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Pintura de Tanques:

1. Pintura Industrial
1.1 Preparação da Superfície

1.1.1 Estado Inicial de Oxidação (Grau de Intemperismo

1.1.2 Limpeza de Superfície por Ação Físico Química

1.1.3 Jateamento Abrasivo

1.1.3.1 Graus de Preparação da Superfície de Aço Com Jato Abrasivo

1.1.3.2 Equipamentos Necessários

1.1.3.3 Abrasivos

1.1.3.4 Cabine de Jato

1.1.3.5 Condições Ambientes

1.1.3.6 Cuidados Básicos no Processo

1.1.3.7 Perfil de Rugosidade

1.1.3.8 Segurança e Saúde

1.1.3.8.1 Para o Jatista Operando Equipamento de Jateamento Abrasivo

1.1.3.8.2 Para o Operador de Máquina de Jateamento Abrasivo e ajudante

1.1.4 Tratamento com Hidrojateamento

1.1.5 Tratamento com Ferramentas Manuais e Mecânicas

1.1.5.1 Tratamento com Ferramentas Manuais

1.1.5.2 Tratamento com Ferramentas Mecânicas

1.1.5.3 Graus de Preparação de Superfícies de Aço

1.1.5.4 Segurança e Saúde

1.2 Aplicação da Pintura

1.2.1 O Processo

1.2.2 Principais Tipos de Tintas

1.2.2.1 Noções Básicas Sobre Tintas

1.2.2.2 Classificação das Tintas Quanto a Ordem de Aplicação no

Esquema de

Pintura

1.2.3 Principais Métodos de Aplicação

1.2.3.1 Trincha

1.2.3.2 Rolo

1.2.3.3 Pistola Convencional (ar comprimido)

1.2.3.4 Pistola Sem Ar (Air Less)

1.2.4 Preparação de Tintas e Condições Ambientais

1.2.4.1 Preparação de Tintas

1.2.4.2 Condições Ambientes

1.2.5 Previsão do Consumo de Tinta

1.2.5.1 Rendimento Teórico de uma Tinta (RT)

1.2.5.2 Rendimento Real ou Prático de uma Tinta (RP)

1.2.6 Tipos de Tintas Utilizadas na Petrobras

1.2.7 Compatibilidade entre Tintas

1.2.8 Aplicações Típicas de Tintas

1.2.8.1 Noções de Esquema de Pintura

1.2.9 Ensaios e Testes

1.2.9.1 Tintas

1.2.9.2 Umidade Relativa do Ar e Temperatura

1.2.9.3 Película

1.2.9.4 Aderência

1.2.9.5 Espessura de Película Úmida (EPU)

1.2.9.6 Espessura de Película Seca (EPS)

1.2.9.7 Descontinuidade

1.2.10 Segurança e Saúde

1. PINTURA INDUSTRIAL

Dentre as medidas existentes para a prevençao da corrosão, sem nenhuma dúvida, a


aplicaçao de revestimento para recobrimento das estruturas, isolando a estrutura do meio
corrosivo, é a técnica de maior aplicaçao prática. Dentro dos diferentes tipos de revestimentos,
a pintura industrial dos equipamentos e instalações se torna a mais importante, principalmente
no que diz respeito aos seus custos, tanto de produto como de aplicação.
Com isso, pintura industrial e sua manutenção possuem um grande destaque no
investimento necessário à construção das unidades industriais, garantia de sua integridade
estrutural e continuidade operacional. Assim, a atividade de inspeçao de pintura se torna
fundamental para o controle do processo e do produto final. Os inspetores ajudam a subsidiar
todo o processo de qualidade das fabricações, evitando que haja um comprometimento sério
na confiabilidade do processo.
O sucesso da pintura industrial está relacionado com os seguintes fatores:
- utilizaçao mão de obra qualificada;
- preparaçao da superfície a ser pintada;
- especificaçao das tintas utilizadas;
- realizaçao de inspeções ao longo de todo o processo.

1.1 PREPARAÇÃO DA SUPERFíCIE

O Sucesso do esquema de pintura depende do preparo da superfície a ser pintada, pois nada
adianta utilizar tintas de última geraçao se o preparo da superfície não for o adequado para
tinta a ser utilizada. A preparação da superfície tem como principal finalidade a remoça0 de
contaminantes e criar rugosidade na superfície, permitido assim a aderência da tinta ao
substrato.
Em primeiro lugar, devemos fazer uma inspeção visual em toda a superfície antes de ser
iniciada qualquer procedimento de limpeza ou preparação. O inspetor de pintura deve marcar
os locais onde existam vestígios de 61eo, graxa, cimento, concreto, gorduras, carepa de
laminação, pontos de corrosão e outros materiais estranhos (Tabela 1), além de classificar o
grau de corrosão da superfície.

Tabela 1- Defeitos Causados na Pintura


I, CONTAMINANTES I DEFEITOS CAUSADOS NA PINTURA
PO Prejudicam a aderência
! Ferrugem Prejudicam a aderência e causam bolha na tinta
I
Terra I Prejudicam a aderência
I i
Óleos e graxas Prejudicam a aderência
I
Sais Causam bolhas na tinta
I
3

ÁGUA LIQUIDA OU EM VAPOR

FIGURA 1- Formação de Bolhas

1.1.1 ESTADO INICIAL DE OXIDAÇÃO (GRAU DE INTEMPERISMO)

o grau de intemperismo de uma superficie de aço refere-se às condições em que a superfície


se encontra antes da execução do processo de limpeza O grau de oxidação da superflcie é
classificado com grau uA", "B", "C" ou "D", de acordo com os padrões visuais da norma ISO
8501-1, conforme descrito abaixo:

Grau A - superfície de aço completamente coberta de carepa de laminação intacta


e aderente, com pouca ou nenhuma corrosão;
Grau B - superffcie de aço com princIpio de corrosão atmosférica da qual a carepa
de laminação tenha começado a desagregar;
Grau C - superfície de aço da qual a carepa de laminação tenha sido removida
pela corrosão atmosférica ou possa ser retirada por meio de raspagem,
podendo ainda apresentar alguns alvéolos.
Grau D - superfície de aço da qual a carepa de laminação tenha sido removida
pela corrosão atmosférica e que apresenta corrosão alveolar de severa
intensidade.

'1'

FIGURA 2- Carepa de Laminação


4

1.1.2 Limpeza da Superfície Por Ação Físico Química

Aplicada antes de qualquer outra modalidade de preparo de superfícies, destina-se a remover


matérias estranhas, tais como óleo, graxa, terra e outros contaminantes. Os solventes são,
emulsões, desengraxantes, detergentes, água, vapor ou outros materiais e métodos que atuam
por ação fisico-qufmica.

1.1.3 Jateamento Abrasivo

Método de preparação de superfrcies de aço para pintura, pelo emprego de materiais abrasivo
tais como: granalha de aço, óxido de alumínio sintetizado, escória de cobre, dentre outros
abrasivos, impelidos por meio de ar comprimido ou através de força centrífuga. É o método
mais utilizado e eficiente na preparação de superfícies ferrosas.

Obs.: Este método utilizando areia esta proibido de ser utilizado no Brasil desde 2004 (NR 15)
em razão das partículas de sílica causar uma doença chamada silicose ("pulmão de pedra").

1.1.3.1 Graus de Preparação de Superfície de Aço com Jato Abrasivo

O grau de preparação de superffcie corresponde ao padrão de limpeza final da superfície antes


da aplicação do revestimento anticorrosivo e classificada conforme padrões visuais fotográficos
da Norma ISO 8501-1, conforme descrição abaixo.

Grau Sa 1 - Limpeza por jateamento abrasivo ligeiro;


- Carepa de laminação soltas, ferrugem e materiais
estranhos devem ser removidos;

- Não se aplica para o grau "Ande intemperismo;

- Padrões de Limpeza: BSa 1, CSa 1 e DSa 1.

Grau Sa 2 - Limpeza por jateamento abrasivo comercial;


- Quase toda a carepa de laminação, ferrugem
e materiais estranhos devem ser removidos;

- Não se aplica para o grau "A" de intemperismo;

- Padrões de Limpeza: BSa 2, CSa 2 e DSa 2.

Grau Sa 2 112 - Limpeza por jateamento abrasivo ao


metal quase branco;
- Garepas de laminaçao, ferrugem e materiais

estranhos devem ser removidos de maneira

tão perfeita que seus vestlgios apareçam

somente como manchas tênues ou estrias;


- Padrões de Limpeza: ASa 2 1/2, BSa 2 1/2
CSa 2 1/2 e DSa 2/2.

Grau Sa 3 - Limpeza por jateamento abrasivo ao


metal branco;
- Carepas de laminação, ferrugem e materiais
estranhos devem ser totalmente removidos;
- A superfície deve apresentar coloração metálica
Uniforme;
- Padrões de Limpeza: ASa 3, BSa 3, CSa 3 e DSa 3.

1.1.3.2 Equipamentos Necessários

A figura 3 ilustra os equipamentos necessários para realização do jateamento abrasivo.

1 - Compressor
2 - Mangueira de ar
3· Máquina de jato
4· Mangueira de abrasivo
5 Bico de jato
6· Válvulas de controle remoto
7· Filtro de ar
8 - Jato abrasIvo
9 - Abrasivo
10 - Capacete de segurança e filtro de ar
(6) 11 Roupa de couro ou de borracha

Figura 3 - Conjunto para Jateamento Abrasivo

1.1.3.3 Abrasivos

o abrasivo deve permitir que o perfil de rugosidade médio fique situado entre 40 e 85 Jlm,
podendo~se misturar abrasivos de granulometria diferentes de forma a se obter um perfil dentro
do valor desejado. O abrasivo pode ser reaproveitado e reutilizado para isso deve ser
aprovado nos ensaios (conforme Norma Petrobras N-9) onde são verificadas as seguintes
características:

~ Granalha . granulometria
. oxidação
. contaminações
6

- Outros . granulometria
. umidade
. contaminações

TABELA 2 - ALTURAS DE PERFIL OBTIDAS EM FUNÇÃO DO ABRASIVO

Abrasivo
II
Tamanho Máximo da
Partícula que
Atravessa Peneira
Altura Máxima
do Perfil
. Abertura, mm Nota 1
(~m)
Granalha de aço

(partículas angulosas).

ver Nota 2

N° 40 - G 80
0,42 40
60

N° 25 - G 50
0,7 25
85

N° 18 - G 40
1,0 18
90

N° 16 - G 25
1,2 16
100

I N° 12 - G 16
1,7 12
200

Granalha de aço

(esférulas). Ver Nota 2

N° 8-110
0,6 30
50

N° 8-230
1,0 18
80

N° 8-280 1,2
16
90

N° 8-330 I 1,4
147
95

Óxido de Alumínio
0,4 40
80

i 8interizado
I

Notas: 1) Refere-se a peneiras conforme especificação ABNT NBR NM-ISO 2395.


2) De acordo com a SAE RP J-444a.

FORMATO DAS PARTfCULAS E SUA INFLUÊNCIA NO PERFIL

• • • • • • • • • • • • • • •7:,;4'~~~\~*~.I;~~i
ARREDONDADO SHOT

~
ANGULAR GRIT

~
Figura 4 -Influência da Forma do Abrasivo no Perfil de Rugosidade
7

1.1.3.4 Cabine de Jato

A utilização de cabine de jato é uma pratica bastante utilizada quando se deseja fazer uma
reciclagem do abrasivo de forma reaproveitá-Io. A cabine de jato possui dispositivos para
separação da parte do abrasivo que virou pó, assim como os óxidos e outros resíduos
removidos da superfície jateada. O inconveniente é a limitação do tamanho dos equipamentos,
muitas vezes os mesmos têm que ser feitos por partes e com uma posterior montagem.

1.1.3.5 Condições Ambientes

No caso do jateamento abrasivo seco deve-se considerar as mesmas condições ambientes


para aplicação da tinta imediatamente após o término do jateamento, conforme abaixo:
- Umidade Relativa Máxima 85%;
- Temperatura mínima da superfície: 3° C acima do ponto de orvalho.;
- Temperatura ambiente 2: a 5° C.

1.1.3.6 Cuidados Básicos no Processo

Antes do início dos trabalhos de jateamento deve-se verificar a qualidade do ar, se


este encontra-se isento de umidade e óleo que devem ficar retidos no filtro de ar.
Após o jateamento, a superfície deve ser limpa por meio de escova, aspirador de pó
ou jato de ar seco, de forma a remover grãos de abrasivos e poeira. Se for feito o jato
com umidade relativa superior a 85% poderá ocorrer uma oxidação superficial
denominada de "flash rust" , o mesmo acontece se cair água na superfície jateada,
nestes casos o jato deverá ser repassado nas regiões atingidas.

1.1.3.7 Perfil de Rugosidade

Quando se jateia a superfície, consegue-se Limpeza e Rugosidade.


A rugosidade provocada pelo abrasivo na superfície pode ser medida e é chamada de
perfil de rugosidade ou perfil de ancoragem. A figura 5 mostra a influência do perfil de
rugosidade na primeira demão de tinta de fundo

RUGOSIDADE RUGOSIDADE RUGOSIDADE

EXCESSIVA INSUFICIENTE IDEAL

Figura 5 - Perfil de rugosidade


8

Para medição do perfil de rugosidade usamos um instrumento chamado rugosímetro (Figura 6),
e utilizamos o procedimento abaixo:

- Instrumentos:
Medidor de perfil de rugosidade do tipo agulha deslizante com precisão de pelo
menos 5 micrometros;
Padrões visuais (Norma NACE TM - 01170).

- Freqüência:
No primeiro metro linear ou no primeiro metro quadrado da área jateada e para
cada 30 miou 30 m2.

- Método:
Zerar o instrumento numa placa de vidro;
Selecionar uma região de 200 x 200 mm e efetuar 5 mediçOes, sendo uma no
centro e os demais em suas diagonais;

200

D
x
x 200
x x

o valor do perfil de rugosidade será obtido pela média aritmética das cinco
mediçOes efetuadas;

. Perfil de Rugosidade - Deve ser no minimo 40 !-Im e, no máximo, até 85 !-Im.

Figura 6 - Rugosimetro
9

1.1.3.8 Segurança e Saúde

1.1.3.8.1 Para o Jatista Operando Equipamento de Jateamento Abrasivo

a) equipamento autônomo de respiração (garrafa de ar comprimido), óculos de


segurança e ou protetores faciais;
b) roupa de jatista insuflada, totalmente vedada, impermeável e de resistência
comprovada ao impacto do abrasivo;
c) protetor auricular adequado a atividade e com fator de atenuação para reduzir a
exposição ao ruído a níveis aceitáveis.

1.1.3.8.2 Para o Operador de Máquina de Jato Abrasivo e Ajudante

a) em locais confinados, o ajudante deve fazer uso dos mesmos equipamentos de


proteção preconizados para o jatista;
b) em locais não confinados, deve fazer uso de máscara com filtro mecânico
(contra poeira) e protetor auricular adequados.

1.1.4 Tratamento com Hidrojateamento

Método de preparação de superfícies de aço para pintura pelo emprego de água sob alta
pressão [70 MPa a 170 MPa (10 000 psi a 25 000 psi)] ou ultra alta pressão [acima de
172 MPa (25 000 psi)]. Este processo não abre perfil de ancoragem, portanto fica restrito a
pintura de manutenção.

1.1.5 Tratamento com Ferramentas Manuais e Mecânicas

1.1.5.1 Tratamento com Ferramentas Manuais

Procedimentos que compreendem o emprego manual de escovas, espátulas, lixas, martelos,


raspadores, picadores, outras ferramentas manuais de impacto, ou a combinação das
ferramentas citadas. É exigida a remoção da carepa, óxidos, ferrugem e tinta antiga soltas,
bem como outros contaminantes prejudiciais. Não se espera, porém que toda a carepa, óxido,
ferrugem e tinta antiga sejam removidas por este processo. É aceitável a permanência de
oxidação ou pintura firmemente aderida.

1.1.5.2 Tratamento com Ferramentas Mecânicas

Método de tratamento que compreende o emprego de ferramentas elétricas ou pneumáticas,


escovas de copo rotativo, lixadeiras ou esmerilhadeiras rotativas, pistoletes de agulha ou
outras ferramentas de impacto ou rotativas ou a combinação de ambas. É exigida a remoção
de placas de ferrugem, ferrugem e tinta antiga soltas, bem como outros contaminantes
prejudiciais à pintura. Não se espera, porém que toda carepa, óxidos, ferrugem e tinta antiga
sejam removidas por este processo. É aceitável a permanência de oxidação ou pintura
firmemente aderida.
10

1.1.5.3 Graus de Preparação de Superfícies de Aço

o grau de preparação de superflcie corresponde ao padrão de limpeza final da superfície antes


da aplicação do revestimento anticorrosivo e classificada conforme padrões visuais fotográficos
da Norma ISO 8501-1, conforme descrição abaixo.

Grau St 2 - Superfície de aço completamente raspada com raspador ou


metal duro e escovada manual ou mecanicamente com escova
de aço, esmerilhamento etc. O tratamento deve remover a
carepa de laminação solta, a ferrugem e qualquer material. A
superfície deve ser limpa, imediatamente, com aspirador, com ar
seco e comprimido ou escova de pêlo. O aspecto deve
corresponder às gravuras com designação St 2. Esta limpeza
não se aplica a superfícies que apresentam Grau A de
intemperismo original. Para as demais, os padrões de limpeza
são: BSt 2, CSt 2 e DSt 2;

Grau St 3 - Superfície completamente raspada e escovada manual ou


mecanicamente com escova de aço, esmerilhamento, mas de
maneira muito mais minuciosa. A superfície deve ser tratada
como em St 2, mas de maneira muito mais rigorosa. Depois da
remoção do pó, a superfície deve apresentar brilho metálico
claro. O aspecto deve corresponder às gravuras com designação
St 3. Esta limpeza não se aplica a superfícies que apresentem
Grau A de intemperismo original. Os padrões de limpeza
são: BSt 3, CSt 3 e DSt 3;

1.1.5.4 Segurança e Saúde

Se a superfície de aço se situar próxima de vapores e gases inflamáveis, devem ser


usadas ferramentas à prova de centelhas, o que reduz consideravelmente o
rendimento da operação.
11

1.2 AI.ICAÇÃO DE TINTA

1.2.1 O Processo

A seleção adequada do método de aplicação e a observação de alguns requisitos


básicos durante o processo têm influência relevante na performance do esquema de
pintura quanto às tintas utilizadas.
O processo de pintura tanto pode ser feito no campo quanto na fábrica, sendo que
este último apresenta vantagens em relação ao primeiro em razão de ser possível
fazer o controle das condições climáticas (temperatura do substrato, umidade relativa,
ponto de orvalho, ventos etc.) da cabine de pintura.

1.2.2 Principais Tipos de Tintas

1.2.2.1 Noções Básicas Sobre Tintas

A tinta possui uma composição líquida, geralmente viscosa, constituída de um ou mais


pigmentos dispersos em um aglomerante líquido, que ao sofrer um processo de cura
(secagem) quando estendida em película fina, forma um filme opaco aderente ao
substrato (superfície). Este filme tem a finalidade de proteger e embelezar as
superfícies.
Os constituintes da tinta podem ser então voláteis e não-voláteis. Os solventes e
alguns aditivos são voláteis e parte das resinas, os pigmentos e alguns aditivos são
não voláteis. Quando se determina o teor de sólidos por massa de uma tinta, está se
determinando a matéria não-volátil presente na tinta. Os componentes básicos de uma
tinta são os seguintes:

Resina: parte não volátil da tinta que serve para aglomerar as partículas de
pigmentos. A resina é que denomina o tipo da tinta. Quando dizemos que a resina é
alquídica, significa dizer que a tinta é alquídica.

Ex.: Acrílica, fenólica, epóxi, poliuretano e etc.

Pigmento: material sólido finamente dividido, insolúvel no meio (na resina).


Confere a tinta cor, opacidade e propriedades anticorrosivas.

Ex.: Dióxido de titAnio (cor branca), cromato de Chumbo (cor amarela), fosfato de
zinco (proteção anticorrosiva).

Solvente: líquido volátil de baixo ponto de ebulição, utilizado nas tintas para
dissolver a resina.
12

SOLVENTE
(volátil)
I

RESINA
(nllo volátil)
11

PIGMENTO
(não volátil)
III

Figura 7- Composição da Tinta

I CONSTITUINTE % VOLATIL I NAO-VOLATIL


(%) (%)
I- SOLVENTES
(100% VOLÁTIL) 35 35 -
11- RESINA
i
(50% SÓLIDOS) 40 20 20
i

111- PIGMENTO
(100% SÓLIDOS) 25 - 25

TOTAL 100 55 45
I

Tabela 3

A Tabela 3 mostra uma tinta que foi fabricada com 35% de solventes que, por
definição, são 100% voláteis (ou seja, não deixam resíduos), com uma resina líquida
dissolvida em solventes, cujo teor é de 50%, isto é, metade (20%) é não-volátil e a
outra metade (20%) é volátil, e com pigmentos que são não - voláteis (o teor de
umidade, ou material volátil, não é significativo), ao ser ensaiada quanto ao teor de
sólidos por massa o resultado deveria ser um valor bem próximo de 45%.

1.2.2.2 Classificação das Tintas Quanto a Ordem de Aplicação no Esquema de


Pintura

Apenas com objetivo didático, faremos uma classificação das tintas levando em conta
a etapa da pintura em que são utilizadas:

- Tinta de fundo: é uma tinta que possui pigmentos com propriedades


anticorrosivas, de forma a proteger a superffcie. Essa proteção pode ser obtida
através da formação de uma barreira (alumínio lamelar), através da proteção
catódica (pó de zinco) e passivação anódica (fosfato de zinco). Esta tinta deve
possuir perfeita aderência ao substrato, uma vez que estão em contato direto com
os mesmos.

Tipos de tintas de fundo:

a} Temporárias (shop primer): proteger temporariamente o preparo da superfície


do aço. Ex.: N-1841
13

b) Condicionadora de aderência (wash primer): promover a aderência sobre


metais não ferrosos. Ex.: N-1261 e N-2198

c) Primária (primer): promover a proteção anticorrosiva. Podem ser aplicadas


sobre shop primer, condicionadoras e seladoras. Ex.: N-1277, N-1661 e N­
2630

- Tinta intermediária: tinta aplicada em alguns casos entre a tinta de fundo e a


tinta de acabamento para aumentar a espessura do esquema de pintura, ou seja,
aumentar a barreira. São mais baratas que a tinta de fundo e acabamento.

Tipos de tintas intermediárias:

a) intermediária (undercoat): espessar a barreira anticorrosiva, tipo AE elou HB.

b) uniformizadora (surface): utilizada na indústria automotiva para aumentar a


barreira com a finalidade de um melhor acabamento estético.

c) Seladora (tie-coat): pode ser aplicada como primeira demão sobre superfícies
porosas, como por exemplo, primer de zinco. Ex.: N-1202

- Tinta de acabamento: tinta aplicada sobre a tinta de fundo ou intermediária de


modo a conferir propriedades de cor e de impermeabilização. Devem ser
resistentes ao intemperismo.

Tipos de tintas de acabamento:

a) esmalte: demão estética colorida e protetora de todo o sistema. No caso de


pintura interna ou sujeita a imersão, o esmalte visa aumentar a proteção por
barreira.

Resina

Substrato
Verniz

Resina + Pigmento ---...

Substrato-_ _ _ _ _......
...
Tinta

Tinta de acabamento--i-~[~][[[~~[~[~~~
Tinta intermediária
Tinta de fundo _ _ _- .

Substrato _------..­

Esquema de Pintura
14

1.2.3 Principais Métodos de Aplicação

1.2.3.1 Trincha

É o mais elementar dos métodos de pintura, por ser uma ferramenta simples, de baixo
custo, além de não requerer grande capacitação do aplicador. É o método mais
adequado para a aplicação da primeira demão de tinta em cordão de solda,
reentrâncias, cantos vivos e demais acidentes, onde outros métodos de aplicação
poderiam deixar falhas, devido
à dificuldade de penetração ou a disposição da tinta. Conseguem-se altas espessuras
de película seca, mas possui baixa produtividade comparada com os demais métodos.

1.2.3.2 Rolo

É um método de aplicação que viabiliza a obtenção de elevadas espessuras por


demão, uniformidade nas espessuras, além de ter uma maior produtividade do que a
trincha. É um método indicado para pintura de grandes áreas planas ou com grande
raio de curvatura, na presença de ventos, onde a aplicação à pistola levaria a elevadas
perdas de tinta.

1.2.3.3 Pistola Convencional (ar comprimido)

Na pistola convencional (pistola a ar comprimido) a tinta depositada no recipiente é


expulsa em direção ao bico da pistola pela ação da pressão do ar. É um método muito
utilizado na aplicação em pintura industrial, tanto na pintura de campo como na de
oficina. É um método que apresenta grande produtividade na aplicação de tinta, tem
como característica principal a obtenção de uma espessura quase que constante em
toda a superfície pintada, o que dificilmente seria obtido nos métodos da trincha e do
rolo.

Como desvantagem, este método requer uma mão de obra mais qualificada, além de
se obter espessuras baixas em razão da diluição da tinta para permitir sua aplicação.
Também para tintas com espessuras superiores a 100 !-Im torna-se difícil à utilização
deste método. Além disso, o possui uma perda em torno de 25%, além de riscos na
segurança.

1.2.3.4 Pistola sem Ar (air less)

É um método utilizado para aplicação de tinta no campo. Comparado com os métodos


vistos anteriormente, é o que apresenta melhor rendimento e qualidade da pintura. Ao
contrário da pistola convencional, não há necessidade de diluição da tinta, consegue­
se obter grandes espessuras de película seca.
Existe hoje no mercado, pistola sem ar, em que a mistura dos dois componentes da
tinta, ocorre em uma câmara próximo ao bico de pulverização, evitando assim o risco
de perda das mangueiras depois de ultrapassado o "pot tife", tal problema era fator
que inibia a sua utilização, uma vez que as mangueiras utilizadas possuem um custo
elevado. Possui uma perda em torno de 15%.
15

Pistola J600 Airless


Bombas Airless
Figura 8 - Pistola Figura 9 - Bomba Airless

1.2.4 Preparação das Tintas e Condições Ambientes

1.2.4.1 Preparação das Tintas

Esta atividade é da responsabilidade do pessoal da execução com acompanhamento

e orientação do controle de qualidade (inspetor de pintura). Nesta etapa devem ser

observados os seguintes aspectos para cada embalagem da tinta misturada:

- bom estado de conservação;

- tempo de vida útil não ultrapassado (Shelf life);

- utilizar as armazenadas há mais tempo;

- relação de mistura entre componentes;

- solvente adequado com sua adição necessária.

Obs.: Algumas tintas (epõxi e poliuretano) possuem dois componentes (componente A

e Componente B) devendo-se ter um cuidado especial em respeitar a relação de

mistura dos componentes, principalmente quando se prepara frações da embalagem.

Estas tintas depois de misturadas devem ser respeitados os tempo de indução (tempo

necessário para início das reações) e o tempo de vida útil da mistura (pot life). O

Mecanismo de secagem desta tinta é através da polimerização.

Como bater Ihomogenel:rar' a tin....

Figura 10 - Diluição e homogeneização da tinta


16

1.2.4.2 Condições Ambientes

Para tintas convencionais a aplicação da tinta deve ser imediatamente após o término
do jateamento, obedecendo às condições abaixo:

- Umidade Relativa Máxima: 85% (exceto as tintas surface tolerant);


- Temperatura mínima da superfície: 3° C acima do ponto de orvalho;
- Temperatura máxima da superfície: 52° C (exceto para tintas a base de silicato
exceto para as tintas de fundo ricas em zinco à base de silicatos que, neste caso, é
de 40°C;
- temperatura ambiente: não deve ser feita nenhuma aplicação de tinta quando a
temperatura ambiente for inferior a 5°C, salvo quando se tratar de tintas cuja
secagem se opera exclusivamente pela evaporação dos solventes; tais tintas podem
ser aplicadas se a temperatura não for inferior a 2°C.

1.2.5 Previsão do Consumo de Tinta

1.2.5.1 Rendimento Teórico de uma Tinta (RT)

Consiste em determinar a área coberta em m2 por litro ou um galão de tinta, quando


aplicada em uma determinada espessura em IJm.

RT = SvxlO
EFS

Onde:

RT - Rendimento teórico em m2 por litros;

Sv - Teor de sólidos por volume em %;

EFS - Espessura de filme úmido em IJm.

Pode mos determinar a espessura de filme seco através da seguinte expressão:

Sv
EFS = EFUx­
100
Onde:

EFU - espessura de filme úmido.

Obs.:

1 Galão tem 3,6 litros

1 Balde tem 18 litros

17

1.2.5.2 Rendimento Real ou Prático de uma Tinta (RP)

Para o cálculo do rendimento prático de uma tinta devemos levar em conta as


seguintes considerações, além do teor de sólidos por volume:

18 Tipo de preparo da superfície e perfil de rugosidade obtido, ou seja, quanto maior o


perfil, maior o consumo de tinta;

28 Estado inicial de corrosão da superfície uma corrosão grau O leva a um consumo


maior de tinta;

38 O método de aplicação, utilizando pistola, há um maior desperdício do que a


aplicação por trincha;

48 As tintas de dois componentes que secam pelo mecanismo de polimerização


tendem a ter um índice de perda maior, pois é difícil preparar a quantidade
estritamente necessária, perdendo-se a sobra após decorrido o "pot life";

58 Etapa da aplicação influencia em razão das primeiras demãos terem que cobrir o
. perfil rugosidade e irregularidades da superfície, portanto, as demãos de tinta de
fundo tendem a ter um maior consumo que as demãos posteriores.

Fórmula para cálculo do Rendimento Prático

SvxF
Rp = - - ­
e
-+Cr
10

Rp --+ Rendimento prático em m2 por litros;

Sv --+ Teor de sólidos por volume em % ;

F --+ Fração aproveitável de tinta, depende do processo de aplicação. Ver tabela 1;

e --+ Espessura da película em ~m;

Cr --+ Coeficiente de rugosidade da superfície preparada. Ver tabela 2.

PROCESSO DE IFRAÇÃO APROVEITAvEL DA 1


APLICAÇÃO TINTA !

i
I
i
PINCEL OU BROCHA INTERIORES: 0,90 A 0.95
(estruturas e tubulações) EXTERIORES: 0,85 A 0,90
ROLO INTERIORES: 0.85 A 0,90

(cha(:)aria}
EXTERIORES: 0,80 A 0,85

PISTOLA CONVENCIONAL
INTERIORES: 0,75 A 0,80

(chaparia)
EXTERIORES: 0,65 A O 75

PISTOLA SEM AR ) INTERIORES: 0,85 A 0.90

(chaparia) EXTERIORES: 0,75 A 0,80

..
TABELA 4 - Fração Aproveltavel de Tintas
18

RUGOSIDADE COEFICIENTE
MÉDIA (!.Im) DE RUGOSIDADE - Cr

20 1,3
30 2,0
45 3,0
55 3,7
70 4,7
75 5,0
80 5,4
150 9,0
TABELA 5- Coeficiente de Rugosldade - Cr

Uma outra forma de calcular o rendimento prático é utilizando uma fórmula que
considera um fator de perda em relação ao rendimento teórico, o difícil é determinar
este fator, que vai depender muito da experiência profissional de quem vai fazer a
previsão do consumo de tintas.

RP = RT (1 - -Fp )
100

Onde:

RP -+ Rendimento prático em m2 por litros;

RT -+ Rendimento teórico em m2 por litros;

FP -+ Fator de perda.

1.2.6 Tipos de Tintas Utilizadas na Petrobras

As tintas como foi visto no item 1.2.2.1 possuem o nome em função da resina que as
compõem. Abaixo, são relacionadas às principais tintas utilizadas nos serviços de
pintura de tubulações na Petrobras com algumas de suas principais características:

N-1202 Tinta Ep6xi - Óxido de Ferro

Pot life (vida útil da mistura) (h): mino 6

Intervalo entre demãos (h): mino 8 e max. 72

Shelf life (tempo de armazenagem): 12 meses (40°C)

Teor de sólidos: por massa 50% e por volume 30%

N-1259 Tinta Alumínio Fen6lica

Intervalo entre demãos (h): mino 24

Shelf life (tempo de armazenagem): 12 meses (40°C)

Teor de sólidos: por massa 60% e por volume 50%

19

N-1261 Tinta de Aderência de Cromato Bãsico de Zinco e polivinilbutiral

Pot life (vida útil da mistura)(h): mino 8

Intervalo entre demãos (h): mino 12 e max. 72

Shelf life (tempo de armazenagem): 12 meses (40°C)

Teor de sólidos: por massa 18% e por volume 8,5%

N-1265 Tinta de Alcatrão de Hulha - Epóxi Poliamida

Pot life (vida útil da mistura) (h): mino 6

Intervalo entre demãos (h): mino 24 e max. 48

Shelf life (tempo de armazenagem): 12 meses (40°C)

Teor de sólidos: por massa 75% e por volume 65%

N-1277 Tinta de Fundo Epóxi - PÓ de Zinco amida Curada

Pot life (vida útil da mistura) (h): mino 4

Intervalo entre demãos (h): mino 18 e max. 24

Shelf life (tempo de armazenagem): 12 meses (40°C)

Teor de sólidos: por massa 85% e por volume 52%

N-1514 Tinta Indicadora de Alta Temperatura

Intervalo entre demãos (h): tipo 1 max. 24 e tipo 2 max. 16

Shelf life (tempo de armazenagem): 10 meses (35°C)

Sólidos por volume: tipo 1 mino 46% e tipo 2 mino 45%

Faixa de variação de cor: tipo 1 verde até 260°C e tipo 2 azul até 180 °C

N-1661 Tinta de Zinco Etil Silicato

Pot life (vida útil da mistura) (h): mino 4

Intervalo entre demãos (h): mino 30 e max. 48

Shelf life (tempo de armazenagem): 6 meses (40°C)

Teor de sólidos: por massa 75% e por volume 50%

N-1761 Tinta de Alcatrão de Hulha - Epóxi/Poliamina

Pot life (vida útil da mistura) (h): mino 6

Intervalo entre demãos (h): mino 24 e max. 48

Shelf life (tempo de armazenagem): 12 meses (40°C)

Teor de sólidos: por massa 80% e por volume 70%

N-1841 "Shop Primer" de Zinco Etil-Silicato

Pot life (vida útil da mistura) (h): mino 6

Intervalo entre demãos (h): mino 30 e max. 48

Shelf life (tempo de armazenagem): 6 meses (40°C)

Teor de sólidos: por massa 70% e por volume 40%

20

N-2198 Tinta de Aderência Epóxi - Isocianato

Pot life (vida útil da mistura) (h): mino 5

Intervalo entre demãos (h): mino 5

Shelf life (tempo de armazenagem): 6 meses (40°C)

Teor de sólidos: por massa 32% e por volume 17%

N-2231 Tinta de Etil- Silicato de Zinco Alumínio

Pot life (vida útil da mistura) (h): mino 2

Intervalo entre demãos (h): aplicada em demão única

Shelf life (tempo de armazenagem): 6 meses (40°C)

Teor de sólidos: por massa 65% e por volume 50%

N-2288 Tinta de fundo Pigmentada com Alumínio

Pot life (vida útil da mistura) (h): mino 3

Intervalo entre demãos (h): mino 16 e max. 48

Shelf life (tempo de armazenagem): 12 meses (40°C)

Teor de sólidos: por massa 80% e por volume 70%

N-2492 Esmalte Sintético Brilhante

Intervalo entre demãos (h): min.18 e Max. 72

Shelf life (tempo de armazenagem): 12 meses (40°C)

Teor de sólidos: por massa 50 % e por 38 volume %

N-2628 Tinta Epóxi Poliamida de Alta Espessura

Pot Ufe (vida útil da mistura) (h): mino 2

Intervalo entre demãos (h): mino 16 e max. 48

Shelf life (tempo de armazenagem): 12 meses (40°C)

Teor de sólidos: por massa 85% e por volume 80%

N-2629 Tinta de Acabamento Epóxi sem Solvente

Pot life (vida útil da mistura) (h): mino 1,5

Intervalo entre demãos (h): mino 12 e max. 24

Shelf life (tempo de armazenagem): 12 meses (40°C)

Teor de sólidos: por massa 95% e por volume 90%

N-2630 Tinta Epóxi - Fosfato de Zinco

Pot life (vida útil da mistura) (h): mino 2

Intervalo entre demãos (h): mino 16 e max. 48

Shelf life (tempo de armazenagem): 12 meses (40°C)

Teor de sólidos: por massa 85% e por volume 80%

21

N-2677 Tinta de Poliuretano acrílico

Pot life (vida útil da mistura) (h): mino 4

Intervalo entre demãos (h): mino 8 e max. 48

Shelf life{tempo de armazenagem): 6 meses (40°C)

Teor de sólidos: por massa 78% e por volume 68%

N-2678 Tinta Ep6xi Poliamida Pigmentada com Alumínio

Pot life (vida útil da mistura) (h): mino 2

Intervalo entre demãos (h): mino 16 e max. 48

Shelf life (tempo de armazenagem): 12 meses (40°C)

Teor de sólidos: por massa 85% e por volume 75%

N-2680 Tinta Ep6xi, Sem Solventes, Tolerantes a Superfície Molhadas

Pot life (vida útil da mistura) (h): mino 3

Intervalo entre demãos (h): mino 12 e max. 120

Shelf life (tempo de armazenagem): 12 meses (40°C)

1.2.7 Compatibilidade entre as Tintas

Uma questão importante a ser levado em conta na hora de comprar tintas para um
esquema de pintura é cornprar todas de um mesmo fabricante, ou seja, a tinta de
fundo, a intermediária e a de acabamento. Desta forma, teremos a garantia de todo o
esquema de pintura de um mesmo fabricante, pois seria difícil apurar
responsabilidades em uma eventual falha entre demãos de tintas de fabricantes
diferentes.

Para as tintas de solventes orgânicos, como regra geral,devemos sempre utilizar as


tintas com solventes mais fortes na demão inferior, pois caso contrário, poderão
ocorrer os seguintes defeitos: enrugamento, falta de aderência, sangramento,
descolamento da demão anterior. A figura abaixo mostra a seqüência a ser adotada.

Tinta de solvente mais fraco -----.

Tinta de solvente mais forte - - - - -


..

substrato

Esquema de Pintura

22

TABELA PRÁTICA DE COMPATIBILIDADE ENTRE CAMADAS

Primeira Camada
(I)
"C
cu cu
Camada Posterior c::: "C o
cu 'E 'E c::: o
o
o « cu cu
cu
.5:! § ~
'x
I

'x
.5:! ~ .scu ~C> o .
:J -o -o 'o .2 o .... o
'i: c::: = o c:::
o C'" a. a. (I) Õ
« « w w LL o.. cn_N
.­ C:::'­

Acrílica B NR B B B B B
Alquídica N B B B B B NR
Epóxi-Amina NR NR B B NR B B
I
~
• Epóxi-Amida NR NR B B NR B
• Fenólica B B B B B B
Poliuretano NR NR B B NR B
Silicato Inorgânico NR NR NR NR NR NR I NR
de Zinco

B == BOM RESULTADO NR == NÃO RECOMENDADO

1.2.8 Aplicações Típicas das Tintas

Para selecionarmos a tinta a ser utilizada, devemos consultar as normas Petrobras do


tipo procedimento, onde encontraremos a tinta especificada, em função do ambiente
corrosivo e condições de operação do equipamento a ser pintado. No exemplo
apresentado no item 1.2.2.7 é apresentado a aplicação das tintas N-1202, N1661 e
N-2628.

1.2.8.1 Noções de Esquema de Pintura

Entende-se como esquema de pintura a definição do preparo da superfície e da


especificação de tintas, abrangendo a seqüência da aplicação, espessuras, intervalos
entre demãos e cor. Abaixo é apresentado um esquema de pintura, para pintura
externa de tanque, sem isolamento térmico, operando a 400 c, situado próxima a orla
marítima.

A especificação do esquema de pintura para esta condição é encontrado na condição


7 da Norma Petrobras N-1205.
23

4.7 Condlçio 7

Tanques sem isolamento térmico. Tanques situados na afia marítima. Temperatura: da


ambiente até 60 "C. Produtos: quaisquer.

Nota: Aplicável a condiçOes especialmente agressivas, causadas por ventos fortes com
presença de areia e/ou de alta salinidade do ar (névoa saUna).
4.7.1 Tinta de Fundo

Aplicar 1 demão de tinta de zinco etil-silicato, conforme norma PETROBRAS N-1661, por
meio de pistola convencional (com agitação mecânica) ou pistola sem ar (com agitação
mecânica), com espessura minima de película seca de 75 J.lm. Caso haja necessidade de
retoque, utilizar o preparo de superfície manual ou mecânica (St 2 ou St 3) e aplicar a tinta
de fundo epóxi-pó de zinco amida curada, conforme norma PETROBRAS N-1277, em
2 demlos, com espessura mínima seca de 70 J.lm por demlo, por meio de rola, trincha ou
pistola sem ar. Observar um intervalo de, no mínimo, 18 horas e, no máximo, de 24 horas
entre as demãos.

4.7.2 nnta Intel'l'Mdiária

Aplicar 2 demlos, uma de tinta de fundo epóxi-óxido de ferro, conforme norma


PETROBRAS N-1202, por meio de rolo ou pistola sem ar, com espessura mínima de
pelicula seca de 30 J.lm; outra de tinta epóxi poliamida de alta espessura, conforme norma
PETROBRAS N-262B, por meio de rolo, trincha ou pistola sem ar, com espessura mfnima
de pelicula seca de 100 J.lm. O intervalo de aplicação entre a primeira tinta de intermediária
e a segunda deve ser de, no mínimo, 8 horas e, no máximo, 72 horas.

4.7.3 Tinta de Acabamento

4.7.3.1 Para produtos, tais como: gasolinas automotivas e de aviação, uslop" claro,
querosene, diesel, naftas, óleo cru, água potável e álcool etilico hidratado ou anidro, aplicar
1 demão de tinta de poliuretano acrílico, conforme norma PETROBRAS N-2677, na cor
branca (código 0095) conforme norma PETROBRAS N-1219, por meio de rolo ou pistola,
com espessura mfnima de pelfcula seca de 70 J.lm. O intervalo entre esta demão e a última
demão de tinta intermediária, deve ser de, no mfnimo, 16 horas e, no máximo, 48 horas. No
rodapé. nas faixas de identificação promocional deve ser aplicada 1 demão de poliuretano
acrílico, conforme norma PETROBRAS N-2677, nas cores estabelecidas pela norma
PETROBRAS N-4, com espessura minima de pelicula seca de 70 J.lm por demão, por meio
de rolo ou trincha.

4.7.3.2 Para produtos, tais como: asfalto, óleos combustiveis, gas6leo, aSfaHo, "slop"
escuro, óleos lubrificantes e água não potável, aplicar 2 demlos de tinta de alumínio
fenóUca, conforme norma PETROBRAS N-1259, na cor aluminio (código 0170) conforme a
norma PETROBRAS N-1219 (exceto no rodapé, faixa vertical adjacente às escotilhas de
medição e nas faixas de identificação promocional), com espessura mínima de película seca
de 25 J.lm por demão, por meio de rolo ou pistola sem agitador mecânico. O intervalo entre
as demãos deve ser de, no mínimo, 24 horas e, no máximo, 72 horas. No rodapé, nas faixas
de identificação promocional e na faixa vertical, devem ser aplicadas 2 demãos de esmalte
sintético brilhante, conforme norma PETROBRAS N-2492. nas cores estabelecidas pela
norma PETROBRAS N-4, com espessura mfnima de peHcula seca de 30 J.lm por demão. por
meio de rolo ou trincha. O intervalo entre as demãos deve ser de, no mfnimo. 18 horas e. no
máximo, 72 horas.
24

- Limpar com solvente conforme N-5 em 100% da área;


- Realizar preparo da superfície por meio de jato abrasivo padrão Sa 2 1/2 conforme
norma Petrobras N-9 em 100% da área.

Demão Tinta Cor Espessura Intervalo entre demãoF

in. 30 e max. 48 h
in. 8 e max. 72 h
in. 16 e max. 48 h
branca min. 8 e max. 48 h

P ---+ Pistola convencional (ar comprimido)

A ---+ Pistola sem ar Cair less spray)

T ---+ Trincha

1.2.9 Ensaios e Testes

As inspeções devem ser realizadas por inspetores certificados conforme a norma


PETROBRAS N-2004. Para a realização das inspeções que levem em conta a
espessura, considerar a espessura mínima de película seca especificada nas normas
de procedimento de pintura.

1.2.9.1 Tintas

Para cada lote de tinta recebido, devem ser comparados os resultados do certificado
de análise emitido pelo fabricante com a especificação da tinta.

1.2.9.2 Umidade Relativa do Ar e Temperatura

Efetuar medições de umidade relativa e de temperatura do ambiente antes do início


dos trabalhos de aplicação de tintas. Repetir as medições ao longo da jornada de
trabalho sempre que houver mOdificações ambientais, tais como: vento, neblina e
queda de temperatura.

1.2.9.3 Película

Examinar se cada demão de tinta (durante a aplicação e após a exposição) está isenta

de falhas e/ou defeitos, tais como:

a) escorrimento;

b) empolamento;

c) enrugamento;

d) fendimento;

e) crateras;

f) impregnação de abrasivo e/ou materiais estranhos;

g) descascamento;

h) oxidação/corrosão;

i) inclusão de pelos;

j) poros;

k) sangramento;

25

I) mancha menta;
m) pulverização seca.

1.2.9.4 Aderência

o teste de aderência deve ser efetuado após decorrido o tempo mínimo de secagem
para repintura de cada demão. Sempre que possível, o teste de aderência deve ser
realizado em corpos-de-prova (réplicas) representativos da superfície que está sendo
revestida. Desta forma, evita-se danificar a pintura aplicada sobre os equipamentos ou
estruturas. Caso isto não seja possível, o teste pode ser realizado na superfície que
está sendo revestida, desde que, posteriormente, a área danificada seja
adequadamente retocada.
Em tubulações, deve ser realizado, pelo menos, um teste para cada 100 m ou fração
do comprimento.

1.2.9.5 Espessura de Película Úmida (EPU)

Durante a aplicação da tinta, a espessura de película úmida deve ser criteriosa mente
acompanhada pelo inspetor de pintura, de modo a evitar variações inaceitáveis na
espessura de película seca. Em tubulações, deve ser realizada, pelo menos, uma
medição para cada 10m ou fração do comprimento.

1.2.9.6 Espessura de Película Seca (EPS)

A medição da espessura deve ser efetuada após decorrido o tempo mínimo de


secagem para repintura de cada demão. Em tubulações deve ser realizado, pelo
menos, uma medição de espessura para cada 25 m ou fração do comprimento.

1.2.9.7 Descontinuidade

o teste de determinação de descontinuidade deve ser efetuado após decorrido o


tempo máximo de secagem para repintura da tinta utilizada na última demão de
acabamento.

1.2.10 Segurança e Saúde

Devem ser adotadas as seguintes recomendações de segurança:

- Os locais de armazenamento de tintas devem ser providos de sistema de combate a


incêndio e não podem armazenar outro tipo de material.

- Na operação de pintura deve ser utilizada máscara com filtro mecânico (contra pó) ou
no caso de se trabalhar com solventes tóxicos com filtro químico (contra gases).

- Não é permitida a utilização de detector de descontinuidades em dias em que haja


perigo de descargas atmosféricas.

- As latas de tintas e solventes vazias, bem como todo material de consumo (lixas
devem ser separadas e descartadas de forma adequada de maneira que não causem
danos ao meio ambiente.

- Devem ser observadas as recomendações constantes da norma


ABNT NBR 12311 Segurança no Trabalho de Pintura.
26

Referências:

NUNES, L.P. e LOBO, A.C.O.Pintura Industrial na Proteção Anticorrosiva, Editora


Interciência , Rio de Janeiro, 2007.

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