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RELATÓRIO DE PROJECTO
BEJA
2006
INDÍCE DE CONTEÚDOS
Página
1 - INTRODUÇÃO 1
3 . 1 - Localização 5
4� OBJECTIVOS 1O
5- EXTERNALIDADES NEGATIVAS 11
5.1- Sanitários 11
5.2- Ambientais 12
5.4- Económicos 16
6.3-2- Podas 28
6.3.4- Fertilização 30
6.3.5- Descortiçam.ento 31
7- CONCLUSÃO 34
BIBLIOGRAFIA 35
ANEXOS
INDÍCE DE FIGURAS
Página
Página
l-Introdução
1
Rejuvenescimento do montado de sobro
(�
(Estados Unidos da América, América Latina, Rússia, China e África do Sul), não
lograram obter resultados positivos, uma vez que os sobreiros plantados não se mostraram
Figura 1 -
Área de distribuição do sobreiro
Fonte - www.amorim-group.pt
visualizar a sua tendência de implantação, que demonstra uma clara preferência pelas
mas só até onde aquela influência se faz sentir. (Azevedo e Fernandes, 2004)
concentra (segundo dados de 2002) cerca de 33% da área mundial, corresponde a uma área
aproximadamente 730 000 hectares. Na lista de países mais densamente povoados por
floresta de sobreiro seguem-se a Espanha (com 23% da área mundial), a Argélia (com
cerca de 19%) e da Itália e França (onde se concentram os restantes 11% da área mundial
2
Rejuvenescimento do montado de sobro
(�
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Fonte - Apcor
Em Portugal, a área de montado de sobro seguiu uma curva ascendente durante todo o
século XX, com excepção da década de trinta (com uma descida de 75 mil hectares), tendo
passado dos 360 mil hectares em 1902 para os 750 mil em 1999. (Azevedo e Fernandes,
2004)
O gráfico seguinte indica como se divide o montado de sobro pelas principais regiões, em
Portugal (dados de 2002):
3
Rejuvenescimento do montado de sobro
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Fonte- Apcor
4
Rejuvenescimento do montado de sobro
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3.1- Localização
Este estudo tem como áreas de referência os concelhos de Grândola e Santiago do Cacém,
que estão situados na Região do Alentejo mais concretamente na Sub-Região Alentejo
Litoral
Para melhor percepção e enquadramento deste estudo passa-se a uma breve caracterização
social dos concelhos na área de estudo.
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6000.00 /:
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5000. 00 .
4000.00
3000.00 c Grândola
2000.00 c Santiago do Cacém
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Grândola Santiago Alentejo
do Litoral
Cacém
5
Rejuvenescimento do montado de sobro
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100000
90000 . J- ·-·
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80000
70000
60000
50000 El Grêndola
40000
o Santiago do Cacém
30000
20000 1!1 Alentejo litoral
10000
o .j..a!iiiii!Sí=ll
Grandola Santiago Alentejo
do Lioral
cacém
Quanto à população, a área de estudo com 46006 habitantes representa cerca de 46% da
Analisando estes últimos gráficos, podemos concluir que temos uma densidade
2
populacional de 24.6 hablkm , contrastando com a densidade populacional do Alentejo
2
Litoral que é de 18.58 km (anexo!).
respectivamente (anexol).
6
Rejuvenescimento do montado de sobro
(�
A área de estudo é caracterizada por possuir wna área florestal significativa, constituída
por várias espécies.
Figura 6 -
Área florestal da área de estudo
200000
180000
160000
140000
1!1 Area total da
120000 área de estude
: 100000
EJ Area florestal
80000
60000
40000
20000
o
Area total da Area florestal
érea de estudo
aproximadamente 112 345ha o que representa cerca de 60 % da área total dos dois
concelhos (anexoU).
Superficie
7
Rejuvenescimento do montado de sobro
{�
Para a área de estudo, as espécies florestais que ocupam maior área de distribuição são o
sobreiro com 58%, seguindo-se o pinheiro bravo com 18%, o pinheiro manso com 10%, o
eucalipto com 9%, e a azinheira com 5%, assumindo o sobreiro particular importância,
como se pode ver pela Figura 7, pois é a espécie com maior área em valor absoluto,
chamando a atenção pela sua importância social e económica na região, contudo, a
produção em volume e valor da cortiça, por motivos vários, entre os quais o estado
sanitário dos montados, tem caído nos últimos anos, o que poderá por em causa o estatuto
de líder mundial deste produto.
No que respeita à produção de cortiça e no impacto que este recurso tem nos concelhos de
Grândola e Santiago do Cacém tendo em conta que a área coberta representa 9% do total
da área coberta do sobreiro a nível nacional podemos estimar que a produção de cortiça na
área de estudo no ano de 2004 foi de cortiça amadia 9 000 toneladas (anexoll).
800000 7.30000,.
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700000
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' de estudo
200000 � '------'
64-451
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.
100000 -- 1----------.
Área sobreiro Área sobreiro
nacional área de estudo
Se considerarmos que o preço médio de venda de cortiça em 2006 é de 30€ por arroba
(Ansub, 2006) o impacto deste recurso na economia da área de estudo traduz-se em vendas
de cerca de
18 000 000 euros. 1
1 (9 000 tonxlOOO kg):=, 9 000 000+15 kg (1 arr oba)= 600 000 arrobasx30€= 18 000 000 euros
8
Rejuvenescimento do montado de sobro
(ª
Segundo Mendes (2002) em 1993 o VAB da silvicultura foi de 527 386 000 euros e o das
indústrias silvícolas foi de 1 124 735 000 euros o que, em conjunto, corresponde a 2,6%
do Pm a preços de mercado. O sub-sector da cortiça gerou um VAB de 284 986 000 euros
o que representa 16% do total do sector florestal. Destes 93 753 000 euros correspondem à
extracção da cortiça e 191 232 000 euros à sua transformação. O que representa
respectivamente 17,8% do VAB da silvicultura e 15,2% do VAB das indústrias silvícolas.
Como nesta área de estudo só se procede á extracção de cortiça e a área coberta por
sobreiro representa 9% da área coberta a nível nacional, podemos estimar que o VAB
2 3
correspondente à extracção de cortiça é de 8 437 770 euros , representado 1,6 do VAB da
silvicultura.
9
Rejuvenescimento do montado de sobro
t4.�
4- Objectivos
Nas áreas dos concelhos de Santiago do Cacém, e Grândola ocorreu, na década de oitenta,
uma mortalidade anormal de sobreiros. Foram realizados alguns trabalhos por vários
especialistas que pretendia não só identificar as causas do sucedido, mas também sugerir
medidas para minorar a mortalidade e/ou permitir a recuperação do montado. Um dos
resultados mais interessantes deste estudo foi a relação positiva estabelecida entre a
mortalidade, os descortiçamentos exagerados e a compactação do solo. Assim, nos locais
menos favoráveis ao sobreiro e onde se registavam podas e descortiçamentos exagerados,
que conduziam à debilidade da árvore, a mortalidade era muito grande. Além disso,
verificou-se uma coincidência entre os períodos de seca e os anos de maior mortalidade.
A acção dos insectos e fungos, as elevadas intensidades de descortiçamento, a manutenção
do arvoredo morto e dos despojos de exploração no local e a não desinfecção do material,
foram mencionados como motivos aceleradores do declínio do montado (Pereira, 2004).
Analisados estes itens procura-se encontrar soluções que minimizem este problema, de
forma a reduzir o número de árvores decrepitas e doentes incentivando os desbastes
sanitários e formas de valorizar estas árvores.
Por fim algumas considerações a ter em conta de uma gestão sustentável do montado de
sobro.
10
Rejuvenescimento do montado de sobro
�
5- Externalidades negativas causadas por árvores decrépitas e doentes
5.1- Sanitários
pragas e doenças nos montados. A par dos parasitas primários, existem muitas espécies,
Rodrigues, 2004).
São os chamados "oportunistas" que atacam exemplares enfraquecidos por outras causas,
Assim temos, como pragas, a lagarta do sobreiro (Lymantria díspar L.), Portésia
(Euproctis chrysorrhoea L.), Burgo (Tortry viridana L.), Lagarta Verde (Periclista andrei
Konow), Plátipo (Platypus Cylindrus F.), Cobrilha dos ramos (Coroebus jlorentinus
Herbst.) e Cobrilha da cortiça (Coroebus undatus F.). As mais importantes são a largarta
Estas pragas encontram-se um pouco por toda a superficie de montado de sobro existente
ll
Rejuvenescimento do montado de sobro
(�
5.2- Ambientais
A elevada biodiversidade que os montados preservam, também faz com que sejam
considerados um modelo de desenvolvimento sustentável, conciliando a exploração e a
conse rvação.
12
Rejuvenescimento do montado de sobro
{�
- a protecção das encostas contra a erosão e por isso, contra a exportação de nutrientes do
solo, contribuindo para a conservação da sua fertilidade;
atmosférica;
Por outro lado, a enorme longevidade dos sobreiros, associada a uma exploração silvícola
particular (com a árvore viva), assegura um valor paisagístico apreciável e uma enorme
estabilidade ao ecossistema que alberga a mais rica fauna da Europa (DGDR, 2000).
povoamentos de sobro serem constituídos por unidades vegetais autóctones a que a fauna
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Rejuvenescimento do montado de sobro
{�
abundantes, ao longo de todo o ano. Por outro lado, é ainda importante o facto dos
povoamentos ocuparem extensas regiões de forma relativamente contínua, associados a
Entre as muitas espécies ammaJ.s com habitats associados aos diferentes tipos de
abetardas, ginetas, martas, doninhas e texugos e uma grande variedade de aves que
Quanto à flora, também ela riquíssima e por vezes rara, é de destacar a existência de cerca
resistência dos montados de sobro ao fogo, bem demonstrada pelo facto destes estarem
entre os povoamentos que menos ardem e ainda a circunstâncias dos montados suscitarem
um "cultivo" humanizado proporcionando trabalho às populações rurais e contribuindo
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Rejuvenescimento do montado de sobro
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No entanto, nem sempre a renovação dos povoamentos é viável através deste método, a
existência de múltiplos destruidores como o javali, o pombo bravo, as ovelhas e até
mesmo o homem através do fogo, e dos amanhos culturais praticados nas terras.
15
Rejuvenescimento do montado de sobro
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Sem se suprimirem estes agentes destruidores, ou pelo menos se atenuar a sua acção,
superficie.
5.4- Económicos
Embora a importância económica dos montados de sobro não se limitar apenas à sua
actividade principal, a produção de cortiça é sem dúvida o produto que trás mais
Desde o século XVIII e com maior intensidade a partir do final do século XIX, o
para o fabrico de rolhas, fez aumentar o interesse comercial da cortiça que constitui
ciclo de nove anos, e em especial para a sua economia, pois envolve um grande
quantitativo económico.
preocupação, visto ser esta a grande fonte de rendimento da maior parte dos produtores
florestais desta zona. O declínio do montado para além da mortalidade das árvores,
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Rejuvenescimento do montado de sobro
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Nos últimos anos o valor da arroba de cortiça tem diminuído um pouco, mas continua a ser
actividade. O valor desta matéria-prima situa-se actualmente nos 30euros por arroba
(ANSUB).
Ainda que seja muito variável, um sobreiro adulto produz, normalmente desenvolvido, em
para estimativa da produção de cortiça para acerto de meças, chegou a uma densidade
sobreiro e que um montado em condições razoáveis pode ter cerca de 77 árvores por ha,
dá-nos um intervalo de 385 a 770 arrobas de cortiça por descortiçamento. Assim, feitas as
contas, obtêm-se um rendimento bruto por hectare, de 11 550 euros a 23 100 Euros por
Como se pode avaliar, com um rendimento desta dimensão por hectare, o produtor terá a
ecossistema envolvente.
sobreiro, sendo para isso necessário um grande número de pessoas, cada um com a sua
extraem a cortiça.
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Rejuvenescimento do montado de sobro
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É importante referir que a produção de cortiça contribui para muitas pessoas das
têm uma idade compreendida entre os 50 e os 60 anos e nesta época conseguem ter um
Maio e princípios do mês de Agosto. Na sua maioria estes homens trabalham a época toda
sem descanso semanal e poderá realizar cerca de 80 dias de trabalho, logo no final da
Este trabalho de campo foi realizado durante o mês de Julho em duas Herdades. A
Para tal foi elaborada uma ficha de campo onde foram amostrados no total 366 sobreiros,
sendo 361 árvores sãs e 5 árvores decrépitas e doentes com cerca de 75% de rarefacção da
descortiçamento nesta árvores não se efectua, já que a cortiça não "dá", termo usualmente
utilizado quando a cortiça não despela. Este fenómeno é uma consequência da destruição
de folhas, vai afectar a produção, segundo Natividade (1950) este fenómeno acontece
porque existe uma baixa produção das membranas das células de cortiça recém-formadas,
18
Rejuvenescimento do montado de sobro
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encontre em actividade, caso contrário no esforço exigido para deslocar a prancha, corre
Os valores serão apresentados em horas de trabalho e não em dias, esta opção deve-se ao
decrépitas e doentes só foram possíveis devido à generosidade dos tiradores de cortiça que
efectuaram esta operação em algumas árvores para que fosse possível realizar este
trabalho.
necessário que uma parelha de descortiçadores necessita para retirar uma arroba de cortiça.
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T.._,de �minutos
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por hora, precisando apenas de 8 minutos para retirar uma arroba de cortiça.
Por outro lado, quando nos encontramos a descortiçar uma árvore decrepita apenas se
consegue retirar 2 arrobas por hora e precisa-se de 22 minutos para retirar apenas uma
problema de a cortiça retirada sair em pequenos pedaços com cerca de 30cm, motivado
pela baixa produção de membranas das células de cortiça recém-formadas que dificulta a
extracção da cortiça. Estes bocados de cortiça obviamente não terão o mesmo valor que as
pranchas retiradas em árvores sãs por serem pedaços de cortiça demasiado pequenos para
19
Rejuvenescimento do montado de sobro
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a produção de rolhas de cortiça, dai ser considerado refugo e ser pago a um preço por
arro ba muito baixo em relação ás pranchas com maiores dimensões.
30
6 I�J
Este ano o valor da arroba de cortiça ronda um preço médio de 30 €, segundo informações
Como podemos observar através do quadro n°.2 uma parelha que retira 7 arrobas de
cortiça numa hora, obtém um rendimento económico bruto para o produtor na ordem dos
210 €.
No caso da cortiça retirada em árvores decrépitas este valor é bastante inferior, a extracção
25
25
2 10
12 I
Uma parellha d e descortiçadores é constituída por dois homens, recebendo um homem por
um dia de trabalho 100€, isso dará 200 € por parelha/dia Como os valores são
apresentados por hora o valor do custo de extracção é de 25€/hora
20
Rejuvenescimento do montado de sobro
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retirada em árvores sãs, representa apenas 12 %, enquanto que nas árvores decrépitas e
doentes o valor do preço de venda não cobre os custos de extracção, atingindo os custos
208% do valor, este valor aumentaria se fosse contabilizado o tempo que o descortiçador
montado, pergunta-se o que fazem estas árvores no solo, quando já deveriam ter sido
abatidas já que as vantagens para o subericultor não são nenhumas . São sim perda de
rendimento com árvores que não produzem aquilo que se espera delas.
Na época de 2004/2005 foram pedidas licenças para abate de 32 489 sobreiros na área de
estudo, segundo a DGRF, este valor é bastante representativo, pois nos anos anteriores
em estado decrépito e doente vão subir significativamente nos próximos anos pelo facto
21
Rejuvenescimento do montado de sobro
ra
.� ..
Nos últimos anos foram apresentadas várias teses sobre as causas do enfraquecimento,
mais que confirmado, do nosso montado. Mas o consenso parece estar longe de se
sempre ocorreu no passado e que corresponde a uma fase de um ciclo normal da vida dos
A verdade é que a morte dos sobreiros é uma realidade, e enquanto se discute o que é que
não se têm mostrado muito eficazes. Como prova disso é quantidade de pedidos para abate
de sobreiros decrépitos, secos e doentes que foram pedidos para os dois concelhos da ârea
de estudo no período de 2004/2005, 32489 no total. Valores que têm sido constantes nos
últimos anos, mas com uma forte tendência para evoluir no sentido ascendente, segundo
responsáveis da DGRF.
Como se verificou os valores de pedidos para abate são bastante significativos, mas a
realidade é ainda mais preocupante, pois nem todas as árvores estão a ser abatidas, nem
tão pouco acompanhadas para analisar o seu estado sanitário. Isto é, existem muitas mais
árvores com urgência de serem retiradas dos povoamentos de sobreiro, para que não exista
doentes, que morrem e ficam no local como se pode observar através da figura 1 O,
constituindo, assim, um importante foco de doenças e pragas que têm degradado o estado
22
Rejuvenescimento do montado de sobro
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É necessário um plano urgente para avaliar esta situação, já que é um ecossistema muito
especial e de grande importância para a região e País.
Seria desejável que a DGRF, entidade responsável pelo controlo dos pedidos de abate de
árvores, agisse de forma mais rápida e eficaz na resposta ao abate, de forma a atenuar este
problema do declínio do montado.
Por outro lado o principal interesse dos subericultores é certamente a extracção de cortiça,
e o valor que esta dá. Visto que os sobreiros que se encontram em fraca actividade já não
dão rendimento, porque não se consegue obter cortiça, nem mesmo os beneficies
ambientais que esta árvore proporciona, o ideal seria proporcionar o seu abate mal se
detecte que a árvore está com problemas sanitários. Este abate proporcionaria uma
eventual reflorestação da área e permitindo que o montado volta-se ao seu aspecto natural
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Rejuvenescimento do montado de sobro
!�
mais cedo possível o montado, visto não ser preciso esperar que a árvore se encontre
completamente morta para que seja permitido o seu abate, em alguns casos as árvores
Um dos problemas com que os subericultores se deparam após o desbaste das árvores
muito grande nesta zona quanto à forma de escoar os resíduos, acabando por .ficar muitas
Em anos anteriores a madeira proveniente dos abates era vendida para a utilização nas
lareiras ou queimadas no próprio local, neste último caso acarretando um custo para o
este mercado está esgotado, tanto pelo aparecimento das pellets como de madeiras
provenientes de árvores que têm preços mais acessíveis. Mas esta medida para o
subericultor se desfazer dos resíduos não é a mais aconselhável, visto ser uma forma de
grande solução para o escoamento dos resíduos das árvores decrépitas abatidas e também
Estas unidades são caracterizadas por consumirem uma grande quantidade de resíduos
florestais, tirando-se grande partido desta unidade favorecendo o escoamento rápido dos
Para a valorização obtida do desbaste teve-se em conta algumas hipóteses que se passam a
descrever;
24
Rejuvenescimento do montado de sobro
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Nesta hipótese tem-se uma valorização igual ao custo de obtenção da matéria prima
originada dos desbastes, a viabilidade passa pela oferta de emprego gerada com esta
Nesta hipótese a valorização é superior aos custos, o que indica que para além de se ter
Se acontecer o caso de que os beneficios não cobrirem os custos (B<O) é uma actividade
ambientais, verificamos que é uma actividade que deve ser implementada de qualquer
fonna.
25
Rejuvenescimento do montado de sobro
(�
Custos €/fon
.
operador 17
recolha 8's··
trituração 4'2s··
carregamento 1 ,1s··
tranSQorte 16,s··
total 48
Benefícios
.
Preço 2 5..
Benefícios/Custos
2 5 €/ton < 48€/ton
Ao observar-se o quadro 4 pode-se verificar que os custos são superiores aos benefícios,
logo pode-se dizer que é uma actividade que a nível económico não é rentável de se
efectuar.
Uma vez existentes, os resíduos florestais são considerados um problema para cada
proprietário florestal, por isso são uma fonte de matéria-prima que terá de ser
comercializada a custo zero ou a troco da limpeza dos povoamentos.
• valor cedido por Sr. Ventura proprietário de uma empresa de abate de árvores
••dados de Hernâni Sobral- Projecto final de curso sobre Avaliação do Potencial de Biomassa Florestal
Residual no Alentejo Litoral
Secil/Portucel
•••
26
Rejuvenescimento do montado de sobro
(�
Esta opção para além de ser vantajoso para o subericultor, é também de grande interesse
por parte destas wtidades já que possuirá mais resíduos para a produção de energia.
27
Rejuvenescimento do montado de sobro
(�
uma adequada cobertura do solo. O número de árvores adultas por unidade de área será
garantir nestes povoamentos a contínua renovação dos estratos jovens de sobreiro que lhes
6.3.2- Podas
Segundo Natividade (1 950), a poda, dentro de certa medida, cria condições favoráveis à
produtividade regular; atenua a intensidade e a duração das contra-safras. São
ramagem.
elaboradoras, e tanto o crescimento como a frutificação dos sobreiros ficam cada vez mais
28
Rejuvenescimento do montado de sobro
�
dependentes da quantidade de água e de substâncias minerais assimiláveis, especialmente
nitratos, que as raízes encontram no solo (Natividade, 1950).
A poda, porém, reduz o consumo, e os ramos que ficam passam a dispor de mais copiosa
nutrição mineral e de mais água. Favorece�se assim a actividade elaboradora e ainda a
utilização das substâncias hidrocarbonadas de reserva que se encontram nos ramos, tronco
e raízes.
É evidente que a quantidade de rama a tirar nunca deve ser muito grande, pois, caso
contrário, provocar�se�ia exagerado desequilíbrio, com consequente rebentação (Goes e
Tenreiro, 2001).
29
Rejuvenescimento do montado de sobro
��
-participam no ciclo dos nutrientes, recuperando-os e acumulando num meio que tem
reduzida capacidade de os reter (Goes e Tenreiro, 2001).
6.3.4- Fertilização
A aplicação de adubos deve ser orientada pela prévia realização de análise de terra, se
possível também de análises foliares.
Os adubos são distribuídos a lanço antes da mobilização do solo com vista ao controlo de
matos, uma vez em cada ciclo de descortiçamento, preferencialmente no período que
antecede o início da actividade vegetativa do sobreiro (Goes e Tenreiro, 200 1).
30
Rejuvenescimento do montado de sobro
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6.3.5- Descortiçamento
Ao descortiçar convém ter presente que esta operação está longe de se benéfica para os
sobreiros na realidade, ela perturba os processos fisiológicos das árvores e retarda o seu
Isto não significa que não se deva descortiçar, até porque a cortiça é uma matéria prima
com grande importância económica, significa, simplesmente, que esta operação deve ser
efectuada com moderação e com cuidado, para não pôr em risco a visa das árvores nem
1 992).
- não deve ser extraída cortiça nos dias de chuva ou de vento quente e seco.
31
Rejuvenescimento do montado de sobro
{�
- Não hesitar em suspender a despela, caso a cortiça não esteja a "dar bem" (Reis, s/d)
A perenidade do montado de sobro e a sua condução com base numa estrutura etária
diversificada deve constituir uma preocupação constante do produtor suberícola, pois esta
diversificação permite que gerações de arvoredo novo compensem o declinio do arvoredo
adulto e se garanta assim a continuidade do sistema no tempo (Goes e Tenreiro, 2001 ).
Mesmo assim, o vingamento das plantas não é fácil e são frequentes os ataques
desencadeados nos primeiros anos pela fauna bravia: rato, coelho bravo, lebre, javali,
etc. . . . o esforço continuado de retancha é a única atitude passível de contrariar a acção dos
predadores (Goes e Tenreiro, 2001).
32
Rejuvenescimento do montado de sobro
��
33
Rejuvenescimento do montado de sobro
I�
7- Considerações finais
doenças a árvores que se encontram em estado são, os beneficios ambientais são afectados
extracção da cortiça, grande fonte de rendimento para o subericultor, não é realizada neste
tipo de árvores, a cortiça não despela o que provoca uma diminuição de rendimento.
secos e doentes que estão a evoluir no sentido ascendente. Além disso, a realidade é ainda
mais preocupante, pois nem todas as árvores estão a ser abatidas, nem tão pouco
acompanhadas para analisar o seu estado sanitário. Isto é, existem muitas mais árvores
com urgência de serem retiradas dos povoamentos de sobreiro, para que não exista
propagação de pragas e doenças. Contudo, é necessário um plano urgente para avaliar esta
País.
O aproveitamento dos resíduos para produção de energia pode vir a ser uma alternativa
para o consumo dos resíduos florestais produzidos na área de estudo. Ainda que os custos
do desbaste seja superior aos beneficios económicos provenientes da venda das árvores,
esta é uma medida que importa ser incentivada para minimizar os focos de contaminação a
outras árvores. Para minimizar os custos dos desbaste o subericultor terá que efectuar junto
das empresas que pretendem adquirir os resíduos dos desbastes, acordos que possam ir de
acordo à redução dos custos como por exemplo o fornecimento da matéria-prima a troco
do desbaste.
34
Rejuvenescimento do montado de sobro
!ij
-�
Bibliografia
35
Rejuvenescimento do montado de sobro
(�
Descortiçamento. Lisboa
wood distribution using GIS. Example from Portugal. Whit contribution from WP9
36
Rejuvenescimento do montado de sobro
(�
37
Anexos
Anexo I
Área e densidade populacional
Área florestal
1 86727
1 1 2345
60
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N. 730000
e;-,
c
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I
I
Tempoldescortiçamento Peso da cortiça em Altura de
/minutos kg descortiçamento
NO de DAP
Arvores (cm) Fuste Pernada& Fuate Pernada& Fuate Pernada& N°/pernadasldescortiçadaa Espessura/cortiça
Arrobas extraídas por dia em ãrvores sl.s
Fuste �
Pemadas I
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18 dla 560 37 264 18 55
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Anexo V
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A unidade vai produzir energia renovável a partir de resíduos florestais e ficará situada a dez
quilómetros da subestação eléctrica de Vila Nova de Milfontes, no concelho de Odemira.
A autarquia atribuiu um lote de terreno com 20 mil metros quadrados para a construção do
projecto, integrando o lote 1 5 do concurso público para centrais termoeléctricas a biomassa
florestal, ao qual se candidataram quatro consórcios.
A energia produzida terá uma capacidade de 3MVA (Mega Volt Amper) e depois de
encaminhada para a subestação eléctrica de Vila Nova de Milfontes, será reconduzia para a
Rede Nacional de Energia.
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