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O objetivo principal deste trabalho de conclusão de curso era fazer uma discussão de
como a mediação pode ser uma ferramenta cabível na resolução consensual de conflitos em
relações continuadas na família. Nos próximos parágrafos serão apresentados os principais
argumentos encontrados.
A família moderna não tem um conceito definitivo, sua denominação é dinâmica por
causa das transformações da composição dos relacionamentos modernos. Existem várias
representações sociais para as novas famílias, onde afeto e amor são o que mais importam.
Nas últimas décadas, apesar de não ter sido ideal, devemos reconhecer que houve
evoluções do direito de família. No passado, família legítima era decorrente do casamento e
esse casamento tinha um organização patriarcal, atualmente temos a união estável. Hoje, os
elementos da família são: o núcleo existencial composto por mais de uma pessoa, vinculo
socioafetivo e a vocação para realização pessoal de seus integrantes. (GAGLIANO;
PAMPLONA FILHO, 2014).
Neste sentido, as questões familiares são extensas e o direito da família, muitas vezes,
não alcança todas as problemática. Por isso, a mediação familiar é uma ferramenta essencial
para os conflitos familiares. Como descreve Vasconcelos (2008), adotar a mediação é uma
oportunidade de conciliação amparada nos fundamentos da justiça reparativa.
Neste sentido, para que a mediação seja um sucesso é preciso que o mediador seja um
profissional de excelência. Ele precisa conhecer seus mediandos durante o processo e
identificar exatamente o que cada uma das partes precisa para ficar satisfeito. Assim, o
mediador vai conseguir direcionar a conversa entre eles de forma mais assertiva e finalmente
fazer com que as partes concordem entre si.
O mediador precisa ser capacitado e ter competência, pois ele assume inúmeras
obrigações durante o período da mediação, e uma delas é o principio da confidencialidade
que significa manter sigilo total das informações discutida durante o processo.
“Além disso, a família no limiar do terceiro milênio é plural e não mais singular
(PEREIRA, 2003, p.233)”. Assim, a mediação pode ser considerada ideal para solucionar os
problema familiares porque cada família tem suas peculiaridades, que infelizmente ainda não
possuem legislações específicas para que o direito seja exercido.
Neste sentido, nas mediações familiares as relações são afetivas e muitas vezes no
período quando os envolvidos estão buscando por seus direitos esses laços podem ser
destruídos. Por outro lado, que a mediação acontece de forma correta, onde o diálogo pode
ser estabelecido e as pessoas podem conseguir melhorar seus relacionamentos e seguirem em
paz. Bacellar (2003, p.174) a mediação é importante porque “se destina a aproximar pessoas
[...] com ganhos mútuos e que preservem o relacionamento entre elas”.
Não é apenas os conflitos familiares que devem ser considerados, quando se fala do
Direito de Família, existem os direitos das pessoas que são adiados por causa da morosidade
do Judiciário em relação as questões , como por exemplo a herança. Por isso, quando a
mediação familiar acontece, ele pode ser considerada uma alternativa rápida e eficaz.
Diante disso, as mudanças precisam ser enfrentados, quando uma realidade torna-se
evidente, como acontece com as novas configurações familiares da atualidade , o Direito
precisa curvar-se e regula-la sob pena de tornar-se obsoleto. (SIMON, 2001).
Assim, diante do que foi apresentado até o presente momento, há indicações que o Direito
de Família está falhando com milhares de famílias do Brasil. A legislação existente protege
grande parte delas, mas outras milhares de pessoas estão com seus direitos invalidados pois a
Judiciário está parado nos séculos passados em diversos assuntos quando o assunto é
casamento e família.
Todas as famílias buscam ter um ambiente feliz, como amor e força para apoiar um ao
outro, assim a unidade familiar é construída. Por outro lado, como seres humanos somos
falhos e sempre vai haver conflitos. Nem sempre o estado vai poder solucionar os conflitos
como deveria, mas a mediação familiar como uma forma alternativa de exercer o direito,
pode sim ser uma ferramenta cabível na resolução consensual de conflitos em relações
continuadas na família.