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História do Norte Pioneiro

A história da colonização do Norte Pioneiro está totalmente ligada a


história do cultivo de café na região, pois foi através do cultivo de café que a
região começou de fato a ser colonizada.

Anteriormente, na metade do século XIX, um pequeno grupo de


militares e indígenas abriram picadas nas matas nas regiões de Jataí, São
Pedro de Alcântara e São Gerônimo da Serra, estes grupos cultivavam o café,
em pequena escala, apenas para o consumo próprio. Apesar disso, esse
pequeno grupo não caracterizava efetiva ocupação na região e nem serviam
como difusores da colonização.

O Norte Pioneiro começa de fato a ser colonizado, a partir de 1860,


quando cafeicultores de outros estados começam a migrar para a região.

Ocuparam primeiramente a região de terras que ficavam na divisa


com o estado de São Paulo, formando posteriormente as povoações que vão
dar origem as cidades de: Santo Antônio da Platina, Tomazina e Wenceslau
Braz. Essa frente colonizadora não chegou a ultrapassar o Rio das Cinzas.

Nas décadas seguintes aconteceram outras frentes colonizadoras que


ultrapassaram o Rio Paranapanema e formaram as povoações que vão dar
origem as cidades de: Jacarezinho, Ribeirão Claro e Cambará.

Apesar disso no ano de 1900, a região era ainda pouco habitada,


contava com um pouco mais de 16 mil habitantes, o que representava 4,8% da
população total do estado.

A baixa densidade demográfica estava relacionada as características de


ocupações, os cafeicultores que ocuparam essas regiões, reproduziam o
modelo das fazendas de café paulistas, estas terras ocupadas no Norte
Pioneiro eram um simples prolongamento da cafeicultura no estado vizinho.

No ano de 1892 Vicente Machado, no seu primeiro mandato como


presidente do estado do Paraná faz um alerta, se a região não for servida por
rodovias e ferrovias, os produtos cultivados no norte pioneiro demandarão para
o estado de São Paulo. Em 1906 e 1910 são feitos novos alertas “ são de
máxima importância os problemas da viação publica, ligando os centros
produtores, por meio de estradas de rodagem, às estações da linhas férreas
São Paulo-Rio Grande e do Paraná, a fim de facilitar a circulação de
mercadorias em demanda aos mercados consumidores pelo porto de
Paranaguá.

Em 1915 há relatos extraordinários sobre o progresso de cultivo de café


na região Norte Pioneira, alguns grupos discutem até mesmo a exportação do
produto, mas para isso era necessário que uma linha de estrada de ferro
atravessasse aquele território.

No ano de 1928 se dá inicio a exportação de café da região Norte


Pioneira, pelo porto de Paranaguá, em pequenas quantidades, comparado ao
que se exportava pelo porto de Santos.

Durante meio século, a ocupação do Norte Pioneiro não avançou sequer


um décimo do seu território, porém, no ano de 1906, houve um acontecimento
que acelerou grandemente o ritmo de colonização da região.

No mesmo ano, houve uma grande oferta de café no mercado, que


consequentemente trouxe a desvalorização do mesmo no mercado externo,
levando o Governo criar um plano chamado Convenio de Taubaté que limitava
o plantio e distribuía cotas máximas de produção.

O estado do Paraná não participou deste plano, pois suas colheitas


ainda eram insignificantes, o que resultou em visibilidade para produtores de
outros estados migrarem para a região para o cultivo do também chamado ouro
negro. Com isso o Norte Pioneiro atraiu também muita mão de obra para as
colheitas do café, muitos oriundos até de outros países, como: Itália, Espanha
e Portugal.

No censo de 1920, na região de Wenceslau Braz, sua população


cresceu duas vezes e meia, nas duas primeiras décadas, concomitamente a
região de Jacarezinho cresceu mais de dez vezes.
As terras da região com uma fertilidade superior conduzem a um impulso
de colonização.

Desse modo, até meados da década de 20, existiam cerca de duas mil
fazendas e em torno de 20 milhões de pés de café.

Em um curto período, em torno de 150 mil pessoas se estabelecem na


região e representavam 21% da população do estado do Paraná. Nesse ritmo
de crescimento foram surgindo várias povoações como: Joaquim Távora,
Bandeirantes, Cornélio Procópio, Abatia, Congonhinhas, Andirá, Ibaiti entre
outras. Esse ritmo de crescimento exponencial leva o Governo do Paraná a
também aderir o Convenio de Taubaté. No final da década de 20, quase não
havia mais terras disponíveis na região para o cultivo de café.

Em 1925 a noticia da fertilidade superior das terras roxas do norte do


Paraná chega no ouvido do ingleses, atraindo-os para a região com o objetivo
de adquirir terras para o plantio de algodão. Eles compraram mais de 500 mil
alqueires das melhores terras roxas da região e começaram a loteá-las a partir
de 1930. Nessa mesma época as exportações de café enfrentavam uma
grande crise em decorrência da depressão econômica mundial.

O café supera a crise e entre as décadas de 1930 e 1940 o estado do


Paraná firma-se o segundo maior produtor de café do país, e ainda continuam
chegando imigrantes de todas as partes do Brasil e de várias nacionalidades
para trabalhar nas fazendas de café do Norte Pioneiro.

A conquista do Norte Pioneiro não significou apenas uma revolução


demográfica na região, resultou também em uma mudança econômica e
cultural.

A região Norte Pioneira deixou de ser uma região remota e pouco


habitada e passou a ser uma região de grande riqueza, que contribuiu para a
economia local e nacional.

A colonização da região Norte Pioneira propiciou o encontro de várias


culturas, origens, transmitindo experiências e miscigenando etnias.

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