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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS

UNIDADE PASSOS

BEATRIZ APARECIDA MARTINS


GIOVANNA CRISTINA FERREIRA DA CUNHA
GUILHERME DE FARIA KRAUSS

SAÚDE PÚBLICA E EPIDEMIOLÓGICA


Desastres Ambientais

PASSOS/MG
2021
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Unidade Passos

BEATRIZ APARECIDA MARTINS


GIOVANNA CRISTINA FERREIRA DA CUNHA
GUILHERME DE FARIA KRAUSS

SAÚDE PÚBLICA E EPIDEMIOLÓGICA


Desastres Ambientais

Trabalho sobre o Desastres Ambientais.Na disciplina de


Saúde Pública e Epidemiologia. Apresentado na
Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG,
Como parte da Graduação no Curso de Engenharia
Ambiental, Sob a avaliação do Prof°(a) Thais Helena
Condez, em Passos – MG

PASSOS - MG
2021
1. RESUMO

Os desastres ambientais acontecem desde o início dos tempos, porém a humanidade de


certa forma cada vez mais contribui para que esses desastres ocorram com mais frequência. É
necessário um bom convívio entre o homem e o meio ambiente, praticar bons hábitos como
por exemplo sair mais a pé ou fazer uso de bicicletas e assim contribuir para a atmosfera do
nosso planeta, não descartar lixos nas ruas, utilizar produtos biodegradáveis, entre outras
coisas que fazem bem ao nosso mundo.

Os desastres causam estragos significativos na sociedade na saúde pública, afetando de


forma negativa nosso ecossistema, podem ocorrem de formas naturais como por exemplo
furacões, ciclones, tsunamis e terremotos, como também podem ocorrem por meio de alguma
atividade humana por exemplo rompimentos de barragens, vazamentos de óleo no e acidentes
em usinas nucleares.

Neste trabalho falaremos sobre alguns desastres que ocorrem no Brasil e no mundo, as
suas causas e consequências podendo gerar problemas de saúde, saneamento,
desestabilização da fauna e flora, prejuízo econômico entre outros fatores.

2. CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA

Nos últimos anos ficamos cada vez mais surpresos com as notícias de televisão, trazendo
informações sobre um desastre e saúde mundial. Em tão pouco tempo, vemos notícias
agonizantes sobre rompimentos de barragens, derramamento de óleos em litorais,
desmatamento para a agricultura, é um vírus que matou e matou milhões de pessoas até
então, sem precisar ir embora de nosso país.

Entretanto temos o conhecimento de que desastres ambientais que acarretam problemas na


saúde humana da população, acontecem a muitos anos, tivemos milhares de amostras que nos
possibilitou tomar certas medidas e criar leis que assegurem a segurança de um novo
empreendimento que possam causar graves tragédias para comunidades, cidades, países ou o
mundo inteiro.

Como forma de alerta sobre nossas atividades, muitos livros, artigos e conferências foram
construídos para que pudéssemos perceber o com cruel os seres humanos são com o meio
ambiente, e vice versa, crescendo o números de doenças ou problemas de saúde. Como hoje,
temos consciência de como os agrotóxicos destroem ecossistemas e dinâmicas ecológicas, e
conseguem provocar câncer e problemas no sistema nervoso.
Dessa forma, a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável
(Rio+20) tange às questões sobre o desenvolvimento sustentável e o futuro que queremos ter.
Claramente existe uma aba específica que descreve formas para redução de riscos de
desastres e compromissos de todo país em relação à ocorrência do mesmo. Objetivar a
empatia com comunidades que precisem de um desenvolvimento sustentável e
desenvolvimento econômico, por meio de estratégias que ajudem a chegar no equilíbrio entre
a economia, meio ambiente e saúde humana.

Contudo para entender melhor como os desastres ambientais influenciam diretamente em


nossa saúde, vamos colocar alguns exemplos abaixo, para entender como, quando e de que
forma a população muitas vezes chegou perto de sucumbir.

3. EXEMPLOS E APLICAÇÕES

3.1. Big Smoke

Com o crescimento desordenado da população em todo o mundo e unida à falta de


consciência ambiental, gerou grandes poluentes para os ecossistemas diversos, sem contar é
claro, o aumento de veículos em cidades mal projetadas. Devido a isso, no dia 5 até 9 de
dezembro de 2021, temos a lembrança de 69 anos de ocorrência do evento chamado Big
Smoke - o grande nevoeiro, que assolou Londres, a grande neblina cobriu a cidade devido ao
alto nível de poluição atmosférica pela queima de carvão.

Essa queima de combustível fóssil teve início no final de 1952 pela frente fria que os
londrinos estavam passando, com isso a queima do carvão se elevou para que a população
fosse aquecida dentro de suas casas, porém o carvão que utilizam era de baixa qualidade e
rico em enxofre, e fez com que se mistura-se a massa de ar frio e a fumaça do carvão,
resultando no aumento da poluição atmosférica toda Londres, causando o nevoeiro.

Nos primeiros dias os cidadãos não perceberam nada de estranho, já que era comum o
fenômeno na cidade, portanto não houve pânico, mas com o passar das horas e dias os
hospitais tiram um registro de mais 4 mil mortos por problemas respiratórios, entre crianças e
idosos, e esse número duplicou em certo tempo. Graças a esses números, foi possível criar
um alerta sobre os problemas ambientais causados por esses combustíveis industriais mais
usados na cidade.

3.2. Vazamento de Óleo

No dia 16 de julho de 2000, a mais ou menos 21 anos atrás, ocorria na tarde desse dia um
vazamento de óleo, 4 milhões de litros de petróleo cru foram vazados do duto do OSPAR
(Oleoduto Santa Catarina - Paraná), equivalente a 25 mil barris, todo esse óleo seria refinado
na Repar (Refinaria Presidente Getúlio Vargas) em Araucária, o óleo chegou a uma distância
de aproximadamente 100 quilômetros contaminando a bacia do Arroio Saldanha e os rios
Barigui e Iguaçu.

Caracterizado como um dos maiores desastre ambiental do Paraná, junto com os maiores
da história do Brasil e Petrobrás, os dias que vieram após o derramamento foram do que
chamaram de um cenário tenebroso, a mancha de óleo cobriu o leito dos rios, destruindo
fauna e flora, e podendo salvar apenas um animal a cada oito que eram resgatado pela equipe
do Instituto Ambiental do Paraná (IAP).

Isso deixou bastante evidente o descasos da empresa com a população e o meio


ambiente, trabalhadores foram remanejados para limpar os rios sem qualquer preparo ou EPI
(Equipamentos de Proteção Individual), muitos tiveram reações durante a atividade é não
passaram por um médico, sem contar que as refeições eram realizadas dentro dos barcos ou
na beira dos rios sem qualquer higiene.Infelizmente não se tem o número exato de vítimas e
as consequências da região, quanto para o ambiente ou para o humano, existe apenas relatos
como o de José Marcondes da Luz trabalhou na limpeza dos rios e ficou enfermo pós
atividade, por ter contato direto com hidrocarbonetos, seu caso foi a justiça mas ele acabou
falecendo sem a decisão do juiz. O caso de Juracir Francisco da Silva, que está doente
enquanto trabalhava na contenção e remoção do petróleo, ficou paraplégico permanentemente
e sofreu com uma série de doenças devido ao óleo, nesse caso a justiça reconheceu a culpa da
Petrobrás, que teve de pagar uma indenização.

Assim como a empresa teve o descaso com os trabalhos, também não explicou ou
investigou o que poderia ter desencadeado o acidente, com a pressão da época, a Comissão de
Sindicância interna comunicou que o derramamento se deu por “decorrência ruptura da junta
de expansão localizada a jusante de uma das válvulas do sistema de controle de fluxo na área
do ‘scraper trap’”, e junto a isso, “o acidente ocorreu por falha humana, por não seguir
procedimentos operacionais.” (Sindipetro, 2015).Contudo, existe uma contestação pela
Comissão Mista do CREA (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do
Estado do Paraná), dizendo que o evento de tamanha proporção não pode ser explicado
simplesmente por uma falha humana.

Atualmente, ainda se consegue perceber as marcas deixadas pelo acidente, é os estudos


requisitados pela justiça sobre as condições da vegetação, mamíferos, aves, peixes, anfíbios,
qualidade do solo e ar, foram o que levaram à condenação da Petrobrás, pois ainda existir a
evaporação do óleo até o ano de 2015, quando saiu a decisão.

3.3. Ciclone Idai

O ciclone Idai aconteceu no dia 14 de março de 2019 na costa leste da África com ventos
de até 200 km por hora. Foram aproximadamente 2,8 milhões de pessoas atingidas nos países
de Moçambique, Malawi e Zimbábue com um total de mais de 1000 mortos, cerca de 120 mil
pessoas desalojadas, o ciclone passou causando enchentes e destruição de cidades inteiras.
Por conta das enchentes, doenças como a cólera tem se espalhado, causando ainda mais
vítimas.

A cólera se espalha pela água ou comida contaminada por fezes que contêm a bactéria
causadora da doença. Os sintomas são diarréias fortes e taquicardia, podendo causar a morte
em poucas horas caso não haja tratamento. Essa doença é comum em Moçambique, porém
com a crise gerada pelo ciclone Idai espalhou a doença com maior rapidez.

3.4. Césio-137

No dia 13 de setembro houve no estado de Goiás o maior acidente radioativo do Brasil,


tudo aconteceu em uma clínica desativada onde havia um aparelho de radioterapia, esse
equipamento foi achado por catadores de lixo e levado até um ferro velho, porém dentro dele
continha um material radioativo chamado Césio-137 uma substância altamente prejudicial
aos seres vivos.
Os catadores ao encontrar o aparelho de radioterapia pensaram em pegar para vender as
peças, ao desmontar o mesmo eles encontraram uma cápsula nuclear que continha um pó
branco que no escuro brilhava em tom azul, por acharem que era algo de valor levaram para
casa e mostraram para a família, vizinhos e amigos, sem saber que estava em mãos de algo
totalmente prejudicial que gerou uma contaminação que se espalhou rapidamente.
Os principais sintomas apresentados foram tontura, vômito e diarreia sem saber do que se
tratava os médicos acharam que poderia ser uma doença contagiosa como uma virose,
somente no dia 29 de setembro que o acidente radioativo foi confirmado, os efeitos foram
sentidos pelos moradores, médicos, bombeiros, policiais e enfermeiros. O acidente teve
quatro vítimas fatais dentre elas uma menina de apenas 6 anos, uma mulher que foi
responsável por desvendar o mistério e também os funcionários do ferro velho, porém
estima-se que mais pessoas morreram decorrentes de complicações por radiação ou que
carregam as consequências até o dia de hoje.

3.5. Brumadinho

No dia 25 de Janeiro de 2019, uma das barragens da mina Córrego do Feijão, em


Brumadinho/MG, rompeu. Cerca de 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos úmidos de
minério de ferro vazaram e percorreram o leito do ribeirão Ferro-Carvão, atingindo
inicialmente as instalações da companhia Vale e se estendendo por todo este vale. A onda de
lama de rejeitos alcançou de imediato toda a localidade de Córrego do Feijão e
posteriormente a cidade de Brumadinho. Esta pluma de rejeitos atingiu o rio Paraopeba e
segue em direção ao rio São Francisco.

Os rejeitos de minério seguiram o vale do Córrego do Feijão invadindo o


deságue dos córregos adjacentes até o leito do Rio Parauapebas. No caminho atingiu
criações de animais e plantações da população local.

O desastre ocorrido no dia 25 de janeiro atingiu 9 setores censitários com população


estimada em 3.485 pessoas e 1.090 domicílios.

O isolamento de comunidades e perda de condições de acesso a serviços de saúde


podem agravar doenças crônicas já existentes na população afetada, bem como provocar
novas situações de saúde deletérias como doenças mentais (depressão e ansiedade), crises
hipertensivas, doenças respiratórias, acidentes domésticos e surtos de doenças infecciosas.

3.6. Chernobyl

O desastre de Chernobyl foi um acidente nuclear catastrófico ocorrido entre 25 e 26


de abril de 1986 no reator nuclear nº 4 da Usina Nuclear de Chernobil, perto da cidade de
Pripyat, no norte da Ucrânia Soviética.

O acidente ocorreu durante um teste de segurança que simulava uma falta de energia
da estação que resultou em condições que fugissem do controle. A água superaquecida foi
instantaneamente transformada em vapor, causando uma explosão de vapor e um incêndio
que jogou grafite ao ar livre. As plumas de produtos de fissão lançadas na atmosfera
precipitaram-se sobre a área da União Soviética e a Europa Ocidental.

O número total de vítimas continua a ser uma questão controversa. Como


consequência do acidente, foi observado um aumento da quantidade de câncer na população
que residia em centros urbanos próximos.

Foi notado o crescimento de casos de leucemia, a incidência de câncer de tireoide em


crianças aumentou 40 vezes; em adultos, aumentou 7 vezes. Além dessas doenças, o impacto
psicológico foi de grande escala para as pessoas que perderam tudo e foram obrigadas a
deixar tudo para trás. Alguns estudos sugerem que pessoas que passaram por eventos
traumáticos, como esse, têm uma maior chance de desenvolver ansiedade e depressão.

4. CONCLUSÃO
Os desastres ambientais, como os citados ao longo do trabalho, podem ter efeitos a
curto e longo prazos e se estender por centenas de quilômetros do local de origem. Podem ser
previstas alterações na qualidade de vida, de acesso aos serviços de saúde e dos ecossistemas
que produzem condições para a transmissão de doenças infecciosas. Os desastres podem
ainda agravar doenças crônicas pré-existentes na população afetada direta ou indiretamente,
assim como aos efeitos psíquicos gerados como a depressão e a ansiedade.

Estes impactos sobre a saúde devem ser monitorados ao longo dos próximos meses e
anos, visando detectar alterações no perfil de saúde da população de toda a região afetada.

Medidas de prevenção contra surtos de doenças transmitidas por vetores, como


dengue, zika, chikungunya e febre amarela, devem ser adotadas, como a vacinação contra a
febre amarela e o controle de vetores como o mosquito Aedes.

Os sistemas de saneamento, inexistentes ou danificados pelo desastre, devem ser


construídos ou reparados por obras emergenciais.

É válido lembrar ainda que, acidentes como os que foram discutidos no decorrer deste
trabalho, levam a reflexão sobre a gestão dos empreendimentos, que devem ser revistas e
repensadas, observando e analisando o risco da incidência de acidentes e as proporções que
estes podem causar, propor medidas para a mitigação desses impactos, quando ocorrerem,
visando garantir o bem-estar e a saúde da população que pode vir a ser afetada, isso sempre
deverá ser prioridade.

5. REFERÊNCIAS

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Publicado dia 5 de dezembro de 2014, às 12:30 hs. Disponível em: <Há 62 anos acontecia o
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<https://meioambiente.culturamix.com/ecologia/big-smoke >. Acesso em: 19/06/2021,às
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MUNDO POR G1. Moçambique confirma novos casos de cólera após passagem do
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ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA


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POLITIZE. Desastres ambientais no mundo. Publicado dia 25 de setembro de 2019.


Disponível em: <https://www.politize.com.br/desastres-ambientais-no-mundo/ >. Acesso em:
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POTT, Crisla Maciel e ESTRELA, Carina Costa. Histórico ambiental: desastres


ambientais e o despertar de um novo pensamento. Dilemas ambientais e fronteiras do
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SINDIPETRO PARANÁ E SANTA CATARINA. 15 anos do maior acidente ambiental do


Paraná. Publicado dia 16 de julho de 2015, às 17:57 hs. Disponível em: <15 anos do maior
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STOODI. Desastres ambientais: principais desastres, consequências e mais! Publicado


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<https://www.stoodi.com.br/blog/biologia/desastres-ambientais/ >. Acesso em: 17/06/2021,
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<https://www.todamateria.com.br/acidente-cesio-137/ >. Acesso em: 18/06/2021, às 17:50 hs.

TODA MATÉRIA. Desastres ambientais. Disponível em:


<https://www.todamateria.com.br/desastres-ambientais/ >. Acesso em: 17/06/2021, às 15:00
hs.

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