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Química Geral Experimental C

Professor: Luiz Otávio

Atividade 6

Jade Lomeo

Pedro Candiotto

Webert Martins

PE3

Eletroquímica

Belo Horizonte, 31 de maio de 2016


1. Introdução:
A eletroquímica é a parte da Química que estuda a relação entre a corrente elétrica e as
reações químicas de transferência de elétrons (reações de oxirredução). Há dois casos
de particular interesse para a Eletroquímica, o primeiro deles é o emprego controlado
de reações espontâneas de oxirredução para gerar corrente elétrica. É o que ocorre nas
pilhas e baterias. Um segundo caso de interesse é o uso da corrente elétrica (gerada,
por exemplo, por uma cela galvânica) para forçar a ocorrência de uma reação de
oxirredução que não ocorre espontaneamente, mas que é de interesse prático. Esse tipo
de reação, relativo ao segundo caso, é chamada de eletrólise.

A tendência que têm os elétrons de se transferir em uma reação química depende das
espécies que estão envolvidas e de sua concentração. Quando o processo é espontâneo,
a redução e a oxidação ocorrem em regiões fisicamente separadas, a reação pode
produzir trabalho e forçar os elétrons a percorrerem um circuito externo.

A principal condição em uma reação redox é a transferência de elétrons do agente


redutor para o oxidante. Foram estabelecidos para isso, potenciais de oxidação e
redução em relação ao hidrogênio (potencial de redução igual a zero), de modo que os
eletrodos que perdem elétrons mais facilmente que o hidrogênio possuem potenciais
positivos e os que ganham facilmente, potenciais negativos.

Para saber se uma reação ocorre ou não espontaneamente é necessário verificar se o


potencial da reação será positivo (reação espontânea) ou negativo (reação não
espontânea), sendo que um trabalho elétrico é capaz de promover transformações em
sistemas não espontâneos. A espontaneidade de ocorrência da reação química pode
também ser avaliada pela energia livre de Gibbs (se ela for positiva a reação não é
espontânea, e o contrário vale para o caso de ela ser negativa.

2. Objetivo:
Os objetivos do experimento foram observar a espontaneidade de reações de oxidação
e redução, montar a pilha de zinco e cobre (pilha de Daniell), observando seu
funcionamento e reconhecer os produtos da reação de eletrólise. Aprofundando-se
assim, os conhecimentos teórico-práticos sobre eletroquímica.
3. Materiais:
 1 Fonte de energia;
 2 Eletrodos de grafite;
 1 Multímero;
 1 Eletrodo de cobre;
 1 Eletrodo de zinco;
 1 Ponte salina;
 1 Tubo em U para eletrólise;
 1 Béquer de 50 mL;
 1 Béquer de 25 mL;
 1 Garra;
 2 Condutores metálicos (fios de cobre);
 Palha de aço;
 4 Suportes de ferro;
 2 Pipetas graduadas de 10 mL;
 1 Frasco para resíduo.

4. Reagentes:
 Solução aquosa de KI 0,5 mol L-1 (20 mL);
 Solução alcoólica de fenolftaleína (1 ml);
 Dispersão de amido (1 mL);
 Solução aquosa de ZnSO4 1,0 mol L-1 (30 mL);
 Solução aquosa de CuSO4 1,0 mol L-1 (30 mL);
 Solução saturada de KCl (30 mL);
 1 Prego;
 2 Lâminas metálicas de cobre;
 1 Lâmina metálica de zinco.

5. Parte experimental:

A) Verificação qualitativa da tabela de potencial de oxidação

 Colocou-se em um tubo de ensaio pequena quantidade da solução de cobre (II);


 Mergulhou-se nesta solução um prego (previamente limpo com a palha de aço);
 Observou-se as condições iniciais de reação e anotou-se alguma evidencia de
transformação;
 Colocou-se em um béquer a solução de Zn (II) e mergulhou-se uma lamina de cobre;
 Observou-se e anotou-se os resultados;

B) Montagem da pilha de cobre e zinco (Pilha de Daniell)

 Colocou-se, em um béquer, aproximadamente 20 mL da solução de sulfato de cobre


(II) [CuSO4] e num outro, aproximadamente 20 mL da solução de sulfato de zinco (II)
[ZnSO4];
 Com a ponte salina em gel que já se encontrava preparada, mergulhada em KCl ,
(aq)

com auxílio de uma pinça retirou-se a do béquer e em seguida foi montado o sistema
conforme a figura 1;
 Fechou-se o circuito intercalando o voltímetro entre os eletrodos;
 Foram descritas as reações e observado a diferença de potencial no voltímetro.
 Comparou-se o valor experimental obtido com o teórico;

Fig.1: Esquema da Pilha de Daniell.


C) Eletrólise

 Colocou-se num tubo em U a solução de KI 0,5 mol/L até enchê-lo quase


completamente;
 Colocou-se cada eletrodo de carbono (ligados aos pólos da fonte de energia) em uma
das extremidades do tubo em U;

Fig.2: Esquema da eletrólise.

 Deixou-se que a eletrolise se processasse por 2 a 3 minutos;


 Observou-se e anotou-se o que ocorria no catodo e no anodo;
 Removeram-se os eletrodos de carbono do tubo em U;
 Retirou-se, com uma pipeta, aproximadamente 2 mL de solução de um dos ramos do
tubo em U e colocou-se em dois tubos de ensaio; fez-se o mesmo com o outro ramo do
tubo em U, utilizando outros dois tubos de ensaio;
 Adicionou-se 1 gota de fenolftaleína a um tubo de ensaio de cada par;
 Observou-se os resultados e anotou-se;
 Adicionou-se 1 gota de dispersão de amido a um tubo de ensaio de cada par;
 Observou-se e anotou-se os resultados;
6. Resultados e Discussão:

A) Verificação qualitativa da tabela de potencial de oxidação

Após mergulhar-se o prego na solução de Sulfato de cobre no tubo de ensaio,


observou-se a deposição de uma substância na superfície do prego. Já com a lamina de
cobre imergida na solução de Zinco nada houve.
De acordo com a tabela de potenciais de redução descrita abaixo, o deposição
no prego foi feita pela Cobre da solução, pois ele tem maior facilidade de reduzir em
relação ao ferro, de acordo com as semi-reações potenciais, podemos observar que é
uma reação espontânea, por possuir εo > 0. O mesmo não ocorreu com o Zn, por
possuir menor tendência de redução em relação ao cobre.

Fe(s)  Fe+2(aq) + 2 e- εo = +0,44 V


Cu+2 + 2 e-  Cu(s) εo = +0,34 V
Fe(s) + Cu+2  Fe+2(aq) + Cu(s) Δεo = +0,78 V

Tabela 1: Potenciais de redução.


B) Montagem da pilha de cobre e zinco (Pilha de Daniell)

Ao montar o sistema da Pilha de cobre e zinco formou-se o eletrodo de zinco e o


eletrodo de cobre, cada um desses chamados de semicela. A ponte salina utilizada
manteve as semicelas neutras, através das transferências de íons, impedindo um
excesso de cargas em ambos lados. Devido ao movimento dos elétrons do eletrodo de
menor potencial de redução para o eletrodo de maior potencial de redução sabe-se que
os elétrons vão do zinco para o iodo, ocorrendo as semi-reações:

I Zn → Zn²+ + 2e‾ Anodo (semi-reação de oxidação)


II Cu²+ + 2e‾ → Cu Catodo (semi-reação de redução)
Zn + Cu²+→ Zn²+ + Cu Equação de oxirredução total

A transferência de elétrons ocorre por um fio conectado ao Zn (s) e ao Cu(s). O d.d.p


medido no voltímetro intercalado entre os eletrodos foi de 1,02 V e este foi comparado
com o valor teórico, que pode ser calculado com o auxílio da Tabela 1- Potencial de
Redução:
Eºred zinco: -0,76
Eºred cobre:+ 0,34

E° = Eºred(catodo) – E°red(anodo)
E°= 0,34 - (-0,76)
E°= 1,10 V

Observa-se que a reação é espontânea já que seu E°>0. Houve uma diferença de
0,08V entre o valor experimental e o valor teórico e isso ocorreu provavelmente
devido a concentração dos reagentes não ser exatamente 1mol/L, concentração no qual
os potenciais de redução são determinados.

Através dos resultados discutidos e das reações e potenciais de redução observadas


temos que zinco metálico tem menor potencial de redução que o cobre, ocorrendo
então a perda 2 elétrons que são conduzidos para os eletrodos de cobre. Dessa forma o
Zno(s) sofre oxidação e se transforma no cátion Zn²+(aq) como foi visto em sua semi-
reação I. Ao sofrer a perda de elétrons a placa de zinco vai perdendo massa. O cobre
metálico tem maior potencial de redução que o zinco, e por isso os dois elétrons que o
zinco perdeu são transferidos para o cobre. Dessa forma os cátions Cu²+ (aq), presentes
na solução de sulfato de cobre, são reduzidos e se transformam em Cu 0(s) que se
deposita na placa como visto na semi-reação II. A medida que vai se reduzindo os
cátions Cu²+ (aq), a coloração da solução de sulfato de cobre vai se tornando mais clara.

Portanto, a placa de zinco é o polo negativo da pilha, onde ocorre a oxidação, e este é
denominado ânodo e a placa de cobre é o polo positivo da pilha, onde ocorre a redução
e este é denominado de cátodo.

O desgaste do zinco, o deposito de cobre na placa de cobre e o clareamento da solução


de sulfato de cobre não foram vistos devido ao curto tempo do experimento.

C) Eletrólise
As celas eletrolíticas são aquelas nas quais ocorre uma reação química provocada pela
passagem de corrente elétrica, a eletrólise. Ela pode ser de dois tipos: ígnea
(provocada pela passagem de corrente elétrica através de um composto iônico
fundido) ou aquosa (provocada pela passagem de corrente elétrica através de uma
solução aquosa). Sendo que, na prática, foi executada a eletrólise aquosa, com uma
solução de KI.

É importante destacar a presença do eletrodo de grafite que, por sua vez, é um eletrodo
inerte, ou seja, não toma parte nas reações que ocorrem, servindo apenas de contato
elétrico entre a fonte de energia e a solução. Após montado o sistema, deixou-se a
reação processando-se por algum tempo, de modo que em um dos lados do tubo foi
observada a formação de gases, lado esse que foi identificado como o catodo, no qual
ocorreu uma redução. Do outro lado, de início, não foram percebidas modificações
aparentes, até o desligamento da fonte de energia.

Após isso, adicionou-se fenolftaleína e goma de amido nos dois lados do tubo, sendo
que no lado do catodo, em que a produção de gases foi percebida, apareceu uma
coloração rosa, indicando pH básico, enquanto do outro lado foi percebida uma
coloração preta, que apontou a presença de I2, no lado correspondente ao anodo, onde
ocorre uma oxidação.

Sendo assim, os resultados observados podem ser interpretados de acordo com a


facilidade de descarga em eletrólise aquosa, ou seja, no catodo, o polo negativo, a
água tende a reduzir mais facilmente do que o K+, de modo que ocorre a reação:

2H+(aq) + 2e-  H2(g)


O que comprova que o gás gerado era o hidrogênio e o pH básico é observado pelo
consumo dos cátions hidrônio, que desloca o equilíbrio de autoionização da água
(H2O(l) <=> H+(aq) + OH-(aq)) para a formação dos produtos, fazendo com que exista um
excesso de OH-, o que explica o pH básico.

Enfim, no anodo, o ânion I- tem tendência a ser oxidado, em uma eletrólise, mais
facilmente do que a água (facilidade de descarga alta em eletrólise), de modo que a
reação abaixo ocorre:
2I-(aq)  I2(aq) + 2e-
E, a partir da equação, conclui-se que o produto gerado no anodo é o I 2, como foi
verificado ao se acrescentar a goma de amido, que forma um complexo colorido com o
iodo.

7. Conclusão:

A partir da pratica realizada, foi possível comprovar a natureza elétrica de algumas


reações, além da transformação de energia química em energia elétrica. É possível
perceber também que uma reação de oxi-redução é previsível, ou seja, é possível
prever se determinada reação será espontânea ou não e que a voltagem fornecida pela
reação dependerá diretamente da concentração das soluções envolvidas, mas é
possível se ter uma ideia de qual vai ser essa voltagem. A ponte salina é de grande
importância na pilha uma vez que mantem a neutralidade do sistema. Assim, essa
pratica foi de grande importância para o nosso entendimento da eletroquímica, já que
provou vários conceitos teóricos já conhecidos pelos alunos.
8. Bibliografia:

1) SALVADOR, E.; USBERCO, J. Química, volume 1: química geral. São Paulo:


Saraiva, 2009.

2) Potenciais de eléctrodo de redução a 25 °C. Disponível em:


http://educa.fc.up.pt/ficheiros/fichas/869/Potenciais%20de%20el%E9ctrodo%20de
%20redu%E7%E3o%20padr%E3o%20a%2025%BAC.pdf.

3) PERUZZO, F. M.; CANTO, E. L. Química na abordagem do cotidiano, volume 2: Físico-


Química. São Paulo, 2010.

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