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Libras, a Língua Brasileira de Sinais


A Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS - é a língua materna dos surdos brasileiros. Foi
assim denominada durante a Assembleia convocada pela FENEIS, Federação Nacional
de Educação e Integração dos Surdos, em outubro de 1993. Em 2002, foi reconhecida
pela Lei de nº 10.436 como como a 2º língua oficial do país, sendo regulada pelo Decreto
nº 5.626/2005
Todas as línguas sejam elas orais ou sinalizadas são estruturadas a partir de uma unidade
mínima que formam unidades mais complexas. Porém, as pessoas geralmente acreditam
que a Libras é uma representação da língua portuguesa através dos gestos, devido a
modalidade sinalizada. Mas, ela não é derivada do português e também não é uma língua
simplificada, pois contém estruturas e processos que não se encontra no português. A
Libras é uma língua completa e possui uma gramática própria e única. Vale ressaltar que,
a Libras é uma língua e não uma linguagem e é a língua de sinais brasileira, o que
significa que não é universal. Assim como os falantes tem seu idioma em cada país, com
o surdo não é diferente!

Inclusão social - A importância de se aprender


Libras
De acordo com levantamento, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), cerca 10 milhões de pessoas com deficiência auditiva, ou seja, o
equivalente a 5% da população do país.

O que mais angustia os pais de pessoas surdas não é a surdez em si, mas o obstáculo na
comunicação que ela proporciona. Muitos pais não estabelecem a Língua de Sinais na
comunicação com seus filhos, porque desconhecem a importância dela para o
desenvolvimento psíquico-social e ainda como uma forma de aquisição dos
conhecimentos das pessoas surdas. Há por parte deles a ilusão de que seus filhos possam
ouvir ou tornarem-se semelhantes aos ouvintes. Para tanto, buscam atendimentos,
tratamentos clínicos e educação oralista na tentativa de oferecer aos filhos surdos, a
oportunidade de constituírem-se como sujeitos e cidadãos através da linguagem oral.

Porém, a utilização da Língua Brasileira de Sinais é uma forma de garantir a preservação


da identidade das pessoas e comunidades surdas. Além disso, contribui para a valorização
e reconhecimento da cultura surda que, por tanto tempo, foi o alvo da hegemonia da
cultura ouvinte.
A comunicação através da Libras, propicia uma melhor compreensão entre surdos e
ouvintes, uma vez que já está previsto em lei a presença de intérpretes de Libras em
diferentes instituições públicas, como escolas, universidades, congressos, seminários,
programas de televisão entre outros. Além disso, a utilização das libras facilita a
comunicação entre os surdos, que passam a se compreender como uma comunidade que
tem características comuns e que devem ser reconhecidas como tal, praticando assim, a
verdadeira inclusão social.
A pessoa surda, através da Língua de Sinais, pode desenvolver integralmente todas as
suas possibilidades cognitivas, afetivas e emocionais, permitindo sua inclusão e
integração na sociedade. Por isso, é imprescindível que os pais de crianças surdas
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estabeleçam contato com a Língua de Sinais o mais cedo possível, aceitando a surdez de
seus filhos como diferença e a Libras como uma modalidade de comunicação.

Surdo x Deficiente auditivo


Algumas pessoas têm dificuldade para ouvir, mas conseguem se comunicar oralmente
com ou sem ajuda de aparelhos auditivos. Outras, utilizam apenas a língua de sinais.
Alguns indivíduos nascem com problemas auditivos, enquanto outros adquirem ao
longo da vida.
As diferenças entre surdo e deficiente auditivo podem ser indicadas sob o ponto de vista
médico, social e cultural.
 PONTO DE VISTA MÉDICO
Deficiência auditiva: A deficiência auditiva significa a diminuição na capacidade de
ouvir sons, em uma ou ambas orelhas. Os indivíduos com perda auditiva que varia de
leve a grave, podem ser classificados como deficientes auditivos. Geralmente, essas
pessoas com dificuldade de audição se comunicam pela linguagem oral e podem fazer
uso de aparelhos auditivos, implantes cocleares e outros dispositivos.
Surdez :A surdez é definida pela Organização Mundial de Saúde como a “perda
completa da capacidade de ouvir em uma ou ambas as orelhas”. Geralmente, um
indivíduo surdo tem perda auditiva profunda e usa a língua de sinais para se comunicar.
 DEFINIÇÃO SOCIOCULTURAL
O aspecto cultural é muito diferente da definição médica e é o que determina a diferença
entre os dois grupos. Nesse sentido, ser surdo ou ter deficiência auditiva não está
relacionado com o quanto você consegue ouvir, e sim com a maneira como você se
reconhece. As pessoas que se identificam com a "cultura surda", utilizam a língua de
sinais e
participam ativamente da comunidade, consideram-se surdas. Para eles, a perda auditiva
é encarada como uma forma diferente de aproveitar o mundo e não como uma deficiência
que os limitam de ter uma vida como qualquer outra.
Por outro lado, aqueles que não se identificam com a cultura dos surdos, são considerados
deficientes auditivos.

Cultura e comunidade surda


A cultura surda engloba possibilidades e elementos próprios da vida dos sujeitos que se
reconhecem como surdos, abrangendo não apenas aspectos mais corriqueiros da vida de
cada um, mas também o grupo social que constituem. A privação do sentido da audição
não inviabiliza a interação linguística, a participação social ou a produção cultural das
pessoas surdas. Na verdade, abre possibilidades alternativas para a sua atuação nessas
áreas. Ao nos aproximarmos mais da realidade surda, pela vivência e pelo estudo,
descobrimos que ela comporta um rico, complexo e instigante conjunto de elementos
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culturais caracterizados pelas formas alternativas de produção e interação dessas pessoas,


alimentados e enriquecidos nas comunidades surdas e, infelizmente, ainda pouco
conhecidos entre os ouvintes. Na Identidade Surda (Identidade Política), as pessoas
apresentam características culturais baseadas na experiência visual, como determinante
em seu comportamento; utilizam-se, somente, da Língua de Sinais; transmitem sua
Cultura e seu posicionamento resistente diante da diferença de ser para os demais surdos.
Esses participam de associações e grupos, nos quais compartilham suas experiências, seus
anseios, seus sonhos e sua Cultura.
A comunidade surda é composta por surdos e por ouvintes militantes da causa, como
professores, familiares, intérpretes, amigos, entre outros.
Mas ser uma pessoa surda não equivale a dizer que esta faça parte de uma Cultura e de
uma Comunidade Surda, porque sendo a maioria dos surdos, 95%, filhos de pais ouvintes,
muitos destes não aprendem a LIBRAS e não conhecem as Associações de Surdos, que
são as Comunidades Surdas, podendo tornar-se somente pessoas portadoras de
deficiência auditiva.

Expressão facial
As expressões faciais são integrantes e indissociáveis da Língua Brasileira de Sinais. Elas
fazem parte da estrutura, gramática, sintaxe e morfologia da língua. Bem como as
expressões corporais.
As expressões faciais transmitem o estado emocional que o indivíduo quer comunicar aos
seus interlocutores dentro de um determinado contexto. Em uma comunicação não-
verbal, excluí-la comprometeria toda a intenção comunicativa. Sem os movimentos dos
músculos da face, o sinal não estará carregado da emocionalidade necessária.

Dicas para treinar a expressão facial:


- Treine as expressões no espelho, para que você tenha consciência de sua imagem e de
quais músculos faciais são necessários para realizar a expressão;
- Depois de um tempo, faça as expressões sem olhar no espelho: Perceba se seu rosto está
tenso, que lugares estão sendo movimentados, relaxados, tensionados, como estão seus
olhos, se o seu nariz está franzido ou não, enfim, desenvolva sua auto percepção;
- Quando já tiver percebido sua expressão detalhadamente, olhe no espelho e confira se a
imagem que você fez em sua mente sobre sua expressão condiz com o espelho;
- Treine várias vezes, junto com sinais que pedem expressão facial e corporal.

SINAIS EM LIBRAS PARA TREINAR A EXPRESSÃO FACIAL/CORPORAL:

1. TRISTE 9. BRINCAR
2. BONITO 10. CHEIO
3. INVEJA 11. VAZIO
4. FELIZ 12. SURPRESA
5. CIÚMES 13. SUSTO
6. AMOR 14. MEDO
7. ATENÇÃO 15. DOR
8. SÉRIO 16. ALEGRIA
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17. APAIXONADO 25. CALMA (PEDIR


18. ESPECIAL CALMA À ALGUÉM)
19. MAL 26. RAIVA
20. BOM 27. ÓDIO
21. CANSADO 28. CORAGEM
22. DOENTE 29. ALÍVIO
23. SORRIR 30. NERVOSO
24. DESCANSO
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Alfabeto Manual

- Qual seu nome?


- Meu nome é ....

- Qual seu sinal?


- Meu sinal é ....
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Escreva a palavra correta de acordo com a datilologia:


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Números Cardinais
 Números Cardinais para indicar a representação do numeral, como número da casa
ou apartamento, do telefone, da placa do carro, a idade, e assim por diante

EXEMPLO:

 Números Cardinais para indicar quantidades, em que há mudanças na


configuração de mão de 1 a 4.

EXEMPLO:
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 Números Ordinais que são representados como os cardinais do caso 1,


seguidos de um movimento para cima e para baixo.
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EXEMPLOS:

SAUDAÇÕES E CUMPRIMENTOS BÁSICOS


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CONVERSAÇÃO BÁSICA

Pessoa A– (acenar) BOM DIA, TUDO BEM?!


Pessoa B – O-I BOM DIA, BEM! VOCÊ TUDO BEM?
A– BEM! VOCÊ NOME?
B– MEU-NOME (datilologia), VOCÊ-NOME?
A– MEU-NOME (datilologia), MEU-SINAL ........, VOCÊ SINAL?
B– MEU-SINAL ......
A – BOM! VOCÊ-IDADE?
B – EU- IDADE......, VOCÊ IDADE?
A – LEGAL, EU- IDADE ......,
A –DESCULPA, EU PRECISAR IR TRABALHAR! PRAZER CONHECER VOCÊ. TCHAU
B – FIQUE A VONTADE! PRAZER CONHECER VOCÊ TAMBEM. BOM TRABALHO.
TCHAU!

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