AULA SEMANA 01
"Os mecanismos por meio dos quais uma sociedade transmite a seus saberes, o saber-
fazer e o saber-ser que ela estima como necessários à sua reprodução são de uma
infinitiva variedade". (Sposito 1992,p.1)
Durkheim e a escola
Escola - natureza socializadora, instituição privilegiada para a inserção do indivíduo no
espaço público.
Para o sociólogo alemão, Max Weber, a sociedade é um sistema de poder que está
presente em todos os níveis da sociedade, desde as relações entre os governantes e a
população, até mesmo nas relações na família ou no trabalho. A sociedade se constitui a
partir do individuo e de acordo com as relações estabelecidas por este individuo.
Ao longo do tempo, várias instituições, como a família, os clãs, igreja e as tribos, foram
responsáveis pelo processo educativo; mas com a chegada da idade moderna, a escola
tornou-se a principal instituição para a realização do processo educativo.
Atividade da Semana 03
Para entender melhor a sociedade atual, precisamos estar inteirados a alguns conceitos,
como: Igualdade, Diferenças e Desigualdades sociais.
Apesar do pensamento modernista, na prática esse pensamento foi suplantado por outros.
Segundo os estudos de Karl Marx, a igualdade é praticamente uma utopia e as
desigualdades de classes são um elemento estrutural das sociedades capitalistas, ou seja,
a desigualdade é um elemento essencial para a existência do capitalismo. No capitalismo,
os detentores do capital e dos bens de produção compõe uma classe diferenciada em
comparação aos operários, os trabalhadores assalariados e portanto, essa diferença
econômica seria o fator gerador das desigualdades.
Atividade semana 04
Educação - 4ª Semana
A luta pela escola pública laica, obrigatória e gratuita para toda a população tem sido
bandeira constante entre os educadores brasileiros.
Tema da escola pública levanta questionamentos sobre: funções sociais e pedagógicas da
escola, universalização do acesso, permanência, o ensino e a educação de qualidade, o
atendimento às diferenças sociais e culturais, e a formação para a cidadania crítica.
Portanto a vários pontos para prestar atenção a respeito da escola pública, os alunos tem
direito a estarem dentro da escola, mas basta isso, como a escola equilibra as
desigualdades?
Anísio Teixeira - Bahia, julho de 1900; Rio de Janeiro 1971. Formado em direito. Atuou na
vida pública. Traduziu livros do Filósofo John Dewey.
Defensor da escola pública, laica de qualidade, o momento histórico, cria o manifesto dos
pioneiros de 1932. E com o fim da segunda guerra o país está buscando uma escola qual
tipo será implementada no país, nesta mesma época o Brasil está passando pela crise do
estado novo, e inaugura na Bahia a escola pública integral voltada para as pessoas
carentes.
Escola pública no Brasil
Compreender as articulações com as classes populares.
Sujeitos que vêm sendo historicamente excluídos da educação escolar. Não basta apenas
a universalizar a escola, é necessário, as políticas públicas para implementá-la.
Escolarização como direito: políticas públicas para expansão de vagas, viabilizar educação
de jovens e adultos, ampliar o acesso ao ensino superior.
Escola de massas no Brasil
A ampliação/universalização do acesso ao ensino obrigatório - a partir da década de 60 -
escola de massas. Aberta para grande parte da população.
Problema decorrente - ampliação rápida da quantidade de alunos resolvida por políticas
públicas de ampliação do número de turnos diários, ampliação do número de alunos por
turma.
Acesso à escola no Brasil
A ampliação do acesso ao ensino obrigatório - crianças com condições pessoais,
familiares, culturais e econômicas, que anteriormente eram excluídas por mecanismos de
seletividade, passassem a frequentar a escola. Um direito, um ganho social, pois as
classes menos provida agora tem direito a educação, mas como colocar tantas crianças na
mesma escola? E a diversidade que entram da escola. Muitas são as primeiras crianças da
família a frequentar a escola, que pensamentos virão a ter, estes são alguns problemas
enfrentados.
A questão da diferença na escola
A diferença é uma questão central na problematização da escola pública. A escola pública
é para todos, sem distinção.
Cotidiano escola - reúne crianças classificadas, a partir de muitas categorias, como
diferentes: ritmos de aprendizagem, culturas, costumes e hábitos sociais, relações
familiares, etc.
Não são todas crianças que aprendem ao mesmo tempo, diferentes pais, etc, muita
diversidade.
Exclusão na escola
A exclusão da escola dá lugar à exclusão na escola, que ressalta a manutenção do conflito
presente na dinâmica inclusão/exclusão.
Essa tensão, precisa questionar não o sujeito que fracassa, mas as relações que geram o
fracasso de muitos e o êxito de alguns, se existia uma época que para entrar na escola era
preciso fazer provas, que possibilitava ou não o acesso a escola, isso cai por terra e todos
tem direito a escola, isso gera uma exclusão na escola, pois nem todos conseguem
aprender. Isso gera questionamentos como: o que faremos para ensinar a todos?
A outra face da exclusão escolar
Visibilidade da seletividade escolar - em outras épocas era expressa pela não-oferta de
vagas a todos ou os processos de reprovação nas séries iniciais.
Hoje - aluno tem permanecido na escola sem que dela tenha usufruído, as crianças
permanecem na escola, mas praticamente nada aprendem.
Dualismo na escola brasileira
Em um extremo - a escola assentada no conhecimento, na aprendizagem e nas
tecnologias, voltada aos filhos dos ricos
Em outro extremo - a escola do acolhimento social, da integração social, voltada aos
pobres e dedicada, primordialmente, a missões sociais de assistência e apoio às crianças.
Fato para refletir, o que é a escola da elite e como é a escola de massas, todas precisam
aprender.
Diferenças na escola pública
As escolas, por pertencerem a um determinado sistema de ensino, possuem aspectos
comuns.
Mas, cada escola é uma instituição social única, com características próprias, fruto de sua
história e das relações sociais ali estabelecidas.
A escola possui um espaço de autonomia que lhe permite, dentro de limites se constituir
em frente de resistência aos processos de seletividade e de exclusão.
Atividade Semana 05
A escola e a sociedade
A aula se baseia em um programa da UNIVESP TV no qual são discutidos os desafios da
escola que busca uma identidade. Toma-se por base um artigo de Antonio Novoa
(educador português), que aborda a problematização da universalização do ensino – a
escola que não sabe lidar com as diferenças faz parte do programa. A videoaula discute a
autonomia docente e ainda trabalha alguns questionamentos: a escola reproduz ou
transforma? Escola para todos é um problema?
Qual o papel do professor na escola de hoje?
Vídeo - professores brasileiros discutem os desafios da escola que busca uma identidade.
Toma-se por base um artigo de Antônio Nóvoa (educador português).
O texto diz que a escola serve ou para salvar as coisas ou deixar como estão.
O texto de Antonio Nóvoa tem início apontando esse entusiasmo como um dos equívocos
com relação à educação. Baseado em Ortega y Gasset, o autor nos diz que uma boa
nação não se faz apenas com escola de qualidade , mas também com política, economia,
justiça e saúde de qualidade.
O autor propõe expor seu texto em três momentos: num primeiro momento abordará os
perigos de visões pontuais da escola, ora como salvadora, ora como mera reprodutora da
sociedade. Em segundo lugar, explanará sobre a identidade dos professores e por fim
associará as duas primeiras reflexões para fundamentar as possíveis mudanças no cenário
educativo.
O alvo de toda a crítica é a escola antiga, não a nova escola, pois esta é “libertadora e
marca uma nova etapa no acesso do Homem à perfeição”. A quase ilimitada crença na
escola como regeneradora, consolidou a imagem dos professores como sacerdotes e
missionários ao mesmo tempo em que criou condições pra uma melhor formação e o
desenvolvimento de uma reflexão científica na área da pedagogia.
Com a profissionalização o professor passa a ser visto, não como no antigo modelo do
sacerdócio, mas como servidor do Estado e as crianças são categorizadas como alunos,
passando ambos a ser encarados como populações e portanto torna-se necessário que
sejam geridos por padrões institucionais próprios. Essa visão de “população escolar” teve
como principal resultado as escolas de massas.
Trazer novamente os professores para o centro dos debates, para Nóvoa é primordial, e
propõe abordar a questão não pela coletividade, na qual as semelhanças são acentuadas
e sim pela diversidade. Opta por falar, não em identidade, mas em processo identitário,
processo pelo qual cada um de nós se apropria do sentido da sua história pessoal e
profissional.
“A forma como cada um de nós constrói a sua identidade profissional define modos
distintos de ser professor, marcados pela definição de ideais educativos próprios, pela
adoção de métodos e práticas que colam melhor com nosso modo de ser, pela escolha de
estilos pessoais de reflexão sobre a ação.”
O autor propõe-nos duas perguntas: “Por que é que fazemos o que fazemos na sala de
aula? Que saber mobilizamos na nossa ação pedagógica?”
Para apontar a resposta da segunda pergunta, o autor demonstra como desde muito
tempo os professores limitaram-se a compartimentar seus saberes, assumindo-se assim
como transmissores de um determinado conhecimento científico. Essa postura é vista
como retrógrada e de pouco valor, o que para o autor significa por um lado incompreensão,
pois o processo de transformar as disciplinas científicas em currículo escolar é complexo e
demanda do professor, não só conhecer a matéria que leciona, mas também compreender
a forma como esse conhecimento se constituiu historicamente, ou seja, é necessário
compreender os conteúdos para que se possa transformá-los em produtos de ensino. Por
outro lado, a tentativa de banalizar esse processo é para Nóvoa, parte integrante de um
processo, nada inocente, de relacionar a escolha da profissão de professor com o
insucesso. Para o ensino iriam apenas os pouco competentes.
O autor salienta a importância de se investir na pessoa do professor e nos saberes dele
emergentes, os docentes devem apropriar-se de seus saberes e elaborá-los do ponto de
vista teórico conceitual, desta forma serão criadores de instrumentos pedagógicos e
profissionais críticos e não apenas executores e técnicos. Tendências que dicotomizam
concepção da execução devem ser rejeitadas, assim como pacotes curriculares prontos a
serem aplicados, que apenas servem para desperdiçar o tempo dos professores, tão
necessário à reflexão e a produção de novas práticas.
Para o autor somente através da valorização intelectual e consolidação da autonomia é
que será possível aos professores enfrentar a crise e o desconforto nos quais têm vivido.
Escola e sociedade
Apontando primeiramente os perigos da idéia da escola-toda-poderosa com professores
com missão de moralização da sociedade e logo após a crise de identidade dos
professores, o autor associa as duas idéias afirmando a necessidade de uma nova relação
entre a escola e a sociedade, na qual seja respeitado o direito das famílias e das
comunidades de participarem da ação educativa e seja respeitada a autonomia dos
docentes.
Vistos, muitas vezes, como antagônicos esses dois poderes (escola e sociedade) devem
aliar-se, pois segundo o autor não há possibilidades de mudança na educação sem
investir-se neles , para isso duas condições são necessárias: assegurar às famílias,
principalmente, àquelas menos favorecidas, o direito de decidirem e de participarem da
educação dos filhos e não imputar culpa aos professores da crise do sistema de ensino.
Por muito tempo, as famílias, principalmente as mais pobres, foram afastadas da educação
formal dos seus filhos. Diversas razões eram dadas para justificar essa postura: a falta de
instrução dos pais, a má influência do meio ou ainda os discursos que legitimavam o
fracasso dos menos favorecidos. O autor reafirma assim, a impossibilidade de qualquer
mudança sem investir-se positivamente no poder das famílias e da comunidade.
O autor convida-nos ainda a uma redescoberta da função social da utopia e das pequenas
utopias que dão novo sentido ao nosso cotidiano.
Os professores tentam usar de todos os métodos para chamar a atenção do aluno, mas
hoje em dia a concorrência é forte e desleal, a televisão e a internet ganham disparado.
Universalização do ensino - a escola não sabe lidar com as diferenças.
“Os alunos passam pela escola, vem para a escola, mas tira da escola muito pouco”.
Autonomia docente
“... a gente fala o que quer que se fale e faz o que a gente acredita…”
A escola tradicional
A aula abordará os seguintes temas: organização do espaço escolar: professor vigiando;
ordem e poder: punições na escola; escola laica, pública e gratuita.
Profª. Drª. Ana Maria Klein
https://www.youtube.com/watch?v=N6eZ2NbexrU
Escola tradicional:
O ensino tradicional pretende transmitir os conhecimentos.
O professor domina os conteúdos logicamente organizados e estruturados para
serem transmitidos aos alunos.
A ênfase do ensino tradicional, está na transmissão dos conhecimentos e no
professor.
A “disciplina às vezes exige a cerca", como diz Foucault (1991), um espaço fechado
para melhor controle dos indivíduos, para melhor domínio e utilidade das forças dos corpos
(Ferrari, 2012).
Dia escolar se desdobra em turno. Turnos se transformam em hora-aula (50 minutos cada
uma), para cada término das aulas, ouve-se o toque da sirene para que os professores
troquem de sala ou, eventualmente, os alunos (para laboratório, para aula e educação
física, para o pátio).
O objetivo é estar ocupando o aluno, produtivamente, durante todo o tempo que estiver na
escola.
Armas contra indisciplina: nota, expulsão. Castigos físicos (em outras épocas) em nome da
ordem e poder.
Uma escola acessível a todos, a revolução francesa tem grande importância nisso pois foi
quando se sentiu a necessidade de formar profissionais.
Atividade de Portfólio
As aulas desta semana trouxeram conceitos e ideias relativos ao papel do professor e seus
desafios e às relações de poder presentes na escola. Represente por meio de imagens ou
frases ou poemas ou outros elementos textuais e/ou gráficos as associações que fez entre
as ideias discutidas nas aulas e suas experiências pessoais/profissionais. Justifique
brevemente a associação que fez.
Esta atividade deve ser desenvolvida por meio de 3 itens:
a. Ponto/conceito/ideia escolhido; Qual o papel do professor na escola de hoje?
b. Representação/associação (imagem, texto escolhido para representar o
ponto escolhido);
c. Justificativa da escolha.
A avaliação levará em conta a pertinência do tema/conceito escolhido para ser
representado e a justificativa do mesmo.
Atividade de Portfólio
Na foto acima uma cena do filme Sociedade dos Poetas Mortos. O filme se passa em 1959
em uma escola tradicional, conservadora e aristocrática do Nordeste dos EUA. Um grupo
de alunos do último ano encontra o novo professor, John Keating, um professor não
ortodoxo, com métodos de ensino muito diferentes dos adotados pelas escolas tradicionais
da época. Atualmente ele seria considerado um professor normal, mas naquela época ele
era considerado fora da curva. Hoje em dia, podemos dizer que a curva mudou, a
sociedade mudou, os alunos mudaram, as relações familiares mudaram e obviamente as
relações humanas mudaram.
Eu nasci em 1970 e estudei em escolas tradicionais, com muitas características próprias
como fila antes de entrar na sala de aula, uniforme (apenas no ginásio e não terno como
no filme), tablado, portões fechados, etc.... Mas a sociedade é diferente hoje, os jovens
opinam muito mais, eu não conseguia falar com meus pais da mesma forma como os
jovens de hoje conseguem atualmente. O problema é que mudanças geram mudanças,
mas nem sempre fazer essas mudanças. Acho que esse é o difícil papel da educação no
país. Fazer essas transformações e ao mesmo tempo melhorar a educação como um todo,
não apenas a universalização ou melhorar o desempenho, mas talvez o aspecto mais
importante que é trabalhar o ser humano.
Atualmente a tecnologia invade nossos lares, nossos locais de trabalho e nos diversos
ambientes de vivência dos cidadãos e certamente reserva novas funções aos membros
do processo de geração de conhecimento vivenciado na escola onde não é mais possível
desenvolver escolas arcaicas em termos de conhecimentos e pautadas em uma lógica de
aprendizado que visa apenas o responder a prova e não dá aos educandos oportunidades
de conhecimento adequado e voltado essencialmente para a compreensão do valor das
transformações e dos aspectos da dinâmica social que molda espaços e faz idéias e
concepções. A Escola não é a mesma de décadas passadas , os alunos também não são
os mesmos, porém se mal trabalhados podem ser cúmplices do processo de destruição
dos ideais propostos para a concretização de uma Escola que seja forte em valores e
conhecimentos.
Tais questionamentos devem ser vistos de forma a procurar questionar sempre o papel da
Escola no mundo moderno e tentar verificar ações que visem transformar o papel do
ambiente escolar e dar ao educando um processo de geração de conhecimento menos
traumático revendo modelos avaliativos e buscando relações mais harmônicas entre os
personagens do contexto escolar para que o processo de geração de conhecimento tenha
sempre uma razão de ser e tenha sempre ações de compromisso de todos no alcance de
uma nova forma de entender , analisar e questionar o mundo em que vivemos.
Nos dias de hoje a tecnologia invade nossos lares, nossos locais de trabalho e nos
diversos ambientes de vivência dos cidadãos e certamente reserva novas funções aos
membros do processo de geração de conhecimento vivenciado na escola onde não é mais
possível desenvolver escolas arcaicas em termos de conhecimentos e pautadas em uma
lógica de aprendizado que visa apenas o responder a prova e não dá aos educandos
oportunidades de conhecimento adequado e voltado essencialmente para a compreensão
do valor das transformações e dos aspectos da dinâmica social que molda espaços e faz
idéias e concepções. A Escola não é a mesma de décadas passadas , os alunos também
não são os mesmos, porém se mal trabalhados podem ser cúmplices do processo de
destruição dos idéias propostos para a concretização de uma Escola que seja forte em
valores e conhecimentos.