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CONJUNÇÕES E LOCUÇÕES CONJUNTIVAS

Existem palavras que servem para ligar palavras entre si e há outras que ligam
orações. Essas palavras que conectam orações são as conjunções. Elas são importantes
elementos coesivos para uma boa dissertação.

Para estudar as funções das palavras da língua portuguesa, nada melhor que vê-
las contextualizadas. Sendo assim, para iniciarmos nossa aula sobre conjunções, vamos
usar uma tirinha.

Leia e divirta-se.

Queromeu é uma personagem criada por Luís Fernando Veríssimo e sua


característica marcante é viver de corrupção. O seu nome já traz, de maneira
humorística, uma crítica. Agora, vamos analisar a fala da personagem e do dito popular
que ela evoca. Essa análise nos permite concluir que existem alguns termos sintáticos
cuja função é criar vínculos – conexão – entre orações diferentes, estabelecendo
relações de sentido específicas entre elas. No terceiro quadrinho da tirinha, por
exemplo, a palavra, “portanto” dá sentido de conclusão à segunda oração. Sendo assim,
dizemos que a palavra, “portanto” é uma conjunção.

O que são conjunções

Conjunções são palavras invariáveis que conectam orações, estabelecendo entre


elas uma relação de subordinação (dependência) ou de simples coordenação. Além de
relacionar orações, de modo subordinado ou coordenado, algumas dessas conjunções
também fazem o papel de veicular termos semelhantes.
Agora, observe essa tirinha.

Você deve ter percebido que, na tira, os sintagmas “canal oficial” e um “[canal]
comercial” são vinculados por meio da conjunção E, que, nesta situação, traz a ideia de
uma adição: as personagens possuem dois canais de TV.

Em um segundo momento – ópera ou o Gugu –, a conjunção que vincula


sintagmas marca uma opção: assistir a uma ópera OU ao programa do Gugu.

Tipos de conjunção

Existem dois tipos de conjunção: as coordenativas e as subordinativas. Essa


classificação é importante para identificar as relações semânticas (ou de sentido) e
sintáticas (de coordenação ou independência, de subordinação ou dependência) entre as
orações.

Conjunções coordenativas

São consideradas coordenativas as conjunções que simplesmente coordenam


orações, sem que se estabeleça uma relação de dependência sintática entre elas. Essas
conjunções são divididas em:

 Aditivas

As conjunções aditivas exprimem uma relação de soma, de adição: e, nem, não só,
mas também.

Exemplo: A mulher tocava e cantava muito bem.


 Adversativas

As conjunções adversativas exprimem uma relação de contraste, de oposição: mas,


porém, todavia, contudo, no entanto, não obstante.

Exemplo: Gosto muito de correr, mas evito longa distâncias.

 Alternativas

Conjunções alternativas exprimem uma relação de alternância, de exclusão: ora,


quer, seja, nem.

Exemplo: O homem ora ri, ora chora.

 Conclusivas

Conjunções conclusivas exprimem uma relação de conclusão: logo, pois (posposto


ao verbo), portanto, por conseguinte, por isso, assim.

Exemplo: A candidata fez uma bela campanha, portanto deverá se eleger.

 Explicativas

As conjunções explicativas exprimem uma relação de explicação: pois (anteposto


ao verbo), que, porque, porquanto.

Exemplo: Os alunos deverão ter paciência, pois a prova só será aplicada depois das
nove horas.

Conjunções subordinativas

São consideradas subordinativas as conjunções que, ao ligarem duas orações,


estabelecem uma relação de dependência sintática entre elas, de tal maneira que uma
das orações determina ou completa o sentido da outra.

 Causais

As conjunções causais exprimem uma relação de causa: porque, pois, porquanto, pois


que, visto que, visto como, por isso que, já que, uma vez que.

Exemplo: Como Mônica não sabia que músicas escolher para festa, criou uma playlist
com vários estilos diferentes.
 Concessivas

Conjunções concessivas exprimem uma relação de concessão: embora, conquanto,


ainda que, se bem que, mesmo que, posto que, bem que, por mais que, por menos que,
apesar de, apesar de que, nem que.

Exemplo: Mesmo que isso a faça atrasar-se um pouco, Soraia passará pela casa de sua
mãe primeiro.

 Condicionais

As conjunções condicionais exprimem uma relação de condição: se, caso, contanto


que. Salvo se, sem que  (= senão), desde que, a menos que, a não ser que.

Exemplo: A não ser que falemos com ele agora, Paulo irá para o encontro antes da hora
marcada.

 Conformativas

Conjunções conformativas exprimem uma relação de conformidade: conforme,


consoante, segundo, como.

Exemplo: Caio passou a se exercitar mais, conforme havia prometido.

 Comparativas

As conjunções comparativas exprimem uma relação de comparação: que,


mais/menos/maior/menor/melhor/pior… do que, tal… qual, tanto… quanto, como,
assim como, bem como, como se, que nem.

Exemplo: Carmem sempre agiu como se não tivesse a menor intenção de mudar seus


péssimos hábitos alimentares.

 Consecutivas

As conjunções consecutivas exprimem uma relação de


consequência:  tal/tanto/tão/tamanho… que, de forma que, de maneira que, de modo
que, de sorte que.

Exemplo: A chuva foi tanta, que os jogadores adiaram a partida.

 Finais

Essas conjunções exprimem uma relação de finalidade: para que, a fim de que,


porque (= para que).
Exemplo: Os atletas treinam pela manhã para que possam reproduzir as condições da
competição.

 Proporcionais

Conjunções proporcionais exprimem uma relação de proporcionalidade: à medida que,


à proporção que, ao passo que, quanto mais… mais/menos.

Exemplo: Quanto menos tempo tinha para atender o telefone, mais ligações recebia.

 Temporais

As conjunções temporais são aquelas que exprimem uma relação de tempo: quando,


antes que, depois que, até que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas as
vezes que, cada vez que, apenas, mal, que (= desde que).

Exemplo: Mal colocou a chave na fechadura, o telefone tocou.

 Integrantes

Por fim, as conjunções integrantes ligam à oração principal as orações subordinadas


substantivas, que exercem funções próprias dos substantivos (sujeito, objeto direto, objeto
indireto, predicativo, complemento nominal e aposto): que, se.

Exemplo: Cláudia pediu que trouxéssemos bebidas para a festa em sua casa.

Locução conjuntiva

Imagine agora que em um texto de divulgação de um guia imobiliário produzido por


uma revista semanal, tem-se a seguinte oração:

Já que não Parságada não existe, o jeito é morar bem.

Percebeu que no enunciado há duas orações articuladas por meio da expressão já


que? Essa conjunção estabelece uma relação de concessão entre o que é dito na primeira
oração (“Já que não Parságada não existe”) e o que é dito na segunda (“o jeito é morar
bem”). Essa expressão (já que) é formada por duas palavras que têm o valor de uma só
conjunção. É uma locução conjuntiva.

É importante lembrar que dentro da gramática, quando se fala de locuções,


devemos saber que se trata de duas ou mais palavras que, quando estão juntas,
funcionam sintaticamente como uma classe gramatical. Assim, locução verbal funciona
como verbo, locução adjetiva trabalha como um adjetivo, a locução prepositiva tem
valor de preposição e por aí vai.

Portanto, locuções conjuntivas são duas ou mais palavras que ligam orações,
estabelecendo entre essas uma relação de subordinação (dependência) ou de simples
coordenação. São geralmente formadas por advérbios, preposições e particípios
seguidos da conjunção que.

Podemos citar como exemplos de locuções conjuntivas:

 já que;
 desde que;
 uma vez que;
 ainda que;
 por mais que;
 sem que;
 posto que;
 visto que.

IPC: As locuções conjuntivas são classificadas segundo os mesmos critérios de


classificação das conjunções.

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