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NA GESTÃO HOSPITALAR
Márcia Beatriz Schneider Blanski
Christian Luiz da Silva
Antonio Gonçalves Oliveira
SISTEMAS DE CUSTEIO NA GESTÃO
HOSPITALAR
Reitor: Carlos Eduardo Cantarelli. Vice-Reitor: Luiz Alberto Pilatti. Diretora de Gestão da Comunicação:
Noemi Henriqueta Brandão de Perdigão. Coordenadora da Editora: Camila Lopes Ferreira.
Conselho Editorial da Editora UTFPR. Titulares: Bertoldo Schneider Junior, Hieda Maria Pagliosa
Corona, Hypolito José Kalinowski, Isaura Alberton de Lima, Juliana Vitória Messias Bittencourt, Karen
Hylgemager Gongora Bariccatti, Luciana Furlaneto-Maia, Maclovia Corrêa da Silva e Sani de Carvalho Rutz
da Silva. Suplentes: Anna Silvia da Rocha, Christian Luiz da Silva, José Antonio Andrés Velásquez Alegre,
Ligia Patrícia Torino, Márcio Barreto Rodrigues, Maria de Lourdes Bernartt, Mário Lopes Amorim, Ornella
Maria Porcu e Rodrigo Lingnau.
Editora filiada a
Márcia Beatriz Schneider Blanski
Christian Luiz da Silva
Antonio Gonçalves Oliveira
Curitiba
UTFPR Editora
2015
© 2015 Editora da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição-
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ditos ao(s) autor(es), mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para
fins comerciais.
Inclui Bibliografia
ISBN: 978-85-7014-142-2
1. Hospitais – Administração. 2. Administração pública. 3. Hospitais – Custo
operacional. I. Silva, Christian Luiz da II. Oliveira, Antonio Gonçalves III. Título.
Coordenação editorial
Camila Lopes Ferreira
Emanuelle Torino
Normalização
Emanuelle Torino
Apoio:
UTFPR Editora
Av. Sete de Setembro, 3165 Rebouças
Curitiba – PR 80230-901
www.utfpr.edu.br
AGRADECIMENTOS
Os autores
SUMÁRIO
PREFÁCIO....................................................................................................................... 9
INTRODUÇÃO............................................................................................................. 13
CONCLUSÕES............................................................................................................ 143
REFERÊNCIAS............................................................................................................ 147
PREFÁCIO
É
com imensa satisfação que trazemos ao público este livro que des-
taca mais uma iniciativa do Governo do Estado do Paraná em pro-
porcionar saúde de qualidade à população paranaense.
A Secretaria Estadual de Saúde (SESA), ciente de que os hospi-
tais estaduais cumprem papel importante na organização de saúde do
Estado na sua abrangência local ou regional, não mede esforços para criar
condições estruturais, operacionais e gerenciais para que estes, integra-
dos às redes de atenção à saúde, possam desempenhar plenamente suas
funções com elevado padrão.
O tema que versa sobre custos hospitalares vem ao encontro do
planejamento estratégico da SESA, nas perspectivas de gestão e financia-
mento, mais especificamente nos objetivos que visam a qualificação, oti-
mização e racionalização dos recursos orçamentários e financeiros.
Dentre outras ações, publicou em 2011, por intermédio da Fun-
dação Araucária, a Chamada Pública de Projetos no âmbito do Programa
de Pesquisa para o Sistema Único de Saúde (PPSUS), financiado pelos go-
vernos estadual e federal. Entre as linhas temáticas prioritárias para o Es-
tado, incluiu-se a necessidade de realizar estudos que viessem contribuir
para o financiamento da saúde, mobilizando a comunidade acadêmica
para o desenvolvimento de pesquisas que trouxessem resultados efetivos
na melhoria da saúde da população de diferentes regiões paranaenses.
Neste sentido, agradecemos à Universidade Tecnológica Federal
do Paraná (UTFPR) e ao seu Programa de Pós-Graduação em Planeja-
mento e Governança Pública (PPGPGP) pela coordenação e execução do
projeto de pesquisa que originou este livro e especialmente aos pesqui-
sadores: Márcia Beatriz Schneider Blanski, Christian Luiz da Silva e An-
tonio Gonçalves de Oliveira, que estruturaram os resultados nesta obra
para que o conhecimento possa ser disseminado. Esta relação entre a Uni-
versidade e o Governo do Estado é um exemplo de parceria em benefício
do serviço público e da busca de soluções para os problemas que afligem
a toda a sociedade.
Em nome da Secretaria de Estado de Saúde do Paraná agradeço
todos os profissionais da Universidade Tecnológica Federal do Paraná,
da Secretaria de Saúde do Estado, da Escola de Saúde Pública do Paraná
e da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), envolvidos
neste trabalho.
Considerando a característica da assistência prestada nas insti-
tuições hospitalares, estas representam uma faixa importante de custos
na saúde, por isso estes devem ser bem administrados, motivos pelo qual,
além da implantação de um modelo que favoreça o gerenciamento de
11
custos em suas unidades hospitalares próprias, a existência da gestão de
custos é um dos indicadores que são monitorados no Programa de Apoio
e Qualificação de Hospitais Públicos e Filantrópicos do SUS do Paraná
(HOSPSUS), que já está em sua terceira fase de implantação e que já bene-
ficiou 255 unidades hospitalares com R$ 119 milhões aplicados em obras
e equipamentos e mais de R$ 200 milhões em custeio dos serviços.
O HOSPSUS tem beneficiado à população paranaense um aten-
dimento hospitalar de qualidade e com resolutividade o mais próximo
possível de sua residência, otimizando a eficiência dos hospitais e con-
tribuindo para o desenvolvimento de um parque hospitalar público e fi-
lantrópico no estado, social e sanitariamente essenciais para atender as
necessidades da população em todas as regiões de saúde.
O tema de gerenciamento de custos não poderia ser mais ade-
quado neste momento em que o Sistema Único de Saúde (SUS) precisa de
máxima eficiência, diante do desafio no enfrentamento dos problemas de
financiamento da saúde na economia brasileira.
Esta iniciativa nos dá muito orgulho, tendo em vista ter sido rea-
lizada dentro de nossas unidades hospitalares próprias e destaca-se como
pioneira na saúde pública do Paraná.
A sua aplicação trará melhores resultados na saúde da popula-
ção, razão de ser de nosso trabalho.
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INTRODUÇÃO
O
estudo que se apresenta envolve um grande desafio da saúde pú-
blica no Brasil: o financiamento da saúde frente a um Sistema
Único de Saúde (SUS) com direitos universais e abrangentes e os
custos a ele inerentes.
A mudança no perfil epidemiológico e demográfico da popula-
ção, bem como a alavancagem tecnológica na saúde, impulsionam cada
vez mais o aumento de custos, dentro de um sistema cujo subfinancia-
mento tem sido apontado como causa principal da falta de oferta de ser-
viços com qualidade à população.
Dessa forma, as políticas de financiamento da saúde no federa-
lismo brasileiro apresentam-se como mais uma problemática ao tema,
pois se observa uma curva decrescente nos gastos com ações e serviços
de saúde do governo federal e uma oneração na participação dos estados
e municípios.
Nesse contexto, encontram-se os hospitais, organizações públi-
cas ou privadas que, pela natureza dos serviços prestados, se tornam ins-
tituições complexas, com custos cada vez mais crescentes e que deveriam
ser a última porta de entrada num sistema de saúde que tem a hierarqui-
zação como um dos seus princípios basilares, cuja atenção primária seria
o eixo orientador. Na prática, não funciona assim, pois se verifica que as
causas primárias das doenças da população ainda não recebem a atenção
necessária em vários municípios e regiões do país, impulsionando as so-
luções para o hospitalocentrismo.
Diante desse cenário, verifica-se a necessidade de se aprofundar
e contribuir para as práticas de gestão dos equipamentos hospitalares de
saúde, tendo em vista que a análise e a proposição de políticas públicas
para uma gestão com informações mais estruturadas para tomada de de-
cisão são objetivos necessários, com impactos positivos para o cidadão.
Um sistema único de saúde traz uma importante contribuição do governo
para a sociedade, mas é um importante desafio ter uma gestão melhorada
continuamente para lidar com o crescimento da demanda de serviços as-
sociado à restrição de recursos.
Este estudo do desenvolvimento de um modelo de custeio para
a gestão de custos em hospitais públicos administrados diretamente pelo
Estado do Paraná busca contribuir como proposta de aprimoramento
para o controle, transparência, orçamentação e planejamento das ações
estratégicas de saúde para o Estado. Sendo assim, a perspectiva da pes-
quisa é que o modelo de custeio proposto possa ser utilizado como ins-
trumento de governança pública e contribuir para tornar as organizações
hospitalares públicas mais responsivas para o cidadão e para a sociedade.
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Com isso, este livro apresenta o desenvolvimento e a aplicação
de um modelo de custeio para os hospitais públicos do Estado do Paraná,
que pode ser replicado em outros hospitais.
Dentre os desafios enfrentados pelos hospitais públicos brasilei-
ros, pode-se verificar que a gestão hospitalar apresenta um cenário de
considerável evolução dos custos, seja pela mudança do perfil demográfi-
co e epidemiológico, pelo envelhecimento da população brasileira e pelo
crescente número de doenças crônicas, seja pela crescente evolução tecno-
lógica e seu incremento acelerado.
A gestão de custos aplicada às instituições de saúde compreende
benefícios que extrapolam os aspectos contábeis e tributários, proporcio-
nando, aos gestores envolvidos, a segurança na gestão dos recursos utili-
zados na consecução das atividades operacionais e a análise de resultados,
tornando-se ferramenta indispensável para fazer frente a tomada de deci-
são sobre investimentos, alterações de perfil de atendimento, utilização de
capacidade ociosa, ampliações de serviços, entre outros (MATTOS, 2005).
A experiência acumulada na gestão do SUS, nas últimas duas
décadas, proporcionou observações de evidências empíricas dos rumos
do seu desenvolvimento e consequentes reflexões, que compelem gesto-
res e usuários para um debate de sua conjuntura como política pública de
saúde para consolidar seus princípios basilares: universalidade, integrali-
dade, participação, descentralização e equidade (FRUTUOSO, 2012).
Seguramente, muitos dos problemas que atormentam o usuário
do SUS podem ser equacionados mediante boas práticas de gestão. No
entanto, para o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), é
no subfinanciamento que está o ponto frágil do sistema público de saúde
e que mais impossibilita os gestores municipais e estaduais de organiza-
rem a oferta de serviços com qualidade (CONSELHO NACIONAL DE
SECRETÁRIOS DE SAÚDE, 2011).
O subfinanciamento da saúde pública é bem conhecido pelos
distintos atores sociais e grupos de interesse direta ou indiretamente en-
volvidos no processo de construção do SUS como fator impeditivo do
cumprimento dos preceitos constitucionais de acesso universal e atendi-
mento integral (CONSELHO NACIONAL DE SECRETÁRIOS DE SAÚ-
DE, 2011), mas a desregulamentação, a não observância constitucional, o
desinteresse político com a saúde, a desresponsabilização solidária dos
entes envolvidos (profissionais, usuários e gestores) e a deterioração do
financiamento do SUS ainda persistem nos governos.
Essa visão é corroborada na análise histórica realizada por Silva
e Rotta (2012), quando afirmam que o contexto atual do subfinanciamento
16
do SUS parece não ter ruptura com a escassez demonstrada no passado
perante a grande demanda de responsabilidades previstas na constituição,
prevalecendo os impasses de “desregulamentação, jogo de interesse político,
falta de governança e irregularidades dos aportes financeiros à saúde”.
A regulamentação da Emenda Constitucional nº 29, por meio da
Lei complementar nº 141/2012, cujo projeto de lei tramitou por 12 anos na
Câmara dos Deputados até ser aprovado pelo Senado em janeiro de 2012,
definiu que estados e municípios deveriam destinar 12% e 15%, respecti-
vamente, de suas receitas com saúde, mas foi incapaz de definir 10% das
receitas correntes brutas (RCB) da União para o mesmo fim, frustrando a
expectativa de milhões de brasileiros (BRASIL, 2000a).
Sem alternativa, várias entidades, entre elas o CONASS, criaram
o Movimento Nacional em Defesa da Saúde Pública (Saúde + 10), com o
objetivo de coletar 1,4 milhão de assinaturas (1% dos eleitores do país, no
mínimo, em cinco estados) para dar a entrada no Congresso Nacional de
um Projeto de Lei de Iniciativa Popular que estabeleça essa obrigação.
Observa-se a importância desse movimento de garantia de um
percentual mínimo das receitas brutas da União para a saúde, assim como
estabelecido para os estados e municípios, devido à análise histórica do de-
créscimo de gastos públicos com saúde da esfera federal e o baixo compro-
metimento do Produto Interno Bruto (PIB) com saúde.
Na análise realizada por Frutuoso (2012), segundo dados da Or-
ganização Mundial da Saúde (OMS), o gasto com saúde no Brasil repre-
senta 8,4% do PIB e, desse percentual, apenas 43% é gasto público, con-
siderado um dos mais baixos do mundo, para um sistema de saúde tão
abrangente.
Esses dados comprovam que, desde a criação do SUS, há 21 anos,
o Brasil vive um paradoxo, pois se trata de um sistema gratuito e aberto
a todos, mas que tem menos dinheiro do que a iniciativa privada para
atender menos usuários.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em nenhum
outro país é assim, e a despesa estatal brasileira é um terço menor do que
a média mundial.
Diante dessa realidade é que se reconhece a importância dos re-
sultados esperados deste estudo para o cidadão, para a academia e para
o governo. Registre-se que, especialmente para o meio acadêmico, a jus-
tificativa encontra respaldo pelo fato de existirem poucos estudos sobre
a temática, haja vista sua complexidade e importância para a governança
aplicável à gestão da saúde na administração pública.
17
Corrobora com este estudo a pesquisa de Lopes (2013) sobre os
principais sistemas de custos utilizados em instituições de saúde, que
constata ser a gestão de custos amplamente valorizada nas organiza-
ções privadas, mas não tratada com a mesma importância nas institui-
ções públicas.
A análise e a proposição de políticas públicas para uma gestão
com informações mais estruturadas para tomada de decisão são objetivos
necessários para a melhor gestão, com impactos positivos para o cidadão
e para o governo: a decisão de se ter um sistema único de saúde traz uma
importante contribuição do governo para sociedade, mas é um impor-
tante desafio ter uma gestão melhorada continuamente para lidar com
o crescimento da demanda de serviços associado à restrição de recursos.
Para orientar o desenvolvimento da pesquisa apresentada neste
livro limitou-se a realidade dos hospitais públicos paranaenses. Dentre
os 19 hospitais administrados diretamente pelo Estado e distribuídos nas
22 regiões de saúde, foram escolhidos pela Secretaria Estadual de Saúde
(SESA) dois hospitais que fazem parte das redes de atendimento priori-
tárias de atenção à saúde, estabelecidas no mapa estratégico, a Rede Mãe
Paranaense e a Rede de Urgência e Emergência. Os hospitais estão loca-
lizados em Curitiba e região metropolitana, um deles com perfil de aten-
dimento geral e outro com perfil de atendimento especializado, denomi-
nados respectivamente de Hospital do Trabalhador e Hospital Infantil
Waldemar Monastier.
Diante desse contexto, tornam-se relevantes os estudos relacio-
nados aos problemas do financiamento do SUS não apenas para apontar
a falta de recursos para um sistema de saúde com princípios tão abran-
gentes, como a integralidade, a universalidade e a gratuidade, mas como
forma de contribuir com soluções para o seu gerenciamento e eficiência,
bem como para a garantia de maior rentabilidade social, uma vez que a
sociedade será a maior beneficiada.
Nessa direção, Bonacim e Araujo (2010), na pesquisa sobre ges-
tão de custos aplicada a hospitais universitários públicos, relatam a im-
portância da gestão de custos nas instituições que, por serem hospitais-es-
cola, têm como pré-requisito a vanguarda e a inovação nas pesquisas em
diversas áreas, o que pode impactar um maior custo das atividades.
Martins (2012), no desenvolvimento de modelo de resultados em
serviços hospitalares, com base na comparação entre receitas e custos das
atividades associadas aos serviços, verifica a possibilidade de identificar
oportunidades de melhoria no processo, com maior eficiência e eficácia e
melhor aproveitamento do tempo e melhoria da qualidade.
18
Raimundini et al. (2006), ao analisarem a aplicabilidade do cus-
teio baseado em atividades e análise de custos em hospitais públicos, con-
cluíram que os hospitais pesquisados não utilizam ferramentas de ges-
tão financeira e que a implantação desse sistema exige que os hospitais
públicos tenham infraestrutura adequada e mão de obra especializada,
atualmente não disponíveis.
Os mesmos autores, em 2005, realizaram um comparativo da
aplicabilidade de metodologia de custeio em hospitais públicos e priva-
dos e chegaram à conclusão de que a tabela SUS, aplicada aos hospitais
públicos, cobre os custos do hospital; no entanto, há subsídios do Estado
para pagamento de folha de pagamento e outras despesas. Já em um hos-
pital privado, que não há subsídio do Estado, a tabela SUS não cobre os
custos dos procedimentos.
Considerando que os hospitais públicos de administração direta
ou indireta apresentam uma faixa de custos importante no Sistema Úni-
co de Saúde, além de apresentarem uma complexidade maior dentro do
sistema, aliada à necessidade de tecnologia e recursos humanos cada vez
mais especializados, são inúmeros os desafios que se apresentam para a
manutenção desses equipamentos públicos com recursos cada vez mais
insuficientes para atender à demanda da saúde da população.
Com base no exposto, revela-se a importância da relação entre
o financiamento da saúde e a utilização de instrumentos gerenciais ade-
quados à boa administração dos recursos utilizados nas atividades hos-
pitalares. Assim, propomos, com esta publicação, um modelo de custeio
para a gestão de custos aplicados em hospitais públicos administrados
diretamente pelo Estado do Paraná, que pode ser replicado para outras
unidades da federação com ajustes nas contas propostas.
19
ADMINISTRAÇÃO E
GOVERNANÇA PÚBLICA
P
ara Drucker (2001), a administração vai além do conhecimento, ela
envolve a arte liberal que sofre influências das habilidades pessoais
de outros fundamentos, como a psicologia, a ética, a filosofia, den-
tre outras ciências, pois os administradores exprimem a sua arte na práti-
ca e na aplicação de suas habilidades pessoais.
A administração interpreta objetivos e transforma-os em ação
organizacional, por intermédio do planejamento, da organização, da di-
reção e do controle (MATIAS-PEREIRA, 2012).
Logo, conclui-se que a administração não é uma ciência exata, ela
é influenciada pela ação e vontade humana. Sendo assim, o que diferencia
a administração particular da pública?
Para Di Pietro (2011), no sentido objetivo, a administração públi-
ca abrange uma atividade funcional do Estado, por meio de pessoas ju-
rídicas, órgãos e agentes que são incumbidos de atender as necessidades
coletivas e subordinadas ao ordenamento jurídico vigente; e, no sentido
subjetivo, refere-se à função administrativa exercida pelos entes, sejam
pessoas jurídicas, órgãos ou agentes públicos.
Meirelles (1994) corrobora com esse conceito quando afirma que,
no sentido formal, a administração pública consiste na instituição dos ór-
gãos pelo governo para consecução dos seus objetivos e, no sentido ma-
terial, é a operação sistemática, legal e técnica dos serviços assumidos em
prol da coletividade.
Por essa análise, tem-se que a administração pública é incum-
bida de atender às necessidades da coletividade com base na legalidade,
por intermédio dos serviços públicos realizados pelos seus agentes em
seus devidos órgãos.
Para melhor entendimento, o quadro 1 busca sintetizar as defini-
ções de órgãos, serviços públicos e agentes públicos com base na análise
de Di Pietro (2011), Meirelles (1994), Bobbio (2007), Brasil (1967) junta-
mente com os preceitos constitucionais (BRASIL, 1988).
Como fica patente no quadro 1, a organização da execução dos
serviços públicos compreende os órgãos da administração direta e os da
administração indireta e, por isso, para melhor entendimento, passa-se a
descrever a forma de atuação nessas duas modalidades de execução dos
serviços públicos.
23
Instituídos por lei para o desempenho das funções estatais.
Não se trata de uma pessoa jurídica. Sua vontade é imputada à
Órgãos respectiva pessoa jurídica a que pertence.
Fazem parte da estrutura da administração direta ou indireta da
União, Estados e Municípios.
24
O Decreto-lei nº 200/1967 também explicita que a administração
indireta é composta por autarquias, empresas públicas, sociedades de eco-
nomia mista e fundações (BRASIL, 1967), com características próprias na sua
forma de atuação. Essas características que as diferenciam são apresentadas
no quadro 2.
Autonomia de gestão.
Gestão administrativa e financeira descentralizada.
Autarquias
Patrimônio e receita próprios.
Personalidade jurídica de direito público.
Consideradas paraestatais.
Empresas Personalidade jurídica de direito privado.
públicas Criação determinada por lei.
Patrimônio e capital exclusivamente governamentais.
Consideradas paraestatais.
Sociedades Personalidade jurídica de direito privado, sob a forma de
de economia sociedade anônima.
mista Criação determinada por lei.
Patrimônio próprio e governamental.
Consideradas paraestatais.
Personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos.
Fundações Autonomia administrativa.
públicas Criação determinada por lei.
Patrimônio próprio.
Custeio governamental e outras fontes.
26
PRINCÍPIOS QUE REGEM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
27
A administração pública e os seus serviços decorrem das funções
constitucionais e legais do poder público, regidos por esses cinco princí-
pios básicos, na administração direta e indireta de qualquer dos poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Assim, qualquer
órgão ou agente em função administrativa, em qualquer um dos poderes,
deve observar esses princípios.
Já explicitadas as formas de execução das ações e serviços de saú-
de, baseadas nos princípios que regem a administração pública, cuja obser-
vância é fundamental para a garantia do direito à saúde promulgado pela
Constituição Brasileira, faz-se agora uma abordagem sobre a governança
pública partindo do pressuposto da sua concepção na esfera corporativa e
da utilização do modelo no setor público, como forma de prestar serviços
de qualidade ao cidadão.
GOVERNANÇA PÚBLICA
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A teoria do agente teve sua origem por intermédio dos estudos
de Jensen e Meckling publicados em 1976, focados em empresas norte-a-
mericanas e britânicas, na verificação de que os executivos e conselheiros
contratados pelos acionistas tenderiam a agir em seu próprio benefício,
maximizando seus interesses, como altos salários, estabilidade e poder,
deixando de lado os interesses da empresa, dos acionistas e das demais
partes interessadas (stakeholders). Como forma de minimizar esses pro-
blemas, surge a proposta de uma série de medidas que visam o monito-
ramento e controle, bem como a ampla divulgação de informações, sen-
do essas práticas designadas como governança corporativa (INSTITUTO
BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA, 2014).
Empiricamente, verificou-se essa situação em função de diversos
escândalos corporativos no cenário mundial, como, por exemplo, os pro-
blemas de fraude contábil na Enron em 2001, basicamente em função da
prevalência de empresas de capital aberto, cuja obrigatoriedade de pres-
tação de contas dos resultados e ações da gestão se faz mais presente,
fortalecendo a governança corporativa nos últimos 10 anos.
Dessa forma, a governança emergiu no mundo corporativo, com
a abertura de capitais de grandes empresas e com três diretrizes nascen-
tes: transparência, equidade e prestação de contas (accountability), sendo
incluído, posteriormente, o princípio da responsabilidade corporativa
(INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA, 2014).
No setor público, a governança surgiu na toada da nova gestão
pública, ou a New Public Management (NPM), que, conforme Matias-Perei-
ra (2010, p. 118), apresenta características que transformam as organiza-
ções públicas mais responsivas para o cidadão:
29
ro setor, com o propósito de mobilizar seus recursos e ativar as forças da
sociedade civil (MATIAS-PEREIRA, 2010).
Diante desse cenário, voltado para a otimização dos resultados
da administração pública, resultados estes que podem ser obtidos com
ações governamentais mais eficazes, sobressai-se o conceito de accountabi-
lity, que se traduz num conjunto de mecanismos e procedimentos que le-
vam os agentes a prestar contas de seus atos de forma transparente, para
que a sociedade possa acompanhar resultados das ações governamentais
e, com isso, exercer o controle.
Em função da necessidade de aprimoramento das diferentes
formas de controle na administração pública, aprofunda-se o tema por
intermédio da sua conceituação e explicitação das diferentes formas de
aplicabilidade.
30
dimentado formalmente pela Constituição Federal (BRASIL, 1988), em
seus artigos 70 e 74, estabelecendo, dentre outros objetivos, a função de
avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual e a exe-
cução dos programas de governo e dos orçamentos da União; comprovar
a legalidade e avaliar os resultados quanto à eficácia e eficiência da gestão
orçamentária e financeira e apoiar o controle externo no exercício de sua
missão institucional.
Na seara infraconstitucional, as normatizações relativas ao con-
trole interno vieram positivadas na Lei federal nº 4.320/1964 – Lei do or-
çamento (BRASIL, 1964), no bojo dos artigos 76 a 80, e também destacada
a sua importância na Lei complementar nº 101/2000 – Lei de responsabi-
lidade fiscal (BRASIL, 2000b), que estabeleceu, no artigo 50, §3.°, a obriga-
toriedade da administração pública em instituir e manter um sistema de
custos que viabilize a avaliação e o monitoramento da gestão orçamentá-
ria, financeira e patrimonial, que é função do controle interno.
No âmbito do Estado do Paraná, objeto deste estudo, o controle
interno encontra-se regulamentado na Constituição Estadual (PARANÁ,
1989), em seus artigos 74 e 78, com redação muito similar àquela da Carta
Federal, e também na Lei Orgânica do Tribunal de Contas do Estado (PA-
RANÁ, 2005), a qual reservou título especial à temática, compreendendo
os artigos 4.° a 8.°.
O controle externo, por seu turno, que na dicção constitucional,
em âmbito federal, é exercido pelo Congresso Nacional, com o auxílio do
Tribunal de Contas da União, veio regulamentado no artigo 71 da Consti-
tuição Federal (BRASIL, 1988), com a finalidade de realizar a fiscalização
financeira e orçamentária e julgar as contas do chefe do Poder Executivo.
Ao Tribunal de Contas (da União em âmbito federal, do Estado
em âmbito estadual e municipal ou dos Municípios em âmbito munici-
pal), à luz da prescrição constitucional, cabe emitir parecer prévio acerca
da matéria opinando pela aprovação, aprovação com ressalvas ou desa-
provação das contas do Poder Executivo, cujo parecer é submetido, pos-
teriormente, ao Poder Legislativo do ente federado para ratificação ou
alteração.
No âmbito do Estado do Paraná, a análise do controle externo
é demonstrada nos relatórios disponibilizados pelo Tribunal de Contas
do Estado (TCE)/PR, relatórios de síntese de gestão, cadernos e os seus
pareceres, com o intuito de se estabelecer a ligação entre os objetivos e
políticas e a realização dos gastos.
O controle externo também é exercido pelo Poder Judiciário, cha-
mado de controle judicial, que, conforme Di Pietro (2011, p. 755), “consti-
31
tui, juntamente com o princípio da legalidade, um dos fundamentos em
que repousa o Estado de Direito”, uma vez que se faz necessário o contro-
le imparcial dos atos ilícitos praticados pela administração pública.
Da mesma forma, o controle social, realizado pelos cidadãos e a
sociedade organizada e defendido pela Carta Magna, possibilita a efetiva
participação dos cidadãos no planejamento e no controle das ações da
administração pública (MATIAS-PEREIRA, 2010).
O controle social na saúde, representado pela instância cole-
giada dos Conselhos de Saúde, com representantes da sociedade civil
organizada e usuários do SUS, encontra-se pautado na Lei nº 8.142, de
dezembro de 1990, que, no seu artigo 1.º, regula a participação da comu-
nidade no SUS, instituindo os Conselhos de Saúde e as Conferências de
Saúde (BRASIL, 1990b).
A importância do controle na administração pública é ressalta-
da por Matias-Pereira (2010) como um instrumento de gerenciamento
essencial para a análise de resultados da administração pública e uma
garantia para a população da otimização dos recursos públicos, sem des-
vios ou desperdícios.
Conforme essa contextualização da administração e governança
pública e suas formas de execução baseadas em princípios e diferentes
formas de controle, em consonância com o tema deste trabalho, e, sendo a
saúde integrante de uma política social abrangente, parte-se para a com-
preensão do tema sobre políticas públicas.
POLÍTICAS PÚBLICAS
32
ve intensos movimentos sociais que pressionaram por mudanças e que
foram determinantes para a sua criação e seus princípios norteadores da
universalidade e igualdade (SILVA; ROTTA, 2012).
Ressalta-se a visão de Souza (2006), de que as instituições e suas
variáveis (regras formais e informais e práticas socialmente constituídas)
moldam o comportamento dos atores e influenciam os resultados da po-
lítica, e não somente os indivíduos ou grupos que têm força relevante
podem influenciar nas políticas públicas.
Para Frey (2000, p. 240), essa abordagem foi realizada ao tratar
da ideia fundamental da abordagem institucional, advinda do neoinstitu-
cionalismo, verificada na afirmação
Elaboração de
Esta fase envolve pelo menos os atores mais influentes na
programas e de
política e na administração para escolha das ações.
decisão
Avaliação de
Apreciação dos programas no tocante a seus impactos.
políticas e da
Dedução de consequências para ações e programas futuros.
correção de ação
34
A fase de avaliação é retratada por Frey (2000, p. 229) como im-
prescindível para a análise de atingimento dos objetivos propostos no
programa e que podem levar à suspensão ou ao fim do ciclo político, à
sua modificação ou elaboração de um novo programa político. No entan-
to, afirma que:
o controle de impacto não tem que ser realizado exclusiv-
amente no final do processo político, mas pode – ou até
deve – acompanhar as diversas fases do processo e con-
duzir a adaptações permanentes do programa e, com isso,
propiciar uma reformulação contínua da política.
35
Após a explanação sobre a definição de políticas públicas, bem
como as suas dimensões, fases e formas, parte-se no próximo capítulo para
a contextualização de como se exprime o direito à saúde no Brasil, diante a
construção dessa política pública de reconhecida relevância social.
O DIREITO À SAÚDE
NO BRASIL
O
direito à saúde no Brasil e o seu acesso de forma universal e igua-
litário é garantido à população a partir da Constituição de 1988,
explícito em seu art. 196, sendo dever do Estado a sua manuten-
ção social e econômica visando à prevenção, promoção, proteção e recu-
peração (BRASIL, 1988).
Anteriormente à promulgação da Constituição, verifica-se que os
movimentos sociais que existiram desde a década de 70 foram determinan-
tes para a criação dessa política pública norteada por princípios da univer-
salidade e da igualdade, pois estes pressionavam o regime ditatorial por
mudanças políticas e sociais (SILVA; ROTTA, 2012).
Importante se faz a análise desse momento histórico, quando o
crescimento da economia apresentado pelo Brasil, na década de 70, bene-
ficiou parte da população mais privilegiada com a melhoria da qualidade
de vida e não proporcionou impacto na expansão das políticas sociais
(PAIM et al., 2002).
Dessa forma, impulsionado por vários movimentos sociais, tomou
forma o movimento da Reforma Sanitária Brasileira (RSB), com a realização
da 8.ª Conferência Nacional de Saúde em 1986, num momento histórico em
que o país estava saindo de duas décadas de ditadura, com ampla crise no
sistema de saúde e na previdência social, motivada pela capitalização da
medicina privada pela previdência social, pela centralização do sistema de
saúde e pela fragmentação institucional (PAIM et al., 2011).
Silva e Rotta (2012, p. 334) destacam a importância do movimen-
to da RSB, não somente como embasamento para a criação do Sistema
Único de Saúde (SUS), mas também como fator importante para a trans-
formação de valores da sociedade brasileira, mostrando que o
RSB, como luta social e política, constitui-se em um projeto
com pretensão de produzir mudanças dos valores preva-
lentes na sociedade brasileira, tendo a saúde como eixo de
transformação e a solidariedade como valor estruturante,
construindo políticas públicas universais e igualitárias.
40
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
§1.º – As instituições privadas poderão participar de for-
ma complementar do sistema único de saúde, segundo
diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou
convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as
sem fins lucrativos (BRASIL, 1988).
41
mínimo, o percentual correspondente à variação nominal do Produto In-
terno Bruto (PIB) ocorrida no ano anterior ao da Lei orçamentária anual
(BRASIL, 2012).
Sendo assim, com o objetivo de contextualizar os valores rela-
cionados às despesas com saúde no Brasil pela União, com relação aos
percentuais mínimos, verifica-se, com base na análise dos dados por in-
termédio do Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saú-
de (SIOPS), que, em 2013, o montante aplicado pela União foi de R$ 83
bilhões, o que representa 6,19% de variação, 0,18% acima da variação no-
minal do PIB em relação ao ano anterior (BRASIL, 2015c).
Caso fosse aplicado o percentual mínimo de 10% na saúde pelo
governo federal, conforme a proposta da Emenda Constitucional nº
29/2000, esse valor seria acrescido de mais R$ 50 bilhões para a saúde,
para um orçamento total de 1,2 trilhões em 2013, conforme dados do or-
çamento federal (BRASIL, 2015c).
Conforme dados do CONASS, houve uma diminuição na parti-
cipação da despesa com saúde do governo federal que, entre 1980 e 1990,
era responsável por mais de 70% do gasto público com saúde, baixando
para 58,6% em 2000 e 43,5% em 2008. No mesmo período, observa-se que
o financiamento dos estados e municípios cresceu consideravelmente,
sendo de 17,8% em 1980 para 27,6% em 2008 para os estados; e de 7,2% em
1980 para 29,0% em 2008 para os municípios (CONSELHO NACIONAL
DE SECRETÁRIOS DE SAÚDE, 2011).
Na análise dos dados do SIOPS, nos anos de 2012 e 2013, após a
LC 141/2012, verifica-se que existe uma tendência no aumento dos gastos
municipais em saúde, com relação aos estados e união, tendo em vista o
fato de que representaram, em 2013, 40,65% dos gastos totais em saúde
no país. Verifica-se essa análise com a contextualização dos valores totais
gastos em saúde e os percentuais por esfera de governo, na tabela 1.
42
No estado do Paraná, objeto deste estudo, a execução orçamen-
tária de 2013 apresentou o valor total de R$ 2,7 bilhões, cujos valores em
relação ao percentual da receita própria aplicada em saúde, conforme a
LC 141/2012, foi de 11,22% (BRASIL, 2012).
Neste caso, do não atendimento do percentual mínimo de 12%
para os Estados, a Lei complementar nº 141/2012, em seu art. 25, permite
que seja acrescida ao montante mínimo do exercício subsequente ao da
apuração da diferença, sem prejuízo do montante mínimo do exercício
de referência e das sanções cabíveis (BRASIL, 2012). Registre-se que até
a finalização deste trabalho não estavam disponíveis os dados no SIOPS
para verificar se houve o acréscimo de recursos para o atingimento dos
12% previstos em lei.
A LC 141/2012, trouxe maior clareza na definição de gastos com
saúde na determinação do que poderia ser considerado como despesa
com ações e serviços públicos de saúde, com as seguintes diretrizes:
I sejam destinadas às ações e serviços públicos de
saúde de acesso universal, igualitário e gratuito;
II estejam em conformidade com objetivos e metas ex-
plicitados nos Planos de Saúde de cada ente da Fed-
eração; e
III sejam de responsabilidade específica do setor da
saúde, não se aplicando a despesas relacionadas a out-
ras políticas públicas que atuam sobre determinantes
sociais e econômicos, ainda que incidentes sobre as
condições de saúde da população (BRASIL, 2012).
Registre-se que, logo após a regulamentação da Emenda cons-
titucional nº 29/2000, por meio da Lei complementar nº 141/2012, tendo
em vista que não atendia aos anseios da população com relação à obriga-
toriedade da União em aplicar 10% da Receita Bruta para a saúde, a so-
ciedade civil organizada se reuniu em torno do movimento Saúde + 10 e,
com a arrecadação de 2,2 milhões de assinaturas, deu entrada no Senado
do Projeto de Lei Popular nº 321/2013, que exigia a aplicação pela União
de montante igual ou superior a dez por cento de suas receitas correntes
brutas, em ações e serviços públicos de saúde. O chamado Projeto de Lei
Saúde Mais Dez (BRASIL, 2014b; CENTRO BRASILEIRO DE ESTUDOS
DA SAÚDE, 2014).
A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) inovou na disciplina
da programação e execução orçamentária para 2014. A Lei nº 12.919, de 24
de dezembro de 2013, art. 52, tornou obrigatória a execução de emendas
individuais, no montante de 1,2% da receita corrente líquida realizada no
43
exercício anterior, sendo que 50% deve ser destinado à saúde (BRASIL,
2013a). Já para o ano de 2015, retorna o simples aspecto autorizativo e,
com ele, as articulações nas arenas políticas do modelo de coalização.
Além disso, a Proposta de emenda à Constituição (PEC) 22/2000
propôs, em seu artigo 2.º, que a obrigatoriedade da aplicação mínima de
15% para a saúde pela União será cumprido progressivamente, garanti-
do, no mínimo, os seguintes percentuais da receita corrente líquida para a
saúde: 13,2% no primeiro exercício financeiro subsequente ao da promul-
gação da Emenda Constitucional em 2014, 13,7% em 2015; 14,1% em 2016;
14,5% em 2017; e 15% em 2018 (BRASIL, 2014b).
Para os especialistas no assunto, houve um retrocesso ao que pre-
vê o Projeto de Lei Popular nº 321/2013, que, por intermédio de iniciativa
popular, reivindica que o Congresso aprove os 10% das receitas brutas da
União para a saúde, tendo em vista que representaria um incremento de
apenas R$ 8,5 bilhões, sendo que a proposta de emenda enviada por 2,2 mi-
lhões de brasileiros ao Congresso significa, hoje, colocar cerca de R$ 50 bi-
lhões a mais no orçamento da saúde. Lembre-se de que 13,2% em 2014 é me-
nor do que foi aplicado em 2009, que contabilizou 13,3% da receita líquida
da União em saúde (CENTRO BRASILEIRO DE ESTUDOS DA SAÚDE,
2014; TEMPORÃO, 2014).
Para que todas as exigências legais sejam cumpridas, as iniciativas
de monitoramento e avaliação para a garantia dos recursos são necessários,
tendo em vista que do montante do gasto nacional com saúde no Brasil em
2010, apenas 41,6% foi investido em saúde pública, sendo que o restante,
58,4% representou os gastos do setor privado com saúde, atrás de países
como a Argentina e Uruguai que aplicaram, respectivamente, 50,8% e 74%
em saúde pública (SILVA; ROTTA, 2012).
O Brasil tem uma população que já soma mais de mais de 200 mi-
lhões de habitantes e 50,6 milhões dependem da saúde suplementar; por-
tanto, 153,2 milhões de pessoas dependem exclusivamente do SUS para
a assistência à saúde, ou seja, 75%, três quartos da população (figura 2).
Isso representa um paradoxo, uma vez que os gastos privados com saúde,
para um menor número de beneficiários, ultrapassam os gastos públicos.
44
Figura 2 - População Brasileira em Relação aos Beneficiários do SUS e da
Saúde Suplementar
Fonte: Baseado em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2015) e Brasil (2015a).
45
Em se tratando do tipo de gastos realizados no SUS, além dos
gastos com pessoal, estes são divididos em blocos de financiamento: i)
atenção básica; ii) assistência hospitalar e ambulatorial; iii) suporte profi-
lático e terapêutico; iv) vigilância sanitária; v) vigilância epidemiológica;
vi) alimentação e nutrição. O bloco de financiamento da assistência hos-
pitalar e ambulatorial na União e no Estado do Paraná apresentaram, em
2014, o maior percentual de gastos em relação aos outros blocos (tabela 2).
Percentual de Gastos
Blocos de Financiamento
União Paraná
Atenção Básica 18,70 2,78
Assistência Hospitalar e Ambulatorial 48,31 54,12
Suporte Profilático e Terapêutico 11,89 6,84
Vigilância Sanitária 0,40 0,00
Vigilância Epidemiológica 5,26 4,29
Alimentação e Nutrição 0,57 0,00
TOTAL 85,13 68,03
Valor médio
Região Quantidade Valor total
internação
1 Região Norte 894.363 659.484.814,34 737,38
2 Região Nordeste 2.973.030 3.019.718.914,81 1.015,70
3 Região Sudeste 4.413.712 5.912.862.029,22 1.339,66
4 Região Sul 1.943.094 2.708.436.589,39 1.393,88
5 Região Centro-Oeste 848.048 914.462.928,89 1.078,32
TOTAL 11.072.247 13.214.965.276,65 1.193,52
Fonte: Baseado em Brasil (2015d).
46
Na análise comparativa do valor médio por internação nos esta-
dos brasileiros, o Paraná e Santa Catariana apresentam o maior valor de
R$ 1.416,03 e R$ 1.421,33, respectivamente, ultrapassando todos os esta-
dos (tabela 4).
Valor Médio
Estado
Internação
Rondônia 721,39
Acre 683,43
Amazonas 812,75
Roraima 652,9
Pará 704,62
Amapá 637,61
Tocantins 861,85
Maranhão 743,26
Piauí 792,32
Ceará 1.087,03
Rio Grande do Norte 1.232,78
Paraíba 1.033,86
Pernambuco 1.313,50
Alagoas 1.051,76
Sergipe 957,66
Bahia 922,28
Minas Gerais 1.360,51
Espírito Santo 1.150,74
Rio de Janeiro 1.204,02
São Paulo 1.382,45
Paraná 1.416,03
Santa Catarina 1.421,33
Rio Grande do Sul 1.355,95
Mato Grosso do Sul 1.087,15
Mato Grosso 906,77
Goiás 1.181,29
Distrito Federal 1.048,37
TOTAL 1.193,52
Fonte: Baseado em Brasil (2015d).
47
A despesa com pessoal em relação à despesa total é expressiva
nos municípios e estados, chegando a 34,41% nos estados e 47,80% nos
municípios em 2013 (tabela 5). Observa-se que, nos estados, houve um
crescimento nas despesas com pessoal nos últimos 5 anos de 3,43%. Já
nos municípios, não houve grande variação no percentual de 47,80% em
relação aos anos anteriores. A União apresenta um percentual de 10,58%
das despesas com pessoal em relação à despesa total, não apresentando
variação importante em relação ao ano de 2012. Não foi possível verificar
os anos anteriores referente a União, pois os dados não estão disponibili-
zados no SIOPS.
48
A ORGANIZAÇÃO DO SUS E O SISTEMA HOSPITALAR
49
ricos, sociais e político-institucionais que se configuram no território, o
que culmina no lançamento do Pacto pela Saúde em 2006, expressando o
compromisso dos gestores para o fortalecimento da gestão compartilha-
da do SUS com base nas necessidades de saúde da população (VIANA;
LIMA; FERREIRA, 2010).
Devido as desigualdades sociais e regionais no Brasil, país de
extensão continental, as ações desencadeadas em favor da população po-
dem estar atreladas ao local onde os problemas se manifestam (THEIS;
GALVÃO, 2012).
Matias-Pereira (2010) corrobora com essa visão quando defen-
de um novo pacto federativo para o Brasil, pois afirma que a grande
parte das políticas públicas não consideram as necessidades locais e isso
é ocasionado pela repartição rígida das competências entre os entes fe-
derados, resultando em repartição de responsabilidades e postura de
distanciamento de cobranças, uma vez que a União delega, para os es-
tados e municípios, a execução de políticas públicas sem avaliação das
condições locais para sua execução. Da mesma forma, ocorre entre os
estados e municípios.
Não se busca, neste estudo, descrever o funcionamento da regio-
nalização no SUS, mas torna-se importante resgatar esse contexto histó-
rico pela sua relevância para o Sistema Hospitalar Público (SHP), princi-
palmente, das condições necessárias para o atendimento hierarquizado,
cuja atenção primária seria o eixo orientador, bem como a igualdade de
acessos entre as diferentes regiões do país. Tudo isso torna-se fundamen-
tal para que a média e alta complexidade (realizados usualmente no SHP)
sejam complementares da atenção primária (CONSELHO NACIONAL
DE SECRETÁRIOS DE SAÚDE, 2011).
Com o objetivo de verificar a relação entre a atenção primária
e atenção em média e alta complexidade e suas definições, pode-se con-
sultar as portarias do Ministério da Saúde: 968/2002 e 2.488/2011, que
tratam da Política de Atenção Básica e a Política de Média e Alta comple-
xidade ambulatorial e hospitalar (BRASIL, 2002b, 2011).
O objetivo de incluir essa relação entre os níveis de atenção é vol-
tado para a necessidade de entendimento de que, com a descentralização
do SUS e devido às dificuldades para realização de procedimentos de alta
complexidade pelos municípios brasileiros, muitos deles, infelizmente,
expandiram sua rede municipal sem articulação regional, sem observar
a economia de escala, com serviços de saúde mal dimensionados para
as necessidades da população, tornando-se ociosos, custosos e inviáveis
técnica e financeiramente (MENDES, 2011).
50
Diante desse dilema econômico e com o objetivo de integrar os
serviços de saúde fragmentados, muitos países têm adotado a implan-
tação de Redes de Atenção à Saúde. Mendes (2011), com base na análise
de experiências realizadas nos Estados Unidos, Canadá, Europa, América
Latina e Brasil, demonstra evidências de que essas redes constituem uma
saída para a crise contemporânea dos sistemas de atenção à saúde, melho-
rando os resultados sanitários e econômicos desses sistemas.
As Redes de Atenção à Saúde são definidas por Mendes (2011)
como um conjunto coordenado de pontos de atenção à saúde para prestar
uma assistência contínua e integral a uma população definida que tem
como fundamento a distribuição espacial de equipamentos de saúde de
diferentes densidades tecnológicas, de forma ótima. O autor alerta que a
lógica fundamental para a organização racional de uma rede de atenção à
saúde é a economia de escala, a qualidade e o acesso.
De acordo com a Política Nacional de Atenção Hospitalar
(PNHOSP), estabelecida pela Portaria nº 3.390, de 30 de dezembro de
2013, do Ministério da Saúde (MS), a missão e perfil assistencial de um
hospital na sua implantação como ponto de atenção em uma Rede de
Atenção à Saúde (RAS) devem ser definidos conforme alguns critérios
como: i) o perfil epidemiológico da população; ii) o desenho da RAS loco-
-regional, iii) a vinculação a uma população com base territorial definida;
iii) a regulação do acesso; iv) a definição do atendimento por demanda
referenciada e/ou espontânea (BRASIL, 2013b).
Diante do exposto, verifica-se que a implantação de um ponto
de atenção à saúde em determinado território não pode ser visto somente
pelo viés da aplicação dos recursos sem considerar os modos de plane-
jamento territorial e as formas de acesso da população., Dessa forma,
as políticas públicas necessitam estar voltadas para o uso racional dos
equipamentos públicos de saúde, frente a organização do território, de
acordo com as necessidades e dificuldades da população local e com a
otimização de recursos.
Além da necessidade de se observar a hierarquização no SUS,
em que a atenção primária é o eixo orientador, há de se analisar a função
do hospital como integrante de uma rede de atenção à saúde no lugar
certo, com a qualidade certa e com o custo certo (MENDES, 2011).
Conforme dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos
de Saúde (CNES), atualmente, existem 6.307 hospitais nas diversas re-
giões do Brasil, dos quais 83% configuram-se como hospitais gerais e
17% como hospitais especializados da administração direta ou indireta
e hospitais privados que totalizam 506.469 leitos, 69% prestados aos SUS
(BRASIL, 2014a).
51
Conforme estudo realizado por Castro, Travassos e Carvalho
(2005), o Brasil apresenta inadequação na oferta de serviços hospitalares
em diferentes locais, seja pela baixa complexidade dos leitos ofertados ou
pela baixa qualidade do cuidado, assim como a demanda pode ser indu-
zida pela oferta, o que implica em investigações mais aprofundadas nessa
área, com o objetivo de adequar o sistema às necessidades da população.
Essa realidade pode ser verificada no estado do Paraná, que tem
22.849 leitos hospitalares ofertados em 454 hospitais públicos, filantrópi-
cos e privados que atendem o SUS, sendo que 331 (72,3%) têm menos de
50 leitos. São hospitais que, em geral, têm baixa capacidade resolutiva,
pela insuficiência da escala adequada, poucos recursos humanos especia-
lizados e baixa agregação tecnológica (PARANÁ, 2013a).
Relatadas essas contribuições, que buscam a relação entre a orga-
nização do SUS e as condições necessárias de saúde da população frente
a regionalização, a base territorial e o SHP, passa-se a fazer a análise da
organização e importância do sistema hospitalar público brasileiro.
52
Fatores Externos Fatores internos
Aumento do número de
Demografia - envelhecimento da população
internações.
Aumento do tempo de
Perfil Epidemiológico - aumento da incidência permanência; Necessidade
de doenças crônico-degenerativas. mais intensa por recursos
tecnológicos.
Aumento de custos da
Custo - inflação intrínseca do setor.
assistência.
Intervencionismo e
Fracionamento do cuidado.
medicalização desnecessários.
53
Pela análise do quadro 5, verifica-se que são vários os fatores ex-
ternos do cenário de saúde que impactam prioritariamente que o Sistema
de Saúde Brasileiro cumpra suas diretrizes nascentes, como a hierarqui-
zação da saúde com base no eixo orientador da atenção primária, tendo
como consequência o hospitalocentrismo.
Dentre os vários fatores apontados, pode-se verificar que as ques-
tões demográficas como o envelhecimento da população, o perfil epide-
miológico e o aumento de incidência de doenças crônicas da população,
impactam fortemente nos outros fatores como o uso de novas tecnologias,
novas drogas, criação de novas profissões, sem que esses fatores tenham
impacto positivo no sistema hospitalar que continua com uma parcela
muito grande de leitos não resolutivos e com um custo crescente, com
uma estimativa mostrada Vecina Neto e Malik (2007) de que 70% dos
gastos do SUS são direcionados aos hospitais.
As condições de saúde da população mundial tiveram um incre-
mento de condições crônicas pelo aumento dos riscos de exposição aos
problemas crônicos, como a modificação dos padrões de consumo e estilo
de vida da população e o processo de urbanização (MENDES, 2011). O
autor faz referência ao que preconiza a Organização Mundial da Saúde
(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2003), de que até o ano de
2020, as condições crônicas serão responsáveis por 78% da carga global de
doenças nos países em desenvolvimento.
Se no futuro continuar o cenário de saúde atual, que é canalizado
para o hospitalocentrismo, cada vez mais aumentará o custo, ineficiência
e ineficácia do sistema (VECINA NETO; MALIK, 2007).
Desse modo, há necessidade de se criar condições para que o sis-
tema hospitalar cumpra seu papel de ponto de atenção terciário no sistema
de saúde de forma a dar assistência àquelas condições de saúde orientadas
pela atuação da atenção primária, uma vez que a estrutura hospitalar é
extremamente complexa e com custos cada vez mais crescentes.
Diante desse cenário de elevado aumento de custos da saúde e
a complexidade e importância do sistema hospitalar no SUS, em contra-
ponto com a necessidade de se buscar mais eficiência, já descrito como
sendo um dos princípios que devem nortear a administração pública, ante
a crise de financiamento da saúde, parte-se agora para a conceituação dos
tipos de sistemas de custeio hospitalares e sua aplicação em hospitais pú-
blicos como ferramenta de planejamento e controle de custos, não antes
sem contextualizar os conceitos e a normatização da contabilidade de cus-
tos no setor público.
54
CUSTOS NO SETOR
PÚBLICO
E
ste capítulo trata dos custos no setor público, descreve a sua origem
e o marco legal da obrigatoriedade da utilização da informação de
custos na legislação brasileira, fundamentando-os a partir da con-
tabilidade de custos.
Leone (2000, p. 20), define a contabilidade de custos como:
57
Art. 85 - “Os serviços de contabilidade serão organizados
de forma a permitirem o acompanhamento da execução
orçamentária, o conhecimento da composição patrimonial,
a determinação dos custos dos serviços industriais, o
levantamento dos balanços gerais, a análise e a interpretação
Lei nº 4.320/1964 dos resultados econômicos e financeiros”
Art. 99 - “Os serviços públicos industriais, ainda que não
organizados como empresa pública ou autárquica, manterão
contabilidade especial para determinação dos custos, ingressos
e resultados, sem prejuízo da escrituração patrimonial e
financeiro comum.”
Decreto-lei Art. 79 - “A contabilidade deverá apurar os custos dos
nº 200/1967 serviços, de forma a evidenciar os resultados da gestão.”
58
O reconhecimento contábil do resultado
(lucro ou prejuízo) é realizado somente após
Realização da Receita a realização da receita. A receita ocorre no
momento que há a transferência do bem
para o adquirente.
59
Em se tratando da observância da legislação pela administração
pública, verifica-se, na esfera federal, a criação do Sistema de Informação
de Custos, homologado em 2010 e concebido para toda a administração
pública federal, para os três poderes. Machado e Holanda (2010), ao rela-
tarem a experiência desde a concepção do sistema até a sua implantação,
afirmam a necessidade de garantia do atributo da comparabilidade, com
a possibilidade de detalhamento de informações perante as necessidades
dos usuários das unidades organizacionais para a possibilidade de deta-
lhamento das informações.
Além da observância legislativa, a contabilidade de custos se
materializa por intermédio de princípios, aplicados de forma homogênea
com base na contabilidade geral.
Dessa forma, em se tratando de princípios contábeis, demonstra-
se, no quadro 7, a conceituação daqueles aplicados à contabilidade de
custos, conforme a análise de Martins (2010) ampliados por Perez Junior,
Oliveira e Costa (2001).
Após essa contextualização da temática contabilidade pública,
verifica-se a seguir os diferentes métodos de custeio e sua aplicação no
âmbito hospitalar, temática deste estudo.
60
Cabe ao gestor hospitalar a responsabilidade inerente à boa ad-
ministração dos recursos para a prestação dos serviços com qualidade e
eficiência, sendo essa responsabilidade ampliada para o gestor público
(hospitais públicos) que, com a utilização dessa ferramenta, pode contri-
buir para um melhor controle dos recursos públicos a ele confiados, pro-
porcionando o retorno da qualidade e eficiência esperado pela sociedade.
A gestão de custos torna-se útil e imprescindível dentro de qual-
quer organização, e em especial as hospitalares, pois fornece subsídios
para uma visão mais acurada da realidade financeira e, dessa forma, pro-
porciona não somente a forma de gastar menos, mas gastar melhor, pois
identifica os exageros e fornece subsídios para destinação dos recursos na
quantidade certa (ALMEIDA; BORBA; FLORES, 2009).
61
Figura 4 - Comparação entre os Dois Ramos da Contabilidade
Fonte: Baseado em Leone (2000).
62
Aquisição (compra) de bens e/ou serviços que geram um
Gastos
desembolso para a entidade, normalmente financeiro (dinheiro).
Gastos com bens ou serviços que não tem relação com a operação da
Perda
empresa, consumidos de forma anormal e involuntária.
63
serviços, possuem custos que são distribuídos às áreas de produção por
intermédios de rateios adequados às características de suas atividades.
Para Bruni e Famá (2004, p. 35) “os sistemas de custeio referem-
se às formas como os custos são registrados e transferidos internamente
dentro da entidade. Identificam os custos dos estoques de produção em
andamento e de produtos acabados [...]”.
Matos (2005) explica essa movimentação de custos ao fazer a
análise de que o produto ou serviço percorre diferentes departamentos na
sua fase de elaboração, que podem ser definidos como departamentos de
produção ou departamentos de serviços, sendo, nestes últimos, alocadas
as atividades de apoio, cujos custos são distribuídos por critérios de rateio
adequados às suas características.
Por sua vez, os critérios de rateio são aqueles utilizados para
distribuição dos gastos indiretos aos produtos, centros de custos, centros
de despesas ou receitas geradas. Os critérios de rateio, muitas vezes, são
subjetivos e arbitrários, podendo provocar distorções no resultado final,
interferindo no valor do custo final de cada produto ou serviço (PEREZ
JUNIOR; OLIVEIRA; COSTA, 2001; MARTINS 2010).
Sendo assim, pode-se compreender que a escolha das alternati-
vas de critérios de rateio parte da premissa da mais aceitável ou por não
haver alternativas melhores (MARTINS, 2010).
65
Figura 5 - Esquema Básico da Contabilidade de Custos
Fonte: Adaptado de Perez Junior, Oliveira e Costa (2001, p. 9) e Matos (2005, p. 65).
METODOLOGIAS DE CUSTEIO
66
Verifica-se que os sistemas de custeio, ou a forma de apropria-
ção de custos mais relevantes para as necessidades gerenciais e os mais
utilizados, de acordo com as características do segmento de saúde, são
o custeio por absorção, custeio direto e custeio baseado em atividades
(MARTINS, 2010; MATOS, 2005; CLEMENTE; SOUZA, 2004).
Dessa forma, abordam-se, nas subseções seguintes, as caracterís-
ticas de cada uma dessas metodologias.
67
Compreende-se como centros de custos as áreas em que os cus-
tos ou despesas são acumulados, sendo necessária a distinção entre cen-
tros de custos auxiliares, administrativos e produtivos. Para configuração
de um centro de custo como produtivo, faz-se pertinente a realização da
prestação de serviços ao paciente e a remuneração pelos serviços presta-
dos. Já os centros de custos auxiliares e administrativos não são objetos de
remuneração por seu papel de prestação de serviços interna (MEGLIORI-
NI, 2011; MATOS, 2005).
Alguns exemplos de centros de custos verificados na prestação
de serviços de um hospital geral são visualizados na figura 6.
Registre-se que, na metodologia de custeio por absorção, pode-
se utilizar a apropriação de custos sem departamentalização. Nesse caso,
todos os custos indiretos são acumulados em uma única conta e, por meio
de uma única base, faz-se o rateio direto aos produtos (MEGLIORINI,
2011, p. 52).
68
Figura 7 - Fases para Utilização da Metodologia de Custeio por Absorção Pleno
Fonte: Baseado em Matos (2005, p. 97-180) e Perez Junior, Oliveira e Costa (2001, p. 63-79).
69
Dessa maneira, como os custos fixos deixam de integrar o produ-
to/serviço, estes passam a integrar a estrutura de despesas, indo direta-
mente para o resultado (MARTINS, 2010).
Segundo Matos (2005), o custeio direto oferece uma abordagem
com relação ao “custo-volume-lucro”, considerando no custo do produto
ou serviço somente as parcelas dos custos variáveis e os custos fixos tra-
tados como despesas da empresa na sua totalidade, não sendo rateados
entre os departamentos.
Por sua vez, Megliorini (2011, p. 137) ressalta que para “a absor-
ção dos custos fixos à produção pode dificultar o conhecimento dos cus-
tos dos produtos e, consequentemente, seu uso na tomada de decisões”.
O autor justifica essa problemática devido aos aspectos de rateio envolver
critérios subjetivos e arbitrários, podendo distorcer o custo dos produtos.
Essa visão é também retratada por Perez Junior, Oliveira e Costa
(2001), que, tendo em vista a análise dos defensores do custeio variável/
direto, apresentam três argumentos:
a) os custos fixos existem e independem do volume de
produção e são encargos necessários para a empresa
produzir, não sendo aplicado aos produtos;
b) devido à arbitrariedade dos critérios de rateio, a sua
simples modificação pode alterar os preços dos pro-
dutos tornando um produto rentável em não rent-
ável, ou vice versa;
c) a distribuição dos custos fixos aos produtos deve le-
var em conta, além dos critérios de rateio, o volume
da produção que é variável.
A inclusão dos custos fixos aos produtos pode dificultar o co-
nhecimento dos seus custos, tendo em vista que a demanda e o mix de
produção se modificam em diferentes períodos, bem como algumas si-
tuações podem impactar na utilização desse sistema contábil, como a
necessidade de suporte contábil adequado, com plano de contas que re-
gistre com rigor os custos variáveis e fixos da produção e a compreensão
de que o sistema não é aceito para fins fiscais, limitando a sua utiliza-
ção para a contabilidade gerencial (MEGLIORINI 2011; PEREZ JUNIOR;
OLIVEIRA; COSTA, 2001).
Dando continuidade às características das metodologias, na pró-
xima seção, aborda-se o custeio baseado em atividades.
70
Custeio Baseado em Atividades
71
“Cadeia de atividades interdependentes, relacionadas entre si,
Processo
necessárias para gerar um produto ou serviço”.
Consolidações Teóricas
72
Método adotado pelas legislações
CUSTEIO POR comercial e fiscal.
Vantagens
ABSORÇÃO Departamentalização é inerente aos
Apropria os custos serviços hospitalares.
fixos e variáveis
aos produtos Critérios de rateio podem envolver
Desvantagens
subjetividade.
73
bre o custo por procedimentos hospitalares. A figura 8 apresenta o fluxo
propositivo desenvolvido na pesquisa.
74
IDENTIFICAÇÃO DO
SISTEMA HOSPITALAR
PÚBLICO ESTADUAL
A
Superintendência de Unidades Hospitalares Próprias, órgão de exe-
cução programática da estrutura organizacional da Secretaria de
Estado da Saúde, desenvolve e implanta estratégias integradas de
gestão em saúde nas unidades hospitalares próprias, de forma a prestar ser-
viços eficientes e de qualidade, e faz o acompanhamento das ações de saúde
dos hospitais universitários.
As diretrizes são definidas conforme o mapa estratégico da Secre-
taria Estadual de Saúde, que tem como missão “formular e desenvolver a
política estadual de saúde, de forma a organizar o SUS no Paraná, exercendo
sua função reguladora, garantindo a atenção à saúde para a população com
qualidade e equidade” (PARANÁ, 2013a).
Observam-se, no mapa estratégico a seguir, os resultados a se-
rem alcançados em benefício da sociedade, estabelecidos de acordo com a
análise de situação de saúde da população, quais sejam: i) reduzir a mor-
talidade materno-infantil; ii) reduzir a mortalidade por causas externas;
iii) ampliar a longevidade reduzindo incapacidades; iv) reduzir a mor-
bimortalidade por doenças crônico degenerativas com enfoque no risco
cardiovascular global.
O tema da pesquisa se enquadra no planejamento estratégico da
SESA, (figura 9), nas perspectivas de gestão e financiamento, mais especi-
ficamente nos objetivos que visam a qualificação, otimização e racionali-
zação dos recursos orçamentários e financeiros.
77
Figura 9 - Mapa Estratégico da SESA
Fonte: Paraná (2014).
79
De acordo com o perfil de atendimento e a distribuição geográ-
fica, os hospitais têm sua abrangência definida em atendimento local, re-
gional ou estadual, dentre as 22 regiões de saúde do Estado (figura 10),
complementando a rede assistencial credenciada e contribuindo estrate-
gicamente como ponto de atenção das redes prioritárias do governo, ab-
sorvendo suas demandas.
80
MÉTODOS DE CUSTEIO NO SISTEMA HOSPITALAR
PÚBLICO ESTADUAL
81
Além desses dois hospitais que já possuem alguma forma de
contato com a temática, apesar de não possuírem sistemas de custeio im-
plementados, mais 9 hospitais estudam a implantação de um sistema de
custeio, totalizando assim 58% da amostra.
Oito hospitais não estudam a possibilidade de implantação de
um sistema de custeio, totalizando 42% dos hospitais.
Dos nove hospitais que estudam a possibilidade de implanta-
ção de um sistema de custeio, 3 hospitais apresentaram interesse na me-
todologia do custeio por absorção e 1 hospital optaria pela metodologia
do custeio ABC.
Porém, alguns aspectos foram relatados como fatores que po-
dem dificultar a aplicação de um sistema de custeio como a falta de pes-
soal especializado em suas unidades e o aperfeiçoamento e a integração
dos sistemas informatizados para o eficiente gerenciamento dos recursos.
A busca de uma política pública voltada para o tema também
é abordado como uma necessidade para que todas as unidades sejam
contempladas e que se tenha um análise global e comparativa dentre os
hospitais do estado, inclusive aqueles hospitais privados que prestam ser-
viços ao SUS.
Diante do resultado do questionário realizado, pode-se con-
cluir que há interesse de grande parte dos gestores hospitalares para a
temática de custos, o que é um fator positivo, pois mostra a necessidade
já apresentada.
Após a análise desse levantamento, foram escolhidos pela SESA
dois hospitais para a realização da pesquisa, de acordo com a sua parti-
cipação nas redes de atendimento prioritárias de atenção à saúde estabe-
lecidas no mapa estratégico, que são a Rede Mãe Paranaense e Rede de
Urgência e Emergência. Os Hospitais estão localizados em Curitiba e em
Campo Largo, região metropolitana, um deles com perfil de atendimento
geral e outro com perfil de atendimento especializado.
Deve-se esclarecer que a pesquisa realizada em dois hospitais,
não tem o objetivo de trazer resultados comparativos na proposição do
modelo e, sim, a ampliação da análise de fatores, potencialidades e limi-
tações, no desenvolvimento do modelo de custeio proposto.
82
CARACTERÍSTICAS DAS ORGANIZAÇÕES OBJETO DA
PESQUISA
Superintendente
Assessoria
Departamento de
Departamento de Departamento de
Suporte Técnico
Modernização da Gestão Gestão Hospitalar
Operacional
83
Os dois hospitais selecionados para a pesquisa são classificados
como Hospitais de Porte I, considerados de maior complexidade e ambos
possuem a mesma estrutura organizacional formal, conforme a estrutura
de cargos definida no Decreto Estadual nº 9.921. Visualiza-se essa dispo-
sição no organograma mostrado na figura 12.
84
Hospital do Trabalhador
85
senvolvendo, com excelência, ações de saúde voltadas para a prevenção,
assistência, reabilitação, ensino e pesquisa, nas áreas de trauma e emer-
gência, saúde do trabalhador, materno-infantil e infectologia.
Características assistenciais
Clínica Leitos
Clínica Cirúrgica 103
Clínica Obstétrica 35
Clínica Infectologia 4
Clínica Pediátrica 30
UCI Neonatal 10
UTI Adulto 30
UTI Neo/Ped. 10
Total de leitos 222
86
o perfil de atendimento, como ecografia, tomografia e ressonância mag-
nética, dentre outros.
Ambulatório e SADT
Ambulatório (10 salas)
Radiologia Convencional
Radiologia Intervencionista
Tomografia Computadorizada
Ressonância Magnética
Ecografia convencional e doppler
Ecocardiografia
Eletrocardiografia
Eletroencefalografia
Endoscopia vias respiratórias
Endoscopia digestiva
Videolaparoscopia
Microscopia Cirúrgica
Laboratório de Análises Clínicas
87
Indicadores Assistenciais Média Mensal 2014
Total de Leitos Instalados 222,00
Total de Leitos Ativos 222,00
Número de Internações 1.311,00
Média Geral de Paciente Dia 175,27
Taxa Geral de Ocupação Hospitalar (%) 78,95
Taxa de Ocupação em UTI (%) 90,80
Média de Permanência 4,13
Volume de Cirurgias 1.241,00
Volume de Partos 233,50
Volume de Exames de Imagem 15.199,70
Volume de Exames de Análises Clínicas 39.071,50
Volume de Outros Exames 826,80
Volume de Terapias 19.573
Volume de Consultas no Pronto-Socorro 6.943
Volume de Consultas Ambulatoriais 7.327
Índice de Renovação 5,82
Índice de Exames de Análises Clínicas por Internação 18,39
Índice de Exames de Diag. Imagem por Internação 1,53
88
talar de Proteção à Infância Dr. Raul Carneiro/Hospital Pequeno Prínci-
pe, visando a implantação e desenvolvimento conjunto de ações de saúde
no Hospital Infantil Waldemar Monastier.
O convênio consiste no desenvolvimento de atividades de aten-
dimento à saúde da população, composto por um conselho diretor que
realiza a administração na sua máxima instância, com a conjugação de
esforços das partes para a sua operacionalização.
O hospital já recebeu vários títulos de qualidade, como o II Prê-
mio Paranaense de Excelência em Enfermagem, na categoria Serviço de
Saúde Pública – Destaque 2011, promovido pelo Conselho Regional de
Enfermagem (COREN), e é o único hospital público estadual que tem a
certificação em Acreditação Hospitalar, título concedido pela Organiza-
ção Nacional de Acreditação (ONA), em nível 1, em fevereiro de 2013 e
mantido até hoje.
Características assistenciais
Clínica Leitos
Clínica Cirúrgica 24
Clínica Pediátrica 19
UTI Neonatal 20
UTI Pediátrica 8
TOTAL DE LEITOS 71
89
A relação dos serviços ambulatoriais e serviços auxiliares de
diagnose e terapia estão relacionados no quadro 18. O hospital tem 16
consultórios para o atendimento ambulatorial e os exames necessários
para o perfil de atendimento como ecografia, tomografia e ressonância
magnética, dentre outros.
Ambulatório e SADT
Ambulatório (16 consultórios)
Radiologia Convencional
Radiologia Intervencionista
Tomografia Computadorizada
Ressonância Magnética
Ecografia convencional e dopler
Ecocardiografia
Eletrocardiografia
Eletroencefalografia
Endoscopia
Colonoscopia
Videolaparoscopia
Microscopia Cirúrgica
Laboratório de Análises Clínicas
90
A unidade apresenta um grande número de exames de análises clínicas
por internação (17,93), justificada por ser um hospital especializado em
pediatria/neonatologia.
91
As áreas organizacionais descritas foram escolhidas tendo em
vista abrangerem os aspectos mais trabalhados na temática de custos, bem
como as informações financeiras, de tecnologia da informação e de pessoal
que perpassam por todos os setores/departamentos da instituição. A dire-
ção administrativa foi escolhida pelos diretores gerais das duas instituições
selecionadas como sendo o representante da direção do hospital no grupo
de pesquisa.
Nos tópicos subsequentes, evidenciam-se os resultados alcança-
dos na segunda fase da pesquisa.
92
SISTEMA DE CUSTEIO
APLICADO
C
onhecer a estrutura organizacional, fluxos e processos são ques-
tões seminais para discussão dos sistemas de custeio aplicados à
realidade daquela organização. Neste capítulo, trazemos as eta-
pas de definição dos elementos que compõem o sistema de custeio já apli-
cado a partir das realidades estudadas.
95
criados 80 centros de custos de acordo com a estrutura organizacional dos
hospitais selecionados, sendo que 37 são centros de custos produtivos,
representando 47% do total de centros de custos. A outra metade com-
preende os 27 centros de custos auxiliares (33%) e 16 centros de custos
administrativos (20%).
Administrativo
Produtivo
Auxiliar
Centros de Custos
1. Agência Transfusional x
2. Almoxarifado Geral x
3. Ambulatório x
4. Apoio Administrativo/Secretaria Geral x
5. Brinquedoteca x
6. Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização (SAREH) x
7. Casa de Apoio x
8. Centro de Materiais Esterilizados x
9. Centro Cirúrgico Geral x
10. Centro Cirúrgico Eletivo x
11. Centro Cirúrgico Obstétrico x
12. Raio X x
13. Tomografia x
14. Ultrassonografia x
15. Ressonância Magnética x
16. Endoscopia x
17. Colonoscopia x
18. Broncoscopia x
19. Eletroencéfalo x
20. Eletroneuro x
21. Laboratório Análises Clinica x
22. Laboratório Anatomia Patológica x
23. Compras x
24. Nutrição Geral/Copa x
25. Nutrição Geral/Cozinha x
26. Nutrição Clinica x
27. Lactário X
96
Administrativo
Produtivo
Auxiliar
Centros de Custos
97
Administrativo
Produtivo
Auxiliar
Centros de Custos
99
Adm. Geral/
Centros de Custos Diretorias/
Gerências/Chefias
Apoio Administrativo/Secretaria Geral x
Compras x
Financeiro x
Faturamento
Recepções Administrativas x
ADMINISTRATIVOS
Recursos Humanos x
Comunicação x
Patrimônio x
Vigilância x
Telefonia x
Reprografia x
SESMT x
Capelania x
Transporte x
Voluntariado x
Adm.Geral/Diretorias/Gerências/Chefias x
100
Adm. Geral/
Centros de Custos Diretorias/
Gerências/Chefias
Almoxarifado Geral x
BrInquedoteca x
SAREH x
Casa de Apoio x
Centro de Materiais Esterilizados x
Nutrição Geral/Copa x
Nutrição Geral/Cozinha x
Lactário x
Farmácia x
Manutenção x
NCIH x
AUXILIARES
Centro Estudos/Pesquisa x
NUIAS x
SAME x
Recepção PS x
Recepção Ambulatorial x
Lavanderia x
Rouparia x
Costura x
Resíduos x
Higienização x
Serviço Social x
SECOP x
Ambulância x
Ouvidoria/SAC x
Engenharia Clínica x
Morgue x
Nutrição Geral/
Almoxarifado
Higienização
Manutenção
Resíduos
Rouparia
Cozinha
Costura
SAME
Geral
Centros de Custos
Almoxarifado Geral x x x x
Brinquedoteca x x x x x
SAREH x x x x x
Casa de Apoio x x x x x
Centro de Materiais
x
Esterilizados x x x x
Nutrição Geral/Copa x x x x x
Nutrição Geral/ Cozinha x x x x
Lactário x x x x x
Farmácia x x x x x
Manutenção x x x x
AUXILIARES
NCIH x x x x x
Centro Estudos/Pesquisa x x x x x
NUIAS x x x x x
SAME x x x x x
Recepção PS x x x x x
Recepção Ambulatorial x x x x x
Lavanderia x x x x x x x
Rouparia x x x x x
Costura x x x x x
Resíduos x x x x
Higienização x x x x
Serviço Social x x x x x
SECOP x x x x x
Ambulância x x x x x
AUXILIARES
Ouvidoria/SAC x x x x x x
Engenharia Clínica x x x x x
Morgue x x x x x
103
No quadro 24, do relacionamento entre os centros de custos au-
xiliares, demonstra-se o resultado da discussão, concluindo-se que os
centros de custos de Almoxarifado geral, Nutrição geral, Manutenção,
Resíduos e Higienização trabalham para todos os centros de custos auxi-
liares, com exceção do Serviço de Arquivo Médico (SAME), que, para os
auxiliares, somente trabalha para a Ouvidoria/Sac e os centros de custos
Rouparia e Costura que trabalham para a Lavanderia.
O relacionamento dos centros auxiliares com os centros de custos
administrativos é visualizado no quadro 25. O Almoxarifado geral, Nutrição
geral, Manutenção, Higienização e Resíduos terão seus custos movimenta-
dos para todos os centros de custos administrativos, uma vez que trabalham
para todos estes. Os centros de custos NCIH, Centros de Estudos/Pesqui-
sa, NUIAS e Ouvidoria/SAC terão seus custos movimentados diretamente
para a administração geral. O SAME, no caso dos centros de custos adminis-
trativos, trabalha somente para o faturamento.
A movimentação dos centros de custos auxiliares para os cen-
tros de custos produtivos está relacionada no quadro 26. Os centros de
custos do Almoxarifado geral, Brinquedoteca, Serviço de Atendimento à
Rede de Escolarização (SAREH), Centro de Material Esterilizado, Nutrição
Geral, Farmácia, Manutenção, Ambulância, Engenharia Clínica, Morgue,
Lavanderia, Higienização, Resíduos e Serviço Social terão seus custos mo-
vimentados para todos os centros de custos produtivos. O centro de custo
Casa de Apoio terá seus custos movimentados para os setores produtivos
que apresentam internação de pacientes, pois é uma casa destinada aos
acompanhantes de pacientes internados. Da mesma forma, a Nutrição
Geral/Copa, Lactário e SAME terão seus custos movimentados para os
centros de custos produtivos que apresentam internação de pacientes, de-
vido à natureza de suas atividades. Já a Recepção do PS, terá seus custos
movimentado para os centros de custos PS/PA e PS/Maternidade e a Re-
cepção do Ambulatório movimentará para o centro de custo do Ambula-
tório. O SECOP que é um centro de custo relacionado a órteses e próteses,
tem seus custos movimentados para o centro Cirúrgico Geral e Centro
Cirúrgico Eletivo.
104
Almoxarifado Geral
Centro Estudos/
Nutrição Geral/
Higienização
Manutenção
Ouvidoria/
Resíduos
Pesquisa
Cozinha
NUIAS
SAME
NCIH
SAC
Centros de Custos
Apoio Administrativo/
x x x x x
Secretaria Geral
Compras x x x x x
ADMINISTRATIVOS
Financeiro x x x x x
Faturamento x x x x x x
Recepções Administrativas x x x x x
Recursos Humanos x x x x x
Comunicação x x x x x
Patrimônio x x x x x
Vigilância x x x x x
Telefonia x x x x x
ADMINISTRATIVOS
Reprografia x x x x x
SESMT x x x x x
Capelania x x x x x
Transporte x x x x x
Voluntariado x x x x x
Administração geral/Direto-
x x x x x x x x x
rias/ Gerências/Chefias
105
SAREH (atendimento
Nutrição Geral/Copa
Almoxarifado Geral
Centro de Materiais
Nutrição Geral/
Brinquedoteca
Casa de Apoio
Esterilizados
Cozinha
Lactário
escolar)
Centros de Custos
Agência Transfusional x x x x x
Ambulatório x x x x x
Raio X x x x x x
Tomografia x x x x x
Ultrassonografia x x x x x
PRODUTIVOS (ASSISTÊNCIA)
Ressonância Magnética x x x x x
Endoscopia x x x x x
Colonoscopia x x x x x
Broncoscopia x x x x x
Eletroencéfalo x x x x x
Eletroneuro x x x x x
Nutrição Clínica x x x x x
U.I – Posto 1 x x x x x x x x
U.I – Posto 2 x x x x x x x x
U.I – Posto 3 x x x x x x x x
U.I – Posto 4 x x x x x x x x
U.I – Posto 5 x x x x x x x x
106
Engenharia Clínica
Serviço Social
Ambulatorial
Higienização
Recepção PS
Manutenção
Ambulância
Lavanderia
Recepção
Resíduos
Farmácia
Morgue
SECOP
SAME
x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x
x x x x x x x x x
x x x x x x x x x
x x x x x x x x x
x x x x x x x x x
x x x x x x x x x
x x x x x x x x x
x x x x x x x x x
x x x x x x x x x
x x x x x x x x x
x x x x x x x x x
x x x x x x x x x
x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x
107
Nutrição Geral/Cozinha
SAREH (atendimento
Nutrição Geral/Copa
Almoxarifado Geral
Centro de Materiais
Brinquedoteca
Casa de Apoio
Esterilizados
Lactário
escolar)
Centros de Custos
U.I – Posto 6 x x x x x x x x
U.I – Posto 7 x x x x x x x x
U.I – Posto 8 x x x x x x x x
U.I – Posto 9 x x x x x x x x
Fisioterapia x x x x x
Fonoaudiologia x x x x x
Terapia Ocupacional x x x x x
PRODUTIVOS
PS/PA x x x x x x x
PS Maternidade x x x x x x
Psicologia x x x x x
UTI Geral x x x x x x x x
UTI Neonatal x x x x x x x x
UTI Pediátrica x x x x x x x x
UST x x x x x
108
Recepção Ambulatorial
Engenharia Clínica
Serviço Social
Higienização
Recepção PS
Manutenção
Ambulância
Lavanderia
Resíduos
Farmácia
Morgue
SECOP
SAME
x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x
x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x x
x x x x x x x x
x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x
109
A definição do relacionamento entre os centros de custos vista nes-
ta seção é uma etapa de suma importância para a estruturação do trabalho
de custos, tendo em vista a departamentalização utilizada na metodologia
de custeio por absorção, fazendo-se necessário identificar a movimentação
dos custos entre os centros de custos para a realização dos rateios, que po-
dem ser realizados de forma sequencial, até chegar na composição dos cus-
tos dos centros de custos produtivos (MATOS, 2005; MEGLIORINI, 2011;
PEREZ JUNIOR; OLIVEIRA; COSTA, 2001; MARTINS, 2010).
Após essa definição, são estabelecidos os critérios de rateio que
serão utilizados para a movimentação dos custos entre os centros de cus-
tos. Para isso, aborda-se, na próxima seção, quais foram as premissas e os
critérios escolhidos.
110
outros centros de custos, não sendo possível a referência circular, ou seja,
os centros de custos que forem rateados 100% para outro centro de custo
auxiliar/administrativo, não voltam a receber rateios novamente.
Finalmente, após tais rateios, os respectivos centros produtivos
assumem de fato todos os custos da entidade, cuja existência fundamen-
ta-se na efetiva produção de serviços/atividades à sociedade, daí o nome
de produtivos, ou seja, aquele que efetivamente trabalha para o público
externo, sua razão de ser.
Estabeleceu-se a premissa que os centros de custos auxiliares/
administrativos que forem rateados a partir da definição dos percentuais
fixos estabelecidos nos critérios de rateio não terão este percentual altera-
do até o final de cada período anual, salvo implementação ou exclusão de
centros de custos (setores/serviços) produtivos.
Considerando-se essa premissa foi realizada a definição dos cri-
térios de rateio dos centros de custos auxiliares e administrativos, con-
forme o quadro 27.
Auxiliares
111
Centros de Custos Critérios de Rateio
Lavanderia Kg roupa lavada
Rouparia 100% lavanderia
Costura 100% lavanderia
Resíduos Kg lixo /criação percentual fixo por setor
Higienização m2/tipo referência
Serviço Social % fixo de horas trabalhadas por setor
SECOP 100% centro cirúrgico
Ouvidoria/SAC 100% administração geral
Ambulância Km rodado por setor
Engenharia Clínica Nº de requisições/ordem de serviço
Morgue Total de óbitos por setor produtivo
Administrativos
Apoio Administrativo/
100% administração geral
Secretaria Geral/NCIH
Compras 100% administração geral
Financeiro 100% administração geral
Faturamento % fixo por setor produtivo
Recepções Administrativas 100% administração geral
Recursos Humanos 100% administração geral
Comunicação 100% administração geral
Patrimônio 100% administração geral
Vigilância 100% administração geral
Telefonia 100% administração geral
Reprografia 100% administração geral
SESMT 100% administração geral
Capelania 100% administração geral
Transporte 100% administração geral
Voluntariado 100% administração geral
Administração geral/
Diretorias/ Gerências/ Percentual com base no nº de funcionários de cada setor
Chefias
112
que se chegou à conclusão de que esses centros de custos terão seus custos
distribuídos pelo número de funcionários de cada centro de custo.
Nessa questão, surgiram muitas dúvidas, tendo em vista que
existiam funcionários que atuavam em vários setores, como, por exem-
plo, os funcionários dos serviços auxiliares de diagnóstico e tratamento
que, em certo período, dão cobertura a um determinado tipo de exames,
ou exames simultâneos, por exemplo.
Para esses casos, foi proposto que seria criada uma planilha au-
xiliar, com a distribuição das horas dos funcionários para cada centro
de custo dos serviços de diagnóstico, sendo esse parâmetro estabelecido
como horas fixas.
Tendo em vista que para alguns centros de custos parametrizou-
se o critério de rateio dos custos por metragem quadrada, como é o caso
da higienização, houve a necessidade de medir todas as áreas correspon-
dentes aos centros de custos dos hospitais.
Nesse caso, as áreas de circulação foram computadas como sen-
do 100% para o centro de custo da administração geral, tendo em vista
que este irá direcionar seus custos para todos os demais centros de custos,
pelo critério de rateio do número de funcionários em cada centro de custo
correspondente.
Já os centros de custos auxiliares apresentam como principal cri-
tério de rateio as coletas estatísticas, uma vez que as atividades realizadas
nestes centros de custos são facilmente identificadas por mapas de coletas.
Após a classificação dos centros de custos, realizou-se a classi-
ficação dos custos diretos e indiretos, sejam eles fixos ou variáveis que
compõem cada centro de custo e os resultados são apresentados na pró-
xima seção.
113
critérios de rateio como por exemplo despesas com água, energia, telefone,
depreciação e demais custos correspondentes aos rateios dos demais centros
de custos (MATOS, 2005).
Para o cálculo dos custos diretos e indiretos elencados, utilizou-
se na parametrização dos seguintes critérios visualizados no quadro 28.
114
nologia adotada pelo autor com relação aos insumos na classificação de
custos diretos e indiretos. Estes insumos dizem respeito à mão de obra
(salários), consumo de medicamentos e materiais, telefone, aluguel e ou-
tros custos utilizados na operação.
Os centros de custos auxiliares e administrativos terão o rateio de
seus custos, conforme os critérios de rateio estabelecidos, para os centros de
custos produtivos, cujo valor final de cada centro de custo produtivo poderá
ser mensurado no custo unitário de cada serviço prestado, como por exem-
plo, consultas e exames.
115
2 CONSUMO
2.1 Material Geral
2.2 Material de Manutenção
2.3 Material de Engenharia Clínica
2.3 Material de Uso do Paciente
2.4 Medicamentos
2.5 O.P.M.E.
2.6 Gêneros Alimentícios (somente SND)
4 CUSTOS GERAIS
4.1 Água
4.2 Energia Elétrica
4.3 Telefone
4.4 Depreciação
116
mações que irão subsidiar a distribuição dos dados segundo os critérios
de rateio estabelecidos.
RELATÓRIOS DE COLETA
Coleta Almoxarifado
Nº Itens Movimentados
Referencial
por Centro de Custo
Mês Ref.
Dias do Mês
Centro de Custo Nº Itens
Apoio Administrativo/Secretaria Geral
Capelania
Compras
117
Nº Itens Movimentados
Referencial
por Centro de Custo
Comunicação
Diretorias/Gerências/Chefias
Faturamento
Financeiro
Patrimônio
Recepções Administrativas
Recursos Humanos
Reprografia
SESMT
Telefonia
Transporte
Vigilância
Voluntariado
Almoxarifado Geral -
Ambulância
BrInquedoteca
Casa de Apoio
Centro de Materiais Esterilizados
Centro Estudos/Pesquisa
Costura
Engenharia Clínica
Farmácia
Higienização
Lactário
Lavanderia
Manutenção
NCIH
NUIAS
Nutrição Geral/Copa
Nutrição Geral/Cozinha
Ouvidoria/SAC
Recepção Ambulatorial
118
Nº Itens Movimentados
Referencial
por Centro de Custo
Recepção Pronto-Socorro
Resíduos
Rouparia
SAME
SAREH
SECOP
Serviço Social
Morgue
Agência Transfusional
Ambulatório
Broncoscopia
Centro Cirúrgico Eletivo
Centro Cirúrgico Geral
Centro Cirúrgico Obstétrico
Colonoscopia
Eletroencéfalo
Eletroneuro
Endoscopia
Fisioterapia
Fonoaudiologia
Lab. Anatomia Patológica
Lab. Análises Clinica
Nutrição Clinica
PS /PA
PS Maternidade
Psicologia
Raio X
Ressonância Magnética
Terapia Ocupacional
Tomografia
U.I - Posto 1
U.I - Posto 2
119
Nº Itens Movimentados
Referencial
por Centro de Custo
U.I - Posto 3
U.I - Posto 4
U.I - Posto 5
U.I - Posto 6
U.I - Posto 7
U.I - Posto 8
U.I - Posto 9
UCIN (cuidados intermediários)
Ultrassonografia
USI (unidade semi-intensiva)
UST
UTI Geral
UTI Neonatal
UTI Pediátrica
TOTAL
Coleta Ambulância
120
Km Rodados por
Referencial
Centro de Custo
Mês Ref.
Dias do Mês
Centro de Custo Km
Agência transfusional -
Ambulatório -
Broncoscopia -
Demais centros de custos produtivos
TOTAL
121
Coleta Farmácia
Nº de Prescrições por
Referencial
Centro de Custo
Mês Ref.
Dias do Mês
Centro de Custo Nº de Prescrições
Agência Transfusional -
Ambulatório -
Broncoscopia -
Demais centros de custos produtivos
TOTAL 0
Coleta Lactário
122
Referencial Mamadeiras por tipo
Mês Ref.
Dias do Mês
1 Fórmula 2 Dietas 3
Centro de Custo
Infantil Enterais Suplementos
Agência Transfusional - - -
Ambulatório - - -
Broncoscopia - - -
Demais centros de custos produtivos
TOTAL 0 0 0
Tipos de Mamadeira
1 fórmulas infantis 2 dietas enterais 3 suplementos
• padrão (fórmulas de • pediátricas padrão • hipercalórico,
partida, fórmulas de (1-10 anos com hiperproteico, etc.
seguimento) nutrientes intactos)
• especializadas (isenta • pediátricas hidrolisadas
de lactose, para (1-10 anos a base de
prematuros, a base de peptídeos)
soja)
• adulto padrão (acima
• hidrolisadas (a base de de 10 anos com
peptídeos) nutrientes intactos)
• elementar (a base de • adulto hidrolisadas
aminoácidos) (acima de 10 anos a
base de peptídeos)
• metabólicas (erros
inatos do metabolismo) • especializadas (isenta
de sacarose, à base
de soja, para doenças
específicas)
123
Coleta Lavanderia
Kg de Roupa Lavada
Referencial
por Centro de Custo
Mês Ref.
Dias do Mês
Centro de Custo Kgs
Agência Transfusional -
Ambulatório -
Broncoscopia -
Demais centros de custos produtivos)
TOTAL 0
124
Distribuição de Recursos Humanos por
Referencial
Centro de Custo
Mês Ref.
Dias do Mês
Nº de Total de Horas % Sobre
Centro de Custo
Funcionários Trabalhadas Total
Apoio Administrativo/Secretaria Geral - - 0
Capelania - - 0
Compras - - 0
UTI Pediátrica - - 0
Demais centros de custos
TOTAL 0 0 0,00
Coleta Morgue
125
Na sequência, elaborou-se o relatório de coleta do centro de cus-
to da manutenção, que trabalha para todos os centros de custos do hospi-
tal, conforme descrito a seguir.
Coleta Manutenção
Coleta Same
126
Nº de Solicitações Atendidas
Referencial
por Centro de Custo
Mês Ref.
Dias do Mês
Centro de Custo Nº de Solicitações
Faturamento -
Ouvidoria/SAC -
Unidade de Internação -
Demais centros de custos
TOTAL 0
Mês Ref.
Dias do Mês
Referencial Refeições por tipo
Café
Centro de Custo Lanche Almoço Jantar Ceia Total
Manhã
Apoio Administrativo/
- - - - - 0
Secretaria Geral
Capelania - - - - - 0
Compras - - - - - 0
Demais centros de custos
TOTAL 0 0 0 0 0 0
127
(%) Nutrição Geral/Copa
15 1. Café da Manhã
15 2. Lanche
30 3. Almoço
25 4. Jantar
15 5. Ceia
Nutrição Geral/Cozinha
15 1. Café da Manhã
15 2. Lanche
30 3. Almoço
25 4. Jantar
15 5. Ceia
Higienização
(%) Higienização
25% 1. Higienização Geral
35% 2. Higienização Semi Crítica
40% 3. Higienização Crítica
No caso dos centros de custos, cujas atividades não podem ser men-
suradas por mapa de coletas devido à intangibilidade de suas atividades,
mas cuja natureza é sabida que deve ter seus custos totais direcionados
aos centros de custos produtivos, optou-se pela definição de percentual
fixo e cuja resultante é rateada diretamente para cada setor produtivo.
Esse percentual é definido por cada hospital, de acordo com as
características das atividades, bem como sua relevância perante cada cen-
tro de custo produtivo.
Os centros de custos que se utilizam de critério de rateio por per-
centual fixo são, Brinquedoteca, SAREH, Casa de Apoio, CME, Serviço
Social, Faturamento e Resíduos.
129
MAPA DE CUSTOS
130
Referência
Mês/Ano
GRUPO DE CENTROS DE
CUSTOS
Diretorias/Gerências/ Apoio Administrativo/
ADMINISTRATIVOS
Chefias Secretaria Geral
% Base nº de
100% Administração
CRITÉRIOS DE RATEIO Funcionários por
Geral
Centro de Custo
A. Custo Total (B+C) R$ R$
B. Custos Diretos (fixos e
variáveis) (1+2+3+4) R$ R$
1 Custos com Pessoal Qtde. R$ Qtde. R$
1.1 Servidores R$ R$
1.1.1 Ordenados R$ R$
1.1.2 Horas extras R$ R$
1.1.3 Outros (especificar) R$ R$
1.1.4 Encargos R$ R$
1.2 CLT R$ R$
1.2.1 Ordenados R$ R$
1.2.2 Encargos Sociais (FGTS/
INSS) R$ R$
1.2.3 Horas Extras R$ R$
1.2.4 Provisões (férias/13.º sal./
outras) R$ R$
1.2.5 Benefícios (VT + VA) R$ R$
Referência
Mês/Ano
GRUPO DE CENTROS DE
CUSTOS
Diretorias/Gerências/ Apoio Administrativo/
ADMINISTRATIVOS
Chefias Secretaria Geral
% Base nº de
100% Administração
CRITÉRIOS DE RATEIO funcionários por
Geral
Centro de Custo
1.2.6 Outros (especificar) R$ R$
1.3 Outros R$ R$
1.3.1 Prestadores de Serviços
R$ R$
Médicos
1.3.2 Prestadores de Serviços Não
R$ R$
Médicos
1.3.3 Residentes R$ R$
131
1.3.4 Estagiários R$ R$
1.3.5 Programa Menor Aprendiz R$ R$
1.3.6 Outros (especificar) R$ R$
2 Consumo R$ R$
2.1 Material Geral R$ R$
2.2 Material de Manutenção R$ R$
2.3 Material de Engenharia Clínica R$ R$
2.3 Material de Uso do Paciente R$ R$
2.4 Medicamentos R$ R$
2.5 OPME R$ R$
2.6 Gêneros Alimentícios (somente
R$ R$
SND)
3 Contratos Diretos Exceto MO
R$ R$
(listar)
3.1 Contrato A R$ R$
3.2 Contrato B R$ R$
3.3 Contrato C R$ R$
3.4 Contrato D R$ R$
3.5 Contrato E R$ R$
3.6 Contrato F R$ R$
3.7 Contrato G R$ R$
3.8 Contrato H R$ R$
3.9 Contrato I R$ R$
3.10 Contrato J R$ R$
4 Custos Gerais R$ R$
4.1 Água 0,00 R$ 0,00 R$
4.2 Energia Elétrica 0,00 R$ 0,00 R$
4.3 Telefone R$ R$
4.4 Depreciação R$ R$
C. Total Rateios Recebidos R$ R$
ADMINISTRATIVOS
Apoio Administrativo/Secretaria
R$
Geral
Capelania R$
Compras R$
Comunicação R$
Diretorias/Gerências & Chefias
Faturamento
Financeiro R$
132
Patrimônio R$
Recepções Administrativas R$
Recursos Humanos R$
Reprografia R$
SESMT R$
Telefonia R$
Referência
Mês/Ano
GRUPO DE CENTROS DE
CUSTOS
Diretorias/Gerências/ Apoio Administrativo/
ADMINISTRATIVOS
Chefias Secretaria Geral
% Base nº de
100% Administração
CRITÉRIOS DE RATEIO funcionários por
Geral
Centro de Custo
Transporte R$
Vigilância R$
Voluntariado R$
AUXILIARES R$ R$
Almoxarifado Geral
Ambulância
BrInquedoteca
Casa de Apoio
Centro de Materiais Esterilizados
Centro Estudos/Pesquisa R$
Costura
Engenharia Clínica
Farmácia
Higienização R$ R$
Lactário
Lavanderia
Manutenção
NCIH R$
NUIAS R$
Nutrição Geral/Cozinha R$ R$
Nutrição Geral/Copa
Ouvidoria/SAC R$
Recepção Ambulatorial
Recepção PS
133
Resíduos R$ R$
Rouparia
SAME
SAREH
SECOP
Serviço Social
Morgue
Referência
Mês/Ano
GRUPO DE CENTROS DE
CUSTOS
Almoxarifado Geral Ambulância
AUXILIARES Km Rodado por
Nº de Itens
Centro de Custo
Movimentados
Produtivo
A. Custo Total (B+C) R$ R$
B. Custos Diretos (fixos e
R$ R$
variáveis) (1+2+3+4)
1 Custos com Pessoal Qtde. R$ Qtde. R$
1.1 Servidores R$ R$
1.1.1 Ordenados R$ R$
1.1.2 Horas Extras R$ R$
1.1.3 Outros (especificar) R$ R$
134
1.1.4 Encargos R$ R$
1.2 CLT R$ R$
1.2.1 Ordenados R$ R$
1.2.2 Encargos Sociais (FGTS/
R$ R$
INSS)
1.2.3 Horas Extras R$ R$
1.2.4 Provisões (Férias/13.º Sal./
R$ R$
outras)
1.2.5 Benefícios (VT + VA) R$ R$
1.2.6 Outros (especificar) R$ R$
1.3 Outros R$ R$
1.3.1 Prestadores de Serviços
R$ R$
Médicos
1.3.2 Prestadores de Serviços Não
R$ R$
médicos
1.3.3 Residentes R$ R$
1.3.4 Estagiários R$ R$
1.3.5 Programa Menor Aprendiz R$ R$
1.3.6 Outros (especificar) R$ R$
2 Consumo R$ R$
2.1 Material Geral R$ R$
2.2 Material de Manutenção R$ R$
2.3 Material de Engenharia Clínica R$ R$
2.3 Material de Uso do Paciente R$ R$
2.4 Medicamentos R$ R$
2.5 OPME R$ R$
2.6 Gêneros Alimentícios (somente
R$ R$
SND)
3 Contratos Diretos Exceto MO
R$ R$
(listar)
3.1 Contrato A R$ R$
3.2 Contrato B R$ R$
3.3 Contrato C R$ R$
3.4 Contrato D R$ R$
3.5 Contrato E R$ R$
3.6 Contrato F R$ R$
3.7 Contrato G R$ R$
3.8 Contrato H R$ R$
3.9 Contrato I R$ R$
3.10 Contrato J R$ R$
135
4 Custos Gerais R$ R$
4.1 Água 0,00 R$ 0,00 R$
4.2 Energia Elétrica 0,00 R$ 0,00 R$
4.3 Telefone R$ R$
Referência
Mês/Ano
GRUPO DE CENTROS DE
CUSTOS
Almoxarifado Geral Ambulância
AUXILIARES Km Rodado por
Nº de Itens
Centro de Custo
Movimentados
Produtivo
4.4 Depreciação R$ R$
C. Total Rateios Recebidos R$ R$
ADMINISTRATIVOS R$ R$
Apoio Administrativo/Secretaria
Geral
Capelania
Compras
Comunicação
Diretorias/Gerências & Chefias R$ R$
Faturamento
Financeiro
Patrimônio
Recepções Administrativas
Recursos Humanos
Reprografia
SESMT
Telefonia
Transporte
Vigilância
Voluntariado
AUXILIARES R$ R$
Almoxarifado Geral R$
Ambulância
BrInquedoteca
Casa de Apoio
Centro de Materiais Esterilizados
Centro Estudos/Pesquisa
136
Costura
Engenharia Clínica
Farmácia
Higienização R$ R$
Lactário
Lavanderia R$
Manutenção R$
NCIH
NUIAS
Nutrição Geral/Cozinha R$ R$
Nutrição Geral/Copa
Ouvidoria/SAC
Recepção Ambulatorial
Recepção PS
Resíduos R$ R$
Rouparia
SAME
SAREH
SECOP
Serviço Social
Morgue
137
Referência
Mês/Ano
GRUPO DE CENTROS DE
CUSTOS
Agência
PRODUTIVOS Ambulatório
Transfusional
A. Custo Total (B+C) R$ R$
B. Custos Diretos (fixos e variáveis)
R$ R$
(1+2+3+4)
1 Custos com Pessoal Qtde. R$ Qtde. R$
1.1 Servidores R$ R$
1.1.1 Ordenados R$ R$
1.1.2 Horas extras R$ R$
1.1.3 Outros (especificar) R$ R$
1.1.4 Encargos R$ R$
1.2 CLT R$ R$
1.2.1 Ordenados R$ R$
1.2.2 Encargos Sociais (FGTS/INSS) R$ R$
1.2.3 Horas Extras R$ R$
1.2.4 Provisões (férias/13.º Sal./
R$ R$
outras)
1.2.5 Benefícios (VT + VA) R$ R$
1.2.6 Outros (especificar) R$ R$
1.3 Outros R$ R$
1.3.1 Prestadores de Serviços Médicos R$ R$
1.3.2 Prestadores de Serviços Não
R$ R$
Médicos
1.3.3 Residentes R$ R$
1.3.4 Estagiários R$ R$
1.3.5 Programa Menor Aprendiz R$ R$
1.3.6 Outros (especificar) R$ R$
2 Consumo R$ R$
2.1 Material Geral R$ R$
2.2 Material de Manutenção R$ R$
2.3 Material de Engenharia Clínica R$ R$
2.3 Material de Uso do Paciente R$ R$
2.4 Medicamentos R$ R$
2.5 OPME R$ R$
2.6 Gêneros Alimentícios (somente
R$ R$
SND)
138
3 Contratos Diretos (listar) R$ R$
3.1 Contrato A R$ R$
3.2 Contrato B R$ R$
3.3 Contrato C R$ R$
3.4 Contrato D R$ R$
3.5 Contrato E R$ R$
3.6 Contrato F R$ R$
3.7 Contrato G R$ R$
3.8 Contrato H R$ R$
Referência
Mês/Ano
GRUPO DE CENTROS DE
CUSTOS
Agência
PRODUTIVOS Ambulatório
Transfusional
3.9 Contrato I R$ R$
3.10 Contrato J R$ R$
4 Custos Gerais R$ R$
4.1 Água 0,00 R$ 0,00 R$
4.2 Energia Elétrica 0,00 R$ 0,00 R$
4.3 Telefone R$ R$
4.4 Depreciação R$ R$
C. Total Rateios Recebidos R$ R$
ADMINISTRATIVOS R$ R$
Apoio Administrativo/Secretaria
Geral
Capelania
Compras
Comunicação
Diretorias/Gerências & Chefias R$ R$
Faturamento R$ R$
Financeiro
Patrimônio
Recepções Administrativas
Recursos Humanos
Reprografia
SESMT
Telefonia
Transporte
139
Vigilância
Voluntariado
AUXILIARES R$ R$
Almoxarifado Geral R$ R$
Ambulância R$ R$
BrInquedoteca R$ R$
Casa de Apoio
Centro de Materiais Esterilizados R$ R$
Centro Estudos/Pesquisa
Costura
Engenharia Clínica R$ R$
Farmácia R$ R$
Higienização R$ R$
Lactário
Lavanderia R$ R$
Manutenção R$ R$
NCIH
NUIAS
Nutrição Geral/Cozinha R$ R$
Nutrição Geral/Copa
Ouvidoria/SAC
Recepção Ambulatorial R$
Recepção PS
Resíduos R$ R$
Rouparia
SAME R$ R$
SAREH R$ R$
SECOP
Serviço Social
Morgue R$ R$
140
Não obstante, devido à diferenciação no tipo de atendimento
prestado ao paciente, uma das alternativas é a realização do custo médio
por amostras aleatórias de pacientes cujas condições permitam um grau
de comparabilidade e representatividade adequados, ou a definição do
custo do procedimento baseado em protocolos padrões de atendimento
(MATOS, 2005).
A análise gerencial advinda da utilização do modelo representa
um avanço nas possibilidades de identificação de desperdícios ou falta de
foco assistencial, assim como a visualização de outros fatores que podem
dificultar a otimização dos recursos públicos no SHP.
141
CONCLUSÕES
C
om o foco nas questões atinentes à governança no serviço público,
este trabalho procurou contribuir para a criação de um modelo de
custeio para a gestão de custos hospitalares públicos, instituições
complexas e que cada vez demandam mais recursos do sistema de saúde
que tem um orçamento restrito.
No entanto, ao longo da pesquisa, surgiram questões que não
puderam ser aprofundadas, haja vista a delimitação traçada para este es-
tudo. Nesse sentido, e com o objetivo de contribuir para ampliar o conhe-
cimento na área de custos hospitalares em hospitais públicos, são apon-
tadas duas questões relacionadas a dois temas relevantes para futuros
estudos nessa área, tais como: i) o estudo da cultura organizacional frente
ao desafio de gerenciar custos em hospitais públicos; ii) a contabilidade
gerencial aplicada aos hospitais públicos. Considera-se que esses dois fa-
tores são relevantes à temática e podem afetar a implantação de metodo-
logias para controle e gestão de custos em qualquer instituição.
Todas as etapas da pesquisa, desde a classificação dos centros de
custos, os critérios de rateio e a forma de coleta das informações foram
amplamente discutida perante as possibilidades da realidade existente
em cada hospital, uma vez que há carência de um sistema informatizado
de gestão, integrado entre as áreas e que contemple todas as necessidades
do hospital, principalmente as questões relacionadas aos aspectos admi-
nistrativos-financeiros.
Dessa forma, a aplicação do modelo pode ter fatores limitantes,
como: i) a falta de pessoal especializado para a sua operacionalização;
ii) a inexistência de um sistema integrado de gestão que propicie as in-
formações de forma rápida e precisa; iii) a inexistência de informações
contábeis que integrem os aspectos econômicos e financeiros da institui-
ção; iv) a falta de uma cultura organizacional para controle de custos nas
instituições públicas; v) a falta de uma política que dê sustentação para a
implantação do modelo.
Dentre as potencialidades advindas da aplicação do modelo po-
de-se destacar: i) a geração de informações de custos como ferramenta de
auxílio nos processos de decisão para o nível gerencial e estratégico; ii) a
otimização de recursos e a possibilidade de atendimento de um número
maior de pessoas; ii) o benchmarking com outras instituições de saúde
que utilizam da metodologia de custos; iii) a decisão de se optar por ser-
viço próprio ou terceirizar serviços com finalidade e meio; iv) a análise
de custo-benefício com a implantação de novos produtos, novas técnicas,
novos equipamentos; v) integração dos trabalhos que são desenvolvidos
nos diversos setores e a troca de informações.
145
O modelo aqui proposto é factível e pode ser aplicado em orga-
nizações hospitalares, tendo em vista que partiu de um estudo empírico,
sendo necessária a adaptação para as características de cada instituição.
A relevância deste estudo não está na criação de uma ferramenta
inédita, tendo em vista que muitos hospitais brasileiros se utilizam da
metodologia de custos na gestão, mas sim, no modelo criado empirica-
mente na pesquisa-ação como forma de fomentar as questões atinentes ao
controle e gerenciamento de custos.
Um dos pontos fortes do modelo é o seu potencial de implantação
de forma simples e organizada, sem que para isso seja preciso que se tenha
uma grande estrutura funcional ou tecnológica para a sua aplicação.
Isso quer dizer que o assunto não se esgota aqui, ao contrário, ele
apenas se inicia e contribui para a temática da proposição de melhorias
gerenciais para o sistema hospitalar público brasileiro.
146
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, A. G.; BORBA, J. A.; FLORES, L. C. S. A utilização das
informações de custos na gestão da saúde pública: um estudo preliminar
em secretarias municipais de saúde do estado de Santa Catarina. Revista
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php/rap/article/ viewArticle/6702>. Acesso em: 20 set. 2014.
149
BRASIL. Decreto nº 6.976, de 07 de outubro de 2009. Diário Oficial
da União, Brasília, DF, 8 out. 2009. Seção 1, p. 15-16. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/
Decreto/D6976.htm>. Acesso em: 14 out. 2015.
150
BRASIL. Lei nº 12.919, de 24 de dezembro de 2013. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, 26 dez. 2013a. Seção 1, p. 1-27. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/
L12919.htm>. Acesso em: 13 out. 2014.
151
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 3.390, de 30 de dezembro de
2013. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 27 dez. 2013b. Seção 1, p.
170. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/
gm/2013/prt3390_30_12_2013.html>. Acesso em: 01 out. 2015.
152
CENTRO BRASILEIRO DE ESTUDOS DA SAÚDE. Orçamento
impositivo é retrocesso para financiamento da saúde. Disponível em:
<http://cebes.com.br/2014/05/golpe-nos-recursos-do-pre-sal-para-
saude-e-no-controle-social/>. Acesso em: 01 set. 2014.
153
FRUTUOSO, J. 10% da RCB para a saúde. Disponível em: <http://
blogs.bvsalud.org/ds/2012/07/23/10-da-rcb-para-a-saude/>. Acesso
em: 12 set. 2012.
154
MACHADO, N; HOLANDA, V. B. Diretrizes e modelo conceitual de
custos para o Setor Público a partir da experiência no governo federal
do Brasil. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 44, n. 4,
p. 791-820, jul./ago. 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/
rap/v44n4/v44n4a03.pdf>. Acesso em: 09 out. 2015.
155
MODESTO, P. Reforma do marco legal do terceiro setor no Brasil.
Revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 214, p. 55-68, out./
dez. 1998.
156
PARANÁ (Estado). Secretaria de Estado da Saúde do Paraná.
HOSPSUS: programa de apoio aos hospitais públicos e filantrópicos
do Paraná. Disponível em: <http://www.saude.pr.gov.br/modules/
conteudo/conteudo.php?conteudo=2802>. Acesso em: 1 dez. 2013a.
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Fonte: Book Antiqua
A gestão de custos em qualquer organização proporciona uma série de
benefícios, como a segurança na boa administração dos recursos,
porém é pouco utilizada na área hospitalar pública, o que se congura
como um paradoxo, frente à complexidade da organização hospitalar e
à situação de subnanciamento da saúde. O propósito deste livro foi
desenvolver e apresentar um método de aplicação de um sistema de
custeio em Hospitais Públicos. Esta proposta foi desenvolvida em
parceria com a Secretaria de Saúde do Estado do Paraná, com o apoio
nanceiro do PPSUS e da Fundação Araucária. O estudo foi desenvolvi-
do como uma pesquisa ação em dois hospitais públicos do Paraná, mas
para ser replicado em qualquer hospital a partir das premissas do
método desenvolvido. Para tanto, tratou-se de conceitos sobre adminis-
tração e governança pública, o direito à saúde no Brasil, os custos no
setor público e a apresentação detalhada do modelo de sistema de
custeio proposto. Os resultados se constituem em importante instrumen-
to de gestão dos Hospitais e Secretaria de Estado da Saúde, permitindo
aos dirigentes maior segurança diante das diculdades e desaos
impostos nesse segmento. Com isso, espera-se que o livro contribua
com os governos, por uma melhor gestão dos recursos públicos
direcionados à saúde; com a academia, por ser um tema ainda incipi-
ente na literatura; e com a sociedade, para que mais hospitais prossio-
nalizem sua gestão de custeio e, com isso, proporcionem um serviço
mais eciente e ecaz.