São espaços que se caracterizam como áreas onde dominam os camponeses velhos,
reformados e isolados; alguns emigrantes regressados, algumas residências
secundárias herdadas e fechadas durante uma parte importante do ano.
São espaços sobre os quais, no entender de Cavaco (1993) pesam muitas incertezas, na sua
maior parte relacionadas com as associadas à atividade de base – a agricultura.
2.3. Turismo no Espaço Rural
• Segundo Licínio Cunha (2013), a expressão “turismo no espaço rural”, utilizada para
designar o produto turístico baseado no meio rural, tem um sentido extremamente
amplo e ambíguo, não permitindo delimitar o seu âmbito nem definir o seu
conteúdo.
• Nessa expressão cabe uma multiplicidade de situações e modalidades de turismo
que têm, na base da procura que originam (caça, pesca, alpinismo, hipismo…),
motivações muito diferentes daquelas que originam a procura do meio rural com
identidade própria.
• É por isso muito importante precisar o sentido que se lhe atribui e delimitar o seu
conteúdo, sendo que a primeira ideia que a designação “turismo no espaço rural”
sugere é a de que é o turismo que se realiza no campo, isto é, nas zonas rurais.
2.3. Turismo no Espaço Rural
• Dada a insuficiência de qualquer dos critérios referidos até ao momento para definir
zona rural na perspetiva do turismo, Licínio Cunha (2016) refere que se deve utilizar as
suas características económicas, sociais, culturais e ambientais.
• Neste sentido, a zona rural será “aquela cujas atividades económicas dominantes
tenham uma base agrária e florestal com produções de produtos agrícolas,
florestais, pecuárias e seus derivados, se caracteriza pela existência da vida
natural e selvagem, em que a produção industrial é esporádica e a cultura e as
tradições se identificam fortemente com o ambiente e com as forças da
natureza” (p.213).
• A convivialidade que aí se estabelece difere profundamente da dos centros urbanos.
2.3. Turismo no Espaço Rural
• Os espaços rurais, associados à produção agropecuária e á disponibilidade de
valiosos recursos naturais, paisagísticos e histórico-culturais (arquitetónicos,
arqueológicos, artísticos, gastronómicos, artesanais, entre outros), bem como às
atividades de animação (desportivas, recreativas, festivais…) têm gerado crescente
interesse e atratividade para visitantes (com origem em territórios de proximidade) e
turistas (cuja deslocação é motivada, principalmente, pelas potencialidades do
destino).
• As comunidades de acolhimento têm também revelado algum contentamento pela
valorização destes espaços.
2.3. Turismo no Espaço Rural
• O TER caracteriza-se:
• Pela sua localização numa zona rural;
• Pela utilização dos fatores naturais, culturais e sociais que são próprios destas
zonas;
• Exploração em pequena escala;
• Preservação dos valores existentes;
• Recusa do caráter urbano das construções ou equipamentos.
• A preservação da natureza e da paisagem, a manutenção da arquitetura típica local e a
convivência com a cultura e as tradições próprias do ruralismo, constituem os seus
objetivos fundamentais.
2.3. Turismo no Espaço Rural
• Como produto, o TER identifica-se pelos seguintes aspetos:
• Desenvolve-se no espaço rural;
• Utiliza recursos naturais e culturais próprios do meio rural;
• Oferta turística de pequena dimensão com utilização das construções existentes;
• Integra-se na economia local como complemento da atividade agrária;
• A procura é motivada pelo contacto com a natureza e pela fuga ou evasão dos
meios urbanos.
2.3. Turismo no Espaço Rural
• O TER como fator de desenvolvimento dos espaços rurais:
Geração de emprego;
2.3. Turismo no Espaço Rural
• O TER como fator de desenvolvimento dos espaços rurais:
Fixação de população;
Fonte: Gonçalves, Patrícia (2020). Estudo das (Des)motivações para a prática de Turismo em Espaço Rural: o caso da Região Centro. Dissertação de Mestrado em Gestão
Turística, Instituto Politécnico de Viseu, 69p.
2.3. Turismo no Espaço Rural
• Motivações da procura:
Fonte: Tsephe, N.; Eyono Obono, D. (2013). A Theoretical Framework for Rural Tourism Motivation Factors. International Journal of Economics and Management
Engineering, 7 (1), pp.273-278.
2.3. Turismo no Espaço Rural
• Motivações da procura:
2.4. Turismo em áreas naturais/Turismo de Natureza
• Surgiram assim novos produtos e subprodutos que têm em comum as relações com a
natureza, dando origem a várias designações, que por vezes originam confusões:
turismo ambiental, turismo de natureza, turismo ecológico, ecoturismo.
• Um dos conceitos mais utilizados é o ecoturismo – viagens para contacto com as áreas
naturais relativamente não perturbadas e com o fim específico de as estudar e admirar
e de apreciar o cenário, as plantas e os animais, bem como quaisquer aspetos culturais
existentes nestas áreas (Ceballos-Lascurain, 1991).
2.4. Turismo em áreas naturais/Turismo de Natureza
• Estes grupos podem ainda ser subdivididos em segmentos mais específicos (observação de
flora e vida selvagem, geoturismo, turismo educativo na natureza, turismo científico na
natureza, ecoturismo, turismo de aventura, turismo extrativo, eventos na natureza…)
2.4. Turismo em áreas naturais/Turismo de Natureza
• Motivações para o turismo de natureza
2.4. Turismo em áreas naturais/Turismo de Natureza
• Motivações para o turismo de natureza