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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO

CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE COELHO NETO - CESCN


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS LICENCIATURA
DISCIPLINA: BIOGEOGRAFIA
PROFESSOR: GERANE CELLY BEZERRA DIAS

DISCENTE: CARLA YARA XIMENES COSTA OLIVEIRA

ATIVIADADE ASSINCRONA REFERENTE A AULA- 28/06/2021

Discorra sobre o que são regiões biogeográficas, indicando quais as


existentes atualmente e definindo a qual (ais) área (as) corresponde (em).
Em seguida, discorra sobre como a divisão da terra em diferentes regiões
influenciou na distribuição das espécies.

Desenvolvimento:

Sabemos que hoje diferentes espécies de animais e vegetais ocupa uma


área particular, ou seja, uma superfície, de extensão variável, na qual os
indivíduos se encontram de forma espontânea. Dessa forma, é possível
distinguir sete regiões biogeográficas na Terra: Neártica (América do
Norte), Neotropical (Américas Central e do Sul), Antártica, Paleártica (Europa e
Ásia), Oriental (Ásia meridional), Etiópica (África) e Australiana.
As áreas de distribuição geográfica dos seres vivos são classificadas, em
função de sua extensão e sua configuração, em quatro tipos principais:
Uma área cosmopolita é a que cobre a maior parte da biosfera. Os animais e
os vegetais relacionados com o ser humano, como as moscas, os ratos, os
ácaros, muitos fungos e bactérias, são exemplos de organismos com esse tipo
de área de distribuição.
Uma área circunterrestre estende-se ao redor do globo e está localizada
entre limites de latitude específicos. Por exemplo, a área circumboreal, onde
vivem os ursos polares; a área circuntemperada, onde se encontram o carvalho
e o castanheiro; ou a área circuntropical, onde vivem as palmeiras.
Uma área disjunta caracteriza-se por estar fragmentada em duas ou mais
partes, de tal forma que os indivíduos de uma parte não podem chegar à outra
parte e vice-versa. Por exemplo, a família dos camelídeos apresenta-se

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distribuída por uma área disjunta: os gêneros Lama (lhama e guanaco) e
Vicugna (vicunha e alpaca) estão localizados na América do Sul, ao passo que
o gênero Cameius (camelo e dromedário) habita a África e a Ásia.
Uma área endêmica é a que está localizada em um território restrito. O
endemismo está muitas vezes relacionado com uma barreira qualquer que, em
determinado momento, acabou ocasionando o isolamento da fauna e da flora
de uma região em relação às regiões vizinhas. Tais barreiras podem ter
distintas origens: geográfica, como é caso das ilhas; ecológica, como nas
glaciações; e genética, quando são determinadas por mutações. Existem dois
processos que necessitam ser explicados para que se possa compreender
claramente tanto a história como teoria biogeográfica: vicariância e dispersão.
Gillung (2011, p.02) diz que:

Estes processos são os principais responsáveis por moldar os


padrões de distribuição dos organismos. No Caso da
dispersão, partimos de uma população ancestral de um dado
grupo de organismos que originalmente ocorria em apenas
uma das áreas hoje ocupadas por tal grupo. Posteriormente,
está população ampliou sua distribuição em se dispersou para
outras áreas, ultrapassando barreiras preexistentes. Por fim, as
duas populações isoladas pela barreira se diferenciaram com o
passar do tempo em espécies diferentes.

Sob outra perspectiva, nos eventos de vicariância, a população ancestral


ocupava a somatória das áreas atualmente habitadas por seus descendentes,
e esta população foi posteriormente subdividida em duas populações pelo
surgimento de uma barreira. Dessa forma, a biogeografia histórica nos deixa
claro que os processos históricos de alterações no habitat podem ser utilizados
para dar explicação aos padrões diferentes do esperado ao acaso. Ela mostra
várias metodologias que possibilita reconstruir a história e o relacionamento
entre as áreas, por meio do estudo das espécies que as ocupam. Na dispersão
vários processos ocorrem possibilitando os indivíduos de uma certa espécie se
fixarem em algum local diferente de onde seus progenitores viviam. Qualquer
“produto” da evolução, consequentemente, torna-se força eminentemente
importante viabilizando a padrões específicos de dispersão ou a tendência de
se dispersar.
Para entender melhor a distribuição das espécies, é necessário falar sobre
a teoria da deriva continental. A idéia da deriva continental foi proposta pela

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primeira vez por Alfred Wegener em 1912. Em 1915 publicou o livro "A origem
dos Continentes e dos Oceanos", onde propôs a teoria, com base nas formas
dos continentes de cada lado do Oceano Atlântico, que pareciam se encaixar.
Alfred Lothar Wegener apresentou esta teoria utilizando aspetos morfológicos,
paleoclimáticos, paleontológicos e litológicos.
Com relação às rochas, haveria coincidência das estruturas geológicas nos
locais dos possíveis encaixes entre os continentes, tais como a presença de
formações geológicas de clima frio nos locais onde hoje imperam climas
tropicais ou semi-tropicais. Estas formações, que apresentam muitas
similaridades, foram encontradas em localizações como a América do Sul,
África e Índia. As evidências fósseis também são bastante fortes, tanto vegetais
como animais. A flora Glossopteris aparece em quase todas as regiões do
hemisfério sul, América do Sul, África, Índia, Japão, Austrália e Antártida. Um
réptil terrestre extinto do Triássico, o Cinognatus, aparece na América do Sul e
na África e o Lystrosaurus, existe na África, Índia e Antártica. O mesmo
acontece com outros répteis de água doce que, evidentemente, não poderiam
ter nadado entre os continentes. Se estes fósseis existem em vários
continentes distintos que hoje estão separados por milhares de quilômetros de
oceano, os continentes deveriam estar unidos, pelo menos durante o período
Triássico.
Portanto a hipótese alternativa para estas evidências seria uma hipotética
ligação entre os continentes (pontes de terra como a Beríngia) que atualmente
estaria submersas.

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Referências

GILLUNG, Jéssica Paula. Biogeography: the history of life on Earth. Revista da


Biologia. Departamento de Zoologia, Instituto de biociências, São Paulo, Vol.
Esp, p. 1-5, nov.2011. Disponivel em:
http://www2.fct.unesp.br/docentes/geo/raul/biogeografia_saude_publica/aulas%202014/3-
historia%20biogeografia.pdf. Acesso: em 03 jul 2021.

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