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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA

CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE BACABAL - CESB


CURSO DE ENGENHARIA CIVIL BACHARELADO
DISCIPLINA: ESTRUTURAS DE CONCRETO III
PROFESSOR: ALISSON RODRIGUES DE OLIVEIRA DIAS

DAVID HARRISON SILVA ABREU

FLEXÃO COMPOSTA NORMAL E OBLÍQUA

BACABAL-MA
2021
DAVID HARRISON SILVA ABREU

FLEXÃO COMPOSTA NORMAL E OBLÍQUA

Trabalho apresentado ao curso de Bacharelado em


Engenharia Civil da Universidade Estadual do
Maranhão como requisito para obtenção da segunda
nota referente à 2° Avaliação da disciplina de
Estruturas de Concreto III.
Orientador: Alisson Rodrigues de Oliveira Dias

BACABAL - MA
2021
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO……………………………………………………….…….4
2. HIPÓTESES BÁSICAS…………...…………………………………...…...5
3. FLEXÃO COMPOSTA NOS DOMÍNIOS DE DEFORMAÇÃO..……...6
4. DIMENSIONAMENTO…………………………………………………….6
4.1. Flexão composta normal……………………………………..……...7
4.2. Flexão composta oblíqua……………………………………….…...7
5. ÁBACOS…………………………………………………………………....…8
5.1. Ábacos para flexão composta normal……………………….……....8
5.2. Ábacos para flexão composta oblíqua……………………..………..9
REFERÊNCIAS

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1. INTRODUÇÃO

Uma flexão composta se dá quando um elemento estrutural estiver sujeito a ação


combinada de uma força normal e um momento fletor, produzindo tensões normais em suas
seções transversais. Os momentos fletores são oriundos da excentricidade do ponto de
aplicação da força normal, que atua na direção longitudinal, em relação ao eixo do elemento
estrutural.
Por sua vez, a flexão composta pode ser reta ou oblíqua. A mesma é reta quando o
momento fletor na seção transversal tem a mesma direção que um dos eixos principais e
centrais de inércia. Nela ocorre a ação combinada de força normal e apenas um momento
fletor, em relação a um dos eixos centrais principais de inércia, ou seja, em apenas uma única
direção. Por outro lado, é oblíqua quando há combinação de força normal e momentos fletores
nas duas direções dos eixos centrais principais de inércia. Qualquer momento que atue fora
dos eixos principais de inércia da peça pode ser representado pelas suas componentes nos
referidos eixos, ocasionando então uma flexão oblíqua. As vigas, por exemplo, são
submetidas à flexão normal simples na maioria dos casos, porém também podem estar
submetidas à flexão composta. Na figura 1 a seguir, pode-se observar as flexões mencionadas
com a ilustração das forças e momentos que nelas atuam.

Figura 1: Flexão composta normal e oblíqua.

Fonte: UNISC (2007)

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2. HIPÓTESES BÁSICAS
As hipóteses básicas que, em sua maioria, serão consideradas para o cálculo de peças
que sofrem flexão são elencadas a seguir:
● Desconsidera-se a resistência do concreto à tração;
● Admite-se a deformação limite para o concreto de 0,35% para seção parcialmente
comprimida e entre 0,35% a 0,2% para seção totalmente comprimida, sendo o limite
de 0,2% estabelecido para seções sob compressão centrada;
● Admite-se que a distribuição de tensões no concreto seja feita de acordo com as
seguintes relações de tensões:
○ 0,85 fcd = 0,85 fck / γc para zonas comprimidas de largura constante ou
crescente no sentido das fibras mais comprimidas, a partir da linha neutra
(LN);
○ 0,85 fcd = 0,80 fck / γc para zonas comprimidas de largura decrescente no
sentido das fibras mais comprimidas, a partir da linha neutra ( LN).
● A ruína da seção transversal fica caracterizada quando o aço, o concreto ou ambos
atingirem suas deformações específicas últimas;
● Considera-se uma perfeita aderência entre o aço e o concreto, chamada solidariedade
dos materiais;
● Admite-se que seções planas permanecem planas durante sua deformação;
● Admite-se uma deformação limite para o aço das barras da armadura sob tração de
1,0%, chamado alongamento último das armaduras);
Na figura 2 a seguir, podemos observar a esquematização dessas relações de tensões
e sua distribuição no concreto.

Figura 2: Distribuição das tensões no concreto

Fonte: NBR 6118 (2014)

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3. FLEXÃO COMPOSTA NOS DOMÍNIOS DE DEFORMAÇÃO
Dado o conhecimento dos domínios de deformação do concreto armado, temos que
para o domínio 1 atua uma tração não uniforme, ou seja, com pequena excentricidade. No
domínio 2 pode haver uma flexão simples ou composta, com tração ou compressão de grande
excentricidade, sem ruptura do concreto e o aço com o máximo de alongamento permitido.
No domínio 3 ocorre flexão simples ou composta, com tração ou compressão de grande
excentricidade, com ruptura do concreto e escoamento do aço. No domínio 4 há flexão
simples ou composta de compressão com grande excentricidade, com ruptura do concreto e o
aço tracionado sem escoamento. No domínio 4a há flexão composta, com ruptura do concreto
e armadura comprimida. Por fim, no domínio 5 há compressão não uniforme, sem tração de
compressão com pequena excentricidade, com ruptura do concreto e encurtamento da
armadura. A figura 3 mostra a esquematização dos domínios de deformação a fim de melhor
compreender a relação de forças que atuam em cada um deles.

Figura 3: Domínios de deformação do concreto armado.

Fonte: NBR 6118 (2014)

4. DIMENSIONAMENTO
O dimensionamento da armadura no estado de limite último (ELU) depende de
vários fatores, dentre eles pode-se destacar: a forma da seção transversal; as equações
constitutivas do concreto e do aço, a partir dos diagramas de tensão-deformação; equações de
compatibilidade de deformações, ou seja, os domínios; equações de equilíbrio tanto de forças
quanto de momentos, além da distribuição da armadura na seção transversal que deve ser feita
de modo a oferecer maior resistência ao momento fletor, podendo não ser simétrica nas faces
da seção transversal, o que deve ser ressaltado nos desenhos de armação.

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4.1. Flexão composta normal
Para uma seção retangular, sob a ação de uma força normal e um momento fletor em
uma única direção, configurando um caso de flexão composta reta, as equações de
dimensionamento são definidas considerando-se que a profundidade da linha neutra, distância
que vai da face mais comprimida até o ponto de deformação nula (distância x), é positiva para
os domínios 2, 3, 4, 4a e 5, e negativa para o domínio 1. A relação entre a profundidade da
linha neutra e a altura útil da seção transversal é definida por βx. Na figura 4, vemos a
deformação na seção transversal da estrutura:

Figura 4: Esquema de deformação em flexão normal na seção transversal de uma viga.

Fonte: NBR 6118 (2014)

4.2. Flexão composta oblíqua

A flexão composta oblíqua é bastante comum em peças de concreto armado,


principalmente em pilares. Entretanto, nos problemas de dimensionamento, como são
desconhecidas a distância e a inclinação da linha neutra, obter uma solução geral é
praticamente impossível. Os problemas são resolvidos com a imposição de algumas
restrições, como, por exemplo, a adoção da forma da seção e da distribuição de barras.
Mesmo assim, a solução com as equações de equilíbrio e as condições de compatibilidade é
muito trabalhosa e requer o uso de computador. Para seção retangular, o cálculo também pode
ser feito por processos aproximados, nos quais a flexão oblíqua é substituída por uma ou duas
flexões normais. Porém, salvo algumas exceções, os resultados são imprecisos, ora a favor ora
contra a segurança. Do ponto de vista prático, alternativa muito adequada consiste no uso de
ábacos, que são de fácil utilização e de boa precisão, como veremos no tópico a seguir.

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5. ÁBACOS
Os ábacos são construídos com base nas condições de equilíbrio e de
compatibilidade e relacionam força normal, momento fletor e quantidade de armadura para
uma determinada seção, considerando a distribuição das barras, o tipo de aço e a posição
relativa das barras Para a escolha do ábaco, devem ser conhecidos: tipo de aço, relação entre
a distância do centro das barras (próximas das faces) até a face da seção (d’) e a dimensão da
seção nessa direção, quantidade de barras e sua distribuição na seção. Conhecidas as
solicitações adimensionais ν e µ, os ábacos fornecem a taxa mecânica ω da armadura total
possibilitando calcular a quantidade total de armadura necessária. Para Flexão Composta
Normal têm-se os ábacos de Venturini e para a flexão composta oblíqua os ábacos de
Pinheiro.

5.1. Ábacos para flexão composta normal


A figura 5 mostra as configurações das barras que são elementos importantes e
necessários para o dimensionamento de flexão composta normal, através do ábaco de
Venturini.

Figura 5: Configuração das barras

Fonte: Venturini (1996)

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Na figura 6 tem-se a amostra de um dos modelos do ábaco de Venturini para o
dimensionamento utilizando o aço CA-50.

Figura 6: Ábaco A - 96 referente ao aço CA-50.

Fonte: Venturini (1996)


O dimensionamento através do ábaco depende de fatores como: cobrimento, posição
das armaduras, tipo de armadura, classe do aço, visto que para este existem mais de 90 ábacos
a serem utilizados além deste exposto neste trabalho.

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5.2. Ábacos para flexão composta oblíqua
Para a flexão composta oblíqua têm-se a figura 7 que mostra a disposição e arranjo
das barras.
Figura 7: Arranjo das barras

Fonte: Pinheiro (1994)

Na tabela 1, temos a relação dos ábacos, levando em conta o arranjo das barras, a
relação entre deformação e altura das mesmas e indicação de ábaco correspondente, visto que
existem 46 ábacos diferentes para o aço CA-50.

Tabela 1: Relação de ábacos

Fonte: Pinheiro (1994)

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Como dito, existem 46 ábacos diferentes a serem analisados na flexão oblíquo, isto
para o aço CA-50. A seguir, na figura 8, tem-se a ilustração do ábaco 1A.

Figura 8: Ábaco 1A

Fonte: Pinheiro (1994)

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REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de


Estruturas de Concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, 2014.

BARALDI, L. T.; PINHEIRO, L. M. Elaboração de ábacos para dimensionamento de seções


retangulares de concreto armado submetidas a flexão oblíqua. In: CONGRESSO DE
INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA EM ENGENHARIA, 11. São Carlos, 15-
18/12/92. Anais. p.70.

DUMONT, N. A. et alli. Ábacos para dimensionamento de seções de concreto armado sob


flexão composta reta e oblíqua. Rio de Janeiro, Departamento de Engenharia Civil da
PUC/RJ, 1987. 57p. (Relatório Interno, RI 02187).

VENTURINI, W. S.; RODRIGUES, R. O. Dimensionamento de peças retangulares de


concreto armado solicitada à flexão reta. São Carlos, EESC – USP, 1996.

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