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SP FAZ ESCOLA

CADERNO DO PROFESSOR

LÍNGUA PORTUGUESA

ENSINO FUNDAMENTAL

VOLUME 4

49397028-20 LINGUA PORT EF Prof CAPA.indd 1 09/10/2020 16:24:46


SP FAZ ESCOLA
CADERNO DO PROFESSOR

LÍNGUA PORTUGUESA

ENSINO FUNDAMENTAL – 6º ANO

VOLUME 4
Olá!

A Situação de Aprendizagem que você desenvolverá neste material


pretende trabalhar habilidades relacionadas às práticas de:

l eitura;
oralidade;
produção textual;
análise linguística/semiótica.

Essas práticas, por sua vez, estão articuladas a alguns campos de atuação
social:

o da vida pública;
o das práticas de estudo e de pesquisa;
o da arte e da literatura;
o do jornalístico/midiático.

Utilize este material como parte de seus estudos, associando-o a outros que
venham a complementar sua jornada no campo do conhecimento.

Equipe Pedagógica de Língua Portuguesa

Desenho de Lívia Maria dos Santos Amaral, 12 anos, 6º ano - E.E. Comendador Antônio Figueiredo Navas, Lins, SP
SUMÁRIO

Pág.

Situação de Aprendizagem 1 ........................................................................

Situação de Aprendizagem 2 ......................................................................

Situação de Aprendizagem 3 ......................................................................

Situação de Aprendizagem 4 ......................................................................

Referências Bibliográficas...........................................................................

Créditos .........................................................................................................
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 – NARRATIVAS E SUAS DIVERSIDADES

Nesta Situação de Aprendizagem (SA) , você desenvolverá atividades de leitura, de


escrita e de oralidade voltadas a narrativas, explorará crônicas, contos e desvendará
enigmas. Veja, a seguir, algumas habilidades, entre outras, que começaremos a
desenvolver:

EF06LP07B EF67LP23B EF06LP08


Nomear os períodos compostos por Formular perguntas coerentes e Identificar, em texto ou sequência
coordenação dentro de uma situação adequadas em momentos textual, orações como unidades
oportunos em situações de aula, constituídas em torno de
comunicativa.
apresentação oral, seminário etc. um núcleo verbal e períodos como
conjunto de orações conectadas.

EF67LP30
EF67LP36 EF69LP46
Utilizar, ao produzir texto, recursos de Criar narrativas ficcionais Participar de práticas de
coesão referencial (léxica compartilhamento de leitura/recepção de
e pronominal) e sequencial e outros
(contos, narrativas de obras literárias/manifestações
recursos expressivos adequados ao enigma, crônicas, entre artísticas, tecendo, quando possível,
gênero textual. outros) que utilizem comentários de ordem estética e afetiva.

cenários e personagens
realistas ou de fantasia, EF06LP09
EF06LP12 Analisar, em texto ou sequência textual,
Utilizar, ao produzir textos em diferentes observando os elementos o uso dos períodos simples e
gêneros, recursos de coesão referencial da estrutura narrativa compostos.
(nomes e pronomes), recursos
semânticos de sinonímia, antonímia e próprios ao gênero
homonímia e mecanismos de pretendido, tais como
representação de diferentes vozes EF06LP07A
(discurso direto e indireto). enredo, personagens, Identificar, em diferentes gêneros,
tempo espaço e narrador, o uso de períodos compostos por
utilizando tempos orações separadas por vírgula e sem a
utilização de conectivos.
EF69LP47 verbais adequados à
Analisar, em textos narrativos ficcionais,
as diferentes formas de composição narração de fatos
próprias de cada gênero, os recursos passados, empregando
coesivos que constroem a passagem do
tempo e articulam suas partes, a escolha conhecimentos sobre
lexical típica de cada gênero para a diferentes modos de se
caracterização dos cenários e dos
personagens e os efeitos de sentido iniciar uma história e de
decorrentes dos tempos verbais, dos inserir os discursos direto
tipos de discurso, dos verbos de
enunciação e das variedades e indireto.
linguísticas empregados, expressões
conotativas e processos figurativos e do
uso de recursos linguístico gramaticais EF67LP33
próprios a cada gênero narrativo. Pontuar adequadamente textos de
diferentes gêneros (ponto,
ponto de exclamação, ponto de
interrogação, reticências).

Práticas de Linguagem

▪ Leitura
▪ Oralidade
▪ Produção de Texto
▪ Análise Linguística/Semiótica
Atividade 1 – Um mergulho no conto

Você com certeza já leu muitas histórias, não é mesmo? A história que você vai ler a
seguir, é um conto. Mas antes, queremos que você responda no seu caderno e
depois, socialize com seus colegas, as seguintes questões:
Professor, caso as aulas estejam acontecendo a distância, considere o uso das ferramentas
digitais na socialização das respostas, como por exemplo, tecer comentários orais em
gravações de áudio ou vídeo, sobre as questões propostas, compartilhando-os em grupos de
whatsapp da turma.

1 – O título do conto é “Chapeuzinho Azul e o Lobo Internauta”. Esse conto remete a


um conhecido conto de fadas, qual?
Chapeuzinho Vermelho.

2 - Sobre o que retrata esse conhecido conto de fadas?


Na versão dos Irmãos Grimm, a história é sobre uma menina que sempre usava um chapéu
vermelho, por isso ela tinha esse apelido. Um dia, sua mãe pediu que ela levasse uma cesta de
doces para sua avó, que estava doente. No caminho, ela encontrou o lobo, começou a conversar
com ele e aceitou a sua sugestão de seguir por um determinado caminho. O lobo, muito esperto,
foi pelo caminho mais curto e chegou à casa da avó primeiro, devorando-a. Ele, então, colocou
as roupas da avó, passando-se por ela. Quando a menina chegou, começou a persegui-la, mas
um caçador ouviu os gritos dela, abriu a barriga do lobo e tirou a avó de lá, salvando as duas.
Já na versão de Charles Perrault, o enredo é o mesmo, porém o desfecho é diferente, pois o lobo
devorou a avó, passou-se por ela e depois devorou a menina.

3 – O que você acha que será tratado no conto que vai ler?
Resposta pessoal. Porém, espera-se que os alunos façam uma analogia com o conto da
Chapeuzinho Vermelho.

4 – De acordo com o título, esse conto retratará uma fantasia ou uma realidade? Por
quê?
Espera-se que os alunos escrevam que o conto retratará uma fantasia devido ao título
apresentado.

Muito bem, agora que você socializou as questões com seus colegas, vamos à
leitura do conto!

Texto 1
Chapeuzinho Azul e o Lobo Internauta
Lucy Carvalhar

- Aonde vai com tanta pressa, bela moça, neste parque tão grande?
- Vou ao shopping! Resolvi cortar caminho por aqui.
- Posso acompanhá-la? – perguntou um rapaz que estava com uma máscara
estranha.
A moça assustada com a aparência do rapaz não aceitou aquela companhia, pois
sempre lhe disseram que não se deve conversar com desconhecidos e seguiu seu
caminho.
À noite, uma pessoa, com o codinome Lobo Internauta, entrou em sua rede social e
quis conhecê-la, mas ela teve receio em conversar com ele, porque achava perigoso
teclar com estranhos na internet.
Uma semana depois, ela foi a uma festa à fantasia, e um rapaz, com uma máscara de
lobo, dirigiu-se a ela.
- Podemos conversar, bela moça?
- Sim! Gostei da sua fantasia de lobo!
Ele, constrangido, disse:
- Desculpe, mas não é uma fantasia. Esta é a minha verdadeira forma de ser! Não
fique assustada, não queria lhe causar tanto espanto.
Indignada, ela não se intimidou e perguntou:
- Como assim? O que aconteceu com você?
O rapaz, tristemente, respondeu:
- Quando eu tinha quinze anos, sofri um acidente e a cirurgia
deixou em mim essas cicatrizes em forma de lobo.
Diz a lenda, que se eu for beijado por uma bela moça,
elas desaparecerão do meu rosto. Mas todas as moças que
me encontram, fogem assustadas. Então, vivo assim há anos!

- E como você trabalha? https://pixabay.com/pt/illustrations/conto-de-fadas-


encantado-fantasia-1735406/ Acesso em 09 de
jun.2020.
- Eu sou analista de sistemas e trabalho pela internet.
- Puxa, você deve ser muito sozinho! – exclamou a moça, com a voz embargada.
- Sim. Eu vivo triste e solitário. Infelizmente, só me relaciono pela internet. Vim aqui
hoje, porque é uma festa à fantasia.
- Pela internet?
- Sim. É a única forma de livrar-me da solidão. Entretanto, o grande problema é que
as pessoas querem me conhecer pessoalmente, e quando isso acontece, fogem.
Outro dia, tentei falar, na rede social, com uma moça chamada Chapeuzinho Azul,
mas ela não quis falar comigo, dizendo que tinha medo de falar com estranhos na
internet.
- Chapeuzinho Azul? – perguntou a moça.
- Exatamente! Eu sei que, embora ela falasse comigo, quando me conhecesse de
perto, sairia correndo, como já aconteceu com outras moças que conheci.
- Então, você é o rapaz que tentou falar comigo outro dia. Você é o Lobo Internauta!
– concluiu a moça.
- E você é a Chapeuzinho Azul! – exclamou o Lobo Internauta.
- Sim – disse ela, preocupada com a coincidência daquela situação e com o que
poderia acontecer naquela festa a partir do encontro inesperado com o Lobo
Internauta.

https://www.recantodasletras.com.br/contosdefantasia/1170968.Adaptado.Acesso em 09 de jun.2020.

4 – Você acabou de ler um conto que remete à fantasia. Vamos explorá-lo?


a- O conto que você acabou de ler inicia-se com o diálogo entre duas
personagens. Quem são?

Chapeuzinho Azul e o Lobo Internauta.

b- No Caderno do Aluno, Volume 1, você aprendeu sobre foco narrativo,


lembra? Então, responda: Após o diálogo entre as personagens, o narrador
se manifesta em primeira ou em terceira pessoa? Transcreva um trecho que
comprove a sua resposta.

Em terceira pessoa. Professor, faça a retomada sobre o foco narrativo a fim que os
alunos recuperem os conhecimentos sobre o assunto e peça que eles leiam o texto e
transcrevam um trecho, comprovando a resposta.

c- Nesse conto, um moço apresenta-se para Chapeuzinho Azul, utilizando o


codinome Lobo Internauta. Você sabe o que é um codinome? Explique.

Codinome é um apelido de uma pessoa, muito utilizado na internet, conhecido também


como nick ou nickname.

d- De acordo com o conto, por que o rapaz escolheu este codinome?

Ele escolheu este nome porque estava sempre teclando na internet.

5 – Vamos entender o que é um conto? Veja o quadro a seguir:


É uma narrativa curta, que contém poucas personagens.
Contém um enredo: é o que acontece na história, a sequência de ações.
Possui apresentação, conflito, clímax e desfecho.
Pode conter elementos descritivos.
A narrativa pode ser real ou fictícia.
Possui marcadores espaciais e temporais.
O foco narrativo pode ser em primeira ou terceira pessoa.
O tempo pode ser cronológico ou psicológico.
Pode haver o uso do discurso direto, discurso indireto ou discurso indireto livre.
Elaborado por Lucifrance Elias Carvalhar especialmente para esse material.

a – A partir da explicação sobre conto, retome o texto e observe os tipos de discurso


presentes nele. O discurso é direto ou indireto? Comprove sua resposta,
transcrevendo um trecho do conto.
Professor, retome com os alunos o que é um discurso direto e um discurso indireto para que
eles recuperem os conhecimentos sobre o assunto.
O discurso presente no conto é o direto, pois as vozes das personagens estão inseridas na
narrativa, sem a participação do narrador. Trecho do conto:
- Eu sou analista de sistemas e trabalho pela internet.

- Puxa, você deve ser muito sozinho! – exclamou a moça, com a voz embargada.

6 – No desenvolvimento do conto ocorreram várias ações das personagens. Ao


abordar essas ações o narrador as situa predominantemente no:
( ) Presente ( x ) Pretérito ( ) Futuro
Exemplifique com passagens do texto.
Professor, retome o texto com os alunos e peça a eles para identificarem as ações ocorridas.

7 - Na frase “...sempre lhe disseram que não se deve conversar com desconhecidos.”
O pronome lhe no texto refere-se a:
( ) desconhecidos
( ) moço
( x ) moça
8 – O texto “Chapeuzinho Azul e o Lobo Internauta” é um conto fantástico, pois é a
construção de um mundo irreal, com situações improváveis e ações que
transpassam a realidade além do humano. Com base nessa explicação qual
situação presente nele transpassa o mundo real?
Que se o Lobo Internauta for beijado por uma bela moça, as cicatrizes desaparecerão do seu
rosto.

9 - O conto “Chapeuzinho Azul e o Lobo Internauta” termina com a moça


preocupada. Qual era a preocupação dela?
Ela estava preocupada com a coincidência da situação de ter encontrado o Lobo Internauta na
festa e com o que poderia acontecer ali, a partir do encontro inesperado com ele.

10 - O desfecho do conto “Chapeuzinho Azul e o Lobo Internauta” possui um final


aberto, pois não há uma conclusão sobre o que aconteceu naquela festa. O que você
acha que houve durante e após o encontro entre Chapeuzinho Azul e o Lobo
Internauta? Escreva um final fechado para este conto e compartilhe com seus colegas
de classe.
Professor, explore com os alunos o conceito de desfecho aberto e fechado, a fim de que eles
possam realizar a atividade proposta.

Caso as aulas estejam acontecendo a distância, considere o uso das ferramentas digitais no
compartilhamento da atividade, como por exemplo, em gravações de áudio ou vídeo ou em
grupos de whatsapp da turma.

Final aberto – é aquele em que o leitor é convidado a inventar seu próprio desenlace
na história.
Final fechado – é aquele em que todos os elementos da trama são resolvidos de
maneira definitiva.
Elaborado por Lucifrance Elias Carvalhar especialmente para esse material.

Atividade 2 – Conto de Enigma: o que é?


1 – Você já leu um conto de enigma? Qual?
Professor, pergunte aos alunos se eles sabem o que é um conto de enigma e depois, peça que
falem sobre o que leram.

2 – Na atividade anterior, você leu uma história que remete ao conto da


Chapeuzinho Vermelho, mas voltada para a atualidade. A seguir você vai ler um
conto de enigma. Vamos lá?
Texto 2
1 – Você já leu um conto de enigma? Qual?
2 – Na atividade anterior, você leu uma história que remete ao conto da
Chapeuzinho Vermelho, mas voltada para a atualidade. A seguir você vai ler um
conto de enigma. Vamos lá?

O enigma da casa amarela


Lucy Carvalhar

Disponível em: https://pixabay.com/pt/illustrations/caracol-l%C3%A1pis-cores-casa-amarelo-3661544. Acesso em: 30


jun.2020
Sim, era uma casa amarela, antiga, com muros baixos, portões enferrujados, janelas
quebradas e, há muito tempo, abandonada. As crianças tinham medo de entrar nela,
pois todos diziam que a casa era mal-assombrada.
Até que chegou ao bairro, Arthur, um menino destemido. Numa tarde, brincando em
frente à casa, perguntou:
- Jonas, de quem é essa casa velha?
- Arthur, essa casa é mal-assombrada, tem muitos mistérios! Dizem que há muitos
fantasmas! Nunca entre nela!
- Não existe casa mal-assombrada! Isso é imaginação das pessoas!
- É melhor ficarmos longe. Vamos embora! – ordenou Jonas.
Arthur seguiu as orientações de seu amigo, mas não parou de pensar na casa. À noite,
sonhou que escutava uma voz muito estranha. No dia seguinte, ao voltar da escola,
parou em frente à casa e ficou olhando para ela. A porta, então, abriu-se e uma voz
ecoou de lá, dizendo:
- Entre, não tenha medo!
Arthur olhou para os lados e pensou “Vou entrar, quer chova, quer faça sol! Não existe
casa mal-assombrada. Hoje, eu desvendo os seus mistérios.”
Pé ante pé, ele entrou na casa. Na sala não havia ninguém e ele perguntou:
- Quem está aí? Apareça! Você pediu que eu entrasse, portanto quero que venha falar
comigo.
Mas a voz não se manifestou, deixando o destemido menino mais irritado. Ele subiu
as escadas, foi aos quartos e não viu nada. “O que será que há nesta casa?”, pensava
ele. Como ninguém apareceu, desceu e, no caminho, sentiu um delicioso cheiro.
“Que cheiro bom! Deu até fome!”, pensou, indo ao encontro do saboroso aroma.
Caminhando devagar, ele entrou em uma estreita porta e deparou-se com uma
enorme cozinha. Nela havia um forno à lenha aceso e uma mesa com bolos, tortas,
doces e refrigerantes. “Nossa! Que delícia!”, exclamou ele, em voz alta.
A voz, então, disse:
- Coma, é para você!
Arthur, não vendo ninguém por perto, gritou:
- Quem está aí? Pare de brincar comigo! Não existem fantasmas! Quem é você?
- Coma, não faça perguntas! – ordenou aquela voz.
Arthur, com muita fome, sentou-se à mesa e saboreou aquele delicioso banquete. A
voz havia silenciado. Ao terminar, ele dirigiu-se para a porta, e a voz perguntou:
- Gostou do bolo?
- Delicioso, obrigado! Agora, vou embora. É uma pena não conhecer você e só ouvir
a sua voz!
- Mas você me conhece – disse a voz misteriosa.
- Como assim?
- Para descobrir quem eu sou, você vai ter que ler o que está escrito naquele bilhete,
que está em cima da mesa.
O menino pegou o bilhete e viu que nele havia símbolos com letras.
- É uma escrita enigmática! – exclamou.
- Isso mesmo! Você terá que decifrar! Pegue aquela caneta e mãos à obra!
Ele, então, pegou a caneta e decifrou aqueles símbolos.

A B C D E F G H I J
β π ☺ € ≤ ± µ × ∞ ¥

K L M N O P Q R S T
α Ω ∑ © ÷ ) ≥ £ > @

U V W X Y Z Ç Ã Õ
% & $ * ( # } + =

>÷% β >%β ∞∑ βµ∞©β}+÷!


_____ ___ ______ ___________________!

Quer saber o que estava escrito?


Decifre e descubra o enigma da casa amarela!
Texto elaborado especialmente para esta atividade.

Conto de Enigma é uma narrativa composta de mistérios e que ao desvendar o


enigma, o protagonista torna-se o herói.

Elaborado por Lucifrance Elias Carvalhar especialmente para esse material.


3 – Agora que você e o Arthur decifraram a escrita enigmática do bilhete. Compartilhe
com seus colegas o que estava escrito nele.
Sou a sua imaginação!

4 - O título do conto é “O enigma da casa amarela”. Explique o nome do título de


acordo com o que você leu na narrativa.
O conto recebeu o título “O enigma da casa amarela” porque a casa possuía um enigma.

5 – Como você leu, a casa amarela possuía um enigma. Qual era?


Era a imaginação do menino.

Você sabe o que é escrita enigmática?


A escrita enigmática é uma escrita que mistura a linguagem verbal e não verbal
(códigos, símbolos, desenhos) e pode estar presente em bilhetes, cartas ou cartões
de aniversários ou felicitações.

Elaborado por Lucifrance Elias Carvalhar especialmente para esse material.

6 - O narrador faz descrições da casa. Grife, no texto, as passagens em que elas


aparecem.
Casa amarela, antiga, com muros baixos, portões enferrujados, janelas quebradas.

7- Você já aprendeu que, para contar uma história, o narrador, em geral, utiliza os
marcadores temporais e espaciais a fim de situar as ações e os acontecimentos para
o leitor. Releia o texto e transcreva, no quadro a seguir, os marcadores temporais e
os marcadores espaciais presentes nele.

Marcadores temporais Marcadores espaciais


Há muito tempo Casa amarela
Até que Bairro
Numa tarde Em frente à casa
À noite Escola
No dia seguinte Na sala
Hoje Escadas, quartos
Porta estreita
Enorme cozinha
(sentou-se) à mesa
Professor, retome com os alunos o que são marcadores temporais e espaciais a fim de facilitar
a compreensão da atividade.

8 – No conto que você leu, o foco narrativo está em terceira pessoa. Justifique essa
afirmação, retirando exemplos do texto.
Professor, retome com os alunos o que é foco narrativo a fim de facilitar a realização da
atividade.

Ele subiu as escadas, foi aos quartos e não viu nada. (Exemplo retirado do texto).

9 – Como você aprendeu, um conto pode ter como foco narrativo, a primeira ou
terceira pessoa. Veja os tipos de narrador que podem estar presentes em uma
narrativa.

Tipos de Narrador
Narrador-personagem: conta e participa da história. No foco narrativo predomina a
1ª. pessoa.
Narrador-observador: descreve os fatos, sem se envolver com eles, predomina o
uso da 3ª. pessoa, no foco narrativo.
Narrador onisciente: é aquele que sabe todos os fatos da história, mesmo que não
participe dela. Narra os pensamentos e sentimentos dos personagens, sem que eles
precisem se expressar claramente. Predomina a 3ª. pessoa.
Elaborado por Lucifrance Elias Carvalhar especialmente para esse material

a – No conto “O enigma da casa amarela” o foco narrativo está em terceira pessoa.


Com base no quadro explicativo sobre os tipos de narrador, identifique se o narrador
é
( ) observador ( x ) onisciente
Justifique a sua resposta com trechos do conto.
Arthur seguiu as orientações de seu amigo, mas não parou de pensar na casa.

10 - Enquanto você lia a história, deve ter imaginado muitas coisas que na casa
amarela. Escreva o que você imaginou.
Resposta pessoal.

11 – Escreva, nos retângulos a seguir, as informações solicitadas sobre o conto “O


enigma da casa amarela”. Faça um resumo da apresentação, enredo, conflito, clímax
e desfecho.
Professor, para esta atividade, retome o que é apresentação, enredo, conflito, clímax e desfecho
em uma narrativa.

Apresentação: é a introdução, na qual o narrador apresenta os personagens, o local e o tempo


em que desenvolverá a história.

Enredo: estrutura da narrativa em que se desenrolam as ações.


Conflito: uma problemática que precisa ser resolvida na história.

Clímax: é o ponto alto da narrativa, o auge em que a ação atinge seu momento crítico, indo para
o desfecho da história.
Desfecho: é a solução do conflito.

Título Autor

Personagens Apresentação

Enredo Conflito

Clímax Desfecho

12 – O conto que você leu possui um final


( ) aberto ( x ) fechado
Justifique sua resposta de acordo com o que você aprendeu sobre final aberto e final
fechado.
Professor, retome com os alunos o que é final aberto e final fechado para que eles possam
justificar a resposta que deram na questão. Explore o conto, retomando a leitura. Como
sugestão, pode-se fazer uma leitura compartilhada.

13 – O conto apresenta um quadro com símbolos e letras. Forme duplas e escreva


uma frase enigmática, utilizando os símbolos que estão naquele quadro. Em seguida,
peça para que seu colega decifre o que está escrito. Depois, ele escreverá uma frase
enigmática e você terá que decifrar. Em uma roda de conversa, compartilhe as frases
com os colegas. Mãos à obra!
Professor, retome a escrita enigmática e, se possível, dê outros exemplos aos alunos,
diferentemente do que há no conto, a fim de estimulá-los a realizarem a atividade. Após o
compartilhamento das frases enigmáticas, monte um quadro na sala de aula, expondo-as.
Caso as aulas estejam acontecendo a distância, considere o uso das ferramentas digitais no
compartilhamento da atividade, como por exemplo, em gravações de áudio ou vídeo, ou em
grupos de whatsapp da turma.

14 – Que tal fazer uma pesquisa sobre contos de enigma ou contos de detetive?
Forme grupos com quatro alunos e pesquisem sobre esses contos. Escolham um,
leiam e apresentem para a turma. Durante as apresentações dos grupos, façam
perguntas sobre o conto, como por exemplo: personagens, conflito, clímax, tipos de
narrador.

Disponível em: https://pixabay.com/pt/vectors/detetive-lupa-homem-silhueta-1299558/. Acesso em: 18


jun.2020

Professor, leve os alunos à Sala do Acessa Escola ou a um local que tenha computadores com
acesso à internet para que eles possam fazer a pesquisa. Faça uma roda de conversa para as
apresentações do conto e, depois, monte um painel com os contos pesquisados. É importante
mostrar para os alunos a diferença entre um conto de enigma e um conto de detetive.

Conto de Enigma é uma narrativa composta de mistérios e que, ao desvendar o enigma, o


protagonista torna-se o herói.

Conto de Detetive é uma narrativa de suspense, composta a partir de um crime cometido e


pertence ao gênero textual, narrativa de enigma. Professor, indique aos alunos a leitura das
obras de Conan Doyle, que envolvem seu famoso personagem Sherlock Holmes, detetive astuto.
A Sala de Leitura deve ter em seu acervo outras obras do gênero, como “Histórias de detetive”,
“Para Gostar de Ler”, volume 12, editora Ática.

15 – Na frase “Entre, não tenha medo!” há dois verbos. Circule-os.


Entre, tenha.

Professor, retome com os alunos o que são verbos e locução verbal para dar continuidade às
atividades que serão apresentadas, bem como aos novos conceitos que eles aprenderão.

16 – Observe novamente essa frase “Entre, não tenha medo!”. Você percebeu que
ela possui verbos, certo? Você sabe por que chamamos este trecho de frase?
Professor, antes de os alunos responderem essa questão, faça perguntas, com frases sem
verbos e com verbos, a fim de que eles possam compará-las, contextualizando a
aprendizagem no que diz respeito aos tipos de frases.

Frase: é todo enunciado significativo capaz de estabelecer comunicação. Pode ser


formada por uma só palavra ou pela combinação de várias delas sem
necessariamente haver um verbo. A frase pode ser de dois tipos:
Nominal: não possui verbo.
Verbal: possui verbo ou locução verbal.

Elaborado por Lucifrance Elias Carvalhar especialmente para esse material.

Mas você deve estar se perguntando: e a oração, o que é?

Oração: é a frase ou parte de uma frase que se estrutura essencialmente em torno


de um verbo ou de uma locução verbal. Cada verbo ou locução verbal corresponde a
uma oração.
Elaborado por Lucifrance Elias Carvalhar especialmente para esse material

Sendo assim, na frase “Entre, não tenha medo!”, temos duas orações: “Entre” e
“não tenha medo!”, pois ela é composta por dois verbos. E quais são esses
verbos?
Após a retomada sobre verbos, espera-se que os alunos identifiquem sozinhos os verbos
presentes na oração acima: entre, tenha.

17 – Agora, veja essa frase e responda às próximas questões.


“Não existe casa mal-assombrada.”
a) Quantos verbos há nessa frase? Grife.

Um (existe).

b) Se cada verbo corresponde a uma oração. Quantas orações temos nessa


frase?

Uma oração.

18 – Na frase:
“Como assim?”
a - Há verbos?
Não.
b - Podemos dizer que ela é uma oração? Por quê?
Não, porque ela não é composta por verbo ou locução verbal.

19 - Observe a frase: “Coma, é para você!”


a - Ela é composta por dois verbos. Circule-os.
Coma, é.

b – Essa frase é composta por quantas orações?


Duas.

Professor, divida a frase em orações a partir dos verbos, retomando o que eles aprenderam.

c - Que pontuação separa essas orações?


A vírgula.

20 - Agora que você aprendeu a diferença entre frase e oração, vamos ver o que é
período.
Período é a frase organizada com uma ou várias orações, isto é, toda frase verbal é
chamada de período. Ele pode ser:
Simples: contém apenas uma oração constituída por um verbo ou uma locução
verbal.
Composto: contém duas ou mais orações constituídas de dois ou mais verbos ou
locuções verbais. Pode ser: composto por coordenação ou composto por
subordinação.
Elaborado por Lucifrance Elias Carvalhar especialmente para esse material.

Dessa forma, na frase “Não existe casa mal-assombrada”, temos um período


simples, pois há apenas uma oração.
Já na frase “Coma, é para você!” o período é composto, porque temos duas
orações.
Agora é a sua vez:
a - Na frase “Não existem fantasmas!”, o período é
( x ) simples ( ) composto
Explique.
O período é simples porque possui apenas uma oração.

b – “O menino pegou o bilhete e viu que nele havia símbolos com letras.”
Nesta frase há um período
( ) simples ( x ) composto
Explique.
O período é composto porque é formado por três orações.
Professor, neste momento é importante retomar os verbos com os alunos e dividir a frase em
oração, de acordo com os verbos presentes nela.

Além da pontuação, as orações podem ser ligadas por conectivos.


Conectivos são as conjunções que ligam as orações dentro de uma frase.
c – Na frase “Ele pegou a caneta e decifrou aqueles símbolos.” há um conectivo.
Circule-o.
O conectivo é o “e”.

d - Este conectivo está ligando quais orações? Se o conectivo for retirado, que
pontuação será colocada em seu lugar? Agora, reescreva a frase, substituindo o
conectivo por um sinal de pontuação.
O conectivo está ligando as orações “Ele pegou a caneta” / “Decifrou aqueles símbolos.”

Se o conectivo for retirado, será colocada a vírgula.


Ele pegou a caneta, decifrou aqueles símbolos.

Você observou que este conectivo, além de ligar as orações está dando um sentido
de adição a elas?
Professor, explique aos alunos o que significa o sentido de adição, que é aquele que
acrescenta algo.

As orações “Ele pegou a caneta” e “decifrou aqueles símbolos” são


independentes dentro do período composto. Portanto, a oração e “decifrou aqueles
símbolos” é uma oração coordenada sindética aditiva, porque possui a
conjunção e.
e – Na frase “Arthur seguiu as orientações de seu amigo, mas não parou de
pensar na casa” há uma conjunção. Qual?
É a conjunção “mas”.

Essa conjunção dá sentido de:


a) adição
b) oposição X
c) alternância
d) explicação
e) conclusão
Portanto, a oração coordenada sindética é _________________________.
Adversativa.

Se tirarmos a conjunção desse período, o sentido será o mesmo? Explique.


Não, pois dará a impressão de que o amigo o orientou a pensar na casa.

Professor, explique aos alunos os efeitos de sentido indicados pelas conjunções, nas orações
coordenadas sindéticas e procure contextualizá-los com exemplos dos textos lidos nesta
Situação de Aprendizagem.
f - Na frase “Dizem que tem muitos fantasmas!”, você observou que há um
conectivo? Qual é?
O conectivo é o “que”.

Esse conectivo é
( ) preposição
( x ) conjunção
( ) artigo
g - Que conectivo pode substituir a vírgula na frase “Essa casa é mal-assombrada,
tem muitos mistérios!”? Reescreva-a, com o conectivo adequado, sem alterar o seu
sentido.
Essa casa é mal-assombrada, pois tem muitos mistérios.

Professor, chame a atenção dos alunos para o efeito de sentido de explicação. Explore as
conjunções e locuções conjuntivas que dão este efeito: porque, visto que, uma vez que etc.

Explique também o que são locuções conjuntivas.


Locuções conjuntivas são expressões formadas por duas ou mais palavras que exercem a
função da conjunção.

Atividade 3 – Por dentro da crônica


1 – Você já deve ter lido uma crônica. Lembra de alguma crônica que você leu? Qual
era o assunto dela?
Professor, aborde com os alunos, o gênero crônica para que eles possam recordar-se de
alguma e falar sobre o assunto de que ela tratava.

2 – Qual é a diferença entre crônica e conto?


Professor, retome a leitura dos dois textos apresentados, pergunte a eles se são contos ou
crônicas, pedindo que justifiquem as respostas. Pergunte também, se os textos lidos retratam
fatos ou situações do cotidiano.

3 – Agora você vai ler uma crônica e, depois, vai entender no que ela difere do
conto. Vamos lá?
Texto 3
O celular
Lucy Carvalhar

1990. Eu estava assistindo ao telejornal e vi uma reportagem sobre o telefone do


próximo milênio, um aparelho de telefone chamado “celular”.
“Celu, o quê?” – pensei.
- Celular – repetiu a jornalista.
Fui dormir pensando no assunto.
Aprendi, em biologia celular, que as
células são as menores unidades dos
seres vivos, com formas e funções
definidas. Então, por que celular?
Será que ele também é composto por
células? Será que está surgindo uma
nova organização celular no planeta? https://pixabay.com/pt/photos/fotografia-tendo-imagem-
mostrar-801891/ Acesso em 09 de jun.2020.
Como naquele tempo, eu não tinha internet,
perguntei para alguns colegas de classe se eles sabiam do que era feito um celular, e
o porquê deste nome. Mas eles também não sabiam, e não conseguindo encontrar a
resposta, resolvi cuidar da minha vida e de coisas mais importantes.
1993. No banheiro da faculdade, vi minha amiga Susana segurando o tal celular.
Quando ela me viu, disse que havia acabado de descarregar a sua caixa postal. Então,
pensei que ela estivesse se referindo às suas necessidades fisiológicas, e perguntei
se ela estava passando bem. Susana, sem entender a minha pergunta, respondeu
que estava bem, e que na caixa postal não havia recados de seu noivo. Fiquei sem
graça e, naquele momento, entendi que a caixa postal se tratava da caixa de
mensagens do estranho aparelho chamado “celular”.
“Que vergonha!” – pensei, mas não falei nada. Fiquei apenas observando aquele
objeto, que estava nas mãos da minha amiga e que recebia ligações.
Procurei uma desculpa para me livrar da vexatória situação.
- Susana, já volto. Vou até o orelhão, preciso falar com minha mãe.
Susana, muito solícita, entregou-me o seu celular, para que eu não precisasse ficar
na fila do telefone público. Eu aceitei e fiquei alguns minutos com aquele objeto no
meu ouvido, até que ela perguntou:
- Você não vai apertar as teclas para ligar para sua mãe?
- Não tem linha...está mudo – respondi.
A moça não aguentou, deu uma gargalhada, e disse:
- Você só tem que apertar as teclas com o número do telefone da sua mãe!
“Mais uma vergonha com o tal aparelho”, pensei, com o rosto enrubescido.
Então, apertei as teclas do tal aparelho e falei com a minha mãe, dizendo-lhe que
estava usando um celular. Claro, que ela não entendeu nada e, mesmo assim,
continuei a falar.
Os anos passaram. Um novo século chegou. A tecnologia evoluiu e, com ela, surgiram
redes sociais, inúmeros aplicativos de mensagens. Hoje, convivemos fiel e
obsessivamente com a presença desse aparelho, que tem sua caixa postal sendo
descarregada não somente nos banheiros, mas em todos os lugares.
Não pesquisei a origem do nome “celular”, mas sei que, atualmente, ele se tornou a
unidade fundamental para o convívio de todos os seres humanos da nossa sociedade
tecnológica.
Viva o CELULAR!
Disponível em: https://www.recantodasletras.com.br/cronicas/1192085.Adaptado . Acesso em: 30 jun. 2020.

4 – Gostou do texto? Vamos explorá-lo?


Este texto que você acabou de ler possui semelhança temática com um outro texto
que você leu nesta Situação de Aprendizagem. Qual é esse texto?
Chapeuzinho Azul e o Lobo Internauta.

5 - A protagonista faz analogia da palavra “celular” à palavra “célula” e termina a


crônica dizendo que não pesquisou a origem do nome celular para o telefone móvel.
Com base nisso, realize uma pesquisa na internet sobre a origem do nome celular e
seu significado.
Professor, leve os alunos à Sala do Acessa Escola ou a um local que tenha computadores com
acesso à internet para que eles possam fazer a pesquisa.

O termo “celular” teve sua origem a partir da semelhança das torres de transmissão e de seu
mapa de cobertura com uma célula biológica.

Significado de celular: relativo à célula; telefone celular - aparelho de intercomunicação


autônoma de sistema central.

6 – Você acabou de ler uma crônica. Vamos ver as suas características? Observe o
quadro a seguir:
Relata fatos do cotidiano das pessoas, situações que presenciamos e até
prevemos o desenrolar dos fatos.
Pode conter elementos descritivos.
Mescla a tipologia narrativa com trechos reflexivos e, em alguns
casos, argumentativos.
A crônica também se utiliza da ironia, humor e, às vezes, do sarcasmo.
Possui marcadores espaciais e temporais.
O foco narrativo pode ser em primeira ou terceira pessoa.
O tempo é cronológico.
Pode haver o uso do discurso direto, discurso indireto ou discurso indireto livre.
Elaborado por Lucifrance Elias Carvalhar especialmente para esse material.

7 - O texto “O celular” é uma crônica porque


a) possui clímax.
b) relata situações do cotidiano. x
c) apresenta um conflito.
d) nenhuma das alternativas anteriores.
8 – O texto “O celular” retrata uma situação vivida pela personagem. O foco
narrativo está em:
( x ) primeira pessoa
( ) terceira pessoa
Explique.
A personagem relata uma situação que foi vivenciada por ela e utiliza o pronome “eu”.

Professor, retome o foco narrativo, citando trechos do texto.

9 - Se a crônica “O celular” tivesse sido narrada em 3ª. pessoa e o narrador não


soubesse sobre os sentimentos das personagens, ele seria chamado de narrador -
___________________. observador.
10 – No texto aparecem situações vergonhosas que a protagonista vivenciou em
relação ao celular. Grife-as.
Professor, retome o texto com os alunos, ajudando-os a identificar as situações solicitadas na
atividade.

11 – A protagonista ficou esperando o celular dar linha. A que ela o associou?


Ela associou o celular ao telefone fixo, que possui linha.

12 – No texto, em cinco momentos, aparecem discursos indiretos: três, na fala da


protagonista e dois, na fala de Susana. Grife e passe-os para o discurso direto.
Lembre-se de utilizar o travessão, os dois-pontos e o ponto final.
Professor, retome com os alunos os discursos diretos e indiretos que eles aprenderam nas
Situações de Aprendizagem anteriores.

Discurso indireto (protagonista): Perguntei para alguns colegas de classe se eles sabiam do que
era feito um celular, e o porquê deste nome.
Discurso direto (protagonista):
Perguntei para alguns colegas de classe:
- Vocês sabem do que é feito um celular e por que ele recebe este nome?

Discurso indireto (protagonista): “Perguntei se ela estava passando bem.”


Discurso direto (protagonista):
Perguntei para Susana:
- Você está passando bem?

Discurso indireto (protagonista): “Falei com a minha mãe, dizendo-lhe que estava usando um
celular.
Discurso direto (protagonista):
Falei para minha mãe:
- Estou usando um celular.

Discurso indireto (Susana): “Susana disse que havia acabado de descarregar a sua caixa
postal.”
Discurso direto:
Susana disse:
- Acabei de descarregar a minha caixa postal.
Discurso indireto (Susana): “Susana, sem entender a minha pergunta, respondeu que estava
bem, e que na caixa postal não havia recados de seu noivo.”
Discurso direto (Susana):
Susana respondeu:
- Não entendi a sua pergunta, mas estou bem! Na caixa postal não tem recados do meu noivo.

13 – No quarto parágrafo há três frases com ponto de interrogação. De acordo com o


texto, por que a autora utilizou este ponto?
A autora utilizou o ponto de interrogação porque desconhecia o que era um celular.

14 – Na frase “Que vergonha!”, foi utilizado o ponto de exclamação. Por quê?


O ponto de exclamação foi utilizado porque a protagonista expressou-se de forma vexatória
diante do fato, sentindo-se envergonhada por não saber o que era a caixa postal de um celular.

15 – Observe: “- Não tem linha...está mudo.” Nessa frase houve o emprego das
reticências, marcando uma suspensão da frase. Essa suspensão na frase aconteceu
porque:
a) a personagem estava com dúvidas sobre como teclar no celular.
b) a personagem estava esperando a linha do celular para teclar os números. x
c) a personagem estava com vergonha de falar que não sabia usar o celular.
d) a personagem estava cansada de segurar o celular.
16 – Agora que você aprendeu sobre narrativas, que tal escrever uma crônica? Em
duplas, releiam a crônica “O celular”, pensem em uma situação engraçada que vocês
vivenciaram e redijam seu texto. Sigam o roteiro a seguir.
➢ Título;
➢ Tema;
➢ Enredo;
➢ Humor, ironia ou sarcasmo;
➢ Desfecho.
Professor, oriente os alunos retomando as características do gênero textual crônica.

17– Formem uma roda na sala, leiam as crônicas para seus colegas e formulem
questões como: Por que vocês escolheram esse assunto? Como foi para você
vivenciar ou presenciar esta situação?
Professor, na roda de conversa, estimule os alunos a falarem sobre o processo de criação da
crônica, escolha do tema, situação vivenciada. Depois, monte um painel na sala de aula para a
exposição dos textos.
Caso as aulas estejam acontecendo a distância, considere o uso das ferramentas digitais. As
duplas podem explicar a criação do texto e ler suas crônicas, por meio de gravação de áudio,
compartilhando-o com o grupo da sala.
Atividade 4 – Explorando a relação de significado entre as palavras
Você já aprendeu sobre a importância do significado das palavras, certo?
Conhece os termos denotação, conotação, sinonímia, antonímia e homonímia?
Então, agora veremos cada um deles! Vamos lá?

É natural que, para falar e escrever um idioma, seus falantes conheçam o significado
das palavras que o compõem. Ao dominar esse conhecimento, faz-se a escolha das
palavras mais adequadas na formação da mensagem.
O estudo do significado das palavras é complexo, pois uma mesma palavra pode
apresentar diferentes significados conforme o contexto em que foi empregada.
Saber usar as palavras adequadamente não é só compreender o que elas
significam, mas também o que elas querem dizer em determinadas épocas, lugares
e contextos.
Elaborado por Lucifrance Elias Carvalhar especialmente para esse material

Você verá alguns termos e irá relacioná-los aos textos que leu nesta Situação de
Aprendizagem.

Denotação: é o emprego da palavra em seu sentido usual, próprio.


Conotação: é o emprego da palavra fora do seu sentido normal; a ela é atribuído um
significado novo, figurado.
Elaborado por Lucifrance Elias Carvalhar especialmente para esse material.

1 - Na crônica que você leu, a personagem utilizou-se de uma expressão conotativa


ao referir-se à caixa postal. Nesse contexto conotativo, o que ela imaginou que fosse
a caixa postal que a amiga estava falando?
Ela imaginou que fosse a necessidade fisiológica, isto é, a evacuação.

2 – No sentido denotativo, o que é a caixa postal de um celular?


É uma caixa para gravação de recados/mensagens.

3 – No início do texto “O enigma da casa amarela”, o narrador conta que as crianças


tinham medo de entrar na casa amarela. Como você pode observar “tinham medo”
remete a um adjetivo. Então, pode-se dizer que as crianças eram
a) batutas
b) medrosas x
c) afoitas
d) alentadas
Sinônimos: palavras de som e grafia diferentes, mas de significados semelhantes.

4 - Na frase “Arthur era um menino destemido.” O sinônimo de destemido é


a) receoso
b) aterrorizado
c) despavorido
d) arrojado x
5 – Reescreva a frase “O rapaz, tristemente, respondeu.”, com o antônimo da palavra
grifada.
“O rapaz, alegremente, respondeu.”

a – Houve mudança de sentido nessa frase? Explique.


Sim, porque alegremente expressa alegria, ao contrário de tristemente, que expressa tristeza.

Antônimos: palavras de significados opostos.

6 – Observe as frases:
a) “Aprendi, em biologia celular, que as células são as menores unidades dos
seres vivos.”

b) “Susana entregou-me o seu celular.”


Nessas duas frases aparece a palavra “celular”, com a mesma grafia e o mesmo som,
mas com significados diferentes.

Na primeira frase, “celular” refere-se a


a) aparelho móvel
b) estudo da vida
c) citologia x
d) telefone fixo
Na segunda frase, “celular” é
a) estudo das células
b) aparelho de telefone móvel x
c) telefone fixo
d) bloco de células
Como você pode ver a palavra “celular” nas duas frases que leu é um homônimo,
pois possui o mesmo som e a mesma grafia, mas apresenta significados
diferentes. Quando as palavras possuem a mesma grafia e o mesmo som são
chamadas de homônimos perfeitos.
Elaborado por Lucifrance Elias Carvalhar especialmente para esse material

7 – Agora, preencha os balões, dando o significado da palavra “celular” para cada


frase inserida neles.

Será que está surgindo uma nova organização celular no planeta?


Significado: Organização das células no organismo dos seres vivos.

Vi minha amiga Susana segurando o tal celular.


Significado: Aparelho de telefone móvel.

8 – Retome os Textos 1, 2, 3 e observe se há palavras que você desconhece.


Pesquise o seu significado no dicionário e anote-as no quadro a seguir.
Palavra Significado

É necessário que os alunos tenham acesso a dicionários na sala de aula. Evite o uso do
celular nesta atividade, pois é importante que os alunos aprendam a pesquisar no dicionário
físico, não somente em aplicativos. Explique a eles como se deve procurar palavras em um
dicionário.

Atividade 5 – Produzindo uma narrativa


Nessa Situação de Aprendizagem, você aprendeu sobre narrativas: conto
fantástico, conto de enigma e crônica.
Você sabe a diferença entre autor e narrador? Vamos aprender?
Autor: pessoa que cria uma obra. Pode ser um conto, uma crônica, um poema, uma
música, um desenho, uma história em quadrinhos, uma fotografia, um livro, um artig o
científico, um artigo de opinião etc.
Narrador: é um ser do qual o autor se utiliza para contar uma história.
Elaborado por Lucifrance Elias Carvalhar especialmente para esse material.

Há várias formas de criar uma história. Você pode criá-la a partir da sua imaginação,
de um fato que você presenciou e quer transformar em um conto, acrescentando
ficção, um filme a que você assistiu, ou mesmo, um livro que você leu.
Também pode criar uma história a partir de uma imagem, um poema, uma música,
uma escultura, enfim, para a criação não há limites na imaginação.
Pensando nisso, você vai ver uma imagem e observar todos os seus detalhes para
depois criar um conto.
Ele pode ser um conto fantástico ou um conto de enigma. Você é quem vai
escolher, pois já aprendeu sobre esses dois gêneros, não é mesmo?
Para ajudá-lo, releia os dois contos apresentados nesta Situação de Aprendizagem.
Professor, retome com os alunos o que é conto fantástico e conto de enigma, antes da produção
textual solicitada.
Conto fantástico é a construção de um mundo irreal, com situações improváveis e ações que
transpassam a realidade além do humano.
Conto de Enigma é uma narrativa composta de mistérios e que, ao desvendar o enigma, o
protagonista torna-se o herói.

Vamos lá?
Antes de escrever seu conto, veja o roteiro e siga-o.
✓ Narrador;
✓ Enredo;
✓ Apresentação, conflito, clímax, desfecho;
✓ Personagens;
✓ Espaço;
✓ Tempo cronológico ou psicológico;
✓ Discurso direto, discurso indireto, discurso indireto livre;
✓ Tempo verbal.
Atente-se para o uso do travessão, aspas, pontuação, coesão referencial (uso de
pronomes) a fim de não repetir palavras desnecessariamente, e também para a
sequência dos fatos.
Faça um rascunho e depois passe seu conto para a folha original.
Não se esqueça de dar um título para o seu conto!
Observe a imagem, responda às questões e depois pense no conto que vai escrever.
1 – O que essa imagem transmite para você?

Imagem Lucy Carvalhar

Elaborado especialmente para essa atividade

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Agora que você redigiu o conto, preencha o quadro a seguir, com as informações
presentes nele, comprovando com trechos da história.
Título

Tema

Apresentação

Narrador (tipo)

Foco narrativo

Espaço

Tempo
Conflito

Clímax

Desfecho

Em uma roda de conversa, leia o seu conto para seus colegas. Compartilhe essa
leitura, permitindo comentários no que tange à estética e às manifestações
artísticas/culturais presentes nele.

Professor, leve os alunos ao pátio ou à sala de leitura da escola para que eles compartilhem os
contos que escreveram. É importante que todos façam perguntas sobre os contos, num
contexto interpretativo e oral. Monte uma exposição na sala de aula com os contos produzidos.

Caso as aulas estejam acontecendo a distância, considere o uso das ferramentas digitais. Os
alunos podem compartilhar os contos com o grupo da sala, por meio de gravação de áudio.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2 - POEMAS


Nesta Situação de Aprendizagem (SA) , você desenvolverá atividades de leitura, de
escrita, de oralidade relacionadas a poemas, com foco na sua estrutura. Também
conhecerá algumas figuras de som. Veja, a seguir, algumas habilidades, entre outras,
que começaremos a desenvolver:

EF67LP31A EF69LP56 EF69LP07B


Criar poemas compostos por versos livres Fazer uso consciente e reflexivo da Produzir textos em diferentes gêneros,
e de forma fixa (como quadras e sonetos), norma-padrão em situações de fala e considerando sua adequação ao contexto
utilizando recursos visuais, semânticos e escrita em textos de diferentes gêneros, de produção e circulação.
sonoros, tais como cadências, ritmos e levando em consideração o contexto,
rimas. situação de produção e as características
do gênero.

EF06LP10 EF69LP48 EF06LP11


Identificar sintagmas nominais e verbais Utilizar, ao produzir textos em diferentes
como constituintes imediatos de orações Interpretar, em poemas, gêneros, conhecimentos
presentes em diferentes gêneros. efeitos produzidos pelo uso linguísticos e gramaticais: tempos verbais,
concordância nominal e verbal, regras
de recursos expressivos ortográficas, pontuação etc.
sonoros (estrofação, rimas,
aliterações etc),
semânticos (figuras de
linguagem, por exemplo),
EF69LP53
Ler em voz alta textos literários diversos,
bem como leituras orais capituladas
(compartilhadas ou não com o professor)
de livros, contar/recontar histórias tanto da
tradição oral, quanto da tradição literária
escrita, expressando a compreensão e
interpretação do texto por meio de uma
leitura ou fala expressiva e fluente,
gravando essa leitura ou esse
conto/reconto, seja para análise posterior.

Práticas de Linguagem

▪ Leitura
▪ Oralidade
▪ Produção de Texto
▪ Análise Linguística/Semiótica

Atividade 1 –Viajando com os poemas

Na Situação de Aprendizagem 1, você aprendeu sobre contos fantásticos, contos


de enigmas e crônicas, com suas características, semelhanças e diferenças.
Nesta Situação de Aprendizagem, irá aprender sobre poemas e seus recursos
expressivos..
E para iniciar a nossa conversa, pense em um poema que você leu e gostou muito.
Sobre o que ele tratava? Escreva no espaço a seguir:
Professor, faça um círculo na sala de aula e peça aos alunos que falem sobre um ou mais
poemas que leram e tenham gostado muito, estimulando-os a falarem sobre o que poema
retratava. Depois, solicite que escrevam no espaço determinado para essa atividade.

Muito bem, agora que você escreveu sobre o seu poema preferido, vamos ler um
poema da poetisa Hilda Campiotti da Silva.
Professor, como sugestão faça a leitura compartilhada do poema, a fim de que os alunos se
atentem à entonação da recitação de um poema.
MANHÃ CAMPESTRE
Hilda Campiotti da Silva

Acorde, menina! Tenha o olhar atento!


Desperte e veja que esperta é a madrugada.
Risonha brinca a luz entrecortada,
Pelos galhos do ipê sonolento.

A boiada geme no vasto gramado,


Longas queixas do inverno friorento,
Mas o sol, em brasa, já se vê chegado,
Coloridas flores chacoalha o vento.

Veja, menina, no riacho, os peixes


Distraídos entre as pedras tortas. https://pixabay.com/pt/photos/natureza-%C3%A1guas-lago-
ilha-paisagem-3082832/ Acesso em 02 de abr. de 2020.
Há gravetos tantos para formarem feixes,
Lá no bosque, entre as folhas mortas.
Texto elaborado para esta atividade
Já estala o milho sobre as labaredas,
E exala um cheiro de manhã campestre.
Menina, venha provar as frutas azedas,
Que rebenta gorda no galho silvestre.

1 – Você sabe o significado de todas as palavras que estão escritas no poema?

Conforme aprendeu, conhecer o significado das palavras é fundamental para a


compreensão da mensagem.

Para isso, retome o poema, grife as palavras que você desconhece e procure seu
significado no dicionário, anotando-as no caderno. Antes, observe se com o contexto
dá para antecipar o significado da palavra, e se não souber, busque o seu significado
no dicionário.
Professor, após a leitura do poema, converse com os alunos sobre o assunto abordado e sobre
a importância das palavras e seu significado. Leve dicionários para a sala de aula e estimule os
alunos a utilizarem-nos.

Agora que você já compreendeu o significado das palavras que desconhecia,


vamos analisar o poema:
2 – Qual é o assunto abordado no poema que você acabou de ler?
A descrição da natureza em uma manhã no campo.

3 – Por que o título do poema é “Manhã campestre”?


Porque o poema retrata uma manhã no campo.

4 – No poema, na última estrofe, o eu lírico faz um pedido à menina. Qual é?


Ele pede para a menina provar as frutas azedas que rebenta gorda nos galhos silvestres.

5 – Observe os versos a seguir:


“A boiada geme no vasto gramado,
Longas queixas do inverno friorento.”
Neste trecho há um verso em que está presente a conotação, que é a forma de uso e
manifestação da linguagem em seu sentido figurado. Grife-o.
Professor, retome com os alunos os sentidos conotativo e denotativo para que eles possam
entender a questão proposta.

6 – No verso “A boiada geme no pasto” aparece uma figura de linguagem chamada:


( ) personificação
( ) metáfora
Explique:_______________________________________________________.
É personificação porque está atribuindo uma característica humana à boiada.

Para não esquecer!


Poema é um gênero textual estruturado em versos e estrofes, podendo ou não conter
rimas.
Elaborado por Lucifrance Elias Carvalhar especialmente para esse material

Como você observou, o poema “Manhã campestre” está estruturado em versos e


estrofes. Há presença da conotação, utilizando-se de algumas figuras de linguagem ,
e também da poesia, que traz a manifestação da beleza, estética e sentimentos
retratados pela poetisa em forma de palavras.
✓ Mas o que é um verso?

✓ E uma estrofe?
Professor, retome o poema com os alunos e deixe que eles identifiquem o que é verso e
estrofe, retomando o que já aprenderam no decorrer do processo de ensino e de
aprendizagem.

Depois, explique para eles de acordo com o quadro a seguir.

Acertou!
Verso é cada linha do poema, é uma unidade rítmica. Eles podem ser regulares ou
livres.
Versos regulares apresentam o mesmo número de sílabas poéticas.
Versos livres não obedecem à regularidade no número de sílabas poéticas.
Estrofe é conjunto de verso ou de versos.
Elaborado por Lucifrance Elias Carvalhar especialmente para esse material

O poema “Manhã campestre” é formado por versos livres, pois seus versos possuem
quantidade de sílabas poéticas diferentes.
7 – Agora que você aprendeu sobre o que estrutura o poema, retorne ao texto “Manhã
campestre” e preencha os círculos a seguir, com as informações solicitadas:

Total de Quantidade de Total de


estrofes: versos em versos:
cada
4 16
estrofe:
4

E a rima?
Rima é a identidade ou semelhança de sons entre palavras no meio ou no final do
verso.
Elaborado por Lucifrance Elias Carvalhar especialmente para esse material

8 – Você percebeu que o poema que leu é composto por rimas? Então, transcreva
dois pares delas.
Professor, faça a leitura do poema com os alunos para que eles percebam o ritmo e as rimas
presentes nele.

Voz do poema
Todo poema se expressa por uma voz, isto é, o sentimento que há nele.
Essa voz é chamada de eu lírico.
O eu lírico é o recurso que possibilita a criatividade do autor. Portanto,
nem sempre o que o autor escreve é o que ele está sentindo; é apenas o
eu lírico que está se expressando. Seu discurso é construído, utilizando a
1ª. pessoa do singular.

Elaborado por Lucifrance Elias Carvalhar especialmente para esse material


9 – Após a explicação acima, conclua: o poema foi escrito, utilizando a________
pessoa do singular.
Primeira pessoa do singular.
Professor, retome com os alunos o foco narrativo em 1ª. e 3ª. pessoa a fim de que os alunos
percebam a pessoa que foi utilizada no poema.

10 – Ao ler o poema, você percebeu que o tempo verbal predominante nele é o:


( x ) Presente
( ) Pretérito
( ) Futuro

Você já ouviu falar em figuras de som? O que você imagina ser essa
expressão?”
No verso “A boiada geme no vasto gramado”, o som que mais aparece é da
vogal____. a
Dessa forma, temos uma figura de som chamada assonância.
E neste verso “Distraídos entre as pedras tortas” que som se repete? Podemos
dizer que é som da consoante____. s
Neste caso, há uma figura de som chamada aliteração.

As figuras de som destacam os efeitos sonoros obtidos nas frases ou nos versos.
Elaborado por Lucifrance Elias Carvalhar especialmente para esse material.

Atividade 2 – Poema e imagem


1 - Você observou a imagem que está ao lado do poema? Essa imagem compõe-
se de uma linguagem
( ) verbal ( x ) não verbal
Justifique a sua resposta.
Professor, retome o que é linguagem verbal e linguagem não verbal, com exemplos do poema.
Peça que eles observem a imagem para responderem à questão.

2 - O poema “Manhã campestre” descreve a natureza, referindo-se à madrugada,


próxima ao amanhecer. A imagem inserida ao lado do poema reflete a descrição
que o narrador aborda no poema? Justifique a sua resposta com trechos do poema.
Professor, é importante que os alunos observem a imagem, relacionando-a ao poema a partir
das linguagens verbal e não verbal.
3 – De acordo com a estrofe a seguir, responda às questões:
“Veja, menina, no riacho, os peixes
Distraídos entre as pedras tortas.
Há gravetos tantos para formarem feixes,
Lá no bosque, entre as folhas mortas.”
a) Como podemos associar essa estrofe à imagem apresentada?
b) De que forma essa imagem pode refletir a distração dos peixes?
Professor, chame a atenção dos alunos para observarem os detalhes da imagem e fazerem
a intertextualidade com a estrofe.

4 – Veja novamente a imagem e crie um poema a partir dela, com base no que você
aprendeu nessa Situação de Aprendizagem: versos, estrofes, rimas, conotação, eu
lírico. Preste atenção à ortografia, tempo verbal, pontuação, concordância nominal e
verbal. Dê um título ao seu poema e depois compartilhe, recitando-o para a classe.
Você também pode colocá-lo em um varal na sua sala de aula.
Professor, estimule os alunos a criarem poemas, a partir da estrutura que aprenderam. Ressalte
a eles que o poema não precisa necessariamente ter rimas, que os versos podem ser livres e
que o poema pode ter apenas uma estrofe. Chame a atenção para o eu lírico e as figuras de
linguagem ao realizar a orientação da atividade.

Após a produção dos poemas, faça um recital deles na sala de aula e depois exponha-os em um
varal, que pode ser colocado na sala de aula, na sala de leitura, nos corredores ou no pátio da
escola.
Se as aulas estiverem acontecendo a distância, monte um blog ou crie uma hashtag na rede
social para que os alunos postem os seus poemas.

Atividade 3 – Um olhar sobre as palavras


Na Situação de Aprendizagem 1, você aprendeu sobre frase e oração, lembra?
Em uma oração há sempre a palavra principal que é chamada de núcleo. Ela fica
em evidência e constitui uma unidade significativa de relação interativa e de
dependência. Pode ser representada por um nome ou um verbo.
Elaborado por Lucifrance Elias Carvalhar especialmente para esse material.

1 – Observe o verso a seguir:


“Veja, menina, no riacho, os peixes.”
a – Qual é a palavra principal dessa oração?
Menina. Professor, explique aos alunos que a “menina” é a palavra principal porque o eu lírico
faz o pedido a ela, de forma específica.

b – Agora, retire a palavra principal deste verso. O sentido foi modificado? Por quê?
Ao retirar a palavra menina, o sentido se modifica porque não dá para saber a quem o eu lírico
faz o pedido.

2 – No verso “Tenha o olhar atento!”, a palavra principal é_____________. (tenha)


Explique aos alunos que o verbo neste verso é a palavra principal , porque o eu lírico faz um
pedido referindo-se à menina, citada na frase anterior, no mesmo verso.

3 - A que classe gramatical ela pertence?


A palavra tenha é um verbo.
4 – No verso “Acorde, menina! Tenha o olhar atento!” há dois verbos: acorde e
tenha.
De acordo com o que você aprendeu, eles pertencem a que modo verbal?
Ao modo imperativo afirmativo.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 – DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA

Nesta Situação de Aprendizagem (SA) , você desenvolverá atividades de leitura, de


escrita, de oralidade relacionadas a reportagens de divulgação científica, verbete de
enciclopédia, infográficos, esquemas e carta de leitor. Veja, a seguir, algumas
habilidades, entre outras, que começaremos a desenvolver:

EF69LP34 EF69LP29 EF67LP24A


Grifar as partes essenciais do texto, tendo Tomar nota de aulas, apresentações orais,
em vista os objetivos de leitura, como Refletir sobre a relação entre entrevistas (ao vivo, áudio, TV, vídeo).
forma de possibilitar uma maior os contextos de produção dos
compreensão do texto, a sistematização gêneros de divulgação
de conteúdos e informações.
científica (reportagem de
divulgação científica, verbete
de enciclopédia, esquema,
EF69LP26A
infográfico, relatório, relato
Tomar nota em discussões, debates, multimidiático de campo, EF69LP07A
palestras, apresentações de propostas, Utilizar estratégias de planejamento,
reuniões, forma de documentar o evento e
entre outros) e os aspectos elaboração, revisão, edição,
apoiar a própria fala. relativos à construção reescrita/redesign e avaliação
de textos.
composicional e às marcas
linguísticas características
desses gêneros, de forma a
EF06LP01A ampliar suas possibilidades
Identificar diferentes graus de EF67LP23A
(im)parcialidade advindos de escolhas de compreensão (e produção) Respeitar os turnos de fala, na
participação em conversações e em
linguístico-discursiva feitas pelo autor. de textos pertencentes a discussões ou atividades coletivas.
esses gêneros.

EF69LP30
Comparar, com a ajuda do professor,
conteúdos, dados e informações de
diferentes fontes, levando em conta seus
contextos de produção e referências,
identificando coincidências,
complementaridades e contradições, de
Práticas de Linguagem forma a poder identificar erros/imprecisões
conceituais, compreender e posicionar-se
criticamente sobre os conteúdos e
▪ Leitura informações em questão.
▪ Oralidade
▪ Produção de Texto
▪ Análise Linguística/Semiótica
Atividade 1 – Reportagem de divulgação científica e outros gêneros
Texto 1
Ampliando o acesso ao conhecimento: do livro ao hipertexto
© UNESCO, 2005
Da imprensa de Gutemberg à Internet, da Enciclopédia de Diderot à Wikipédia, os meios de acesso à informação
e ao conhecimento mudaram drasticamente. Muitas das ações da UNESCO são voltadas para o esforço de garantir
que todos se beneficiem dessa revolução.

A variedade de ferramentas disponíveis certamente resultou no acesso mais fácil à


informação e ao conhecimento, porém muitas pessoas têm este acesso negado
devido à geografia ou à condição social. O infográfico a seguir ilustra alguns exemplos
do custo anual de uma conexão à internet com base no salário médio.

1,2%
Estados
Unidos
191%
Blangladesh

278%
Nepal

A UNESCO reconhece a importância do acesso à informação e, portanto, apoia ações


que visam dar às populações mais oportunidades de contribuir e de ter acesso aos
fluxos de informação e conhecimento, rumo ao desenvolvimento da sociedade da
informação.
[...] De acordo com relatório da UNESCO o conceito de “sociedades do conhecimento”
que ela promove salienta a pluralidade e a inclusão ao invés da uniformidade global.
Ele sustenta que as novas tecnologias oferecem possibilidades formidáveis para o
avanço do desenvolvimento.
O Programa Informação para Todos (IFAP) é um elemento chave para atingir os
objetivos definidos pelo mandato da UNESCO: contribuir para a “educação para
todos”, para o “livre fluxo de ideias” e para “ampliar os meios de comunicação entre
os povos”. Conforme o esquema ilustrado, o Programa Informação para Todos da
UNESCO fornece uma plataforma para discussão em política internacional e diretrizes
de ação para:
Preservar a informação e o acesso
universal a ela.

A participação de todos na insurgente


sociedade global da informação.

Tratar das consequências éticas, legais e


sociais do desenvolvimento de TICs.

Para construir as sociedades do conhecimento, a UNESCO enfatiza a dimensão


humana: liberdade de expressão, acesso universal à informação, acesso à educação
de qualidade, e a diversidade cultural e linguística de conteúdo. Um elemento
essencial dessa estratégia reside na promoção do acesso à informação por meio de
diversas ações concretas. Por exemplo, a UNESCO oferece oportunidades de
treinamento em tecnologias de informação e comunicação, especialmente para
mulheres e jovens. A Organização também desenvolve e distribui software livre.
[...]

A fim de atingir seus objetivos, a UNESCO contempla, entre suas atividades, a


participação na Cúpula Mundial da Sociedade da Informação (CMSI) e na
implementação de seu Plano de Ação. A Organização chama a atenção para os
aspectos éticos, legais, sociais e culturais da sociedade da informação e encoraja
todos os envolvidos (tomadores de decisão, profissionais, representantes da
sociedade civil) a também considerarem estas questões.
Comunicação e Informação, UBO: http://www.unesco.org.br/areas/ci/mostrapadrao

Você acabou de ler uma reportagem de divulgação científica que aborda as


contribuições da UNESCO para as sociedades do conhecimento. Para ajudá-lo
melhor, leia o verbete retirado da “Enciclopédia Renovando Caminhos” sobre o que
é a UNESCO e o que ela realiza.
Texto 2

UNESCO

É uma sigla inglesa.

O significado de UNESCO é United Nations Educational, Scientific and Cultural


Organization, que, traduzindo-se para o português, designa a Organização das
Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.

É a agência das Nações Unidas que trabalha nas áreas da Educação, Ciências Naturais,
Ciências Humanas e Sociais, Cultura e Comunicação e Informação.

A organização realiza variadas atividades culturais que servem para preservar e


conscientizar os cidadãos do planeta sobre a importância de conservar o patrimônio
cultural, independentemente de sua manifestação/forma.

Disponível em: https://www.significadosbr.com.br/unesco. Acesso em: 11 de jun. 2020. Adaptado.


Como você leu, a UNESCO realiza um amplo trabalho em prol da cultura e apoia
ações que visam dar às populações mais oportunidades de contribuir e de ter acesso
aos fluxos de informação e conhecimento, rumo ao desenvolvimento da sociedade da
informação.
1 - De acordo com o que você leu nos Textos 1 e 2, responda:

a) Qual o tema tratado na reportagem de divulgação científica?

A ampliação do acesso ao conhecimento por meio de múltiplas ferramentas digitais.

b) Por que o Texto 1 é uma reportagem de divulgação científica?

Porque ele divulga informações de cunho tecnológico, relacionado à ciência do conhecimento,


com pesquisas e estudos sobre o tema abordado. Professor, explore com os alunos outros
textos do gênero, como a reportagem de divulgação científica indicada no link disponível em:
http://www.comciencia.br/o-virus-da-imunidade/. Acesso em: 12 jul.2020

c) O Texto 1 apresenta um infográfico com informações sobre o custo anual de


uma conexão à internet com base no salário médio. Ao analisar o infográfico,
qual país apresenta maior custo de conexão com a internet?

É o Nepal, com 278%.

d) De acordo com esquema ilustrado no Texto 1, para que o Programa


Informação para Todos da UNESCO fornece uma plataforma para discussão
em política internacional e diretrizes de ação?

O Programa Informação para Todos da UNESCO fornece uma plataforma para discussão em
política internacional e diretrizes de ação para preservar a informação e o acesso universal a
ela; para que haja a participação de todos na insurgente sociedade global da informação e
para tratar das consequências éticas, legais e sociais do desenvolvimento de TICs.

e) Uma das características de uma reportagem de divulgação científica é a


imparcialidade do autor. De que forma você observou isso?
O autor não expõe a opinião dele sobre o assunto abordado.

f) O Texto 2 é um verbete de enciclopédia. Você sabe o que é um verbete?


Explique.
Professor, explique para os alunos a diferença entre um verbete de dicionário e um verbete de
enciclopédia.

g) Grife no verbete o significado da sigla UNESCO em inglês e escreva um


acróstico com seu significado também em inglês.
Professor, retome com os alunos o que é acróstico a fim de que possam realizar a atividade
proposta.
Verbete de enciclopédia é um gênero textual que apresenta um conjunto de
definições, com informações variadas e importantes sobre um assunto ou
personalidades, com o objetivo de ampliar os conhecimentos do leitor sobre o que o
texto aborda.

A reportagem de divulgação científica apresenta informações aprofundadas sobre


fatos de natureza científica. A finalidade deste gênero é a divulgação de pesquisas e
estudos, portanto, sua linguagem deve ser clara e objetiva, utilizando a norma-padrão
da língua.
Conforme você já estudou, em uma reportagem o jornalista tem certa liberdade para
criar interpretações sobre o tema, incluir fontes de informação e expandir a pesquisa.
O mesmo acontece em uma reportagem de divulgação científica, a qual pode
conter infográficos, esquemas, imagens etc.

Elaborado por Lucifrance Elias Carvalhar especialmente para esse material.

Mas o que é:
✓ Um infográfico?
✓ Um esquema?
O infográfico é uma forma visual de apresentar informações e dados –
geralmente complexos - auxiliando a compreensão do leitor. É elaborado por
meio de imagens (ilustrações, gráficos, ícones) e texto verbal. No Texto 1 há o
infográfico que representa alguns exemplos do custo anual de uma conexão à
internet com base no salário médio. Veja:

1,2%
Estados Unidos

191%
Blangladesh

278%
Nepal

a – Agora, leia o infográfico apresentado e responda: qual país tem menor


gasto anual com a conexão à internet?

Estados Unidos.
O esquema representa o esboço das ideias abordadas em um texto ou em seus
tópicos, permitindo sua visão global. O Texto 1 traz um esquema sobre como o
Programa Informação para Todos da UNESCO fornece uma plataforma para
discussão em política internacional e diretrizes de ação para:

Preservar a informação e o acesso


universal a ela.

A participação de todos na insurgente


sociedade global da informação.

Tratar das consequências éticas, legais e


sociais do desenvolvimento de TICs.

Ficou claro para você o que é um esquema?


Professor, apresente outros exemplos de esquemas para os alunos. Como sugestão, eles
podem fazer um esquema da reportagem de divulgação científica que leram.

Elaborado por Lucifrance Elias Carvalhar especialmente para esse material.

2 – O Texto 1 cita, em um dos parágrafos, o trecho de um relatório da UNESCO


abordando que o conceito de “sociedades do conhecimento” que ela promove salienta
a pluralidade e a inclusão ao invés da uniformidade global.
a) Você sabe qual a importância de um relatório para uma reportagem de
divulgação científica? Explique.
O relatório é importante porque apresenta informações que são utilizadas para reportar
resultados parciais ou totais de um experimento, pesquisas, ações etc.

b) Por que o autor citou um trecho do relatório da UNESCO em sua reportagem


científica?
Ele utilizou um trecho do relatório para mostrar as ações da UNESCO no que diz respeito ao
conceito de sociedades do conhecimento.

Um relatório é importante na reportagem de divulgação


científica porque traz um conjunto de informações que
são utilizadas para reportar resultados parciais ou totais
de um experimento, projeto, ação, pesquisa ou outro
evento que esteja acabado ou em andamento. Pode ser
escrito ou oral.
Elaborado por Lucifrance Elias Carvalhar especialmente para esse material.

Conforme você observou, um mesmo texto pode conter diversas formas de


representações em sua abordagem, como a reportagem de divulgação científica que
você leu.
3 – O trecho do relatório da UNESCO citado na reportagem traz em sua composição
um relato multimidiático de campo, uma vez que aborda o conceito da sociedade de
conhecimento com ênfase na pluralidade e na inclusão, sustentando que as novas
tecnologias oferecem possibilidades formidáveis para o avanço do desenvolvimento.
Pensando nisso, escreva em poucas palavras sobre a importância do Programa
Informação para Todos, da UNESCO.
Professor, retome o texto com os alunos para que percebam as ações da UNESCO relacionadas
ao Programa Informação para Todos.

4 – O título do texto é “Ampliando o acesso ao conhecimento: do livro ao


hipertexto”. Vamos ver o que é um hipertexto?
Hipertexto é um processo de escrita e leitura não-linear, que permite o acesso
ilimitado a outros textos de modo instantâneo, na forma de blocos de textos,
palavras, imagens ou sons e está associado às tecnologias de informação.

A partir da definição de hipertexto, explique o que você entendeu sobre o título da


reportagem de divulgação científica, baseando-se no assunto que ela abordou.
Professor, explique o conceito de hipertexto, mostrando exemplos para que possam
compreender o título da reportagem.

Atividade 2 – Comparando informações


Texto 3 – Carta de Leitor
Caros Editores do Site da UNESCO,
Li a reportagem de divulgação científica que vocês publicaram sobre as contribuições
da UNESCO para a sociedade de conhecimento e não concordo com a ordem em que
estão os dados do infográfico apresentado sobre o custo anual de uma conexão à
internet com base no salário médio.
Se o Nepal representa 278% do custo anual de uma conexão à internet, ele deveria
estar em primeiro lugar, não em terceiro como vocês colocaram no infográfico, pois a
porcentagem é maior.
Peço que vocês revisem o texto, porque há um grande erro nele.
Atenciosamente,
Leitor do site.
Texto elaborado por Lucifrance Elias Carvalhar especialmente para essa atividade.

O Texto 3 é uma Carta de Leitor que traz uma crítica sobre os dados que foram
colocados no infográfico da reportagem de divulgação científica no site da UNESCO.
1 – Retorne ao Texto 1, leia o infográfico e verifique:
a) A crítica do leitor está correta? Compare as informações referentes à
porcentagem para responder a essa questão.
Não, porque o Nepal apresenta 278% com gastos anuais de internet, logo ele deve estar em
terceiro lugar. Em primeiro lugar deve ficar o país que apresenta menor gasto.
Professor, nessa atividade retome o conceito de porcentagem com os alunos para que
entendam o infográfico.

b) Por que o autor do texto colocou no infográfico os Estados Unidos em


primeiro lugar no que diz respeito ao custo anual de uma conexão à internet
com base no salário médio?
Porque os Estados Unidos possuem o menor custo anual com a internet.

c) Se você fosse o editor do site que resposta daria ao leitor? Escreva-a.


Professor, explique aos alunos sobre os argumentos que eles podem inserir na resposta
ao leitor do site, relacionando-os ao texto.

Você sabe o que é uma Carta de Leitor?


Carta de Leitor é um texto veiculado, geralmente, em jornais e revistas, no qual
o leitor pode apresentar suas opiniões, sugestões, críticas, perguntas, elogios e
reclamações.
Ele pode interagir, expondo seu ponto de vista sobre uma notícia, reportagem,
pesquisa ou qualquer outro assunto atual.

Além disso, pode sugerir algum tema a ser abordado. Por isso, é uma importante
ferramenta de produção de pauta para os veículos de comunicação.

A carta de leitor possui um remetente (emissor ou locutor) e destinatário (receptor


ou interlocutor).

Antes de ser publicada, ela passa pela equipe de revisão, que adaptará o texto e
corrigirá possíveis erros, mas nem sempre sua publicação é feita na íntegra, na
seção destinada.
Elaborado por Lucifrance Elias Carvalhar especialmente para esse material.
Atividade 2 – Produção Textual
1 – Agora que você aprendeu sobre reportagem de divulgação científica, que tal redigir
uma?
Escolha um colega de classe para ajudá-lo nessa tarefa.
Em duplas, escolham um tema de natureza científica e façam uma pesquisa
multimidiática sobre ele.
Para que a reportagem fique mais completa e para deixar o texto mais explicativo e
de fácil entendimento para o leitor, veja o roteiro a ser seguido:
Qual o tema?
Quem vocês vão entrevistar?
Que perguntas irão fazer?
Onde vocês realizarão a pesquisa? (livros, sites)
Terão relatos? De quem?
Vocês colocarão infográficos?
Serão inseridos relatórios?
Como serão os esquemas?
Quantas imagens irão colocar?

Após, redijam a reportagem.


Revisem o texto e deem um título a ele.
Apresentem a reportagem para seus colegas de classe e, depois, abram para
perguntas.
Façam perguntas sobre o que foi abordado nas reportagens, anotando no caderno o
que está sendo dito.
Exponham no mural da escola a reportagem que vocês redigiram para que todos
fiquem cientes do assunto abordado.
Professor, oriente os alunos a respeito do roteiro, indique sites de pesquisa, leve-os à Sala de
Leitura e à Sala do Acessa para que eles realizem a pesquisa, a fim de redigirem o texto. Quando
a reportagem estiver pronta, faça uma roda de conversa para que todos apresentem suas
produções para os colegas, estimulando-os a fazerem perguntas.

Se as aulas estiverem acontecendo a distância, monte um blog ou crie uma hashtag na rede
social para que os alunos postem os seus textos.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4 – NOTÍCIA EM FOCO

Nesta Situação de Aprendizagem (SA) , você desenvolverá atividades de leitura, de


escrita, de oralidade, abordando as variedades linguísticas relacionadas à carta de
leitor. Também lerá uma notícia, com análise e produção textual. Veja, a seguir,
algumas habilidades, entre outras, que começaremos a desenvolver.

EF69LP26B EF67LP24B
EF67LP09 Identificar as informações principais de
Retomar, no momento ou
posteriormente, assuntos tratados emPlanejar notícia impressa e apresentações orais, tendo em vista
discussões, debates, palestras, para circulação em outras apoio ao estudo.
apresentação de propostas e reuniões
com base em anotações pessoais mídias (rádio ou TV/vídeo),
desses próprios eventos. tendo em vista as condições
de produção, do texto –
objetivo,
leitores/espectadores,
EF67LP32 EF69LP55
Escrever palavras com correção
veículos e mídia de
Reconhecer em textos de diferentes
ortográfica, obedecendo as circulação etc. –, a partir da gêneros as variedades da língua falada,
convenções da língua escrita. escolha do fato a ser o conceito de norma padrão e o de
preconceito linguístico.
noticiado, do levantamento
de dados e
informações sobre o fato.
EF67LP10A
Produzir notícia impressa e para TV, rádio
e internet tendo em vista características do
gênero, o estabelecimento adequado
de coesão, os recursos de mídias
disponíveis.

Práticas de Linguagem

▪ Leitura
▪ Oralidade
▪ Produção de Texto
▪ Análise Linguística/Semiótica
Atividade 1 – Analisando uma notícia

Você já aprendeu sobre notícia e no que ela difere da reportagem.


Para relembrar, escreva em poucas palavras o que é uma notícia.
Professor, pergunte aos alunos sobre as notícias que leram ao longo do ano, nas Situações de
Aprendizagem e peça para citarem uma que tenham gostado.

Texto 1
Brasil ajuda a promover a Língua Portuguesa em Conteúdo Criativo
Está disponível na Plataforma Eletrônica Audiovisual da UNESCO, a partir deste mês,
um novo catálogo com produções brasileiras apoiadas por uma instituição cultural.
Trata-se de uma instituição brasileira de fomento à cultura que apoia a produção de
documentários de alta qualidade sobre diversas questões sociais, a partir de uma
perspectiva brasileira. As produções brasileiras estão entre as 10 novas inclusões no
catálogo da Plataforma Eletrônica Audiovisual deste mês.
A Plataforma Eletrônica Audiovisual, uma iniciativa do Programa para Conteúdo
Criativo da UNESCO, busca estimular a distribuição de conteúdo televisivo da África,
Ásia e Pacífico e América Latina e Caribe,
nos níveis nacional, regional e
internacional. A plataforma objetiva
promover a expressão da diversidade
cultural e linguística pela mídia,
aproveitando diversas ferramentas de
produção audiovisual e a internet.
Essa iniciativa oferece um canal
alternativo de comunicação no qual
https://pixabay.com/pt/photos/c%C3%A2mar
produções desafiadoras, criativas e
a-fotogr%C3%A1fica-fotografia-antigo- inovadoras podem ser encontradas, adquiridas e
219958/
transmitidas por completo pela rede. A plataforma
consiste em um catálogo de produções televisivas
recentes – incluindo documentários, curtas-metragens de ficção, programas infantis e
de variedades – todas originais, em forma e conteúdo. Essas obras constituem
genuínas expressões de diferentes culturas e ultrapassam as formas convencionais
de linguagem televisiva. A Plataforma Eletrônica Audiovisual foi criada para fortalecer
os produtores locais na busca por público internacional, ao mesmo tempo em que
aprimora a eficiência da Internet como meio de comunicação e distribuição.
As produções brasileiras incluídas recentemente na Plataforma Eletrônica são:
1.Clube Aristocrata
Autores: Jasmin Pinho, Aza Pinho
Ano de Produção: 2004
Categoria: Documentário
Duração: 26 min
Sinopse: Filme sobre o elegante clube recreativo fundado em São Paulo nos anos 60
por um grupo de pessoas negras. O filme é baseado em entrevistas com pessoas de
três gerações distintas que frequentaram o Aristocrata, além de numa coleção de fotos
e filmes. O documentário retrata a cena da resistência negra, voltando-se para um
passado não muito distante que nos ensina uma lição de dignidade.
2. Sertão de Acrílico Azul Piscina
Autores: Karim Ainouz, Marcelo Gomes
Ano de Produção: 2004
Categoria: Documentário
Duração: 26 min
Sinopse: Uma viagem filmada; um filme que perambula pelo sertão brasileiro.
Lugares remotos que revelam tradições e hábitos de um cenário brasileiro que é
simultaneamente ingênuo e contemporâneo, local e globalizado.

3. Carrapateira Não Tem Mais Ciúmes da Apolo 11


Autor: Fabiano Maciel
Ano de Produção: 2004
Categoria: Documentário
Duração: 26 min

Sinopse: Em 1969, a cidade de Carrapateira, no sertão da Paraíba, foi considerada


uma das mais pobres do Brasil. Naquele mesmo ano, a tripulação da Apolo 1 pisou
pela primeira vez na superfície da Lua. Mais de trinta anos depois, este documentário
mostra como o povo de Carrapateira vive hoje e relaciona a conquista da Lua aos
sonhos pessoais de progresso e prosperidade na secura do sertão nordestino.
[...]
Programa para Conteúdo Criativo – UNESCO/2005
Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ue000263.pdf. Acesso em: 03 abr. 2020.
Adaptado.

1 – Com base no texto que você acabou de ler, responda às questões a seguir:
a) O texto que você acabou de ler é uma notícia ou uma reportagem? Justifique.
É uma notícia porque informa sobre a promoção da cultura da língua portuguesa por meio
de filmes, sem aprofundar os fatos como acontece na reportagem.
b) Relacione o título do texto ao tema abordado nele.

O título ressalta a promoção da língua portuguesa de forma criativa, conforme o tema


do texto.

c) Qual é o público-alvo do texto que você acabou de ler?


Pessoas que se interessam por filmes e assuntos relacionados à língua portuguesa.

2 – Na Situação de Aprendizagem anterior, você leu uma reportagem que retratava


a contribuição da UNESCO para a sociedade de conhecimento. Ao ler o texto
“Brasil ajuda a promover a Língua Portuguesa em Conteúdo Criativo”,
responda:
a) De que forma a UNESCO tem colaborado para a promoção da Língua
Portuguesa?
Por meio de uma Plataforma Eletrônica Audiovisual, com catálogos de produções
brasileiras.

b) Qual o objetivo da Plataforma Eletrônica Audiovisual da UNESCO?


Promover a expressão da diversidade cultural e linguística pela mídia, aproveitando diversas
ferramentas de produção audiovisual e a internet.

2 – O texto traz em seu conteúdo sinopses dos filmes apresentados. De acordo com
as sinopses apresentadas, qual filme você se interessou em assistir? Por quê?
Professor, retome o texto com os alunos, faça uma eleição na sala de aula sobre os filmes
apresentados na notícia e passe para eles o filme que obteve mais votos. Depois, realize uma
discussão oral sobre o filme.

Mas o que é sinopse?


Sinopse é uma síntese de uma obra literária, científica, um filme, uma peça teatral,
uma exposição, um evento etc. Ela é essencial porque faz as pessoas se interessarem
ou não pelo que vão ler, assistir ou visitar.
Elaborado por Lucifrance Elias Carvalhar especialmente para esse material.

3 – Agora que você já sabe o que é uma sinopse, pense em um filme que você assistiu
e gostou. Faça a sinopse dele e, em uma roda de conversa, compartilhe com seus
colegas de classe, de forma a despertar o interesse para que eles vejam o filme. Anote
no seu caderno os nomes dos filmes que seus colegas compartilharam para que você
possa assisti-los.
Professor, durante a apresentação, estimule os alunos a fazerem perguntas sobre os filmes,
como título, enredo, personagens, conflito, desfecho.

4 – Já pensou em participar de uma sessão de cinema na escola? Que tal propor


filmes para assistir na sala de aula ou na sala de vídeo? Faça uma lista de filmes que
você gostaria de assistir, compartilhe com seus colegas e escolham alguns para
assistirem com seu professor. Depois de verem os filmes, façam uma lista dos filmes
que assistiram, a sinopse e divulguem no jornal mural da sua escola.
Professor, ajude os alunos a escolherem os filmes, depois faça uma discussão oral sobre os
filmes assistidos, pois isso colaborará para redigir as sinopses.

Texto 2
A revista “Filmes em Foco” pediu aos seus leitores que enviassem uma sinopse de
filmes que eles gostaram para dar como sugestões ao seu público-alvo.
Leia o que um leitor enviou para a revista.
Revista,
Eu tava no dentista e vi nesta revista que oceis querem saber sobre filme. Como
vejo muito filme na televisão, resolvi escrevê pra oceis. Num sei o que é essa tal de
sinopise, mas deve ser uma coisa sobre se gostô ou não do filme que viu.
Intão, vamo lá, vô ajuda oceis.
Otro dia vi um filme que falava do caipira na cidade grande. Rapais era um filme
muito bão. Ele feis lembrá quando eu morava lá rossa. O caipira era todo
atrapalhado e eu ri muito. Não me alembro o nome do filme, só sei que o caipira se
chamava Zé do Mato.
Espero que oceis gostem dessa minha sujestão.
Obrigado,
Zé.
Texto elaborado por Lucifrance Elias Carvalhar especialmente para essa atividade.

5 – Como você observou esta Carta de Leitor foi escrita em um registro não padrão
da língua. Escreva as palavras que exemplificam isso.
Tava, oceis, escrevê, pra, num, sinopise, gostô, intão, vamo, otro, bão, feis, lembrá, rossa,
sujestão.

6 – O autor da carta revela na carta que morou no interior. Transcreva o trecho em


que essa revelação aparece.
Ele feis lembrá quando eu morava lá rossa.

7 – Pode-se acusar o autor de não saber se expressar corretamente?


Não, porque apesar da escrita não estar de acordo com a norma-padrão, o autor da carta se
comunicou de maneira compreensível, indicou um filme, contando o que ele retratava.

Retomando o preconceito linguístico


Conforme você já estudou, o preconceito linguístico é a discriminação que existe entre
as pessoas que falam o mesmo idioma, sem respeitar as variações da língua como
os sotaques, os regionalismos, as gírias, as variantes mais informais da língua,
atribuindo a quem faz uso dessas variações um juízo de valor negativo como repulsa,
desrespeito, entre outros.
Dessa forma, é importante entender a prática social da linguagem para não correr o
risco de cometer um preconceito linguístico.
Professor, é importante promover discussões sobre os diferentes registros da língua e sobre o
preconceito linguístico, configurando-se também como espaço privilegiado para a aprendizagem
da variedade padrão.
8 – Na carta, o autor escreveu algumas palavras que não estão de acordo com a
norma ortográfica da língua portuguesa. Identifique e reescreva-as na sua forma
correta.
Estava, vocês, escrever, para, não, sinopse, gostou, então, vamos, outro, bom, fez, lembrar,
roça, sugestão.

9 – O autor da carta escreveu que acha que sinopse deve ser algo sobre se gostou
ou não do filme que assistiu. Você concorda com a opinião dele? Justifique a sua
resposta.
Professor, os alunos devem responder essa questão a partir do que aprenderam sobre
sinopse.

10 – Como você observou, a carta de leitor foi escrita utilizando uma linguagem
informal. Que tal reescrevê-la na linguagem formal, de acordo com a norma-padrão
da língua?
Professor, retome o que é linguagem formal e norma-padrão da língua, para que os alunos
possam realizar a atividade.

Atividade 2 – Produção Textual


O Texto 1 é uma notícia sobre a promoção da língua portuguesa por meio de filmes.
Agora, você vai produzir uma notícia para ser apresentada na TV, com um assunto
escolhido pelo grupo.
Para isso, deverá formar grupos e seguir o roteiro do quadro a seguir:
Professor, nesta atividade, incentive o protagonismo dos alunos, orientando-os na criação do
telejornal, com temas relevantes para serem apresentados.

1 – Escolham um tema para o fato que será noticiado.


2 – Pensem no público-alvo que vocês querem atingir com a notícia.
3 – Entrevistem pessoas sobre o assunto que será abordado na notícia.
4 – Filmem as entrevistas.
5 – Escolham três entrevistas que vocês mais gostaram para colocar no telejornal.
6 – A partir das entrevistas escolhidas, redijam a notícia para ser apresentada no
telejornal.
7 – Prestem atenção à escrita das palavras, principalmente, à correção ortográfica
ao redigirem a notícia.
8 – Revisem o texto escrito.
9 – Escolham, no grupo, quem será o apresentador, o repórter, o redator, o
cinegrafista, o editor.
10 – Deem um nome para o telejornal.
11 – Prestem atenção à linguagem oral, evitando gírias e utilizando a norma-padrão
da língua.
12 – Procurem ser claros e objetivos durante a apresentação do telejornal.
13 – Pensem no tempo de duração de 2 a 3 minutos para que a apresentação não
seja cansativa ao telespectador.
14 – Filmem a apresentação de vocês.
15 – Apresentem o telejornal para todos os seus colegas de classe.

As apresentações do telejornal podem ser realizadas na sala de vídeo da escola ou na Sala do


Acessa Escola.

Professor, utilize o Datashow para as apresentações.


Se as aulas estiverem acontecendo a distância, considere o uso das ferramentas digitais no
compartilhamento da atividade, como por exemplo, em grupos de whatsapp da turma.

2 – Após a apresentação do telejornal, formem um grupão no pátio da escola e façam


perguntas para os grupos dos telejornais apresentados, sobre os temas abordados e
sobre como foi a realização do telejornal.
Professor, estimule os alunos a fazerem perguntas sobre os telejornais apresentados.

3 – Criem um QR Code com o link do telejornal de vocês e compartilhem no grupo de


da sua turma.
Professor, retome com os alunos o que é um QR Code, explicando sobre como deve ser criado.
Ajude-os a baixar o aplicativo para a referida criação.

4 – Façam uma votação do melhor telejornal e apresente-o para as outras turmas.


Professor, programe sessões para a apresentação do telejornal na escola, a fim de não
comprometer as aulas dos outros professores.

5 – Exponham todas as notícias redigidas no jornal mural da sua escola.


6 – Postem o telejornal de vocês no YouTube, criando um canal de postagem a fim
de que todos possam assisti-lo.
Professor, oriente os alunos nas postagens do YouTube e na criação do canal.
Referências Bibliográficas

BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. Rio de Janeiro:


Lucerna. 37. ed., 1999.
BAGNO, Marcos. Preconceito Linguístico. São Paulo: Parábola. 2015.
CUNHA, Celso Ferreira da. Gramática da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro:
FAE, 10. ed., 1984.
KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e Escrever estratégias de
produção textual. São Paulo: Contexto, 2009.
________. Ler e Compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto,
2009.
SCHNEUWLY, B., & DOLZ, J. Gêneros Orais e Escritos na Escola. Campinas
(SP): Mercado de Letras, 1998.

Links Consultados

<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ue000268.pdf >. Acesso em: 02


abr. 2020.
<https://pixabay.com/pt/photos/natureza-%C3%A1guas-lago-ilha-paisagem-
3082832>/. Acesso em: 02 abr. 2020.
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ue000263.pdf>. Acesso em: 03
abr. 2020.
<https://pixabay.com/pt/photos/fotografia-tendo-imagem-mostrar-801891/>. Acesso
em: 09 jun. 2020.
<https://pixabay.com/pt/photos/cidade-rua-vazio-calma-provence-3864462/> Acesso
em: 09 jun. 2020.
<https://pixabay.com/pt/illustrations/conto-de-fadas-encantado-fantasia-1735406/>.
Acesso em: 09 jun. 2020.
<https://www.infopedia.pt/dicionarios/siglas-abreviaturas/UNESCO>. Acesso em: 10
jun. 2020.
<https://pixabay.com/pt/photos/c%C3%A2mara-fotogr%C3%A1fica-fotografia-antigo-
219958/>. Acesso em: 12 jun. 2020.
SP FAZ ESCOLA
CADERNO DO PROFESSOR

LÍNGUA PORTUGUESA

ENSINO FUNDAMENTAL – 7º ANO

VOLUME 4
Olá!

A Situação de Aprendizagem que você desenvolverá neste material


pretende trabalhar habilidades relacionadas às práticas de:

leitura;
oralidade;
produção textual;
análise linguística/semiótica.

Essas práticas, por sua vez, estão articuladas a alguns campos de atuação
social:

o da vida pública;
o das práticas de estudo e de pesquisa;
o da arte e da literatura;
o jornalístico/midiático.

Utilize este material como parte de seus estudos, associando-o a outros que
venham a complementar sua jornada no campo do conhecimento.

Equipe Pedagógica de Língua Portuguesa

Desenho de Lívia Maria dos Santos Amaral, 12 anos, 6º ano – E.E. Comendador Antônio Figueiredo Navas, Lins, SP.
SUMÁRIO

Situação de aprendizagem 1 ...........................................................................03

Situação de aprendizagem 2 ...........................................................................23

Situação de aprendizagem 3 ...........................................................................32

Situação de aprendizagem 4 ...........................................................................39

Referências bibliográficas.............................................................................. 47
Situação de aprendizagem 1 – Notícia, reportagem e estatutos

Nesta Situação de Aprendizagem (SA), você irá percorrer estradas desafiadoras, nas q uais deverá
pôr em jogo tudo o que sabe sobre notícia e reportagem. Neste percurso, conhecerá algumas leis,
como o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), e também o Estatuto do Idoso. Mas t udo iss o
servirá de apoio para que, no final, possa elaborar um podcast noticioso, com a interaç ão d os s eus
ouvintes. Vamos lá?

EF07LP12 EF07LP13A EF07LP13B

Reconhecer recursos de Identificar, entre partes de Identificar, entre partes do


coesão referencial (lexical e textos, substituições lexicais, texto, substituições
pronominal) em textos de que contribuem para a pronominais, que contribuem
diferentes gêneros. continuidade do texto. para a continuidade do texto.

EF67LP10A
EF67LP02B
EF69LP10
Produzir notícia
Colocar-se, de maneira ética e
impressa e para TV, rádio e Produzir notícias para respeitosa, frente a textos
jornalísticos e midiáticos e às
internet tendo em vista rádios, TV ou vídeos, opiniões a eles relacionadas.
características do gênero, o
estabelecimento adequado de podcasts noticiosos e de
coesão, os recursos de mídias opinião, entrevistas,
disponíveis
comentários, vlogs, jornais
radiofônicos e televisivos, EF69LP26B
dentre outros possíveis, Retomar, no momento ou
EF67LP02A relativos a fato e temas de posteriormente, assuntos
tratados em discussões,
Analisar o espaço reservado interesse pessoal, local ou debates, palestras,
ao leitor nos jornais, revistas global e textos orais de apresentação de propostas e
(impressos e on-line) sites reuniões com base em
noticiosos etc. apreciação e opinião, anotações pessoais desses
orientando-se por roteiro e próprios eventos.
contexto de produção.

EF69LP25 EF69LP24A
Posicionar-se de forma consistente e Discutir casos, reais ou
EF69LP26A
simulações, submetidos a juízo,
sustentada em uma discussão,
assembleia, reuniões de colegiados da Tomar nota em discussões, debates, que envolvam (supostos)
desrespeitos a artigos do ECA,
escola, de agremiações e outras palestras, apresentações de propostas,
do Código de Defesa do
situações de apresentação de propostas reuniões, como forma de documentar o Consumidor, do Código
e defesas de opiniões, respeitando as evento e apoiar a própria fala. Nacional de Trânsito, de
opiniões contrárias e propostas regulamentações do mercado
alternativas e fundamentando seus publicitário entre outros, como
posicionamentos, no tempo de fala forma de criar familiaridade com
previsto, valendo-se de sínteses e a leitura e análise de textos
propostas claras e justificadas. legais.
Atividade 1. Notícia e Reportagem: percebendo e revelando suas semelhanças
e diferenças.

Professor, essa situação de aprendizagem tem como foco abordar as características


específicas que diferenciam a reportagem da notícia. Para este momento, sugere-se que:

Organize a classe em formato de U, faça um quadro na lousa com os tópicos de notícia e


reportagem. Peça aos alunos que digam o que sabem sobre um e outro (notícia e reportagem).
Esse momento é importante para saber os conhecimentos prévios deles. Peça-lhes que
registrem no caderno esse quadro e informe que em outro momento será retomado.

Avise aos alunos que, primeiramente, a notícia abaixo será realizada em leitura silenciosa
(modalidade de leitura) e que durante a leitura, deverão grifar o que considerarem i mportante
(procedimento de leitura). Durante a leitura, circule pela classe para garantir que todos estejam
realizando-a conforme solicitado; observe quanto ao procedimento de leitura (grifar o que
considerar mais importante) e faça as intervenções adequadas, caso encontre necessidade
(exemplo: alunos que não estejam grifando o que considera importante, ou grifando tudo sem
identificar os aspectos relevantes da notícia).

Muitas pessoas confundem notícia com reportagem e vice-versa. Mas mesmo tão
parecidas, elas possuem suas características próprias. Você sabe como identificá-
las? Leia a notícia a seguir e grife o que considerar importante.

Texto 1 – Notícia

Trabalho infantil nos semáforos da maior cidade do país


Em São Paulo, crianças e adolescentes arriscam a vida para ajudar a família

Fonte da foto: Pixabay – https://pixabay.com/pt/photos/trabalho-infantil-%C3%A1frica-2304178/.

Crianças vendem doces em plena luz do dia nos semáforos da cidade de São Paulo

Na última terça-f eira,10, única realidade de sustento Já Adelaide J. C., 10, disse
f oram vistos vários meninos da casa, pois precisam desse que, porque faltava muito às
vendendo objetos nos dinheiro para ajudarem na aulas, ainda não sabia ler e
semáf oros da cidade. Os compra de alimentos para o s escrever.
garotos estavam arris cando irmãos menores, garantindo,
suas vidas entre os carros, e Para eles, o sustento vem do
ao menos, o arroz com feijão.
muitos disseram não estarem trabalho que realizam,
nas escolas porque precisam Muitos vivem apenas c om a arriscando a própria vida por
trabalhar para ajudar em mãe e irmãos, poucos uns trocados na venda de
possuem residência, e a seus objetos.
casa. maior parte vive nas ruas. Atualmente, nem mesmo o
ECA (Estatuto da Criança e
Nos últimos dias, a polícia Quando foram questionados do Adolescente), garante que
tem f eito blitz para afastá-los sobre a escola, Justina C. P., a boa condição de vida
das ruas, porém não tem 11, disse que faltava às aulas dessas crianças e
obtido sucesso. porque precisava trabalhar adolescentes seja
nos semáforos. preservada. Um documento
Para muitos deles, esta é a
de Lei, que, para muitos, não
existe.

Jornal da Fantasia / por Márcia Corrales. Quarta-feira, 11 de março de 2020.

Após a leitura e os comentários sobre a notícia, a atividade abaixo deverá ser realizada no
coletivo, comandada por você. Leia para os alunos o texto introdutório “Explorando a notícia”
e faça as explicações que considerar pertinentes. Durante a atividade, certifique-se de que os
alunos estão compreendendo os enunciados e, se houver possibilidade, projete a notícia no
Datashow e explore as comandas de forma mais interativa com os alunos.

Explorando a estrutura da notícia:

Presente no nosso dia a dia e encontrada, principalmente, nos meios de


comunicação, como jornais, meios televisivos, internet, rádio, revista e outros, a
notícia é um gênero textual do campo jornalístico que apresenta informações atuais
e algum acontecimento real.

Com a finalidade informativa, podendo ser descritivo e narrativo ao mesmo tempo, a


notícia sempre apresenta as pessoas envolvidas, o tempo e o espaço do fato
acontecido. Podem ser relativamente curtos e possuem data de validade, ou seja,
um fato do passado sem repercussão atual não gera interesse no leitor. Portanto,
podemos dizer que possui “prazo de validade”. Agora, vamos à notícia que foi
apresentada!

Professor, é importante que todos os alunos participem desta atividade. Você poderá i ndicar
qual aluno deverá responder, se os demais concordam e assim sistematizar a atividade. P ara
essa participação dos alunos, ofereça a oportunidade para todos, principalmente, para aquele
que ainda apresenta alguma dificuldade.

A notícia lida por você tem como manchete “Trabalho infantil nos semáforos da
maior cidade do país”.

a) Observe que, abaixo da manchete (título), temos o subtítulo. Leia o subtítulo e


explique, a relação que há entre eles. Espera-se que os alunos façam a relação
entre os temas abordados e as informações contidas entre o título e o subtítulo. No
título existe a informação sobre o trabalho infantil na maior cidade do país, o que se
explica no subtítulo, que a cidade é São Paulo, o trabalho infantil com “crianças e
adolescentes”, o trabalho no semáforo e a ajuda à família.
Como você percebeu, a notícia é formada por título e subtítulo, sendo
um principal (ou manchete) e um outro, o subtítulo, um pouco maior, que
facilita o entendimento do título principal, introduzindo o assunto que será
explorado.

b) Em seguida, temos a foto da notícia, que nem sempre aparece, pois não é
presença obrigatória. Observe a ilustração e faça a comparação com a sua
legenda. Elas possuem alguma ligação? Qual? Estão ligadas ao título?
Espera-se que os alunos façam a relação apontando a descrição da imagem com a
legenda e a ligação entre elas (carros parados, sugestivos de semáforos e crianças
vendendo objetos).

Enfim chegamos ao que chamamos “corpo da notícia”. No primeiro


parágrafo, temos o lide.
Lide: Refere-se à introdução da notícia, isto é, trata-se do primeiro parágrafo
que responde às perguntas “O quê? Quem? Quando? Onde? Como? Por
quê?”, fornecendo ao leitor a informação básica sobre o conteúdo da notícia.

c) Você consegue identificar que a notícia toda está resumida no primeiro


parágrafo, ou, ao menos, seu aspecto mais relevante? Escreva sua resposta,
justificando. Após a escrita dos alunos, peça-lhes que leiam o que escreveram.
(Espera-se que todos os alunos tenham grifado o lide durante a lei tura, uma vez que
possuem os aspectos mais importantes e resumidos da notícia.
d) A notícia possui a finalidade informativa, e os textos podem ser descritivos e
narrativos. Nessa matéria, qual dessas características prevalece (descritiva
ou narrativa)? Justifique com sua resposta e dê exemplos com trechos da
notícia que você leu. Espera-se que os alunos apontem a característica narrativa e
exemplifiquem citando trechos da notícia. Professor, sugere-se que sejam expli cadas
as características descritivas e narrativas, a fim de que os alunos realizem a atividade.
e) Além de possuir uma linguagem formal, clara e objetiva, e algumas
características específicas, a notícia também apresenta:
Professor, se considerar necessário, dê exemplos sobre as características acima e
exemplifique a linguagem impessoal, os aspectos dos discursos direto e indireto e quando
cada um deles ocorre. Solicite aos alunos que realizem a tarefa de preenchimento do
quadro e que façam a correção coletivamente. Neste caso, durante as dúvidas que forem
surgindo, você deverá fazer a sistematização das informações, garantindo que todos estão
compreendendo a atividade.
Texto na 3ª pessoa e impessoal: os textos formais exigem a
linguagem impessoal. Isso significa que é necessário omitir a opinião de quem
os escreve. Não existe a presença de pronomes subjetivos como “eu” (nós) ou
“você” (vocês), pois possibilita manter o foco nos fatos e nas evidências, e
não na opinião pessoal. Há presença do discurso indireto.

Discurso indireto: não possibilita que as personagens se expressem


diretamente; suas falas são apresentadas pelo narrador.

Sua tarefa agora é localizar estas características no texto e preencher o quadro


abaixo:

Texto em 3ª pessoa com Uso do discurso indireto Fatos atuais e cotidianos


aspecto impessoal

“Justina C.P., 11, disse que Meninos e meninas vendendo


f altava às aulas porque doces e/ou objetos nos
Em nenhum momento há a precisava trabalhar nos semáf oros.
opinião da repórter, quem fala é semáf oros.”
o editor do jornal. Crianças e adolescentes fora da
“Já Adelaide J.C., 10, disse escola em trabalhos para ajudar
Fato apenas narrado. que, porque f altava muito às em casa.
aulas, ainda não sabia ler e
escrever.”

f) Agora, em uma atividade coletiva, vocês deverão ler a notícia e comentar a


parte que vocês grifaram, justificando por que a consideraram mais
importante.
O importante é que os alunos participem desta atividade destacando o que grifaram. Caso o
mesmo trecho tenha sido grifado por mais alunos, peça apenas que justifiquem, sem a
necessidade de lerem o trecho novamente. A dinâmica desta aula dependerá dos combinados
que forem realizados antes da sua interação com os alunos.
Ao término dessa etapa, retome o quadro preenchido no início da aula, os aspectos que
escreveram sobre a notícia. Faça novamente a leitura com os alunos, verifique se não querem
acrescentar algo ou retirar também. Discuta com eles o que considerar mais adequado.

g) Com todo o conhecimento que já possui sobre notícias, você deverá produzir
uma notícia de acordo com o quadro a seguir: Professor, avise aos alunos que
essa atividade será realizada de forma individual, mas que todos deverão respei tar o
processo de produção de texto.
Para a produção desta notícia, solicite aos alunos que pesquisem o impacto dessa doença
em pessoas idosas, pois isso é de extrema importância. Durante a pesquisa, peça-lhes que
anotem em tópicos o que considerarem mais importante. Faça um momento de troca de
informações sobre o que encontraram nas pesquisas. Certifique-se de que todos os alunos
tenham as informações acima.
Leia o enunciado abaixo, verifique se todos sabem o que é a OMS e o que essa sigla
significa.
Fale que, assim como o ECA, existe também o Estatuto do Idoso e explique do que se
trata. Peça-lhes que acessem o link abaixo para conhecerem mais sobre este Estatuto.

Com o decreto da pandemia pela OMS (Organização Mundial da Saúde),


devido à covid-19, causada pelo coronavírus, muitos idosos tiveram que ficar
reclusos em casa por serem os mais fragilizados.

A notícia produzida por você deverá abranger esse tema. Para que sua notícia tenha
o máximo de informação, pesquise sobre a Covid -19 e seus impactos na saúde dos
idosos e consulte o Estatuto do Idoso pelo link
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estatuto_idoso_3edicao.pdf (Título II, Cap. I, Art.
9º, e Cap. II, Art. 10).

A seguir, você tem o quadro do planejamento e deverá criar a legenda. Vamos


planejar a notícia?

Planejamento da notícia

Título:

Subtítulo (nem sempre necessário):

Legenda da foto:

Lide:

Desenvolvimento da notícia (corpo da notícia):

Fechamento da notícia:

Professor, durante essa atividade, circule pela classe e faça as intervenções que considerar
mais adequadas.

Após a escrita da notícia, faça uma revisão final para se certificar de que não ficou
faltando nada e se existe clareza nas ideias. Professor, para a revisão final, você poderá
sugerir o quadro abaixo. Explique aos alunos como fazer uso do quadro no momento da
revisão final, dê exemplos, certifique-se de que compreenderam. Informe também que poderão
registrar o quadro de correção no caderno e fazer uso sempre que necessário.

Aspectos para revisão textual (linguístico-discursivo)

Presença de título

Linguagem adequada ao gênero jornalístico-notícia


Ortografia

Pontuação

Concordância

Coesão

Coerência

Sugere-se que, após a conferência do professor, essa produção possa ser


exposta no mural da sala de aula ou no jornal de mídias da escola.

Foto: https://pixabay.com/pt/photos/s%C3%AAnior-idosos-pessoas-casal-antigo-3336451/.

Texto 2 – Reportagem

Durante a leitura da reportagem, grife as partes que considerar mais importantes.


Professor, avise aos alunos que a leitura será realizada de forma silenciosa e, da mesma forma
como fizeram com a notícia, durante a leitura deverão grifar os pontos m ais i mportante s da
reportagem. Mas, antes da leitura, retorne ao quadro preenchido na aula anterior para eles
relembrarem o que escreveram sobre as características da reportagem. Defina com os al unos
o tempo necessário para a realização da leitura. Após a leitura, faça questionamentos sobre o
que pensam sobre a reportagem, as ideias e as opiniões dos alunos.

O trabalho infantil nas ruas


Nos semáforos da maior cidade do país, crianças e adolescentes vendem diversos produtos
para ganhar o próprio sustento

Por Márcia Corrales

Fonte da foto: Pixabay https://pixabay.com/pt/photos/humanos-papel-adulto-m%C3%A3o-escrever-3305707/

Num verdadeiro desrespeito ao ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), crianças faltam à


escola para garantir o próprio sustento

O ECA (Estatuto da Criança e responsáveis, e são assistidas que proteger, garantir e


do Adolescente), no seu art. 53, para que não retornem às ruas. acompanhar o máximo possível
dispõe sobre o direito da criança Tarefa que muitas vezes não para que essas crianças e
e do adolescente, em pleno surte efeito, e completa: “Esses adolescentes permaneçam na
desenvolvimento de pessoa, o pais não consideram a idade d e escola, afinal é o único lugar
seu preparo para a cidadania e seus filhos e os obrigam a que possuem com atividade
qualificação para o trabalho e trabalhar para garantir o pedagógica, a qual permite uma
ainda deixa assegurada sua sustento próprio ou até mesmo aprendizagem significativa”, diz
igualdade de condição para o da família”. ela.
acesso e a permanência na
escola. No entanto, não é isso Outro problema apontado por Não se trata apenas de um
que vemos atualmente na maior ela é o fato destas crianças e estatuto; na verdade, refere-se
cidade do país. Nas avenidas é adolescentes, nem mesmo às garantias básicas de
possível flagrar crianças e retornarem para suas casas, qualquer forma de sobrevivência
adolescentes que d everiam tornando-se moradores de rua e digna de uma pessoa em seu
estar em escolas, sendo ficando mais vulneráveis para pleno desenvolvimento.
protegidos pelos responsáveis e as drogas e o abuso sexual.
garantido o seu direito ao lazer Dados de pesquisas realizadas
e à educação, nunca atuando Nem mesmo com o pelo Instituto “Saber Criança”
em semáforos para garantir o acompanhamento nas escolas é revelaram que a quantidade de
próprio sustento e, muitas possível garantir o seu não crianças trabalhando vem
vezes, de toda a família. abandono às atividades crescendo nos últimos tempos,
pedagógicas. sendo necessário o
Marta Juvêncio, membro do acompanhamento das
Conselho Tutelar, revela que Fabiana Gonçalves, diretora de autoridades para que não se
muitas dessas crianças já foram uma escola pública, revela que torne um problema ainda maior.
recolhidas das ruas e entregues faz constante levantamento das
aos pais e ausências dos alunos e mantém Precisamos fazer valer a lei que
uma comunicação próxima co m os protege, afinal é n ecessário
os representantes do Consel ho para garantir uma vida digna ao
Tutelar: “Temos futuro do país.

Revista Fantasia. Por Márcia Corrales. Abril 2020.

Agora vamos explorar as características da reportagem:

Mas primeiro faça um checklist da notícia e da reportagem:

Preencha o quadro a seguir com as informações referentes à notícia e à reportagem.

Característica presente Notícia Reportagem

Possui título X X

Possui subtítulo X X

Possui legenda X X

Possui linguagem formal X X

Apresenta fatos acontecidos recentemente X

Tem uma abordagem maior e mais profunda nos assuntos X

Participação e opinião do repórter X

Marcas de linguagem impessoal (omissão da opinião do X


repórter)

Professor, essa atividade poderá ser realizada no coletivo com os alunos.


Mesmo com tantas proximidades, a notícia e a reportagem, são diferentes, não é
mesmo? Escreva as características encontradas nas suas diferenças.
Você percebeu que temos a presença do discurso direto e do indireto na
reportagem? E as marcas da opinião da repórter?
Discurso direto: possibilita que as personagens se expressem diretamente,
suas falas não são apresentadas pelo narrador.

Localize na reportagem e complete o quadro:

Espera-se que os alunos preencham o quadro de forma individual , com posterior correção
coletiva. Caso exista necessidade, faça as intervenções adequadas. Dê exemplos, volte à
reportagem, explique e aponte as características abaixo. Se houver a possibilidade, reproduza
a reportagem no Datashow para localizarem as características preenchidas no quadro. Após o
preenchimento do quadro abaixo, retome com os alunos a atividade inicial sobre a notí ci a e a
reportagem. Peça-lhes que analisem o que foi escrito no início sobre a notícia e a reportagem.
Pergunte o que gostariam de mudar, aponte se for necessário. O importante é que os al unos
tenham compreendido as nuances referentes à notícia e à reportagem.

Texto em 1ª Uso do discurso Uso do discurso Fato de interesse


pessoa do indireto direto ou relevância
singular e/ou social da
plural com reportagem
aspecto de
posição pessoal

“No entanto, não é isso “Fabiana Gonçalves, “Esses pais não Espera-se que
que vemos atualmente na diretora de uma escola consideram a idade de respondam sobre fato de
maior cidade do país.” pública, revela que faz seus filhos e os obrigam a os alunos estarem
constante levantamento trabalhar para garantir o trabalhando e fora da
“Precisamos fazer valer a das ausências dos alunos sustento próprio ou até escola, além da
lei que os protege, afinal e mantém uma mesmo da família.” vulnerabilidade em que
é necessário para garantir comunicação próxima são colocados nesse tipo
uma vida digna ao futuro com os representantes do “Temos que proteger, de trabalho e que falem
do país.” Conselho Tutelar.” garantir e acompanhar o do Estatuto da Criança e
máximo possível para que do Adolescente.
essas crianças e
adolescentes
permaneçam na escola,
afinal é o único lugar que
possuem com atividade
pedagógica a qual
permite uma
aprendizagem
significativa”, diz ela.
Professor, informe que a atividade abaixo será realizada em grupo. É sugerido o agrupamento
produtivo, pelos saberes próximos. Faça os combinados necessários para a realização da
atividade, defina nos grupos quem serão os representantes na socialização, embora, se
necessário, todos poderão falar também, caso algo seja esquecido ou para ajudar a
exemplificar mais, e explique as etapas de socialização entre grupos, as anotações realizadas
e a socialização com todos da classe.

a) Durante a leitura da reportagem, vocês grifaram as partes que consideraram mais


importantes, certo? Em grupos com quatro pessoas, socializem as partes grifadas
e argumentem sobre elas. Façam as anotações que consideram fundamentais
para socializarem em um debate com a classe toda.

c) Hora de socializar e discutir as anotações realizadas:

✓ Para este momento, o seu professor definirá as regras para que todos
possam participar.
✓ Ouça o que os demais registraram sobre o que consideraram importante na
reportagem e colabore com a sua opinião e registro. É fundamental
considerar a opinião de todos.
✓ No final, o professor organizará uma síntese com os assuntos discutidos para
que as ideias possam ser registradas e anexadas no mural da sala de aula.
Professor, pergunte aos alunos o que sabem sobre o ECA, se já o conheciam antes de ser
citado na notícia e na reportagem. Organize a sala de aula em forma de U e, se houver a
possibilidade, faça a projeção em Datashow para que fique mais dinâmica a aula.
Mostre aos alunos as características de um texto de lei, a linguagem própria, os símbolos que
aparecem nesse tipo de texto e como fazer a leitura de forma correta.
d) Na reportagem, é citado o artigo 53 do ECA (Estatuto da Criança e do
Adolescente). Você sabe do que trata este Estatuto? Espera-se que os alunos já tenham
algum conhecimento sobre o ECA.

A Lei nº 8.069 refere-se ao ECA (Estatuto


da Criança e do Adolescente) e foi criada
em 13 de julho de 1990. Está disposta
nessa lei a proteção de forma integral à
criança e ao adolescente. Pela sua
amplitude na forma como proteger a
criança e o adolescente, esta lei se
tornou muito conhecida em todo o
território nacional.

P.A.C., 1 ano e 6 meses – Foto: Márcia Corrales


O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), por ser um texto de lei, possui
uma linguagem diferente se comparada a outros gêneros, como, por exemplo, o
conto, a crônica e outros. Nesses textos aparecem símbolos, números cardinais e
romanos. Vamos saber um pouco mais como se leem esses símbolos nos textos
legais.

Muitas vezes, usa-se o termo caput, que significa “cabeça” em latim. O


caput indica a parte principal de um artigo para diferenciá-la de parágrafos,
incisos e alíneas.

*Quando o artigo possui mais de um parágrafo, eles aparecem com o símbolo §,


sempre seguidos de um número ordinal, o qual se lê: § 1º, § 2º e assim
sucessivamente. Porém, quando o artigo possui apenas um parágrafo, aparece
como “parágrafo único”.

*Art. Significa artigo. É ordinal do 1º ao 9º; do 10 em diante, lê-se dez, onze,


doze e assim sucessivamente.

*Os incisos dos artigos são numerados com algarismos romanos: incisos I, II,III,
IV e assim por diante.

*As alíneas dos artigos são identificadas por letras minúsculas e podem vir em
ítalico; exemplo: alíneas a, b, c etc.

Vamos testar seu conhecimento?

Conheça agora o artigo 53 do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), que foi


citado na reportagem, em sua totalidade e na forma de lei, fazendo a leitura correta.
I – Escreva o que você entendeu desse artigo. Resposta pessoal do aluno.

II – Você considera que, de fato, todas as crianças e adolescentes do país têm


garantidos os direitos desse artigo? Justifique.

Após essa etapa de atividade, organize a sala para um debate no coletivo; é importante a
participação de todos.

III – Para complementar a atividade, será organizada, pelo professor, uma roda de
debate sobre o assunto. Neste momento, você poderá ler o que produziu e
argumentar sobre sua ideia, sempre respeitando a opinião do colega.

e) Veja abaixo como o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) se refere ao


trabalho:

Professor, faça os combinados necessários para a realização da atividade abaixo.

Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho

Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condição
de aprendiz. (Vide Constituição Federal)

Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por legislação especial, sem
prejuízo do disposto nesta Lei.

Art. 62. Considera-se aprendizagem a f ormação técnico-profissional ministrada segundo as


diretrizes e bases da legislação de educação em vigor.

Art. 63. A f ormação técnico-profissional obedecerá aos seguintes princípios:

I - garantia de acesso e f requência obrigatória ao ensino regular;

II - atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente;

III - horário especial para o exercício das atividades.

Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegurada bolsa de aprendizagem.

Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze ano s, são assegurados os direitos
trabalhistas e previdenciários.

Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho protegido.

Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de escola
técnica, assistido em entidade governamental ou não-governamental, é vedado trabalho:

I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte;

II - perigoso, insalubre ou penoso;

III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico,
moral e social;
IV - realizado em horários e locais que não permitam a f requência à escola.

I – Em grupos com cinco pessoas, façam a leitura deste trecho de lei e discutam,
com referência no texto legal, as questões do trabalho infantil apontadas na
reportagem e na notícia. Professor, sugere-se que seja realizado o agrupamento produtivo,
e será necessário definir as tarefas de cada um do grupo para que todos participem.

II – Elaborem uma apresentação para a classe, citando os artigos acima em defesa


das crianças e adolescentes que trabalham nos semáforos da cidade na venda de
doces. Professor, sugere-se que os alunos organizem a apresentação em PowerP oi nt. P ara
isso, poderá ser usada a sala de informática, caso tenha na escola. Oriente os alunos em como
realizar esse tipo de apresentação.

III – Organizem a classe em semicírculo para que todos possam apresentar a defesa
organizada nos grupos. Professor, sugere-se a realização de combinados com os alunos
para que a apresentação ocorra de forma qualitativa com a participação de todos após a
apresentação de cada grupo. Procure estimular os alunos a fazerem perguntas durante as
apresentações.

Atividade 3 – Textualizando com qualidade.

Professor, sugere-se que explique aos alunos sobre a qualidade de uma produção de texto e
os cuidados que devemos ter para que ele fique bem-escrito e possa ser entendido por todos.
Informe aos alunos que eles conhecerão um pouco mais como se constrói um texto coerente.
Poderá explicar que todo ato de comunicação, seja falado ou escrito, pressup õe q u e s ej a feita,
constantemente, referência a algo, alguém, fatos, eventos, sentimentos. Além de ser indispensável
que se mantenha o foco nesses elementos por meio do que é chamado de retomada dos
referentes, e que são estratégias por meio das quais se pode garantir que a comunicação seja
coesa e coerente. Sugere-se o questionamento sobre a coesão.

Minha professora falou que


existem palavras repetidas
no meu texto. Isso já
aconteceu com você?

Fonte
da imagem: @Pixabay
Você já produziu a escrita de um texto e, na correção, seu professor disse que você repetiu
algumas palavras? Qual foi sua forma de resolver esse problema?

Mas isso não se dá por acaso, pois todo ato de comunicação, falado ou escrito, pressupõe
que façamos constantemente referência a algo, alguém, fatos, eventos, sentimentos. Além
disso, é indispensável mantermos o foco na escrita para garantimos que a nossa
comunicação seja coesa e coerente.

Você sabia que as palavras que ouvimos ou vemos estão ligadas entre si dentro de uma
sequência? Pois bem, chamamos isso de coesão.

O que garante que a coesão aconteça é o uso de determinados elementos que vão se
referindo a palavras ou partes do texto garantindo, assim, o seu sentido.

Existem diversos elementos que podem desempenhar esse papel. Observe o trecho que foi
retirado da reportagem “O trabalho infantil nas ruas”.

“(...)Fabiana Gonçalves, diretora de uma escola pública, revela que faz constante
levantamento das ausências dos alunos e mantém uma comunicação próxima com os
representantes do Conselho Tutelar: “Temos que proteger, garantir e acompanhar o máximo
possível para que esses adolescentes permaneçam na escola”, diz ela.

a) Qual é o nome próprio citado no trecho da reportagem? Fabiana Gonçalves.

b) Que outra palavra foi utilizada para se referir ao nome citado anteriormente? Ela.

Observe que o nome foi referenciado no texto, sem repeti-lo. Percebeu como essa situação
acontece em um texto? Espera-se que os alunos consigam fazer esta análise do uso do nome
e do pronome. Sugere-se que seja retomado o que são pronomes.

Professor, esse assunto poderá ser aprofundado com os alunos por meio da expl icação em
dois grupos de coesão:

Coesão referencial: faz o papel de se referir a uma palavra ou nome que já foi citado
anteriormente. Esse tipo de coesão é chamado de coesão referencial. Listamos alguns
elementos que podem desempenhar essa função:

1. Pronomes de um modo geral: Paulo e José são amigos. Eles são inseparáveis.
2. Advérbios de lugar: Estamos em casa. Aqui ninguém está saindo.
3. Numerais: João e Paulo são amigos. O primeiro tem dois anos a mais que o segundo.
4. Elipse: Nós somos inseparáveis. Gostamos de ficar juntos.

Vejamos outro exemplo retirado da notícia “Trabalho infantil nos semáforos da maior
cidade do país”.

Na última terça-feira,10, flagramos vários meninos vendendo objetos nos semáforos da


cidade. Os garotos estavam arriscando suas vidas entre os carros, muitos disseram não
estar nas escolas porque precisam trabalhar para ajudar em casa.”
c) Quais as palavras negritadas no trecho acima? “Vários meninos” e “Os garotos”.

d) Qual é a relação existente entre elas? Espera-se que os alunos percebam as


semelhanças no tratamento.
e) Podemos dizer neste caso que “vários meninos” possui significado semelhante ao
de “os garotos”?

Sinonímia: Relação de palavras de significado semelhante.

Professor, esse outro tipo de coesão é a coesão textual, que reitera palavras ou conteúdos
usados pelo produtor de texto para fazer o texto progredir, mantendo o seu foco. Listamos
alguns aspectos desse tipo de coesão:
1. Repetição: E o trem corria, corria, corria.
2. Sinonímia: A porta do carro se abriu e desceu um homem de mais ou menos 30 anos. O
jovem parecia muito preocupado.
3. Formas nominais genéricas: gente, coisa, pessoa, lugar. – Ele chegou trazendo a coisa
que pedimos.

É possível observar que as palavras (nomes, lugares, objetos, pessoas, coisas)


podem ser substituídas sem que sejam repetidas, isto é, elas reiteram aquelas usadas
pelo produtor de texto para fazê-lo progredir, mas sempre mantendo o foco.

f) Essa atividade você poderá fazer em duplas ou trios para troca de saberes.
✓ “Nos últimos dias, a polícia tem feito blitz para afastá-los das ruas, mas não tem
obtido sucesso.”
Reescreva o trecho acima, substituindo o pronome destacado pelo termo ou termos aos
quais se refere. “Nos últimos dias, a polícia tem feito blitz para afastar os m eni nos das
ruas, mas não tem obtido sucesso”

✓ “Outro problema apontado por ela é o fato destas crianças e adolescentes


muitas vezes nem mesmo retornarem para suas casas, tornando-se moradores
de rua e ficando mais vulneráveis para as drogas e o abuso sexual.”
O termo destacado é um pronome que está substituindo um nome. Por que não foi
usado o nome, e sim o pronome? Que efeito de sentido traz para o texto?

Espera-se que os alunos apontem a repetição do nome no texto. (Para a realização dessa
atividade, sugere-se que seja indicado ao aluno a retornar no texto para localizar esse
trecho da notícia).

✓ “Precisamos fazer valer a lei que os protege, necessitamos atuar enquanto


cidadãos para garantir uma vida digna ao futuro do país.”
Observe os verbos destacados. A quem eles se referem? Se os reescrevêssemos no
singular, teriam o mesmo efeito de sentido? Justifique.

Espera-se que os alunos realizem a atividade apontando as seguintes respostas:

“nós” – Preciso fazer valer a lei que os protege, necessito atuar enquanto cidadã para
garantir uma vida digna ao futuro do país.

Professor, sugere-se que seja explicado para o aluno que este é um outro tipo de coesão –
trata-se da coesão textual, que reitera palavras ou conteúdos usados pelo produtor de t exto
para fazer o texto progredir, mantendo o seu foco. Listamos alguns aspectos desse tipo de
coesão:
Repetição: E o trem corria, corria, corria.

1. Sinonímia: A porta do carro se abriu e desceu um homem de mais ou menos 30 anos. O


jovem parecia muito preocupado.
2. Formas nominais genéricas: gente, coisa, pessoa, lugar. – Ele chegou trazendo a coisa
que pedimos.

Por que você tem de aprender tudo isso?

Porque, ao conhecer essas estratégias de comunicação, tanto oral, quanto escrita, você
garante que o que estiver falando ou escrevendo seja entendido de forma clara e coerente
pelo seu parceiro de conversa. Essas estratégias são importantíssimas, principalmente, para
o texto escrito quando você está distante de seu interlocutor.

Muitas confusões que acontecem nas redes sociais e em outras esferas de comunicação
são por falta de coesão dos textos, tanto “falados” quanto escritos, porqu e cada um
interpreta de uma forma e, muitas vezes, sem nenhuma relação com a real intenção do
autor do texto.

Atividade 4 – Nas relações interativas com a notícia: deixe o seu comentário .

Professor, para essa atividade, é importante fazer um levamento dos conhecimentos prévios
dos alunos sobre podcast noticioso. Faça os seguintes questionamentos:

O que é um podcast? Origem do Termo. A palavra é uma junção de Pod – "Personal On


Demand" (numa tradução literal, pessoal sob demanda), retirada de iPod, com broadcast
(radiodifusão). O podcast em vídeo chama-se videocast, frequentemente em arquivo formato
MP4 ou disponibilizado em sítios de transmissão contínua, como o YouTube. Podcasting –
Wikipédia, a enciclopédia livre.
Vocês já fizeram um podcast?

Já ouviram um podcast noticioso?


Quais são os mais acessíveis?

Quais são os programas de um podcast?


Sugere-se que sejam indicados os aplicativos de gravação de podcast para os alunos.

Arte/ilustração: Márcia Corrales


Essa atividade trará um novo desafio: produzir um podcast noticioso. Vamos lá?

1º desafio: Estudando o gênero

Em grupos, vocês deverão realizar a seguinte tarefa:

Retomar as características de uma notícia para certificar-se de que todos entenderam. O


importante, neste desafio, será a forma da linguagem usada. Porém, vale lembrar que a
notícia tem outras características importantes além do nível formal da linguagem.

2º desafio: Organizando as tarefas

Pesquisar:

Qual notícia será mais atrativa no momento? Lembrando que precisa ser atual para causar
interesse nas pessoas.

Faça uma lista com todas as notícias possíveis de serem produzidas.

Discussão da lista elaborada. Enumere-a como ordem de prioridade.

Em comum acordo com o grupo, faça a escolha daquela que irá para o podcast.

3º desafio: Planejando a notícia

Professor, sugere-se que você verifique com os alunos se eles sabem o que é vinheta e com o
a mesma acontece. Use como exemplos as mais conhecidas pelos jovens para que se possa
ilustrar de forma adequada. Você poderá ilustrar vinhetas no Datashow ou l evar os al unos à
sala de vídeo da escola. Poderá também pedir uma pesquisa sobre vinhetas, levando os
alunos à Sala do Acessa Escola.

Atenção: Nesta atividade, a notícia produzida deverá ser considerada nos aspectos da
coesão textual que você estudou neste material.

Qual é o tema que será abordado?

De que forma?

Procure em fontes variadas, como revistas, jornais e internet, mais informações sobre o
assunto que abordará a notícia.
Elabore a introdução da notícia. Dica importante: comece com inf ormações que segurem a
atenção do ouvinte, as quais contemplam os elementos do lide.

Organize o roteiro da notícia (precisa ter uma sequência coesa). Também pode apresentar
oralmente os destaques que virão. No roteiro do podcast, precisam constar todos os
elementos que vão compor o texto a ser gravado.

Qual será o começo?

Qual será o intermediário? (Assuntos que darão continuidade à notícia).

Qual será a conclusão? (Neste caso, deve-se fechar a notícia realizada).

Defina uma vinheta para seu podcast.

4º desafio: Definindo as tarefas

Quem redigirá o texto?

Quem fará a pesquisa? Todos

Quem fará a gravação?

Quem fará a edição?

5º desafio: Ensaiando para a gravação

Com o planejamento da notícia realizada e com as tarefas definidas, faça os ensaios que
achar necessário para adequar:

A tonalidade da voz.

O uso da linguagem formal.

A expressão acentuada diante dos sinais de pontuação.

A articulação das palavras de forma pausada para que se compreenda o que está sendo
falado.
6º desafio: Escolhendo os equipamentos necessários

O celular pode ser usado para gravar o podcast. Para editar, será necessário um
computador.

7º desafio: Produzindo a notícia

O ambiente onde será realizada a gravação não pode ter ruídos, uma vez que a poluição
sonora pode prejudicar a sua qualidade, além da possibilidade de haver alguma outra
interferência.

8º desafio: Editando a notícia

Inicie com a vinheta escolhida.

Apresente a chamada da notícia.

Peça às pessoas que participem da notícia com opiniões.

Apresente a notícia gravada.

9º desafio: Informando as pessoas sobre o podcast produzido

Divulgar o podcast.

Vocês precisam divulgar para as pessoas o podcast realizado e pedir a participação delas
nos comentários. O sucesso desta publicação vai depender da divulgação. Use sua
criatividade por meio de cartazes pela escola ou divulguem de sala em sala esta informação.
10º desafio: Acompanhando a participação dos ouvintes

Este espaço é muito importante e é cada vez mais usado pelas revistas, rádios, jornais ,
internet etc., pois é uma forma de saber se está agradando o ouvinte e também uma forma
de buscar o aperfeiçoamento para as próximas matérias.

Depois de todos esses desafios concluídos, é importante fazer a seguinte reflexão no


coletivo, com todos da classe e com o professor.

Como foi realizar a atividade dos “Desafios podcast”?

O que aprendeu?

O que teria que fazer novamente para melhorar o resultado final destes desafios?

Situação de Aprendizagem 2 – Por dentro dos almanaques


Nesta Situação de Aprendizagem, você conhecerá um pouco os almanaques e
como eles foram inventados. Sempre com o foco na progressão temática e nos
aspectos coesivos, serão analisados alguns trechos do conto de Machado de Assis
para certificarem-se de como o título se relaciona com o texto do início ao fim.

EF67LP25B EF67LP25A EF69LP07A

Utilizar adequadamente a coesão e a Reconhecer o emprego da coesão e Utilizar estratégias de planejamento,


progressão temática nas produções da progressão temática nas elaboração, revisão, edição,
textuais. produções textuais. reescrita/redesign e avaliação de
textos.

EF69LP53

Ler em voz alta textos literários diversos, bem como leituras orais capituladas
(compartilhadas ou não com o professor) de livros, contar/recontar histórias tanto
da tradição oral, quanto da tradição literária escrita, expressando a compreensão e
interpretação do texto por meio de uma leitura ou fala expressiva e fluente,
gravando essa leitura ou esse conto/reconto, seja para análise posterior.
EF69LP41 EF69LP45

Usar adequadamente ferramentas de apoio a Posicionar-se criticamente em relação a textos


apresentações orais, escolhendo e usando tipos e pertencentes a gêneros como quarta-capa, programa (de
tamanhos de fontes que permitam boa visualização, teatro, dança, exposição etc.), sinopse, resenha crítica,
comentário em blog/vlog cultural etc., para selecionar
topicalizando e/ou organizando o conteúdo em
obras literárias e outras manifestações artísticas
itens, inserindo de forma adequada imagens,
(cinema, teatro, exposições, espetáculos, CD´s, DVD´s
gráficos, tabelas, formas e elementos gráficos, etc.), diferenciando as sequências descritivas e
dimensionando a quantidade de texto (e imagem) avaliativas e reconhecendo-os como gêneros que
por slide, usando progressivamente e de forma apoiam a escolha do livro ou produção cultural e
harmônica recursos mais sofisticados como efeitos consultando-os no momento de fazer escolhas, quando
de transição, slides mestres, layouts personalizados for o caso.
etc.

EF69LP47

Analisar, em textos narrativos diferentes formas de


ficcionais, a composição, a escolha lexical típica de cada
gênero para a caracterização próprias de cada gênero,
os recursos coesivos que constroem a passagem do
tempo e articulam suas partes dos cenários e dos
personagens e os efeitos de sentido decorrentes dos
tempos verbais, dos tipos de discurso, dos verbos de
enunciação e das variedades linguísticas empregados.
Expressões conotativas e processos figurativos e do uso
de recursos linguístico gramaticais próprios a cada
gênero narrativo.

Atividade 1

Nessa atividade, você aprenderá sobre os almanaques. Vamos lá?

Almanaque
Almanach Al-manakh
Você conhece um almanaque? Espera-se que os alunos respondam que sim. Porém, caso
algum aluno diga que nunca viu um antes, poderão ser mostrados em apresentação de
Datashow os almanaques atualmente mais conhecidos.

Quais? Espera-se que os alunos citem os mais atuais, como o almanaque da Disney, da Turma
da Mônica, etc.

Realiza com frequência a leitura de um almanaque? Resposta individual dos alunos.

O que podemos encontrar no almanaque? Espera-se que os alunos respondam que podem
encontrar HQ, passa-tempo, informações de curiosidade etc.

Você sabia que...


Alguns almanaques possuem publicação (originalmente anual) que reúne um calendári o com
datas das principais efemérides astronômicas (termo que se refere a um guia que indica as
coordenadas de objetos astronômicos no céu em um determinado momento, com o estrel as,
cometas, asteroides e planetas). Mas atualmente os almanaques englobam outras informações
com atualizações periódicas específicas a vários campos de conhecimento.
Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Almanaque#:~:text=Almanaque%20ou%20Almanach%20(do%20%C3%A1r
abe,espec%C3%ADficas%20a%20v%C3%A1rios%20campos%20do acesso em 24/09/2020
Professor, sugere-se a sala de aula organizada em forma de U para a realização da atividade e,
se houver a possibilidade, que esse momento seja de projeção do Datashow para a
participação mais efetiva dos alunos.
E os almanaques eram assim...
Lunário Perpétuo é o nome pelo qual
f icou conhecido um almanaque ilust rado
com xilogravuras composto por Jerônimo
Cortés, publicado em Valência, em 1594,
e reeditado inúmeras vezes ao longo de
séculos, com variações em seu título e
conteúdo.
Foi a versão mais lida no Nordeste
brasileiro durante o Período Colonial.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lunario_Perpetuo.
Acesso em 24/09/2020.

Um dos almanaques mais lidos foi “Almanaque


do Pensamento”, editado em 1912. Seu
conteúdo é sobre horóscopo, literatura, guia
astral, previsões astrológicas, horóscopo chinês,
os santos do dia, receitas culinárias
vegetarianas, previsões segundo numerologi a,
cotidiano, previsão do tempo, agricultura e
pecuária.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Almanaque_do_Pensamento.
Acesso em 24/09/2020.

Essa pesquisa poderá ser realizada na sala de informática da escola ou por consulta em
celular. É um momento de pesquisa e descoberta dos alunos. Circule pela sala para
acompanhar esse momento e fazer as intervenções adequadas. Oriente os alunos sobre a
atividade após a pesquisa.
a) Interessante, não é mesmo? Em grupos com quatro pessoas, façam a pesquisa referente
aos números de edições, público-alvo, curiosidades, período de publicação e temáticas
exploradas dos seguintes almanaques:
Portugal: Almanaque Bertrand
França: Almanaque de Gota
Itália: Almanaque Barbanera
Estados Unidos da América: Poor Rochard’s Almanack
✓ Após a pesquisa, façam um registro das descobertas sobre cada um destes
almanaques e preparem uma apresentação por meio de slides (fazendo uso do
PowerPoint) para os demais alunos. Certifique-se se os alunos sabem fazer uso do
PowerPoint. Ao menos um aluno do grupo deverá ter esse conhecimento para explicar
aos demais. Caso não saibam, isso deverá ser ensinado aos alunos. Faça os
combinados adequados para a realização da atividade.
✓ Para esta pesquisa, organizem: imagens, legendas, informações necessárias e a
fonte de pesquisa.
✓ Façam a revisão de tudo o que foi escrito e organizem as apresentações dos slides.
✓ Atenção para a disposição das imagens e dos textos nos slides, pois é necessário
cuidar da estética da apresentação, como: tamanho das imagens, das letras,
legendas e fontes de pesquisa.
✓ Durante a apresentação, procurem falar o que está no slide, e não apenas ler; a
leitura o público-alvo já fará, então, procure explicar e, se necessário, façam um
lembrete do que será dito.

Atividade 2
Professor, faça os questionamentos abaixo para saber das hipóteses dos al unos. No que se
refere ao conto “Como se inventaram os almanaques”, sugere-se que seja apresentada a
biografia de Machado de Assis. Sobre suas características de escri ta, pergunte se já leram
algum conto dele, o que acharam, enfim, explore ao máximo o autor, não apenas no conteúdo
temático, mas também na vida e obras do autor. Explique que o conto foi organiz ado em três
partes e que a cada pausa será realizada uma atividade de entendimento do conto.
Sugere-se a leitura em voz alta feita pelo professor. (Com a realização de um a l eitura prévia
para conhecimento do conto.)
Como será que os almanaques surgiram?

Quem inventou os almanaques?

Vamos conhecer como Machado de Assis escreveu esta descoberta em seu conto “Co mo
se inventaram os almanaques”.

1ª parte

Some-te, bibliógrafo! Não tenho nada contigo. Nem contigo, curioso de histórias poentas. Sumam-s e
todos; o que vou contar interessa a outras pessoas menos especiais e muito menos aborrecidas. Vou
dizer como se inventaram os almanaques.
Sabem que o Tempo é, desde que nasceu, um velho de barbas brancas. Os poetas não lhe dão outro
nome: o velho Tempo.
Entretanto, uma coisa é barba, outra é coração. As barbas podem ser velhas e os corações nov os; e
vice-versa: Não é regra, mas dá-se. Deu-se com o Tempo.
Um dia o Tempo viu uma menina de quinze anos, bela como a tarde, risonha como a manhã,
sossegada como a noite, um composto de graças raras e finas, e sentiu que alguma coisa lhe b atia
do lado esquerdo. Olhou para ela e as pancadas cresceram.
— Que é isto? murmurou o velho. E os beiços do Tempo entraram a tremer e o sangue andava mais
depressa. Sentiu que era amor; mas olhou para o oceano, vasto espelho, e achou -s e velho. A f inal
ousou ir ter com ela.
— Como te chamas, linda criatura?
— Esperança é o meu nome.
— Queres namorar-me?
— Tu estás carregado de anos, respondeu ela; eu estou na flor deles. O casament o é impossív el.
Como te chamas?
— Não te importe o meu nome; basta saber que te posso dar todas as pérolas de Golconda...
— Adeus!
— Os diamantes de Ofir...
— Adeus!
— As rosas de Saarão...
— Adeus! Adeus! —
As vinhas de Engaddi...
— Adeus! adeus! adeus! Tudo isso há de ser meu um dia; um dia breve ou longe, um dia...
Esperança f ugiu. O Tempo f icou a olhar, calado, até que a perdeu de todo. Abriu a boca para
amaldiçoá-la, mas as palavras que lhe saíam eram todas de bênção; quis cuspir no lugar em que a
donzela pousara os pés, mas não pôde impedir-se de beijá-lo.
Foi por essa ocasião que lhe acudiu a idéia do almanaque. Não se usavam almanaques. Vivia-se sem
eles; negociava-se, adoecia-se, morria-se, sem se consultar tais livros. Conhecia-se a marcha do s ol
e da lua; contavam-se os meses e os anos; era, ao cabo, a mesma coisa; mas não ficava escrito, não
se numeravam anos e semanas, não se nomeavam dias nem meses, nada; tudo ia corre ndo, como
passarada que não deixa vestígios no ar.
“Se eu achar um modo de trazer presente aos olhos os dias e os meses, e o rep ro duzir t odos o s
anos, para que ela veja palpavelmente ir-se-lhe a mocidade...” Rac ioc ínio de v elho, mas t udo s e
perdoa ao amor, ainda quando ele brota de ruínas. O Tempo invent ou o almanaque; compôs um
simples livro, seco, sem margens, sem nada; tão-somente os dias, as semanas, os meses e os anos.

Faremos aqui uma pausa no conto para você conferir o seu entendimento.

1) Responda às perguntas a seguir, individualmente. Depois, o seu


professor fará as correções com toda a classe.

a) No primeiro parágrafo, o narrador tenta definir o seu interlocutor, ou


seja, o público para o qual ele está escrevendo. Na sua opinião,
quem é este público? Espera-se que os alunos apontem para um
interlocutor que não seja aborrecido e pessoas comuns, ninguém em
especial.

b) Localize no texto as características que o autor dá para o Tempo e para a Esperança.


Após, faça uma comparação entre eles. Espera-se que os alunos apontem para: Tempo, Um
velho de barbas brancas, o velho tempo. E para Esperança, uma menina de quinze anos, bela
como a tarde, risonha como a manhã, sossegada como a noite, um composto de graças raras
e finas. A comparação de idade entre eles.
c) “Um dia o Tempo viu uma menina de quinze anos, bela como a tarde, risonha como a
manhã, sossegada como a noite (...).” Neste trecho retirado do texto, pela voz do narrador,
qual é a comparação que o Tempo faz com Esperança? Espera-se que os alunos respondam
com as etapas do dia (manhã, tarde e noite).

d) Observe o trecho retirado do texto e escreva, com suas palavras, o sentido da frase em
negrito.

“Sentiu que era amor; mas olhou para o oceano, vasto espelho, e achou -se velho. Afinal
ousou ir ter com ela.” “Afinal ousou ir falar com ela”.

e) Como foi a primeira tentativa de conversa do Tempo com Esperança? Espera-se que os
alunos respondam que não foi muito satisfatória porque Esperança zombou do Tempo pela
sua aparência de velho.

f) Explique o pensamento do Tempo retirado do texto:


“— Se eu achar um modo de trazer presente aos olhos os dias e os meses, e o
reproduzir todos os anos, para que ela veja palpavelmente ir-se-lhe a mocidade...”
Espera-se que os alunos respondam que foi uma forma que o Tempo encontrou de fazer o
tempo passar e a Esperança ver que envelheceu e aceitar seu convite.
Nesta primeira parte do conto, fica explicado o título? Localize a informação, grife e, em
seguida, explique com suas palavras por que o título é “Como se inventaram os
Almanaques”. Espera-se que os alunos grifem o trecho e expliquem com suas palavras a
origem do título.

2ª parte
Sugere-se a leitura em voz alta feita pelo professor. (Com a realização de um a l eitura prévia
para conhecimento do conto.)
Um dia, ao amanhecer, toda a terra viu cair do céu uma chuva de folhetos; creram a princípio que era
geada de nova espécie, depois, vendo que não, correram todos assustados; afinal, um mais animoso
pegou de um dos folhetos, outros fizeram a mesma coisa, leram e entenderam.
O almanaque trazia a língua das cidades e dos campos em que caía. Assim toda a terra possuiu, no
mesmo instante, os primeiros almanaques.
Se muitos povos os não têm ainda hoje, se outros morreram sem os ler, é porque vieram depois dos
acontecimentos que estou narrando. Naquela ocasião o dilúvio foi universal.
— Agora, sim, disse Esperança pegando no folheto que achou na horta; agora já me não engano nos
dias das amigas. Irei jantar ou passar a noite com elas, marcando aqui nas folhas, com sinais d e cor
os dias escolhidos.
Todas tinham almanaques. Nem só elas, mas também as matronas, e os velhos e os rapazes, juízes,
sacerdotes, comerciantes, governadores, fâmulos; era moda trazer o almanaque na alg ibeira. Um
poeta compôs um poema atribuindo a invenção da obra às Estações, por ordem de seus pais, o Sol e
a Lua; um astrônomo, ao contrário, provou que os almanaques eram dest roços d e um ast ro onde
desde a origem dos séculos estavam escritas as línguas faladas na terra e provavelmente nos outros
planetas. A explicação dos teólogos foi outra. Um grande físico entendeu que os almanaques eram
obra da própria terra, cujas palavras, acumuladas no ar, formaram-se em ordem, imprimiram-s e no
próprio ar, convertido em folhas de papel, graças... Não continuou; tantas e tais eram as s entenças ,
que a de Esperança foi a mais aceita do povo.
— Eu creio que o almanaque é o almanaque, dizia ela rindo.
Quando chegou o fim do ano, toda a gente, que trazia o almanaque com mil cuidados, para
consultá-lo no ano seguinte, ficou espantada de ver cair à noite outra chuva de almanaques . To da a
terra amanheceu alastrada deles; eram os do ano novo.
Guardaram naturalmente os velhos. Ano findo, outro almanaque; assim foram eles v indo, at é que
Esperança contou vinte e cinco anos, ou, como então se dizia, vinte e cinco almanaques. Nunca o s
dias pareceram correr tão depressa. Voavam as semanas, com elas os mes es, e, mal o ano
começava, estava logo findo.
Esse ef eito entristeceu a terra. A própria Esperança, vendo que os dias passavam tão velozes, e não
achando marido, pareceu desanimada; mas foi só um instante. Nesse mesmo instante apareceu-lhe o
Tempo.
— Aqui estou, não deixes que te chegue a velhice.
Esperança respondeu-lhe com duas gaifonas, e deixou-se estar solteira. Há d e
vir o noivo, pensou ela. Olhando-se ao espelho, viu que mui pouco mudara. Os
vinte e cinco almanaques quase lhe não apagaram a frescura dos qui nze.
Era a mesma linda e jovem Esperança.
Uma pequena pausa antes da parte final deste conto. Professor,
sugere-se que seja feito um combinado para a realização da atividade.
2) Responda às perguntas a seguir, individualmente.
Depois, o seu professor fará as correções com toda a classe.
a) Como foi o primeiro contato das pessoas com o almanaque? E como elas
entenderam o que se tratava naquele folheto que caiu do céu? Espera-se que os
alunos respondam que ficaram em dúvida em ser uma geada, mas depois vendo que
não correram assustados até que um mais animoso resolveu pegar um dos folhetos.
Após a leitura, entenderam do que se tratava.
b) Qual foi a reação de Esperança ao ver pela primeira vez um almanaque? Espera-se que
os alunos respondam que foi uma reação de alegria e satisfação em poder não se enganar
mais nos dias de encontros com as amigas, pois marcaria nas folhas com sinais.
c) Com a invenção do Almanaque, muitos buscaram uma definição para ele. Localize no
texto esta informação, grife e reescreva-a com suas palavras. Trecho do texto : “ Um poeta
compôs um poema atribuindo a invenção da obre às Estações, por ordem de seus pais, o Sol e
a Lua; um astrônomo, ao contrário, provou que os almanaques eram destroços de um astro
onde desde a origem dos séculos estavam escritas as línguas faladas na terra e
provavelmente nos outros planetas. A explicação dos teólogos foi outra. Um grande físico
entendeu que os almanaques eram obra da própria terra, cujas palavras, acumuladas no ar,
formaram-se em ordem, imprimiram-se no próprio ar, convertido em folhas de papel, graças...
Não continuou; tantas e tais semelhanças que a de Esperança foi a mais aceita pelo povo.
- Eu creio que o alamanaque é o almanaques, dizia sorrindo.” Resposta pessoal do aluno.
d) Qual definição foi mais aceita? Espera-se que os alunos respondam que foi a definição
feita por Esperança.
e) Leia o trecho retirado do conto e procure no dicionário o significado da palavra em
negrito. Explique com suas palavras a frase grifada, explicitando a importância do
almanaque.

“Todas tinham almanaques. Nem só elas, mas também as matronas, e os velhos e os


rapazes, juízes, sacerdotes, comerciantes, governadores, fâmulos; era moda trazer o
almanaque na algibeira (...)”
Matronas: nome feminino
1. mulher casada, entre os antigos romanos
2. mulher respeitável devido à idade e ao modo de proceder; mãe de família
3. pejorativo mulher de meia idade corpulenta; mulher de aparência pesada (fonte:
https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/matrona acesso em 10/07/2020)
Significado de Fâmulo
substantivo masculino
Criado, servidor, serviçal. Funcionário subalterno de comunidade religiosa ou tribunal
eclesiástico.[Figurado] Homem servil, bajulador. (Fonte: https://www.dicio.com.br/famulo/.
Acesso em: 10 jul. 2020.)
Significado de algibeira: Significado de Algibeira
substantivo feminino
Pequeno saco ou bolso numa peça do vestuário; bolso.[Figurado] Dinheiro ou qualquer outro
meio financeiro.[Antigo] Bolsa pequena que as mulheres traziam presa à cintura. Etimologia
(origem da palavra algibeira). Do árabe al-jibaira.
(Fonte: https://www.dicio.com.br/algibeira/. Acesso em 10 jul. 2020.)
Explicação pessoal do aluno.

f) De quanto em quanto tempo acontecia a chuva de almanaque? Espera-se que os alunos


respondam uma vez por ano.

g) “Nunca os dias pareceram correr tão depressa. Voavam as semanas, com elas os meses,
e, mal o ano começava, estava logo findo.”

No trecho retirado do texto, podemos dizer que uma das intenções do Tempo ao criar o
almanaque era fazer os dias passarem rápido, e esta intenção deu certo? Mas por que ele
queria que isso acontecesse? Espera-se que os alunos respondam que sim, ele queria que os
dias, meses e anos passassem rápido para Esperança envelhecer também.
3ª parte (final)
Sugere-se a leitura em voz alta feita pelo professor. (Com a realização de um a l eitura prévia
para conhecimento do conto.)
O velho Tempo, cada vez mais enamorado, ia deixando cair os almanaques, ano por ano, até que ela
chegou aos trinta e daí aos trinta e cinco. Eram já vinte almanaques; toda a gente começava a odiá -
los, menos Esperança, que era a mesma menina das quinze primaveras. Trinta almanaques,
quarenta, cinqüenta, sessenta, cem almanaques; velhices rápidas, mortes sobre mortes, recordações
amargas e duras. A própria Esperança, indo ao espelho, descobriu um fio de cabelo b ranco e uma
ruga.
— Uma ruga!
Uma só! Outras vieram, à medida dos almanaques. Afinal a cabeça de Esperança f icou s endo um
pico de neve, a cara um mapa de linhas. Só o coração era verde como acontecia ao Tempo; v erd es
ambos, eternamente verdes.
Os almanaques iam sempre caindo. Um dia, o Tempo desceu a ver a bela Esperança; achou -a
anciã, mas forte, com um perpétuo riso nos lábios.
— Ainda assim te amo, e te peço... disse ele.
Esperança abanou a cabeça; mas, logo depois, estendeu-lhe a mão.
— Vá lá, disse ela; ambos velhos, não será longo o consórcio.
— Pode ser indefinido.
— Como assim?
O velho Tempo pegou da noiva e f oi com ela para um espaço azul e sem termos, onde a alma de um
deu à alma de outro o beijo da eternidade. Toda a criação estremeceu deliciosamente.
A verdura dos corações f icou ainda mais verde. Esperança, daí em diante, colaborou nos
almanaques. Cada ano, em cada almanaque, atava Esperança uma fita verde. Então a t rist eza dos
almanaques era assim alegrada por ela; e nunca o Tempo dobrou uma semana que a es pos a não
pusesse um mistério na semana seguinte.
Deste modo todas elas foram passando, vazias ou cheias, mas sempre acenando com alguma c ois a
que enchia a alma dos homens de paciência e de vida. Assim as semanas, assim os meses, assim os
anos.
E choviam almanaques, muitos deles entremeados e adornados de figuras, de versos, de contos, de
anedotas, de mil coisas recreativas. E choviam. E chovem. E hão de chover almanaques . O Temp o
os imprime, Esperança os costura; é toda a oficina da vida.
Machado de Assis (adaptações para este material)

Texto f onte: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/fs000079pdf.pdf

Professor, sugere-se que se faça os combinados para a realização da


atividade abaixo.
3) Responda às perguntas a seguir, individualmente.
Depois, o seu professor fará as correções com toda a classe.

a) E então, gostou do final do conto? Explique. Resposta


pessoal do aluno.
b) Qual é o significado da fita verde que Esperança coloca em
cada almanaque? Espera-se que os alunos relacionem a cor verde com a esperança.
c) Como Esperança percebeu a passagem do tempo? Com Esperança a olhar-se
no espelho e ver uma ruga e um fio de cabelo branco.
d) Quais os recursos coesivos usados no texto pelo autor que permitem identificar a
passagem do tempo? Espera-se que os alunos encontrem os marcadores temporais, como:
“um dia”, “Quando chegou o fim do ano”, “cada ano”.
e) Como as personagens estão articuladas com o cenário durante a passagem do tempo?

4) As partes de um livro – Como fazer a escolha de um livro para leitura


apenas pelo título?
Um livro possui várias informações possíveis para consultar antes de realizar uma leitura,
como, por exemplo, a capa e a quarta capa. Observe a foto a seguir :
Professor, se houver a possibilidade, vá com os alunos à biblioteca e explore essas
características diretamente na análise de livros escolhidos por eles. Explique sobre a quarta
capa, sobre a sinopse e assim por diante.

Foto: Márcia Corrales, jun. 2020.

Na capa do livro há a ilustração, o título, o nome do autor, da editora, a edição.

Na quarta capa há informações que podem auxiliar a história. Na maioria das vezes é
inserida uma sinopse, que permite compreender onde, quando e quem está na história.

Sinopse é um gênero textual que apresenta uma síntese de um filme, de um livro, de uma
ópera etc. Normalmente, os editores elaboram as sinopses dos livros a serem publicados.
a) Para a ilustração acima, busque as informações necessárias na quarta capa
do livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”. Observe que, além da sinopse, há
também uma breve biografia de Machado de Assis.
b) É possível compreender o que retrata esta história de Machado de Assis?
Análise a percepção individual dos alunos, faça as intervenções adequadas quando
necessário.
c) Sua hora e vez de criar: Para a realização desta atividade, é necessário faz er
os combinados com antecedência.
Em grupos com quatro pessoas, elaborem:
A capa para o conto de Machado de Assis “Como se inventaram os Almanaques” (atenção
para a ilustração, o tamanho da letra na capa, para o título e o nome do autor).
Na quarta capa, façam a sinopse do conto, dizendo um pouco mais sobre ele, as
características de Machado de Assis e um resumo de sua biografia.
Pronto! Assim vocês poderão deixar esse conto para ser lido na coletânea da biblioteca da
escola.

Atividade 4

No conto de Machado de Assis “Como se inventaram os almanaques”, é possível perceber a


passagem do tempo não somente pela enumeração dos almanaques, mas também pelas
características da personagem Esperança. Transcreva os trechos em que é percebida essa
passagem.
“Um dia o Tempo viu uma menina de quinze anos, bela como a tarde, risonha como a m anhã,
sossegada como a noite, um composto de graças raras e finas, e sentiu que alguma coi sa l he
batia do lado esquerdo. Olhou para ela e as pancadas cresceram.”

“Olhando-se ao espelho, viu que mui pouco mudara. Os vinte e cinco almanaques quase l he
não apagaram a frescura dos quinze”

“Trinta almanaques, quarenta, cinqüenta, sessenta, cem almanaques; velhices rápidas, mortes
sobre mortes, recordações amargas e duras. A própria Esperança, indo ao espelho, descobri u
um fio de cabelo branco e uma ruga.”

“Outras vieram, à medida dos almanaques. Afinal a cabeça de Esperança ficou sendo um pi co
de neve, a cara um mapa de linhas. Só o coração era verde como acontecia ao Tempo; verdes
ambos, eternamente verdes.”
“Um dia, o Tempo desceu a ver a bela Esperança; achou-a anciã, mas forte, com um perpétuo
riso nos lábios. “

Circule os pronomes do trecho retirado do conto “Como se inventaram os almanaques” .


a) “Esperança fugiu. O Tempo ficou a olhar, calado, até q u e a p erd eu d e
todo. Abriu a boca para amaldiçoá-la, mas as palavras que lhe saíam eram to d as
de bênção”
b) “(...) quis cuspir no lugar em que a donzela pousara os pés, mas não
pôde impedir-se de beijá-lo.”

No texto prevalece o discurso direto; a Esperança e o Tempo conversam a cada passagem


do tempo demarcada no conto. Observe a passagem do tempo marcada n o primeiro diálogo
entre eles e no último diálogo. Escreva o que você percebeu. Resposta pessoal do aluno,
sugerem-se as intervenções adequadas.

Uma importância considerável no texto é a ligação do título com a introdução do texto e o


seu desfecho. Chamamos isso de progressão temática.

Progressão temática: Procedimento usado pelo enunciador para dar continuidade ao texto,
tanto oral como escrito. Esta progressão temática consiste, basicamente, em fazer o texto
avançar com novas informações sem sair da temática. Você já ouviu a frase popular “Sem
perder o fio da meada”? Pois então, a progressão temática de um texto é exatamente isso.

É possível observar essa relação no conto de Machado de Assis? Explique com suas
palavras.
Professor, há elementos dentro do texto que são responsáveis pela manutenção do tema
(assunto). Esses elementos podem ser os mais variados possíveis: conjunções, pronomes,
expressões, repetições. É importante que você explique para os alunos por que eles são
importantes. Sem eles, o texto não ficaria compreensível, “costurado”; seria apenas um
amontoado de frases soltas, não tendo nada a ver umas com as outras. Esses elementos são
responsáveis pela tessitura do texto, isto é, pela costura, pela ligação das frases e pela
manutenção temática. São eles que fazem com que o texto tenha coesão (ligação) e coerênci a
(sentido). É sugerido que retome o conto nas três partes e o faça juntamente com os alunos,
por parágrafos e localização de marcadores temporais presentes no conto, responsáveis pel o
“bom andamento” do conto e fazem parte da coesão sequencial que, por sua vez, é
responsável pela progressão temática do conto.
Do mesmo modo, é sugerida a abordagem referente à progressão temática do conto no campo
semântico. O “campo semântico” Almanaque nesse conto é responsável por manter toda a
temática desenvolvida, como tudo começa, do que é composto o almanaque, sua
periodicidade e assim por diante.
A presença desse campo semântico faz com que o texto não perca o foco, não fuja de seu
assunto, isto é, a cena toda se passa no decorrer dos anos nos almanaques e no
envelhecimento de Esperança que transcorre durante todo o conto.

Situação de Aprendizagem 3 – Poemas e variedades da língua

Nesta Situação de Aprendizagem, vamos nos aprofundar mais nas variações linguísticas,
além de conhecer um pouco mais da cultura sertaneja e nos aprofundar no s aspectos
gramaticais do Período Composto. Tudo isto permeado de poemas e trechos da obra de
Euclides da Cunha “Os Sertões”.
Venha para mais esta descoberta!

EF07LP11A EF07LP11B EF69LP56

Identificar, em diferentes gêneros, Identificar, em diferentes gêneros, Fazer uso consciente e reflexivo da
períodos compostos nos quais duas períodos compostos nos quais duas norma-padrão em situações de fala e
orações são conectadas por vírgula, ou orações são conectadas por conjunções escrita em textos de diferentes
por conjunções que expressem soma de que expressem oposição de sentidos gêneros, levando em consideração o
sentido (conjunção “e”). (conjunções “mas”, “porém”). contexto, situação de produção e as
características do gênero.

EF69LP46 EF67LP12 EF69LP51

Participar de práticas de Produzir resenhas críticas, vlogs, vídeos, Engajar-se ativamente nos
compartilhamento de podcasts variados e produções e gêneros processos de planejamento,
leitura/recepção de obras próprios das culturas juvenis (fanzines,
fanclipes, e-zines, gameplay, detonado, entre textualização, revisão/ edição e
literárias/manifestações
artísticas, tecendo, quando outros) que apresentem/descrevam e/ou reescrita, tendo em vista as
possível, comentários de ordem avaliem produções culturais, tendo em vista o restrições temáticas,
contexto de produção dado, as características composicionais e estilísticas dos
estética e afetiva.
do gênero, os recursos das mídias envolvidas e textos pretendidos e as
a textualização adequada dos textos e/ou
produções. configurações da situação de
produção – o leitor pretendido, o
EF69LP44 suporte, o contexto de circulação
do texto, as finalidades etc. – e
Inferir a presença de valores
considerando a imaginação, a
sociais, culturais e humanos e de
diferentes visões de mundo, em
EF69LP55 estesia e a verossimilhança
textos literários, reconhecendo próprias ao texto literário.
nesses textos formas de Reconhecer em textos de
estabelecer múltiplos olhares
sobre as identidades, sociedades diferentes gêneros as
e culturas e considerando a
autoria e o contexto social e
variedades da língua
histórico de sua produção. falada, o conceito de
norma- padrão e o de
preconceito linguístico.
Atividade 1 – Poema

Texto 1
Professor, faça a leitura em voz alta do poema abaixo usando a entonação para que os alunos
possam perceber a musicalidade e apreciá-lo em sua estrutura composicional.

Imagem: https://pixabay.com/pt/illustrations/m%C3%A9dico-caricatura-2748707/. Arte: Márcia Corrales.

O doutô e a ciência

Adispôs de estudá
No colégio da cidade
Toda ciência que havia,
O menino vira doutô
E de nóis vai cuidá
Ora, sucedeu um dia
Que a f ia adoeceu
Por uma moléstia horrível
Que quase ela morreu
Nóis f iquemo desesperado
Até a muié f icou prostrada
Acabei com tudo o que tinha
Por dez ano juntado
A vida vale mais
Que dez mil réis guardado
O doutô da ciência
Curou toda a moléstia,
Hoje a f ia e a muié tão sardavi
E de modo muito cortez
Saudemo o doutô,
Agradecido outra vez!
Márcia Corrales

Depois de apreciar o poema, responda:


a) Podemos dizer que o título do poema está escrito no:
( ) Dialeto popular.
( X ) Dialeto regional (caipira/sertanejo).
( ) Dialeto culto.

Justifique sua resposta.


Professor, sugere-se que sejam exemplificados e explicados aos alunos os três dialetos
citados nas alternativas.

a) O vocabulário usado no poema indica traços do dialeto sertanejo/caipira. Encontre


cinco exemplos no poema e escreva. Espera-se que os alunos localizem “doutô”,
“adispôs”, “muié”, “sardavi”, “saudemo”, “fiqueno”, “nóis”.
b) Transcreva os cinco primeiros versos do poema na norma-padrão da língua.
Prof essor, sugere-se que seja explicado aos alunos o c onceito d e norma -padrão para a
realização da atividade.
“Depois de estudar
No colégio da cidade
Toda ciência que havia,
O menino vira doutor
E de nós vai cuidar”

c) No poema existe uma história. Explique essa história com suas palavras, usando
apenas a norma-padrão da língua. Espera-se que os alunos consigam compreender
toda a trajetória do doutor, dos estudos até o trabalho de curar as pessoas das
doenças.

Texto 2 – Os valores culturais do povo sertanejo


Foto/arte: Márcia Corrales – produzida especialmente para este material.

A presença de valores sociais, culturais e humanos permeiam a vida, permitindo estabelecer


múltiplos olhares sobre as identidades de um povo e sua tradição cultural.

De todas as tradições do povo sertanejo, a mais conhecida é a viola caipira. Na verdade, a


viola caipira é mais que uma tradição: é uma herança. Um gosto que vem de gerações e se
perpetua até os dias de hoje, como se estivesse no DNA desse povo.

Na cidade de Poloni, interior de São Paulo, existe um grupo sertanejo que promove o
encontro anual de violeiros de várias famílias da região, com o objetivo de preservar a
cultura caipira. Essas festas são sempre alegres, com muita música e comida típica da
cultura sertaneja.
Márcia Corrales

a) Qual outra referência você conhece sobre a cultura sertan eja? Espera-se a
participação dos alunos fazendo referência à cultura sertaneja e caipira.

b) Existem vários escritores da literatura que fazem referência ao sertanejo: Monteiro


Lobato, José de Alencar, Euclides da Cunha e outros. Professor, neste caso, é
sugerido, que faça comentários sobre estes autores e cite exemplos de obras
escritas por eles.

Veja o trecho extraído livro “Os sertões”, de Euclides da Cunha.

Nem todos, porém, a compartem. Baldos de recursos para se alongarem das rancharias e agitarem-se, então,
nos folguedos costumeiros. Encourados de novo, seguem para os sambas e cateretês ruidosos, os solteiros,
famanazes no 'desafio, sobraçando os machetes, que porém vibram no "choradinho" ou "baião", e os
casados levando toda a "obrigação", a família. Nas choupanas em festa recebem-se os convivas, no terreiro
varrido, revestido de ramagens, mobiliado de cepos e troncos alumiado pelo luar e pelas estrelas! o salão de
baile. Despontam o dia, estrídulamente, os sapateados vivos. Um cabra destalado ralha na viola. Serenam, em
vagarosos meneios "brabo e corado", o sertanejo moço.
Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000091.pdf acesso em
24/09/2020

I- O trecho acima está com algumas palavras em negrito. Busque o significado delas
no dicionário e realize uma nova leitura, com o conhecimento mais amplo do
vocabulário usado pelo autor.
Compartem: Flexão de compartir; que dividem, compartilham, repartem. ( Fonte:
https://www.dicionarioinformal.com.br/compartem/. Acesso em: 10 jul. 2020.)
Baldos: é o plural de baldo. O mesmo que: inúteis, vãos, falhos. Significado de baldo : Falto,
inútil, carecido. (Fonte: https://www.dicio.com.br/baldos/ . Acesso em: 10 jul. 2020.)

Folguedo: substantivo masculino. Festa popular; festa de caráter popular e tradicional que traz
os costumes ou hábitos de um povo, de uma região: folguedo do Bumba Meu Boi. Brincadeira;
ação de brincar, de se entreter, de se divertir. (Fonte: https://www.dicio.com.br/folguedo/. Acesso
em: 10 jul. 2020.)

Encourado: adjetivo [Regionalismo: Norte] Vestido, revestido de couro. Que veste roupa de
couro. (Fonte: https://www.dicio.com.br/encourado/. Acesso em: 10 jul. 2020.)

Cateretê: substantivo masculino BRASILEIRISMO•BRASIL dança rural muito difundida em que


os participantes formam duas filas, uma de homens e outra de mulheres, e, ao som de música,
sapateiam e batem palmas; catira. (Fonte: https://www.dicio.com.br/caterete/. Acesso em : 10
jul. 2020.)
Sobraçar: verbo transitivo. Segurar alguma coisa entre o braço e o tórax. Levar nos braços.
(Fonte: https://www.dicio.com.br/sobracar/. Acesso em: 10 jul. 2020.)
Machete: substantivo masculino. Descante popular. Faca de lâmina espessa; facão de m ato,
grande e pesado; sabre com dois gumes. (Fonte: https://www.dicio.com.br/machete/. Acesso em:
10 jul. 2020.)

Choradinho: substantivo masculino. [Folclore] Canto à viola que serve para dança. Bailado
popular. (Fonte: https://www.dicio.com.br/choradinho/. Acesso em: 10 jul. 2020.)

Baião: substantivo masculino. NORDESTE DO BRASIL•DANÇA dança popular originada


o baiano, ou o canto popular que a acompanha, ger. entoado ao som de viola e de outros
instrumentos (sanfona, acordeão etc.); baiano, lundu-chorado, choradinho NORDESTE DO
BRASIL•MÚSICA (Fonte: google.com/search?rlz=1c1chbd_pt-. Acesso em: 10 jul. 2020.)
Destalado: adjetivo. Esbelto, esguio, delgado, fino de corpo. Variação de destabocado. (Fonte:
https://www.dicio.com.br/destalado/. Acesso em: 10 jul. 2020.)

Ralha: Conjugação do verbo ralhar.


Ação de chamar a atenção de alguém, repreender com f uror. (Fonte:
https://www.dicionarioinformal.com.br/ralha/. Acesso em: 10 jul. 2020.)
Meneio: substantivo masculino. Ação de menear; meneamento; movimento do corpo ou de parte dele.
Gesto, aceno. [Figurado] Ardil, astúcia. (Fonte: https://www.dicio.com.br/meneio/. Acesso em: 10 jul.
2020.)
Dança do Cateretê. Foto/ ilustração: Márcia Corrales.

Para saber mais:


A dança do Cateretê, também conhecida como a dança da Catira, tem sua origem
incerta: uns estudiosos dizem que ela veio com os negros, já outros d izem q ue é d e
origem portuguesa e espanhola. Antigamente, nesta dança, havia apenas a p resença
de homens, mas atualmente ela é dançada por ambos os sexos.
É formada por duas fileiras de dançarinos; na extremidade da fileira fica o violeiro que
marca o início tocando o rasteado. Os dançarinos b atem os pés e as mãos e dão
saltos.

Atividade 2 – Aprimorando a escrita, organizando as orações e compreendendo os


períodos simples e composto.
Professor, sugere-se que a sala de aula seja organizada em forma de U para que todos os
alunos possam se comunicar de forma mais participativa. Para iniciar o assunto, é sugerido
que se faça um levantamento prévio com os alunos sobre os períodos si mples e com posto.
Durante a explicação certifique-se de que os alunos estão conseguindo compreender a
atividade e, se necessário, faça as intervenções adequadas.

Vamos começar esta atividade nos comunicando. Você já parou para pensar como
fazemos isso? Não vale dizer que é por meio de celular, WhatsApp ou qualquer rede
social.

Pense! Como é que você consegue expressar suas ideias, tanto para o seu colega que
está ao seu lado, perto de você, como para aquele que está on-line?

Você se comunica por meio de palavras isoladamente? Com frases soltas?

Claro que não! A comunicação se dá por meio de um encadeamento articulad o de orações.


Mas agora vem a questão: o que é encadeamento de orações?

Vamos lá! Você sabia que o ser humano é o único que consegue formular inúmeros
pensamentos usando apenas as letras do alfabeto? Pois bem, ele é capaz de co o rd en ar
ideias de inúmeras formas. Pense!

Se você tivesse que falar para o seu colega o que acabou de ler, iria reproduzir exatamente
o que leu? Claro que não! Você simplesmente falaria com as suas palavras o que
entendeu.
Assim todos nós nos comunicamos, por meio de períodos que vão encadeando as
nossas ideias, os nossos pensamentos.

As responsáveis por esse encadeamento de ideias são chamadas de orações.


Sabe como identificamos as orações? Muito simples: a partir de um verbo que
normalmente contém a ideia mais importante que se quer comunicar.

Quando um período é formado por duas ou mais orações, o chamamos de período


composto.

Vejamos alguns exemplos retirados do trecho “Os Sertões”, de Euclides da Cunha:

“Baldos de recursos para se alongarem das rancharias e agitarem-se, então, nos


folguedos costumeiros.”

a) Você consegue perceber a ideia que está sendo exposta no trecho acima? Troque a
palavra “baldo” pelo seu significado e reescreva a frase:
Espera-se que os alunos respondam: “Carecidos de recursos para se alongarem das
rancharias e agitarem-se, então, nos folguedos costumeiros”.

Percebeu que essa frase tem uma mensagem clara e que não está em meio a um
aglomerado de palavras?

b) Agora volte à frase e circule os verbos que aparecem. Espera-se que os alunos
circulem os verbos da frase acima (alongarem, agitarem-se). Professor, sugere-se que
seja retomado o que são os verbos para proporcionar melhor entendim ento aos
alunos.
Note que esses verbos são as palavras-chave que dão sentido às outras palavras que os
acompanham.

c) Os verbos formam as orações. Quantos verbos há neste trecho?


Temos___dois__ verbos. Portanto, __duas__ orações.

d) Observe que essas orações estão conectadas umas às outras por vírgula e pela
conjunção “e”. Leia a oração e responda:

Essa conjunção expressa um sentido de ( X ) soma ( ) sentido ( ) verbo.

e) Veja abaixo que, na mesma frase, acrescentou-se outra conjunção, “mas”, e um


adjetivo:

“Baldos de recursos para se alongarem das rancharias e agitarem-se, mas alegres,


então, nos folguedos costumeiros.”

Essa conjunção dá a ideia de oposição. Isto é, mesmo com poucos recursos, estavam
alegres.

Vamos testar seu conhecimento?

Analise o trecho abaixo:

“Encourados de novo, seguem para os sambas e cateretês ruidosos, os solteiros,


famanazes no desafio, sobraçando os machetes, que porém vibram no "cho radinh o"
ou "baião", e os casados levando toda a "obrigação", a família.”

Localize os verbos e circule-os. Responda: Quatro


Quantas orações temos? Espera-se que os alunos respondam quatro.

Quais conectivos aparecem?

e, que, porém, (importante ressaltar que o “que porém” é uma locução conjunt iv a, já q ue os d ois
conectivos estão juntos.

Atividade 3 – Vamos produzir textos?


Professor, sugere-se que faça os combinados para a realização da aula, que o aluno seja
orientado quanto às etapas de elaboração de um texto de autoria, respeitando os aspectos da
contextualização, do planejamento, da planificação, da textualização e da revisão (processual
e final) . Essas etapas ajudam o aluno a definir melhor seu texto, além de ajudá-lo a organizar o
que será escrito, atendendo à coesão e coerência do tema.

Para a gravação do podcast, é sugerida a organização das etapas, desde o ensaio da l eitura
até a produção final, evitando assim que o mesmo se torne apenas uma grava ção de l eitura.
Para isso, é necessário o uso da entonação, dos recursos de audiovisuai s para dar o som à
cena. Poderá indicar também os aplicativos de podcast para que os alunos realizem a
gravação.

https://pixabay.com/pt/photos/garota-da-fazenda-colheita-1509198/ acesso em 24/09/2020


Sua tarefa será realizar a produção de um conto regional, usando as variações linguísticas
decorrentes de alguma região. Use a criatividade.
Cuidado! Você já sabe que a comunicação não acontece com um aglomerado de palavras.
Pensando nisso, elabore um texto explorando a coesão aprendida na aula passada e as
orações conectadas pelas conjunções que você acabou de estudar.
Esta atividade será realizada de forma individual. Siga as comandas abaixo:

1º passo – Planejando a sua escrita:


Gênero textual: Conto
Quem serão as personagens?
Onde o enredo vai se passar?

2º passo – Organizando as sequências dos acontecimentos:


1º parágrafo: Apresentação das personagens e uma breve apresentação dos fatos.
Demais parágrafos: Sequência dos acontecimentos.
Último parágrafo: Desfecho do conto escrito.
3º Passo – Revisando o conto:
A revisão acontece durante a escrita e depois, ao finalizar, para verificar se está tudo dentro
dos padrões do gênero escrito, bem como as questões ortográficas e gramaticais.

4º passo – Produzindo um podcast:


Para esta fase de seu trabalho, é necessário realizar várias vezes a leitura, como em um
treino, porque as palavras precisam ser bem pronunciadas, e os sinais de pontuação,
respeitados.
Depois dos ensaios, grave um podcast da sua produção e divulgue no seu grupo de
WhatsApp para acessarem e ouvirem seu texto.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4 – GÊNEROS TEXTUAIS DIVERSIFICADOS

Nesta Situação de Aprendizagem, vamos explorar a linguagem verbal e não verbal,


conhecer alguns símbolos presentes do Código de Trânsito Brasileiro e interpretar memes.
Pronto para mais uma viagem ao conhecimento?

EF69LP07B EF67LP24A EF67LP24B


Produzir textos em diferentes Tomar nota de aulas, apresentações Identificar as informações principais de
gêneros, considerando sua orais, entrevistas (ao vivo, áudio, TV, apresentações orais, tendo em vista o apoio
adequação ao contexto de produção vídeo). ao estudo.
e circulação.

EF69LP03D EF69LP08
EF67LP37 Revisar/editar o texto produzido, tendo em
Identificar crítica ou ironia/humor
Atividade 1

Atividade 1 – Explorando os símbolos

E no trânsito, o que somos?

Professor, organize a sala de aula em forma de U para a realização desta atividade. A intenção
desta disposição está na participação mais efetiva dos alunos, e não apenas em responder às
questões postas.
Arte/ilustração: Márcia Corrales.

Vamos analisar os sinais do semáforo acima. Você sabe o que significam?

Espera-se que os alunos respondam sobre os sinais referentes ao semáforo e o que cada cor
significa.

Simples, não é mesmo? Será que esses sinais de trânsito são obedecidos por todos?

Porém, não são apenas esses sinais que existem no nosso dia a dia, não é mesmo?

Vamos testar seu conhecimento!

Imagine que você está prestes a conquistar sua carteira de habilitação. Só que, para isso,
precisa fazer uma prova de conhecimentos referentes ao trânsito. Vamos lá?

O jogo é bem simples: em equipes com quatro ou cinco pessoas, vocês deverão escrever
qual é o significado das placas de trânsito em um cartaz. A equipe que terminar primeiro e
acertar tudo, ganha a corrida. Mas atenção para a velocidade, combinado?
Ilustração: Produzida especialmente para este material.

Quando você identificou os sinais de trânsito, observou também que eles possuem uma
linguagem simples e muito objetiva, exigindo que se proceda de uma determinada e única
maneira para que sejam cumpridas rigorosamente.

Por isso, quando pensamos em leis, regras de trânsito, cláusula contratual, ou até mesmo
um edital de concurso, percebemos apenas uma forma de entendimento, não possibilitando
uma interação.

Essas e outras regras de trânsito seguem o Código de Trânsito Brasileiro, um documento legal que
def ine atribuições das diversas autoridades e órgãos ligados ao trânsito do Brasil. Estabelece também
as normas de conduta, as infrações e as penalidades para os diversos usuários. (Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3digo_de_Tr%C3%A2nsito_Brasileiro e https://www.ctbdigital.com.br/
acesso em 25/09/2020)

Veja abaixo um artigo dessa

lei:

Responda:

a) O artigo instrui o leitor sobre quais procedimentos? Espera-se que os alunos


percebam que são instruções para os motoristas.

b) Qual é o modo verbal presente neste trecho do artigo do Código Nacional de


Trânsito? Espera-se que o aluno responda que é o modo indicativo. Professor,
sugere-se que sejam retomados os modos verbais indicativo, subjuntivo e imperativo.
c) Veja agora outro excerto de uma cláusula de edital de concurso:
“O pedido de isenção de pagamento do referido valor deverá ser solicitado, das 10 h oras do
dia 20 de agosto de 2020 até às 10 horas do dia 20 de dezembro de 2020. Esta solicitação
deverá ser caracterizada no Requerimento de Inscrição, em campo próprio, devendo o
candidato informar o seu Número de CPF.” (Edital Nº 00/20 – Fundação de Concursos)

Professor, para a atividade abaixo, sugere-se que os alunos a desenvolvam individualmente e,


após, seja realizada a correção de forma coletiva. Durante a realização das atividades pelos
alunos, circule pela classe a fim de observar as dificuldades de cada um. Na participação do
coletivo, busque a participação daqueles que tenham mais dificuldade, de forma a interagirem
com os demais. Sugere-se a sistematização das informações por você, sempre averiguando as
dúvidas que possam surgir.

Você reconheceu as semelhanças no excerto do edital do concurso com as leis de trânsito?


Explique. Resposta pessoal do aluno, circule pela sala para observar as dificuldades
apresentadas por eles e retome as explicações, caso seja necessário.

d) Até o momento, você percebeu que as leis (em geral) e editais possuem um texto
específico, conhecido como prescritivo? Mas as regras também possuem essas
características. Você conhece algumas regras? Cite-as.

e) Agora, o que você diria das regras abaixo? Escreva algumas e, se necessário ,
pesquise-as em outras fontes para ampliar seu conhecimento. Depois, compartilhe
sua pesquisa com seus colegas e faça anotações no seu caderno durante as
apresentações. Oriente os alunos a pesquisar as regras abaixo, caso tenham dúvidas.
Podem ser apenas dois ou três exemplos, não é necessário todos. O importante não é
decorar a regra, mas sim analisar a linguagem usada.

Regras de acentuação:

Regras de pontuação:

Atividade 2 – Por dentro da entrevista.

Professor, sugere-se a organização dos alunos em forma de U para que você obtenha mais
atenção da turma.

A leitura da entrevista pode ser realizada na modalidade de dramatização, ou seja, um aluno


faz o repórter e o outro, o entrevistado.
Sugere-se que seja retomado com os alunos quais as características do gênero entrevista,
qual o portador deste gênero mais comum. Poderá ser verificado com que frequência fazem
uso deste tipo de leitura etc.

Para o levantamento das estratégias de leitura, leia o título, peça-lhes que antecipem qual o
assunto, do que trata a entrevista, para analisarem a imagem, fazerem a sua leitura. Mostre
quem foi a repórter nesta entrevista etc. Após a leitura, sugerida como dramatizada, verifique
com os alunos se as hipóteses anteriores se confirmaram: Houve a checagem? Foi por meio
de inferência? Explore outros fatores.

Atividade 2 – Por dentro da entrevista

A Revista “@tenção galer@” realizou uma entrevista sobre a violência no trânsito e a


imprudência dos motoristas, com o psicólogo e especialista em Psicologia do Trânsito
Carlos Cascanhoto.

A responsabilidade dos motoristas na ocorrência de acidentes: qual o peso dessa


imprudência?

Pixabay https://pixabay.com/pt/photos/autom%C3%B3vel-urbano-ponte-transportes-3524462/

Por Márcia Corrales

Revista @tenção galer@: De Revista @tenção galer@: Revista @tenção galer@:


acordo com a Secretaria do Você acredita que as multas Você diz que precisamos de
Trânsito da Cidade, as são estratégias adequadas motoristas mais críticos e
principais multas registradas para diminuir os acidentes de reflexivos. Então acredita que
nas estradas paulistas têm a trânsito? os motoristas são os
ver com o excesso de verdadeiros responsáveis pelos
velocidade. Na sua opinião, Carlos Cascanhoto: Não acidentes?
ainda falta informação aos tenho dúvidas de que as multas
motoristas ou considera isso podem inibir o cometimento d e Carlos Cascanhoto: Sim, mais
como desrespeito às leis de infrações. Porém, como especificamente quando agem
trânsito? sabemos pelos grandes com imprudência, principal
números de acidentes trágicos, causador de acidentes. São
Carlos Cascanhoto: Não não soluciona o problema. imprudentes quando abusam
acredito que se possa alegar Precisamos de uma punição da velocidade, quando fazem
falta de informação, uma vez mais rigorosa e também de uso de bebida alcoólica e,
que é dever de todos os uma educação sobre o trânsito, mesmo assim, insistem em
motoristas conhecerem as que promova a tomada de dirigir ou quando se distraem
regras de trânsito. Na minha atitudes, resultando numa ao celular no momento em que
opinião, não respeitar limites e mudança de comportamento, estão dirigindo.
regras de trânsito é uma falta com motoristas mais críticos e
de valores éticos e morais. reflexivos. Revista @tenção galer@:
Sendo assim, qual seria a
solução? E o que considera
sobre os atuais p rogramas de
educação de trânsito? Ele é
eficiente?

Carlos Cascanhoto: Vamos


por partes. Quanto à solução,
acredito ser necessário a
implantação de leis mais
rígidas ligadas à implantação
de programas específicos de
educação com base e apoio d e
psicólogos, médicos e
educadores de trânsito. Uma
mudança nesses programas
atuais, um acompanhamento
mais específico de caso a caso,
de motorista a motorista, já que
os programas de hoje não
abrangem a eficiência.

São Paulo, 07 de abr.2020.Revista


@tenção galer@. Ano 10. Nº 253.
1ª. edição.
Professor, sugere-se que a atividade abaixo seja realizada de forma individual, para
posterior socialização e sistematização.

Gostou da entrevista? Que tal responder às questões a seguir?

a) Qual é o assunto principal abordado na entrevista? Espera-se que o aluno


responda sobre a imprudência dos motoristas e as consequências que isso
pode resultar nas vidas das pessoas.

b) Quais os principais motivos, apontados pelo psicólogo, que contribuem para o


aumento dos acidentes de trânsito na cidade? Espera-se que os alunos
respondam são imprudentes quando abusam da velocidade, quando fazem uso
de bebidas alcoólicas e, mesmo assim, insistem em dirigir, ou, quando se
distraem ao celular no momento em que estão dirigindo.

c) Qual é a posição do psicólogo Carlos Cascanhoto no que se refere à postura


dos motoristas no trânsito? Espera-se que os alunos respondam que se d ê u m a
punição mais rigorosa e também uma educação sobre o trânsito, que se promova a
tomada de atitudes, resultando numa mudança de comportamento, com motoristas mais
críticos e reflexivos.
d) Quais são as soluções apontadas por Carlos Cascanhoto para que os
acidentes de trânsito diminuam? Espera-se que os alunos respondam: “Quanto
à solução, acredito ser necessário a implantação de leis mais rígidas l igadas à
implantação de programas específicos de educação com base e apoio de
psicólogos, médicos e educadores de trânsito. Uma mudança nesses programas
atuais, um acompanhamento mais específico de caso a caso, de motorista a
motorista, já que os programas de hoje não abrangem a eficiência.”

Atividade 3 – Explorando os memes


Professor, para a realização da próxima atividade, sugere-se que seja realizado
levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos sobre os memes. Quais os
mais conhecidos, quais os de maior preferência deles. Enfim, uma chamada para
participarem da próxima atividade.

Telefone e
direção não
combinam!

https://pixabay.com/pt/photos/pol%C3%ADcia-emerg%C3%AAncia-auto-970015/
Você com certeza já ouviu falar em memes, não é mesmo? Será que a ilustração
acima pode ser considerada um meme? Explique. Professor, essa atividade poderá ser
realizada de forma coletiva tornando a aula mais atraente e com troca de conhecimentos.
No entanto, é fundamental o seu acompanhamento da percepção de que todos estão
fazendo o registro do que sabem e do que está sendo socializado. Sempre busque
sistematizar as informações dos alunos.

Como já estudado nas atividades anteriores, as leis instruem enquanto finalidade.


Essa ilustração possui ironia, humor ou crítica? Por quê? Espera-se que os alunos
encontrem a ironia e humor no meme acima. Professor, sugere-se que peça aos al unos
para que expliquem, oralmente, a ironia e o humor.

Ampliando seus saberes:

Meme vem do grego “mimema”, que significa imitação de alguma coisa ou algo. Já na
internet essa expressão é usada para se referir a algo que viralize, sendo copiada ou
imitada. Na maior parte das vezes são vídeos, imagens ou gifs de conteúdos
engraçados que acabam se espalhando pelas redes sociais.

https://porvir.org/diversão-das-redes-sociais-memes-podem-ser-boas-ferramentas-em
sala-de-aula. Acesso em 24/09/2020.

Professor, para a realização da atividade abaixo, busque a organização dos


agrupamentos produtivos sempre definindo a tarefa de cada um no grupo, a fim de que
todos participem da atividade mesmo nos grupos pequenos.
Agora chegou a sua vez!

Lançando o desafio

Desafio 1: Organizando o trabalho em equipe

Em equipes com quatro pessoas, vocês deverão organizar a criação de um meme,


usando como tema as leis de trânsito.

Definam qual aspecto da lei vocês irão abordar, como sinais de trânsito, pedestres,
infração às leis (velocidade, direção sem habilitação etc.).

Busquem uma definição que seja educativa e que possa contribuir para a
conscientização das pessoas no trânsito.

Desafio 2: Definindo as tarefas

Todos deverão trabalhar em equipe, porém cada um com sua tarefa bem definida.
Desafio 3: Finalizando a produção

Depois de um esboço do que se pretende elaborar, façam a finalização, usando as


imagens criadas e a escrita de forma coerente e harmoniosa.

Depois de finalizada a produção, organizem-se em semicírculo e façam a


apresentação da criação do grupo. Em seguida, criem um grupo da classe
no WhatsApp para que todos possam colocar as produções do meme e
compartilhar para os demais amigos da sua lista.

Desafio 4: Apresentando para a classe


Referências Bibliográficas

BAGNO, M. Preconceito linguístico: o que é, como se faz. 1. ed. São Paulo: Loyo la, 1999.

BAGNO, M. Nossa língua vai mal. Net, Rio de Janeiro, 2000. Seção Fórum. Disponível:
www.marcosbagno.com.br. Acesso em:

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STUBBS, M., GAGNÉ, G. Língua materna: letramento, variação e ensino. São Paulo: Parábola,
2002. p. 13-84.

GERALDI, J. W. Portos de Passagem. São Paulo: Martins Fontes, 1987.

GERALDI, J. W. Linguagem e Ensino: exercícios de militância e divulgação . Campinas: Mercado de


Letras, 1996.

GERALDI, J. W. (org.). Concepções de linguagem e ensino de português. In: O texto na sala de aula. 3.
ed. São Paulo: Ática, 2002. p.39-46.

KOCH, I. Texto e Coerência. São Paulo: Cortez Editores, 1989.

KOCH, I. (). A coerência textual. São Paulo: Contexto , 1991.

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POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na escola. Campinas: ALB: Mercado de Letras, 1996.

POSSENTI, Sírio. Gramática e política. In: GERALDI, J. W. (org.) O texto na sala de aula. São Paulo:
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POSSENTI, Sírio. Suficiente ou necessário. 2002c. Disponível:


www.primapagina.com.br/pp/colunas/littera

POSSENTI, Sírio. Um programa mínimo. In: BAGNO, M. (org.). Linguística da norma. São Paulo: Loyola,
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_____________, R. H. (1999). Oral e escrito em sala de aula. Letramento escolar e gêneros do discurso .
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______________, R. H. As relações oral/escrita nos gêneros orais formais e públicos: o caso da


conferência acadêmica. Revista Linguagem em (Dis)curso, v. 6, n. 3, set./dez. 2006.

SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. Gêneros Orais e Escritos na Escola. Campinas (SP): Mercado de Letras,
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SIMON, M. L. A Construção do Texto. Coesão e Co erência Textuais e o Conceito de Tópico . Texto


resultante do trabalho apresentado no I Simpósio de Estudos Filológicos e Linguísticos, p r o mo vi do
pelo CiFEFiL. Rio de Janeiro(RJ): FFP (UERJ), 3-7 mar. 2008.

SUASSUNA, L. Ensino de língua portuguesa: uma abordagem pragmática. 4. ed. Campinas: Papirus
Editora, 2002.
SP FAZ ESCOLA
CADERNO DO PROFESSOR

LÍNGUA PORTUGUESA

ENSINO FUNDAMENTAL – 8º ANO

VOLUME 4
A Situação de Aprendizagem que você desenvolverá neste material
pretende trabalhar habilidades relacionadas às práticas de:

l eitura;
oralidade;
produção textual;
análise linguística/semiótica.

Essas práticas, por s ua vez, estão articuladas a alguns campos de


atuação social:

o da vida pública;
o das práticas de estudo e de pesquisa;
o da arte e da literatura;
o do jornalístico/midiático.

Utilize este material como parte de seus estudos, associando-o a outros


que venham a complementar sua jornada no campo do conhecimento.

Equipe Pedagógica de Língua Portuguesa

Desenho de Lívia Maria dos Santos Amaral, 12 anos, 6º ano - E.E. Comendador Antônio Figueiredo Navas, Lins, SP

1
8º ANO 4º BIMESTRE

SUMÁRIO

Situação de Aprendizagem 1
Editoriais, notícias, lei. .................................................................................................... 04

Situação de Aprendizagem 2
Um tema em diversos textos. 22
Situação de Aprendizagem 3
O olhar para fatos que acontecem por perto. 33

Situação de Aprendizagem 4
Representar, por que não? 38

CRÉDITOS .................................................................................................................... 44

2
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 – Editoriais, notícias, lei.

Nesta Situação de Aprendizagem (SA), você desenvolverá atividades de leitura, de escrita,


de oralidade voltadas à interpretação e à organização de textos nos meios impressos e
digitais. Veja, a seguir, algumas habilidades, entre outras, que começaremos a desenvolver:

EF08LP01A - EF08LP02 - EF08LP01C - Ref letir sobre


Identif icar editorias Justificar diferenças os tipos de fatos noticiados,
de jornais ou semelhanças no comentados e escolhas do
impressos, digitais tratamento dado a que noticiar.
e de sites uma mesma
noticiosos inf ormação
veiculada em textos EF08LP01D - Analisar o fato
dif erentes,
noticiado e a f idedignidade da
consultando sites e
EF89LP21B – Analisar a serviços de inf ormação.
qualidade e a utilidade de checadores de
f ontes de pesquisa. f atos.

EF08LP10A – Analisar, em
gêneros textuais, ef eitos de
sentido de modificadores do
EF08LP01B verbo (adjuntos adverbiais –
EF08LP04A - Identif icar aspectos advérbios e expressões
linguísticos e gramaticais (ortografia, Comparar as adverbiais).
regências e concordâncias nominal
e verbal, modos e tempos v erb ais , editorias de
pontuação, acentuação, hifenização,
estilo etc.) em funcionamento em um jornais EF89LP30B - Proceder à
texto. remissão a conceitos e relações
impressos, por meio de links.

digitais e de
sites noticiosos.
EF69LP27 - Analisar a forma
EF89LP23A - Analisar, em textos
composicional de textos
argumentativos, reivindicatórios e
pertencentes a gêneros
propositivos, os movimentos normativos/ jurídicos e a gêneros
argumentativos utilizados da esfera política, tais como
(sustentação, refutação e propostas, programas políticos
negociação). (posicionamento quanto a
diferentes ações a serem
propostas, objetivos, ações
previstas etc.), prop aganda
política (propostas e sua
sustentação, posicionamento
EF89LP23B - Analisar a força quanto a temas em discussão) e
dos argumentos utilizados em textos reivindicatórios: cartas de
textos argumentativos, reclamação, petição (proposta,
reivindicatórios e propositivos. suas justificativas e ações a
serem adotadas) e suas marcas
linguísticas, de forma a
incrementar a compreensão de
EF89LP29A - Identificar textos pertencentes a esses
mecanismos de progressão gêneros e a possibilitar a
temática, tais como retomadas produção de textos mais
3
anaf óricas, catáforas, uso de adequados e/ou fundamentados
organizadores textuais, de quando isso for requerido.
coesivos etc.
Práticas de Linguagem

▪ Leitura
▪ Oralidade
▪ Produção de Texto
▪ Análise Linguística/Semiótica

4
Atividade 1 - Textos impressos e digitais. De olho nas diferenças!
Leia o texto, a seguir, publicado no Jornal Acontece Aqui.

JORNAL ACONTECE AQUI


jaaq.com.br

Texto 1

A destruição dos monumentos históricos


Manifestantes aliam protestos antirracistas à destruição de monumentos em lugares públicos

Junto aos protestos antirracistas que estão acontecendo pelo mundo, em decorrência
da morte do segurança norte americano, George Floyd, cidadão negro que foi sufocado por
um policial branco, em 25 de maio, uma outra manifestação está ocorrendo: a depredação e
destruição de estátuas localizadas em ruas e praças.
O primeiro alvo aconteceu em Bristol, sul da Inglaterra, em 07 de junho. Manifestantes
de um ato antirracista derrubaram e depois jogaram em um rio, que corta a cidade, a estátua
de Edward Colston. Depois de a estátua ser derrubada, alguns manifestantes colocaram o
joelho sobre ela, numa clara referência à ação policial que matou o segurança norte-
americano.
A ideia atravessou o oceano e, em duas cidades norte-americanas, foi a vez da
estátua de Cristóvão Colombo sofrer vandalismo, na noite de terça-feira, 09 de junho, em
Richmond e em Boston; nesta cidade, a estátua foi decapitada; naquela foi arrancada do
pedestal e lançada no lago do Parque Byrd.
Qual o motivo do ataque às estátuas? O que elas representam? Por que neste
momento? Para responder às questões lançadas, é preciso conhecer um pouco do contexto
histórico em que esses homens viviam.
Edward Colston (1636-1721) fez grande fortuna, no final do século 17, como traficante
de escravos. Estima-se que tenha negociado com a África Ocidental e transportado às
Américas um total de 84 mil pessoas, entre homens, mulheres e crianças. Muitas dessas
pessoas, devido às péssimas condições de transporte nos navios, morreram durante a
viagem e foram jogadas ao mar.
O explorador Cristóvão Colombo (1451-1506), conhecido também como o
“descobridor” da América (12 de outubro de 1492, data de sua chegada à ilha de San
Salvador, hoje, Bahamas), foi alvo dos protestos porque, no século 16, era defensor da
escravidão, e foi atribuída a ele, a responsabilidade pelo início do genocídio indígena na

5
América. Em Richmond, capital do estado da Virginia, muitos manifestantes eram de origem
indígena.
Os protestos contra monumentos dedicados a pessoas ligadas ao contexto de
escravagismo, segregacionismo e genocídio não ficaram restritos a esses lugares,
espalharam-se pelo mundo afora.
Em São Paulo, a estátua do bandeirante Borba Gato tem sofrido ataques também; por
essa razão, foram instalados gradis à sua volta e uma viatura da Guarda Civil Metropolitana
permanece no local, 24h por dia.
Homens que por suas ações foram homenageados, agora, justamente, devido a elas,
têm suas estátuas destruídas, porque a sociedade mudou, clama por justiça, por igualdade
de direitos e quer destruir qualquer homenagem a figuras de um passado que causa repulsa.
Um mundo de igualdade de direitos é, sem dúvida, algo para o qual muitos deram a
vida; entretanto, até que ponto é construtivo destruir esses monumentos? Não existe um
perigo maior se esses monumentos e o que representam serem banidos da memória?
É preciso lembrar que as ações feitas por esses homens não eram consideradas
transgressoras, mas estavam de acordo com o período histórico em que viveram. A ordem
social existente admitia tais feitos, isso não quer dizer que não havia vozes contrárias,
porém sem forças para alterar o quadro social vigente.
Os tempos mudaram, o que era aceitável antes, não é mais nos dias atuais, ainda
que muitos desejassem a volta dessa situação como normal.
Para que essa situação não mais retorne, é importante que os monumentos sejam
mantidos, não como homenagem, mas como um alerta do que eles representam.
Um dos exemplos mais simbólicos de manutenção de algo representativo de um
momento histórico é o campo de concentração de Auschwitz, o maior dos campos de
concentração nazistas, situado na Polônia, que, ao término da guerra, poderia ter sido
destruído ou, no local, ter-se erguido um monumento em memória às milhares de pessoas
que lá perderam suas vidas. Em 1947, entretanto, o local foi transformado num museu. Mais
de 30 milhões de visitantes, ao atravessarem o portão de entrada, avistam a placa posta
sobre ele “Arbeit macht frei” (“o trabalho liberta”). A iniciativa do governo polonês teve a
finalidade de que todos e, principalmente, as gerações futuras tomassem conhecimento do
que fora feito e repudiem qualquer ação que possa criar condições de retorno do horror
vivido por seres humanos naquele local. A UNESCO, em 2002, declarou as ruínas de
Auschwitz como Patrimônio da Humanidade.
Não seria esse o caminho para os monumentos que representam épocas e
contextos? Estátuas, prédios, quadros e outros símbolos que fazem parte do patrimônio
histórico, têm de ser preservados, estudados, para que toda a sociedade conheça, reflita e
entenda os contextos de cada época e para que tais fatos não se repitam. É necessário que,
a cada geração, solidifiquem ações que levem à igualdade entre os homens, conforme o
artigo 1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, “Todos os seres humanos
nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem
agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade”

6
Para saber mais:
George Perry Floyd Jr (14/10/1973 – 25/052020) afro-norte-americano, assassinado, em
25 de maio, em Minneapolis, por um policial branco que se ajoelhou em seu pescoço, numa
abordagem por, supostamente, ter usado uma nota falsificada de vinte dólares em um
supermercado. O fato desencadeou protestos contra o racismo nos Estados Unidos e no
mundo.
Manuel Borba Gato (1628-1718) foi um bandeirante que participou da expedição chefiada
por Fernão Dias (o “Caçador de Esmeralda”). Partiram no ano de 1674, em busca de
esmeraldas de Sabarabuçu. Borba Gato andou pelas cidades de Sabará e Caeté, em Minas
Gerais, e acabou encontrando um filão de ouro nas minas de Sabará.

O movimento dos bandeirantes, ou bandeiras consistia em expedições, organizadas por


particulares, que iam aos sertões a fim de capturar indígenas para uso de mão de obra
escrava. Num segundo momento, uniram-se às expedições financiadas pela metrópole
(Portugal), que tinham como propósito explorar o território na busca de riquezas. Os
bandeirantes, em sua grande maioria, eram da região de São Paulo. Os que mais se
destacaram foram: Antônio Raposo Tavares, Domingos Jorge Velho, Morais Navarro,
Domingos Calheiros, Fernão Dias Paes, Manuel Borba Gato, Bartolomeu Bueno da Silva,
Pascoal Moreira Cabral e André Fernandes.

Em 10 de dezembro de 1948, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou e promulgou a


Declaração Universal dos Direitos Humanos. Para saber mais e ler o documento na
íntegra: <https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-
humanos#:~:text=Agora%20portanto%20a%20Assembleia%20Geral,ensino%20e%20da%20
educa%C3%A7%C3%A3o%2C%20por>. Acesso em: 15 jun. 2020.

Texto 2

7
Os monumentos históricos e a destruição
Manifestantes aliam protestos antirracistas à destruição de monumentos em lugares públicos

11. jun.2020 às 10h15 Atualizada em 11 jun. 2020 18h30

Ouvir o texto

Junto aos protestos antirracistas que estão acontecendo pelo mundo, em decorrência
da morte do segurança norte americano, George Floyd, cidadão negro que foi sufocado por
um policial branco, em 25 de maio, uma outra manifestação está ocorrendo: a depredação e
destruição de estátuas localizadas em ruas e praças.
O primeiro alvo aconteceu em Bristol, sul da Inglaterra, em 07 de junho. Manifestantes
de um ato antirracista derrubaram e depois jogaram em um rio, que corta a cidade, a estátua
de Edward Colston. Depois de a estátua ser derrubada, alguns manifestantes colocaram o
joelho sobre ela, numa clara referência à ação policial que matou o segurança norte-
americano.
A ideia atravessou o oceano e, em duas cidades norte-americanas, foi a vez da
estátua de Cristóvão Colombo sofrer vandalismo na noite de terça-feira, 09 de junho, em
Richmond e em Boston; nesta cidade, a estátua foi decapitada; naquela foi arrancada do
pedestal e lançada no lago do Parque Byrd.
Qual o motivo do ataque às estátuas? O que elas representam? Por que neste
momento? Para responder às questões lançadas, é preciso conhecer um pouco do contexto
histórico em que esses homens viviam.
Edward Colston (1636-1721) fez grande fortuna, no final do século 17, como traficante
de escravos. Estima-se que tenha negociado com a África Ocidental e transportado às
Américas um total de 84 mil pessoas, entre homens, mulheres e crianças. Muitas dessas
pessoas, devido às péssimas condições de transporte nos navios, morreram durante a
viagem e foram jogadas ao mar.
O explorador Cristóvão Colombo (1451-1506), conhecido também como o
“descobridor” da América (12 de outubro de 1492, data de sua chegada à ilha de San
Salvador, hoje, Bahamas), foi alvo dos protestos porque, no século 16, era defensor da
escravidão, e foi atribuída a ele, a responsabilidade pelo início do genocídio indígena na
América. Em Richmond, capital do estado da Virginia, muitos manifestantes eram de origem
indígena.
Os protestos contra monumentos dedicados a pessoas ligadas ao contexto de
escravagismo, segregacionismo e genocídio não ficaram restritos a esses lugares,
espalharam-se pelo mundo afora.
8
Em São Paulo, a estátua do bandeirante Borba Gato tem sofrido ataques também; por
essa razão, foram instalados gradis à sua volta e uma viatura da Guarda Civil Metropolitana
permanece no local, 24h por dia.
Homens que por suas ações foram homenageados, agora, justamente, devido a elas,
têm suas estátuas destruídas, porque a sociedade mudou, clama por justiça, por igualdade
de direitos e quer destruir qualquer homenagem a figuras de um passado que causa repulsa.
Um mundo de igualdade de direitos é, sem dúvida, algo para o qual muitos deram a
vida; entretanto, até que ponto é construtivo destruir esses monumentos? Não existe um
perigo maior se esses monumentos e o que representam serem banidos da memória?
É preciso lembrar que as ações feitas por esses homens não eram consideradas
transgressoras, mas estavam de acordo com o período histórico em que viveram. A ordem
social existente admitia tais feitos, isso não quer dizer que não havia vozes contrárias,
porém sem forças para alterar o quadro social vigente.
Os tempos mudaram, o que era aceitável antes, não é mais nos dias atuais, ainda
que muitos desejassem a volta dessa situação como normal.
Para que essa situação não mais retorne, é importante que os monumentos sejam
mantidos, não como homenagem, mas como um alerta do que eles representam.
Um dos exemplos mais simbólicos de manutenção de algo representativo de um
momento histórico é o campo de concentração de Auschwitz, o maior dos campos de
concentração nazistas, situado na Polônia, que, ao término da guerra, poderia ter sido
destruído ou, no local, ter-se erguido um monumento em memória às milhares de pessoas
que lá perderam suas vidas. Em 1947, entretanto, o local foi transformado num museu. Mais
de 30 milhões de visitantes, ao atravessarem o portão de entrada, avistam a placa posta
sobre ele “Arbeit macht frei” (“o trabalho liberta”). A iniciativa do governo polonês teve a
finalidade de que todos e, principalmente, as gerações futuras tomassem conhecimento do
que fora feito e repudiem qualquer ação que possa criar condições de retorno do horror
vivido por seres humanos naquele local. A UNESCO, em 2002, declarou as ruínas de
Auschwitz como Patrimônio da Humanidade.
O prefeito de Bristol, Marvin Ress, pretende fazer o mesmo. Informou que a estátua
de Edward Colston será recuperada, colocada num dos museus da cidade ao lado dos
cartazes de protestos e do cartaz do movimento Black Lives Matter (“Vidas Negras
Importam”), a fim de que a história da escravidão e a luta pela igualdade racial possam ser
mais bem compreendidas.
Não seria esse o caminho para os monumentos que representam épocas e
contextos? Estátuas, prédios, quadros e outros símbolos que fazem parte do patrimônio
histórico, têm de ser preservados, estudados, para que toda a sociedade conheça, reflita e
entenda os contextos de cada época e para que tais fatos não se repitam. É necessário que,
a cada geração solidifiquem ações que levem à igualdade entre os homens, conforme o
artigo 1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, “Todos os seres humanos
nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem
agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade”

9
Encontre-nos nas Redes Sociais

1) Responda às questões, abaixo, com base nos Textos 1 e 2.


a) Os textos apresentam predominantemente características
( ) narrativas.
( ) prescritivas.
( X ) argumentativas.
( ) descritivas.
b) A linguagem do texto é
( X ) formal.
( ) informal.
( ) regionalista.
c) O texto aborda vários assuntos polêmicos, mas dá destaque
( ) ao pedido de homenagem a heróis verdadeiros.
( ) à morte do norte-americano George Floyd.
( X ) ao ataque às estátuas em lugares públicos.
( ) às manifestações antirracistas solicitando justiça.

Com exceção do primeiro assunto “ao pedido de homenagem a heróis verdadeiros”, os demais estão
registrados no texto, porém o de maior destaque é o da destruição de monumentos em lugares públicos,
que f oi desencadeada após a morte de George Floyd.

2) O texto que você acabou de ler é um editorial. Discuta com seus colegas sobre o que
é um editorial com o que você leu.

Espera-se que os estudantes percebam que um texto editorial é um texto jo rnalíst ico, q ue pode cont er
inf ormações, mas a principal característica é trazer opinião sustentada por argumentos. É organizado pelos
editorialistas dos meios de comunicação do campo jornalístico, expressa a opinião do jornal, da revista, do
rádio, da TV etc., também, dos veículos de comunicação da mídia digital, por isso não consta a as sinatura
de quem o escreveu. Os assuntos tratados são variados: política, economia, esporte, turismo, cultura, país ,
cidade, entre outros, mas sempre trazendo uma questão polêmica. A linguagem é clara, o bjetiva, f ormal.
Segue a norma-padrão da língua.

10
Editorial - texto jornalístico, opinativo. É organizado pelos editorialistas dos meios de
comunicação do campo jornalístico, expressa a opinião (sempre sustentada por argumentos)
do jornal, da revista, do rádio, da TV, dos veículos de comunicação da mídia digital; por isso
não há a assinatura de quem o escreve. Os assuntos tratados são variados: política,
economia, esporte, turismo, cultura, país, cidade, entre outros, mas sempre trazendo uma
questão polêmica. A linguagem é clara, objetiva, formal. Segue a norma-padrão da língua.

Professor, solicite aos estudantes que ajustem, no Caderno do Estudante, as duas


primeiras linhas da definição do editorial.

3) Retome os Textos 1 e 2. Em que se assemelham e em que diferem?

Os dois textos tratam exatamente do mesmo assunto, entretanto há algumas diferenças. O p enúlt imo
parágraf o do Texto 2 não é encontrado no Texto 1 e o início do último parágrafo também está diferent e.
O layout difere quando se trata de texto impresso e texto digital. Outras diferenças:
Texto impresso: O título, frase de chamamento, desenvolvimento do texto. Pequenos textos explicativos,
no f inal, do que está destacado no texto principal.
Texto digital: Título, frase de chamamento, símbolos das redes sociais onde o jornal pode s er s eguido,
data e hora em que o texto foi divulgado no site do jornal e que pode ser atualizado a qualquer momento,
o que não acontece no jornal impresso. Desenho de um alto-falante, com sinais simbolizando o som que
sai do aparelho, acompanhado da frase “Ouvir o texto”, é a opção que o leitor tem d e ouvir o t exto. O
texto, na íntegra, para quem optar a lê-lo; indicações de hiperlink para ler as explicações sobre o que f oi
destacado. No final do texto, novamente, símbolos das redes sociais onde o jornal pode ser seguido.

4) Justifique as diferenças apontadas nos dois textos.

Espera-se que os estudantes percebam que, no Texto 2, por ser um texto divulgado nos meios digitais,
há um modelo a ser seguido, as indicações das redes sociais para acompanhar o jornal, o sinal
apontando que o texto pode ser ouvido, o dia e a hora em que o texto foi publicado. Há duas indic ações
do dia e da hora. Na segunda indicação, há uma informação a mais: “Atualizada”, o u seja, o t ext o f oi
atualizado. Isso justifica o acréscimo do penúltimo parágrafo não encontrado no Texto 1. Com os novos
acontecimentos sobre a decisão tomada do prefeito sobre estátua d e Bris tol , o s res ponsáveis pel a
elaboração do editorial atualizaram o editorial, informando a hora em isso aconteceu.

Um texto do campo jornalístico divulgado nos meios digitais, ao contrário do texto impresso,
pode ser atualizado a qualquer momento. O jornalista, ao consultar sites e serviços
checadores de fatos (necessário a qualquer produtor de texto do campo jornalístico),

11
complementa, atualiza as informações. Essas atualizações devem ser informadas ao leitor.
Geralmente, quando isso acontece, inclui-se a data e a hora em que o texto foi alterado, logo
depois da data e da hora em que se deu a primeira postagem, como aconteceu no Texto 2.

Texto 3

JORNAL DO BAIRRO
jdbairro.com.br
Edição 01 – Ano 01

11 jun.2020 às 14h30 Encontre-nos nas Redes Sociais

Ouvir o texto

Estátua de Borba Gato é derrubada e jogada em rio


Mara Lucia David

As recentes manifestações antirracistas ocorridas nos Estados Unidos e em várias


cidades do mundo, após a morte do segurança George Floyd, cidadão negro que foi
sufocado por um policial branco, em 25 de maio, estenderam-se a outros protestos: os
ataques a algumas estátuas que estavam em ruas e parques.

Começou em Bristol, Inglaterra, com a destruição da estátua de Edward Colston


(1636-1721). Logo depois, foi a vez de Boston e Richmond (EUA) com a destruição das
estátuas de Cristóvão Colombo. O que há de comum entre esses dois homens? Estavam
ligados à escravatura.

A onda de destruição de monumentos chegou em São Paulo e o alvo é a estátua do


bandeirante Borba Gato.

Vale lembrar que se trata de um dos monumentos mais polêmicos do país; presta
uma homenagem a um representante de escravocratas na história brasileira. Em 2016, ela
foi depredada. Depois do abaixo-assinado, nas redes sociais, solicitando a derrubada da
12
estátua, nem os gradis em torno dela, nem a viatura policial para fazer a segurança 24 horas
por dia, pôde salvá-la.

Manifestantes amarraram uma corda no monumento e, depois de ser puxado por


centenas de pessoas, ele foi derrubado, queimado e jogado no rio Pinheiros.

Encontre-nos nas Redes Sociais

Texto 4

JORNAL ACONTECE AQUI

jaaq.com.br

11. jun.2020 às 10h15

Encontre-nos nas Redes Sociais

Ouvir o texto

Por: Mara Lucia David

A morte do segurança negro George Floyd, por um policial branco em 25 de maio, não só
gerou manifestações antirracistas por várias cidades do mundo todo, como também levou
manifestantes a arrancar estátuas de personagens históricos ligados à escravidão.

Em Bristol, sul da Inglaterra, em 07 de junho, manifestantes de um ato antirracista


destruíram a estátua de Edward Colston, rico traficante de escravos. O monumento foi
derrubado e depois jogado no rio que corta a cidade.

Em Boston e Richmond, cidades norte-americanas, o alvo foi a estátua de Cristóvão


Colombo. Na primeira cidade, a estátua foi decapitada, na segunda, foi arrancada e lançada
no lago do Parque Byrd.

13
Em Richmond, Virgínia, a estátua de Cristóvão Colombo foi alvo dos protestos porque
compreende-se que o “descobridor da América era defensor da escravidão no século 16 e
foi atribuída a ele a responsabilidade pelo início do genocídio indígena na América. Em
Richmond, capital do estado da Virginia, muitos manifestantes são de origem indígena.

Em São Paulo, a estátua do bandeirante Borba Gato, há tempos, causa polêmica por
representar homens escravocratas da história brasileira. Em 2016, a estátua foi depredada.
O Centro de Tradições de Santo Amaro ficou preocupado com as destruições de estátuas e
com a campanha de grupos, nas redes sociais, pela derrubada de monumentos,
representando figuras com passados marcados por racismo e misoginia. Esses
manifestantes fizeram circular, pelas redes sociais, um abaixo-assinado solicitando a
retirada da estátua. Diante de tais fatos, a Subprefeitura de Santo Amaro solicitou a
instalação de gradis em torno do monumento que também passou a ser vigiado durante 24
horas por uma viatura da Guarda Civil Metropolitana.

Encontre-nos nas Redes Sociais

5) Em relação aos Textos 3 e 4:


a) O assunto abordado é real, aconteceu de fato?
Espera-se que o estudante perceba que o assunto, embora esteja em mídias criadas para a elab oração
desse material, é real. Há manifestações, em várias cidades, contra monumentos que fazem homenagens
a personalidades ligadas a determinados fatos históricos.

b) Como verificar se os fatos são verdadeiros?


Se o estudante não conseguir responder, e se for possível, oriente-o a colocar algumas expressões chaves
(destruição de estátuas, manifestações antirracistas) nos sites de busca para verificar que os f at os f oram
amplamente divulgados.

c) Apesar de os dois textos abordarem o mesmo assunto, há uma diferença nas


informações dos fatos. Qual é essa diferença?

É sobre a estátua de Borba Gato. No Texto 3, há a inf ormação de que os manifestantes amarraram uma
corda no monumento, puxaram-no, derrubaram-no, queimaram-no e depois jogaram-no no Rio Pinheiros .
Essa informação não está no Texto 4, que traz fatos semelhantes ocorridos com outras estátuas em outras
cidades.

14
d) As notícias divergem nos Textos 3 e 4. Há como saber o que está de acordo à
realidade?

Trata-se da mesma situação vista no item b.


Prof essor, não deixe de alertar o estudante, que é possível saber o que está de acordo com a realidade,
pois como já foi informado, apesar de serem textos e mídias produzidos especialmente para esse material,
o assunto é real. Dessa forma, é possível f azer a constatação dos fatos ao pesquisá-los nos sites de
busca. Esse procedimento é o que deve ser f eito em relação às notícias que são veiculadas na mídia, a
f im de saber se estão de acordo com a realidade.

e) O que você acha que aconteceu para o jornal dar essa informação? Houve uma
intenção do jornalista em escrever algo que não correspondesse aos fatos reais?

Talvez o estudante relacione o fato como fake news. É possível? Sim. A lert á-lo, ent retant o, q ue uma
notícia f alsa pode trazer uma intenção de quem a escreveu (podem existir vários mot ivos para d ivulgar
uma notícia f alsa, tais como: prejudicar alguém, divulgar algo em que acredita e desejar que outras
pessoas pensem da mesma forma etc.). Não parece ser o caso, as ações de vandalismo relat adas, no
Texto 3 aconteceram, de fato, porém não com a estátua do Borba Gato. O que parece é que o jornalista,
para publicar a notícia com a rapidez que os meios jornalísticos ex igem, não c hec ou os f at os, c omo
deveria, antes de publicá-la.

f) A notícia saiu nos meios digitais. Se fosse no impresso, isso poderia ter acontecido?
Levantar o f ato que, devido à pressão sofrida por um jornalista para divulgar um fato, talvez, não s e t enha
conseguido, pelo pouco tempo, fazer a checagem dos dados. Pode acont ecer no s meios digitais, nos
meios impressos, também no rádio e na TV.

g) Há possibilidade de alterar o engano cometido? Se sim, você acha que é feito da


mesma maneira nos meios impressos e nos meios digitais?
Sim. Nos meios digitais, acontece o que já foi visto no editorial, acrescenta-se uma inf ormaç ão que não
havia no meio impresso. O jornalista inf orma a atualização e, muitas vezes, no f inal do texto, há a
inf ormação de que foi dada uma informação incorreta. Nos meios impressos (também no rádio e na TV ),
na edição seguinte do jornal, há uma nota que inicia com “Erramos” e, então, mostra o que foi informado e
o f ato correto.

Uma notícia, antes de ser divulgada, precisa ter os dados checados. Caso contrário,
jornalista e meio de comunicação podem ficar desacreditados.

15
Professor, sugira aos estudantes que acessem o programa Educamídia
(<https://educamidia.org.br/>, acesso em: 20 jul. 2020), no qual pode ser encontrado
conteúdo de incentivo às práticas de educação midiática dos jovens.

6) Há muitos fatos que acontecem o tempo todo. O que leva à escolha por um fato em
detrimento de outro?
Espera-se que o estudante compreenda que uma notícia tem importância, quando é de interesse de muitas
pessoas. A escolha de um fato em detrimento de outro leva em consideração se a informação vai af et ar a
vida de pessoas num bairro, numa cidade, num país, no mundo todo.

7) O fato da destruição das estátuas foi noticiado não apenas aqui no seu material de
estudos, mas no mundo todo; recebeu editoriais também de vários jornais e comentários
de muitas pessoas. Por que isso aconteceu?
Como já f oi dito, uma notícia será relevante quando os f atos, as inf ormações af etam um número
considerável de pessoas, despertando, com isso, o interesse para se manterem inf ormadas . Quant o ao
f ato da depredação, da destruição de monumentos está ligado a uma rev olta popular em relaç ão às
desigualdades sociais, ao racismo e à inconformidade em se homenagear pessoas representativas d e um
momento histórico que, nesse caso, f oi o da escravidão. Tudo isso potencializado com a morte do
segurança negro norte-americano George Floyd. Trata-se de algo que diz respeito ao mundo inteiro.

Atividade 2 Retomadas e avanços na construção de um texto

1) Já vimos que, no editorial (Textos 1 e 2), o tema é a depredação a monumentos


públicos, entretanto o autor traz outros subtemas. Aponte alguns deles.

A morte do segurança norte-americano, uma pequena explicação a respeito de quem eram os homens
representados nos monumentos e o campo de concentração de Auschwitz.

2) Os termos destacados, nos trechos abaixo, retomam o que já foi dito e fazem o texto
avançar. Indique a quem se referem.

a) “[...] na noite de terça-feira, 09 de junho, em Richmond e em Boston; nesta cidade, a


estátua foi decapitada; naquela foi arrancada do pedestal e lançada no lago do Parque
Byrd”.

Nesta: Boston.

Naquela: Richmond

16
Caso seja necessário, retome o uso dos pronomes demonstrativos esta e aquela (aqui
estão aglutinados com a preposição em, resultando em nesta e naquela).

Em construções como a de cima, o demonstrativo esta é usado para referenciar o que


foi mencionado por último (Boston) e o demonstrativo aquela para o que foi referido em
primeiro lugar (Richmond).

b) “Não seria esse o caminho para os monumentos que representam épocas e


contextos? Estátuas, prédios, quadros e outros símbolos que fazem parte do
patrimônio histórico, têm de ser preservados, estudados, para que toda a sociedade
conheça, reflita e entenda os contextos de cada época e para que tais fatos não se
repitam”.

Esse: preservação dos monumentos.


Tais: os fatos citados no texto de como esses monumentos são representativos de momentos históricos
de não respeito aos direitos de igualdade e de dignidade de uma pessoa.

c) Em “A ideia atravessou o oceano e, em duas cidades norte-americanas, foi a vez da


estátua de Cristóvão Colombo sofrer vandalismo [...]”.

Ideia: refere-se ao fato mencionado no parágrafo anterior: de manif estantes, em Bristol na Inglaterra,
terem derrubado uma estátua, jogando-a no rio que corta a cidade.

3) Em “Um dos exemplos mais simbólicos de manutenção de algo representativo de


um momento histórico é o campo de concentração de Auschwitz [...]”, não há
retomada de nenhum fato, mas é lançada uma nova ideia. Trata-se de uma afirmativa
verdadeira? Qual o efeito que ela traz ao texto?

É uma afirmativa verdadeira. Nesse momento, não há retomada de nenhum assunto, o autor do texto,
para argumentar seu posicionamento de preservação dos monumentos representativos de um contexto
histórico, cita o exemplo do campo de concentração de Auschwitz preservado pelo governo polonês.
Também dessa forma, com um fato novo e pertinente ao que está sendo tratado, o texto avança.

17
Você percebeu que o autor utiliza dois recursos: retoma o que foi dito, acrescentando
novas informações e lança novas ideias. Dessa forma, o texto é construído de forma
clara e as ideias ficam conectadas. Isso é chamado de progressão temática.

Progressão temática acontece quando, sem fugir do assunto do texto, novas ideias
são apresentadas de forma sequenciada e amarrada a uma mesma rede de sentidos.

4) O campo de concentração de Auschwitz, num primeiro momento, parece estar fora do


contexto, não é uma estátua, não foi depredado. Por que foi mencionado?

Espera-se que o estudante compreenda que f oi usado como exemplo de um local mantido e
transf ormado num espaço cultural, pois representa um momento importante da história, port anto é um
argumento utilizado para defender o ponto de vista de que as estátuas devem ser preservadas.

5) O autor do editorial (Textos 1 e 2), para defender seu ponto de vista, faz um movimento
com as informações dos monumentos que estão sendo depredados, com o contexto
histórico em que viviam as pessoas homenageadas e com um exemplo de lugar
representativo da história preservado. Qual o efeito que isso resulta no texto?

Espera-se que o estudante perceba que esse movimento dos argumentos trazidos ao texto vai se tornando
cada vez mais consistentes e ganhando força, à medida que são expostos e entrelaçados, para defender a
opinião do autor do texto.

Atividade 3 – A língua em uso nos textos

1) Em “[...] uma outra manifestação está ocorrendo: a depredação e destruição de


estátuas localizadas em ruas e praças” (Textos 1 e 2), os dois pontos foram usados
para fazer

a) ( ) uma citação.
b) (X) um esclarecimento.
c) ( ) uma enumeração.

18
Os dois pontos são usados para introduzir uma citação, um es clareciment o, uma enumeração. O
contexto vai dizer qual dessas funções eles estão exercendo. Nesse c aso, o aut or o s ut iliza, para
esclarecer ao leitor de que manifestação vai tratar.

2) Em “Qual o motivo do ataque a essas estátuas? O que elas representam? Por que
nesse momento?”, o autor do texto faz perguntas diretas. Ele tem dúvidas sobre o
que perguntou? Está esperando uma resposta? Justifique sua resposta.
Espera-se que o estudante perceba que o autor não tem dúvidas, pois sabe a resposta. Usou a
interrogação para realçar o fato e instigar o leitor a f im de mantê-lo interessado na leitura. No texto, há
outro exemplo do ponto de interrogação com esse mesmo recurso, “Não seria esse o caminho para o s
monumentos que representam épocas e contextos?”

3) Indique a conjugação verbal em duas perguntas feitas pelo autor do texto.

a) “O que elas representam”?


b) “Não seria esse o caminho para os monumentos [...]?
No item a, o verbo está na 3ª pessoa do plural (recuperando, no cont exto, “as est átuas”), no
presente do indicativo. No item b, o verbo está na 3ª pessoa do singular, é o sujeito de “esse, está
no f uturo do pretérito do indicativo.

4) Qual o efeito de sentido que essas duas formas verbais causam no texto?

Com o verbo no presente do indicativo, há uma certeza do autor, ele sabe o que as estátuas
representam. O verbo no futuro do pretérito está indicando uma incerteza, uma possibilidade p ara o
f uturo dessas estátuas. Ele tem uma opinião, mas quer dividi-la com o leitor e convencê-lo a ac eitar a
proposta que ele deu para os monumentos históricos.

5) Indique, no quadro, a expressões e palavras que indicam tempo e lugar.

Palavras, expressões lugar Tempo


Em 25 de maio X
Em Boston, X
Richmond, Bristol
Em 07 de junho X
Em um rio X
Agora X

No século 17 X

19
Antes X
Em São Paulo X
Na Polônia X
Em 1947 X

Lá X

Para relembrar: advérbio e locuções adverbiais modificam um verbo, um adjetivo, outro


advérbio. Quando modificam o verbo, dão a ele uma circunstância de tempo, lugar,
entre outras.

6) Além desses advérbios e locuções adverbiais, há outras delas nos textos lidos. Qual
o motivo dessa presença nos Textos 1 e 2?

Espera-se que o estudante, ao analisar os textos, cujo tema é a depredação e destruição dos
monumentos, em quatro cidades dif erentes, perceba que o autor citou as cidades (lugar) e
contextualizou, em vários anos de história (tempo), o que as figuras das estátuas represent am. Daí a
importância das expressões e dos advérbios que indicam tempo e lugar.

Atividade 4 - O que observar na estrutura de um texto normativo

Texto 4
Trecho da Constituição Brasileira

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

[...]
PREÂMBULO

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado
Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a s eguranç a, o
bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma s ociedade f raterna,
pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e int ernacional,

20
com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃ O
DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

[...]

Título VIII
Da Ordem Social

Capítulo III
Da Educação, da Cultura e do Desporto

Seção II
Da Cultura
[...]

Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e


imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à
ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se
incluem:
I- as formas de expressão;
II- os modos de criar, fazer e viver;
III- as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV- as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às
manifestações artístico-culturais;
V- os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico,
paleontológico, ecológico e científico.
§ 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o
patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e
desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação.
§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação
governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem.
(Vide Lei nº 12.527, de 2011)
§ 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores
culturais.
§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei.
§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências
históricas dos antigos quilombos.
§ 6 º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de fomento
à cultura até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, para o financiamento
de programas e projetos culturais, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de:
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
I - despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
42, de 19.12.2003)
II - serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou
ações apoiados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
[...]

21
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 26 jun. 2020.

A Constituição é uma lei, texto normativo que tem uma estrutura. Como é extensa apresenta
divisões: Partes, Livros, Títulos, Capítulos, Seções e Subseções. Incisos de artigos são
numerados com algarismo romanos (I, II, II...). Quando os incisos possuem mais de um
parágrafo, é usado o símbolo § (parágrafo).
Responda:

1) Sobre o patrimônio público, como ele aparece na Constituição?

Ele está no Título VIII (Da Ordem Social), no Capítulo III (Da Educação, da Cultura e do Desport o, na
Seção II (Da Cultura), no Artigo 216.

2) Fica a cargo apenas do Poder Público proteger o patrimônio cultural brasileiro?


Justifique sua resposta.

Não, a promoção e a proteção do patrimônio cultural brasileiro ficam a cargo da P oder P úblico c om a
colaboração da comunidade, conforme § 1º, inciso V do artigo 216.

3) A lei prevê punição a danos e ameaças ao patrimônio público? Justifique sua


resposta.

A punição a danos e ameaças ao patrimônio público está previsto no § 4, inciso V do artigo 216.

Atividade 5 - Produção de texto

Em sua cidade ou bairro, está acontecendo uma manifestação para retirar um monumento
de uma rua ou praça, pois esse monumento está representando uma figura ligada a um
passado escravagista, ou à exterminação de indígenas.

Você tem a mesma posição do Jornal Acontece Aqui, exposta no editorial. Então, com dois
ou três colegas de sua turma, o grupo vai elaborar uma Carta Reivindicatória endereçada ao
Presidente da Câmara, para que o monumento seja preservado em museu (se sua cidade
tiver) ou na Casa de Cultura, ou outro lugar que preserva documentos ou objetos históricos.

22
Conhece a estrutura de uma Carta Reivindicatória? Não? Abaixo, há um exemplo de
estrutura desse tipo de texto; em seguida, uma carta já com alguns dados a serem
completados.

Carta Reivindicatória

Estrutura
O órgão ou instituição a quem Carta é dirigida Carta Reivindicatória a(o) ------------

Indicação do emissor Movimento dos Protetores -----------

O responsável pelo órgão ou instituição Excelentíssimo Diretor ----------------

Uma breve apresentação de quem é o emissor e o motivo de estar enviando a carta.

Introdução
Exposição do assunto que levou a escrever a carta.

Reivindicação
Diante do que foi exposto na Introdução, é feita a Reivindicação.

Local e data

Carta reivindicatória

Carta Reivindicatória ao Excelentíssimo Presidente da Câmara Municipal de ____________

Movimento em Defesa do Patrimônio Público

Excelentíssimo Presidente da Câmara Municipal de --------------------------------

23
O Movimento ------------------------------- composto por (se fizer parte de alguma associação ou
do Grêmio Estudantil, cite-o(a))_________________, que luta(m) pela preservação da
natureza, está se dirigindo a Vossa Senhoria em razão da defesa ------------------------------------
------------------, ameaçado(a) pelo(a) --------------------------------------------------------------------------
-------------------------

Introdução

(Faça uma introdução do assunto, a importância da manutenção desses patrimônios, o que


eles significam, sua importância, o que traz a Constituição sobre o patrimônio cultural, a
responsabilidade das instituições públicas, particulares, a punição para quem causar a
destruição).
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

Reivindicação

Diante do exposto, Excelentíssimo Presidente, sua gestão tem uma oportunidade singular de
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ e
esse monumento ser preservado no --------------------------------------------------------------------- que
guarda toda a história ---------------------------------------------------------------------------------------------.
Por fim, investir em campanhas de conscientização das pessoas -----------------------------------
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Precisamos manter viva na memória nossa história. Não podemos esquecer ---------------------
----------------------------------------------------------------------------pois -----------------------------------------.
Vamos, Excelentíssimo Presidente, preservar nossa história?

24
Local e data

Cuidados na produção do texto

A linguagem a ser utilizada depende do contexto de produção. Esse texto é dirigido a uma
instituição pública, portanto a linguagem deve obedecer à norma-padrão da língua
portuguesa.

Utilize o que você aprendeu nestes estudos.

25
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2 – Um tema em diversos textos.

Nesta Situação de Aprendizagem, você desenvolverá atividades de leitura, de escrita, de


oralidade em textos de vários gêneros textuais voltados a um mesmo tema. Veja, a seguir,
algumas habilidades, entre outras, que começaremos a desenvolver:

EF08LP04B - Utilizar, ao EF08LP13A - Analisar efeitos de


:produzir dif erentes gêneros
sentido decorrentes do uso de
textuais, conhecimentos
linguísticos e gramaticais. recursos de coesão sequencial:
conjunções e articuladores
textuais.
EF89LP33A

Ler, de forma EF08LP13B -


Utilizar recursos
de coesão
EF89LP26 - Produzir autônoma, textos de sequencial:
resenhas, a partir das conjunções e
notas e/ou esquemas articuladores
feitos, com o manejo gêneros variados.
textuais em
adequado das vozes práticas de escrita.
envolvidas (do
resenhador, do autor da
obra e, se for o caso,
também dos autores
citados na obra
resenhada), por meio
do uso de paráfrases,
marcas do discurso
reportado e citações.

Práticas de Linguagem

▪ Leitura
▪ Oralidade
▪ Produção de Texto
▪ Análise Linguística/Semiótica
26
Atividade 1 – Poemas e cartazes para reflexão

O poema que você vai ler, a seguir, é um fragmento de Navio Negreiro, escrito por
Castro Alves, poeta brasileiro voltado às causas abolicionistas. Nesse trecho, o eu lírico
apresenta um sentimento de desapontamento em relação ao país, uma vez que a nação é
“manchada” pelo tráfico de escravos. Vejamos como o autor expressa suas ideias.

Texto 1

Navio Negreiro
Castro Alves

[...]
Ontem a serra Leoa.
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d’amplidão!
Hoje... o porão negro, fundo,
Infecto, apertado imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar...

Ontem plenar liberdade,


A vontade por poder...
Hoje...cúm’lo de maldade,
Nem são livres pera morrer...
Prende-os a mesma corrente
- Férrea, lúgubre serpente –
Nas roscas da escravidão.
E assim zombando da morte,

27
Dança a lúgubre coorte
Ao som do açoute...Irrisão!...

Senhor Deus dos desgraçados!


Dizei-me vós, Senhor Deus,
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus?!...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
Do teu manto este borrão?
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão! ...
[...]

ALVES, Castro. Navio Negreiro. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000068.pdf>. Acesso


em: 23 jun. 2020. (adaptado)

1) O poema foi escrito em 1870 e talvez você tenha tido um pouco de dificuldade em
entender o significado de algumas palavras. Caso o contexto não permita identificar o
sentido, recorra ao dicionário impresso ou digital e depois responda às questões.
2) O eu lírico faz uma comparação do ontem e do hoje da situação dos africanos. Onde
era o ontem? Onde era o agora?
O “ontem” era onde vivia o africano antes de ser capturado, em Serra Leoa, pais da África Ocidental; “ag ora”,
está num navio, mais precisamente, no porão do navio.

Professor, solicite aos estudantes que substituam, no Caderno do Estudante, os dois pontos
por ponto de interrogação em “Onde era o ontem?”
3) De acordo com o trecho do poema, descreva como vivia o africano ontem e como vive
no agora.

O “ontem”, na Serra Leoa, vivia em plena liberdade, em guerra (provavelmente com outras tribos), caç ando
leões, dormindo sempre que tivesse vontade, em tendas. “Agora, no porão “infecto”, “apert ado”, “imundo”,
está acorrentado, é açoitado, e o sono interrompido pelo som do baque de um c orpo jogado ao mar: “E o
sono sempre cortado” / “Pelo arranco de um finado,” / “E o baque de um corpo ao mar...”

28
Professor, incentive os estudantes a retomarem o texto e fazer a localização dessas
informações explícitas.

4) O sentimento do eu lírico perante tal situação é de


( ) piedade.
( X ) indignação.
(...) conformidade.
(...) passividade.

5) A quem o poeta recorre diante dessa situação?


A Deus (“Senhor Deus dos desgraçados!” “Dizei-me vós, Senhor Deus,” / “Se eu deliro... ou se é verdade” /
“Tanto horror perante os céus?!...”. Ao mar (“Ó mar, por que não apagas” / “Co'a esponja de tuas vagas” / “Do
teu manto este borrão?”. Aos astros, à noite, às tempestades (“Astros! noites! tempestades!” / “Rolai das
imensidades!” / “Varrei os mares, tufão! ...”).

Em Navio Negreiro, Castro Alves mostra como eram as viagens de navio da África para o
Brasil, trazendo os africanos vítimas da escravidão.

No dia 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, Lei da Abolição da
escravidão no Brasil.

Texto 2

29
Cartaz de 1888 comemorativo da Abolição da Escravidão no Brasil. Disponível em:
<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Cartaz_de_1888_comemorativo_a_Aboli%C3%A7%C3%A3o_da_Escravid%
C3%A3o_no_Brasil.jpg >. Acesso em: 29 jul. 2020.

Esse cartaz faz parte do acervo do Arquivo Nacional do Brasil, em tecido, feito em 1888.

6) O cartaz traz alguns elementos significativos. Quais são eles? (Observe a referência
bibliográfica, ela traz informações importantes para a compreensão do cartaz).
Conf orme a referência bibliográfica, o cartaz foi feito em 1888 para comemorar a Abolição da Escravidão no
Brasil. Traz a bandeira do Império com o número da lei que termina com a escravidão - Lei Nº 3353 de 13
de maio de 1888 (assinada pela Princesa Isabel). Um homem branco (com chapéu na mão, casaco – um
lenço no bolso - e bota) apertando a mão de um homem negro (também com chapéu na mão, com camisa,
com as mangas dobradas e descalço). Ambos trazem um sorriso no rosto. Abaixo da imagem dos dois
homens, está o slogan “AGORA SIM!”

30
Chamar a atenção dos estudantes que o homem branco era o dono dos escravos, o
branco também era o feitor que aplicava os castigos aos escravos.

7) O que o slogan “AGORA SIM!” está indicando?


Indica que a partir dessa data – 13 de maio – branco e negro viveriam em harmonia e sem d if erenças , não
haveria mais o senhor e o escravo.

Em 15 de novembro de1889, foi proclamada a República. Para comemorar a data, foi


composto um hino.

Texto 3
Hino da Proclamação da República
José Joaquim de Campos da Costa Medeiros e Albuquerque / Leopoldo Américo Miguez Miguez

Seja um pálio de luz desdobrado


Sob a larga amplidão destes céus
Este canto rebel, que o passado
Vem remir dos mais torpes labéus!

Seja um hino de glória que fale


De esperanças de um novo porvir!
Com visões de triunfos, embale
Quem, por ele, lutando surgir!

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz

Nós nem cremos que escravos outrora


Tenha havido em tão nobre País
Hoje o rubro lampejo da aurora
Acha irmãos, não tiranos hostis

Somos todos iguais! Ao futuro


Saberemos, unidos, levar
Nosso augusto estandarte que, puro
Brilha, ovante, da Pátria no altar!

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz

31
[...]

ALBUQUERQUE, José Joaquim de Camp os Medeiros e; MIGUEZ, Leopoldo Américo Miguez. Hino da Proclamação da
República. Disponível em: <https://www.letras.mus.br/hinos/hino-da-proclamacao-da-republica/>. Acesso em: 23 jun. 2020.

8) Retire da letra do hino, versos em que o eu lírico acha difícil que tenha havido
escravidão no Brasil.
“Nós nem cremos que escravos outrora” / “Tenha havido em tão nobre País”

9) O Texto 2 (cartaz) está em conformidade com qual(is) verso(s) do Hino da Proclamação da


República (Texto 3)?
“Hoje o rubro lampejo da aurora” / “Acha irmãos, não tiranos hostis” / “S omos t odos iguais! Ao f ut uro” /
“Saberemos, unidos, levar”
Professor: solicitar ao estudante fazer os ajustes no Caderno do Estudante.
Considere o cartaz a seguir.

Texto 4

32
Cartaz elaborado por Daniel Carvalho Nhani especialmente para o Caderno São Paulo Faz Escola 2019, com base
nos dados disponíveis em: <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-
noticias/noticias/21206-ibge-mostra-as-cores-da-desigualdade>. Acesso em: 23 jun. 2020.
<https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/22842-acesso-a-educacao-ainda-
e-desigual>. Acesso em: 23 jun. 2020.

10) Responda às questões abaixo, fundamentando-se nas informações disponibilizadas no


cartaz.

No Brasil ainda há desigualdade entre negros e brancos em relação ao:


Analfabetismo em 2016 4.2 são brancos; 9.9 são pretos ou pardos.

33
Trabalho infantil 1835 crianças de 5 a 7anos trabalhavam; 35.8% são brancas;
63.8% são pretas e pardas.
Rendimento mensal R$ 2.814, em média, era a renda dos brancos; R$ 1.606, a média do
rendimento dos pardos e R$ 1.570, a dos pretos.
Desemprego Na taxa de desocupação (desemprego): 9.5% são brancos , 14. 5%
são pardos e 13.6% são pretos.

11) O cartaz apresenta, como imagem, uma mão livre das correntes segurando ou
impedindo outra, a qual está empunhando um chicote. Supostamente, a primeira
representa a mão de um escravo, enquanto a outra a de seu senhor. Se colocarmos como
slogan, para esse cartaz, a expressão “AGORA SIM!”, como você o analisaria?
Espera-se que o estudante perceba que o Texto 4 mostra a mão livre das correntes (representando o escravo)
simbolizando o final da escravidão, o que não está sendo aceito pelo senhor, p ois empunhando o chicot e,
ainda está tentando aplicar castigos como se não tivesse acontecido a Lei Áurea, portanto o “AGORA S I M!” ,
que, no cartaz anterior estava propondo a igualdade entre o senhor e escravos, está nesse contexto,
completamente inadequado.

12) Os dados do cartaz comprovam ou se opõem à informação abaixo:


A história, os documentos mostram que após a libertação formal dos escravos, não foi
proposto nenhum tipo de ajuda governamental para incluir esses novos cidadãos à
sociedade.

Os dados do cartaz comprovam essa informação, pois mostram a situação de d esigualdade do neg ro em
relação aos brancos e pardos; com exceção apenas do desemprego, em que o índ ice de d esemprego d os
pardos é pior do que dos brancos e dos negros.

13) Há uma data no cartaz (20 de novembro). O que ela representa? O que a relaciona com
o texto verbal?
Dia 20 de novembro é o Dia da Consciência Negra. Data escolhida por ser atribuída à mort e d e Zumb i dos
Palmares, em 1695, um líder negro que lutou pela libertação dos escravos. A data é dedicada à ref lexão sobre
a inserção do negro na sociedade brasileira, por isso sua relação como texto verbal, (os dados com as
inf ormações sobre Analfabetismo, Trabalho infantil, Rendimento mensal e Desemprego) e chamada “Quais os
números que toca tua consciência?”

34
14) Esses textos e dados mostram alguns motivos pelos quais os manifestantes estão
destruindo estátuas com figuras que representam homens ligados à escravidão. Você
concorda com essa afirmação? Justifique sua resposta.
Espera-se que os estudantes percebam que os números mostrando a desigualdade entre brancos e pretos
e o descaso pela vida dos negros, como o que aconteceu com o assassinat o de George Floyd p or um
policial branco, desencadearam os protestos e à destruição das estátuas de homens que rep resentam o
contexto da escravidão.

15) Depois de fazer esse breve mergulho no assunto, o que pensa da destruição dos
monumentos? Concorda com o prefeito de Bristol, Inglaterra, em colocar a estátua de
Edward Coston em museu para preservar a história, que é mesma posição do Jornal
Acontece Aqui?

Mostre seu posicionamento para seus colegas. Não importa se, como os manifestantes, é
favorável à destruição desses monumentos, ou se é contra. O importante é que selecione
seus argumentos e os apresente à turma.

Sugere-se promover o debate, considere as posições dos estudantes, qualquer que seja ela,
instigue-os a argumentar. Os argumentos favorecem discussão. Se for preciso e possível,
ajude-os a buscar outras informações sobre o assunto.

Atividade 2 A crônica e o preconceito no dia a dia

Velhos amigos
Cristiane Alves de Oliveira

Era pra ser uma segunda-feira como todas as outras – mas ontem eu perdi o
emprego. Sempre ouvi dizer que as pessoas ficavam tensas na sexta-feira, dia comum de se
ficar desempregado. E nem sonhava em ser demitido. Esse lance de ir pro olho da rua?
Comigo não! Sabe por que eu falo isso? Explico. Pensa num funcionário exemplar:
primeiro a chegar e último a sair. Raramente faltava. Assiduidade pra dar e vender. Outra
coisa: cursos? Fazia todos. Inglês? Fiz e fiz dos bons, pois a empresa em que eu trabalhava
mexia com exportação.

35
Sabe, foram anos, anos de dedicação. O que me levou a ficar amigo íntimo do chefe,
a frequentar sua casa. Muitas festas, muitos churrascos. Conhecia todos os seus amigos.
Foram quase 20 anos de convivência.
Nesta última festa, para minha surpresa, reencontrei um velho amigo meu. Negro,
estudamos juntos. Nunca mais o vira. Suspeitei até que morasse em outra cidade. Por
circunstâncias da vida nos separamos. Bons tempos foram aqueles do colégio. Não sei
exatamente o motivo, mas imaginei que meu velho amigo estaria ali trabalhando.
Não hesitei. Me aproximei, cumprimentei-o de forma efusiva:
- Nossa, há quanto tempo!
Não dei tempo pra ele falar e disparei:
- Por acaso você está trabalhando na festa?
Na segunda-feira de manhã, a carta de demissão estava assinada na minha mesa.
Meu velho amigo era o mais novo sócio da empresa. Morava há mais de vinte anos no
exterior. Seu inglês? Deve beirar a perfeição!
Texto elaborado por Cristiane Alves de Oliveira para SP Faz Escola 8º ano EF 4º bim. de 2019. (adaptado)

1) Após a leitura do texto, responda:

a) O texto Velhos amigos e os outros textos que você leu, nesta sequência de
atividades, tratam da mesma temática? Explique.
Espera-se que o estudante perceba que os textos, de uma f orma global, tratam da relação, da
convivência entre pessoas brancas e negras.

b) No texto, a personagem central se considera um funcionário exemplar. Quais são os


motivos que a fazem pensar dessa forma? Qual a sua opinião sobre esse
pensamento do funcionário?
É importante perceber o movimento que o enunciado exige: a retomada do texto, para que s e pos sa
identif icar, de f orma explícita, os motivos pelos quais o narrador personagem considera ser um
f uncionário exemplar: é o primeiro a chegar e o último a sair do serviço, muito dedicado ao serviço, era
assíduo, fazia todos os cursos propostos pela empresa, principalmente os cursos de inglês.
Quanto ao segundo questionamento, a resposta é pessoal, mas espera-se que os estudantes
percebam que há outros pontos importantes que são levados em consideração numa empresa (e não
só numa empresa), como, por exemplo, o relacionamento entre os funcionários, como se tratam.

2) Retome o texto e responda:

36
a) O que faz com que as pessoas normalmente fiquem tensas?
Conf orme o texto, o fato de pressentir que se vai perder o emprego, para muitas pessoas é um motivo de
tensão.
Prof essor, instigue os estudantes a manif estarem as opiniões deles com justif icativas. É uma
oportunidade para se posicionarem.

b) Por que a personagem afirma ser esta a última festa da qual irá participar na casa do
chefe?
Espera-se que os estudantes percebam que os f atos narrados estão estritamente encadeados, a
começar pela informação inicial de que a personagem havia perdido o emprego. Nesse sentido, as aç ões
subsequentes giram em torno da demissão, que vai ocorrer em decorrênc ia da f est a, em que es tarão
presentes a personagem central e o amigo de longa data e esse encontro propiciará toda uma reflexão em
torno do preconceito racial.

c) A literatura, muitas vezes, faz denúncia; promove entretenimento, fantasia,


escapismo etc. Tendo como base suas leituras, interprete essa passagem do texto,
socializando-a em duplas ou trios: “Não sei exatamente o motivo, mas imaginei que meu
velho amigo estaria ali trabalhando”.

Para responder a essa questão, sugere-se, inicialmente, uma discussão em duplas ou trios e depois, uma
discussão mais ampla. Importante intermediar as ref lexões c om os estudantes no sentido de que o
preconceito é uma marca histórica e que merece repúdio. Percebe-se claramente, ness a passagem do
texto, que, para muitas pessoas, o lugar social do negro sempre deve s er inf erior ao d os branc os e,
justamente por essa ideia, a personagem só poderia estar ali a trabalho e não como convidado.

d) Em sua opinião, quem eram os verdadeiros amigos no texto?

Resposta pessoal. Relevante salientar a relação que existe entre o chef e e o negro, pois as duas
personagens acabam tornando-se sócias da empresa.

e) Você concorda com o desfecho da história? Justifique.

Resposta pessoal. Professor, é importante salientar que, com a atitude tomada, a empresa d eixou clara
sua política de não permitir manifestações de racismo ou preconceito, como a que narrador p ersonagem
mostrou quanto ao lugar social que um negro deve ocupar na sociedade.

37
Atividade 3 – A língua na construção do texto

1) Observe algumas frases retiradas do texto.


“Era pra ser uma segunda-feira como todas as outras – mas ontem eu perdi o emprego”.
“Não sei exatamente o motivo, mas imaginei que meu velho amigo estaria ali trabalhando.
“[...] primeiro a chegar e último a sair”.
“Fiz e fiz dos bons, pois a empresa em que eu trabalhava mexia com exportação”.

As conjunções destacadas indicam uma relação entre as orações. Indique a relação


estabelecida por
a) mas: oposição.

b) e: adição.

c) pois: explicação.

2) O que aconteceria se nos períodos:


a) “Era pra ser uma segunda-feira como todas as outras – mas ontem eu perdi o
emprego”, mas fosse substituído por pois?

b) “Fiz e fiz dos bons [...]”, e fosse substituído por mas

Em ambos os casos, o sentido das frases ficaria comprometido, ficaria sem coerência.

As conjunções estabelecem relações entre as orações, cumprindo dessa forma, um


importante papel na coerência e coesão do texto.

3) As palavras em destaque, das frases abaixo, pertencem à classe gramatical dos


substantivos. No caso em questão, esses substantivos estão acompanhados por palavras
ou expressões que os caracterizam de um modo especial. Nessa linha de raciocínio,
analise as expressões abaixo:
Este é um funcionário.
Este é um funcionário exemplar.
Um velho amigo meu.
Meu velho amigo.
38
Velhos amigos.
Um amigo velho.

A partir desse conjunto de expressões, pode-se observar uma intencionalidade ao contrapor-se o s d ois
primeiros enunciados; dizer que “este é um funcionário” não é o mesmo que dizer que “este é um
funcionário exemplar”. O sentido conferido ao substantivo funcionário é particularizado quando se utiliza
o adjetivo exemplar. Da mesma forma, o substantivo amigo é modificado pelo sentido que lhe é conferido
pelo uso do adjetivo velho(s), do pronome meu e do artigo indefinido um. Cumpre destacar, também, que
a posição do adjetivo velho em relação ao substantivo também determina a mudança de sentido.

4) Há diferença de sentido nas frases abaixo? Explique sua resposta.


Este é apenas um funcionário.
Este é um funcionário exemplar.
Sim. Na primeira frase, há apenas a informação de que alguém é funcionário; na segunda, inf orma que o
f uncionário serve de exemplo aos demais.

5) A personagem que perde o emprego utiliza duas vezes a expressão: “um velho amigo
meu” e “meu velho amigo”. Localize-as e explique se as duas formas têm o mesmo
sentido, de acordo com a passagem do texto em que estão localizadas.

“Um velho amigo meu” - O narrador personagem informa que a pessoa que encontrou na festa era s eu
amigo de longa data. “Nesta última festa, para minha surpresa, reencontrei um velho amigo meu”.
“Meu velho amigo” - O narrador informa que no passado, a pessoa foi sua amiga, já não é mais . “Meu
velho amigo era o mais novo sócio da empresa”.

Atividade 4 – Produção de texto

Com base no que foi visto nessas duas sequências de aprendizagem, em dupla, vocês
construirão uma resenha.
Resenha é um gênero textual que tem por fim analisar um texto e escrever sobre ele. Pode
ser publicado na mídia impressa e digital. Geralmente, a resenha apresenta um ponto de
vista do autor sobre o texto que está analisando.

O texto a ser resenhado é o Texto 2 (o cartaz com o slogan “Agora Sim!”).


Um pequeno roteiro para escrever a resenha.

39
✓ Apresentação da obra.
✓ No início do texto, apresente o nome do autor da obra, ano da publicação e outras
informações bibliográficas.
✓ Introdução.
✓ Sobre o que trata a obra analisada? Qual o objetivo do autor?
✓ Apresente o conteúdo.
✓ Conte com suas palavras o que traz a obra.
✓ Análise crítica.
✓ Chegou a hora de fazer a análise crítica: não se esqueçam, opiniões devem ter
embasamento. Justifique-as a partir de exemplos concretos.

Atividade 5 – Divulgação do texto


Um texto precisa ser lido.
Depois de fazer a revisão de língua, das ideias, dos exemplos citados, não se esqueçam da
publicação de forma impressa (jornal da escola, mural) e/ou digital (blogs, revistas digitais,
redes sociais).

40
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 – O olhar para fatos que acontecem por perto.

Nesta Situação de Aprendizagem, você desenvolverá atividades de leitura, de escrita, de


oralidade, voltadas aos textos jornalísticos. Veja, a seguir, algumas habilidades, entre outras,
que começaremos a desenvolver.

EF89LP02 - Analisar, ética e EF89LP11C - Editar peças e


criticamente, diferentes
práticas sociais frente aos campanhas publicitárias.
gêneros da cultura digital
(meme, gif, comentário,
charge, curtida, post, blog,
entre outros) envolvidos no
trato com a informação e
opinião, de forma a EF69LP41 - Usar
possibilitar uma presença adequadamente ferramentas
mais crítica e ética nas de apoio a apresentações
redes. orais, escolhendo e usando
tipos e tamanhos de fontes
que permitam boa
EF69LP40 - Analisar, em gravações de visualização, topicalizando e/
dif erentes gêneros orais de apresentação
a construção composicional –, os ou organizando o conteúdo EF89LP13B - Aplicar as
elementos paralinguísticos e c inésicos, em itens, inserindo de forma entrevistas com vistas à
para melhor perf ormar apresentações adequada imagens, gráficos, compilação e à análise de
orais no campo da divulgação do respostas coletadas.
tabelas, formas e elementos
conhecimento. gráficos, dimensionando a
quantidade de texto (e
imagem) por slide, usando
EF89LP13A - Planejar (para progressivamente e de
pessoas locais: colegas, forma harmônica recursos
prof essores, pai, mãe, por mais sofisticados como
exemplo) entrevistas sobre f atos efeitos de transição, slides
de relevância cotidiana.
mestres, layouts
personalizados etc.

Práticas de Linguagem
.EF89LP11A - Produzir
peças e campanhas
▪ Leitura publicitárias (cartaz, banner,
▪ Oralidade indoor, folheto, panfleto,
▪ Produção de Texto anúncio de jornal/revista,
▪ Análise Linguística/Semiótica
para internet, spot,
propaganda de rádio, TV, por
exemplo).
41
Atividade 1 O que podem dizer os memes

Você, com certeza, já ouviu falar em memes. Vamos relembrar o conceito desse gênero
textual?
Memes – Trata-se de um objeto digital que carrega uma ideia e se espalha rapidamente pela
internet (viralização), alcançando muita popularidade.
Para que um objeto virtual qualquer se torne um meme, é necessário que utilize de
algum elemento que seja muito conhecido (pessoa ou personagem, trecho de música, foto,
objeto, vídeo etc.). Assim, ele é transformado, inserindo uma frase ou qualquer outro
elemento, e, posteriormente, divulgado.

1. Observe o meme e responda às questões abaixo.

Imagem criada por Mara L. David e Katia R. Pessoa especialmente para esta atividade.

42
a) A composição desse meme segue a definição dada? Justifique.

Sim, trata-se da foto de um piano, mais precisamente de suas teclas com frases pronunciadas por elas.
Professor, solicite aos estudantes que insiram no Caderno do Estudante: Justifique.

b) Há um jogo de cores preta e branca. Como isso acontece?


As duas teclas branca e preta estão personalizadas e têm fala. A tecla negra tem s ua f ala em um b alão d e
f undo branco; branca, o contrário, sua fala está em um fundo preto.

c) Qual a relação do texto não verbal com o texto verbal “Nós vivemos em harmonia e
produzimos maravilhas!”?
As teclas do piano brancas e pretas vivem harmoniosamente, sem qualquer diferença e juntas, se tocadas por
pianistas, produzem músicas.

d) Em “Não tem problema se vocês nos plagiarem!” O que é plágio? Por que não teria
problema?
Plágio é o ato de se apropriar indevidamente de uma produção artística ou intelectual de o utra p essoa, sem
autorização e assumindo a autoria.
Não teria problema porque as teclas não se importam se as pessoas brancas e negras as copiarem e viverem
harmoniosamente como elas vivem no teclado do piano.

Professor, lembre o estudante de que o ato de plagiar é crime. Está no artigo 184 do Código
Penal: “Violar direitos de autor e os que são conexos”. A pena prevista é detenção de três
meses a um ano, ou multa.

e) Como esse meme dialoga com a proposta do slogan “AGORA SIM!” presente no cartaz
de em 1888 (Situação de Aprendizagem 2, Atividade 1)?
Ambos estão propondo a harmonia, a igualdade entre pessoas brancas e negras.

f) Abaixo das teclas do piano, há outras imagens acompanhadas de números, o que


representam quando aparecem não só nesse contexto, como em todos em que
aparecem?

São duas mãos; uma está representando o sinal de positivo, que, convencionalmente, é apontar o polegar
para cima; outra, com o polegar apontando para baixo, representa o sinal negativo. No mundo digital, são
emojis, expressão de origem japonesa composta pela união dos elementos e (imagem) e moji (letra). O sinal
43
positivo indica a aprovação ou consentimento de uma ideia ou opinião, ou seja, “curti” isso que eu vi, é um
“like” (gosto). O sinal negativo indica o contrário, “não curti”, “dislike” (não gosto).

g) Nesse contexto, o que significam esses emojis acompanhados dos números?


Significam que 134 pessoas concordam com as mensagens propost as no meme. 6 p essoas não
concordam com as mensagens.

h) De acordo com o que foi visto até o momento, o que se pode interpretar com a
imagem indicando o sinal negativo?
Indicam que seis pessoas não concordam com a ideia de que brancos e negros vivam em harmonia,
com a igualdade entre brancos e negros.

Essa imagem do meme foi inspirada na música Ebony and Ivory, lançada em 1982, gravada
por Paul McCartney (inglês e autor da música) e por Stevie Wonder (cantor e compositor
norte-americano). O compositor da música, por sua vez, declarou que fez a canção, após ter
ouvido do irlandês Spike Milligan (roteirista, escritor, comediante, jornalista, ator, poeta e
músico) a seguinte frase: "notas pretas, notas brancas, e você precisa tocar as duas pra
fazer harmonia, gente!" Para mais informações, pode acessar o site:
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Ebony_and_Ivory>. Acesso em: 23 jun. 2020). Para ouvir a
música: <https://www.letras.mus.br/paul-mccartney/78368/traducao.html>. Acesso em: 23
jun. 2020.

Atividade 2 – Conhecendo um pouco mais sua realidade

Você já deve ter ouvido que, no Brasil, não há preconceito racial. Muitas pessoas
declaram que não são preconceituosas, pois têm um amigo negro e/ou já namorou uma
pessoa negra. Em pesquisa realizada pelo IBOPE em 2017, só dois em cada dez brasileiros
se reconheciam preconceituosos. (Para mais informação verificar: IBOPE, 71% da
população da região sul assume que já fez algum comentário preconceituoso. Disponível
em: <https://www.ibopeinteligencia.com/noticias-e-pesquisas/71-da-populacao-da-regiao-sul-
assume-que-ja-fez-algum-comentario-preconceituoso/>. Acesso em: 23 jun. 2020).

44
1) Você já presenciou alguma cena de racismo ou preconceito? E/ou foi alvo de
preconceito ou de racismo? Como se sentiu?

2) Considerando a realidade da sua escola, do seu bairro e da sua cidade e com base em
suas percepções e/ou vivência sua você considera que há preconceito e racismo?
Comente.

3) Para confirmar ou mudar suas impressões, reúna-se em grupo para entrevistar


pessoas, a fim de verificar se elas já passaram por algum tipo de preconceito. Planeje a
entrevista. Pode ser colegas, professores, funcionários da escola, pai, mãe, irmão,
vizinhos.

4) Concomitante às entrevistas, sugere-se pesquisar notícias em jornais de sua cidade, de


seu bairro ou de sua comunidade com fatos relacionados ao racismo e preconceito.

Etapa 1
a) Selecione quem será entrevistado.
b) Formule as questões.
c) Grave a entrevista (se possível), tome notas.
d) As entrevistas não precisam necessariamente ser presenciais, podem ser feitas por e-
mail, Whatsapp, por gravação em áudio, por outros recursos apropriados.

Professor, oriente os estudantes para elaborarem questões pertinentes às pessoas


selecionadas. É outro estudante? (levar em conta sua idade, onde estuda) É um jovem?
É um adulto?

Etapa 2
a) Compile as respostas dos entrevistados; se for possível, pode ser feita uma tabela,
para melhor visualização.
b) Analise as respostas.

45
Atividade 3 - Produção de textos

a) Com os dados recolhidos, elaborem gráficos, tabelas, formas e elementos gráficos,


harmonizando a quantidade de texto (e imagem) por slide.

b) Escolham tipos e tamanhos de fontes que permitam boa visualização usando tipos de
fontes que permitam boa visualização.

c) Se for possível, usem recursos mais sofisticados como efeitos de transição, slides
mestres, layouts personalizados.

d) Independentemente do resultado obtido pelas entrevistas sobre o preconceito e


racismo, cada grupo vai elaborar campanha de conscientização sobre o preconceito e
o racismo, visando a uma relação harmoniosa e igualitária entre as pessoas da
comunidade. Que o slogan “AGORA SIM!” do cartaz analisado e a proposta das teclas
do piano do meme estudado, sejam uma realidade.

e) Produzam peças e campanhas publicitárias para o combate do racismo (cartaz,


banner indoor, panfleto, memes), a serem fixadas na escola, no jornal da escola (se
houver), e/ou no blog e/ou na página da escola em rede social.

Atividade 4 - Apresentação do trabalho

Com os dados obtidos na entrevista e registradas nos diversos tipos de texto (gráficos,
tabelas, slides), é a hora de mostrar o trabalho feito.
As apresentações podem ser feitas em sala de aula (se isso for possível) ou em um
espaço da escola, a fim de que a comunidade esteja presente, ou ainda, com todas as
possibilidades que o mundo digital pode proporcionar, também elas poderão acontecer por
meio das mídias digitais.
No momento das apresentações, prestem atenção no ritmo da fala, nas pausas, no
movimento do corpo e nas expressões faciais. Itens importantes para prender a atenção
dos espectadores.

46
Preparem um texto para apresentação desse trabalho (não deixem de seguir o que têm
aprendido no estudo da língua, sejam as normas gramaticais, seja a linguagem a ser
empregada, no caso, a linguagem formal, adequada a esse contexto).
Sugestão do conteúdo:
✓ Como surgiu a ideia de fazer o trabalho e seu objetivo.
✓ O percurso da elaboração (a formação dos grupos, a escolha das pessoas a serem
entrevistadas).
✓ O trabalho após as entrevistas.
✓ As descobertas encontradas, se houve algum momento impactante, o que chamou
atenção.
✓ A importância da conscientização de lutar contra o racismo e o preconceito.
A campanha de combate ao racismo pode ser lançada, utilizem peças publicitárias
feitas.

47
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4 – Representar, por que não?
Nesta Situação de Aprendizagem, você desenvolverá atividades de leitura, de escrita, de
oralidade voltadas a diferentes gêneros textuais, como contos, crônicas e textos dramáticos.
Veja, a seguir, algumas habilidades que iremos desenvolver.

entre outros,

constituintes estruturais e recursos expressivos típicos dos gêneros narrativos pretendidos, e, no caso de

produção em grupo, ferramentas de escrita

EF89LP34A EF89LP34B
Analisar a organização de text o s Identif icar em textos
dramáticos. dramáticos os sentidos
EF69LP52 decorrentes dos recursos
linguísticos e semiót ic os
Representar cenas ou que sustentam sua
textos dramáticos, realização.
considerando, na
EF69LP53 caracterização dos
personagens, os
Ler em voz alta textos literários
diversos, bem como leituras aspectos linguísticos
orais capituladas e paralinguísticos das
(compartilhadas ou não com o falas (timbre e tom de
professor) de livros, voz, pausas e
contar/recontar histórias tanto
da tradição oral, quanto da
hesitações,
tradição literária escrita, entonação e
expressando a compreensão e expressividade,
interpretação do texto por meio variedades e registros
de uma leitura ou fala EF89LP35
linguísticos), os
expressiva e fluente, gravan do
essa leitura ou esse gestos e os Criar contos ou crônicas,
conto/reconto, seja para anális e deslocamentos no minicontos, narrativas de
posterior. espaço cênico, o aventura e de f icção científ ica,
figurino e a entre outros, com temáticas
maquiagem e próprias ao gênero, us ando os
elaborando as conhecimentos sobre os
rubricas indicadas constituintes estruturais e
pelo autor por meio recursos expressivos típicos dos
gêneros narrativos pretendidos,
do cenário, da trilha
e, no caso de produção em
sonora e da
grupo, f erramentas de escrita
exploração dos colaborativa.
modos de
interpretação.

Práticas de Linguagem
▪ Leitura
▪ Oralidade
▪ Produção de Texto
▪ Análise Linguística/Semiótica

48
Atividade 1 – O texto dramático em cena

Texto dramático é escrito para ser representado. Há uma comunicação direta entre as
personagens (predomina o discurso na segunda pessoa, as personagens estão falando
com outra personagem, ou com o público). No teatro greco-romano, as cenas que não
eram levadas ao palco, eram contadas ao público por um coro. O texto dramático, uma
vez que é representado, requer outros recursos além do discurso direto: entoação de
voz dos atores, expressão corporal. Também, elementos que estão fora do ator como o
espaço cênico, a sonoplastia e a iluminação.

QUEM CASA, QUER CASA


Martins Pena

Provérbio em 1 ato
PERSONAGENS
NICOLAU, marido de
FABIANA, mãe de
OLAIA e
SABINO
ANSELMO, pai de
EDUARDO, irmão de
PAULINA
Dois meninos e um homem

A cena passa-se no Rio de Janeiro, no ano de 1845.

ATO ÚNICO
Sala com uma porta no fundo, duas à direita e duas à esquerda; uma mesa com o que é
necessário para escrever-se, cadeiras etc.

CENA I

49
PAULINA e FABIANA. PAULINA junto à porta da esquerda e FABIANA no meio da sala
mostram-se enfurecidas.
PAULINA, batendo o pé – Hei de mandar!...
FABIANA, no mesmo – Não há de mandar!
PAULINA, no mesmo – Hei de e hei de mandar!...
FABIANA – Não há de e não há de mandar!...
PAULINA – Eu lhe mostrarei. (Sai.)
FABIANA – Ai, que estalo! Isto assim não vai longe....... Duas senhoras a mandarem em
uma casa.... é o inferno! Duas senhoras? A senhora aqui sou eu; esta casa é de meu
marido, e ela deve obedecer-me, porque é minha nora. Quer também dar ordens; isso
veremos...
PAULINA, aparecendo à porta – Hei de mandar e hei de mandar, tenho dito! (Sai.)
FABIANA, arrepelando-se de raiva - Hum! Ora, eis aí está para que se casou meu filho, e
trouxe a mulher para a minha casa. É isto constantemente. Não sabe o senhor meu filho
que quem casa quer casa... Já não posso, não posso, não posso! (Batendo com o pé.) Um
dia arrebento, e então veremos! (Tocam dentro rabeca.) Ai, que lá está o outro com a
maldita rabeca... É o que se vê: casa-se meu filho e traz a mulher para minha casa.... É uma
desavergonhada, que se não pode aturar. Casa-se minha filha, e vem seu marido da
mesma sorte morar comigo... É um preguiçoso, um indolente, que para nada serve. Depois
que ouviu no teatro tocar rabeca, deu-lhe a mania para aí, e leva todo o santo dia – vum,
vum, vim, vim! Já tenho a alma esfalfada. (Gritando para a direita:) Ó homem, não deixarás
essa maldita sanfona? Nada! (Chamando:) Olaia! (Gritando:)
Olaia!

CENA II
OLAIA e FABIANA
OLAIA, entrando pela direita - Minha mãe?
FABIANA – Não dirás a teu marido que deixe de atormentar-me os ouvidos com essa
infernal rabecada?
OLAIA – Deixar ele a rabeca? A mamãe bem sabe que é impossível!
FABIANA – Impossível? Muito bem!...
OLAIA – Apenas levantou-se hoje da cama, enfiou as calças e pegou na rabeca – nem
penteou os cabelos. Pôs uma folha de música diante de si, a que ele chama seu Trêmolo de
50
Bériot, e agora verás – zás, zás! (Fazendo o movimento com os braços.) Com os olhos
esbugalhados sobre a música, os cabelos arrepiados, o suor a correr em bagas pela testa e
o braço num vaivém que causa vertigens.

[...]
PENA, Martins. Quem casa, quer casa. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000146.pdf>.
Acesso em: 27 jun. 2020. p. 1, 2. (adaptado)

1) O texto dramático, antes de ser representado, é escrito. O autor deixa no texto marcas
que servem de orientação para o texto ser encenado. Indique os elementos que se
referem
a) ao espaço cênico: (sugestão) “PAULINA junto à porta da esquerda [...]”.
b) à expressão corporal dos atores: (sugestão) “PAULINA, batendo o pé – [...]”.
c) à entonação de voz dos atores: (sugestão) “[...] Gritando para a direita:[...]”.

As informações no texto para indicar a entonação de voz, os gestos e movimentos dos


atores são chamadas de rubricas, elas podem vir entre colchetes ou de outra forma que se
diferencie do texto a ser encenado. No texto Quem casa, quer casa, elas estão em itálico.

Atividade 2 – Representar é preciso

1) Agora, sua classe deverá:


a) Formar grupos, não há necessidade de ser feito presencialmente, a formação do
grupo, a leitura inicial do texto, o ensaio da leitura dramatizada e a gravação poderão ser
feitos on-line.
b) Escolher um texto para ser representado (poderá ser um texto escrito para o teatro ou,
se preferir, adaptar um texto, como o visto na Sequência de Aprendizagem 2, Velhos
Amigos. Não se esquecer de fazer todas as marcações necessárias.
c) Eleger colegas para atuarem como personagens principais e secundárias.
d) Selecionar um colega para ser o narrador.
e) Ensaiar a apresentação.

51
2) O texto será representado, portanto será necessário considerar outros elementos:
a) Caracterização das personagens (figurino).
b) Aspectos linguísticos e paralinguísticos das falas (timbre, entonação, pausas,
hesitações, tom de voz, expressividade, variedades e registro linguístico).
c) Os gestos e os deslocamentos no espaço cênico, o figurino, a maquiagem.
d) Realizar as rubricas indicadas pelo autor do texto por meio do cenário, da trilha
sonora e da exploração dos modos de interpretação.

Atividade 3 – Ler, contar recontar


leitura ou esse conto/reconto, seja para análise

Um poema, uma crônica, um conto, uma fábula, uma lenda, histórias de folclore, um
romance são exemplos de textos literários. Você terá a liberdade de escolher um desses
gêneros textuais. Quando a escolha for feita, procure entender o motivo dela. O texto lhe
fez lembrar-se de algo? Foi o assunto tratado pelo autor? Foi a maneira de como ele
escreveu? Foi devido ao som das palavras? Do ritmo proporcionado por elas? Elas,
também, podem ter sido feitas por textos que romperam com suas expectativas, que
representaram um desafio em relação ao que você já leu. Separados os textos, compartilhe
a escolha com os colegas.
Em seguida, deve-se preparar (em grupo) a leitura deles em voz audível. Para
incrementar a leitura, o grupo deverá fazê-la de forma expressiva, com diversas entonações
(o que implica na compreensão do texto) e de forma fluente. No caso de um romance,
poderão escolher uma ou duas páginas.
Um conto, ou romance (as páginas escolhidas) por exemplo, poderão ser lidos por
duas ou mais pessoas, diferenciando as vozes das personagens e do narrador; já um
poema poderá ganhar contornos musicais. São inúmeras possibilidades.

Sugestões:
1- Textos com estrutura narrativa: façam um ensaio de leitura e, depois, transformem-
nos em podcasts.
2- Poemas: além do podcast, é possível musicá-los (pensem, por exemplo, na
organização de um grupo musical).

52
Atividade 4 – Produção de textos

Depois de mergulhar na leitura de textos literários, chegou a sua vez de criar: contos ou
crônicas, narrativas de aventuras ou de ficção científica.
É necessário considerar:
a) Os temas próprios ao gênero.
b) Os constituintes e recursos expressivos típicos dos gêneros narrativos pretendidos.
c) A produção poderá ser feita em grupo, se não for possível presencialmente, você e seus
colegas podem combinar como será feita: por e-mail, Whatsapp, por gravação em áudio
ou por recursos que acharem pertinentes.

Atividade 5 – Divulgue seu texto

É hora de expor sua produção. Abaixo, há algumas possibilidades para divulgação.


Lembrando que, muitas vezes, o gênero de texto produzido condiciona o meio onde ele vai
circular. Você pode escolher uma das possibilidades abaixo, qual seria a melhor
dependendo do gênero de seu texto ou escolher uma outra mais conveniente.

• Revista digital (para criar a revista, você poderá utilizar a ferramenta Scoop it.
<https://www.scoop.it/>. Acesso em: 26 mar. 2020).

• Blog.

• Podcast.

• Revista eletrônica, como, por exemplo, uma e-zine.

• Mural da escola ou da sala de aula.

• Jornal da escola.

53
Referência Bibliográfica

BECHARA, E. Moderna Gramática Portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 1999.

CUNHA, C. F. da. Gramática da Língua Portuguesa. 10. ed. Rio de Janeiro: FAE, 1984.

KOCH, Ingedore; ELIAS, V. M. Ler e Escrever estratégias de produção textual. São Paulo:
Contexto, 2009.

________. Ler e Compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2009.

Sites Pesquisados

<https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-
humanos#:~:text=Agora%20portanto%20a%20Assembleia%20Geral,ensino%20e%20da%20e
duca%C3%A7%C3%A3o%2C%20por>. Acesso em: 15 jun. 2020.
<https://educamidia.org.br/>. Acesso em: 20 jul. 2020.
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 26 jun. 2020.

<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000068.pdf>. Acesso em: 23 jun. 2020.


<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Cartaz_de_1888_comemorativo_a_Aboli%C3%A7%C
3%A3o_da_Escravid%C3%A3o_no_Brasil.jpg>. Acesso em: 29 jul. 2020.
<https://www.letras.mus.br/hinos/hino-da-proclamacao-da-republica/>. Disponível em: 23 jun.
2020.
<https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-
noticias/noticias/21206-ibge-mostra-as-cores-da-desigualdade>. Acesso em: 23 jun. 2019.
<https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-
noticias/noticias/22842-acesso-a-educacao-ainda-e-desigual>. Acesso em: 23 jun. 2019.
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Ebony_and_Ivory>. Acesso em: 23 jun. 2020.

<https://www.letras.mus.br/paul-mccartney/78368/traducao.html>. Acesso em: 23 jun. 2020.

<https://www.ibopeinteligencia.com/noticias-e-pesquisas/71-da-populacao-da-regiao-sul-
assume-que-ja-fez-algum-comentario-preconceituoso/>. Acesso em: 23 jun. 2020.
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000146.pdf>. Acesso em: 27 jun. 2020.
<https://www.scoop.it/>. Acesso em: 26 mar. 2020.

54
Créditos
6º ano – Lucifrance Elias Carvalhar,
7º ano -: Marcia Aparecida Barbosa Corrales
8º ano – Mara Lucia David
9º ano – Katia Regina Pessoa.

55
SP FAZ ESCOLA
CADERNO DO PROFESSOR

LÍNGUA PORTUGUESA

ENSINO FUNDAMENTAL – 9º ANO

VOLUME 4
Olá!

As Situações de Aprendizagem que você desenvolverá neste


material pretendem trabalhar habilidades relacionadas às práticas de:

leitura;
oralidade;
produção textual;
análise linguística/semiótica.

Essas práticas, por sua vez, estão articuladas a alguns campos de


atuação social:

o da vida pública;
o das práticas de estudo e de pesquisa;
o da arte e da literatura;
o do jornalístico/midiático.

Utilize este material como parte de seus estudos, associando-o a


outros que venham a complementar sua jornada no campo do
conhecimento.

Equipe Pedagógica de Língua Portuguesa

Desenho de Lívia Maria dos Santos Amaral -12 anos - 6º ano - E.E. Comendador Antônio Figueiredo Navas,
Lins, SP 1
SUMÁRIO

Situação de aprendizagem 1
Texto literário e suas possibilidades de análise

Situação de aprendizagem 2
Das impressões, dos contextos vividos ao surgimento de textos que organizam
condutas sociais

Situação de aprendizagem 3
Uma atitude solidária

Situação de aprendizagem 4
As políticas e sua importância social

Sites pesquisados

2
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 – Texto literário e suas possibilidades de
análise

Esta Situação de Aprendizagem (SA) tem como foco fazer com que o estudante
compreenda textos de gêneros variados, analise a forma composicional desses
gêneros, selecionando estratégias de leitura adequadas aos diferentes contextos de
circulação.
Veja, a seguir, algumas habilidades, entre outras, que começaremos a desenvolver:

Mapa cognitivo de aprendizagem

EF69LP07B - Produzir textos em


dif erentes gêneros, considerando sua
adequação ao contexto de produção
e circulação.

EF69LP53 - Ler em voz alta


textos literários diversos, bem
como leituras orais capituladas
EF69LP08 - Revisar/editar o texto
EF69LP31 - Utilizar (compartilhadas ou não com o produzido, tendo em vista sua
pistas linguísticas para professor) de livros, adequação ao contexto de produção,
compreender a
hierarquização das contar/recontar histórias tanto a mídia em questão, características
da tradição oral, quanto da do gênero, aspectos relativos à
proposições,
textualidade, a relação entre as
sintetizando o conteúdo tradição literária escrita, dif erentes semioses, a f ormatação e
dos textos. expressando a compreensão e uso adequado das f erramentas de
interpretação do texto por meio edição (de texto, f oto, áudio e vídeo,
de uma leitura ou fala dependendo do caso) e adequação à
expressiva e fluente, gravando norma culta.
essa leitura ou esse
conto/reconto, seja para análise
posterior. EF69LP51- Engajar-se ativamente
nos processos de planejamento,
EF69LP24A - Discutir casos, reais ou textualização, revisão/ edição e
simulações, submetidos a juízo, que reescrita, tendo em vista as restrições
envolvam (supostos) desrespeitos a temáticas, composicionais e
artigos do ECA, do Código de Defesa estilísticas dos textos pretendidos e
do Consumidor, do Código Nacional as configurações da situação de
de Trânsito, de regulamentações do produção – o leitor pretendido, o
mercado publicitário entre outros, suporte, o contexto de circulação do
como f orma de criar f amiliaridade texto, as f inalidades etc. – e
com a leitura e análise de textos considerando a imaginação, a estesia
legais e a verossimilhança próprias ao texto
literário.
Práticas de Linguagem

▪ Leitura
▪ Oralidade
▪ Produção de Texto
▪ Análise Linguística/Semiótica

3
Atividade 1 – Ensaios de leitura literária

Sugere-se discutir com os estudantes que, muitas vezes, as narrativas são


categorizadas por idade, mas isso não significa que elas não possam ser apreciadas
por todos os leitores. O que varia é a história de compreensão de cada um e essa
experiência é bastante particular. Quem tece significados para a leitura é quem lê o
texto com proficiência.
Observa-se, entretanto, que essa concepção não invalida a escolha de bons títulos
literários e a adequação cuidadosa desses títulos às faixas de idade, principalmente
quando estamos lidando com crianças e adolescentes que possuem capitais culturais
diferenciados. Um livro da literatura chamada infanto-juvenil, por exemplo, pode
agradar pessoas de todas as idades, mas um título pensado para um leitor adulto
pode não ter esse mesmo movimento de fruição.
Considera-se que o grau de entendimento da narrativa, que sustenta essa SA, vá além
de meramente classificá-la como pertencente à literatura infantil. Caso verifique que o
estudante deixou passar detalhes que você, como leitor proficiente, observou, utilize
estratégias de leitura para ajudá-los nos insights. Perguntas que envolvam elementos
da narrativa, comparações de alguns acontecimentos com o que atualmente vemos
nas ruas, levantamento de opiniões referentes a aspectos sociais, associações com
outras narrativas literárias que também relatam fome, frio, abandono, não só de
pessoas, mas também de animais, podem enriquecer os processos de construção de
sentidos. Essa expansão de contextos ajuda a ampliar o repertório dos estudantes e
os auxiliará na aquisição de outras experiências com a leitura.

Literatura não é algo para ser estudado só no Ensino Médio. Ela faz parte da nossa
história!

Literatura provém do latim littera, que significa “letra”.


Nossos conhecimentos, no entanto, nos ajudam a dizer que nem tudo que envolve
letra é considerado literatura. Não há como confundir uma bula de remédio, um artigo
de opinião, um poema, um conto, uma história em quadrinhos com uma notícia, por
exemplo. A literatura, de que vamos tratar agora, está ligada ao campo artístico-

4
literário e coabita com contextos sociais, históricos, políticos e culturais diversificados.
Há muito tempo, tem se falado em literatura infantil, infanto-juvenil, adulta. Será,
entretanto, que essa separação deve ser considerada ao pé da letra? Leia o texto a
seguir. Ele está ambientado entre os contos da literatura infantil.

Texto elaborado por Katia Pessoa (especialmente para esse material)

1- Imagine-se fazendo a leitura desse conto em voz alta. Para isso, observe a
condição emocional da personagem, a situação física e o espaço em que ela
se encontra.

A pequena vendedora de fósforos

Estava extremamente frio. A neve caía. A noite chegara, a última noite do ano.
No frio e na escuridão, uma pobre menina, descalça, andava pelas ruas. Por que ela
estava descalça? Ao se desviar de duas carruagens que passavam em alta
velocidade, deixou seus chinelos caírem na rua, chinelos que, por sinal, eram bem
grandes, pois pertenciam a sua mãe. Quando foi recuperá-los, ela não conseguiu
pegar um deles, pois o outro fora apanhado por um garoto que fugiu em disparada,
dizendo que aquilo serviria bem como berço aos filhos quando, algum dia, ele os
tivesse.
A menininha passara a andar descalça. Em um avental velho, carregava vários
pacotes de fósforos e, em uma das mãos, tinha uma dessas caixinhas que oferecia
aos passantes. Ninguém comprou. Não conseguiu um centavo sequer.
Tremendo de frio e de fome, ia se arrastando. Pobre menina! Sua imagem era
desoladora. Os flocos de neve caíam sobre seus longos cabelos louros. Via as luzes
que vinham das janelas das casas. Sentia um cheiro maravilhoso de ganso assado.
Era véspera de Ano Novo.
Em um cantinho próximo à parede de uma casa, sentou-se em cima dos pés
para abrigá-los ao calor do corpo. Não se atreveu a ir para casa, pois não havia
vendido os fósforos e não queria levar bronca por isso. Além do mais, também fazia
frio em sua casa, a família só tinha um teto para proteção, mais nada.
Suas mãos estavam geladas. Precisava se aquecer. Tirou um dos palitos de

5
fósforo da caixinha e riscou-o na parede para acendê-lo. Surgiu uma chama quente e
brilhante, como de uma pequena vela. Abrigou a chama com a mão. Naquele
momento, parecia que estava sentada diante de um grande fogão de ferro, com pés
e maçanetas de bronze. Como estava quentinho e confortável ali! A jovem esticou os
pés para aquecê-los também, mas a pequena chama se apagou, o fogão
desapareceu, sobraram-lhe apenas os restos do fósforo queimado na mão.
Ela então acendeu outro. A luz do fogo batia na parede da casa, deixando-a
transparente como um véu fino, e ela podia ver através desse véu, uma sala com uma
mesa coberta com pano branco como a neve. Sobre a mesa havia um belo e suculento
ganso assado no vapor, recheado com maçãs e ameixas. De repente, como mágica,
a ave pulou do prato e cambaleou pelo chão com uma faca e um garfo espetados em
seu peito, em direção à menina. Naquele instante, porém, o fósforo se apagou e lá
estava a garota novamente diante da parede grossa e fria.
Riscou outro fósforo e a luz a transportou para debaixo de uma bela árvore de
Natal. Era a maior e mais bonita árvore que já vira. Milhares de velas acesas brilhavam
entre os galhos verdes. A menininha estendeu as duas mãos para tocá-la, mas o
fósforo apagou. As luzes de Natal foram subindo, subindo cada vez mais alto. Ela as
via agora como estrelas brilhantes no céu, até que uma delas caiu, formando um fino
risco reluzente de fogo.
"Agora alguém está morrendo", pensou a jovem.
Lembrou-se de sua falecida avó, a única pessoa a quem amava. Ela dizia que,
quando uma estrela cai, uma alma sobe até Deus.
A menina acendeu outro fósforo. Sob o brilho da chama, avistou sua velha avó.
"Vovó!" chorou a criança. "Leve-me com você! Eu sei que você desaparecerá
quando o fósforo apagar. Você desaparecerá como o fogão quente, o maravilhoso
ganso assado e a linda e grande árvore de Natal!".
Desejando manter a avó junto dela, foi acendendo mais um fósforo. Eles deram
chamas tão brilhantes que resplandeciam mais do que a luz do dia, deixando a avó
linda e grandiosa. Ela pegou a netinha em seus braços e as duas voaram muito, muito
alto. Lá em cima não havia frio, nem fome, nem medo – elas estavam com Deus.
No canto, encostada na parede, sentada, estava a menina com um sorriso nos
lábios e as bochechas rosadas. Estava imóvel.
A criança, rígida e fria, segurava alguns fósforos queimados.
"Ela queria se aquecer", disseram as pessoas que por ali passavam.

6
Ninguém poderia imaginar as coisas bonitas que a menina avistara e quão feliz
ela adentrara o Ano Novo com sua tão amada avó.

Tradução livre para a Língua Portuguesa e adaptação de The Little Match Girl, de Hans Christian
Andersen, f eitas pela autora desse material pedagógico. A versão em inglês está disponível em
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co _obra=6113
(acesso em: 19 jun. 2020).

Depois de lida a história, sugere-se retomar o questionamento feito no início da atividade, para
verificar se a opinião direcionada pode ser mudada:
“Há muito tempo, tem se falado em literatura infantil, infanto-juvenil, adulta. Será,
entretanto, que essa separação deve ser considerada ao pé da letra?” Por quê?
As hipóteses podem variar, mas o intuito é considerar flexível a escolha da leitura por
fruição.

2- Há uma maneira para analisarmos nossa leitura audível: uma gravação simples
de voz ou a montagem de um podcast. Essa gravação poderá ser feita
individualmente ou em grupo e o uso pedagógico do celular será bem-vindo.
Para isso, também será necessário organizar a leitura. Como?
- Escolhendo quem fará a leitura do conto (se for em grupo).
- Preparando o aparelho a ser utilizado para a gravação.
- Lendo o texto com atenção à pontuação, à troca de parágrafos, à entonação
da voz.
- Ouvindo o texto gravado.
- Regravando, se for preciso, pois é importante que a leitura fique clara e
fluente.

O produto final da gravação poderá ser repassado a outras pessoas (amigos,


parentes etc.). Utilize as mídias digitais para propagar o trabalho feito. É
possível, inclusive, pedir para que digam o que acharam da mensagem do texto
lido, se a leitura audível apresenta alguma falha, entre outras possibilidades
que podem ser elencadas com a ajuda do professor e dos colegas da sala.

7
Atividade 2 – Ensaios de compreensão e interpretação de um texto

A compreensão e a interpretação do texto “A pequena vendedora de fósforos” serão


iniciadas por meio de algumas estratégias de leitura. Cada tópico a seguir estipula os
movimentos de leitura que colocaremos em estudo. Depois, uniremos as respostas
obtidas em uma produção de texto que envolverá a análise dirigida e as opiniões
formuladas. Fique atento!

1- Leia um exemplo de descrição técnica de um texto.

Texto: “A pequena vendedora de fósforos”


Título em inglês: “The Little Match Girl”
Obra em inglês: disponível na Plataforma do Domínio Público
Autor: Hans Christian Andersen
Texto em português: tradução livre, versão adaptada

2- Preencha o quadro a seguir. Se necessário, retome a leitura do conto.

Elementos básicos da narrativa “A pequena vendedora de fósforos”


Personagem (Quem?) A menina
Local/espaço/ambiente (Onde ocorre?) Nas ruas da cidade
Tempo (Quando ocorre?) Num tempo passado: véspera de Ano
Novo.

Narrador (Está em 1ª ou 3ª pessoa?) 3ª pessoa


Enredo (Qual é a sequência de Uma menina, de idade não
acontecimentos ou ações?) mencionada, anda pelas ruas com o
intuito de vender fósforos em troca de
dinheiro. O dia e a noite frios, o
cansaço e a fome a fazem perder a
vida, depois de tantos esforços para
manter-se aquecida, acendendo todos
os fósforos que pretendia vender.

8
Antes de morrer, teve devaneios que a
conduziram para uma realidade
imaginada, demonstrando que sua
morte, embora trágica, foi feliz.

As respostas podem variar.

3- Indique algumas palavras ou expressões-chave que podem ser relacionadas à


temática do conto. Na primeira linha de cada quadro, há alguns exemplos.

Palavras-chave Expressões-chave
Pobreza Trabalho infantil
Infância Falta de proteção familiar
Sofrimento Descaso social
Desamparo Poder público
Fome Abandono infantil
Sonho Pessoas invisíveis
Frio Falta de oportunidades

As respostas podem variar. É importante incentivar os estudantes a se manterem no


campo semântico que se interliga ao contexto social depreendido da leitura do conto.
Pode-se também pedir que tentem explicar a diferença entre “palavras” e
“expressões”, por meio da observação da escrita dos exemplos. Por que pobreza está
no quadro que elenca “palavras-chave”? Por que “trabalho infantil” está no quadro
referente a “expressões-chave”? Essa dica pode ser útil para trabalhos posteriores de
escrita e de leitura, durante o percurso acadêmico.

Palavra-chave ou expressão-chave, entre outras definições, associa-se a elementos


correspondentes que facilitam a busca por um determinado assunto ou dão as
primeiras pistas a respeito dele. Nesse contexto, temos também as hashtags ou tags.

9
Conceito elaborado por Katia Regina Pessoa (especialmente para esse material)

4- Com relação ao contexto de vida da menina, preencha o quadro a seguir.

Situação social Situação Idade aproximada Perigo que corre


emocional
Menina pobre* Sozinha, Uns 9 anos* Morrer de frio e
desesperada, fome*
confusa*

* Sugestões de respostas

5- Retome a ficha técnica lida na questão 1 as respostas que você deu às


questões de 2 a 4. Tome essas informações como base para dar sequência ao
texto a seguir.

O conto “A vendedora de fósforos”, do autor _________________________, cujo


título em inglês é ______________________________________ traz em seu enredo
a história de uma menina que
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________.
Sua história pode ser comparada à situação de vida de muitas outras crianças. No
Brasil, por exemplo,
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________.

A produção desse texto pode ser utilizada como avaliação da escrita dos estudantes.
Se optar por essa técnica, sugere-se utilizar dois critérios para a montagem da grade
de correção:
1- Linguístico-gramatical.

10
2- Semântico.

Esse trabalho (para entrega ou não) poderá ser feito individualmente ou em dupla.
Se o professor considerar pertinente, é possível pedir uma das escritas aos
estudantes, transcrevê-la na lousa e propor uma revisão coletiva: em primeiro lugar,
pode-se verificar se a ortografia está apropriada; em segundo, se há repetições de
palavras; em terceiro, se há necessidade de adequação entre os parágrafos
(principalmente com relação ao último, que estimula a opinião a respeito de um
aspecto social).
É possível efetuar essa revisão coletiva por meio de projeção; para isso, sugere-se
que os estudantes digitem seus textos. Outra possibilidade de revisão para textos
digitados é o compartilhamento dos trabalhos com o professor (via recursos
computacionais: e-mail, mídias sociais, por exemplo), que pode devolvê-los com
marcas simples de revisão, como a utilização do balão de “Novo Comentário”
(ferramenta “Revisão” do Word), entre outras técnicas.

6- Releia a síntese que você acabou de escrever. Para isso, considere as questões
abaixo:
- Os parágrafos mantêm uma sequência de ideias?
- A pontuação está adequada?
- Há repetição de palavras?
- A letra está legível?

Fique atento! Para verificar se é preciso fazer adequação em textos que você
produz, leia-os em voz alta, marque o que pode ser alterado para posterior ajuste.
Outra dica: peça que um colega faça a leitura do texto e pergunte a ele se há
necessidade de fazer adequações e o que ele sugere para o aprimoramento do
que está escrito.

Essas observações podem ser reiteradas (e ampliadas) no que diz respeito à


aplicação de técnicas de produção de gêneros textuais diversos. Sugere-se montar
com os estudantes uma tabela de critérios de (auto)correção das produções, a fim de
que eles se apropriem de recursos que os auxiliarão na adequação de seus textos,
com maior autonomia.

11
Atividade 3 – Pistas textuais

A- Com relação à escrita

1- Retome o texto “A pequena vendedora de fósforos”. Nele há algumas palavras


destacadas em vermelho. Todas elas se referem à personagem principal do
enredo. Podemos, então, dizer que esse recurso de escrita foi empregado para
evitar repetições da palavra “menina”?
Espera-se que o estudante responda simplesmente “sim”. O objetivo é que eles
se familiarizem com o assunto, nesse primeiro momento.

2- Para verificar a necessidade do uso de outros termos que se referem à palavra


“menina”, leia o trecho a seguir.

Estava extremamente frio. A neve caía. A noite chegara, a última noite do ano. No frio
e na escuridão, uma pobre menina, descalça, andava pelas ruas. Por que a menina
estava descalça? [A menina] Ao se desviar de duas carruagens que passavam em
alta velocidade, [a menina] deixou seus chinelos caírem na rua, chinelos que por sinal
eram bem grandes, pois pertenciam à mãe da menina. Quando [a menina] foi
recuperá-los, a menina não conseguiu pegar um deles, pois o outro fora apanhado
por um garoto [...].

3- Agora, reflita!

Esse bloco tem a finalidade de fazer com que o estudante reflita a respeito de algumas
escolhas feitas, para que a escrita se efetive de forma harmônica. Cada item proposto
a seguir visa à resposta “sim” ou “não”. Os motivos podem ser explorados por meio
de estímulos de conversa, por isso, nesse momento, a intervenção do professor é
importante.

a) As repetições podem tornar a leitura incômoda?


Espera-se que a resposta seja “sim”. O professor poderá incentivar os
12
estudantes a dizerem o motivo do estranhamento.
b) Há necessidade de repetir a expressão “a menina” tantas vezes? Não.
c) Releia o trecho, excluindo todas as expressões “a menina” destacadas em
verde e em cinza. Percebeu a diferença? Espera-se que o estudante perceba
que não há necessidade de utilizar a expressão “a menina”.
d) Compare a leitura que você acabou de fazer sem a expressão “a menina” com
o primeiro parágrafo do texto original transcrito abaixo:

“Estava extremamente frio. A neve caía. A noite chegara, a última noite do ano. No
frio e na escuridão, uma pobre menina, descalça, andava pelas ruas. Por que ela
estava descalça? Ao se desviar de duas carruagens que passavam em alta
velocidade, deixou seus chinelos caírem na rua, chinelos que por sinal eram bem
grandes, pois pertenciam a sua mãe. Quando foi recuperá-los, ela não conseguiu
pegar um deles, pois o outro fora apanhado por um garoto [...]”.

e) O autor não repetiu a palavra “menina”. Ele, entretanto, poderia ter excluído
também o pronome “ela”, presente duas vezes no trecho acima? O sentido
seria prejudicado? Por quê?

Espera-se que o estudante perceba que a palavra “menina” é o carro-chefe e


que o pronome “ela”, em destaque e repetido duas vezes, pode ser excluído
sem perda de sentido para esse contexto.

B- Com relação à interpretação

1- “Em um cantinho próximo à parede de uma casa, sentou-se em cima dos pés
para abrigá-los ao calor do corpo”.

Esse trecho mostra o início da procura por descanso da menina. Sendo assim,
a) “um cantinho próximo à parede de uma casa” pode ser símbolo de segurança
momentânea?
b) “sentou-se em cima dos pés para abrigá-los ao calor do corpo” pode indicar o

13
início da procura por aconchego para se livrar do frio?

Espera-se que o estudante responda “sim” para as questões dos itens “a” e “b”.
Sugere-se fazer a conexão entre as questões 1 e 2.

2- Esse fragmento também leva a cenas que conduzem a menina para situações
imaginadas e que a confortam. Preencha o quadro com trechos do texto.

Experiência 1- A menina Experiência 2- A menina Experiência 3- A menina


sente-se confortável por sente-se confortável por se sente confortável por
estar aquecida. ter a impressão de poder ter a impressão de estar
se alimentar. diante de uma Árvore de
Natal, símbolo da
celebração da vida.
I- [...] parecia que II- [...] ela podia ver III- [...] a luz a
estava sentada através desse véu transportou para
diante de um uma sala com uma debaixo de uma
grande fogão de mesa coberta com bela árvore de
ferro, com pés e pano branco como Natal. Era a maior e
maçanetas de a neve. Sobre a mais bonita árvore
bronze. Como mesa havia um que já vira.
estava quentinho e belo e suculento Milhares de velas
confortável ali! A ganso assado no acesas brilhavam
jovem esticou os vapor, recheado entre os galhos
pés para aquecê- com maçãs e verdes. [...].
los também [...]. ameixas. [...]

Todas as experiências imaginadas e “sentidas” pela menina foram motivadas pela


luz dos fósforos acesos.
Para essa tarefa, no lugar de transcrever o trecho do texto no quadro, o professor
pode sugerir que o estudante grife as correspondências no próprio texto,
identificando-as pela numeração das experiências. Caso prefira que eles copiem,
orientá-los a colocar a marca de corte “[...]”, para indicar que trechos foram

14
suprimidos.

3- Embora o desfecho da história da vendedora de fósforos não esteja explícito,


ele pode ser deduzido. O que houve com a menina? Que trechos do texto dão
as pistas para o que aconteceu com ela?
A menina faleceu. Os trechos que dão pistas do acontecimento são, por
exemplo:

• ‘"Agora alguém está morrendo’, pensou a jovem”.


• “Lembrou-se de sua falecida avó, a única pessoa a quem amava. Ela dizia que,
quando uma estrela cai, uma alma sobe até Deus”.
• ‘"Vovó!’ chorou a criança. ‘Leve-me com você! Eu sei que você desaparecerá
quando o fósforo apagar. Você desaparecerá como o fogão quente, o
maravilhoso ganso assado e a linda e grande árvore de Natal!"’.
• “Ela pegou a netinha em seus braços, e as duas voaram muito, muito alto. Lá
em cima não havia frio, nem fome, nem medo – elas estavam com Deus”.

Atividade 4 - Contextos sociais representados na Literatura

1- Leia o texto a seguir.

Obra e autor
Hans Christian Andersen é um escritor dinamarquês do século XIX, de infância
pobre. Ainda criança, perdeu seu pai e começou a trabalhar muito cedo. Suas obras
envolvem diferenças de classe, precariedade da vida, injustiças sociais. Embora
essas marcas sejam evidenciadas na maioria de suas produções, há também a
tentativa de neutralizá-las por meio da defesa dos direitos igualitários, valorização da
autoestima das pessoas, incentivo à solidariedade e paciência com as provações da
vida.

Nota explicativa elaborada por Katia Pessoa (especialmente para esse material)

2- Certamente você conhece algumas obras desse escritor. Cite alguns títulos. Se
15
você não se lembra, coloque a tag ou a palavra-chave “Andersen” em site de
pesquisa e verá que seus escritos fazem e fizeram parte da vida de muitas
crianças.
Resposta pessoal.
Após pesquisa ou levantamento de experiências, sugere-se desenvolver essa
atividade oralmente com os estudantes.

3- Com base na pesquisa feita a respeito de Andersen ou das lembranças que


você tem das histórias que ele produziu, diga:

O enredo de “A pequena vendedora de fósforos” traz evidências do que foi dito no


texto “Obra e autor”? Redija sua resposta de forma completa, justificando-a com
exemplos.

Para redigir uma resposta completa, sugere-se retomar parte da pergunta e uni-la aos
exemplos e/ou argumentos.
Revise sua resposta para verificar se ela está coerente. Se preferir, peça a um colega
ler o que você escreveu.

Sugere-se ouvir as contribuições e pedir que os estudantes escolham uma das


respostas, a fim de que ela seja colocada na lousa e passe por ajustes
colaborativos de escrita.

Atividade 5 – Associação de contextos

A menina, no conto que acabamos de ler, sentia fome, passava frio no inverno
europeu e vendia caixas de fósforos. Percebemos também que ela precisava vendê-
los para ajudar a família. Essa história foi escrita no século XIX.

1- Agora, analise a sequência de fotos abaixo.

16
Fotos: Mary Jacomine (arquivo pessoal)

a) Analise a sequência das fotos e faça uma breve descrição delas.


b) Elas podem sugerir um problema social? Comente.
Essa atividade pode ser desenvolvida oralmente.

2- Além de pedir ajuda, oferecer produtos aos motoristas, crianças e adolescentes


também vendem panos de limpeza, acessórios para carros; limpam vidros, fazem

17
malabares, entre outras ações. Essa realidade é encontrada em várias cidades.

a) No seu bairro, você já viu cenas parecidas?


b) O que poderia ser feito para que ações como essas fossem evitadas?
Essa atividade pode ser desenvolvida oralmente.

3- Qual é a semelhança entre a menina retratada no conto e a criança das fotos?


Assemelham-se pela idade, pela situação social e econômica.
A resposta pode variar de acordo com as experiências dos estudantes e dos
professores.

4- Sem perder de vista as respostas que você deu às questões anteriores, leia o
fragmento da Constituição Federal, datada de 1988, transcrito a seguir, e grife os
trechos que falam a respeito dos direitos das crianças e adolescentes.

Abaixo, há sugestões de grifos destacados com realce azul.

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

Vide Emenda
Constitucional nº
91, de 2016
Emendas Constitucionais Emendas Constitucionais de Revisão
Vide Emenda
Constitucional nº
106, de 2020

Ato das Disposições Constitucionais Transitórias

18
Atos decorrentes do disposto no § 3º do art. 5º

ÍNDICE TEMÁTICO

Texto compilado

PREÂMBULO

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um
Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade,
a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma
sociedade f raterna, pluralista e sem preconceitos, f undada na harmonia social e comprometida, na
ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção
de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios
e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

I - a soberania;

II - a cidadania;

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (Vide Lei nº 13.874, de 2019)

V - o pluralismo político.

Parágraf o único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos
ou diretamente, nos termos desta Constituição.

[...]

CAPÍTULO VII
DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE E DO IDOSO
Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso
(Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

[...]
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização,
à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-
los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao


jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
prof issionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda f orma de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

19
§ 1º - O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança e do adolescente,
admitida a participação de entidades não governamentais e obedecendo os seguintes preceitos:

§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança, do adolescente e


do jovem, admitida a participação de entidades não governamentais, mediante políticas específicas e
obedecendo aos seguintes preceitos: (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

I - aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à saúde na assistência materno-


inf antil;

II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado para os portadores de


def iciência f ísica, sensorial ou mental, bem como de integração social do adolescente portador de
def iciência, mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos bens
e serviços coletivos, com a eliminação de preconceitos e obstáculos arquitetônicos.

II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado para as pessoas portadoras


de def iciência f ísica, sensorial ou mental, bem como de integração social do adolescente e do jovem
portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a f acilitação do
acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de todas as
f ormas de discriminação. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 29 jun.


2020.

5- No trecho da Constituição, há algumas partes em destaque que correspondem à


atualização, à adequação, a cortes. De acordo com o que você leu e observou, por
que são mantidas as redações antigas?

Supõe-se que a preservação das redações antigas aconteça com a finalidade de


facilitar a comparação dos textos. Alguns recursos como links e hiperlinks
potencializam a comparação.

6- Defina:

20
a) “Emenda Constitucional” – modificação feita ao texto da Constituição Federal.
Isso faz com que a Constituição seja alterada em partes, a fim de proporcionar
atualização ao texto de acordo com o contexto social.
De acordo com a página do Senado Federal, disponível em:
https://www12.senado.leg.br/noticias/glossario-legislativo/emenda-
constitucional (acesso em: 31 jul. 2010), uma “Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) pode ser apresentada pelo presidente da República, por
um terço dos deputados federais ou dos senadores ou por mais da metade das
assembleias legislativas, desde que cada uma delas se manifeste pela maioria
relativa de seus componentes. Não podem ser apresentadas PECs para
suprimir as chamadas cláusulas pétreas da Constituição (forma federativa de
Estado; voto direto, secreto, universal e periódico; separação dos poderes e
direitos e garantias individuais). A PEC é discutida e votada em dois turnos, em
cada Casa do Congresso, e será aprovada se obtiver, na Câmara e no Senado,
três quintos dos votos dos deputados (308) e dos senadores (49)”. Fonte:
Agência Senado

b) “Preâmbulo”- De acordo com o caso apresentado (Um texto de Lei), trata-se de


uma parte que antecede uma lei ou decreto.

Parte preliminar, introdutória, inicial, em que a publicação (promulgação) de uma lei


ou decreto é anunciada.

7- Qual é a diferença estrutural entre o trecho do texto retirado da internet e o


trecho impresso (representado abaixo) da Constituição de 88?

Foto: Karina de Fátima Pessoa


As respostas podem variar.
O texto próprio da página da internet apresenta links e hiperlinks que propiciam a

21
“navegação” por outras páginas afins, em busca de informações complementares,
oferecendo ao leitor uma gama de hipertextos.
O texto impresso*, por sua vez, não dispõe de recursos que se resolvem com um “Ctrl
+ clique para seguir o link”, como no ambiente virtual; ele se determina, por exemplo,
a partir de um formato “linear” de leitura: “uma página por vez”, “um parágrafo por vez”.

*Os recursos complementares para um texto impresso podem ser apresentados por
meio de referências a outros autores, indicações bibliográficas e transcrição de links.
Pode-se dizer que os textos impressos de hoje ganharam uma nova interação: a
inserção de QRCodes.

8- Observe o trecho. “Printamos” uma parte em que posicionamos o cursor sobre


a frase em azul. O resultado foi o surgimento de uma caixa que explicita um
link. Veja:

Foto: Katia Pessoa

a) Qual é a função dos trechos destacados em azul?

22
São links que conduzem o leitor à redação de 2010, que serviu como base para a
atualização do texto, com a criação de uma Emenda Constitucional.

b) Qual é a função dos links/hiperlinks?


Conduzem o leitor para outras páginas e podem ser chamados de “atalhos de
navegação”.

c) As linhas colocadas no meio do texto do Art. 227 recebem o nome de


“tachados”. O que, portanto, trecho tachado indica, se considerarmos o trecho
que vem logo abaixo dele?
O trecho tachado indica que ele foi suprimido e, no lugar dele, outra redação passará
a ser considerada.

d) Retome o trecho em destaque. Nele também aparece a indicação “[...]”. O que


ela significa quando utilizada no texto?

A indicação “[...]” significa que o trecho do texto original foi suprimido


intencionalmente. No texto em questão, o recorte foi feito a fim de destacar as
partes que foram consideradas pertinentes para o propósito da atividade. Indica,
portanto, omissão de partes na transcrição do texto.

9- Analise a escrita dos numerais:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
[...]
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao
jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão.

Para a sequenciação dos artigos, por que não foram utilizados somente numerais
ordinais?
Entre o primeiro e o nono artigo, temos os numerais ordinais (1°, 2°, 3°, 4° etc.); do

23
décimo em diante, utilizamos o numeral cardinal (10, 11, 12, 13, 14 etc.). Essa
descrição será retomada na SA2.

10- As leis, como observado, podem sofrer modificações. Em sua opinião, por que
isso ocorre?
Espera-se que o estudante conclua que há necessidade de adequação do texto de
lei, a fim de que haja integração com contextos sociais contemporâneos.

11- De acordo com o Artigo nº 227 da Constituição, a menina do conto “A pequena


vendedora de fósforos”, se fosse brasileira e vivesse no nosso tempo, teria seus
direitos infringidos, desobedecidos? Explique.
As respostas podem variar. Espera-se que o estudante faça a comparação das
situações analisadas e conclua que a menina do conto, nos dias de hoje, teria, sim,
seus direitos infringidos.
Essa atividade pode ser desenvolvida oralmente.

24
Situação de Aprendizagem 2 – Das impressões, dos contextos vividos ao
surgimento de textos que organizam condutas sociais

Esta Situação de Aprendizagem (SA) tem como foco fazer com que o estudante
compreenda textos de gêneros variados, analise a forma composicional desses
gêneros, selecionando estratégias de leitura adequadas aos diferentes contextos de
circulação.
Veja, a seguir, algumas habilidades, entre outras, que começaremos a desenvolver:

Mapa cognitivo de aprendizagem

EF69LP27 - Analisar a forma


composicional de textos
pertencentes a gêneros
normativos/ jurídicos e a
gêneros da esfera política, tais
EF69LP31 -
como propostas, programas Utilizar pistas
EF89LP30B - Proceder à políticos (posicionamento linguísticas para
remissão a conceitos e quanto a diferentes ações a compreender a
relações por meio de links. serem propostas, objetivos, hierarquização
ações previstas etc.), das proposições,
sintetizando o
propaganda política conteúdo dos
(propostas e sua sustentação, textos.
posicionamento quanto a
EF89LP20H - Analisar a
coerência entre os
temas em discussão) e textos
elementos, que reivindicatórios: cartas de
EF69LP24B - Reconhecer o
f avoreçam a tomada de reclamação, petição
caráter interpretativo das
decisões (proposta, suas justificativas e leis e as várias perspectivas
f undamentadas. ações a serem adotadas) e que podem estar em jogo.
suas marcas linguísticas, de
forma a incrementar a
compreensão de textos
pertencentes a esses gêneros
e a possibilitar a produção de
textos mais adequados e/ou
Práticas de Linguagem
fundamentados quando isso
▪ Leitura for requerido.
▪ Oralidade
▪ Produção de Texto
▪ Análise Linguística/Semiótica

25
Atividade 1 – Experimentando conceitos

1- Observe a figura a seguir e escreva uma legenda explicativa no quadro abaixo dela.
Não deixe de observar a palavra central.

Diagrama produzido por Katia Pessoa especialmente para esse material.

Essa resposta pode ser construída coletivamente. Espera-se que a turma considere
que, para haver harmonia, palavra central, é necessária a existência de leis, normas,
regras e diretrizes, como elementos organizacionais de uma sociedade.

2- Agora, leia as definições a seguir e diga se elas são necessárias para a sociedade
como um todo.

26
Leis - apontam direitos e deveres
previstos, sem distinção de classe social,
raça ou crença

Regras - determinações que permitem


uma convivência mais harmônica e ética Diretrizes - procedimentos,
entre as pessoas. orientações, guias, linhas que definem,
regulam um caminho a ser seguido.

Normas - deixam a ação do indivíduo


mais organizada.

Conceitos elaborados por Katia Pessoa (especialmente para esse material)

Essa análise complementa a anterior. Os quatro conceitos entrelaçam-se e


determinam a necessidade de ordenação para a convivência harmônica e ética em
sociedade.
Por meio das definições apresentadas, que também podem variar ou ser
complementadas, pode-se solicitar ao estudante que identifique as palavras e/ou
expressões-chave presentes nos quadros, como: direitos, deveres, convivência
hamônica, convivência ética, orientação, organização.
Esse elenco de termos caracteriza um grupo semântico, princípio de estudo da
linguagem que, no contexto das definições, estabelece conexões de sentido familiar
entre conceitos, gerando argumentos diferenciados.

3- Pelas definições acima, há diferenças significativas entre “regras”, “normas” e


“diretrizes”? Construa uma explicação para sua resposta.
São definições simples e mostram a necessidade básica de organização, para que as
pessoas convivam em sociedade e possam se manifestar de forma ética em defesa
de seus direitos e em cumprimento de seus deveres.

Curiosidade!
Em meados do ano 1700 a.C, o rei da Babilônia, Hamurabi, estabeleceu uma série de
definições para organizar o comportamento das pessoas que habitavam seu reino. Foi
daí que surgiu o Código de Hamurabi, conhecido como o mais antigo código de leis.

27
Texto elaborado por Katia Pessoa (especialmente para esse material)

4- Leia e analise os Quadros I e II.

Quadro I

Todo indivíduo tem direito


de
ser à à à vida
a julgamento à
prote liberdade saúde educaçã
justo
gido o
pela
lei

Quadro II

Todo o indivíduo tem o dever de

respeitar e cumprir as leis. respeitar os direitos dos outros.

5- De acordo com o que foi exposto nos quadros, é possível dizer que direitos e
deveres precisam ser
a) conhecidos por todos os cidadãos.
b) revistos a cada eleição democrática.
c) julgados conforme a situação política.
d) diferenciados entre homens e mulheres.

Para responder à questão, é importante que o estudante perceba que, nos dois
quadros, a expressão “todo indivíduo” está presente e corresponde a
“cidadãos”. Direitos e deveres devem ser conhecidos, preservados e
respeitados por todos, pois eles determinam a vida em sociedade.

6- Sua resposta à questão anterior tem relação com o quadro a seguir? Veja.

28
Deveres Direitos
Votar para escolher representantes Livre manifestação do pensamento.
políticos. Liberdade de escolha (dentro dos
Cumprir as leis. limites da lei).
Colaborar com as autoridades. Igualdade entre homens e mulheres
Respeitar os direitos sociais de outras (quanto aos direitos e obrigações).
pessoas Seguir a lei
Educar nossos semelhantes Acesso à saúde, educação, moradia,
Proteger nossos semelhantes trabalho, previdência social.
Proteção à maternidade e à infância.
Assistência social, segurança, lazer,
vestuário, alimentação e transporte.

Espera-se que o professor direcione o estudante a compreender que as


exemplificações do quadro acima complementam as definições básicas de “direitos”
e “deveres” apresentadas no exercício 2.

Atividade 2 – O texto de lei

Para detectar quais são os direitos que são violados e deveres não cumpridos,
precisamos conhecer os textos legais que direcionam nossa sociedade. O ECA, o
Código de Defesa do Consumidor, o Código Nacional de Trânsito são alguns
exemplos desses textos legais. Onde encontrá-los? Veja:
ECA - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069Compilado.htm (acesso em:
10 ago. 2020).
Código de Defesa do Consumidor - https://www.procon.sp.gov.br/wp-
content/uploads/files/CDCcompleto.pdf (acesso em: 10 ago. 2020).
Código Nacional de Trânsito -
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9503Compilado.htm
(acesso em: 10 ago. 2020).

Texto I

29
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

[...]

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao


adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo
de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão.

[...]

Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em:


24 jun. 2020.

Texto II

LEI DE CRIAÇÃO DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.

Art. 2º Considera-se criança, para os ef eitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade
incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.

Parágraf o único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às
pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.

Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos f undamentais inerentes à pessoa


humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por
outros meios, todas as oportunidades e f acilidades, a f im de lhes f acultar o desenvolvimento f ísico,
mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.

Parágraf o único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e


adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação f amiliar, idade, sexo, raça, etnia ou cor,
religião ou crença, def iciência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição
econômica, ambiente social, região e local de mo radia ou outra condição que diferencie as pessoas,
as f amílias ou a comunidade em que vivem.

Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar,


com absoluta prioridade, a ef etivação dos direitos ref erentes à v ida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e
à convivência familiar e comunitária.

Parágraf o único. A garantia de prioridade compreende:

a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;

30
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;

c) pref erência na f ormulação e na execução das políticas sociais públicas;

d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância
e à juventude.

Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer f orma de negligência,


discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na f orma da lei qualquer atentado,
por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.

Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os f ins sociais a que ela se dirige, as
exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da
criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.

Título II

Dos Direitos Fundamentais

Capítulo I

Do Direito à Vida e à Saúde

Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a ef etivação
de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em
condições dignas de existência.

[...]

Capítulo II

Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade

Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como
pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e
sociais garantidos na Constituição e nas leis.

Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:

I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições
legais;

II - opinião e expressão;

III - crença e culto religioso;

IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;

V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;

VI - participar da vida política, na forma da lei;

VII - buscar ref úgio, auxílio e orientação.

31
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da
criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos
valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.

Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de
qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.

[...]

Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/centrais-de-conteudo/crianca-e-


adolescente/estatuto-da-crianca-e-do-adolescente-versao-2019.pdf. Acesso em: 24 jun. 2020.

No link https://tinyurl.com/y28ooh23 (acesso em 24 jun. 2020), você encontra o título


“Turma da Mônica em: O Estatuto da Criança e do adolescente”.
Vale a pena conferir!

1- Para explorar um pouco da estrutura de um texto de lei, analise o quadro a seguir.

a) É correto dizer “Artigo cinco da Constituição Federal?”


b) O que significa o símbolo “§”?

Se você respondeu “não” para a primeira questão e disse que o símbolo “§” é chamado
de parágrafo, acertou.
Entre o primeiro e o nono artigo, temos os numerais ordinais (1°, 2°, 3°, 4° etc.); do
décimo em diante, utilizamos o numeral cardinal (10, 11, 12, 13, 14 etc.).

Ler um texto de lei envolve também conhecer as partes que o organizam. Ele
apresenta, em geral, títulos, capítulos e sessões. Os verbos aparecem no Modo
Indicativo.

2- Por falar em verbos no Modo Indicativo, sua tarefa de agora será a de identificá-los
no trecho da Constituição transcrito a seguir. Veja!

Título II
Dos Direitos Fundamentais

32
Capítulo II
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade
como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos
civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as
restrições legais;
II - opinião e expressão;
III - crença e culto religioso;
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;
VI - participar da vida política, na forma da lei;
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.

Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 24 jun.


2020.

3- Com base nos Textos I e II, complete os trechos abaixo. Você poderá utilizar
paráfrases.

Paráfrase: texto desenvolvido com base em outro e sem alteração das ideias
originais.
Conceito elaborado por Katia Regina Pessoa (especialmente para esse material)

a) O Artigo 227, da Constituição Federal de 1988, assegura


______________________________________________________________
______________________________________________________________

b) Associado à Constituição Federal, o Estatuto da Criança e do Adolescente


(ECA), de 1990, tem como finalidade
______________________________________________________________
______________________________________________________________

33
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________

As respostas podem variar de acordo com o repertório do estudante.


É importante verificar a articulação entre as ideias propostas em “a” (Constituição
Federal, Art. 227) e em “b” (ECA). Como os estudantes estão iniciando uma paráfrase,
orientá-los a ler novamente os trechos e expor os assuntos e desdobramentos com
as próprias palavras, constitui um bom exercício de produção textual. Se considerar
pertinente, explique a eles o que é plágio e que as citações diretas precisam ser
submetidas a procedimentos provenientes também de uma norma de conduta, a
ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas.

c) Diante de tudo isso, crianças e adolescentes em situação de rua, por exemplo,


têm seus direitos desrespeitados? Justifique com base no ECA.

A construção da resposta pode variar, entretanto, é essencial que ela recupere


alguns elementos que exemplificam os direitos reservados à criança e ao
adolescente, como:
“Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais
inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta
Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades
e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral,
espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade”.

4- As respostas aos itens “a” e “b” dão sustentação argumentativa e legalista à


pergunta “c”. Com base nesse contexto, sua turma organizará um debate, um
momento de discussões para falar a respeito do tema: Crianças em situação de
rua: direitos feridos?
Para esse debate (que não deve ultrapassar 20 minutos), será necessário:
- apropriar-se (antecipadamente) das leis citadas nos Textos I e II.
- escolher um mediador ou moderador.

34
- escolher um colega para fazer o registro do que for discutido (esse registro
poderá ser gravado ou escrito em tópicos).
- de posse do registro, verificar as opiniões e colocá-las em um texto coletivo.
Isso pode ser feito na lousa ou por meio de recursos digitais (que a turma
poderá escolher).
Observação: é importante que o texto coletivo tenha uma sequência que
amarre as ideias e uma conclusão, observando as opiniões majoritariamente
comuns.

Sugestão de início:
A turma do 9º ano _____, após debate intitulado Crianças em situação de
rua: direitos feridos?, realizado em _____/___/____, traz as seguintes
considerações:
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________

Depois de feita a leitura, a análise, os ajustes necessários, com a ajuda do


professor, divulgue o texto no blog da turma. Mostre também aos amigos, aos
familiares e peça a eles para darem uma devolutiva. Essa é uma estratégia
para avaliar se o texto produzido necessita de nova revisão.

35
Situação de Aprendizagem 3- Uma atitude solidária

Esta Situação de Aprendizagem (SA) tem como foco fazer com que o estudante
compreenda textos de gêneros variados, selecionando estratégias de leitura
adequadas aos diferentes contextos de circulação.
Veja, a seguir, algumas habilidades, entre outras, que começaremos a desenvolver:

Mapa cognitivo de aprendizagem

EF89LP18A - Analisar instâncias e


canais de participação disponíveis na
EF69LP38 - Organizar os dados e escola, na comunidade, no munícipio
inf ormações pesquisados em painéis ou no país, incluindo f ormas de
ou slides de apresentação, levando participação digital. EF69LP08 - Revisar/editar
em conta o contexto de produção, o o texto produzido, tendo
tempo disponível, as características em vista sua adequação
do gênero apresentação oral, a EF89LP20C - Analisar a ao contexto de produção,
multissemiose, as mídias e eficácia da proposta e da a mídia em questão,
tecnologias que serão utilizadas. solução para o problema. características
do gênero, aspectos
relativos à textualidade, a
relação entre as diferentes
EF69LP13 - Buscar conclusões EF69LP11 - Identif icar e analisar
semioses, a f ormatação e
comuns relativas a problemas, temas posicionamentos def endidos e
uso adequado das
ou questões polêmicas de interesse ref utados na escuta de interações
f erramentas de edição (de
da turma e/ou de relevância social. polêmicas em entrevistas,
texto, foto, áudio e vídeo,
discussões e debates (televisivo, em
dependendo do caso) e
sala de aula, em redes sociais etc.),
adequação à norma culta.
entre outros, e se posicionar frente a
eles.

Práticas de Linguagem

▪ Leitura
▪ Oralidade
▪ Produção de Texto
▪ Análise Linguística/Semiótica

36
Atividade 1 – Levantamento de experiências

1- Leia as informações a seguir.

A- Escola arrecada alimentos não perecíveis para a montagem de cestas


básicas. A doação será feita a um lar de idosos.

B- Alunos do 9º ano da Escola Juno Maia fizeram uma campanha de


arrecadação de brinquedos. Todo o material será doado a crianças da
comunidade em que a escola está situada.

C- Após pesquisa realizada na comunidade escolar, alunos da escola Ana


Maria detectaram a necessidade de dar início ao Grêmio Estudantil.

D- Grupo do 9º ano, após verificar a quantidade de alimento jogado fora


pelos colegas da escola, desenvolveu a campanha “Pegar alimento para
jogar fora fere o direito de quem está com fome!”

2- Dos quatro trechos acima, qual deles não segue a mesma linha social das demais?
Por quê?
A letra “C” fala da necessidade da formação de um Grêmio Estudantil a pedido da
comunidade escolar. As demais, estão direcionadas à conduta social comunitária.

3- As expressões “lar de idosos”, “crianças da comunidade”, “comunidade escolar” e


“colegas da escola”, destacadas nos quadros, delimitam uma coletividade ou
interesses individuais? Defenda sua resposta com argumentos.
Espera-se que a resposta seja desenvolvida em torno do contexto de coletividade, o
que sugere trabalho em grupo, com decisões também tomadas em grupo.

4- Esses trechos exemplificam como podemos nos mobilizar para atuarmos, de forma
cidadã, no meio em que vivemos. Cite outros exemplos de ações colaborativas que
podemos utilizar em nossos espaços de convivência (sala de aula, quadra da escola,
condução pública, em casa etc.).
Respostas variadas.

37
Essa atividade pode ser desenvolvida oralmente por meio de levantamento de
conclusões referentes do assunto discutido na Atividade 2.

Atividade 2 – Experiências em prática

1- Que tipo de campanha solidária pode ser feita em sua escola ou em sua
comunidade? Para verificar qual é a principal necessidade, você e seu grupo farão
uma pesquisa e criarão uma campanha de arrecadação ou de conscientização,
envolvendo a necessidade apontada.

Observação: Essa atividade é retomada na Situação de Aprendizagem 4.

Etapa 1
Como fazer a pesquisa?
Ela pode ser feita por meio de:
- determinação do público que será entrevistado.
- quantidade de pessoas.
- entrevista pessoal.
- enquete eletrônica, com o auxílio de ferramentas digitais.
- enquete por telefone.

Etapa 2
Como expor os resultados da pesquisa?
- construir painel que mostre o ranking de respostas, quantificando-as logo à
frente dos temas ou montando gráficos, entre outras possibilidades.

Etapa 3
Como elaborar a campanha?
De posse do resultado da pesquisa, indique:
- o tema.
- o tipo de campanha: arrecadação de produtos, conscientização, entre outras
possibilidades.
- as regras de convivência a serem cumpridas para a execução do trabalho.

38
- a criação de um cartaz de divulgação que possua também imagens.

Etapa 4
Como divulgar?
Após a criação do cartaz de divulgação, escolher o meio em que a informação
circulará. Entre outras possibilidades, sugerimos:
- o mural da escola (em um local que possa ser visto pela comunidade).
- estabelecimentos comerciais do entorno (para isso, peça autorização do
proprietário do estabelecimento).
- redes sociais.

Atividade 3 - O cotidiano das ruas: alguns exemplos

1- Observe a cena para tecermos algumas ideias a respeito da situação.

Foto: Mary Jacomine (arquivo pessoal)

39
a) Podemos dizer que o rapaz está trabalhando. Que tipo de trabalho é esse?
Trabalho informal.

b) O que o rapaz recebe após sua apresentação? Dinheiro? Aplausos? Alimento?


Cara feia? Buzinadas de descontentamento? Xingamentos? Nada recebe?
Espera-se que os estudantes deem outras respostas, além das que foram
sugeridas na questão. O objetivo é refletir a respeito do trabalho informal que
pode ou não garantir sustento financeiro ou respeito.

c) A foto demonstra um número circense. Qual é a atual situação dos artistas de


circo? Observação: A respeito do assunto, consulte notícias em sites ou em
outros meios de pesquisa, para embasar sua resposta.
Estimule os estudantes a procurarem as informações em sites de pesquisa. A
coleta de informações pode ser colocada em apresentação e gerar uma breve
discussão a respeito.

d) Agora, você vai dar formato a uma fotolegenda. Para isso, volte à foto do
malabarista e preencha o quadro abaixo dela, criando um texto explicativo para
a cena.
Essa atividade poderá ser feita em duplas ou em trios e as adequações textuais
podem ser efetuadas coletivamente ou com intervenções pontuais (grupo a
grupo).

Fotolegenda vem acompanhada de um texto que explica o assunto ou descreve o


conteúdo da imagem. É bastante utilizada em jornais e revistas impressos ou digitais.
Tem a finalidade de passar informações de rápida leitura, por isso tende a apresentar
um texto curto e de fácil compreensão.
Conceito elaborado por Katia Pessoa (especialmente para esse material)

40
e) Podemos afirmar que a foto do malabarista retrata um problema social? Por
quê? (Essa resposta pode ser construída coletivamente, após discussão a
respeito, mediada pelo professor).
f) Tendo em vista o “trabalho informal”, essa cena pode originar polêmicas? Se
sim, quais?
As situações polêmicas, entre outras, podem ser:
• Trabalho informal.
• Desagrado dos motoristas com a situação.
• O malabarista pode ficar mal acostumado com as doações.
• Não dá para confiar, eles são marginais.

Questão polêmica - estabelece debate, confronto entre pontos de vista diferentes a


respeito de um mesmo tema. É, por exemplo, a aproximação de posições a favor e
contra algo.
Conceito elaborado por Katia Pessoa (especialmente para esse material)

2- Crie fotolegendas que exemplifiquem os seguintes temas:


a) Comida envenenada

Foto: Katia Pessoa

b) Resgate

41
Foto: Maria Paula Machado

c) Abandono

Foto: Carlos Povinha

3- Construa, com a turma, um mural virtual para a exposição das fotolegendas.

Dica:
Caso você tenha fotos de sua autoria, que retratem flagrantes urbanos, comece a
montar um mural. Sua produção poderá ser postada em páginas das redes sociais.

42
Para posicionar as pessoas a respeito da mensagem que você pretende transmitir,
crie legendas explicativas. Dê títulos para as páginas ou álbuns criados. Lembre-se:
toda postagem deve ser consciente e respeitosa. Se for ofender alguém,
não poste!

Cuidado!
A divulgação de rostos de pessoas, por exemplo, precisa ser autorizada pelos
retratados, pois eles podem não gostar da exposição. Caso a foto comprometa
alguém, não a utilize, pois a Constituição Federal garante o direito ao resguardo da
imagem. O artigo 5º, inciso X da Constituição, diz que "são invioláveis a intimidade, a
vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização
pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”. Com esse direito não se
brinca! Como cidadãos, temos o dever de respeitar esse direito constituído!

4- Agora, volte ao exercício 2 e escolha um dos temas que você considerou mais
polêmico. Redija para ele:
a) Um argumento que sustente um ponto de vista a favor do tema.
b) Um argumento que sustente um ponto de vista contrário ao tema.
c) Uma proposta de intervenção para resolver o problema sem ferir os diretos
sociais.

As respostas vão variar. É importante verificar se, nos exemplos elencados


pelos estudantes, há argumentos, defesa de ponto de vista e proposição.

5- Você considera que a proposta de intervenção (item “c”), da questão 4) pode


ser eficaz para solucionar o problema?
A questão envolve reflexão/ (auto)avaliação do que foi proposto.

6- Teste sua proposta. Peça para algumas pessoas opinarem a respeito. Pergunte
a elas se sua proposta tem força e é passível de execução. Se for necessário,
faça ajustes para melhorar a ideia.

43
Situação de Aprendizagem 4 – As políticas e sua importância social

Esta Situação de Aprendizagem (SA) tem como foco fazer com que o estudante
compreenda textos de gêneros variados, selecionando estratégias de leitura
adequadas aos diferentes contextos de circulação.
Veja, a seguir, algumas habilidades, entre outras, que começaremos a desenvolver:

Mapa cognitivo de aprendizagem

EF69LP41 – Usar
EF89LP27B – Tecer considerações EF69LP26B - Retomar, no momento adequadamente
relacionadas às problematizações. ou posteriormente, assuntos tratados
f erramentas de apoio a
em discussões, debates, palestras, apresentações orais,
apresentação de propostas e
EF69LP56 - Fazer uso consciente e escolhendo e usando tipos
reuniões com base em anotações e tamanhos de f ontes que
ref lexivo da norma-padrão em pessoais desses próprios eventos.
situações de fala e escrita em textos permitam boa visualização,
de dif erentes gêneros, levando em topicalizando e/ou
consideração o contexto, situação de organizando o conteúdo em
produção EF89LP19B - Analisar a itens, inserindo de f orma
proposição, discussão e adequada imagens,
aprovação de propostas gráf icos, tabelas, f ormas e
EF89LP18B - Buscar soluções para elementos gráficos,
problemas ou questões que políticas ou de soluções para dimensionando a
envolvam acontecimentos problemas de interesse quantidade de texto (e
vivenciados na escola e na público. imagem) por slide, usando
comunidade. progressivamente e de
f orma harmônica recursos
EF89LP27A – Formular mais sof isticados como
EF89LP20A - Comparar propostas problematizações pertinentes, em ef eitos de transição, slides
políticas e de solução de problemas. momentos oportunos (situações de mestres, layouts
aulas, apresentação oral, seminário, personalizados etc.
debates, entre outros).
EF89LP20E - Identificar EF89LP20B - Identif icar por
coincidências, EF89LP20G - Posicionar-se
criticamente sobre os dados e que (motivações,
complementaridades e justif icativas), para que
contradições ref erentes aos inf ormações usados em
f undamentação de propostas (objetivos, benef ícios e
dados e inf ormações usados
políticas e de solução de problemas. consequências esperados),
em f undamentação de como (ações e passos),
propostas. quando as propostas políticas
serão necessárias e
EF89LP20F - Compreender a implementadas.
maneira como os dados e
Práticas de Linguagem inf ormações usados em
f undamentação de propostas
▪ Leitura se comportar em contexto
▪ Oralidade social.
▪ Produção de Texto
▪ Análise Linguística/Semiótica

44
Atividade 1 – Levantamento de reflexões

1- A seguir, você vivenciará algumas situações que podem ocorrer na escola. Leia-
as atentamente e complete as simulações de diálogo. Lembre-se de que as
respostas precisam ter uma redação completa e, se necessário, acompanhadas
de argumentos bem estruturados. Para isso, conte com a ajuda de pesquisa,
conversas com professores, gestores, entre outras possibilidades.

As vivências demonstradas a seguir necessitam do apoio da equipe gestora. O


professor poderá combinar com os envolvidos e trazê-los para uma conversa,
tomando como base, as situações propostas. Após a conversa, as respostas
podem ser construídas de modo coletivo e adequadas gramatical e
linguisticamente.

SITUAÇÃO 1

Conversa entre representante do 9º ano e o Diretor da escola

Representante do 9º ano: - Ficamos sabendo que nossa escola tem um Projeto


Político Pedagógico. Um tal de PPP. A gente pode ver? A gente pode participar da
elaboração? Qual é a importância desse Projeto?

Diretor da escola:

SITUAÇÃO II

Conversa entre o Coordenador da escola ou Vice-Diretor e um aluno


interessado em participar do Grêmio Estudantil.

45
Aluno: - Como faço para participar do Grêmio?

Coordenador da escola ou Vice-Diretor:

Para saber mais a respeito, leia o texto “Estudantes que participam das agremiações
desenvolvem o espírito de liderança e trabalho em grupo”, por meio do link
https://www.educacao.sp.gov.br/noticias/entenda-o-papel-dos-gremios-estudantis-
nas-escolas-da-rede-e-tire-todas-suas-duvidas/ (Acesso em: 14 jul. 2020)

SITUAÇÃO III

Conversa entre o Diretor da escola e o representante de turma

Representante de turma: - Gostaríamos de organizar uma campanha de


arrecadação de alimentos para o Lar dos Idosos.

Diretor: - Excelente tema. Vocês já organizaram a proposta? O que levou vocês a


pensarem nesse tema?

Representante de turma:

2- Dos três textos, qual(quais) necessita(m) de uma resposta com base em


argumentos, pois sugere(m) ações de convencimento do interlocutor a respeito
dos temas em discussão?

46
As Situações I e III sugerem essa possibilidade.
3- Qual(quais) permite(m) respostas somente para tirar dúvidas ou matar a
curiosidade do interlocutor?
A Situação II permite essa inferência.
4- Qual(quais) traz(em) informações que abrem precedentes para a construção
de um projeto, uma proposta de trabalho?
A Situação III abre esse precedente, pois a pergunta do Diretor pois a pergunta
do Diretor (“Vocês já organizaram a proposta?”) requer uma resposta sobre o
assunto que pode ser afirmativa (eles já elaboraram a proposta) ou negativa.
Nesse último caso, os alunos devem inferir que precisam construir um projeto
para apresentar a ele.

Atividade 2 – Painel de ideias: práticas sociais

Exercícios de protagonismo fazem parte do nosso cotidiano, dentro e fora da escola .


Podemos, por exemplo, melhorar a convivência entre estudantes, professores,
gestores, agentes de organização, merendeiras, pessoas que atuam na cantina,
responsáveis legais pelos estudantes e comunidade do entorno da Unidade Escolar.
Todos podem contribuir com boas práticas que fazem a diferença na sociedade, a fim
de garantir direitos e deveres cidadãos. Isso incide no respeito: condição norteadora
de boa convivência.

A seguir, você conhecerá alguns exemplos de boas práticas que envolvem a escola e
seu entorno.

1- O Grêmio Estudantil é um excelente espaço para diálogo. Confere aos jovens


o direito à voz representativa na escola, desde a atuação dentro da Unidade
em que estudam até a possibilidade de contribuição externa a ela. O “Intervalo
Dinâmico” representa uma dessas ações. Desenvolvido em 2017, pela EE
Reinaldo Ribeiro da Silva, teve como objetivo preencher o horário de intervalo
com ações culturais. O projeto, mediado pelos alunos do Grêmio e
colaboradores interessados, manteve abertas as Salas de Leitura e de
Informática, promoveu minicampeonatos direcionados, incentivou diálogos
com os professores, estimulou a formação de grupos de estudo, entre outras

47
ações efetivas.

Conheça um pouco do projeto, visitando o link de um vídeo produzido por gestores,


professores e alunos da escola. Ele está disponível em: https://bityli.com/lYyTQ (acesso
em: 17 jul. 2020).

2- “As aulas Eletivas também dão frutos sociais. Em Presidente Prudente, os alunos
da EE Profª Mirella Pesce Desidere, com a ajuda dos professores e da gestão, tiveram
a iniciativa de criar uma campanha de confecção de máscaras de tecido e arrecadação
de alimentos intitulada “Máscaras Solidárias”. Essa campanha consiste na
concessão de uma cesta de alimentos direcionada às famílias de alunos da unidade
em situação de insegurança alimentar e nutricional. Os autores das doações
receberam, em um gesto de agradecimento, máscaras de proteção contra o
Coronavírus".
(Texto cedido pela escola)

3- Um outro exemplo de atuação e envolvimento em prol de causas beneficentes foi


a campanha de arrecadação de alimentos, promovida pela EE Profª Almerinda
Rodrigues, nasceu das aulas de Protagonismo Juvenil “Tribos”.

Da esquerda para a direita:


Janaína Moreli Ribeiro (Profª de Arte),
Jussara de Araújo Gnann (Diretora da Escola),
Foto: Paulo Renato dos Santos (arquivo
pessoal) Fernanda Bastos Francisco Silva (Profª de
Ciências).
Foto: Paulo Renato dos Santos (arquivo pessoal)

48
Por meio do “Cosplay solidário”, a boa ação foi possível graças à iniciativa
dos estudantes, com o apoio de seus responsáveis e da comunidade escolar.
Os alimentos arrecadados foram distribuídos às famílias carentes que vivem
próximas à Unidade Escolar.

Para conhecer o texto do projeto e algumas das fantasias exibidas pelos estudantes
e professores da escola, visite o link disponível em: https://tinyurl.com/y33kqxyr .
(acesso em: 17 jul. 2020).

4- “O Projeto Parlamento Jovem Municipal vem sendo desenvolvido desde


junho de 2018 por meio de uma parceria entre a Diretoria de Ensino Região
Itapetininga e a Câmara Municipal. A
experiência se tornou exitosa, quando as
propostas dos jovens vereadores para suas
comunidades escolares e bairros, foram
atendidas pela Prefeitura, como por exemplo,
ciclovia, conserto de ponte, buracos etc.
Hoje participam dezenove escolas Foto: Fabrício Cristian de Proença
(arquivo pessoal)
estaduais do município e o primeiro passo são as
eleições com a colaboração do Grêmio Estudantil. Estudantes de 12 a 18 anos do
Ensino Fundamental Anos Finais e Ensino Médio são eleitos para o cargo de vereador,
sendo um titular e um suplente de cada Unidade Escolar. As sessões acontecem na
última quarta-feira de cada mês e conta com um professor responsável que
acompanha os estudantes de cada escola.
O objetivo é o desenvolvimento pleno do exercício da cidadania por meio da
participação ativa dos estudantes no Poder Legislativo Municipal e na vida política da
sua cidade”.
(Texto cedido pela Diretoria de Ensino Região Itapetininga)

Em https://tinyurl.com/y28fd343, você encontra mais detalhes referentes ao projeto


Parlamento Jovem Municipal, como texto explicativo, fotos, depoimentos em áudio
e vídeo.

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Vídeo dos jovens em atuação plenária: Disponível em: https://tinyurl.com/y2fa2r5j
(acesso em: 21 jul. 2020)

Fotos para inspirar ações:


-Disponível em: https://tinyurl.com/y2ta2dqu. Acesso em: 24 jul.2020.
-Disponível em:
https://www.facebook.com/203238136865482/posts/726790157843608/. Acesso em:
24 jul. 2020.

5- Esse espaço é para ser preenchido com uma prática social que poderá ser ou já foi
desenvolvida por sua escola. Lembre-se: é muito importante seu envolvimento em
atividades sociais.

Prática social desenvolvida pela EE ________________________________


Título: __________________________________________________________
Descrição da ação:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

Atividade 3 – Elaborando conceitos

1- Leia as definições a seguir.

a- Política - capacidade do indivíduo em desenvolver diretrizes, a fim de organizar


a vida em sociedade, garantindo, assim, o bem de todos. A ação política possui,
entre outras atribuições, mediar conflitos sociais, com o propósito de encontrar
uma solução plausível que garanta o bem-estar social e individual.

Conceito elaborado por Katia Pessoa (especialmente para esse material)

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b- Proposta - liga-se à ação de propor, de oferecer algo, pretendendo atingir um
objetivo ou uma finalidade.

Conceito elaborado por Katia Pessoa (especialmente para esse material)

2- Agora, crie a definição para a expressão “proposta política”.

Estimular os estudantes a elaborarem a definição com base nos conceitos de


“proposta” e de “política” oferecidas na questão “1”. As respostas podem variar, mas
é importante que o professor mantenha a discussão no âmbito da definição básica, a
fim de evitar debates partidários, por exemplo (o que não é o objetivo a ser seguido
aqui).

Proposta política -

Saiba!
Essas definições podem variar de acordo com os estudiosos do assunto. Para nós,
por enquanto, as descritas acima bastam. É a partir delas que iniciaremos um
exercício de produção textual: a criação de um projeto político-social. O tema deverá
estar relacionado a algo que você e seu grupo querem ver inserido ou modificado em
sua escola ou na comunidade: campanha do agasalho, arrecadação de alimentos e/ou
produtos não perecíveis, colaboração com limpeza do ambiente escolar, criação de
uma horta comunitária, criação de um ambiente de leitura ao ar livre, organização de
grupos de monitoria de estudos, criação do Grêmio Estudantil, entre outras atividades.

Atividade 4- Trabalho em grupo

1- Com base no conceito de projeto político, analisem o texto a seguir.

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IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO
Título: __________________________________________________________
Grupo responsável: _______________________________________________

JUSTIFICATIVA
O que será desenvolvido? Qual é a importância do desenvolvimento do projeto?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

OBJETIVOS
Descrição das finalidades do projeto. Iniciar as descrições sempre com um verbo no
infinitivo (criar, desenvolver, proporcionar etc.).

PÚBLICO-ALVO
Quem são as pessoas (ou grupo) a serem beneficiadas.

METODOLOGIA
Descrição das ações que envolverão as atividades a serem desenvolvidas, a fim de
atingir os objetivos pretendidos.

IMPACTO
Resultados esperados

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PARCERIAS
Apoiadores do projeto

2- Após a leitura, é hora de elaborar uma proposta, preenchendo o formulário.

Observação:
Antes de preencher o quadro, o grupo deverá
- escolher quem completará o formulário acima, fazendo uso da norma-padrão da
Língua Portuguesa.
- discutir os principais pontos a serem trabalhados no projeto.
- tomar notas das principais ideias,
- elaborar um rascunho (a leitura do rascunho é importante para que o grupo possa
analisar se a proposta está condizente com o pensamento de todos e se é passível
de desenvolvimento),
- passar o texto a limpo no formulário do projeto.

* O formulário pode ser escrito à mão ou digitado.

Orientar os estudantes a utilizarem ferramentas de apoio a apresentações orais,


escolhendo e usando tipos e tamanhos de fontes que permitam boa visualização,
topicalizando e/ou organizando o conteúdo em itens. A inserção de imagens, gráficos,
tabelas, formas e elementos gráficos, pode ser útil na construção de slides, por
exemplo.

3- A turma terá aproximadamente seis propostas de projetos que deverão ser


apresentadas e colocadas em discussão para que os prós e os contras sejam
analisados. Será necessário verificar a viabilidade de cada uma das propostas e se
há possibilidade de implementação.

Observação:

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É necessário respeitar o outro durante as apresentações. Se houver contra-
argumentos, eles deverão ser ouvidos e discutidos sem ofensas.
O professor poderá ser o mediador do debate de ideias.

4- Após as propostas de projetos serem analisadas, elas podem ser submetidas à


votação. Essa escolha poderá ser feita pelos estudantes de toda a turma do 9º ano
envolvida e/ou estendida à comunidade escolar por meio de votação, utilizando
urnas ou meio digital.

Professor e estudantes podem combinar a melhor maneira para a realização da


votação e conferência de dados. Montar uma lista de combinados pode ser uma boa
estratégia para estabelecer comprometimento com a atividade.

Observações:
1- Uma vez escolhido o projeto de maior impacto para a comunidade escolar, ele
poderá ser colocado em prática. Sua classe e o professor responsável pela dinâmica
dessa atividade poderão dar vida ao trabalho, mobilizando a ideia para todos da
escola.
Caso isso aconteça, não se esqueça de fazer os registros do processo e dos
resultados. Tome como exemplo, as ações evidenciadas na Atividade 2 – Painel de
ideias: práticas sociais.

2- Seu professor poderá, em nome da turma, encaminhar os resultados da aplicação


do projeto para atividadescp@educacao.sp.gov.br e/ou publicá-lo no blog da turma,
no site da escola, por exemplo.

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Sites pesquisados e repositórios criados

The Little Match Girl (Hans Christian Andersen). Disponível em:


http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=6113 .
Acesso em: 19 jun. 2020.

Constituição Federal (f ragmento). Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 29 jun. 2020.

Definição de Emenda Constitucional. https://www12.senado.leg.br/noticias/glossario-


legislativo/emenda-constitucional (acesso em: 31 jul. 2010)

ECA. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069Compilado.htm. Acesso em: 10


ago. 2020).

Código de Defesa do Consumidor. Disponível em: https://www.procon.sp.gov.br/wp-


content/uploads/files/CDCcompleto.pdf. Acesso em: 10 ago. 2020).

Código Nacional de Trânsito. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9503Compilado.htm. Acesso em: 10 ago. 2020).

Turma da Mônica em: O Estatuto da Criança e do adolescente. Disponível em:


https://tinyurl.com/y28ooh23. Acesso em 24 jun. 2020).

Grêmio Estudantil (EE Reinaldo Ribeiro da Silva). Disponível em: https://bityli.com/lYyTQ. Acesso em:
21 set. 2020.

Protagonismo Juvenil “Tribos” (EE Prof ª Almerinda Rodrigues). Disponível em:


https://tinyurl.com/y33kqxyr. Acesso em: 17 jul. 2020.

Projeto Parlamento Jovem Municipal (Diretoria de Ensino Região Itapetininga). Disponível em:
https://tinyurl.com/y28fd343. Acesso em: 21 set. 2020.

Vídeo dos jovens em atuação plenária (Diretoria de Ensino Região Itapetininga): Disponível em:
https://tinyurl.com/y2fa2r5j. Acesso em: 21 jul. 2020)

Fotos para inspirar ações (Diretoria de Ensino Região Itapetininga). Disponível em:
https://tinyurl.com/y2ta2dqu. Acesso em: 24 jul.2020.

Fotos para inspirar ações (Diretoria de Ensino Região Itapetininga)-Disponível em:


https://www.facebook.com/203238136865482/posts/726790157843608/. Acesso em: 24 jul. 2020.

Créditos

Material elaborado por Katia Regina Pessoa

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CADERNO DO PROFESSOR

LÍNGUA PORTUGUESA

ENSINO FUNDAMENTAL

VOLUME 4

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