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VALORES CULTURAIS DA NATUREZA

Aspectos
Perceptivos
PARQUE NACIONAL DO IGUAÇU
PONTO DE PARTIDA
Por que vivenciar outros arranjos espaciais
temporariamente?

O que recompensa esses sujeitos a ponto de


submeterem-se a esses deslocamentos, gastos e
riscos?

Que sentidos são atribuídos a essa prática?

Diria respeito a um modo particular de relacionar-


se com o espaço e com a sociedade, ou não?

MAURÍCIO RAGAGNIN PIMENTEL - P. 13


PAISAGEM

RELAÇÃO ENTRE SUJEITO E MEIO SENTIMENTOS E PERCEPÇÕES DIÁLOGO


"a paisagem não é objeto, pois existe "Embora existam elementos culturais e "A paisagem é ao mesmo tempo

nessa mediação entre o sujeito e o fisiológicos que perpassam certa realidade, e aparência de realidade. Ela

ambiente, entre simbólico e formal (BERQUE, estruturação coletiva da paisagem, essa só é realidade na medida em que é
1995; ROUGERIE & BEROUTCHACHVILI, é possível a partir dos sujeitos individuais constituída de coisas bem reais que
1991)." que projetam sua complexidade particular nos rodeiam; mas é também aparência,
nessa sua relação com o meio. É, assim, à medida que tais coisas apenas se
"(...) a paisagem indicaria uma situação uma relação pautada por sentimentos, manifestam por encontrar nossos
relacional entre os sujeitos e uma porção percepções, modos de pensar e de agir sentidos Ou os sentidos [...] não apenas
do Espaço" - (Pimentel, 2010, p. 60) que marcam a dimensão ontológica de transmitem a realidade, eles também a

ser-no-mundo, presente em cada um." produzem em certa medida. (BERQUE,

Pode atuar com filtros socio-cultural, (Pimentel, 2010, p. 15) 1995, p.16, tradução nossa). - (Pimentel,

fisiológico e individual-subjetivo. 2010, 61)


EXPERIÊNCIA
"A experiência turística afigura (…) Experimentar-se diante de outra

presença. Fruir a oportunidade de perceber/ser/estar no mundo desde

outro ponto." ( Pimentel, 2010, p. 16)


HISTÓRIA SOCIEDADES PAISAGÍSTICAS

(...) REPRESENTAÇÃO GRAND-TOURS INDÍGENAS JESUÍTAS

Existiram sociedades que Surgem na China no séc IV, Surge o desejo de se Cataratas integradas aos Cataratas como um

não possuíam um termo mas ganham espaço no deslocar para conhecer elementos da sociedade desnível, um "obstáculo".

correspondente à Ocidente somente mil anos outros espaços (paisagens) indígena, onde não há

paisagem, não realizavam depois, no Renascimento. e descrevê-los para os dicotomia entre natureza e

representações das Através de pinturas, outros. sociedade. Não há

mesmas, tampouco tinham descrições, cantigas. representações estéticas. A

práticas de apreciação. beleza nas lendas é

atribuída às figuras

femininas ou resultado de

uma vingança divina.


LINHA DO TEMPO

JESUÍTAS OCUPAÇÃO MUDANÇAS MILITARES PATRIMÔNIO

Final no séc XIX e início do


TERRITORIAIS Interesse militar; de matas Iconografia das nações:
Expulsão da Companhia de

Jesus: esvaziamento séc XX: retomada da preservadas que despertam interesse sublime vinculado
Composição de um espaço

demográfico ocupação branca interesse científico e a componentes patrióticos.


fronteiriço, encontra-se

colonizador; da restrição Paisagens podem vir a ser


relatos que remetem a

do turismo a uma pequena ícones que naturalizam a


novas sensibilidades frente

elite que disponibilizava expressão da construção


à natureza

dos recursos e do tempo social e cultural que é a

para engajar-se nessa nação. O selvagem era

prática – comunicam-se fonte de orgulho nacional.

novas sensibilidades frente

a natureza, surgidas no

Ocidente entre os séculos

XVIII e XIX.
WILDERNESS
TAIS SENSIBILIDADES ENCONTRAM EXPRESSÃO NO

ROMANTISMO, NA VALORIZAÇÃO DO "WILDERNESS" E

NOTADAMENTE NO QUE LÖFGREN (2006) DENOMINA DE

PITORESCO E DE SUBLIME. HÁ UM CARÁTER DE


VALORIZAÇÃO ESTÉTICA EM TORNO DO SELVAGEM,
DO QUE NÃO É CULTIVADO PELO HOMEM, SUBMETIDO

À SUA ORDEM OU INTERVENÇÃO (CARVALHO, 2002).

AO CONTRÁRIO DA NATUREZA COMO ALGO A SER

DOMINADO, OU COMO LUGAR DE LEIS RACIONAIS E

REGULARES, O QUE VEMOS NO SIGNO DO

ROMANTISMO PARECE SER UMA IDEALIZAÇÃO DA

NATUREZA COMO FONTE DE BELEZA E VERDADE, COMO

UM ESPAÇO DA LIBERDADE, DA ESPONTANEIDADE, DA


CRIATIVIDADE QUE DESPERTA NOS SUJEITOS UMA
PROFUSÃO DE SENTIDOS E DE SENTIMENTOS.
Entrevistados
“Los olores…los sonidos de los pájaros y los insectos, y el

tacto. El tacto, el agua te moja, y te viene esa bruma de “Quando tu chega lá e tu vê aquele monte de

abajo y te moja, la humedad de los…el hecho. O sea, no água caindo...e tu sente aquela água batendo

hay imagen, y no hay trabajo virtual que pueda llegar a em ti...”

trasmitir eso.”

"E é legal você estar lá é...e sentir cara, a sensação é


“Era até gostoso, aqueles pinguinhos.
assim. Liberar os seus cinco sentidos e ver tudo ao seu
Nossa! Impressionante, energia...Nossa!
redor, sentir tudo ao seu redor, e bater foto, para
Energia...”
registrar."

“Eu também não imaginava assim, imaginava vendo televisão, revista, "Eles tiram suas fotos, compram seu Quati, e bichinhos de pelúcia e

cachoeiras, mas na hora de ver ao vivo e a cores é impressionante, indescritível.


brinquedos, e... Se é disso que eles gostam, eu não posso, sabe,
[...]Só chegando ali e olhando mesmo é que você vê, por mais que você tente
reclamar, eu acho. Mas eles estão perdendo. Sabe, tem alguma
traduzir por palavras, não tem jeito...a imagem vale. Não! Mas eu falo assim,
coisa aqui que é muito especial, que atrai as pessoas, sabe? As
imagem enquanto...a percepção dos sentidos, né, o som característicos, né,

cataratas e a mata atlântica…Ah sim, talvez os quatis também, mas


as cores das flores, por mais que você tenha isso na foto...assim não, não

consegue capturar tudo. Nem o vídeo consegue capturar." eu acho que muita gente perde sabe?"
MOTIVAÇÃO
ATRIBUTOS

PERCEPCIÓN DIRECTA Y VIRTUAL DEL PAISAJE EN EL PARQUE NACIONAL IGUAZÚ


TRIPADVISOR
TRIPADVISOR
REFERÊNCIAS

CATARATAS DO IGUAÇU: PERCEPCIÓN DIRECTA Y


EXPERIÊNCIAS E REGISTROS VIRTUAL DEL PAISAJE EN EL
DE UMA PAISAGEM PARQUE
TURÍSTICA NACIONAL IGUAZÚ

MAURÍCIO RAGAGNIN PIMENTEL, NORA MADANES, ANA FAGGI,

2010 PATRICIA PERELMAN, 2013

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