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Caio Prado traz a perspectiva do imperialismo no Brasil em sua obra, como um dos
principais problemas / entraves da formação nacional, considerando os nexos históricos
de dependência externa nos países subdesenvolvidos no capitalismo.
Para que se possa ter uma compreensão mais aderente com a realidade brasileira
expressada na dependência externa e o subdesenvolvimento, é imprescindível relacionar
o mesmo com a atividade imperialista e o papel das burguesias locais, quanto à
ocupação e aparelhamento do Estado, para a promoção dos ajustes políticos e
econômicos que vão subsidiar e viabilizar o movimento de expansão do capitalismo
mundial, sob um direcionamento do capital internacional.
Segundo Caio Prado e outros autores que o tomam como referência, é a partir da análise
do processo de colonização do Brasil que se consegue ter ideia do papel assumido pelo
país na distribuição da economia internacional, considerando a objetivação capitalista
pelo mundo. A posição de economia complementar assumida dentro dessa dinâmica
internacional cria um contexto de determinação ou limitação ao desenvolvimento
econômico interno brasileiro, que é conduzido de acordo com as diretrizes e avanço do
capital internacional e as necessidades das nações que ocupavam uma posição de
centralidade no quadro geral das relações internacionais.
A expansão capitalista por todo o globo no século XX, desdobramento de uma limitação
ao crescimento econômico relacionada a consolidação dos mercados internos por parte
dos monopólios já estabelecidos nos centros hegemônicos, impulsiona financiamentos
produtivos dos grandes centros para os mercados dos países periféricos, delineando a
expansão capitalista nestes, com uma particularidade especifica de controle total das
esferas produtiva e financeira por parte do capital externo (LENIN, 2012).
Essa transferência dos monopólios do centro para periferia vai beneficiar e subsidiar
setores econômicos específicos, principalmente os que requer menos incorporação
tecnológica, esvaziar o poder de decisão nacional, destruindo valores culturais do
passado e do patrimônio natural dos países periféricos. Ao ganhar abrangência, o
progresso agravou sua tendência concentradora” (FURTADO, 1992. p. 17).