiscais previstos nas legislações do
PIS/PASEP e COFINS, com base nas Leis 9.718/98, 10.637/02, 10.833/03, 10.865/04, 12.973/14, IN
RFB 1.911/2019 e demais dispositivos legais relacionados a este matéria.

2
CONCEITOS GERAIS DO PIS/PASEP E COFINS

1.INSTITUIÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS

PIS/Pasep – Contribuição para Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do


Servidor Público, foi criado pela LC n° 7/70 e 8, de 03 de dezembro de 1970. nº ; 8, de 3 de
dezembro de 1970 , e nº 26, de 11 de setembro de 1975 ;e se destinava a promover a integração do
empregado na vida e no desenvolvimento das empresas.

Tal contribuição é devida com base na folha de pagamento; com base no faturamento e com base
nas importações.

COFINS: Contribuição para Financiamento da Seguridade Social, criada pela LC n° 70, de


30/12/1991.

Tal contribuição é devida com base no faturamento e com base nas importações.

1.1 Legislação Tributária vigente


A Instrução Normativa RFB nº 1.911/2019 regulamenta a apuração, a cobrança, a fiscalização, a
arrecadação e a administração da Contribuição para o PIS/Pasep, da COFINS, da Contribuição para
o PIS/Pasep-Importação e da COFINS-Importação de acordo com as disposições legais que as
instituíram, conforme segue:

 Lei Complementar 7/1970 - Institui o PIS


 Lei Complementar 70/1991- Institui a COFINS
 Lei 9.718/98 - Dispõe do PIS e COFINS Regime Cumulativo
 Lei 10.637/2002 - Dispõe sobre o PIS Regime Não Cumulativo
 Lei 10.833/2003 - Dispõe sobre a COFINS Regime Não Cumulativo
 Lei 10.865/2004 - Institui PIS Importação e COFINS- Importação

3
As disposições deste Regulamento não se aplicam:

I- ao Regime Especial Tributário do Patrimônio de Afetação (RET) de que trata a Lei nº 10.931, de 2
de agosto de 2004 ;

II - ao Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas


Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional) de que trata a Lei Complementar
nº 123, de 14 de dezembro de 2006, exceto quanto às disposições específicas referentes aos tributos
mencionados.

III - ao Regime Especial de Tributação Aplicável à Construção ou Reforma de Estabelecimentos de


Educação Infantil de que tratam os arts. 24 a 27 da Lei nº 12.715, de 17 de setembro de 2012 .

Eventuais alterações da Tipi que acarretem modificação da classificação fiscal dos produtos
mencionados neste Regulamento, ou em seus Anexos, não afetarão as disposições a eles aplicadas
com base na classificação anterior.

1.2 Regimes de Incidência


Existem os seguintes regimes de incidência para apuração do PIS/Pasep e COFINS:

- Cumulativo;

- Não Cumulativo;

- Regimes Diferenciados;

- Importação.

No regime cumulativo, existe o que é popularmente conhecido como “ tributação em cascata” , ou


seja, a tributação das contribuições sociais incidem sobre a receita bruta não se admitindo o descon-
to de créditos, como ocorre no regime não cumulativo.

No regime não cumulativo, as contribuições incidem sobre o valor agregado à mercadoria e/ou
produto, porém é permitido o desconto de créditos apurados com base em custos, despesas e encargos
da Pessoa Jurídica.

O diploma legal da contribuição para o PIS/PASEP na modalidade cumulativa é a Lei 9.718/98 e na


modalidade não cumulativa são as Leis n° 10.637/02 e 10.833/03.

4
Já os regimes diferenciados podem ser subdivididos em:

a) Base de cálculo e alíquotas diferenciadas, onde se enquadram: as instituições financeiras, as


entidades sem fins lucrativos e as pessoas jurídicas de direito público interno;

b) Base de cálculo diferenciada: as empresas de fomento comercial (factoring), as operações de


câmbio, realizadas por instituição autorizada pelo Banco Central do Brasil e as receitas relativas às
operações de venda de veículos usados, adquiridos para revenda;

c) Substituição Tributária: cigarros e veículos novos da pessoa jurídica fabricante;

d) Alíquotas Concentradas: combustíveis, querosene de aviação, produtos farmacêuticos, veículos,


pneus novos de borracha, bebidas, embalagens e biodiesel e;

e) Alíquotas Reduzidas: nafta petroquímica, papel imune, destinado á impressão de periódicos, papel
destinado à impressão de jornais, determinados produtos hortícolas e frutas, aeronaves, suas partes,
peças etc., semens e embriões, Zona Franca de Manaus (ZFM), concessionários de veículos,
fertilizantes, defensivos agrícolas e outros, gás natural canalizado, carvão mineral, produtos químicos
e farmacêuticos, livros, combustíveis, bebidas e embalagens, receitas financeiras, Programa de
Inclusão Digital e outros Regimes Especiais.

Em relação ao PIS-COFINS Importação, a Lei 10.865/2004 instituiu, a partir de 01.05.2004, a


incidência do PIS e da COFINS sobre a importação de bens ou serviços, tratando-se de regime
específico, não vinculado à receita, tributando a entrada de bens estrangeiros no território nacional;
ou o pagamento, o crédito, a entrega, o emprego ou a remessa de valores a residentes ou domiciliados
no exterior como contraprestação por serviço prestado.

2. PIS/PASEP E COFINS - FATURAMENTO


São contribuintes do PIS/Pasep e da COFINS – Faturamento, as pessoas jurídicas de direito privado
e as que lhes são equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, exceto:

- As microempresas e empresas de pequeno porte inscritas no Simples.

Considera-se pessoa jurídica de direito privado:

a) as associações;
b) as sociedades; e
c) as fundações.

5
2.1 REGIME CUMULATIVO

2.1. Fato Gerador

Analisando a Lei nº 9.718 de 1998, as Leis Complementares nº 70 de 1991 e nº 7 de 1970, podemos


concluir que o fato gerador das contribuições é auferir receita. Assim, sempre que uma pessoa jurídica
auferir receitas, ressalvadas as exclusões, isenções, ou outros benefícios, estará sujeita ao pagamento
de PIS e de COFINS.

A periodicidade dessas contribuições é mensal, de forma que mensalmente deve-se verificar as


receitas auferidas, para fins de verificação da incidência da contribuição para o PIS/PASEP e da
COFINS.

2.2. Abrangência do Regime Cumulativo


Estão sujeitas à tributação do PIS/Pasep e da Cofins na sistemática de apuração pelo regime
cumulativo as hipóteses descritas a seguir conforme os artigos 120 e 122 da IN RFB 1.911/2019:

a) segundo o regime de tributação, as pessoas jurídicas:


– submetidas ao lucro presumido ou arbitrado;
– optantes pelo Simples Nacional;
– imunes a impostos, no que se refere a receitas não decorrentes de atividades próprias.

b) os órgãos públicos, as autarquias e fundações públicas federais, estaduais e municipais, e as


fundações de ensino e pesquisa cuja criação tenha sido autorizada por lei, que comprovem finalidade
não lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em educação e assegurem a destinação de seu
patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no caso de
encerramento de suas atividades;

c) as pessoas jurídicas com as seguintes atividades:


– bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas;
– agências de fomento (instituições financeiras dedicadas ao financiamento de capital fixo e de giro
associado a projetos no País);
– sociedades de crédito, financiamento e investimento, as sociedades de crédito imobiliário e as
sociedades corretoras, distribuidoras de títulos e valores mobiliários;
– empresas de arrendamento mercantil;
– sociedades cooperativas, exceto as de produção agropecuária e as de consumo quando tributadas
pelo lucro real;
– empresas de seguros privados e de capitalização, agentes autônomos de seguros privados e de
crédito;

6
– entidades de previdência complementar privada, abertas e fechadas, sendo irrelevante a forma de
sua constituição; e
– associações de poupança e empréstimo;
– securitização de créditos imobiliários, financeiros e agrícolas;
– operadoras de planos de assistência à saúde;
– empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de valores.

d) as receitas descritas a seguir:


– sujeitas à substituição tributária do PIS/Pasep e da COFINS;
– da venda de veículos usados, adquiridos para revenda, bem assim dos recebidos como parte do
preço da venda de veículos novos ou usados, quando auferidas por pessoas jurídicas que tenham como
objeto social, declarado em seus atos constitutivos, a compra e venda de veículos automotores;
– da prestação de serviços de telecomunicações;
– da venda de jornais e periódicos e de prestação de serviços das empresas jornalísticas e de
radiodifusão sonora e de sons e imagens;
– auferidas pelas pessoas jurídicas integrantes do antigo Mercado Atacadista de Energia Elétrica
(MAE), atual Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), submetidas ao regime
especial de tributação;
– relativas a contratos firmados anteriormente a 31-10-2003:
• com prazo superior a 1 ano, de administradoras de planos de consórcios de bens móveis e imóveis,
regularmente autorizadas a funcionar pelo Banco Central;
• com prazo superior a 1 ano, de construção por empreitada ou de fornecimento, a preço
predeterminado, de bens ou serviços;
• de construção por empreitada ou de fornecimento, a preço predeterminado, de bens ou serviços
contratados com pessoa jurídica de direito público, empresa pública, sociedade de economia mista ou
suas subsidiárias, bem como os contratos posteriormente firmados decorrentes de propostas
apresentadas, em processo licitatório, até aquela data;
– da prestação de serviços de transporte coletivo rodoviário, metroviário, ferroviário e aquaviário de
passageiros;
– de serviços:
• prestados por hospital, pronto-socorro, clínica médica, odontológica, de fisioterapia e de
fonoaudiologia, e laboratório de anatomia patológica, citológica ou de análises clínicas;
• de diálise, raios X, radiodiagnóstico e radioterapia, quimioterapia e de banco de sangue;
– da prestação de serviços de educação infantil, ensinos fundamental e médio e educação superior;
– das vendas de mercadorias nacionais ou estrangeiras realizadas por lojas francas localizadas na zona
primária de porto ou aeroporto;
– da prestação de serviço de transporte coletivo de passageiros, efetuado por empresas regulares de
linhas aéreas domésticas, e as decorrentes da prestação de serviço de transporte de pessoas por
empresas de táxi-aéreo;
– da edição de periódicos e de informações neles contidas, que sejam relativas aos assinantes dos
serviços públicos de telefonia;
– da prestação de serviços com aeronaves de uso agrícola inscritas no Registro Aeronáutico Brasileiro
(RAB);
– da prestação de serviços das empresas de call center, telemarketing, telecobrança e de
teleatendimento em geral;

7
– da execução por administração, empreitada ou subempreitada, de obras de construção civil;
auferidas por parques temáticos, e as decorrentes de serviços de hotelaria e de organização de feiras
e eventos, conforme definido em ato conjunto dos Ministérios da Fazenda e do Turismo;
– de serviços postais e telegráficos prestados pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos;
– de serviços públicos de concessionárias operadoras de rodovias;
– de serviços das agências de viagem e de viagens e turismo;
– auferidas por empresas de serviços de informática, decorrentes das atividades de desenvolvimento
de software e o seu licenciamento ou cessão de direito de uso, bem como de análise, programação,
instalação, configuração, assessoria, consultoria, suporte técnico e manutenção ou atualização de
software, compreendidas ainda como softwares as páginas eletrônicas. O disposto não abange a
receita de comercialização, licenciamento ou cessão de direito de uso de software importado;
– relativas às atividades de revenda de imóveis, desmembramento ou loteamento de terrenos,
incorporação imobiliária e construção de prédio destinado à venda, quando decorrentes de contratos
de longo prazo firmados antes de 31-10-2003;
– de comercialização de pedra britada, de areia para construção civil e de areia de brita, em relação
ao PIS/Pasep a partir de julho/2012 e, no que refere à Cofins, a partir janeiro/2013.
– decorrentes da alienação de participações societárias; e
– auferidas pelas pessoas jurídicas de que tratam os arts. 118 a 121.

2.3. Base de Cálculo


Saliente-se ainda que anteriormente à Lei nº 9718/98, a base de cálculo das contribuições
compreendia tão-somente o faturamento da pessoa jurídica, e, após a referida Lei, o conceito foi
modificado para ser a “receita bruta”, o que é muito mais abrangente, sendo consideradas a totalidade
das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a
classificação contábil adotada para as receitas.

No Regime do PIS – COFINS Cumulativo, com a publicação da Lei nº 11.941 de 2009, o art. 79,
inciso XII da Lei nº 11.941 de 2009 revogou expressamente o parágrafo 1 do artigo 3 da Lei 9.718/98,
não sendo mais devidas, pelas empresas tributadas pelo regime cumulativo, a tributação da
Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS sobre receitas não decorrentes da atividade da empresa,
como por exemplo, as receitas financeiras, as decorrentes de aluguel de imóveis, quando essas
atividades não fazem parte do objeto social da pessoa jurídica, dentre outras, a partir de 28 de maio
de 2009.

Diante do exposto, na sistemática cumulativa, a partir da referida data (28/05/2009), não há mais a
incidência das contribuições sobre receitas não decorrentes das atividades habituais da empresa, em
regra, não compreendidas em seu objeto social.

A Lei nº 12.973/14 veio modificar a base de cálculo dessas contribuições, dando nova redação a Lei
9.718/98 ao incluir situações no conceito de “ receita bruta da pessoa jurídica” de que trata o art. 12
do Decreto-Lei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977:

8
Art. 12. A receita bruta compreende:

I - o produto da venda de bens nas operações de conta própria


II - o preço da prestação de serviços em geral
III - o resultado auferido nas operações de conta alheia; e
IV - as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não
compreendidas nos incisos I a III.

Para efeito de apuração da base de cálculo do PIS/Pasep e da COFINS, podem ser excluídos ou
deduzidos da receita bruta, quando a tenham integrado, os valores:

(-) vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos;

(-) às receitas isentas da contribuição ou não alcançadas pela incidência ou sujeitas à alíquota zero;

(-) receitas decorrentes da venda de ativo não circulante, classificado como investimento, imobilizado ou
intangível;

(-) receitas reconhecidas pela construção, recuperação, ampliação ou melhoramento de infraestrutura, cuja
contrapartida seja ativo intangível representativo de direito de exploração, no caso de contrato de
concessão de serviços públicos;

(-) às receitas auferidas pela Pessoa Jurídica revendedora, na revenda de mercadorias em relação às
quais a contribuição seja exigida pela empresa vendedora, na condição de substituta tributária;

(-) as reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda, que não representem
ingresso de novas receitas, o resultado positivo da avaliação de investimento pelo valor do patrimônio
líquido e os lucros e dividendos derivados de participações societárias, que tenham sido computados
como receita bruta;

OBSERVAÇÕES

Quando a empresa cobrar ICMS como substituta tributária, esse valor não integra a receita bruta, bem
como o IPI.

Os valores decorrentes de ajuste a valor presente (AVP) integram a receita bruta para fins de incidência
das contribuições.

A tese de que o ICMS não compõe o FATURAMENTO nem a RECEITA da empresa, fora amplamente
discutida, vindo a repercussão geral a partir da RE 574706, que fora julgada no plenário do STF do dia
15 de março de 2017 e publicada no DJE do dia 20 de março de 2017, produzindo efeitos desde então,
para aqueles que ingressarem com medida judicial.
9
No precedente atual (RE nº 574.706), julgado em (15/03/2017), a Ministra Cármen Lúcia, relatora do
processo, entendeu de maneira favorável aos contribuintes, pela inconstitucionalidade da inclusão do
ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS, afirmando que a parcela do tributo estadual representa
apenas ingresso de caixa ou trânsito contábil a ser totalmente repassado ao fisco estadual, e, neste sentido,
não pode ser considerado "receita" ou "faturamento" da empresa. Votaram a favor do contribuinte os
seguintes Ministros: Rosa Weber, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio e Celso de Mello.
Votaram pela divergência: Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli e Gilmar Mendes.

Apesar da decisão não haver obscuridade, a RFB ainda em 2017 interpôs embargos de declaração quanto
a decisão de 15/03/2017 basicamente, em dois pedidos:

1. Modulação dos efeitos do precedente; e


2. Definição da utilização do ICMS efetivamente recolhido pelo contribuinte,
considerando o princípio da não cumulatividade.
(Ambos os pedidos não foram matéria de debate do RE 574.706).

No julgamento dos embargos de declaração ocorrido em 13/05/2021, finalmente ficou reconhecido a


modulação dos efeitos a partir de 15/03/17 de forma definitiva e que o ICMS a ser excluído é o
DESTACADO.

Diante desse cenário temos as seguintes situações:

PARA AÇÕES AJUIZADAS ATÉ 15/03/2017, ficou garantida a recuperação dos últimos 5 anos.

PARA AÇÕES AJUIZADAS APÓS 15/03/2017, ficou garantida a recuperação até a data do precedente
– no caso – 15/03/2017, não podendo o contribuinte retroagir aos últimos 5 anos.

EXEMPLO: AÇÃO AJUIZADA EM ABRIL/2017 – RECUPERAÇÃO ATÉ 15/03/2017 E DAQUI


PARA FRENTE O DIREITO DE EXCLUIR O ICMS DA BASE DE CÁLCULO

Salienta-se que apesar da publicação do PARECER PGFN 7.698/2021, a atuação da advocacia será
necessária enquanto NÃO FOR PUBLICADO O ACÓRDAO, situação que fica muito clara no despacho
246 de 24/05/2021 – PUBLICADO NO DOU DE 26/05/2021 e posterior alteração da legislação tributária.

Principais Teses derivadas do tema 69:

1.Exclusão ISSQN da base de cálculo do PIS-COFINS


2.Exclusão do ICMS/ISSQN da base de cálculo do IRPJ/CSLL (lucro presumido)
3.Exclusão do ICMS/ISSQN da base de cálculo do FUNRURAL
4.Exclusão da PIS/COFINS de sua própria base de cálculo
5.Exclusão da contribuição patronal da base de cálculo do PIS/COFINS
6.Exclusão de créditos presumidos de ICMS da base de cálculo do PIS/COFINS
7.Exclusão do PIS COFINS da base de cálculo do ISSQN

10
O artigo 5º, inciso II da Instrução Normativa nº 1.911/2019, ratifica que o fato gerador da
contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins no regime de apuração Cumulativo é o
“FATURAMENTO”.

2.4. Alíquotas
Base de cálculo x 0,65% = PIS Apurado

Base de cálculo x 3% = COFINS Apurada

As instituições financeiras e equiparadas, empresas de seguros e capitalização são tributadas pela COFINS
pela alíquota de 4%. Aplica- se esta alíquota também nas alienações de participações societárias.

Posteriormente à apuração das referidas contribuições, devem deduzidos os valores das contribuições
retidas na fonte.A partir daí, são apurados os valores devidos de PIS/PASEP e COFINS.

Para demais alíquotas diferenciadas observar os artigos 125 a 132 da IN RFB 1.911/19.

2.5. Reconhecimento de Receitas pelo Regime de Caixa


A pessoa jurídica optante pelo regime de tributação com base no Lucro Presumido poderá
computar a receita proveniente de vendas de bens ou direitos ou de prestação de serviços, cujo preço
seja recebido a prazo ou em parcelas, na base de cálculo das contribuições para o PIS e COFINS no
mês do efetivo recebimento (regime de caixa), desde que adote o mesmo critério em relação ao IRPJ
e a CSLL (Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001, art. 20), de acordo com os artigos 56, 57, 123 da
IN RFB 1.911/2019.

As receitas de variação cambial poderão ser reconhecidas no momento da liquidação da


operação correspondente.

No caso de construção por empreitada ou fornecimento a preço pré-determinado de bens e


serviços, contratados por pessoa jurídica de direito público, empresa pública ou sociedade de
economia mista, ou suas subsidiárias, o pagamento das contribuições para o PIS e a COFINS poderá
ser diferido até a data do recebimento do preço.

11
2.6. Isenções
São isentas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins as receitas (Medida Provisória nº 2.158-
35, de 2001, art. 14, incisos I, IV a VII e § 1º) conforme artigo 22 da IN RFB 1.911/2019:

1. dos recursos recebidos pelas empresas públicas e sociedades de economia mista, a título de repasse,
oriundos do Orçamento Geral da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (Medida
Provisória nº 2.158-35, de 2001, art. 14, inciso I e § 1º);

2. auferidas pelos estaleiros navais brasileiros nas atividades de construção, conservação,


modernização, conversão e reparo de embarcações pré-registradas ou registradas no Registro Especial
Brasileiro - REB, instituído pela Lei nº 9.432, de 8 de janeiro de 1997 (Medida Provisória nº 2.158-
35, de 2001, art. 14, inciso VI e § 1º);

3. decorrentes do fornecimento de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em


embarcações e aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento representar ingresso de
divisas (Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001, art. 14, inciso IV e § 1º);

4. auferidas pelo estabelecimento industrial ou equiparado decorrente da venda de produto nacional


à loja franca de que trata a Portaria MF nº 112, de 10 de junho de 2008, com o fim específico de
comercialização (Decreto-Lei nº 1.455, de 1976, art. 15, §3º);

5. auferidas pelas pessoas jurídicas permissionárias de Lojas Francas decorrente da venda de


mercadoria nacional ou estrangeira a passageiros de viagens internacionais, na saída do país, somente
quando o pagamento da mercadoria represente ingresso de divisas (Constituição Federal, de 5 de
outubro de 1988, art. 149, § 2º, inciso I; Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001, art. 14, inciso II e
§ 1º; Lei nº 10.637, de 2002, art. 5º, inciso I; e Lei nº 10.833, de 2003, art. 6º, inciso I; e Portaria MF
nº 112, de 2008, art. 10, § 4º);

6. decorrentes do transporte internacional de cargas ou passageiros, quando contratado por pessoa


física ou jurídica, residente ou domiciliada no País (Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001, art. 14,
inciso V e § 1º);

7. decorrentes de frete de mercadorias transportadas entre o País e o exterior pelas embarcações


registradas no REB, de que trata o art. 11 da Lei nº 9.432, de 1997 (Medida Provisória nº 2.158-35,
de 2001, art. 14, inciso VI e § 1º);

12
8. decorrente de doações em espécie recebidas por instituições financeiras públicas controladas pela
União e destinadas a ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, inclusive
programas de remuneração por serviços ambientais, e de promoção da conservação e do uso
sustentável dos biomas brasileiros, nos termos do art. 678 (Lei nº 11.828, de 20 de novembro de 2008,
art. 1º, com redação dada pela Lei nº 12.810, de 2013, art. 14);

9. decorrentes da venda de energia elétrica pela Itaipu Binacional (Lei nº 10.925, de 23 de julho de
2004, art. 14); e

10. decorrentes da realização de atividades de ensino superior, proveniente de cursos de graduação


ou cursos sequenciais de formação específica, pelas instituições privadas de ensino superior, com fins
lucrativos ou sem fins lucrativos, que aderirem ao Programa Universidade para Todos (Prouni), no
período de vigência do termo de adesão, nos termos da Instrução Normativa RFB nº 1.394, de 12 de
setembro de 2013 (Lei nº 11.096, de 2005, art. 1º, caput, e art. 8º, incisos III e IV, e § 1º).

Parágrafo único. As isenções previstas nos incisos VI e VII não alcançam as receitas decorrentes de
transporte para pontos localizados na Amazônia Ocidental ou em ALC (Medida Provisória nº 2.158-
35, de 2001, art. 14, § 2º, inciso I; e Lei nº 10.833, de 2003, art. 24).

2.7. Recolhimento
O PIS/Pasep e COFINS devem ser pagos de acordo com a Lei 11.933/2009:

I - até o 20o (vigésimo) dia do mês subsequente ao mês de ocorrência dos fatos geradores, pelas
pessoas jurídicas referidas no § 1o do art. 22 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991; e

II - até o 25o (vigésimo quinto) dia do mês subsequente ao mês de ocorrência dos fatos geradores,
pelas demais pessoas jurídicas.

Parágrafo único. Se o dia do vencimento de que trata este artigo não for dia útil, considerar-se-á
antecipado o prazo para o primeiro dia útil que o anteceder.”

Os códigos para recolhimento serão:

PIS/Pasep: 8109 – Faturamento – Cumulativo

COFINS: 2172 – Faturamento – Cumulativo

Nas empresas que tenham filiais, a apuração e o pagamento das contribuições serão efetuados, de
forma centralizada, pelo estabelecimento matriz.

13
3. REGIME NÃO CUMULATIVO

3.1. Fato Gerador do PIS/PASEP e COFINS e Base de Cálculo


Os Artigos 1° das Leis n° 10.637/02 e 10.833/03 dispõem que o fato gerador das contribuições é o
faturamento mensal, que corresponde à receita bruta, assim entendida a totalidade das receitas
auferidas, independentemente de sua denominação ou classificação contábil adotada para a
escrituração das receitas.

Com a publicação da IN RFB 1.911/2019, temos esse conceito ratificado no artigo 26 transcrito a
seguir:

Art. 26. A base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins é:

I - a totalidade das receitas, independentemente de sua denominação ou classificação


contábil, para as pessoas jurídicas de que trata o art. 150 (Lei nº 10.637, de 2002, art.
1º, caput e § 2º, com redação dada pela Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014, art. 54;
e Lei nº 10.833, de 2003, art. 1º, caput e § 2º, com redação dada pela Lei nº 12.973,
de 2014, art. 55); ou
II - o faturamento, para as pessoas jurídicas de que tratam os arts. 118 e 119 (Lei nº
9.718, de 1998, arts. 2º e 3º, com redação dada pela Lei nº 12.973, de 2014, art. 52;
Lei nº 10.637, de 2002, art. 8º; e Lei nº 10.833, de 2003, art. 10).
§ 1º Para efeito do disposto no inciso I do caput, o total das receitas compreende a
receita bruta de que trata o art. 12 do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de
1977, e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica com os respectivos
valores decorrentes do ajuste a valor presente de que trata o inciso VIII do caput do
art. 183 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (Lei nº 10.637, de 2002, art. 1º,
§ 1º, com redação dada pela Lei nº 12.973, de 2014, art. 54 e Lei nº 10.833, de 2003,
art. 1º, § 1º, com redação dada pela Lei nº 12.973, de 2014, art. 55).
§ 2º Para efeito do disposto no inciso II do caput, o faturamento corresponde à receita
bruta de que trata o art. 12 do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977 (Lei
nº 9.718, de 1998, art. 3º, caput, com redação dada pela Lei nº 12.973, de 2014, art.
52).
§ 3º Nas operações realizadas em mercados futuros, considera-se receita auferida o
resultado positivo dos ajustes diários ocorridos no mês.
§ 4º Para efeitos do disposto no caput não integram a base de cálculo das
contribuições os valores referentes (Lei nº 9.718, de 1998, art. 3º, § 2º, inciso I; Lei nº
10.637, de 2002, art. 1º, § 3º, inciso I; e Lei nº 10.833, de 2003, art. 1º, § 3º, inciso I):
I - ao IPI;

14
II - ao Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação (ICMS), quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos
serviços na condição de substituto tributário; e
III - a receitas imunes, isentas e não alcançadas pela incidência das contribuições.
§ 5º O valor da contrapartida do benefício fiscal de que trata o art. 11 da Lei nº 13.755,
de 10 de dezembro de 2018, reconhecido no resultado operacional, não será
computado na base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins (Lei nº
13.755, de 10 de dezembro de 2018, art. 11, § 8º).

3.2. Exclusões da Base de Cálculo do PIS/PASEP e COFINS


Conforme artigo 27 da IN RFB 1.911/2019, a base de cálculo das contribuições sociais será a
totalidade das receitas auferidas, excluídos os seguintes valores:

I - vendas canceladas;
II - devoluções de vendas, na hipótese do regime de apuração cumulativa de que trata
o Livro II da Parte I;
III - descontos incondicionais concedidos;
IV - reversões de provisões, que não representem ingresso de novas receitas;
V - recuperações de créditos baixados como perda, que não representem ingresso de
novas receitas;
VI - as receitas de que trata o inciso IV do caput do art. 187 da Lei nº 6.404, de 15 de
dezembro de 1976, decorrentes da venda de bens do ativo não circulante, classificado
como investimento, imobilizado ou intangível;
VII - venda de bens classificados no ativo não circulante que tenha sido computada
como receita;
VIII - receitas auferidas pela pessoa jurídica revendedora, na revenda de mercadorias
em relação às quais a contribuição seja exigida da empresa vendedora, na condição de
substituta tributária;
IX - receita decorrente da transferência onerosa a outros contribuintes do ICMS de
créditos de ICMS originados de operações de exportação, conforme o disposto no
inciso II do § 1º do art. 25 da Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996;
X - receita reconhecida pela construção, recuperação, ampliação ou melhoramento da
infraestrutura, cuja contrapartida seja ativo intangível representativo de direito de
exploração, no caso de contratos de concessão de serviços públicos;
XI - resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido
e os lucros e dividendos derivados de participações societárias, que tenham sido
computados como receita; e

15
XII - financeiras decorrentes do ajuste a valor presente de que trata o inciso VIII do
caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, referentes a receitas
excluídas da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins.

Parágrafo único. Para fins de cumprimento das decisões judiciais transitadas em


julgado que versem sobre a exclusão do ICMS da base de cálculo da Contribuição
para o PIS/Pasep e da Cofins, devem ser observados os seguintes procedimentos:

I - o montante a ser excluído da base de cálculo mensal das contribuições é o valor


mensal do ICMS a recolher;

II - caso, na determinação da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins do período, a


pessoa jurídica apurar e escriturar de forma segregada cada base de cálculo mensal,
conforme o Código de Situação Tributária (CST) previsto na legislação das
contribuições, faz-se necessário que seja segregado o montante mensal do ICMS a
recolher, para fins de se identificar a parcela do ICMS a se excluir em cada uma das
bases de cálculo mensal das contribuições;

III - para fins de exclusão do valor proporcional do ICMS em cada uma das bases de
cálculo das contribuições, a segregação do ICMS mensal a recolher referida no inciso
II será determinada com base na relação percentual existente entre a receita bruta
referente a cada um dos tratamentos tributários (CST) das contribuições e a receita
bruta total, auferidas em cada mês;

IV - para fins de proceder ao levantamento dos valores de ICMS a recolher, apurados


e escriturados pela pessoa jurídica, devem-se preferencialmente considerar os valores
escriturados por esta na escrituração fiscal digital do ICMS e do IPI (EFD-ICMS/IPI),
transmitida mensalmente por cada um dos seus estabelecimentos, sujeitos à apuração
do referido imposto; e

V - no caso de a pessoa jurídica estar dispensada da escrituração do ICMS, na EFD-


ICMS/IPI, em um ou mais períodos abrangidos pela decisão judicial com trânsito em
julgado, poderá ela alternativamente comprovar os valores do ICMS a recolher, mês a
mês, com base nas guias de recolhimento do referido imposto, atestando o seu
recolhimento, ou em outros meios de demonstração dos valores de ICMS a recolher,
definidos pelas Unidades da Federação com jurisdição em cada um dos seus
estabelecimentos.

16
OBSERVAÇÕES

Quando a empresa cobrar ICMS como substituta tributária, esse valor não integra a receita bruta, bem
como o IPI.

Os valores decorrentes de ajuste a valor presente (AVP) integram a receita bruta para fins de incidência
das contribuições.

A tese de que o ICMS não compõe o FATURAMENTO nem a RECEITA da empresa, fora amplamente
discutida, vindo a repercussão geral a partir da RE 574706, que fora julgada no plenário do STF do dia
15 de maço de 2017 e publicada no DJE do dia 20 de março de 2017, produzindo efeitos desde então ,
para os contribuintes que possuem decisão judicial.

No precedente atual (RE nº 574.706), julgado em (15/03/2017), a Ministra Cármen Lúcia, relatora do
processo, entendeu de maneira favorável aos contribuintes, pela inconstitucionalidade da inclusão do
ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS, afirmando que a parcela do tributo estadual representa
apenas ingresso de caixa ou trânsito contábil a ser totalmente repassado ao fisco estadual, e, neste sentido,
não pode ser considerado "receita" ou "faturamento" da empresa. Votaram a favor do contribuinte os
seguintes Ministros: Rosa Weber, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio e Celso de Mello.
Votaram pela divergência: Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli e Gilmar Mendes.

Apesar da decisão não haver obscuridade, a RFB ainda em 2017 interpôs embargos de declaração quanto
a decisão de 15/03/2017 basicamente, em dois pedidos:

1. Modulação dos efeitos do precedente; e


2. Definição da utilização do ICMS efetivamente recolhido pelo contribuinte,
considerando o princípio da não cumulatividade.
(Ambos os pedidos não foram matéria de debate do RE 574.706).

No julgamento dos embargos de declaração ocorrido em 13/05/2021, finalmente ficou reconhecido a


modulação dos efeitos a partir de 15/03/17 de forma definitiva e que o ICMS a ser excluído é o
DESTACADO.

Diante desse cenário temos as seguintes situações:

PARA AÇÕES AJUIZADAS ATÉ 15/03/2017, ficou garantida a recuperação dos últimos 5 anos.

PARA AÇÕES AJUIZADAS APÓS 15/03/2017, ficou garantida a recuperação até a data do precedente
– no caso – 15/03/2017, não podendo o contribuinte retroagir aos últimos 5 anos.

EXEMPLO: AÇÃO AJUIZADA EM ABRIL/2017 – RECUPERAÇÃO ATÉ 15/03/2017 E DAQUI


PARA FRENTE O DIREITO DE EXCLUIR O ICMS DA BASE DE CÁLCULO

Salienta-se que apesar da publicação do PARECER PGFN 7.698/2021, a atuação da advocacia será
necessária enquanto NÃO FOR PUBLICADO O ACÓRDAO, situação que fica muito clara no despacho
246 de 24/05/2021 – PUBLICADO NO DOU DE 26/05/2021 e posterior alteração da legislação tributária.
17
3.3. Contribuintes enquadrados no regime não cumulativo
Com base nos artigos 10 e 15 da Lei 10.833/03, estão sujeitas à contribuição ao PIS/Pasep e a COFINS
no regime não-cumulativo, as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real observando-se as
exceções previstas no artigos 118, 119 e 121 da IN RFB 1.911/2019.

Portanto, não se incluem na sistemática não cumulativa: (artigo 150 da IN RFB 1.911/2019):

- Lucro Presumido/Arbitrado - Artigo 118 da IN RFB 1.911/2019;

- Contribuintes sujeitos ao regime cumulativo - Art.119 da IN RFB 1.911/2019;

- Entidades imunes - Artigo 121 da IN RFB 1.911/2019.

3.4. Contribuintes excluídos do regime não cumulativo


Os artigos 10 e 15 da Lei 10.833/03 bem como o artigo 119 da IN RFB 1.911/2019 dispõem que não
estão sujeitos à contribuição ao PIS/Pasep e a COFINS no regime não-cumulativo:

I - bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas


econômicas e as agências de fomento referidas no art. 1º da Medida Provisória nº 2.192-70,
de 24 de agosto de 2001;
II - sociedades de crédito, financiamento e investimento, as sociedades de crédito imobiliário
e as sociedades corretoras, distribuidoras de títulos e valores mobiliários;
III - empresas de arrendamento mercantil;
IV - cooperativas de crédito;
V - empresas de seguros privados e de capitalização, agentes autônomos de seguros privados
e de crédito;
VI - entidades de previdência complementar privada, abertas e fechadas, sendo irrelevante a
forma de sua constituição;
VII - associações de poupança e empréstimo;
VIII - pessoas jurídicas que tenham por objeto a securitização de créditos:

a) imobiliários, nos termos da Lei nº 9.514, de 20 de novembro de 1997;


b) financeiros, nos termos da regulamentação do Conselho Monetário Nacional; ou
c) agrícolas, conforme ato do Conselho Monetário Nacional;
IX - operadoras de planos de assistência à saúde;
X - empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de valores,
referidas na Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983; e
XI - sociedades cooperativas, exceto as de produção agropecuária e as de consumo.

18
3.5. Receitas excluídas do regime não cumulativo
Os artigos 10 e 15 da Lei 10.833/2003 bem como o artigo 122 da IN RFB 1.911/2019 disciplinam
também receitas excluídas da modalidade não cumulativa. Significa dizer que um contribuinte do
Lucro Real poderá possuir determinadas receitas tributadas na modalidade cumulativa e outras,
quando for o caso, enquadradas na não cumulatividade.

As receitas excluídas da modalidade não cumulativa são as seguintes:

I - referentes ao contribuinte substituto, decorrentes de operações com produtos para os quais


se tenha adotado a substituição tributária da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins;

II - decorrentes da venda de veículos usados, adquiridos para revenda, quando auferidas por
pessoas jurídicas que tenham como objeto social, declarado em seus atos constitutivos, a
compra e venda de veículos automotores;

III - decorrentes de prestação de serviços de telecomunicações;

IV - decorrentes de venda de jornais e periódicos e de prestação de serviços das empresas


jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens;

V - submetidas ao regime especial de tributação de que trata o art. 658 quando auferidas por
pessoas jurídicas integrantes da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE,
instituída pela Lei nº 10.848, de 2004, sucessora do Mercado Atacadista de Energia Elétrica -
MAE, instituído pela Lei nº 10.433, de 24 de abril de 2002;

VI - relativas a contratos firmados antes de 31 de outubro de 2003:


a) com prazo de duração superior a 1(um) ano, de administradoras de planos de consórcios de
bens móveis e imóveis, regularmente autorizadas a funcionar pelo Banco Central;
b) com prazo superior a 1 (um) ano, de construção por empreitada ou de fornecimento, a preço
predeterminado, de bens ou serviços;
c) de construção por empreitada ou de fornecimento, a preço predeterminado, de bens ou
serviços contratados com pessoa jurídica de direito público, empresa pública, sociedade de
economia mista ou suas subsidiárias, bem como os contratos posteriormente firmados
decorrentes de propostas apresentadas, em processo licitatório, até aquela data;

VII - decorrentes de prestação de serviços de transporte coletivo rodoviário, metroviário,


ferroviário e aquaviário de passageiros, inclusive as receitas de que trata o art. 54;

VIII - decorrentes de prestação de serviço de transporte coletivo de passageiros, efetuado por


empresas regulares de linhas aéreas domésticas, e as decorrentes da prestação de serviço de
transporte de pessoas por empresas de táxi aéreo;

IX - decorrentes de serviços:

19
a) prestados por hospital, pronto-socorro, clínica médica, odontológica, de fisioterapia e de
fonoaudiologia, e laboratório de anatomia patológica, citológica ou de análises clínicas;
b) de diálise, raios X, radiodiagnóstico e radioterapia, quimioterapia e de banco de sangue;

X - decorrentes de prestação de serviços de educação infantil, ensinos fundamental e médio e


educação superior;

XI - decorrentes de vendas de mercadoria nacional ou estrangeira a passageiros de viagens


internacionais, efetuadas por lojas francas instaladas na zona primária de portos ou aeroportos
na forma do art. 15 do Decreto-Lei nº 1.455, de 7 de abril de 1976;

XII - auferidas por pessoas jurídicas, decorrentes da edição de periódicos e de informações


neles contidas, que sejam relativas aos assinantes dos serviços públicos de telefonia;

XIII - decorrentes de prestação de serviços com aeronaves de uso agrícola inscritas no


Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB);

XIV - decorrentes de prestação de serviços das empresas de call center, telemarketing,


telecobrança e de teleatendimento em geral;

XV - decorrentes da execução por administração, empreitada ou subempreitada, de obras de


construção civil;

XVI - relativas às atividades de revenda de imóveis, desmembramento ou loteamento de


terrenos, incorporação imobiliária e construção de prédio destinado à venda, quando
decorrentes de contratos de longo prazo firmados antes de 31 de outubro de 2003;

XVII - auferidas por parques temáticos, e as decorrentes de serviços de hotelaria e de


organização de feiras e eventos, conforme Portaria Interministerial nº 33, de 3 de março de
2005, dos Ministérios da Fazenda e do Turismo;

XVIII - decorrentes da prestação de serviços postais e telegráficos pela Empresa Brasileira de


Correios e Telégrafos;

XIX - decorrentes de prestação de serviços públicos de concessionárias operadoras de


rodovias, incluídas as receitas complementares, alternativas ou acessórias;

XX - decorrentes da prestação de serviços das agências de viagem e de viagens e turismo;

XXI - auferidas por empresas de serviços de informática, decorrentes das atividades de


desenvolvimento de software e o seu licenciamento ou cessão de direito de uso, bem como de
análise, programação, instalação, configuração, assessoria, consultoria, suporte técnico e
manutenção ou atualização de software, compreendidas ainda como softwares as páginas
eletrônicas;

20
XXII - decorrentes de operações de comercialização de pedra britada, de areia para construção
civil e de areia de brita;

XXIII - decorrentes da alienação de participações societárias; e

XXIV - auferidas pelas pessoas jurídicas de que tratam os arts. 118 a 121.

§ 1º. As disposições do inciso XX do caput não alcançam as receitas decorrentes da


comercialização, licenciamento ou cessão de direito de uso de software importado (Lei nº
10.833, de 2003, art. 10, § 2º, com redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004, art. 25).
§ 2º. Em relação aos incisos VI e XVI do caput, na hipótese de pactuada, a qualquer título, a
prorrogação do contrato, as receitas auferidas depois de vencido o prazo contratual vigente
em 31 de outubro de 2003 sujeitam-se à incidência não cumulativa da Contribuição para o
PIS/Pasep e da Cofins (Lei nº 10.833, de 2003, art. 10, incisos XI e XXVI; e art. 15, inciso
V).
§ 3º. Na hipótese dos incisos VI e XVI do caput, consideram-se com prazo superior a 1 (um)
ano, os contratos com prazo indeterminado cuja vigência tenha se prolongado por mais de 1
(um) ano, contado da data em que foram firmados (Lei nº 10.833, de 2003, art. 10, incisos XI
e XXVI; e art. 15, inciso V).

3.6. Receitas de exportação e equiparadas

De acordo com o Artigo 5° da Lei n° 10.637/02 , Artigo 6° da Lei n° 10.833/03 e o artigo 9° e 21° da
IN RFB 1.911/2019, o PIS e a COFINS não incidirão sobre as receitas decorrentes das operações de:

a) Exportação de mercadorias para o exterior;

b) Prestação de serviços para pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no


exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisa;

c) Vendas a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação.

Nessa hipótese, a pessoa jurídica vendedora poderá utilizar crédito apurado na forma
do art. 3° das Leis n° 10.637/02 e 10.833/03, para fins de:

a) Dedução do valor da contribuição a recolher, decorrentes das demais operações no


mercado interno;

b) Compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativo a tributos e


contribuições administrados pela SRF.

21
3.7. Jornais e Papéis destinados à impressão de periódicos
A incidência do PIS/COFINS ficará suspensa incidentes na venda ou na importação de máquinas e
equipamentos utilizados na fabricação de papéis destinados à impressão de jornais ou de papéis
destinados à impressão de periódicos, desde que sejam obedecidos os critérios estabelecidos no
Decreto 5.881 de 2006.

A incidência do PIS/COFINS ficará suspensa no caso de venda de matérias-primas, produtos


intermediários e materiais de embalagem à pessoa jurídica preponderantemente exportadora,
independentemente da classificação na TIPI .

3.8. Desconto de Créditos no Regime não Cumulativo

3.8.1 Novo Posicionamento da Receita Federal publica acerca do conceito de insumos –


Parecer Normativo Cosit nº 5 de 17 de dezembro de 2018

A norma visa uniformizar a interpretação acerca das principais categorias de itens analisadas
administrativamente.

Foi publicado, no Diário Oficial da União, o Parecer Normativo Cosit nº 5 de 17 de dezembro de


2018, que apresenta diversas aplicações concretas do conceito de insumos na legislação da
Contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS estabelecido pela Primeira Seção do Superior Tribunal
de Justiça no julgamento do Recurso Especial 1.221.170/PR, cujo acórdão foi publicado no Diário da
Justiça Eletrônico de 24 de abril de 2018.

A edição deste Parecer Normativo mostra-se necessária porque, como se verá adiante, a aplicação concreta
dos critérios definidos pela Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça demanda um processo de
análise que muitas vezes pode ser complexo e em alguns casos pode gerar conclusões divergentes. Neste
contexto, considerando que as diversas áreas da Secretaria da Receita Federal do Brasil analisam
regularmente a subsunção de milhares de itens ao conceito de insumos da legislação da Contribuição para
o PIS/Pasep e da Cofins (em procedimentos de fiscalização, de compensação e ressarcimento, de consulta,
etc.), torna-se necessária uma concretização desses critérios em relação às principais categorias de itens
analisadas administrativamente.

O Parecer Normativo é de aplicação obrigatória e serve como orientação para os contribuintes.

O conceito de insumo para fins de apuração de créditos da não cumulatividade da Contribuição para
o PIS/Pasep e da Cofins deve ser aferido à luz dos critérios da essencialidade ou da relevância do
bem ou serviço para a produção de bens destinados à venda ou para a prestação de serviços pela
pessoa jurídica.

22
3.8.2 Novo Conceito de “ Insumos” na IN RFB 1.911/2019

Com o advento da IN RFB 1.911/2019, tornou-se necessário elucidar o novo conceito de “ insumo”
adotado atualmente pela RFB que está previsto no parágrafo 1 º do artigo 172 da IN RFB 1.911/19,
que abrange:

Consideram-se insumos, inclusive:

I - bens ou serviços que, mesmo utilizados após a finalização do processo de


produção, de fabricação ou de prestação de serviços, tenham sua utilização decorrente
de imposição legal;

II - bens ou serviços considerados essenciais ou relevantes, que integram o


processo de produção ou fabricação de bens ou de prestação de serviços e que sejam
considerados insumos na produção ou fabricação de bens destinados à venda ou na
prestação de serviços;

III - combustíveis e lubrificantes consumidos em máquinas, equipamentos ou


veículos responsáveis por qualquer etapa do processo de produção ou fabricação de
bens ou de prestação de serviços;

IV - bens ou serviços aplicados no desenvolvimento interno de ativos imobilizados


sujeitos à exaustão e utilizados no processo de produção, de fabricação ou de prestação
de serviços;

V - bens e serviços aplicados na fase de desenvolvimento de ativo intangível que


resulte em:

a) insumo utilizado no processo de produção ou fabricação de bens destinados à


venda ou de prestação de serviços; ou

b) bem destinado à venda ou em serviço prestado a terceiros;

VI - embalagens de apresentação utilizadas nos bens destinados à venda;

VII - serviços de manutenção necessários ao funcionamento de máquinas e


equipamentos utilizados no processo de produção ou fabricação de bens destinados à
venda ou de prestação de serviços;

VIII - bens de reposição necessários ao funcionamento de máquinas e equipamentos


utilizados no processo de produção ou fabricação de bens destinados à venda ou de
prestação de serviços;

23
IX - serviços de transporte de produtos em elaboração realizados em ou entre
estabelecimentos da pessoa jurídica; e

X - bens ou serviços especificamente exigidos pela legislação para viabilizar a


atividade de produção de bens ou de prestação de serviços por parte da mão de obra
empregada nessas atividades, como no caso dos equipamentos de proteção individual
(EPI).

Salientando que não se consideram insumos:

I - bens incluídos no ativo imobilizado;

II - embalagens utilizadas no transporte do produto acabado;

III - bens e serviços utilizados na pesquisa e prospecção de minas, jazidas e poços de


recursos minerais e energéticos;

IV - bens e serviços aplicados na fase de desenvolvimento de ativo intangível que não


chegue a ser concluído ou que seja concluído e explorado em áreas diversas da
produção ou fabricação de bens e da prestação de serviços;

V - serviços de transporte de produtos acabados realizados em ou entre


estabelecimentos da pessoa jurídica;

VI - despesas destinadas a viabilizar a atividade da mão-de-obra empregada no


processo de produção ou fabricação de bens ou de prestação de serviços, tais como
alimentação, vestimenta, transporte, cursos, plano de seguro e seguro de vida,
ressalvado o disposto no inciso VI do art. 181;

VII - bens e serviços utilizados, aplicados ou consumidos em operações comerciais; e

VIII - bens e serviços utilizados, aplicados ou consumidos nas atividades


administrativas, contábeis e jurídicas da pessoa jurídica.

Para efeitos do disposto nesta Subseção, considera-se:

I - serviço qualquer atividade prestada por pessoa jurídica a outra pessoa jurídica
mediante retribuição; e

II - bem não só produtos e mercadorias, mas também os intangíveis.

24
3.8.2 Créditos Básicos na IN RFB 1.911/2019

Conforme os artigos 166, 171, 173 e 181 da IN RFB 1.911/2019, a pessoa jurídica poderá descontar
créditos calculados em relação a:

(...)

a) Bens adquiridos para revenda, exceto em relação a mercadorias na condição de


substituição tributária e regime monofásico referidos nos artigos 89 e 92; ( Artigo 169
da IN RFB 1.911/2019 )

b) Bens e serviços utilizados como insumo na fabricação de produtos destinados à


venda ou na prestação de serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em
relação ao pagamento de que trata o art. 2° da Lei n° 10.485/02; ( Artigo 171 e 172 da
IN RFB 1.911/2019)

c) Energia elétrica e térmica , inclusive sob vapor, consumida nos estabelecimentos


da pessoa jurídica; ( Artigo 181 da IN RFB 1.911/2019)

d) Aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoas jurídicas, utilizados


nas atividades da empresa; ( Artigo 181 da IN RFB 1.911/2019)

e) Valor das contraprestações de operações de arrendamento mercantil de pessoas


jurídicas, exceto de optantes pelo SIMPLES; ( Artigo 181 da IN RFB 1.911/2019)

f) Encargos de depreciação e amortização de Máquinas, equipamentos e outros bens


incorporados ao ativo imobilizado adquiridos para locação a terceiros , ou para
utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços; ( Artigo
173 da IN RFB 1.911/2019)

g) Encargos de depreciação e amortização em Edificações e benfeitorias em imóveis


próprios ou de terceiros, utilizados nas atividades da empresa; ( Artigo 173 da IN RFB
1.911/2019)

h) Encargos de depreciação e amortização em bens incorporados ao ativo intangível,


adquiridos para utilização na produção de bens destinados a venda ou na prestação de
serviços; ( Artigo 173 da IN RFB 1.911/2019)

i) Bens recebidos em devolução cuja receita de venda tenha integrado faturamento do


mês ou de mês anterior, e tributada conforme o disposto nas Leis n°s 10.637/2002 e
10.833/2003; ( Artigo 182 da IN RFB 1.911/2019)

j) Armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, nos casos das letras “a”
e “b”, quando o ônus for suportado pelo vendedor; ( Artigo 181 da IN RFB
1.911/2019)
25
l) vale-transporte, vale-refeição ou vale-alimentação, fardamento ou uniforme
fornecidos aos empregados por pessoa jurídica que explore as atividades de prestação
de serviços de limpeza, conservação e manutenção. (Artigo 181 da IN RFB
1.911/2019)

Os Artigos 3° das Leis n° 10.637/02 e 10.833/03 também disciplinam este procedimento fiscal.

3.9. Determinação do Crédito


O crédito será determinado mediante a aplicação da alíquota de 1,65%, para PIS/Pasep e 7,6%, para
Cofins, sobre os valores adquiridos, incorridos e devolvidos no mês.

3.10. Crédito presumido sobre estoque de abertura e devolução de mercadorias


O artigo 12 da Lei 10.833/03 dispõe que o montante de crédito presumido relativo ao estoque será
igual ao resultado da aplicação do percentual de 0,65% (PIS) e 3% (COFINS).

Esse crédito será utilizado em 12 parcelas mensais, iguais e sucessivas, a partir de 01/12/2002
(PIS/PASEP) e 01/02/2004 (COFINS).

Dispõe também que os bens recebidos em devolução, tributados antes do início da aplicação das Leis
n°s 10.637/02 e 10.833/03, ou da mudança do regime de tributação (pessoa jurídica tributada com
base no lucro presumido ou optante pelo simples passar a ser tributada com base no lucro real) serão
considerados integrantes do estoque de abertura, devendo ser utilizado em 12 parcelas mensais, iguais
e sucessivas, a contar da data da devolução.

O referido procedimento está também previsto no artigo 183 da IN RFB 1.911/2019.

3.11. Faturamento misto


O Artigo 3° Parágrafo 8 da Lei n° 10.833/03 e o artigo 226 da IN RFB 1.911/2019 dispõem na
hipótese de a pessoa jurídica sujeitar-se à incidência não cumulativa em relação apenas à parte de
suas receitas, o crédito será apurado exclusivamente em relação aos custos, despesas e encargos
vinculados a essas receitas.

26
O crédito será determinado, a critério da pessoa jurídica, pelo método de:

 Apropriação direta, inclusive em relação aos custos, por meio de sistema de


contabilidade de custos integrada e coordenada com a escrituração; ou

 Rateio proporcional, aplicando-se aos custos, despesas e encargos comuns a relação


percentual existente entre a receita sujeita à incidência não-cumulativa e a receita bruta
total, auferidas em cada mês.

Se a empresa não possuir sistema de contabilidade de custos integrado e coordenado com a


escrituração, o crédito será determinado da seguinte forma:

Receita sujeitas ao regime não-cumulativo x 100 = Percentual da receita


Receita total sujeita ao regime não-cumulativo

O Artigo 17 da Lei n° 11.033/04 e o artigo 162 da IN RFB 1.911/2019 ressalta que as vendas efetuadas
com suspensão, isenção, alíquota zero ou não-incidência do PIS/COFINS não impedem a
manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações.

3.12. Vedação ao crédito

Os Artigos 3 das Leis n° 10.637/02 e 10.833/03 , Artigo 31 da Lei n° 10.865/04 , Artigo 47 da Lei
n° 11.196/2005 e artigo 195 da IN RFB 1.911/2019 mencionam que não direito ao crédito o valor
pago referente à:

I - de custos, despesas e encargos vinculados à geração de receitas de venda:

a) de mercadorias sujeitas à substituição tributária da Contribuição para o PIS/Pasep e


da Cofins; e
b) nas demais hipóteses de sujeição ao regime de apuração cumulativa;

II - de mão de obra pagos a pessoa física;

III - das aquisições de bens ou serviços sujeitos à não incidência, alíquota 0 (zero) ou
suspensão do pagamento da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins; e

IV - das aquisições de bens ou serviços isentos da Contribuição para o PIS/Pasep e da


Cofins.

27
Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso IV do caput é aplicável somente na
hipótese de as aquisições se vincularem a receitas isentas, não alcançadas pelas
contribuições ou sujeitas à alíquota 0 (zero) (Lei nº 10.637, de 2002, art. 3º, § 2º, inciso
II, com redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004, art. 37; e Lei nº 10.833, de 2003,
art. 3º, § 2º, inciso II, com redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004, art. 21).

Lembramos que deverão ser estornados os créditos relativos aos bens adquiridos para revenda que
tenham sido furtados ou roubados, inutilizados ou deteriorados, destruídos em sinistro ou, ainda,
empregados em outros produtos que tenham tido a mesma destinação.

3.13. Direito ao crédito


Conforme artigo 164 da IN RFB 1.911/2019, o direito ao crédito aplica-se, exclusivamente, em
relação:

a) Aos bens e serviços adquiridos de pessoa jurídica domiciliada no País;

b) Aos custos e despesas incorridos, pagos ou creditados a PJ domiciliada no País;

c) Aos bens e serviços adquiridos e aos custos e despesas incorridos a partir do mês em que se iniciar
a aplicação do disposto nas Leis n°s 10.637/02 e 10.833/03.

3.14. Alíquotas
De acordo com o artigo 166 da IN RFB 1.911/2019:

Base de cálculo x 1,65% = PIS Apurado

Base de cálculo x 7,6% = COFINS Apurada

Integram o valor de aquisição :

I - o seguro e o frete pagos na aquisição, quando suportados pelo comprador; e

II - o IPI incidente na aquisição, quando não recuperável.

Posteriormente à apuração das referidas contribuições, devem ser descontados os créditos previstos
na legislação, bem como os valores das contribuições retidas na fonte. A partir daí, são apurados os
valores devidos de PIS/PASEP e COFINS.

28
3.15. Recolhimento
O PIS/Pasep e COFINS devem ser pagos de acordo com a Lei 11.933/2009:

I - até o 20o (vigésimo) dia do mês subsequente ao mês de ocorrência dos fatos geradores, pelas
pessoas jurídicas referidas no § 1o do art. 22 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991; e

II - até o 25o (vigésimo quinto) dia do mês subsequente ao mês de ocorrência dos fatos geradores,
pelas demais pessoas jurídicas.

Parágrafo único. Se o dia do vencimento de que trata este artigo não for dia útil, considerar-se-á
antecipado o prazo para o primeiro dia útil que o anteceder." (NR)

Os códigos para recolhimento serão:

PIS/Pasep: 6912 – Faturamento – Não-Cumulativo

COFINS: 5856 – Faturamento – Não-Cumulativo

Nas empresas que tenham filiais, a apuração e o pagamento das contribuições serão efetuados, de
forma centralizada, pelo estabelecimento matriz.

Como regra geral, a alíquota será:

a) 1,65%, para o PIS/Pasep; e

b) 7,6%, para a COFINS.

Devem ser observadas as exceções às quais se aplicam a Lei nº 10.637/2002, artigo 2 e Parágrafos 1
e 3 e Lei nº 10.833/03.

4. PIS/COFINS IMPORTAÇÃO

4.1. Introdução
Com o advento da EC nº 42/2003, foi estabelecida a competência privativa da União para instituir
contribuições sociais e de intervenção de domínio econômico incidentes sobre a importação de bens
e serviços.

Posteriormente, a Lei n° 10.865, de 30 de abril de 2004, instituiu a incidência do PIS/Pasep e da


COFINS sobre a importação de produtos e serviços, com vigência a partir de 01/05/2004.

29
4.2. Contribuintes
O Artigo 5 da Lei n° 10.865/04 e artigo 236 da IN RFB 1.911/2019 determinam os contribuintes
do PIS/COFINS na modalidade Importação, relacionados a seguir:

(...)

a) O importador, assim considerada a pessoa física ou jurídica que promova a entrada


de bens estrangeiros no território nacional;

b) A pessoa física ou jurídica contratante de serviços de residentes ou domiciliados


no exterior;

c) O beneficiário do serviço, na hipótese em que o contratante também seja residente


ou domiciliado no exterior.

As contribuições serão devidas quando ocorrer:

I– a entrada de bens estrangeiros no território nacional; ou

II – o pagamento, o crédito, a entrega, o emprego ou a remessa de valores a


residentes ou domiciliados no exterior como contraprestação por serviço prestado.

4.3. Fato Gerador


O Artigo 3 da Lei n° 10.865/04 e o artigo 232 da IN RFB 1.911/2019 dispõem que o fato gerador
do PIS/PASEP e COFINS na modalidade importação será:

(....)

a) Na data do registro da DI de bens submetidos a despacho para consumo;

b) No dia do lançamento do correspondente crédito tributário, quando se tratar de


manifesto ou de outras declarações de efeito correspondente, cujo extravio ou avaria
for apurado pela autoridade aduaneira;

c) Na data do vencimento do prazo de permanência em recinto alfandegado, se iniciado


o respectivo despacho aduaneiro antes de aplicada a pena de perdimento;

d) Na data do pagamento, do crédito, da entrega, do emprego ou da remessa de valores,


no caso de prestação de serviço.

30
4.4. Base de Cálculo
A base de cálculo segundo o Artigo 7 da Lei n° 10.865/2004 e artigo 252 da IN RFB 1.911/2019
será:

Bens Importados:

I - o valor aduaneiro ( sobre a entrada de bens estrangeiros no território nacional); (Redação dada
pela Lei nº 12.865, de 2013) ou;

Serviços contratados do exterior:

II - o valor pago, creditado, entregue, empregado ou remetido para o exterior, antes da retenção do
imposto de renda, acrescido do Imposto sobre Serviços de qualquer Natureza - ISS e do valor das
próprias contribuições, (sobre o pagamento, o crédito, a entrega, o emprego ou a remessa de valores
a residentes ou domiciliados no exterior como contraprestação por serviço prestado).

As alíquotas de acordo com o artigo 8° da Lei n° 10.865/2004 e artigo 254 da IN RFB 1.911/2019:

I – no caso de Bens Importados:

a) 2,1% (dois inteiros e um décimo por cento), para a Contribuição para o PIS/PASEP-Importação; e

b) 9,65% (nove inteiros e sessenta e cinco centésimos por cento), para a COFINS-Importação; e

II – no caso de Serviços contratados com o exterior:

a) 1,65% (um inteiro e sessenta e cinco centésimos por cento), para a Contribuição para o PIS/PASEP-
Importação; e

b) 7,6% (sete inteiros e seis décimos por cento), para a COFINS-Importação

OBS: Veja que existem duas situações de crédito a depender do FATO GERADOR DA
CONTRIBUIÇÃO, vamos a elas:

I - a entrada de bens estrangeiros no território nacional (crédito 2,1% e 9,65%)

II - o pagamento, o crédito, a entrega, o emprego ou a remessa de valores a residentes ou domiciliados


no exterior como contraprestação por serviço prestado (crédito 1,65% e 7,6%).

31
4.5. Alíquotas diferenciadas
Existem alíquotas diferenciadas para tributação de determinados produtos na modalidade importação.

As alíquotas elencadas para estes produtos encontram-se disciplinadas na Lei nº 10.865/2004, nos
artigos 8, 23 e 51 .

A Lei nº 10.865/2004 estabelece também hipóteses de tributação à alíquota zero de determinados


produtos na modalidade importação.

4.6. Desconto de Créditos


As pessoas jurídicas sujeitas ao PIS/COFINS-Importação ( regime não cumulativo), nos termos do
artigo 15 da Lei n° 10.865/2004, poderão descontar créditos, para fins de determinação dessas
contribuições, em relação às importações sujeitas ao pagamento das referidas contribuições, nas
seguintes hipóteses:

(....)

a) Bens adquiridos para revenda; ( Artigo 206 da IN RFB 1.911/2019)

b) Bens e serviços utilizados como insumo na fabricação de produtos destinados à


venda ou na prestação de serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes; (Artigo 208
da IN RFB 1.911/2019)

c) Energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica; (Artigo 213


da IN RFB 1.911/2019)

d) aluguéis e contraprestações de arrendamento mercantil de prédios, máquinas e


equipamentos, embarcações e aeronaves, utilizados na atividade da empresa; ( Artigo
213 da IN RFB 1.911/2019)

e) máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado,


adquiridos para locação a terceiros ou para utilização na produção de bens destinados
à venda ou na prestação de serviços. ( Artigo 210 da IN RFB 1.911/2019)

O crédito será apurado mediante a aplicação das alíquotas sobre o valor que serviu de base de
cálculo das contribuições (art. 7 da Lei n° 10.865/04), acrescido do valor do IPI vinculado a
importação, quando integrante do custo de aquisição.

32
5. POSICIONAMENTO ATUAL DA RFB NO TOCANTE AO
APROVEITAMENTO DE CRÉDITOS DO PIS E COFINS

Abaixo, são relacionadas importantes soluções de consulta que mostram o posicionamento da RFB
no tocante ao aproveitamento de créditos:

SOLUÇÃO DE DIVERGÊNCIA ASSUNTO

SOLUÇÃO DE CONSULTA
NÃO CUMULATIVIDADE. INSUMOS. EQUIPAMENTOS DE
COSIT Nº 2, DE 10 DE
PROTEÇÃO INDIVIDUAL. FORNECIMENTO DE MÃO DE OBRA.
JANEIRO DE 2020
ASSISTÊNCIA MÉDICA.
( DOU de 27/01/2020)

SD 228 COSIT, DE 27-05-2019 Não cumulatividade. créditos. Insumos.Rastreamento de cargas e


(DO-U DE 27-05-2019) de veículos. Vale-pedágio obrigatório. Transporte de cargas.

SC 7ª RF Nº 7039 DE
27/06/2019 EPI. Escolta e vigilância. Vestimenta. Saúde. Alimentação.
(DO-U DE 22-07-2019, seção 1, Transporte. Insumos. Enquadramento.
página 29 )

SC Nº 183, DE 31-05-2019
Não cumulatividade. Crédito. Insumo. Equipamento de proteção
( DO-U de 11-06-2019 nº 111,
individual. Uniforme.
Seção 1, pág. 30)

PN COSIT Nº 5, DE 17 DE Apresenta as principais repercussões no âmbito da Secretaria da


DEZEMBRO DE 2018 Receita Federal do Brasil decorrentes da definição do conceito de
(Publicado(a) no DOU de insumos na legislação da Contribuição para o PIS/Pasep e da
18/12/2018, seção 1, página Cofins estabelecida pela Primeira Seção do Superior Tribunal de
194) Justiça no julgamento do Recurso Especial 1.221.170/PR.

SD 29 COSIT, DE 26-10-2017 Dispêndios com contratação de empresa de trabalho temporário


(DO-U DE 16-11-2017) podem gerar créditos de PIS/Cofins

Mantido entendimento na apropriação de créditos do PIS/Cofins


SD 5 COSIT, DE 23-1-2017 sobre fretes e armazenagem
(DO-U DE 26-1-2017)

SD 8 COSIT, DE 24-1-2017 Comercial exportadora não pode apropriar créditos de PIS/Cofins


(DO-U DE 26-1-2017) sobre frete e armazenagem

33
SD 3 COSIT, DE 20-1-2017 Frete internacional de mercadoria exportada pago a beneficiária no
(DO-U DE 24-1-2017) País não gera crédito de PIS/Cofins

SD 12 COSIT, DE 25-1-2017 Cosit ratifica entendimento sobre créditos de PIS/Cofins sobre


(DO-U DE 30-1-2017) gastos máquinas utilizadas no suprimento da produção

SD 11 COSIT, DE 25-1-2017 Cosit esclarece apropriação de créditos do PIS/Cofins sobre


(DO-U DE 27-1-2017) gastos com veículos no transporte de matérias-primas

Cosit examina utilização de crédito da Cofins sobre armazenagem


SC 498 COSIT, DE 10-10-2017
e frete na operação de venda
(DO-U DE 23-10-2017)

Cosit esclarece quais atividades do supermercado podem ou não


SC 183 COSIT, DE 17-3-2017 apurar créditos de PIS/Cofins
(DO-U DE 27-3-2017)

Peças e combustíveis consumidos em máquinas de produção


SC 6041 SRRF 6ª RF, DE 21-8-
podem gerar créditos de PIS/Cofins
2017(DO-U DE 4-6-2017)

SC 390 COSIT, DE 31-8-2017 Cosit esclarece o creditamento do PIS e da Cofins no dispêndio


(DO-U DE 6-9-2017) com fretes

SC 99.105 COSIT, DE 28-8- Gastos com descarte de resíduos não caracterizam insumos para
2017(DO-U DE 1-9-2017) créditos do PIS/Cofins

SC 99.100 COSIT, DE 18-8- Gastos com transporte pagos aos Correios podem geram créditos
2017(DO-U DE 29-8-2017) de PIS e Cofins

SC 99.103 COSIT, DE 24-8-


Não há apuração de créditos do PIS/Cofins nas despesas com
2017
representação pagas por indústria
(DO-U DE 29-8-2017)

SC 99.099 COSIT, DE 17-8- Gastos para confecção de embalagem de transporte não geram
2017(DO-U DE 29-8-2017) créditos de PIS/Cofins

SC 176 COSIT, DE 14-3-2017 Fisco especifica resíduos e aparas que não geram créditos do PIS
(DO-U DE 22-3-2017) e da Cofins

Frete nacional pago desde o local alfandegado até o local da


SC 350 COSIT, DE 28-6-2017 entrega não gera créditos de PIS/Cofins
(DO-U DE 30-6-2017)

34
SC 368 COSIT, DE 14-8-2017 Comodante não pode apurar créditos de PIS/Cofins sobre o bem
(DO-U DE 18-8-2017) cedido em comodato a terceiro

SC 99.095 COSIT, DE 14-8- Dispêndio com propaganda não gera créditos de PIS e Cofins para
2017(DO-U DE 17-8-2017) empresa comercial

SC 349 COSIT, DE 27-6-2017 Cosit esclarece a dedução de créditos da Cofins com benfeitorias
(DO-U DE 30-6-2017) em imóveis

SC 331 COSIT, DE 21-6-2017 Dispêndio com aluguel de imóvel rural pode gerar créditos de PIS
(DO-U DE 30-6-2017) e Cofins

Frete interno na importação de mercadorias não gera créditos de


SC 99.086 COSIT, DE 27-7- PIS e Cofins
2017 (DO-U DE 2-8-2017)

SC 99.085 COSIT, DE 27-7- Dispêndio com frete não dá direito a crédito de PIS/Cofins na
2017 (DO-U DE 2-8-2017) aquisição de motos por varejistas

SC 355 COSIT, DE 13-7-2017 Cosit esclarece a dedução de créditos do PIS/Cofins na


(DO-U DE 18-7-2017) manutenção de bens por indústria

SC 319 COSIT, DE 20-6-2017 Créditos de PIS/Cofins de períodos anteriores pode ser utilizado
(DO-U DE 28-6-2017) dentro do prazo prescricional

SC 327 COSIT, DE 21-6-2017 Frete na aquisição de bem para revenda, com tributação
(DO-U DE 27-6-2017) concentrada, não gera créditos de PIS/Cofins

SC 308 COSIT, DE 14-6-2017 Fisco explica o aproveitamento de créditos do PIS/Cofins na


(DO-U DE 21-6-2017) aquisição de boi vivo e produção de carnes

SC 311 COSIT, DE 14-6-2917 Crédito extemporâneo de PIS/Cofins observa o prazo prescricional


(DO-U DE 21-6-2017) para aproveitamento

SC 312 COSIT, DE 14-6-2017 Rateio de energia para créditos do PIS/Cofins deve ser
(DO-U DE 21-6-2017) demonstrado por documentação comprobatória suficiente

SC 326 COSIT, DE 20-6-2017 Cosit esclarece o rateio de créditos do PIS/Cofins em função de


(DO-U DE 23-6-2017) receitas com alíquota zero

SC 324 COSIT, DE 20-6-2017 Créditos do regime não cumulativo do PIS/Cofins estão sujeitos ao
(DO-U DE 23-6-2017) prazo prescricional

SC 302 COSIT, DE 14-6-2017 Fisco esclarece sobre a apuração de créditos de PIS/Cofins em


(DO-U DE 23-6-2017) relação a cana-de-açúcar

35
SC 241 COSIT, DE 19-5-2017 Serviço aduaneiro e frete interno não geram créditos de PIS e
(DO-U DE 24-5-2017) Cofins

SC 99.057 COSIT, DE 12-5- Aquisição de aparas de papel da posição 47.07 da Tipi não gera
2017 (DO-U DE 24-5-2017) créditos do PIS/Cofins

SC 205 COSIT, DE 24-4-2017 Bem de arrendado que já tenha integrado o patrimônio da empresa
(DO-U DE 18-5-2017) não gera crédito de PIS/Cofins

SC 215 COSIT, DE 3-5-2017 Desconto imediato de crédito do PIS/Cofins não se aplica a


(DO-U DE 10-5-2017) reboques e semirreboques

Equipamento usado para demonstrar funcionamento de produto


SC 214 COSIT, DE 3-5-2017 acabado não gera créditos de PIS/Cofins
(DO-U DE 10-5-2017)

SC 213 COSIT, DE 3-5-2017 Cosit define hipóteses de dedução de créditos do PIS/Cofins na


(DO-U DE 9-5-2017) exploração de jazidas minerais

SC 2 COSIT, DE 14-1-2016 Locação de imóvel para alojamento de trabalhadores não gera


(DO-U DE 3-3-2016) créditos do PIS e da Cofins

SC 1 COSIT, DE 14-1-2016 Energia de alojamento locado em região fora da sede ou filial não
(DO-U DE 2-2-2016) gera crédito de PIS/Cofins

SD 7 COSIT, DE 23-8-2016 Cosit esclarece o conceito de insumos para crédito de PIS/Cofins


(DO-U DE 11-10-2016) na produção de papel e reflorestamento

SC 7 COSIT, DE 27-1-2015 Cosit esclarece o cálculo de créditos de PIS/Cofins sobre veículos


(DO-U DE 2-2-2015) destinados à locação

SC 226 COSIT, DE 20-8-2014 Gasto com frete entre estabelecimentos da empresa não gera
(DO-U DE 8-9-2014) crédito de PIS/Cofins

36
5. PIS/COFINS – CASOS ESPECIAIS
5.1. Receitas Financeiras

O Decreto 8.426/15 restabeleceu as alíquotas de PIS e COFINS para 0,65% e 4%,


respectivamente, com efeitos a partir de julho de 2015. O Decreto 8.451/15 excetuou desta majoração
as seguintes receitas:

I - operações de exportação de bens e serviços para o exterior; e

II - obrigações contraídas pela pessoa jurídica, inclusive empréstimos e financiamentos.

Ficam mantidas em zero as alíquotas das contribuições de que trata o caput incidentes sobre
receitas financeiras decorrentes de operações de cobertura (hedge) realizadas em bolsa de valores, de
mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão organizado destinadas exclusivamente à proteção
contra riscos inerentes às oscilações de preço ou de taxas quando, cumulativamente, o objeto do contrato
negociado:

a) estiver relacionado com as atividades operacionais da pessoa jurídica; e

b) destinar-se à proteção de direitos ou obrigações da pessoa jurídica.

O referido tratamento fiscal também se encontra disciplinado no artigo 158 da IN RFB 1.911/2019.

5.2. PIS/PASEP e COFINS – Substituição Tributária

Estão sujeitos ao Regime de Substituição Tributária do PIS/COFINS:

Cigarros : Os fabricantes e os importadores de cigarros estão sujeitos ao recolhimento dessas


contribuições, na condição de contribuintes e substitutos dos comerciantes varejistas e atacadistas
desse produto. As bases de cálculos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins são os valores
obtidos pela multiplicação do preço fixado para a venda do cigarro no varejo, multiplicado por 1,98
(um inteiro e noventa e oito centésimos) e 1,69 (um inteiro e sessenta e nove centésimos),
respectivamente.
[ art. 48; Lei nº 10.865, de 2004, art. 29; Lei nº 11.196, art. 62 e artigos 446 a 453 da IN RFB
1.911/2019]

37
Veículos : Os fabricantes e os importadores de veículos autopropulsados descritos nos códigos
8432.30 e 87.11 da TIPI estão obrigados a cobrar e a recolher a Contribuição para o PIS/Pasep e a
Cofins, na condição de contribuintes substitutos, em relação às vendas feitas a comerciantes varejistas
dos mencionados produtos. A base de cálculo será calculada sobre o preço de venda da pessoa jurídica
fabricante.
[MP 2.158-35, de 2001, art. 43, parcialmente revogado pela Lei nº 10.485, 3 de julho de 2002; Artigos
439 a 444 da IN RFB 1.911/2019 , Pergunta nº 386 do Perguntas e Respostas sobre Contribuição para
o PIS/Pasep e Cofins]

Observação: As receitas decorrentes das operações sujeitas à substituição tributária não são
alcançadas pela incidência não-cumulativa.

5.3. PIS/PASEP e COFINS – Tributação Monofásica

O regime de tributação monofásico é um regime tributário próprio e específico em que ocorre


a concentração da tributação através da aplicação de alíquotas maiores das que são utilizadas nas
demais receitas, envolvendo unicamente na pessoa jurídica do produtor, fabricante ou importador e
com a consequente desoneração da tributação ( alíquota zero) nas etapas posteriores de
comercialização no atacado e no varejo dos produtos sujeitos ao regime.

Na hipótese da pessoa jurídica possuir faturamento misto, ou seja parte de sua Receita Bruta
vinculada a produtos sujeitos ao regime monofásico e parte sujeito ao regime cumulativo ou não
cumulativo, deverá seguir as regras de enquadramento previstas para cada regime, ou seja, deve se
apurar separadamente o crédito/débito fiscal relativo a cada um dos regimes de forma autônoma.

Caso esteja no regime da não cumulatividade das contribuições, a tributação dos produtos no
regime monofásico terá a natureza não cumulativa, ou seja, deles serão permitidos para o produtor,
fabricante ou importador a apropriação de créditos, exceto para o álcool para fins carburantes.

No caso de álcool para fins carburantes, o crédito fiscal não poderá ser feito, pois a tributação
desse produto está fora da não cumulatividade das contribuições, por expressa disposição legal. Desta
forma, mesmo se a pessoa jurídica distribuidora de álcool estiver sujeita ao regime de apuração não
cumulativa, não poderá aproveitar créditos para descontar da contribuição apurada na venda de álcool.

38
PRODUTOS SUJEITOS AO REGIME MONOFÁSICO

 Combustíveis, exceto gasolina de aviação; (Artigos 302 a 332 da IN RFB 1.911/2019 );


 Querosene de aviação; (vide artigo 2º Lei nº 10.560/2002 );
 Produtos farmacêuticos, cosméticos e higiene pessoal; (vide artigo 1º, caput da
Lei nº 10.147/2000 e Artigos 401 a 435 da IN RFB 1.911/2019)
 Máquinas e Veículos; ( Artigos 365 a 375 da IN RFB 1.911/2019 );
 Pneus novos de borracha ; ( vide artigo 5º da Lei nº 10.485/2002 e Artigos 387 a 396 da IN RFB
1.911/2019)
 Biodiesel ( Artigos 333 a 342 da IN RFB 1.911/2019);
 Álcool hidratado para fins carburantes; ( Artigos 343 a 361 da IN RFB 1.911/2019);
 Autopeças; ( vide artigo 3º da Lei nº 10.485/2002 e Artigos 376 a 386 da IN RFB 1.911/2019)

Vide Tabela 4.3.10 – Produtos Sujeitos a Alíquotas Diferenciadas: Incidência


Monofásica e por Pauta (Bebidas Frias) - CST 02 e 04 no portal do SPED

5.4 Entidades Imunes e Isentas

Reproduzimos a seguir os artigos aplicáveis às entidades imunes e isentas:

Artigo 23. São isentas da Cofins as receitas decorrentes das atividades


próprias das entidades relacionadas nos incisos do caput do art. 7º, exceto
as receitas das entidades beneficentes de assistência social, as quais deverão
observar o disposto no art. 24 (Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001, art. 14,
inciso X; e Lei nº 12.101, de 27 de novembro de 2009, art. 29).

Art. 7º Não são contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep incidente sobre


a receita ou o faturamento as seguintes entidades (Medida Provisória nº 2.158-
35, de 24 de agosto de 2001, art. 13):

I - templos de qualquer culto;


II - partidos políticos;
III - instituições de educação e de assistência social a que se refere o art. 12
da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997;
IV - instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as
associações, a que se refere o art. 15 da Lei nº 9.532, de 1997;
V - sindicatos, federações e confederações;
VI - serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei;
39
VII - conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas;
VIII - fundações de direito privado e fundações públicas instituídas ou
mantidas pelo Poder Público;
IX - condomínios de proprietários de imóveis residenciais ou comerciais; e
X - a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e as Organizações
Estaduais de Cooperativas previstas no § 1º do art. 105 da Lei nº 5.764, de
16 de dezembro de 1971.

Parágrafo único. As entidades relacionadas no caput são contribuintes da


Contribuição para o PIS/Pasep incidente sobre a folha de salários, na forma
disciplinada pelos arts. 275 a 279.

§ 1º Consideram-se receitas decorrentes das atividades próprias somente


aquelas provenientes de contribuições, doações, anuidades ou mensalidades
fixadas por lei, assembleia ou estatuto, recebidas de associados ou
mantenedores, sem caráter contraprestacional direto, destinadas ao seu
custeio e ao desenvolvimento dos seus objetivos sociais.

§ 2º Consideram-se também receitas derivadas das atividades próprias


aquelas decorrentes do exercício da finalidade precípua da entidade, ainda
que auferidas em caráter contraprestacional.

Art. 24. As entidades beneficentes certificadas na forma da Lei nº 12.101, de


2009, e que atendam aos requisitos previstos no caput do art. 29 daquela Lei
farão jus à isenção da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins sobre a
totalidade de sua receita (Lei nº 12.101, de 2009, art. 29).

§ 1º O direito à isenção da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins poderá


ser exercido a partir da data de publicação da concessão da certificação da
entidade, desde que atendido o disposto no caput (Lei nº 12.101, de 2009,
art. 31).
§ 2º A isenção de que trata este artigo não se estende à entidade com
personalidade jurídica própria constituída e mantida pela entidade à qual a
isenção foi concedida (Lei nº 12.101, de 2009, art. 30).

Art. 121. São contribuintes da Cofins incidente sobre as receitas que não
sejam decorrentes de atividades próprias, no regime de apuração
cumulativa, sem prejuízo da isenção de Cofins de que tratam os arts. 23 e
24 (Constituição Federal, de 1988, art. 150, inciso VI e §§ 2º, 3º e 4º; e Lei
nº 10.833, de 2003, art. 10, inciso IV):
I - as seguintes pessoas jurídicas imunes a impostos:

a) templos de qualquer culto;

40
b) partidos políticos;
c) entidades sindicais dos trabalhadores, bem como suas federações e
confederações; e
d) instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, a
que se refere o art. 12 da Lei nº 9.532, de 1997; e

II - fundações públicas instituídas ou mantidas pelo Poder Público.

Parágrafo único. Nos termos do art. 7º, as pessoas jurídicas


mencionadas neste artigo não são contribuintes da Contribuição para o
PIS/Pasep incidente sobre a receita ou o faturamento (Medida
Provisória nº 2.158-35, de 2001, art. 13).

Art. 151. São também contribuintes da Cofins incidente sobre as receitas que
não sejam decorrentes de atividades próprias, no regime de apuração não
cumulativa, sem prejuízo da isenção de Cofins de que trata os arts. 23 (Lei nº
10.833, de 2003, art. 1º, caput, c/c o art. 10, inciso IV; e Medida Provisória nº
2.158-35, de 2001, art. 14, inciso X):
I - instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as
associações, a que se refere o art. 15 da Lei nº 9.532, de 1997;
II - sindicatos, federações e confederações, com exceção das entidades
sindicais dos trabalhadores;

III - serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei;


IV - conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas;
V - fundações de direito privado; e
VI - Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e as Organizações
Estaduais de Cooperativas previstas no § 1º e no caput do art. 105 da Lei nº
5.764, de 1971.

§ 1º O disposto no caput não se aplica às entidades beneficentes certificadas de


que trata o art. 24.
§ 2º As pessoas jurídicas mencionadas no art. 7º não são contribuintes da
Contribuição para o PIS/Pasep incidente sobre a receita (Medida Provisória nº
2.158-35, de 2001, art. 13).

Parágrafo único. As entidades relacionadas no caput são contribuintes da


Contribuição para o PIS/Pasep incidente sobre a folha de salários, na forma
disciplinada pelos arts. 275 a 279.

41
EXERCÍCIOS

42
Exercícios de Fixação

1– Quais são os contribuintes excluídos da modalidade não cumulativa?

2 – Defina o conceito de “ insumos” estabelecido na legislação.

3 – Efetue os cálculos do PIS e COFINS devidos para a Industria ABC, na modalidade cumulativa e
não cumulativa:

RECEITAS DA ATIVIDADE R$
Receitas com prestação de serviços de 100.000,00
manutenção/reparo
Receitas com a venda de mercadorias 400.000,00
DEDUÇÕES
Vendas canceladas 2.000,00
Descontos incondicionais na venda 1.000,00
IPI 30.000,00
ICMS-ST 50.000,00
DEMAIS RECEITAS
Receitas de juros sobre capital próprio 40.000,00
Receita na venda de ativo 500,00
CUSTOS E DESPESAS OPERACIONAIS
Compra de insumos R$ 80.000,00
Devoluções de vendas tributadas no reg.não R$ 300,00
cumulativo
Despesas com energia elétrica R$ 5.000,00
Folha de Pagamento R$ 20.000,00
ANTECIPAÇÕES
PIS Retido R$ 650,00
COFINS Retida R$ 3.000,00

43
4 – Uma empresa preponderantemente exportadora possui:

Receita Bruta Valor em R$ Percentual do Total (%)


Incidência não cumulativa 300.000 30
Incidência cumulativa 700.000 70
Total 1.000.000,00 100

Possui também custos, despesas e encargos relacionados a seguir:

Custos, Despesas e Encargos Valor em R$


Vinculados exclusivamente às receitas sujeitas à 100.000
incidência não cumulativa
Vinculados exclusivamente às receitas sujeitas à 300.000
incidência cumulativa
Comuns às receitas sujeitas à incidência não 200.000
cumulativa e cumulativa
Total 600.000

Efetue os cálculos dos créditos, observando-se as normas de rateio.

44

Você também pode gostar