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Resumo:Uma nova doença emerge no final de dezembro de 2019na província deWuhan, na China, causando milhares
de mortes após se alastrar por todo o mundo.Em março de 2020, foi decretado quadro pandêmico e, desde então,
medidas sanitárias foram inseridas no dia a dia da população mundial por não se ter ideia de como combater tal
patógeno. Por se tratar de um tipo de vírus da família dos coronas, denominado SarsCov-2, muitos fármacos já
utilizados para outros tipos de doenças, estão sendo testados diariamente na busca por algumque contenha com
êxitosua virulência. O objetivodestapesquisabibliográficafoidemonstraras evidênciaspublicadas, até a data de
pesquisa, acerca dos estudosexperimentais e ensaiosclínicos que utilizaramosfármacosCloroquina, Hidróxicloroquina,
Azitromicina e Corticóidescomoproposta de tratamento para a doençapelo novo coronavírus.
Palavras-chave:Covid-19, SarsCov-2, Tratamento farmacológico, Antiinflamatórios.
Abstract:A new disease emerges in late December 2019 in China's Wuhan province, causingthousandsof deaths
afterspreadingacrossthe world. In March 2020, a pandemicsituationwasdeclaredand, sincethen,
sanitarymeasureshavebeeninserted in thedailylifeofthe world populationbecausetheyhave no
ideahowtocombatsuch a pathogen. Because it is a typeofvirus in the corona family, called SarsCov-2,
manydrugsalreadyused for othertypesofdiseases are beingtesteddaily for anythatsuccessfullycontaintheirvirulence.
The objectiveofthisbibliographicresearchwastodemonstratethepublishedevidence, untiltheresearch date, aboutthe
experimental studiesandclinicaltrialsthatusedthedrugsChloroquine, Hydroxychloroquine, AzithromycinandCorticoids
as a treatmentproposal for thediseasebythe new coronavirus.
Keywords:Covid-19, SarsCov-2, Pharmacologicaltreatment, Anti-inflammatories.
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INTRODUÇÃO
MATERIAIS E MÉTODOS
As ciências são caracterizadas pela utilização de métodos científicos, porém, “nem todos os ramos
de estudo que empregam estes métodos são ciências”, ou seja, não é exclusividade da ciência a
utilização dos métodos. No entanto, não se pode fazer ciência sem o “emprego de métodos
científicos” (LAKATOS; MARCONI, 2017, p. 40).
Nesse sentido, a metodologia serve para indicar o passo a passo de uma pesquisa científica.
Portanto, diante do que foi exposto, o presente, trabalho tem como meta analisar a produção
bibliográfica a respeito de quatro fármacos que estão sendo utilizados no tratamento da Covid-19.
Quanto à finalidade trata-se de uma pesquisa básica que segundo Prodanov e Freitas (2013, p. 52
e 52) “objetiva gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática
prevista. Envolve verdades e interesses universais”. Quanto aos seus objetivos trata-se de uma
pesquisa exploratória. “Quando a pesquisa se encontra na fase preliminar”, sua finalidade é
“proporcionar mais informações sobre o assunto”, ou seja, possibilita “sua definição e seu
delineamento”, isso quer dizer que fica muito mais fácil delimitar o tema da pesquisa; fixar os
objetivos; formular as hipóteses ou até mesmo “descobrir um novo tipo de enfoque para o
assunto”.
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Quanto aos procedimentos técnicos adotados para esta pesquisa, trata-se de uma pesquisa
bibliográfica, que, segundo Lakatos e Marconi (2017, p. 33) é considerado um tipo específico de
produção científica: “feita com base em textos, como em livros, artigos científicos, ensaios críticos,
dicionários, enciclopédias, jornais, revistas, resenhas, resumos”. Sendo que, atualmente é
predominante o entendimento de que, artigos científicos “constituem o foco primeiro dos
pesquisadores” uma vez que, “é neles que se pode encontrar conhecimento científico atualizado”.
Quanto à natureza trata-se de uma pesquisa qualitativa, pois seu foco é analisar e interpretar os
documentos recuperados e que segundo Prodanov e Freitas (2013, p. 70) os dados coletados
nesse tipo de pesquisa são descritivos, que retrata o maior “número possível de elementos
existentes na realidade estudada”. Já na análise dos dados coletados “não há preocupação em
comprovar hipóteses previamente estabelecidas, porém essas não eliminam a existência de um
quadro teórico que direcione a coleta, a análise e interpretação dos dados”.
Depois da delimitação do tema de pesquisa realizou-se uma busca detalhada de todo material
disponível com os seguintes termos: Covid-19; Tratamento para Covid-19; SarsCov-2; Azitromicina
para Covid-19; Hidroxicloroquina e Cloroquina para Covid-19; Corticóide para Covid-19. Para a
seleção dos documentos recuperados foram listados os seguintes critérios de inclusão:
● Artigos publicados em Língua Portuguesa e Inglesa.
●Artigos publicados na íntegra que abordassem a temática referente à revisão de
literatura;
A coleta de dados foi realizada de forma automática para buscar artigos científicos, teses,
dissertações e outros títulos, onde foi verificada a relevância das obras em relação à temática
abordada no estudo, nas seguintes bases de dados: BRAPCI (Base de Dados em Ciência da
Informação), SCIELO (ScientificElectronic Library Online), LILACS (Literatura Latino Americana e do
Caribe em Ciências da Saúde), PubMed e a BDTD (Biblioteca Digital de Teses e Dissertações).
Após a identificação, realizou-se a seleção dos estudos primários, em consonância com a questão
norteadora do estudo. Portanto, foram selecionados para a pesquisa os artigos dos quais mais se
aproximavam do assunto a ser discutido. Outros documentos foram revisados manualmente, tais
como livros e revistas sobre área de pesquisa abordada para identificar estudos relevantes.
REFERENCIAL TEÓRICO
1. CONCEITO E DEFINIÇÃO
Até onde se sabe, a principal forma de transmissão ocorre em indivíduos sintomáticos. Conforme
relatado na China, Cingapura e Alemanha, alguns pacientes com COVID-19 podem espalhar o vírus
24-48 horas antes do início dos sintomas e 3-4 semanas após o início dos sintomas. Portanto, a
OMS sugeriu que os pacientes não seriam liberados do isolamento até que dois testes negativos
(com pelo menos 24 horas de intervalo) tivessem sido realizados. Se o teste não fosse possível,
recomendou-se que o paciente permanecesse isolado por mais 2 semanas após o término dos
sintomas. Isso ocorre porque o vírus pode continuar a se espalhar. Uma das formas de contágio do
coronavírus é por meio do contato com objetos ou superfícies contaminadas. Segundo a New
EnglandJournalOf Medicine, CDC e Universidade LA, o vírus permanece estável por 72 horas em
ácido inoxidável, em plástico por 72 horas, em papelão por 24 horas, cobre por 4 horas e
aerossolizada (material líquido ou solução aplicada, dispersos ou transformados na forma de
aerossóis/poeira) de 40 min a 2h e 30 min (TEIXEIRA, et al., 2020).
4.FORMAS DE PREVENÇÃO
Segundo dados da Capes (2020), a principal medida recomendada para prevenir a transmissão é
lavar as mãos frequentemente com água e sabão. Na ausência de água e sabão, usar um
desinfetante para as mãos à base de álcool para evitar tocar os olhos, nariz e boca com as mãos
sujas, evitar contato próximo com pessoas doentes, evitar aglomeração e manter limpo e
desinfetado objetos e superfícies.
Segundo informações do Ministério da Saúde, as medidas preventivas seguem assim:
• Lavar as mãos com água e sabão ou desinfetantes à base de álcool;
• Manter uma distância de pelo menos 1 metro entre você e a pessoa que tosse ou espirra;
• Evitar tocar nos olhos, nariz ou boca;
• Certificar de que as pessoas ao seu redor estão mantendo uma boa higiene pessoal;
• Procurar atendimento médico se tiver febre, tosse ou dificuldade para respirar.
• Pessoas doentes devem adiar ou evitar viagens para áreas afetadas pelo vírus corona
(OMS, 2020).
5. DIAGNÓSTICO
Segundo o Ministério da Saúde (2020), o diagnóstico da COVID-19 deve ser feito basicamente por
um profissional médico que deve avaliar a existência de critérios clínicos, tais como:
• Pessoas com doença respiratória aguda caracterizada por sensação febril ou febre. Pode
ou não estar presente no momento do exame (pode ser relatado a um profissional médico) e pode
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ser acompanhado por tosse, dor de garganta, secreção nasal e dificuldade para respirarsão
chamados de pacientes com síndrome gripal;
• Pessoas com dificuldade respiratória, compressões torácicas persistentes, saturação de
oxigênio do ar ambiente inferior a 95%, lábios e rosto azuladossão chamados de pacientes com
síndrome respiratória aguda grave.
Se o paciente apresentar tais sintomas, um profissional médico pode solicitar um exame clínico,
como, por exemplo:
• Biologia molecular (rt-PCR em tempo real) que diagnostica COVID-19, influenza ou a
presença de vírus de sintomas respiratórios (VSR);
• Imunológico (teste rápido, imunoensaio, quimiluminescência) para detectar a presença
de anticorpos em amostras coletadas 7 dias após o início dos sintomas.
DISCUSSÃO
1. INDÚSTRIA FARMACÊUTICA
A indústria farmacêutica brasileira nasceu e se desenvolveu entre 1890 e 1950. Portanto, mais
tarde do que se observava nos países europeus, avanços significativos já eram feitos nesse
segmento no século XIX. Os primeiros desenvolvimentos da indústria farmacêutica brasileira “têm
fortes laços com órgãos públicos de saúde, práticas de higiene para prevenir e erradicar doenças
infecciosas, especialmente instituições de pesquisa básica e aplicada” (RIBEIRO, 2000, p.34).
Segundo Ribeiro (2000), o Brasil desempenhou um papel importante no início do desenvolvimento
da indústria farmacêutica, incentivando e fornecendo recursos para alguns dos primeiros
laboratórios farmacêuticos. Ele também contribuiu com a formação dos primeiros cientistas
brasileiros que mais tarde se tornaram responsáveis pelo desenvolvimento da saúde pública, soro,
vacinas e produção de medicamentos por empresas pioneiras.
Com o crescimento da produção de café a oeste de São Paulo, chegaram muitos imigrantes,
garantindo mão de obra barata. Devido à falta de higiene em portos, prédios e pousadas, tornou-
se necessária a adoção de medidas contra doenças e infecciosos. A grande variedade de produtos
químicos usados nas lavouras, como sulfato de cobre, cloreto de cálcio e ácido sulfúrico, ainda
eram importados de países como Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos (GONÇALVES, 2014).
Um pequeno complexo industrial brasileiro emergente começou a produzir anilina vegetal
mínima, óleos, ceras e medicamentos naturais após a descoberta e uso industrial da síntese
orgânica na Europa. A produção de produtos minerais começou mais tarde, influenciada pela
complexidade técnica e pela necessidade de utilização de matérias-primas importadas como
enxofre, nitratos e compostos de cloro. Com os avanços da epidemiologia, os cientistas
descobriram que a transmissão da doença ocorre por vias muito mais complexas do que se
pensava anteriormente.
No final da década de 1920, o Instituto Vacinogênico e o Butantã eram responsáveis pela
produção dos produtos biológicos em São Paulo. O primeiro focou na produção de vacinas contra
varíola e o segundo na produção de vacinas contra pragas. Depois, com o advento da obra de Vital
Brasil, começou-se a produção de soro para picadas de cobra, aranha e escorpião.
Diversas empresas brasileiras têm obtido sucesso na produção de fármacos para o mercado
interno e para exportação. Para Ribeiro, apud Gambeta (1982) atribuiu esse sucesso à "instalação"
da época. Isso ocorre porque as práticas atualmente consideradas comuns, como segredos
corporativos e proteção sob a lei de patentes, não eram comuns. Avanços em farmacologia são
incluídos em revistas de domínio público.
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2. PRODUTO FARMACÊUTICO
Hoje, a indústria farmacêutica é formada por centenas de empresas, sendo 17% estrangeiras e
83% nacionais. Concentram-se principalmente no Sudeste e geram empregos diretos e indiretos.
Ressalta-se que é um setor caracterizado pela diversificação de mercado (CAMPOS et al., 2001).
Com o advento do controle de preços implementado pelo governo em 2002 e 2003, a indústria
farmacêutica foi incapaz de repassar para seus clientes parte do aumento principalmente
associado aos custos de insumos. Ressalta-se que a produção farmacêutica ocupa posição
fundamental no processo de acumulação de capital internacional e é um dos setores industriais
mais rentáveis (CAMPOS et al., 2001).
Segundo Fiori (2014), esse setor foi historicamente monopolizado, com seu núcleo em alguns
países centrais do sistema capitalista interestadual, explicando as relações hierárquicas entre os
diversos estados que o compõem.
As maiores indústrias farmacêuticas mundiais estão localizadas em alguns países como Estados
Unidos, Alemanha, Suíça, França e Reino Unido, onde estão em curso grandes processos de
investimento em P&D (ACHILLADELIS), o que é fundamental para este setor (ANTONAKIS, 2001).
Soma-se a isso o fato de que aí também se concentram os resultados do processo de acumulação
de capital do setor, visto que a sede corporativa e os processos de pesquisa e inovação estão
localizados nesses poucos países.
Diante de tantos obstáculos para que um fármaco chegue as prateleiras das drogarias, podemos
chegar a um cenário como o que temos hoje: milhares de óbitos causados por um microrganismo
invisível, que até alguns meses atrás, era desconhecido. Porém, já se tem muitos estudos que
podem, ou não, comprovar a eficácia de alguns fármacos.
A seguir, falaremos de quatro destes fármacos que atualmente estão sendo utilizados contra as
manifestações da Covid-19 por já terem passado pelos trâmites legais, porém, para outras
doenças.
4.1. CLOROQUINA/HIDROXICLOROQUINA
A Cloroquina é uma 9-aminoquinolina que logo na sequência foi sintetizado seu hidroxi-análogo
(hidroxicloroquina) como uma alternativa complementar para o tratamento de doenças
autoimunes sistêmicas. Estudos demonstram a eficácia do fármaco no tratamento no Lúpus
eritematoso sistêmico, artrite reumatoide, síndrome de Sjögren, síndrome antifosfolipídica, entre
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4.2 AZITROMICINA
4.3 CORTICÓIDES
Os corticóides tem ação de inativação dos genes inflamatórios, tais como os codificadores de
quimiocinas, das citocinas e enzimas inflamatóriasque resultam na inibição da transcrição de
fatores pró-inflamatórios culminando assim, num abrandamento de toda resposta inflamatória do
paciente (CAMPOS, 2020).
Por serem fármacos com propriedades anti-inflamatórias e imunossupressoras, os
corticoesteróides são indicados para o tratamento de diversas patologias, tais como doenças
reumatológicas, autoimunes, respiratórias e no processo de transplantação de órgãos (PATRÍCIO,
2006).
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De 12 a 27, logo no primeiro mês de pandemia oficial, em Michigan, 213 pacientes adultos com
COVID-19 moderado a grave foram incluídosem um pré teste onde foram separados em dois
grupos: para 81 (38%) um protocolo foi implementado usando metilprednisolona precoce, de
curta duração, 0,5 a 1 mg / kg / dia dividida em 2 doses intravenosas por 3 dias e para os outros
132 (62%)do outro grupo foi utilizado o tratamento padrão (SOC). Para a conclusão, foi analisadoo
escalonamento de cuidados da enfermaria para a UTI, nova necessidade de ventilação mecânica e
mortalidade.O desfecho composto ocorreu a uma taxa significativamente menor no grupo de
corticosteroides iniciais (34,9% vs. 54,3%, p = 0,005). Obteve-se uma redução significativa no
tempo médio de internação também no grupo de corticosteroide precoce (8 vs. 5 dias, p <0,001),
ou seja, um curto curso inicial de metilprednisolona em pacientes com COVID-19 moderado a
grave reduziu o aumento do atendimento e melhorou os resultados clínicos (FADELet al., 2020).
Segundo o que foi concluído por um estudo realizado no Canadá e publicado online em 30 de
julho de 2020, os glicocorticoides reduzem a mortalidade (diferença de risco 31 a menos por 1000
pacientes, intervalo de credibilidade de 95% menos 55 a 5, certeza moderada), a ventilação
mecânica (28 a menos por 1000 pacientes, 45 a menos a 9 a menos, certeza moderada) e a
duração da hospitalização (diferença média -1,0 dia, -1,4 a -0,6 dias certeza moderada) em
pacientes com COVID-19 se for comparado com tratamentos padrões. Para a realização de tal
estatística, foram utilizados 35 estudos com 16.588 pacientes e vinte e sete ensaios clínicos
randomizados (SIEMIENIUK, et al., 2020).
Um dos grupos RECOVERY, após realizar um estudo clínico controlado e aberto comparando uma
gama de tratamentos possíveis em pacientes que foram internados com COVID-19, concluiu que o
uso de dexametasona resultou em uma taxa de mortalidade menor em 28 dias entre aqueles que
estavam recebendo ventilação mecânica invasiva ou oxigênio isolado na randomização, mas não
entre aqueles que não receberam suporte respiratório. Para esse estudo, foram observados 2.104
pacientes que receberam 6mg de dexametasona por dia e 4321 receberam os cuidados
habituais. De uma forma geral, 482 pacientes (22,9%) no grupo de dexametasona e 1110
pacientes (25,7%) no grupo de tratamento habitualvieram a óbito dentro de 28 dias após a
randomização (razão da taxa ajustada por idade, 0,83; intervalo de confiança de 95% [IC], 0,75 a
0,93 ; P <0,001). Já no grupo de pacientes tratados com a dexametasona, a incidência de morte foi
menor entre os pacientes que receberam ventilação mecânica invasiva (29,3% vs. 41,4%; taxa de
razão, 0,64; IC 95%, 0,51 a 0,81) e entre aqueles que receberam oxigênio sem ventilação mecânica
invasiva (23,3% vs. 26,2%; relação de taxa, 0,82; IC de 95%, 0,72 a 0,94), mas não foi menor entre
aqueles que não estavam recebendo suporte respiratório na randomização (17,8% vs. 14,0%;
razão de taxas, 1,19; IC de 95%, 0,91 a 1,55)(RECOVERY CollaborativeGroupet al., 2020).
Já para YANG (2020), segundo o que foi concluído em sua revisão sistemática e de meta análise, o
uso de corticosteroides está associado ao aumento da mortalidade em pacientes com pneumonia
por coronavírus. Para tal conclusão, foram analisados 15 estudos, resultando num total de 5.270
pacientes. O resultado indicou que os pacientes críticos eram mais propensos a necessitar de
terapia com corticosteroides (razão de risco [RR] = 1,56, intervalo de confiança de 95% [IC] = 1,28-
1,90, P <0,001). Entretanto, o tratamento com corticosteroides foi associado a maior mortalidade
(RR = 2,11, IC 95% = 1,13-3,94, P = 0,019), maior tempo de internação (diferença média ponderada
[WMD] = 6,31, IC 95% = 5,26-7,37, P <0,001), uma maior taxa de infecção bacteriana (RR = 2,08, IC
95% = 1,54-2,81, P <0,001) e hipocalemia (RR = 2,21, IC 95% = 1,07-4,55, P = 0,032), mas não
hiperglicemia (RR = 1,37, 95% CI = 0,68-2,76, P = 0,376) ou hipocalcemia (RR = 1,35, IC 95% = 0,77-
2,37, P = 0,302).
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CONCLUSÃO
Muitosestudos foram realizados em tempo recorde por causa da letalidade da COVID-19 e muitos
outros estão em fase de conclusão neste exato momento.A busca por uma solução, seja ela
profilática ou medicamentosa, está em ritmo frenético, porém, como se trata de vidas individuais,
os obstáculos são inúmeros e imprevisíveis, dando assim uma sensação de impossibilidade de
acerto.
Conforme mostramos aqui, os resultados preliminares de alguns ensaios clínicosutilizando os
fármacos queescolhemos abordar, não foram satisfatórios devido a incompatibilidade entre um
resultado e outro. Porém, mesmo sendo um enorme desafio,osesforços que
estãosendoaplicadosnosestudosclínicosatuaisirãocontribuirnaidentificação de dados relacionados
à eficácia, segurança e dosagensdessesfármacos para que
promovamimpactosignificativonaredução da morbimortalidade dos pacientes. Portanto,as
estratégias preventivas conduzidas pelos órgãos estaduais e municipais de vigilância sanitária,
ainda devem ser adotadas por toda a população, já que soluções técnicas como novas vacinas não
são esperadas para o ano corrente. Concluímos então, que mais estudos sobre o tema são
extremamente necessários, portantoo famoso ditado “Prevenir é melhor do que remediar” nunca
esteve tão certo e que essa prevenção deverá continuar no distanciamento social, nas práticas
sanitárias, na proteção da face (mucosa) e na educação da população para que a transmissão
dessa doença venha a diminuir.
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