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A Igreja Católica era a mais forte instituição política, econômica e também científica da
época. A cosmovisão era amparada no geocentrismo de Cláudio Ptolomeu, em que a
terra era colocada como centro do universo, e Deus, seu Divino e Absoluto Artífice, era
a medida, o sustento e a razão de ser de todas as coisas. Aristóteles dominava a
compreensão de homem, virtude, política e tudo o mais que fosse concernente
àquele. Tomás de Aquino, frade e teólogo dominicano, era o seu maior comentador,
tecendo a vestimenta da fé cristã com a linha do pensamento aristotélico. A respeito
da “Ars Medieval”, diz CAPRA (2006, p.49):
“...As pessoas viviam em comunidades pequenas e coesas, e vivenciavam a natureza em termos de
relações orgânicas, caracterizadas pela interdependência dos fenômenos espirituais e materiais e pela
subordinação das necessidades individuais às da comunidade.”
A Revolução Científica
Voltando-se para a Revolução científica, tem-se os séculos XVI a XVIII como os séculos
das descobertas e das mudanças de paradigmas. Este período foi marcado por
mudanças na forma do pensamento e da fé aceitos na Europa. A ciência, até essa
época, estava interligada com a filosofia. Separou-se dela para tornar-se um
conhecimento mais prático, estruturado e fundamentado.
Seu Início é marcado com a Revolução Copernicana, quando o padre polonês, Nicolau
Copérnico, viu-se obrigado a confrontar o geocentrismo ptolomaico que era guardado
pela Igreja Católica a qual, por sua vez, usava dessa imagem do universo para esboçar
a crença na centralidade do Criador na vida do homem e de toda a criação. Com o
heliocentrismo, todo fundado em observações e medições acuradas pela rigidez
científica já aflorando naqueles dias, afirma Copérnico que o sol é o centro do
universo. Por causa das investidas eclesiásticas contrárias, o padre cientista atrasou a
publicação de seus estudos até o ano de sua morte (1543) e, mesmo assim, reduziu os
resultados de suas pesquisas a hipóteses.
O renascimento cultural, a imprensa e a reforma protestante podem ser consideradas
como que o “Big Bang” do novo mundo que logo se expandiria, destruindo a imagem
do cosmos medieval. Com o renascimento, vieram correntes de pensamento que
pregavam o uso do senso crítico mais aprofundado, assim como uma atenção maior às
necessidades humanas.
Iniciou-se, então, a busca por metodologias que instrumentalizassem e efetivassem a
atividade científica. Destacam-se, por exemplo, Galileu Galilei e Francis Bacon que
foram os primeiros a contribuir decisivamente para a estruturação da ciência moderna.
1
ROSSETTI, “Francis Bacon e seu método científico” -
https://netnature.wordpress.com/2018/01/08/francis-bacon-e-seu-metodo-cientifico/
partir deles, buscava sustentar suas hipóteses em experiências, usando de técnicas e
instrumentos matemáticos para verificar o que, por clareza súbita na mente, lhe havia
chegado de novo. Exatamente, é indubitável o caráter de extraordinário que têm
esses “estalos mentais”. Todavia, saber usá-los para fazer um percurso investigativo
pode ser a chave para descobertas.
Referindo-se a Galileu e a Bacon, escreve Farndon; A História da Ciência (2015, p. 73):
Acima de tudo, porém, ele [Galileu] era um grande cientista. Por exemplo, não pegou simplesmente
o telescópio e o apresentou como um importante instrumento científico. Teve o insight de usá-lo
para olhar o céu noturno e chegar a descobertas extraordinárias [...]
Conclusão
Por conseguinte, é certamente desonesto não reconhecer que a ciência moderna é
devedora desses grandes investigadores que se lançaram no trabalho de decifrar os
“códigos da natureza” para a compreensão e o benefício de toda a humanidade.
Subindo nos ombros desses gigantes da ciência, os homens de hoje podem vislumbrar
o que aqueles ainda não tinham conseguido ver e analisar, porém, sem estas pilastras
do método científico, todo um caminho teria ainda que ser feito. É nessa sucessão de
bravos investigadores e com os esforços que se somam ao longo da história que a
humanidade pode dar passos consideráveis rumo à qualidade científica e de vida.
Observar, analisar, levantar hipóteses, experimentar, colher resultados... antes de
tudo, é aguçar a curiosidade e permitir que ela seja transportada nas asas do método
para as alturas do conhecimento. Para isso, primeiro, é necessário trabalhar o medo da
altura que as dúvidas colocam diante do “curioso”, é preciso sair da “gaiola das
certezas”, como escrevera Rubem Alves na introdução de sua obra “Religião e
Repressão”, para alçar voos livres e mergulhar “de cabeça” no abismo do
desconhecido.