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Alegoria da Caverna

A Alegoria mostra uma caverna subterrânea, em que se encontrava uma


grande fogueira na sua entrada. Dentro dela havia pessoas acorrentadas de tal
modo que não podiam mover-se.

Os habitantes acostumaram-se a ver o mundo através de sombras que eram


projetadas no fundo da caverna. Os moradores tomaram essas sombras por
realidade, atribuindo nomes, conversando com elas e até mesmo ligando sons
fora da caverna com movimentos que observam na parede. Para estes
prisioneiros, é este universo sombrio que constitui a verdade e a realidade,
uma vez que não possuem nenhum outro conhecimento.

Um dos escravos, então, liberta-se das correntes e dirige-se à saída da


caverna e percebe que as sombras nada mais são que reflexos obscuros de
uma realidade mais complexa e que o conhecimento e as percepções dos seus
antigos companheiros da caverna são imperfeitos e distorcidos.

Agora, no mundo exterior, este homem precisava acostumar-se a ver as coisas


de outro modo, por não ter vivido a experiência de uma realidade colorida e
diversa. E precisava pouco a pouco adaptar-se, vendo primeiro as coisas que
estão na superfície até poder erguer os olhos para o céu e ver a grandiosidade
infinita.
Ao ver esta nova realidade, seu olhar é de espanto e desencadeia um desejo
de identificá-las como algo que possui vida e nome próprio. Entretanto voltando
as suas origens, não seria mais capaz de viver como antes, já que agora para
ele o mundo era um lugar bastante diferente. Todavia, se tentasse compartilhar
com eles seu novo conhecimento, seria provavelmente ridicularizado pelas
suas ideias. Isto porque para os prisioneiros as imagens com as quais estavam
acostumados possuíam muito mais significado do que qualquer história sobre
um mundo que eles nunca haviam visto.

O homem que sai das amarras que o prendem ao mundo das aparências,
empreende uma trajetória ao mundo do conhecimento. A caverna representa o
mundo das aparências, enquanto a viajem ao exterior a conquista do
conhecimento. As pessoas no dia a dia são enganadas por ilusões, já que o
modo pelo qual compreendem a realidade é limitado e imperfeito.

REFERÊNCIA:
PLATÃO, República. Tradução Maria Helena da Rocha Pereira. 9. ed. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbbenkian, 2001.

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