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Treinadores brasileiros e cientistas do esporte nesse mesmo sentido vêm envidando esforços no sentido
de desenvolver métodos e processos de treinamento que possam ser aplicados diretamente nas modali-
dades paralímpicas de competição. Esse trabalho é na verdade, difícil e complexo. Não obstante, e aliado
também à uma visão de nossos dirigentes ao longo dos anos, associada a uma vontade inquebrantável
de alcançar níveis de excelência cada vez mais elevados é que nos tornamos a sétima potência mundial
no paradesporto.
Nesse sentido, e ressaltando o árduo trabalho desenvolvido pelos treinadores e equipe técnica é que
temos o prazer e o privilégio de apresentar esse trabalho cujo objetivo primordial é de contribuir para o
avanço da modalidade halterofilismo paralímpico no Brasil.
Este guia traz informações básicas e cruciais para todos aqueles que desejam engajar-se no movimento
paralímpico por meio do halterofilismo. São abordados nele aspectos relativos ao comportamento e aos
compromissos profissional e ético dos treinadores, regras gerais das competições, aspectos técnicos,
táticos, físicos e psicológicos do treinamento do levantamento supino paralímpico. Outros temas de re-
levante importância tais como, meios e processos de avaliação dos atletas no aspecto físico e técnico
desenvolvidos especificamente pelos profissionais da equipe técnica dessa modalidade ao longo de 4
anos de atividades intensas com o grupo de elite desse esporte no país, reveste este trabalho de uma
relevância técnica fundamental.
O presente guia, tem por finalidade ainda, divulgar a todos os treinadores e simpatizantes do halterofilis-
mo paralímpico aquilo que há de melhor em termos de treinamento seja ele para atletas iniciantes ou para
atletas já formados. Ele aponta um norte em termos de preparação técnica, tática, física, psicológica além
dos aspectos preventivos de lesões que podem acometer os atletas. Nesse sentido, ela deverá tornar-se
uma obra de referência e de consulta constante por todos aqueles apaixonados por essa empolgante
modalidade.
Andrew Parsons
Presidente do CPB
Procurando atender as necessidades dessa demanda, nesta última década, muitos cursos de capacita-
ção, habilitação, clínicas e seminários tem sido realizado pelo Brasil afora. No entanto, ainda carecemos
de dedicarmos mais na elaboração de materiais didáticos que possam contribuir com os profissionais da
área para uma atuação mais segura e atualizada para atender as reais necessidades que demanda não
somente o desporto de alto rendimento como também o próprio fomento da iniciação esportiva.
O Brasil, na recente Paralimpíada de Londres, se consagrou e se consolidou como uma das grandes po-
tências do esporte paralímpico mundial, grandes investimentos foram e continuam sendo realizados na
divulgação e implementação de todas as modalidades paralímpicas. Foram criadas novas competições e
torneios nacionais, foram financiadas e incentivadas as participações internacionais de todas as nossas
equipes que atingiram o status de equipes de esporte de alto-rendimento.
O objetivo desse guia é poder divulgar os esforços desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar com-
posta por treinadores, psicóloga, fisioterapeuta, médico, nutricionista e biomecânico, e compartilhar os
conhecimentos e experiências adquiridas ao longo de 3 anos de trabalho.
Esse guia tenta resumir e divulgar para os treinadores os conceitos gerais da modalidade halterofilismo
paralímpico, enfatizando os seus aspectos técnicos, as formas de treinamentos existentes e aplicadas a
essa modalidade, os aspectos psicológicos que devem ser abordados durante os treinamentos e compe-
tições, fundamentos de arbitragem e táticos de competição, a preparação física geral e especial e por fim,
testes específicos para essa modalidade. Muitos dos conceitos aqui presentes foram desenvolvidos por
essa equipe e já estão sendo aplicados com grande sucesso.
O maior mérito deste guia é, na verdade, o seu caráter inovador, por ser a primeira tentativa em seu gêne-
ro de repassar as experiências e os conhecimentos acumulados por pessoas envolvidas com esse espor-
te e mesmo com a ciência, há vários anos. A divulgação e a aplicação dos conceitos aqui presentes, entre
os profissionais da área, em nossa opinião, serão de grande valia e incentivo ao progresso mais acelerado
dessa modalidade. Não temos certeza se a qualidade dessa publicação será suficiente para preencher
pelo menos algumas das lacunas existentes nessa área em relação à sistematização do conhecimento
relativo aos meios e técnicas de treinamentos voltadas ao halterofilismo paralímpico. De qualquer forma,
a equipe de profissionais responsável por essa área no CPB espera contribuir de maneira clara e efetiva
nesse sentido, com a publicação e divulgação desse modesto trabalho.
Atlanta, 1996
O surgimento do esporte para portadores de deficiência física deu-se quase ao mesmo tempo nos Esta-
Marcelo Motta -56,0 122,5 11ª
dos Unidos, com Benjamim Lipton e, na Inglaterra com Ludwig Guttmann. As atividades desportivas que
tiveram seu início em 1944 foram o arco e flecha, o tênis de mesa e o arremesso de dardo. O primeiro
esporte em equipe desenvolvido foi o pólo em cadeira de rodas, que mais tarde foi substituído pelo Ne-
tball. Somente em 1947 foi introduzido o basquetebol sobre rodas (STROHKENDL, 1996 apud FREITAS
Sidney, 2000
Alexsander Whitaker -82,0 157,5 14ª
E CIDADE, 1997).
João Euzébio -75,0 155,0 15ª
O Dr. Guttmann iniciou o paradesporto com o tiro com arco, basquete em cadeira de rodas e atletismo, Terezinha Mulato -56,0 70,0 8ª
para logo seguir com muitos outros esportes, até implementar em 1960 o halterofilismo (ZUCCHI, 2001).
Atenas, 2004
O halterofilismo começou a ser praticado nos Jogos Paralímpicos de 1964, em Tóquio/JPN, onde somen- Alexsander Whitaker -67,5 180,0 4ª
te os lesados medulares competiram com o nome de Weightlifting. Nos anos seguintes o halterofilismo João Euzébio -82,5 165,0 12ª
passou por várias mudanças para incluir outras deficiências e se adaptar às regras da competição de
halterofilismo basista. Naquela época existiam dois tipos de levantamentos: a) o Powerlifting que era o
Alexsander Whitaker -67,5 172,5 10ª
Pequim, 2008
supino basista (barra iniciando com cotovelos estendidos) e; b) o Weightlifting executado com a barra
saindo de baixo, tocando o tórax estando os cotovelos flexionados. O atleta deveria então, a partir dessa João Euzébio -82,5 170,0 9ª
posição fazer a extensão total dos cotovelos. A diferença, portanto, entre o Powerlifting e o Weightlifting Josilene Ferreira -67,5 100,0 5ª
era a posição de saída da barra. A partir dos Jogos de Barcelona/ESP, em 1992, optou-se apenas pela Maria Luzineide -44,0 82,5 5ª
competição de Powerlifting.
Alexsander Whitaker -67,5 165,0 7ª
Londres, 2012
Nos Jogos de Barcelona o número de países participantes foi de 25, chegando a Atlanta/USA, em 1996, Josilene Ferreira -75,0 0,0 DSQ*
com mais que o dobro (58 países), e desde 2000, em Sidney/AUS, esse número passa de 115 repre- Márcia Menezes -82,5 110,0 6ª
sentantes de cinco continentes, sendo que nesta edição da Oceania, a participação feminina debutou Rodrigo Marques -90,0 192,0 6ª
internacionalmente.
*Desqualificado(a)
O halterofilismo é um dos esportes que mais cresce no mundo paralímpico com mais de 5.500 atletas
masculinos e femininos ranqueados mundialmente. O halterofilismo feminino desenvolveu-se muito des-
de a sua estreia, contando hoje com mais de 1.250 mulheres de 60 países.
É notória a evolução do Powerlifting no território brasileiro e este guia tem a intenção precípua de contri-
buir para um trabalho de disseminação de conhecimento, a fim de unificar o entendimento sobre a moda-
lidade para qualquer clube, treinador e atleta, criando a Escola Brasileira de Halterofilismo.
A figura 1 abaixo mostra os valores médios, o desvio padrão, os valores mínimo e máximo e o coeficien- ENVERGADURA CIRC. TÓRAX_I CIRC. ABDOME
Circ. Braço E Circ. Braço D
contraído contraído
te de variabilidade das medidas. As variáveis medidas foram: a idade (ID), as dobras cutâneas (bíceps, (cm) (cm) (cm)
(cm) (cm)
tríceps, peitoral, axilar média, subescapular, supra ilíaca, abdome, coxa e peito) sendo estimados os va-
lores de gordura corporal (%), gordura central (%) e gordura periférica (%) para o conjunto de atletas em Média 167 110 98 42 42
sucessivas avaliações, que somam 66 avaliações.
DP 12 13 19 6 6
Fazem parte desse grupo, 18 atletas sendo 13 homens e 5 mulheres.
Mínimo 128 85 65 29 31
Figura 1 Medidas de dobras cutâneas, percentual de gordura e quantidade de gordura central e Máximo 190 135 135 58 58
periférica.
CV% 6.9% 11.6% 19.3% 14.0% 14.3%
DOBRAS CUTÂNEAS - COMPOSIÇÃO CORPORAL
ID Bi Tr Pt A.Méd S.Esc S.Ili Ab Cx Pr GD.COR GD.CTR. GD.PER.
(mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) A medida de estatura, tão importante para a maioria dos esportes, no caso do halterofilismo paralímpico
Média 37 7 13 9 24 27 28 38 19 12 22 101 50 não se mostra tão relevante, devido ao fato de o mesmo ser praticado na posição de decúbito dorsal e
DP 7 6 8 10 13 13 18 23 8 6 9 57 24 o levantamento da barra ocorrer perpendicularmente a essa posição. Em relação à massa corporal, por
não haver a necessidade de deslocamento, sustentação do mesmo contra a gravidade e nem de sua
Mínimo 23 2 3 2 4 7 4 6 9 4 9 20 19
manutenção em condições de equilíbrio instável, sua importância se dá apenas em relação à definição da
Máximo 46 24 37 39 56 58 66 87 43 27 41 230 121
categoria em que o atleta será alocado para competir.
CV% 19.5% 90.1% 63.0% 109.6% 56.5% 50.0% 65.3% 59.4% 43.8% 53.5% 39.8% 56.1% 47.4%
Portanto, do ponto de vista antropométrico os atletas que apresentam uma menor envergadura, uma
Os valores médios encontrados no quadro1 podem ser usados como valores de referência para todos menor quantidade de gordura corporal, (especialmente nos membros superiores e tronco), uma maior
os atletas (homens e mulheres) de todas as categorias de “peso” corporal da modalidade halterofilismo circunferência do tórax e dos membros superiores são aqueles que apresentam uma melhor condição de
paralímpico. Os valores extremos devem ser evitados, em especial, os valores máximos, pois podem atingirem mais rapidamente altos níveis de performance no halterofilismo paralímpico. Esses são aspec-
comprometer o estado geral de saúde do atleta. tos importantes caso se deseje ainda fazer um processo de seleção de novos atletas.
A figura 2 mostra os valores das variáveis: envergadura (cm), circunferência do tórax inspirado (cm), cir-
cunferência do abdômen (cm), e circunferência dos braços esquerdo e direito contraídos (cm).
Para estes detalhes psíquicos, utilizamos o nome Características Psicológicas, que são fatores físicos, 2. Auto eficácia: refere-se à crença que o atleta tem de suas próprias capacidades e a forma
comportamentais e emocionais que formam a personalidade, os quais influenciam a percepção que a com que ele as utiliza para o desempenho esportivo. É um fator decisivo na competição, o
pessoa tem de si própria, ou seja, a auto percepção e, estas podem ser classificadas como benéficas ou qual independe do número de habilidades. O importante é saber usá-las e, principalmente,
não em determinada situação (NUNES et al., 2010). nos momentos certos. Um bom exemplo seria a queima da 1º pedida no supino paralímpico.
O importante é ter consciência real das suas habilidades e reestruturar as pedidas restantes.
Dentre várias características, ressaltamos a Inteligência ou Estabilidade Emocional, Auto eficácia, Criati- Existem dois componentes importantes neste fator: 1) a Expectativa de eficácia (que é a
vidade, Competências e Comprometimento. Esses cinco (5) traços são importantes para o planejamento convicção de gerar o resultado, é a certeza de suas habilidades, é a confiança na execução
profissional e pessoal, cujas características são inatas, mas que também podem ser adquiridas, treinadas do movimento, é o arriscar um peso na barra se o atleta se diz capaz, e claro o contrário tam-
ou aprendidas (HALL et al., 2000). bém, se ele não se sente capaz não submetê-lo a tal stress); e 2) a Expectativa de resultado
(é a crença de que um dado comportamento gerará um resultado específico). Ex.: Rezar
1. Inteligência ou Estabilidade Emocional: refere-se à capacidade que o indivíduo tem antes do movimento, sucessão de respirações, esticar os braços em frente da barra, amarrar
para lidar com as suas emoções, ponderar quando não lhes são positivas e sobressair sem a munhequeira de forma pessoal, dentre outros. Estes dois componentes são individuais,
se desestabilizar. O atleta vive constantemente em situação ansiógena, pois, além da co- particulares mesmo e, devem partir do atleta. Não é uma característica que deve ser imposta
brança interna existe a cobrança da mídia, da família, da equipe e do próprio treinador, por por outros, mas a equipe técnica deverá estar ciente para fundamentar este processo e co-
isso necessita controlar seus sentimentos negativos e possuir alta tolerância à frustração. laborar com tais crenças (VIEIRA et al., 2011).
Momentos que antecedem a competição são decisivos para os mesmos, afinal é quando
eles preveêm as oportunidades, os riscos e as consequências. Um exemplo seria os sin- 3. Criatividade e ou Abertura a novas experiências: É outro componente da personalidade
tomas psicossomáticos de ansiedade que antecedem a competição, tais como: suor frio, importante para o atleta, pois se caracteriza pela facilidade em encontrar diferentes soluções
tontura, rosto afogueado, falta de ar, indigestão ou desconforto no abdômen, palpitação ou para um problema ou situação, ser tolerante frente às diferenças, estar aberto a novas ex-
aceleração no coração. Estes são extremamente normais e até motivadores ou facilitadores, periências, afinal a inovação poderá fazer a diferença. E o mais importante neste aspecto, a
para aqueles que utilizam estes efeitos fisiológicos para potencializar sua força e melhorar baixa tendência para o uso de mecanismos de defesa normais do ser humano, o que signi-
seu movimento. No entanto, sintomas cognitivos de ansiedade já não seriam tão positivos, fica dizer estar disposto a superar os limites físicos, mentais e emocionais que o seu corpo
afinal eles são de apreensão e preocupação. Alguns atletas podem experimentá-los como e situações lhe colocam. Querer sempre quebrar os seus limites, nunca se fixando no limite
nervosismo e se comparar com outros atletas, sentindo-se dessa forma, incapazes ou em do outro, pois o outro mesmo que melhor em condicionamento hoje também terá a suas li-
desvantagem, tirando o foco de seu objetivo podendo desestruturar todo o seu desempenho mitações, e tendo-o como espelho poderá adquirir a limitação como o reflexo (RUSS, 1993).
durante a competição. Ainda temos dentre os sintomas, os de humor (tensão, irritabilidade e
pânico) e os motores (movimentos rápidos nas extremidades do corpo, mãos ou pés e susto 4. Competência e ou Habilidades: São traços que exprimem a capacidade que o atleta
exagerado), lembrando que todos eles estão diretamente relacionados entre si, sendo alguns tem de alcançar determinada realização ou desempenho, está diretamente relacionada à
geradores de outros. (RUSS, 1993). motivação, perseverança, capacidade de planejamento, bem como organização e pontuali-
dade. São características na maioria das vezes inatas, mas que podem ser aprendidas com o
Aprofundando um pouco mais neste tema, a Ansiedade pode ser explicada como uma sensação causada abandono de desejos ou prazeres imediatos. Pessoas com este aspecto bem desenvolvido
pela incerteza das habilidades necessárias para sobressair à determinada situação, inicialmente ameaça- tendem a buscar formas diferentes, fazendo uso da criatividade para alcançar seus objeti-
dora. Fisiologicamente falando, são ativações do sistema nervoso central, onde há atividades neurais ex- vos, pois têm em si características facilitadoras para que enxerguem uma situação de várias
cessivas, que preparam o corpo para reações de “fuga” ou força. Acontece ativação neural, sentida como perspectivas e com menores dificuldades. Um bom exemplo é o descobrimento dos detalhes
pânico, ou nervosismo, logo em seguida, aceleração da respiração ou hiperventilação, para transportar (sejam físicos ou psicológicos) que precisam ser trabalhados para o aprimoramento da ativi-
mais oxigênio ao sangue; o fígado responde aos estímulos enviando açúcar ao sangue para dar energia dade em questão. (ASENDORPF, 2004).
É permitida a permanência do técnico na sala de aquecimento para auxiliar seu atleta a se preparar para
a competição. Ele deve sempre usar uma credencial oficial que lhe é entregue pelo Comitê Organizador
Local e mostrá-la ostensivamente sempre que for solicitado pelos oficiais do IPC Powerlifting.
Nunca poderá ter mais de dois membros credenciados da comissão técnica de uma mesma equipe na
sala de aquecimento ao mesmo tempo.
É permitido ao técnico auxiliar o atleta na entrada (e) ou saída da plataforma e na entrada (e) ou saída do
banco quando requisitado.
É responsabilidade do atleta ou de seu técnico checar a altura do suporte que foi registrada oficialmente
antes de ser chamado para a plataforma, porque uma vez que a barra tenha sido anunciada como pronta
e seu nome chamado pelo locutor, o cronômetro será iniciado e qualquer ajuste posterior na altura do su-
porte será feito dentro do intervalo de 2 minutos permitido ao atleta. O técnico pode auxiliar o atleta com
as faixas no banco, seja sozinho ou com o auxílio dos anilheiros laterais ou árbitros laterais.
Uma vez na plataforma de competição, o técnico jamais deve tocar a barra, os suportes ou braços e mãos
do atleta durante seu período de preparação; ele pode oferecer instruções verbais para o atleta ou para
que os anilheiros o auxiliem em sua preparação final.
Durante o levantamento, o técnico deve permanecer dentro da área específica designada, ou como indi-
cado pelo Júri ou Controlador técnico encarregado.
O Técnico deve sempre vestir roupas e calçados devidamente limpos e arrumados, os quais nunca de- Periodização, “ato de periodizar”, ou seja, dividir em períodos. Foi desta forma que no Egito e na Grécia
verão possuir nenhum tipo de propaganda ou logo de patrocinadores, exceto aqueles do país do atleta antiga se realizava uma preparação, primeiramente para as batalhas e posteriormente com o surgimento
e ou qualquer outro kit pré-aprovado pelo IPC Powerlifting. Bonés de qualquer tipo nunca deverão ser dos Jogos Olímpicos, para a elevação da performance dos atletas (ALVES,2010).
utilizados no local de competição.
Possivelmente, o primeiro modelo de periodização surgiu na Grécia antiga (modelo Tetra) que obedecia
Qualquer técnico que possa imputar uma imagem negativa para o esporte por um comportamento ma- ciclos de 3 dias por 1 de descanso. A partir daí já na década de 1950, surgiu o modelo que daria origem
lintencionado e/ou para obter uma vantagem injusta será solicitado a deixar o local de competição e terá à maioria dos modelos modernos de periodização, não obstante ser muito contestado. Ele é conhecido
sua credencial revogada. por modelo de Matveiev e é atualmente ainda muito utilizado especialmente em desportos individuais
especialmente no atletismo e na natação. Outros modelos tais como o modelo estrutural Tschiene está di-
recionado para desportos que recorrem frequentemente à força explosiva; os modelos de Verchoshanskij
(ATR) e Bondarchuck têm características para desportos de força, halterofilismo e lançamentos por exem-
plo; já o modelo de Bompa aplica-se a modalidades que exigem potência e velocidade, em detrimento dos
que se focam na resistência; os modelos de cargas seletivas e o modelo integrado surgem para colmatar
as necessidades dos desportos coletivos (ALVES,2010).
O modelo abaixo poderá ser usado por atletas iniciantes e terá como meta alcançar apenas dois picos
de rendimento anuais. A interpretação das figuras 3, 4, 5, 6 e 7 se fará de acordo com a apresentação de
setas de diferentes cores e inclinações, que representarão intensidades de prioridade no desenvolvimento
daquelas capacidades.
A seta de cor verde representa intensidade máxima no desenvolvimento das capacidades a ela relacio-
nadas.
A seta de cor vermelha representa intensidade mínima no desenvolvimento das capacidades a ela rela-
cionadas.
O modelo abaixo deverá ser usado apenas por atletas de alta performance, que tenham nível nacional e
no mínimo três anos de treinamento contínuo. A figura 7 mostra um exemplo de como pode ser estrutura-
da uma periodização completa com duração de 3 meses. Nesse sentido, pode-se atingir por esse modelo,
4 picos de performance anuais. O pressuposto básico é de que o atleta já apresenta uma estrutura forte
de treinamento de base podendo fixar a sua maior atenção na preparação específica. Para tanto, há uma
redução do tempo de preparação básica e aumento da preparação específica mantendo-se um nível de
intensidade média ao longo da temporada, superior àquele atingido na periodização tradicional.
O modelo de supercompensação prevê que a aplicação de uma carga de treinamento irá depletar o sis-
tema de energia muscular (A – C); após a aplicação dessa carga haverá um período de recuperação total
até os níveis iniciais (C – D); após a recuperação total uma adaptação ocorrerá, elevando os padrões
iniciais de energia para níveis mais altos que aqueles iniciais, caracterizando, dessa forma, o efeito de Ia
supercompensação (E); no ápice dessa recomposição energética, aplica-se então, uma nova carga ( ).
II
O intervalo de tempo transcorrido entre as diversas etapas do processo irá depender da natureza da carga III
IIa
aplicada entre A e C, ou seja: o volume e a intensidade da mesma. O período compreendido entre C e
D é o tempo de descanso (recuperação) necessário para que todas as funções neuromusculares sejam
totalmente restabelecidas para que se possa novamente aplicar a próxima carga. Esse princípio vale para MESES I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII
trabalho de grupos musculares específicos e para o volume total de treinamento diário.
ETAPAS
Nove aspectos importantes, do ponto de vista técnico, devem ser observados durante a execução do • Posição do corpo – inalterado ao longo de todo o movimento, desde o comando “start” até o
supino paralímpico, ou seja: comando “rack”. A cabeça, as escápulas, os glúteos e as pernas não podem perder o contato
a) Postura corporal no início do movimento; com o banco no período compreendido entre esses dois comandos;
b) Postura do corpo ao longo do movimento;
c) Sacada da barra do suporte; C) A sacada da barra pode ser feita com ou sem a ajuda do sacador. É importante observar:
d) Velocidades de descida da barra;
e) Parada da barra sobre o peito; i. Fase de pegada na barra
f) Velocidade de subida da barra; • Posição da barra ainda no suporte – posiciona-se aproximadamente na altura do rosto do
g) Movimentos da barra nos diversos planos do movimento; atleta deitado sobre o banco;
(sagital, frontal e transversal); • Pegada na barra – posição equidistante das mãos em relação ao centro da barra (b);
h) Posicionamento dos ombros ao longo de todo o movimento; • Pegada na barra – maior distância possível entre ambas as mãos, respeitando os limites
i) Ações articulares e musculares durante todo o movimento . estabelecidos regra (abertura máxima de 81cm medido entre os dedos indicadores) (c);
Fig.10 Postura sobre o banco D) Velocidade de descida da barra, a partir do comando start: (adaptado de TILLAAR E ETTEMA, 2009)
i. Ações articulares
H) Posicionamento dos ombros ao longo de todo o movimento: 4.6 TREINAMENTO PSICOLÓGICO NO SUPINO
i. Durante a sacada Não é segredo que para um bom desempenho acontecer são necessários treinos físicos gerais e especí-
• Escápulas em retração durante todo o movimento (desde a sacada ao final da fase con- ficos, com correto planejamento, aperfeiçoamento constante da técnica, descansos adequados, alimen-
cêntrica). tação balanceada etc. Novidade pode ser a afirmação que isto também ocorre com as características
emocionais; elas podem e devem ser treinadas de acordo com a necessidade individual e requer planeja-
mento, objetivo e comprometimento. (SCHMIDT, 2001; FLEURY, 1998).
É embasado na Terapia Comportamental Cognitiva (TCC) a qual defende o poder que temos de exercer No caso do Halterofilismo deve-se considerar como início do movimento o instante em que o atleta deita-
um domínio maior sobre os pensamentos, sentimentos e consequentemente do comportamento. Assim, -se sobre o banco e término quando ele recoloca a barra no suporte após ter finalizado o movimento de
como mostra o esquema a seguir, emoção, pensamento, sensação física e comportamento, estão dire- supino. Cada atleta tem a sua maneira própria de desmembrar a cena, mas quanto maior a riqueza de
tamente interligados e correlacionados entre si, portanto, qualquer mudança em um dos aspectos gera detalhes que ele alcança no processo de repassar mentalmente toda a movimentação, mais chances de
consequências em todos os outros (RÚBIO, 2000). fixar e aperfeiçoar a técnica desse movimento, ele tem.
Figura 13 Relação entre emoção, pensamento, sensação física e comportamento O Treinamento Mental atua em 4 dimensões, sendo elas:
4.7.1 COMPONENTES DA CARGA DE TREINAMENTO e) Frequência (FS) – pode ser entendida como sendo a quantidade de sessões de trei-
namento por semana ou microciclo. Pode haver mais de uma sessão por dia, assim como
Um estímulo, obviamente físico, que é capaz de provocar alguma adaptação no organismo é entendido nenhuma. Exemplos:
como sendo uma “carga de treinamento”. De acordo com Chagas e Lima (2011) são componentes da 1-Sessões – segunda - T quarta - T sexta- T sábado - T
carga de treinamento: o volume, a intensidade, a frequência, a densidade e a duração. 2-Sessões – segunda – M/T terça – M/T quarta- M quinta- M/T sexta- T
No primeiro exemplo tivemos uma frequência de 4 sessões/semana e no segundo exemplo 8
a) Volume total (Vt ) – pode ser entendido como sendo a quantidade de carga deslocada em sessões/semana. Pode haver mais de uma sessão de treinamento por dia, como ocorreu no
uma sessão. É o produto entre a quantidade de séries executadas, o número de execuções exemplo 2 na segunda, na terça e na quinta nos períodos da manhã (M) e tarde (T).
de cada série e o valor da carga deslocada.
Vt = #s * #r * C . A unidade é o quilograma.
Exemplos: 4.7.2 Treinamento isométrico de sustentação da carga
5 séries de 12 repetições com 10kg – volume total = carga total deslocada = 600kg;
5 séries de 12 repetições com 20kg – volume total de repetições = 1200kg Consiste no ato de sacar a barra mais anilhas do suporte e mantê-la suspensa acima da cabeça por um
tempo pré-determinado. Os cotovelos deverão apresentar uma leve flexão para que a sustentação seja
b) Intensidade total (It ) – pode ser entendida como sendo a razão entre o volume total (Vt) realizada principalmente pelos músculos motores e não pelos ligamentos articulares.
deslocado e o tempo gasto (t) para executar essa tarefa. Esse conceito se confunde com a
ideia de ritmo de movimento. Essa forma de treinamento somente poderá ser implementada a partir do conhecimento da meta a ser
It = Vt / t . A unidade é o kg/s atingida pelo atleta na principal competição da temporada. O tempo necessário para cumprirem-se as
Exemplos: metas desse treinamento deverá girar em torno de 10 meses. Os treinamentos serão distintos para atletas
Volume total de 600kg em 300s – intensidade = 600/300 = 2kg/s iniciantes (até 3 anos de prática) e atletas já formados (mais de 3 anos de prática no esporte).
Volume total de 1200kg em 300s – intensidade = 1200/300 = 4kg/s
Quanto maior for o quociente alcançado maior será a intensidade do trabalho, ou seja, 4kg/s A) Para os atletas iniciantes sugerimos os seguintes procedimentos, divididos em 3 fases:
mostra uma intensidade duas vezes maior que a intensidade de 2kg/s.
1ª. Fase
c) Duração total (Dt) – pode ser entendida como sendo a quantidade de tempo utilizada • A carga inicial deverá ser de 85% daquela estabelecida na meta a ser atingida na principal
durante a aplicação dos estímulos, ou seja, a quantidade de tempo gasta na execução dos competição da temporada;
movimentos. Exemplos: • Inicialmente fazer o exercício com cotovelos estendidos e com adequado encaixe de ombros;
5 séries de 12 repetições com 10kg , ritmo 1:1, com 2’ de intervalo entre as cargas; • No segundo mês alterar a carga para 95% da carga estabelecida como meta da principal
8 séries de 12 repetições com 10kg, ritmo 1:2, com 3’ de intervalo entre as cargas. competição da temporada;
• Altura: ½ da distância entre a máxima flexão dos cotovelos e a sua máxima estensão
• Carga isométrica com a barra a meio caminho do final
• Tempo de contração: 6-10”
O treinamento de “coordenação dinâmica” deverá ser executado sob a supervisão necessária e obriga- • Segunda semana:
tória do treinador. Após estipulada a carga, o atleta deverá executar a ação de descida e subida da barra
rigorosamente dentro da técnica estabelecida pelas regras da modalidade. O treinador, posicionado no o Carga excêntrica – 110% 1RM
lado oposto (aos pés do atleta em posição supina) e de frente para a barra irá observar a execução dos o Carga concêntrica – 80% 1RM
movimentos e fornecer o feedback imediato de como está sendo executado o movimento, explicitando
o que deverá ser alterado no mesmo, de modo a tornar a execução “perfeita”, no maior número de exe- • Terceira semana:
cuções possível. Esse exercício deverá ser repetido todos os dias antes do início do treino propriamente
dito. Ele poderá ser usado até como forma de aquecimento. As cargas utilizadas são relativas a um per- o Carga excêntrica – 120% 1RM
centual de sua condição atual, ou seja, percentual de sua carga máxima. Esse processo de progressão da o Carga concêntrica – 90% 1RM
carga pode se prolongar por 4 meses, até que a carga máxima seja alcançada (55% de 1RM). Sugere-se
reajustar a carga a cada 4 meses ou sempre que houver a tomada de uma nova carga máxima. Processo de treinamento longo:
• Terceira semana:
4.7.6 Treinamento de “Overlifting”
o Carga excêntrica – 100% 1RM
O equipamento de “Overlifiting” consiste de uma haste metálica com base de metal circular que se encai- o Carga concêntrica – 90% 1RM
xa nas laterais da barra. Nessa haste são anexadas anilhas com quantidade idêntica em ambos os lados.
A barra é sacada tendo os dois aparelhos suspensos em suas laterais. Quando a barra é descida a base • Quarta semana:
do “overlifting” toca no solo e a cabeça metálica que sustentava os pesos na barra é desencaixada da
mesma se desfazendo, dessa forma, dos pesos adicionais, tornando a fase concêntrica mais leve que a o Carga excêntrica – 110% 1RM
fase excêntrica. o Carga concêntrica –80% 1RM
O treinamento de Overlifting (sobrecarga excêntrica) deve ser executado no início do período competitivo, • Quinta semana:
ou seja, durante a fase específica da periodização. Dependendo do tipo de periodização ela pode durar
de 3 a 8 semanas. A carga excêntrica nesse tipo de trabalho deverá ser sempre maior do que a carga na o Carga excêntrica – 110% 1RM
fase concêntrica. o Carga concêntrica – 90% 1RM
Os treinamentos complementares são utilizados sempre que necessário com o intuito de desenvolver gru-
pos musculares específicos, fortalecer grupos musculares principais e prevenir lesões. Os equipamentos 4.7.9.2 Uso de equipamentos da musculação tradicional
utilizados são os mais variados, indo desde a utilização do próprio corpo como carga a ser vencida a apa-
relhos de ginástica em geral, aparelhos de musculação, aparelhos de ginástica artística e seus acessórios São adequados a utilização de equipamentos que podem promover o desenvolvimento da força dos gru-
etc. pos musculares dos ombros, peito, membros superiores, abdomen e dorso.
Treinamento nas Argolas – é utilizado para o desenvolvimento da força e da coordenação inter e intra Materiais complementares podem ser usados para facilitar a utilização dos equipamentos acessórios.
muscular, devido à instabilidade gerada pelo próprio aparelho. Força isométrica e isotônica concêntrica e Esses materiais podem ser:
excêntrica podem ser treinadas. Exemplos de exercícios:
• Cordas de várias espessuras e tamanhos;
• Abdução/adução horizontal dos ombros com cotovelos e corpo totalmente estendidos; • Borrachas cirúrgicas de diferentes calibres;
• Flexão/extensão dos ombros com cotovelos e corpo totalmente estendidos; • Bancos suecos;
• Apoio com cotovelos estendidos e corpo na vertical; • Plintos.
• Abdução/adução dos ombros com o corpo na vertical e estendido;
• Prancha de costas;
• Prancha de peito;
• Passar da suspensão ao apoio sem impulso.
Todos esses exercícios podem ser treinados com facilidade e segurança usando-se um par de argolas
mais baixo (aproximadamente 1,30m de altura). Utilizando-se uma borracha cirúrgica pode-se facilitar a
execução de todos esses exercícios.
Treinamento nas Paralelas – pode ser utilizada para o treinamento da força estática e dinâmica concên-
trica e excêntrica, de uma forma mais facilitada do que aquela executada nas argolas, pois as paralelas
oferecem uma grande estabilidade quando comparada com as argolas. Exemplos de exercícios:
São aspectos importantes que devem ser observados durante todas as sessões de treinamento e nas
competições.
5.1 PROCEDIMENTOS DE AJUSTE CORPORAL SOBRE O BANCO E SOB A BARRA PARA CADA
ATLETA.
5.3.2 ASPECTOS DE PREVENÇÃO DE LESÕES Seguem alguns tópicos importantes para cuidados e adequação da dieta frente à performance dos atletas:
Deixamos ainda, algumas sugestões que entendemos ser muito importantes para a prevenção da ocor- a) Manutenção e redução de peso pré-competição;
rência das lesões osteomioarticulares que poderão significar o afastamento temporário ou mesmo defini- b) Consumo calórico (diferenciado para cada deficiência);
tivo dos atletas halterofilistas da modalidade supino: c) Consumo proteico excessivo;
d) Refeições antes e depois dos treinamentos e competições;
• Consultar um médico de imediato quando sentir dor ou for acometido por lesões ou qual- e) Ingestão de líquidos e repositores;
quer outro problema de saúde; f) Suplementação.
• Não faltar às sessões de tratamento fisioterapêutico e seguir as orientações dadas;
Luis Gustavo Leite mais membros não concordarem, a decisão dos Árbitros será mantida e não haverá mais nenhum outro
Sílvio Soares dos Santos recurso para se apelar.
Para cada competição sancionada pelo IPC Powerlifting, um Congresso Técnico deverá ser conduzido
com antecedência de até 1 (um) dia do início da mesma. Durante este Congresso, acontecerá a confirma-
O halterofilismo paralímpico é um esporte composto por uma série de regras e regulamentos que devem ção de todos os atletas presentes em cada categoria de peso corporal. Cada clube/país pode solicitar a
ser respeitados por todos os atletas tanto antes quanto durante a execução do levantamento. Estas regras alteração da categoria em que seu atleta foi inscrito desde que esta mudança seja para uma imediatamen-
englobam itens gerais e específicos a serem observados pelos respectivos Árbitros que atendem nas ses- te acima ou abaixo de sua categoria atual e mediante o pagamento da quantia de €100 (cem euros). Não
sões de cada categoria. Estes Árbitros decidirão se o movimento executado pelo atleta cumpriu ou não haverá outro momento durante a competição para se realizar qualquer alteração da categoria do atleta.
com todos os itens descritos no Livro de Regras e Regulamentos do IPC Porwerlifting.
Em caso de falha do sistema, falta de energia elétrica ou quando não houver sistema de luzes, a decisão A checagem dos equipamentos de todos os atletas deve ser realizada no horário determinado. Não have-
se dará por meio de bandeiras. Cada Árbitro possuirá duas bandeiras, uma branca e outra vermelha, para rá checagem de equipamentos durante a pesagem. Os atletas que chegarem fora do horário determinado
mostrar a todos os presentes a sua decisão. Isto ocorrerá mediante o comando do Árbitro Central após a para esta checagem deverão ser atendidos pelos Árbitros responsáveis (se houver tempo hábil), mas
conclusão de cada tentativa de levantamento executado pelo atleta. Esse comando indica que cada um terão de pagar uma multa de €100 (cem euros).
dos 3 (três) Árbitros deve mostrar sua decisão, simultaneamente, a todos aqueles presentes na área de
competição. Durante a checagem dos equipamentos, o cartão de identificação do IPC, o Livro de Recordes do IPC
Powerlifting, uniforme de competição e os outros equipamentos de competição deverão ser apresentados
Em cada round ou sessão de competição haverá sempre 3 (três) Árbitros e a decisão unânime ou a e verificados. Qualquer atleta que não apresentar o seu cartão de identificação e o livro de recordes do
maioria sempre prevalecerá. A única forma de contestar a decisão destes Árbitros é recorrer ao protesto. IPC Powerlifting receberá uma multa de €100 (cem euros). Os atletas devem apresentar todos os seguin-
Esta conduta só pode ser realizada em competições onde haja a presença de um Júri. Todos os protestos tes itens para os Oficiais Técnicos durante a checagem de equipamentos:
devem ser escritos no formulário oficial de protestos do IPC Powerlifting e apresentados ao Presidente do
Júri, acompanhados da quantia de €100 (cem Euros) e no prazo de até 1 (um) minuto após a realização • Cartão de Identificação do IPC Powerlifting
do levantamento que se deseja contestar. Este protesto pode ser em relação ao próprio atleta ou contra • Livro de Recordes do IPC Powerlifting
qualquer outro atleta.
Roupa de competição: Deverá ser uma peça única e feita com uma quantidade limitada de tecido elástico.
Os protestos só poderão ser realizados pelo responsável da equipe, ou em sua ausência, pelo técnico, Pode ser de uma ou mais cores, conter o emblema do clube/país e o nome do atleta. Não pode, porém,
mas nunca pelo próprio atleta. A decisão do Júri será transcrita no próprio formulário. Esta decisão deve conter marcas ou logos de patrocinadores, bordados, estofamentos, dupla camada de costura e zíper.
ser sempre unânime, ou seja, todos os 5 membros do Júri devem necessariamente concordar com a ra- Tem que possuir alças para os ombros e ser vestida durante todo o tempo de competição. Pode ser uma
zão pela qual o protesto foi solicitado. Ocorrendo a concordância entre todos os membros, a decisão será versão cumprida, devendo possuir alças para fixação no tornozelo ou uma versão mais curta, onde o
revertida sem que haja a necessidade de se realizar uma nova tentativa por parte do atleta. Se um ou cumprimento seja de ao menos 10 cm ao longo de cada perna e sempre terminar bem acima do joelho.
O técnico jamais deve tocar a barra de competição, mas, caso queira que a barra seja posicionada mais c) O mesmo deve acontecer ao final de sua tentativa, controlando a barra com os cotovelos
para um dos lados, que melhor lhe convier, este poderá solicitar ao anilheiro ou ao próprio atleta o repo- travados até receber o comando de “rack” e assim, colocar a barra de volta nos suportes.
sicionamento da mesma. Se o atleta não receber o comando de início tão logo que ele tenha o controle da barra, será
por constatação por parte dos Árbitros de que existe alguma irregularidade em seu posiciona-
Uma vez no banco todos os atletas devem sempre assumir a sua posição de partida, que deve ser manti- mento. Cabe ao atleta e/ou seu técnico corrigir esta infração dentro do tempo restante para sua
da durante toda a execução do movimento, assim que se inicia o comando de “comece” (“start”) for dado tentativa. Em hipótese alguma os Árbitros estão autorizados a informar o porquê de não ter sido
pelo Árbitro Chefe (principal). dado o comando de início. É permitido ao atleta reposicionar a barra nos suportes, corrigir seu
posicionamento e sacá-la novamente desde que ainda haja tempo remanescente.
A cabeça dos atletas, os ombros (cabelo ou adereço de cabeça não devem restringir a visão dos Árbitros),
glúteos, pernas (totalmente estendidas, sempre que possível) e os dois calcanhares devem permanecer d) Obedecer aos comandos do Árbitro Chefe para que inicie e termine o seu levantamento.
sobre ou tocando no banco durante toda a duração do levantamento. A cabeça dos atletas nunca deve Ao receber o comando de iniciar o levantamento, a barra somente pode se movimentar para
levantar do banco durante a execução do levantamento, a partir de quando for dado o sinal de início baixo.
6.4 AS CATEGORIAS
1) Quando existem muitos competidores (acima de 10) dentro de uma mesma classe haverá
a necessidade de dividir-se o grupo em subgrupos. De maneira geral o subgrupo mais forte
é o último a competir. A formação dos subgrupos é determinada pelo peso da pedida inicial
de cada atleta declarado durante a pesagem, pelo próprio atleta ou treinador. É nesse mo-
mento que o treinador pode fazer a escolha da carga dependendo de onde ele deseje que o
seu atleta atue, se no subgrupo mais forte, mais fraco ou intermediário. Caso seja no grupo
mais forte (elite), ele tem a possibilidade de superestimar a carga inicial para alcançar esse
intento. Após definidos e apresentados os grupos e atingido o objetivo, o treinador poderá, no
Sílvio Soares dos Santos D. Teste de potência bilateral – mostra a capacidade do atleta de realizar um movimento
Wéverton Lima dos Santos concêntrico bilateral, com a máxima velocidade, utilizando uma carga igual a 55% do seu
Valdecir Lopes RM. O atleta posiciona-se sob a barra guiada segurando-a da mesma forma como executa o
Carlos Williams Rodrigues da Silva supino. O teste consiste em elevar a barra a partir do peito até a posição em que os cotovelos
João Vieira Pereira Jr. estejam no máximo de sua extensão, o mais rapidamente possível.
Renata de Almeida
E. Teste de potência unilateral – mostra a capacidade do atleta de realizar um movimento
concêntrico unilateral, com sua máxima velocidade, utilizando uma carga igual a 25% do
A execução de testes para a detecção de falhas e mesmo, reconhecimento das habilidades dos atletas seu RM. O atleta posiciona-se sob a barra guiada segurando no centro da mesma estando a
reveste-se de fundamental importância para o aprimoramento geral dos mesmos. Uma série de testes mesma colocada já sobre o seu peito. O teste consiste em elevar a barra com um dos mem-
físicos, antropométricos e psicológicos devem ser conduzidos para esse fim. bros até a posição em que o cotovelo esteja no máximo de sua extensão o mais rapidamente
possível.
Passaremos agora a descrever os principais testes que devem ser realizados para que haja um correto
acompanhamento do desenvolvimento da performance do atleta ao longo da temporada.
7.2 TESTES TÉCNICOS ESPECÍFICOS
Escore do teste A (total de bandeiras brancas em 5 tentativas): D. Medidas de circunferência – braços direito e esquerdo contraídos e relaxados; ante bra-
ços esquerdo e direito contraídos e relaxados; tórax inspirado e expirado; cintura e quadril.
ESCORE MUITO FRACO FRACO BOM MUITO BOM EXCELENTE
Os sintomas de ansiedade são os mais frequentes no mundo atual, e se percebido pelo atleta como ala-
vanca de adrenalina e de propulsor de força é muito positivo. A avaliação destes sintomas pode ser feita
7.3 TESTES ANTROPOMÉTRICOS por meio da observação direta do treinador ou da análise das respostas de um questionário específico,
em que é solicitado ao atleta que descreva as sensações físicas e emocionais pelas quais passa no mo-
Os testes antropométricos são de grande importância para a manutenção da condição corpórea ideal do mento. Como o que se segue abaixo:
atleta. Essas medidas podem informar sobre os níveis de possíveis riscos à saúde que o atleta se en-
contra, ela pode ser usada como parâmetro para a seleção de novos atletas assim como determinar sua
elegibilidade para o esporte paralímpico.
B. Ângulo de extensão máximo dos cotovelos esquerdo e direito, de abdução horizontal dos
ombros direito e esquerdo.
talmente, abaixe o braço e prossiga. ABRADECAR. Revista Toque a Toque. I campeonato brasileiro de halterofilismo. Rio de Janeiro, Se-
17. Com sua caneta ou lápis, dê três batidas fortes na mesa. tembro/Outubro, nº 10. Ano IV, 1993.
18. Se você é o primeiro que chegou até aqui, diga alto para todos ouvirem: “Estou na frente!
Vocês precisam trabalhar mais rápido”! ALVES, F. J. Modelos de periodização. Revista digital. Buenos Aires, ano 15, no. 148, Setembro 2010.
19. Faça um quadrado em volta do número do item anterior. http://www.efdeportes.com.
20. Agora que você terminou de ler todos os itens cuidadosamente, faça somente o que ASENDORPF, J. B. Psychologie der Persoenlichkeit. Berlin: Springer, 2004.
está no item 2 esqueça as outras instruções.
BECKER, Benno Junior. El efecto de tecnicas de imaginacion sobre patrones electroencefalograficos,
frecuencia cardiaca y en el rendimento de practicantes de baloncesto con puntuaciones altas e bajas en
Quando todos tiverem respondido o teste, faz-se uma avaliação sobre a importância da aten- el tiro libre. Barcelona: Universidade de Barcelona, 1996. (Tese de Doutorado em Psicologia)
ção, tanto para a execução do movimento, quanto para a colaboração com outros atletas da
equipe. Existem várias dinâmicas com este foco de avaliação e estas podem ser encontradas BOMPA, T. O. Periodização: teoria e metodologia do treinamento. Phorte. São Paulo, 2002.
facilmente na internet, e existem também testes que foram elaborados e que necessitam de
um maior conhecimento para a aplicação e análise do mesmo, por isso a importância do BRANDÃO, M. L. Psicofisiologia. 3º Ed. São Paulo: Atheneu, 2012.
contato com o profissional de psicologia. Mas o déficit de concentração e atenção são fatores
fáceis a serem observados e trabalhados. O importante é saber que todos têm um tempo CAMPBELL et al. International Society of Sports Nutrition position stand: protein and exercise. JISSN,
limite de retenção da atenção em algum estímulo, por isso há a necessidade de conhecer-se 2007, 4
este tempo para que, caso ele seja insuficiente para o desenvolvimento da tarefa a ser de-
sempenhada possa-se trabalhar no sentido de aperfeiçoa-lo. CHAGAS, M.H.; LIMA, F.V. Musculação: variáveis estruturais. 2ª.ed. Belo Horizonte: Casa da Educação
física,2011.
Enfim, a avaliação de todos os fatores é indispensável para o atleta de alto rendimento, pois o alcance da
vitória passa pela observação dos detalhes, e estes podem ser trabalhados por meio destas avaliações. E DOAN, R. K.; NEWTON, R.U.; MARSIT, J.L.; KRAEMER, W.J. Effects of Increased Eccentric Loading on
as informações básicas são de extrema importância para a conclusão do laudo psicológico. Bench Press 1RM. J. Strenght and Coditioning Research. 16(1),9-13, 2002.
DUFFEY, M. J.; CHALLIS, J. H. Fatigue Effects on Bar Kinematics During the Bench Press. J. Strenght
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FLECK, S. J.; KRAEMER, W. J. Fundamentos do treinamento de força muscular. Artmed. 2 ed. São
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