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CONCLUSÃO

A presente pesquisa bibliográfica verificou que a resolução de conflitos familiares na


área do direito é complexa, porque existem lacunas que o poder Judiciário não possui
respostas satisfatórias. No entanto, a mediação familiar é um procedimento que pode ser
eficiente e faz com que as partes evitem maiores desgastes emocionais.

O objetivo principal deste trabalho de conclusão de curso era fazer uma discussão de
como a mediação pode ser uma ferramenta cabível na resolução consensual de conflitos em
relações continuadas na família. Nos próximos parágrafos serão apresentados os principais
argumentos encontrados.

Primeiramente, a mediação é relevante para solução de conflitos porque um dos papeis


primordiais na seara do Direito de Família é a proteção da família. Sendo a família a base da
sociedade e protegida pela constituição federal.

A família moderna não tem um conceito definitivo, sua denominação é dinâmica por
causa das transformações da composição dos relacionamentos modernos. Existem várias
representações sociais para as novas famílias, onde afeto e amor são o que mais importam.

Nas últimas décadas, apesar de não ter sido ideal, devemos reconhecer que houve
evoluções do direito de família. No passado, família legítima era decorrente do casamento e
esse casamento tinha um organização patriarcal, atualmente temos a união estável. Hoje, os
elementos da família são: o núcleo existencial composto por mais de uma pessoa, vinculo
socioafetivo e a vocação para realização pessoal de seus integrantes. (GAGLIANO;
PAMPLONA FILHO, 2014).

Além disso, o princípio da proteção da dignidade da pessoa humana abrange que


todos os membros de uma família devem ser individualmente protegidos, garantindo as
necessidades vitais de cada indivíduo, sua dignidade e justiça. E segundo Dias (2015),
atualmente é possível que pessoas tenham vários pais, a pluriparentalidade, sendo necessário,
desde então, o reconhecimento, a existência de múltiplos vínculos de filiação.
Ainda, o princípio da igualdade é amparado pelo art. 5º, "caput" e inciso I, da CF/88,
onde descreve que todos os entes de uma entidade familiar são iguais, as suas obrigações são
reciprocas e todos tem isonomia entre direitos e deveres dos filhos e cônjuges. Assim, a
igualdade de direito levou as famílias a tratarem de forma igual todos os filhos, seja ele
adotivo ou biológico, apontando um passo evolutivo no direito da família. Além disso, o
princípio de igualdade de direitos e deveres de ambos cônjuges foi instituído e criou forças
para destruir o padrão patriarcal das famílias.

O princípio da afetividade é outro elemento muito importante para a construção das


famílias, apesar de ele não ser citado na constituição ele está presente no código civil.
Segundo Madaleno (2015), “O afeto é a mola propulsora dos laços familiares para dar sentido
e dignidade à existência humana”.

Complementando, outros princípios devem ser considerados quando se discute a


família e foram também mencionados na presente pesquisa: princípio da solidariedade
familiar, princípio do melhor interesse da criança, princípio da liberdade.

Neste sentido, as questões familiares são extensas e o direito da família, muitas vezes,
não alcança todas as problemática. Por isso, a mediação familiar é uma ferramenta essencial
para os conflitos familiares. Como descreve Vasconcelos (2008), adotar a mediação é uma
oportunidade de conciliação amparada nos fundamentos da justiça reparativa.

De acordo com Oliveira (2008), a mediação tem um conceito baseado na resolução de


conflitos que visa a parceria, as partes não são adversárias, esse novo paradigma faz que as
duas partes ganhem.

A mediação é um método que soluciona disputas, mediante a atuação de um mediador


que é obrigado a ser imparcial e por causa dele as partes conseguirão dialogar e de modo
construtivo e eficaz chegar a um acordo que seja melhor para cada uma das partes.

Assim, o que mais é interessante no processo de mediação é o caráter voluntário, não


existindo o certo ou o errado nas negociações das questões familiares. O mais importante é
que as solução encontradas satisfaçam os interesses e necessidades das partes envolvidas.
O processo da mediação tem uma metodologia que facilita com que todos entendam
quais são os reais problemas do conflitos, porque o mediador consegue apresentar as
necessidades de cada uma das partes de maneira mais simples, objetiva, positiva e
pacificadora para seja possível a obtenção de um acordo.

Neste sentido, para que a mediação seja um sucesso é preciso que o mediador seja um
profissional de excelência. Ele precisa conhecer seus mediandos durante o processo e
identificar exatamente o que cada uma das partes precisa para ficar satisfeito. Assim, o
mediador vai conseguir direcionar a conversa entre eles de forma mais assertiva e finalmente
fazer com que as partes concordem entre si.

O mediador precisa ser capacitado e ter competência, pois ele assume inúmeras
obrigações durante o período da mediação, e uma delas é o principio da confidencialidade
que significa manter sigilo total das informações discutida durante o processo.

Ainda, a conclusão do que significa especificamente mediação familiar precisa ser


realizado, pois os conflitos apresentados neste tipo de mediação são relativas as questões
emocionais que o Judiciário geralmente não vai interferir, pois as decisões são baseadas na
legislação vigente.

O interessante da mediação familiar é que existe a autonomia para que os interessados


expressem sua opinião sobre o que vai decidido no acordo e como serão solucionados os
conflitos, pois a história familiar pertence apenas aos componentes da família e são eles que
sabem melhor com fazer justiça.

“Além disso, a família no limiar do terceiro milênio é plural e não mais singular
(PEREIRA, 2003, p.233)”. Assim, a mediação pode ser considerada ideal para solucionar os
problema familiares porque cada família tem suas peculiaridades, que infelizmente ainda não
possuem legislações específicas para que o direito seja exercido.

Neste sentido, nas mediações familiares as relações são afetivas e muitas vezes no
período quando os envolvidos estão buscando por seus direitos esses laços podem ser
destruídos. Por outro lado, que a mediação acontece de forma correta, onde o diálogo pode
ser estabelecido e as pessoas podem conseguir melhorar seus relacionamentos e seguirem em
paz. Bacellar (2003, p.174) a mediação é importante porque “se destina a aproximar pessoas
[...] com ganhos mútuos e que preservem o relacionamento entre elas”.
Não é apenas os conflitos familiares que devem ser considerados, quando se fala do
Direito de Família, existem os direitos das pessoas que são adiados por causa da morosidade
do Judiciário em relação as questões , como por exemplo a herança. Por isso, quando a
mediação familiar acontece, ele pode ser considerada uma alternativa rápida e eficaz.

A falta de legislação a respeito dos conflitos familiares causam sofrimentos e


aborrecimentos, e fazem as pessoas perderem dinheiro. Não o bastante, a burocracia do
Judiciário destrói o patrimônio das partes em conflito, mas também aumenta o que tempo que
as pessoas ficam brigadas.

Diante disso, as mudanças precisam ser enfrentados, quando uma realidade torna-se
evidente, como acontece com as novas configurações familiares da atualidade , o Direito
precisa curvar-se e regula-la sob pena de tornar-se obsoleto. (SIMON, 2001).

Assim, diante do que foi apresentado até o presente momento, há indicações que o Direito
de Família está falhando com milhares de famílias do Brasil. A legislação existente protege
grande parte delas, mas outras milhares de pessoas estão com seus direitos invalidados pois a
Judiciário está parado nos séculos passados em diversos assuntos quando o assunto é
casamento e família.

Apesar disso, a mediação familiar é um procedimento jurídico extremamente importante


porque ela contribui para que as pessoas consigam ressignificar valores e construam o mínimo
de comunicação necessária para expor seus sentimentos e necessidades para que o mediador.
Desta forma, o mediador de uma forma neutra, repassa as informações para as duas partes, e
de forma ponderada, rápida e eficaz o acordo é construído.

Todas as famílias buscam ter um ambiente feliz, como amor e força para apoiar um ao
outro, assim a unidade familiar é construída. Por outro lado, como seres humanos somos
falhos e sempre vai haver conflitos. Nem sempre o estado vai poder solucionar os conflitos
como deveria, mas a mediação familiar como uma forma alternativa de exercer o direito,
pode sim ser uma ferramenta cabível na resolução consensual de conflitos em relações
continuadas na família.

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