Você está na página 1de 4

Na primeira metade do século XX, Portugal era

Geografia
um país de trabalhadores emigrantes, sobretudo
para:

→ América: Brasil, EUA, Canadá e Venezuela;


Mobilidade da População → África do Sul;
Migração – deslocação de pessoas de uma área → Europa: França; RFA; Reino Unido,
para outra com mudança de residência. Luxemburgo e Suíça.

MIGRAÇÕES Nos anos 90 passou a um país de acolhimento


para alguns milhares de imigrantes da África, do
Quanto à área: Brasil, da Europa Central e de Leste.
 Internas Os “Retornados” das colónias, os imigrantes
→ Êxodo Rural; dos PALOP, os imigrantes brasileiros, e os
→ Pendular; imigrantes da Europa Central e de Leste, foram
→ Urbano. os quatro movimentos de imigração que
 Externas ou Internacionais marcaram profundamente a demografia e a
→ Intra continental; sociedade.
→ Intercontinental.
CONSEQUÊNCIAS
Quanto à forma:
Demográficas:
 Voluntárias
 Quebra da pop. jovem e adulta;
→ Económicas.
 Diminuição da TN e da TF:
 Forçadas
 Envelhecimento da população;
→ Bélicas;
 Diminuição da pop. residente.
→ Perseguições políticas/religiosas/étnicas;
→ Desastres Naturais. Socioeconómicas:
Quanto à legalidade:  Diminuição da pop. ativa, que levou nas
áreas rurais, por um lado ao abandono dos
 Legais campos e, por outro, ao esforço de
 Clandestinas / Ilegais mecanização dos campos agrícolas;
Quanto à duração:  Perda de riquezas para o país de emigração;
 Entrada de divisas estrangeiras com as
 Temporárias poupanças dos emigrantes depositadas em
→ Sazonais. Portugal.
 Definitivas
→ Longa duração. Estrutura Etária da População
A estrutura etária da população é a composição
ÊXODO RURAL da população por idades.
Movimento de saída da população das áreas  Evolução da estrutura etária de 1960 a 2011:
rurais para as áreas urbanas.
1960 2011
ÊXODO URBANO 0 – 14 29% 15%
15 – 64 63% 66%
Movimento de saída da população do interior das 65 e + 8% 19%
áreas urbanas para as áreas rurais ou arredores
das cidades.
 Significativo aumento da percentagem de
MIGRAÇÕES SAZONAIS idosos;
Migrações que se efetuam numa determinada  Redução importante da percentagem de
época do ano, com alguma periodicidade no jovens.
tempo.
Duplo Envelhecimento
Ex: para alguma tarefa agrícola.
 Ligeiro incremento do grupo dos adultos.
→ O gráfico que representa a estrutura etária é a Em 2021, espera-se:
pirâmide etária ou de idades.
→ Que apenas 13% da população tenha menos
→ Fácil leitura dos dados relativos à estrutura
de 15 anos;
etária;
→ O peso estimado da população idosa atingirá
→ Permitem, através da sua forma, visualizar
os 21%.
algumas das características das populações
que representam; ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO
→ Revelam ainda alguns acontecimentos
passados e permitem fazer projeções Relação (/) entre o nº de idosos e o nº de jovens.
futuras. Em 2011 agravou-se para 128 (por cada 100
O CONHECIMENTO DA ESTRUTURA ETÁRIA jovens há 128 idosos).
DE UMA POPULAÇÃO

O fenómeno do envelhecimento é mais


→ É fundamental em termos de processo de acentuado nas mulheres, refletindo a sua maior
longevidade.
planeamento.
→ No domínio dos equipamentos coletivos 2019 – IE – 161,3%
(escolas, hospitais, lares de idosos, etc…);
→ Na tomada de decisões estratégicas (ao DISTRIBUIÇÃO ETÁRIA DA POPULAÇÃO
nível do emprego, da segurança social, da LITORAL INTERIOR
habitação etc…). Menor IE Maior IE
Maior TN Menor TN
→ Permite-nos confirmar que o envelhecimento Menor TM Maior TM
demográfico no nosso país tem vindo Maiores fluxos de entrada Maiores fluxos de saída
progressivamente a acentuar-se.

ÍNDICE DE DEPENDÊNCIA TOTAL (IDT)


Quer pela base da pirâmide etária (diminuição da
Estabelece a relação entre a população
população jovem) quer pelo topo (aumento da
dependente (em idades não ativas) e a
população idosa).
população em idade ativa.
A evidência de um evento que tenha 𝑗𝑜𝑣𝑒𝑛𝑠 + 𝑖𝑑𝑜𝑠𝑜𝑠
condicionado a natalidade ou a mortalidade 𝐼𝐷𝑇 =
𝑎𝑑𝑢𝑙𝑡𝑜𝑠
num determinado ano faz-se sentir na pirâmide
através de uma alteração da sua forma. Se o valor é elevado: existência de uma maior
dependência dos jovens e/ou idosos
É comum, por exemplo, aparecerem classes relativamente à população em idade ativa.
ocas em anos onde se registou uma diminuição
da natalidade ou um aumento inesperado de Se o valor é baixo: o nível de dependência é
mortalidade (epidemias, situações pontuais de reduzido.
fome, guerra, catástrofes naturais, etc.).
Em Portugal o índice de dependência total tem
CLASSES OCAS vindo a aumentar passando de 48,5% em 2005
para 51,3% em 2011.
Classes etárias que representam uma redução
do número de efetivos relativamente à classe
etária superior, devido a acontecimentos
Este comportamento resulta de dois mecanismos:
passados tais como:
uma ligeira quebra no índice de dependência de
 Epidemias; jovens (mais elevado – AML, RAA, RAM e mais
 Situações pontuais de fome; baixo – Norte, Centro, Alentejo) e a um aumento
 Guerra; evidente do índice de dependência de idosos
 Catástrofes naturais. (mais elevado – Alentejo, Centro e mais baixo –
AML, RAA, RAM).
𝑖𝑑𝑜𝑠𝑜𝑠 𝑗𝑜𝑣𝑒𝑛𝑠
𝐼𝐷𝐼 = 𝐼𝐷𝐽 =
𝑎𝑑𝑢𝑙𝑡𝑜𝑠 𝑎𝑑𝑢𝑙𝑡𝑜𝑠
Portugal tem, assim, o enorme desafio de -pela crescente feminização nos serviços;
encontrar o mais rapidamente possível um novo -pelo aparecimento de novas atividades;
modelo de financiamento de sistema de -pelo desenvolvimento dos serviços sociais e
Segurança Social, procurando garantir, de forma de administração pública;
justa e equilibrada, os respetivos direitos sociais -pelo desenvolvimento da educação e saúde;
(pensões, subsídios, abonos, etc.). -pelo crescimento do comércio;
-pelo aumento e diversificação do turismo, lazer
e cultura;
A ESTRUTURA DA POPULAÇÃO ATIVA -pelo desenvolvimento técnico e tecnológico da
agricultura e indústria.
A população ativa constitui um importante
recurso para o desenvolvimento do país, na
medida em que a mão de obra representa um dos
NÍVEL DE INSTRUÇÃO E QUALIFICAÇÃO
principais fatores disponíveis para a criação de PROFISSIONAL
riqueza.
O futuro de Portugal depende cada vez mais do
A taxa de atividade teve como evolução bastante
esforço realizado ao nível de qualidade de
positiva ao longo da 2ª metade do séc. XX.
formação da sua população.
À qualificação profissional estão associados os
→ Nos últimos anos a taxa de atividade tem baixos níveis de instrução da população.
mantido valores acima dos 70%. DISTRIBUIÇÃO REGIONAL
→ Portugal manteve, na última década, uma taxa
superior á média da UE. → Concentração da população com maiores
graus de instrução nas áreas urbanas mais
 Situação que poderá vir a alterar-se num futuro importantes;
próximo, fruto da crise global que atualmente → Indicadores de qualificação muito
se atravessa. preocupantes nos concelhos mais rurais;
→ Esta disparidade regional para além de
𝑛º 𝑑𝑒 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠
𝑇𝐴 = socialmente inaceitável, coloca em causa a
𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 própria coesão nacional.
O sexo masculino apresenta habitualmente Houve, contudo, progressos significativos nas
valores mais elevados, embora nos últimos anos a últimas décadas, dos quais podemos destacar:
diferença tenha vindo progressivamente a
atenuar. -valores cada vez mais baixos da TA;
-diminuição das situações de abandono
precoce da educação e formação;
ESTRUTURA PROFISSIONAL DA POPULAÇÃO -aumento progressivo das taxas de reais de
escolarização;
Desde a década de 1950 Portugal sofreu uma -aumento significativo de alunos a frequentar
enorme transformação. formações pós-licenciatura (mestrados e
doutoramentos);
-maior peso do sexo feminino no total de
Quase metade da população trabalhava no setor diplomados no ensino superior;
primário, o que evidenciava o fraco -enormes investimentos ao nível da divulgação
desenvolvimento económico do país. das TIC e da renovação do parque escolar.

A estrutura profissional foi-se alterando de


forma progressiva, setores secundário e
terciário foram aumentando o seu peso relativo
em detrimento do setor primário.

Terciarização do emprego
PRINCIPAIS PROBLEMAS A distribuição da população
SOCIODEMOGRÁFICOS
no território nacional
Uma estrutura etária envelhecida acarreta
consequências diversas que se prendem com o Portugal tem conhecido um crescimento
aumento das despesas sociais do Estado ao demográfico assimétrico e marcado pela
nível: litoralização e pela bipolarização.

-do pagamento das pensões de reforma;  Litoral muito povoado;


-do sistema nacional de saúde;  Interior despovoado.
-dos serviços de apoio e equipamentos para
idosos, como lares e centros de dia; → Dois polos de concentração populacionais:
-do decréscimo da fecundidade, diminuem os AML e AMP.
escalões etários com maior fecundidade:
-da diminuição da população ativa, decresce o → Açores:
número de jovens em resultado da quebra da Crescimento da população em alguns
fecundidade; municípios de S. Miguel e Terceira. Restante em
-da diminuição do empreendedorismo. perda de população.

O declínio da fecundidade ao acarretar o → Madeira:


decréscimo do número de jovens tem como Crescimento populacional especialmente nos
consequências, por exemplo: municípios da vertente sul da ilha, com destaque
para o Funchal.
→ A diminuição das contribuições para a SS,
o que poderá provocar a rutura do sistema de FATORES
pensões e de reformas;  Naturais:
→ A introdução de alterações no funcionamento → Clima;
do sistema de SS, tais como o aumento da → Relevo;
idade da reforma, a redução do valor das → Fertilidade dos solos.
pensões e das reformas.
INCENTIVOS À NATALIDADE E QUALIFICAÇÃO  Humanos:
DE MÃO DE OBRA → Mobilidade da população;
→ Acessibilidade;
O Aumento da Natalidade
→ Fixação de atividades económicas;
Progressos ao nível da: → Atração urbana.

 Assistência medica materno infantil;


 Alargamento da licença de paternidade;
 Boa vontade de presidentes da câmara de
áreas deprimidas do interior, que visam, com
um pequeno contributo, fixar a população e
aumentar a natalidade na região.
Medidas socias que incentivam o aumento da
natalidade:

 Aumento do abono de família;


 Aumento da rede de infantários e creches
públicas;
 Na redução de impostos para famílias
numerosas;
 No aumento do período de licença de
paternidade;

Você também pode gostar