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Porém , esta operação não foi limpa e ficou conhecida por operação das
barbudas. Ainda hoje, a palavra ser para designar um lucro não honesto. O rei
com uma moeda velha conseguia fazer várias das novas moedas, usado uma
liga de cobre e prata, o bolhão. Por vezes a moeda de cobre levava só um
banho de prata. Cada uma das novas e brilhantes moedas valia entre sete a
nove das velhas, feitas só de prata. O Rei com esta operação arruinou muitos
dos seus vassalos pois fez moedas de grande preço e de pouco peso com a
agravante de serem ligadas (Sousa Viterbo), isto é, serem feitas de uma liga e
não de prata.
Com D. João II nasceu o vintém conhecido igualmente por real. Valia vinte
reais brancos e eram de prata. Em ouro cunhou o justo, que apresenta no
reverso o Rei sentado no Trono, empunhando a espada da Justiça. Conhece-
se um exemplar raríssimo do justo cunhado no Porto. A época de D. Manuel I
marca o apogeu da Expansão Marítima. O que se reflecte na variedade e
riqueza dos espécies numismáticos, comprovando a estabilidade monetária
portuguesa que se acentuou a partir de D. Afonso V e perdurou por mais de
oitenta anos.
Uma novidade de então foi o índio de prata, uma moeda que evoca a
descoberta do caminho marítimo para a Índia. No anverso apresenta o escudo
real, e, no anverso, a cruz da Ordem de Cristo financiadora da expansão
portuguesa.
Em 1580, antes da União das duas Coroas e o domínio filipino, Portugal teve à
frente um grupo de Governadores, que emitiu reais e tostões de prata e uma
moeda de 500 reais de ouro.
D. Pedro ainda regente, cunhou também moedas de ouro mas o período mais
brilhante da nossa numária em termos auríferos, foi o período de D. João V,
devido à exploração das minas do Brasil. No reinado de D. João V continuaram
a cunhar-se moedas de cobre e de prata por processos mecânicos. Nessa
altura aparece a maior e mais pesada moeda portuguesa de ouro , o dobrão
que valia 24.000 réis e se subdividia no meio dobrão. Estava ornamentada com
a cruz de Cristo, canhonada por quatro MM ( Minas Gerais). Cunhou também
moedas do Rio de Janeiro, Baía, Lisboa e Porto: cruzadinhos de ouro, os
escudos, os meios escudos, meias peças, peças e dobras. A execução dos
cunhos da série de escudos, que acompanham estas moedas, é de grande
perfeição e beleza.
Sua filha D. Maria I continuou a bater algumas destas moedas de ouro, a mais
pequena o cruzado de ouro e a maior a peça. Porém, a decadência aurífera
tinha começado. As séries de prata prosseguem limitadas aos tostões, vinténs
e cruzados de prata. Dos vinténs o mais falado foi a pequena moeda de três
vinténs, que, pela sua dimensão levou a ser comparado na linguagem popular
à virgindade feminina. Perde-la era perder os três vinténs.
Em 1928, o Estado Novo lançou uma moeda de dez escudos de prata, para
comemorar a Batalha de Ourique. Seguiu-se, de 1939 a 1948, um série de
moedas de prata com o mesmo toque de 835 mm, comprovando o
ressurgimento financeiro. A partir dessa data multiplicam-se as moedas
comemorativas em prata e cuproníquel. Depois do 25 de Abril continuam as
emissões especiais, distinguindo-se as consagradas ao Descobrimentos
Portugueses.