(1) O Louco é o Arcano sem numeração no Tarô de Marselha, representando a busca espiritual e a jornada do autoconhecimento. (2) O personagem é um viajante solitário vestido como um bobo de corte, carregando uma trouxa e sendo atacado por um animal. (3) Sua iconografia é única no Tarô e pode representar estudantes vagantes da Idade Média ou a primeira Reforma religiosa.
(1) O Louco é o Arcano sem numeração no Tarô de Marselha, representando a busca espiritual e a jornada do autoconhecimento. (2) O personagem é um viajante solitário vestido como um bobo de corte, carregando uma trouxa e sendo atacado por um animal. (3) Sua iconografia é única no Tarô e pode representar estudantes vagantes da Idade Média ou a primeira Reforma religiosa.
(1) O Louco é o Arcano sem numeração no Tarô de Marselha, representando a busca espiritual e a jornada do autoconhecimento. (2) O personagem é um viajante solitário vestido como um bobo de corte, carregando uma trouxa e sendo atacado por um animal. (3) Sua iconografia é única no Tarô e pode representar estudantes vagantes da Idade Média ou a primeira Reforma religiosa.
Ao contrário do que ocorre nos demais arcanos, a margem superior
da lâmina não tem numeração, razão pela qual se costuma atribuir- lhe o valor de arcano 0 ou 22, segundo a necessidade. Um homem anda com um bastão na mão direita. Está de costas, mas seu rosto, bem visível, aparece de três quartos. Sobre o ombro direito leva uma vara em cuja extremidade há uma pequena trouxa. O personagem está vestido no estilo dos antigos bobos da corte: as calças rasgadas deixam ver parte da coxa direita. Um animal que poderia ser um felino parece arranhar esta parte exposta ou ter provocado o rasgão. De um chão árido, acidentado, brotam cinco plantas. O viajante tem a cabeça coberta por um gorro que desce até a nuca e lhe cobre as orelhas; esta estranha touca transforma seu rosto barbudo numa espécie de máscara. Veste uma jaqueta, presa por um cinto amarelo; seus pés estão cobertos por calçados vermelhos. Significados simbólicos Tarô de Marselha (1750) www.krishadar.com A busca e o Filho Pródigo. A experiência de ultrapassar os limites.
Passividade, completo abandono, repouso, deixar de resistir.
Irresponsabilidade. Inocência. Escolha intuitiva acertada. Domínio dos instintos; capacidade mediúnica. Abstenção. O não-fazer. Mental: Indeterminação devida às múltiplas preocupações que se apresentam e das quais se tem apenas uma vaga consciência. Ideias em processo de transformação. Conselhos incertos. Emocional: Revezes sentimentais, incerteza com os compromissos, sentimentos vulgares e sem duração. Infidelidade. Físico: Inconsciência, desordem, falta à palavra dada, insegurança, desprazer. Abandono voluntário dos bens materiais. Assunto ou negócio enfraquecido. Do ponto de vista da saúde: transtornos nervosos, inflamações, abscessos. Desafios e sombra: Enquanto andarilho, o Louco significa queda ou marcha que se detém. Abandono forçado dos bens materiais; decadência sem muita possibilidade de recuperação. Complicações, atoleiro, incoerência. Nulidade. Incapacidade para raciocinar e autodirigir-se, entrega aos Il Matto (1450) impulsos cegos. Automatismo. Confusões inconscientes. Extra- Tarocchi Visconti-Sforza vagância. Castigo causado pela insensatez das ações. Remorsos restaurado por Scarabeo vãos. História e iconografia Reis e senhores, desde épocas remotas, tinham bufões em seus palácios, verdadeiras caricaturas da corte. Histórias sobre eles, bem como as representações gráficas desse personagem, podem ser contadas às dezenas. Mas a imagem deste Arcano – um louco solitário que atravessa os campos e é agredido por um animal – não havia sido representada até então: é própria do Tarô e, nesse sentido, representa uma de suas contribuições mais originais do ponto de vista iconográfico. Van Rijneberk arrisca a hipótese de que o espírito burlesco e irreverente da Idade Média teria parodiado, neste personagem, a classe dos Clerici vagante que, segundo ele, eram “estudantes migratórios e inquietos, sempre em busca de novos mestres de quem pudessem aprender ciências e ideias, e de novas tabernas onde pudessem beber fiado um pouco de vinho bom”. Mais de um autor vê nesses viajantes insaciáveis e pouco escrupulosos os primeiros agentes – talvez O Filho Pródigo ignorantes da sua missão, mas de grande eficácia Tela de Jheronimus Bosch (1450-1516) real – da Reforma religiosa. No desenho feito por Wirth aparece pela primeira vez impresso o termo Le fou (O Louco) para designar o arcano sem número, embora tradicionalmente fosse conhecido por este nome desde muito antes. Tanto o baralho Marselha original, bem como seus numerosos contemporâneos franceses (e os exemplares dos copistas espanhóis) chamam Le Mat a esta carta. Paul Marteau levantou a hipótese de que este nome seria uma alusão ao jogo de xadrez, já que o protagonista está em cheque (pelos outros, pelo mundo), numa situação de encurralamento semelhante à do xeque mate. A palavra mat, no francês, significa "fosco, abafado, indistinto" e ainda o "xeque mate", no xadrez. Já o termo mât, quer dizer "mastro". Outro estudioso do Tarô, Gwen Le Scouézec, sugere duas variantes etimológicas: o nome viria literalmente do árabe (mat: morto), ou seria uma apócope do italiano matto (louco, doido), nome com que aparece no tarocchino de Bolonha. Tarô de Oswald Wirth