O Brasil, historicamente e antropologicamente foi constituído de
forma singular, em comparação com outras sociedades da américa colonial, como o texto traz, o brasil é e era, de fato, um pais miscigenado, isto é visto até nos dias atuais, nossa herança genética é única, mas atenção, é necessário ter uma visão mais ampla. O brasil, antes do processo de “Branqueamento” era uma nação formada por negros, em sua maioria, índios e alguns colonos portugueses, ainda não existiam alemães, italianos, poloneses ou japoneses em nossas terras, portanto, a “identidade nacional” ainda estava se formando e nossa pele era escura, assim como o Brasileiro como povo. Estas diferentes culturas línguas e cores, se formaram de diferentes formas e em diferentes estados da federação de maneiras singulares, como por exemplo o estado de SC em contraste com o estado do Pará. A colonização foi feita de maneira diferente, isto influenciou tanto na cultura local, como na fisionomia e cor de cada pessoa que vive lá. Nosso pais em comparação com outros da américa latina, do Norte e central, foi muito mais “aberto a miscigenação”, argentina praticamente exterminou com os negros depois de sua abolição, estados unidos é um local onde a segregação ainda está presente de maneira clara, tem o bairro do Negro, do Branco, do Mexicano, do Chinês. No Brasil, isto se deu de maneira diferente, o local onde há predominantemente negros são nas favelas, nas vilas, nos bairros pobres, mas muito em função de sua herança escrava, foram largados a própria sorte e se estabeleceram “onde dava”. Outra diferença ainda visível é a pele clara dos negros brasileiros em comparação com outros de outros países. Assim como o conceito de Branco muda de pais para pais, ou ainda, de estado para estado. O conceito de branco no sul do país é diferente do norte do pais. O Brasil possui uma cultura, uma língua e um povo que têm sim identidade, mas uma identidade complexa, onde várias culturas e povos se relacionaram ao mesmo tempo umas com as outras, assim foi possível um intercâmbio de costumes e trejeitos entre Trabalho complexo de Zé carioca
elas. Isto forma a identidade de uma nação, queiram ou não os
políticos, autores ou quem seja, não seria aceito se não fosse real. Ela ocorre naturalmente, é um processo inevitável, a menos que o conceito de segregação americano, “vire moda” entre os brasileiros nas próximas gerações. O que duvido muito que aconteça, ainda mais nas classes média e baixa, Brasileira. Minha visão sobre miscigenação e intercâmbio cultural é positiva, ela realmente cria, como já criou, uma identidade Brasileira, levando em consideração a realidade de cada região do país e sua classe social. A figura do malandro, do jeitinho brasileiro, foi criada nesse contexto, generalizando o Brasileiro como um todo. Fato inverídico, mas verídico ao mesmo tempo, o jeito Brasileiro existe sim, mas em sua grande maioria é apenas o jeito Brasileiro de ser, não é algo nocivo, como pode ser visto e vendido. Somos um povo trabalhador e batalhador. Mesmo assim a corrupção pode ser vista como o lado negativo do “jeitinho brasileiro”. Incorporado pelos políticos, mesmo que seja algo existente em todo lugar, é mais um estereótipo vendido para o exterior do que propriamente uma verdade. Texto traz como exemplos a figura do boleiro, visto como herói nacional, na figura de Romário que apostava com o técnico que se fizesse 3 gols quando jogava no Barcelona podia pedir substituição para ir ao carnaval do Rio no meio do jogo. (Fato que ocorreu e ele fez os 3 gols). Figuras assim ajudaram a criar o mito do Brasileiro malandro ou do jeito brasileiro, seja aqui ou no exterior. Coisas antes malvistas se tornaram algo positivo com o passar do tempo, muito por causa da busca por uma identidade nacional. Algo que foi em sua maioria abraçado pelos brasileiros e hoje se tornou comum em nossa realidade. Vejo essa incessante busca como algo que foi positivo, algo que deixou nosso povo e cultura singulares e aproximou diferentes raças e culturas de forma que uma não excluí a outra. Acho o conceito de apropriação cultural muito delicado, é um termo usado para indicar algo negativo, que empobrece ou enfraquece uma certa cultura. Acho um conceito que pode ser Trabalho complexo de Zé carioca
segregacionista, que pode impedir o intercâmbio entre duas
culturas ou a vivencia harmônica entre ambas, vivemos em um país multicultural, onde duas pessoas com costumes diferentes podem ou vão compartilhar a sua cultura em algum momento, se não for de maneira pejorativa, é claro. Quem não é descendente de alemães não pode preparar uma cuca? Um branco não pode fazer capoeira ou usar tranças? Mesmo se ele se identificar com aqueles costumes ou viver naquele meio? Parece-me um conceito americano ou estrangeiro, trazido para nós por grupos que precisam incessantemente de autoafirmação e querem se diferenciar de outros grupos étnicos locais.