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Indice
GERENCIAMENTO DE CRISE.................................................................................. 2
NEGOCIAÇÃO .......................................................................................................... 9
CONTROLE DE ÁREA ............................................................................................ 19
ABORDAGEM, REVISTA E ALGEMAMENTO ..................................................... 21
PATRULHAMENTO OSTENSIVO ........................................................................ 49
TÁTICAS DE PATRULHAMENTO OSTENSIVO .................................................. 69
ATENDIMENTO DE OCORRÊNCIAS .................................................................. 72
OCORRÊNCIA COM EXPLOSIVO ....................................................................... 77
ESCOLTAS .......................................................................................................... 85
POSTO DE BLOQUEIO E CONTROLE DE ESTRADAS E VIAS URBANAS ....... 89
SEGURANÇA DE PONTOS SENSÍVEIS E PONTO FORTE ............................... 96
EMPREGO DE CAÇADORES ............................................................................ 104
COMBATE EM RECINTO CONFINADO ............................................................... 107
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 107
TÉCNICAS, TÁTICAS E PROCEDIMENTOS DE COMBATE EM RECINTO
CONFINADO ...................................................................................................... 109
OPERAÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO .......................................................... 115
ARROMBAMENTO EXPLOSIVO ....................................................................... 122
CONTROLE DE DISTÚRBIOS .............................................................................. 131
FORÇAS DE CHOQUE ...................................................................................... 140
TÉCNICAS NÃO LETAIS ...................................................................................... 163
AGENTES QUIMICOS ....................................................................................... 172
ARMAMENTO, MUNIÇÕES E GRANADAS NÃO LETAIS. ................................ 187
ARMAMENTO MUNIÇÃO E TIRO......................................................................... 241
ESPINGARDAS CAL.12 ..................................................................................... 241
BALÍSTICA ......................................................................................................... 248
INSTRUÇÃO GERAL DE OPERAÇÕES DE GLO ................................................ 253
EXTRATOS DE LEGISLAÇÕES ........................................................................ 253
EMPREGO DA FORÇA TERRESTRE NAS OPERAÇÕES DE GARANTIA DA LEI
E DA ORDEM ..................................................................................................... 280
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR DE COMBATE (APH - COMBATE) ............ 304
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Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
CAPÍTULO I
ARTIGO I
GERENCIAMENTO DE CRISE
1. DEFINIÇÃO DE CRISE
Crise é toda e qualquer situação que envolva ameaça a vida. Numa situação de
crise, ocorre um desequilíbrio entre a razão e a emoção das pessoas envolvidas no
evento crítico e uma grave perturbação dos acontecimentos da vida social, rompendo
padrões tradicionais, de alguns ou de todos os grupos integrados na sociedade.
Alguns exemplos: incêndios, inundações, terremotos, ocupações ilegais de terras,
ocupações ilegais de instalações públicas ou privadas, manifestações, catástrofes,
acidentes, epidemias, atos terroristas, suicidas, atos marginais, pessoas emocionalmente
perturbadas tomando vítimas, rebeliões, sequestros, ocorrências com objetos suspeitos,
entre outras em que haja ameaça de vida.
2. CARACTERÍSTICAS DA CRISE
- Imprevisibilidade.
- Premência de tempo.
- Ameaça de vida.
3. GERENCIAMENTO DE CRISE
É o processo metódico de identificação, obtenção e aplicação dos recursos
necessários à antecipação, prevenção e resolução aceitável de uma crise.
O Gerenciamento de Crise não é um processo exato, nem uma panaceia com um
desfecho rápido e fácil de solução de problemas, pois cada crise apresenta características
únicas, exigindo, portanto, soluções personalizadas, que demandam uma criteriosa
análise factual.
Necessidades adotadas para o gerenciamento nas Op GLO:
- Necessidade de postura organizacional não rotineira.
- Planejamento analítico especial.
- Considerações legais especiais.
O Gerenciamento de Crise, dentro das Operações GLO, tem como objetivo
principal “Pacificar Áreas”, conceito extraído do Manual C 85 – 1, Operações de
Garantia da Lei e da Ordem.
O parágrafo 3° da Lei Complementar nº 117, de 2 de setembro de 2004, considera
que os órgãos de segurança pública descritos no Art. 144 da Constituição Federal podem
em algum momento se mostrar indisponíveis, inexistentes ou insuficientes para o
desempenho de sua missão.
A palavra “inexistente” leva a uma conclusão de que o Exército deve contar com
essa substituição direta mesmo que episódica se fazendo valer de todas técnicas, táticas
e procedimentos empregados pelo órgão de segurança pública quando empregados em
situação de crise.
Gerente da Crise
(Cmt U)
Sub Gerente
(SCmt)
Assessor de Inteligência
(S/2)
Assessor Pessoal/Assessor
Jurídico
(S/1)
Assessor Logístico
(S/4)
Assessor de Operações
(S/3) Assessor de Imprensa
(RP)
c)
b) Proposta para organização de uma força valor Grande Unidade para
Gerenciamento de Crises (Gabinete de Crise):
Gerente da Crise
(Cmt GU)
Sub Gerente
(Ch EM GU)
Eqp Obs e Base Força de Choque Força de Assalto Força de Eqp Busca e
de Fogos (Frações para (Frações para Reação Acolhimento
(Observadores ou Controle de CRC)
Tu Caçadores) Distúrbios)
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Obs.: Caso a crise seja uma manifestação, uma reintegração de posse ou uma
catrástrofe, devem ser previsto(s) via(s) de fuga.
(2) A validade do risco preconiza que toda e qualquer ação tem que levar
em conta se os riscos dela advindos são compensados pelos resultados.
(3) A aceitabilidade implica em que toda a ação deve ter respaldo legal,
moral e ético.
- A aceitabilidade legal significa que o ato deve estar amparado pela lei.
- A aceitabilidade moral indica que não devem ser tomadas decisões ou
praticadas ações que estejam ao desamparo da moralidade e dos bons costumes.
- A aceitabilidade ética diz respeito ao responsável pelo gerenciamento da
crise tomar decisões ou exigir de seus subordinados a prática de ações que não causem
constrangimento interno na Instituição. Um exemplo disso é a troca de reféns por
militares.
d. Reunião de Coordenação
O Gerente deve acompanhar constantemente a evolução dos acontecimentos
devendo ser o militar mais antigo no seu devido escalão, podendo ser apoiado por
elementos de outros órgãos ou instituições (SFC).
comandamento
O posicionamento de Observadores ou Tu Caçadores visa o uso da alternativa
tática tiro de comprometimento.
É intereressante diferenciar o emprego sendo ele em prol da progressão da
tropa para uma missão específica e em apoio a progressão da fração com medidas e
regras de engajamento especificas para seu emprego e o emprego em prol do
Gerenciamento de Crise onde o tiro será executado Mdt O a comando do Gerente da
Crise.
Os Observadores ou Tu Caçadores servem também como fonte de informação
pois possuem condições de monitorar a ocorrência a distância e em segurança.
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ARTIGO II
NEGOCIAÇÃO
1. DEFINIÇÃO
É o processo que consiste em conduzir o(s) causado(res) da crise à calma,
estabelecendo uma relação de confiança entre ele(s) e o negociador, de forma a
convencer o(s) causado(res) da crise de que a melhor alternativa é optarem pela solução
pacífica do evento garantida a vida e a integridade física de todos os envolvidos
diretamente.
A negociação no gerenciamento de crises é quase tudo. É a opção prioritária, não
é gratuita nem aleatória nem tão pouco decorrente de improviso ela é o resultado de um
longo processo de amadurecimento, obtido através do estudo e da análise de milhares de
casos ocorridos nos últimos anos em todo o mundo, que dão suporte estatístico à
comprovada eficiência desse tipo de solução comparada, por exemplo, como uso de força
letal.
2. PRINCÍPIOS BÁSICOS
Podemos relacionar os princípios básicos da negociação como sendo os seguintes:
- O negociador não tem poder de decisão é apenas um mediador.
- A equipe deve sempre trabalhar em conjunto.
- Ganhar tempo.
- A confiança é inversamente proporcional à segurança do individual e do grupo.
3. OBJETIVOS DA NEGOCIAÇÃO
Principais objetivos da negociação:
- Ganhar tempo.
- Abrandar as exigências.
- Colher e/ou buscar informações para Tropa de Intervenção
- Facilitar a penetração clandestina
- Prover um suporte Técnico e Tático;
- Diminuir a tensão no ambiente (solução pacífica).
- Preservar vidas.
- Garantir a aplicação da Lei.
- Convencer os causadores a se renderem.
- Dissuadir o meliante de seus intentos, através da: negociação real e da
negociação tática.
4. TIPOS DE NEGOCIAÇÃO
A negociação pode ser real ou tática
4.1 Negociação real
É o processo de convencimento de rendição dos causadores da crise por meios
pacíficos, trabalhando com emprego de técnicas de psicologia, barganha ou atendimento
de reivindicações razoáveis, realizada por elemento especializado em negociação.
5. NEGOCIADOR
O negociador atuará no curso do gerenciamento de crise de três maneiras:
1) através da coleta de informações, durante as negociações;
2) através da utilização de técnicas de negociação que otimizem a efetividade
do risco de uma ação com uso da força; e
3) pelo uso de técnicas de negociação específicas, como parte de uma ação
coordenada.
Mensageiro
- Anota e investiga informações oportunas em contato com Equipe de
Inteligência do Gabinete de Crise;
- Gerencia os recursos materiais para fotografar e filmar a ocorrência;
- Responsável pelos meios de Com entre o Negociador Principal e o Causador
da Crise, e entre a Equipe e o Gabinete de Crise;
- É o mensageiro da Equipe de Negociação;
- É o responsável pela logística da Equipe;
- Assegura que o acesso ao local da negociação seja rigorosamente
controlado.
Consultor
- Avalia constantemente o estado mental do Causador da Crise e do
Negociador Principal.
- Permanece ao largo do processo para manter a objetividade.
- Recomenda técnicas de negociação ou abordagens adequadas a cada caso.
Escudeiro(s)
- Proteger a Equipe de Negociação.
7. REGRAS DE NEGOCIAÇÃO
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Regras básicas:
- Estabilize e contenha a situação
- Escolha a ocasião correta para fazer contato.
- Procure ganhar tempo
- O Cmt da Op não deve ser o negociador
- O Negociador não pode servir como quem detém o poder de decisão (não
prometa nada, diga sempre: anotei tudo e levarei as autoridades).
- Nunca pergunte o que o causador da crise quer.
- Não pergunte o tempo que ele quer para que seja providenciado seu pedido.
- As exigências mais fáceis devem ser atendidas (necessidades básicas).
- O prazo não deve trazer pânico ao negociador.
- Nunca lembre que outro sequestrador tenha morrido.
- Sempre argumente: vamos ver o que se pode fazer; vamos tentar o melhor
possível.
- Nunca provocar ou ameaçar no início da ocorrência.
- Nunca enfatizar a palavra refém (chame pelo nome).
- Sugerir a liberação de crianças, mulheres, idosa e doente.
- Se solicitar médico não fornecer.
- Não fale com a arma apontada para você, exija que abaixe (use após
estabelecer a confiabilidade).
- Elabore perguntas que exijam respostas além do SIM ou NÃO.
- Use linguagem acessível.
- Assegure que não importa os atos anteriores praticados pelo causador da crise,
o que importa é o futuro.
- Deixe o causador da crise falar. É mais importante ser um bom ouvinte que um
bom conversador.
- Seja tão honesto quanto possível, evite truques.
- Nunca diga não, diga que entendeu, anotou e irá repassar.
- Não envolva não-militares na negociação.
- Não permita troca de reféns.
- Ouça de forma interativa.
- Evite dirigir atenção para a vítima.
- Tenha sempre uma rota de fuga.
- Nunca dê as costas para o Causador da Crise.
- Evite movimentos bruscos.
- Evite o uso de palavras que causem irritação e nunca diga "não"
- Procure evitar a linguagem negativa.
- Quando precisar atacar, ataque forte e sem avisar.
- Não aceitar provocações.
- Deixar a outra parte ganhar também.
- Evitar conceder prematuramente.
- Não fazer concessão sem obter outra em contrapartida.
- Nunca fazer concessão pressionado pelo tempo. A não ser que tenha um bom
motivo.
- Buscar sempre reduzir o stress e a tensão do momento.
- Deixar sempre uma opção de “saída honrosa” para a outra parte;
- Conhecer as técnicas de entrevista.
- Não fazer promessas que não possa cumprir.
- Não ofereça nada ao causador da crise
- Não deixe de escutar qualquer exigência, por menor que seja.
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8. TÉCNICAS DE NEGOCIAÇÃO
a. Considerações iniciais
Tipologia dos causadores de crise:
- Criminoso profissional.
- Emocionalmente perturbado.
- Terrorista por motivação política
- Terrorista por motivação religiosa.
c. Ao chegar a ocorrência
A equipe de negociação, na figura do Chefe, antes de abordar a ocorrência,
deverá:
1. Verificar o cerco e isolamento e como foram as negociações iniciais (CIN).
2. Propor melhorias para o CIN (SFC) ao Gerente da Crise.
9. PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO
a. Definição da forma de comunicação.
Podemos considerar as seguintes formas de comunicação:
1) Sem a utilização de instrumentos:
- face a face
2) Com a utilização de instrumentos:
- por megafone ou outro aparelho sonoro.
- através de bilhetes.
- através de telefone.
4) Busca de Informações
O negociador é um dos elementos mais importantes na busca de informações
da ocorrência, devido o contato direto estabelecido com o causador da crise.
O negociador pode auxiliar o Gerente da Crise de duas formas:
- Inteligência de levantamento.
- Preparação das demais alternativas táticas.
5) Registro das exigências
A primeira coisa que o causador da crise vai dizer é : “Eu quero”. Assim sendo,
leve em consideração os seguintes itens:
- Seja flexível ao negociar exigências.
- Quando o causador fizer exigências, esteja preparado para oferecer
alternativas sem contrariar a doutrina.
- Não pergunte quais as exigências.
- Repita a pergunta dele de vez em quando suavizando.
- Sempre visualize o que poderá obter em troca. É o aspecto da barganha,
onde o negociador atribui um preço aos reféns, mas cobra, no momento certo, e de forma
suave dependendo do momento da negociação.
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CAPÍTULO II
ARTIGO I
CONTROLE DE ÁREA
1. GENERALIDADES
2. CLASSIFICAÇÃO DE ÁREAS
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A identificação das
áreas verdes, amarelas e
vermelhas é de suma
importância para o
planejamento das operações
militares terrestres
contemporâneas,
considerando,
particularmente, a
característica da não
linearidade. Isso permitirá a
orientação das operações no
espaço, a divisão da A Rspnl
e o direcionamento do foco
das ações para a ameaça,
caso a situação assim o
imponha. Esta categorização
permite a utilização das
áreas, por exemplo, de
acordo com o que se segue:
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ARTIGO II
1. FUNDAMENTOS BÁSICOS
a. Preparação Mental:
Cada intervenção da tropa é única e singular ; O militar deve ser versátil, capaz de
adaptar-se. Preparação Mental é o processo de pré-visualizar e ensaiar mentalmente os
prováveis problemas a serem encontrados em cada tipo de intervenção e as
possibilidades de respostas.
A falta do preparo mental do militar durante uma intervenção prejudicará o seu
desempenho, levando a um aumento de seu tempo de resposta à agressão e, assim, o
uso de força poderá ser inadequado (excessivo ou aquém do necessário para contê-la).
Num cenário mais grave, o militar pode ser levado a uma paralisia ou bloqueio na sua
capacidade de reagir, comprometendo, consequentemente, a segurança e os resultados
da reação da tropa.
b. Estados de Prontidão:
c. Código de Cores:
Branco(relaxado): É caracterizado pela distração em relação ao que está
acontecendo ao redor, pelo pensamento disperso e relaxamento do militar. Pode ser
ocasionado por crença na ausência de perigo o mesmo por cansaço.
Amarelo(atenção): Neste estado, o militar está atento, precavido, mas não está
tenso. Apresenta calma, porém, mantém constante vigilância das pessoas, dos lugares,
das coisas e ações ao seu redor por meio de uma observação multidirecional e atenção
difusa (em 360º).
Laranja(alerta): Ocorre quando o militar detecta um problema e está ciente de que
um confronto é provável. Embora ainda não haja necessidade imediata de reação, o
militar se mantém vigilante, identifica se há alguém que possa representar uma ameaça
que exija uso de força e calcula o nível de resposta adequado. Diminui os riscos de ser
surpreendido, propiciando a adoção de ações de resposta conforme a situação exigir.
Deve-se avaliar se é necessário pedir apoio e identificar prováveis abrigos (proteções)
que possam ser utilizados.
Vermelho(alarme): Neste estado o risco é real e uma resposta da do militar é
necessária. É importante focalizar a ameaça (atenção concentrada no problema) e ter em
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mente a ação adequada para controlá-la, com intervenção verbal, uso de força menos-
letal ou letal, conforme as circunstâncias exigirem.
O preparo mental e o treinamento técnico recebido possibilitarão condições de realizar
sua defesa e a de terceiros e, mesmo em situações de emergência, decidir
adequadamente.
Preto(pânico): Quando o militar se depara com uma ameaça para a qual não está
preparado ou quando se mantém num estado de tensão por um período de tempo muito
prolongado, seu organismo entra num processo de sobrecarga física e emocional. Nesse
caso, podem ocorrer falhas na percepção da situação, comprometendo sua capacidade
de reagir adequadamente à ameaça enfrentada. Isso caracteriza o estado de pânico
(preto). O pânico é o descontrole total que produz paralisia ou uma reação
desproporcional, portanto ineficaz. É chamado assim porque a mente entra em uma
espécie de “apagão”, o que impossibilita ao militar dar respostas apropriadas ao nível da
ameaça sofrida.
Durante o estado de pânico (preto) poderá ocorrer o retorno parcial e momentâneo ao
estado de alarme (vermelho), o que até poderá propiciar alguma capacidade de reação.
2. AVALIAÇÃO DE RISCO
Toda intervenção envolve algum tipo de risco potencial que deverá ser considerado pelo
militar. O risco é a probabilidade de concretização de uma ameaça contra pessoa e bens;
é incerto, mas previsível. Cada situação exigirá que ele mantenha-se no estado de
prontidão compatível com a gravidade dos riscos que identificar. Toda ação do militar
poderá ser precedida de uma avaliação dos riscos envolvidos, que consiste na análise
da probabilidade da concretização do dano e de todos os aspectos de segurança que
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3. ANÁLISE DO CENÁRIO
Consiste em mapear as diferentes partes do “ambiente de atuação” em função dos riscos
avaliados, identificar perímetros de segurança para atuação, priorizar pontos que exijam
maior atenção e tentar interferir no processo mental do APOP.
Enquanto o preparo mental ocorre antes da ação e consiste numa análise de
possibilidades, a análise de cenário consiste num diagnóstico que utiliza os dados e
informações concretas obtidas por meio da avaliação de riscos de um “ambiente de
atuação” específico. Num processo dinâmico, atualiza-se em função da evolução da
situação.
AVALIAÇÃO DE RISCOS + ANÁLISE DE CENÁRIO = DIAGNÓSTICO DA AÇÃO
Ao aplicar estes conceitos, temos melhores condições para avaliar e reagir de acordo
com os riscos que possam surgir, mesmo sob estresse.
O emprego da Análise de cenário permite :
dividir em diferentes níveis de perigo o local onde se
encontra ou para onde se dirige (Área de atuação);
formular um plano de ação;
estabelecer prioridades para dirigir a atenção e determinar
pontos que devam ser controlados;
manter a segurança individual e da equipe no desenrolar da
operação;
controlar ameaças que possam surgir.
Divisão do Cenário
Área de segurança.
É a área na qual a tropa têm o domínio da situação, não havendo, presumidamente,
riscos à integridade física e a segurança dos envolvidos. É o espaço onde o militar deve
primeiramente se colocar durante a intervenção, evitando se expor a perigos
desnecessários.
Área de risco
Consiste num espaço físico delimitado, no “cenário da ação”, onde podem existir
ameaças, potenciais ou reais, que ponham em perigo à integridade física e a segurança
dos envolvidos. É a área na qual o militar não detém o domínio da situação, por ainda não
ter realizado buscas, sendo portando, uma fonte de perigo para ele ou terceiros, e por isto
requer que os riscos envolvidos sejam rigorosamente avaliados.
Existe pontos dentro da área de risco que requerem monitoramento específico e
demandam imediata atenção do militar, uma vez que deles podem surgir ameaças que
representem risco a segurança dos envolvidos. Portas, janelas, escadas, corredores,
veículos, obstáculos físicos, escavações, uma pessoa, ou qualquer outro elemento no
local de atuação que possa oferecer ameaça, mesmo que não imediatamente visível ou
conhecida podem ser considerados como pontos críticos.
Perguntas básicas:
Onde estão os riscos potenciais na ação?
Esses riscos estão controlados?
Se esses riscos não estão controlados, como fazê-lo?
Processo mental da ameaça
Consiste nas etapas percorridas por uma pessoa que intenciona realizar uma ameaça
contra tropa, da seguinte maneira:
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Identificar: captar o estímulo por meio da visão, sons, intuição ou outra forma
de perceber a presença do militar;
Decidir: definir o que fazer, isto é, preparar-se para o ataque ou ocultar-se;
Agir: colocar em prática aquilo que decidiu.
Qualquer que seja a ordem, um APOP tem apenas esse processo de pensamento para
percorrer. Isso coloca o militar em desvantagem, pois, enquanto o APOP passa por TRÊS
passos para executar a ameaça, o militar terá, necessariamente, QUATRO fases, a fim de
responder a ameaça.
IDENTIFICAR – CERTIFICAR – DECIDIR – AGIR
Após identificar a provável ameaça, o militar terá, que se certificar de que o APOP está,
de fato, iniciando um ataque, para depois decidir e agir em consonância com os princípios
do uso de força.
Cinco fatores são úteis na tentativa de compensar as possíveis desvantagens
entre os processos mentais do agressor e da tropa:
a) Ocultação: se o agressor não sabe exatamente onde o militar está, ele terá
dificuldades em IDENTIFICÁ-LO para um ataque. Assim, poderá atirar ou atacá-lo a
esmo, em um esforço cego para atingi-lo, mas muito provavelmente sua tentativa será
inútil, caso o militar se encontre devidamente abrigado e coberto (oculto) na área de
segurança.
b) Surpresa: evitar que o agressor possa antecipar suas ações. Surpresa, por
definição, anda lado a lado com a ocultação. É, em outras palavras, agir sem ser
percebido diminuindo as possibilidades de ser agredido. Se o militar pode ocultar-se ou
mover-se de modo imperceptível, diminuirá a possibilidade de ser identificado e sofre a
ação decorrente de um plano de ataque.
c) Distância: de uma maneira geral, o militar poderá manter-se a uma distância
que dificulte algum tipo de ação por parte do abordado. Certamente, se um ataque físico é
a preocupação, quanto maior a distância a ser percorrida pelo agressor para atacar, mais
tempo ele demorará para atingir o militar que, por sua vez, terá mais tempo para
identificar, certificar, decidir e repelir a ameaça. Quanto mais próximo de um agressor,
maiores são as chances do militar ser atingido. O militar estará mais seguro, quando
permanece a uma distância adequada e sob a proteção de um abrigo.
d) Autocontrole: na ânsia de ver o êxito de suas atuações, os militares,
freqüentemente, abreviam boas táticas ou se lançam dentro da área de risco na presença
de um suspeito potencialmente hostil. Por outro lado, se o militar faz com que ele venha
até a área de segurança, que está sob seu controle, estará provavelmente interferindo em
todo o processo de pensamento do agressor, desarticulando, desse modo, suas ações.
e) Proteção: este princípio é, sem dúvida, o mais importante entre todos. Se o
militar pode posicionar-se atrás de algo que verdadeiramente o proteja dos tiros e, ao
movimentar-se utiliza abrigos, um agressor terá muita dificuldade em atacá-lo com
sucesso. O abrigo também lhe dará mais tempo para identificar qualquer outra ameaça
que se apresente.
4. ABORDAGEM
Conceito de abordagem
É o conjunto ordenado de ações para aproximar-se de uma ou mais pessoas, veículos
ou edificações. Tem por objetivo resolver demandas do patrulhamento ostensivo, como
orientações, assistências, identificações, advertências de pessoas, verificações, coletas
de informações de interesse para Inteligência, realização de buscas e detenções.
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Etapas da abordagem
Diagnóstico: elaborado a partir das informações sobre o motivo, o abordado e o
ambiente, obtidas por meio da avaliação de risco e da análise de cenário.
Plano de ação: Consiste na decisão, acerca das atribuições de cada militar, dos
métodos e procedimentos para alcançar objetivos da ação. Os militares, trabalhando
dentro de cada fração, devem ter atitudes coerentes entre si, fruto de uma mesma
avaliação de risco e consequente escalonamento da força. É imprescindível considerar os
dados que subsidiaram o diagnóstico, os fundamentos da abordagem, os princípios do
uso de força e os recursos disponíveis (pessoas e equipamentos). O plano de ação ser
elaborado de forma simples e verbal, ou exigir maior estruturação, conforme a avaliação
da complexidade. O militar pode responder às seguintes perguntas:
Perguntas Exemplo
Por que estamos intervindo? Indivíduo que sempre ao ver a tropa procura
se evadir discretamente.
Quem, ou o que iremos abordar? Individuo baixo, magro, calça jeans e camisa
vermelha, portando uma mochila.
Onde se dará a ação? Na praça, onde ele se encontra sentado de
costa para tropa.
O que fazer? Comunicar as outras frações que estão na
área e aproximar com sigilo.
Como atuar? Fazer abordagem de forma tranquila, mas
firme, para não chamar a atenção da
população.
Qual a função e posição de cada militar? Dois militares na viatura de segurança, o
restante na abordagem, o verbalizador colher
o máximo de informação possível fazendo o
interrogatório preliminar, o militar com câmera
gravar a abordagem dentro da área de
contenção e fazer a fotografia do individuo, o
revistador atentar para os detalhes na
mochila e busca pessoal, um segundo militar
com câmera gravar o publico de fora da ação
para analisar indivíduos e comportamentos da
população posteriormente, os militares da
segurança afastada atentos a todas atitudes e
movimentos externos, todos os envolvidos
atentos e prontos para responder qualquer
ameaça.
Quando intervir? Após informar a frações que estão por perto,
e os envolvidos na abordagem.
Execução: é a ação propriamente dita, resultante das fases anteriores. Consiste na
aplicação prática do plano de ação, bem como da adoção de medidas decorrentes da
própria ação (prestação de auxilio ou orientação, busca pessoal, prisão e/oucondução de
APOP).
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5. ABORDAGEM A PESSOAS
A abordagem a pessoas se refere apenas às ações para se aproximar de um ou mais
indivíduos. Este conceito possui um sentido amplo, ou seja, abrange a todos os cidadãos,
não se restringindo às pessoas em situação de suspeição.
Os procedimentos adotados pela tropa variam de acordo com os fatos motivadores da
abordagem e com o ambiente. Além disso, é aconselhável compreender as
peculiaridades daquele com quem interage e não vincular essa interação,
necessariamente, a ações delituosas. Em cada abordagem realizada, a tropa pode
utilizar técnicas, táticas e recursos apropriados ao público-alvo desta intervenção, seja a
pessoa suspeita ou não.
Pacificar áreas:
A ação de aplicar a lei é precedida de preservar vidas. Preservar a integridade
física do cidadão (uso da Força – Abuso de Autoridade);
Indivíduo Suspeito:
É aquele cujo conjunto de características coincide com a descrição feita por
testemunhas da prática de um delito, ou mesmo aquele encontrado com arma,
instrumento ou outro objeto que possa imputar-lhe a presunção da autoria de uma
transgressão.
Indivíduo em Situações Suspeitas:
É aquele cujas ações e atitudes fogem a regularidade de comportamento da
maioria das pessoas, propiciando a interpretação da prática de delito ou a iminência de
praticá-lo.
Situações suspeitas
1) Indivíduos que, ao verem a equipe de patrulhamento ostensivo, alteram o
comportamento, disfarçando, ou mudando de rumo, ou largando algum objeto, ou saindo
correndo, ou demonstrando, de alguma forma, preocupação com a presença da tropa;
2) Pessoas aflitas ou nervosas, sem motivo aparente, ou adultos segurando
crianças que choram, pedindo o pai ou a mãe (pode ser sequestro). Crianças pequenas
vagando em lugares públicos ou ermos podem estar perdidas;
3) Indivíduo cansado, suado por correr, sujo de lama ou sangue (pode estar
fugindo da polícia ou do local do crime);
4) Indivíduo parado ou veículo parado por muito tempo, próximo a
estabelecimento de ensino (pode ser um traficante). Vendedores ambulantes (carrinhos
de pipocas, sorvete, etc.) também deve ser objeto de atenção;
5) Indivíduo carregando sacos ou objetos (eletrodomésticos, picareta, pé-de-
cabra, macaco de automóvel) pode ser "arrombador" que já agiu ou vai agir. Indivíduo nas
praias, em atitude suspeita, junto a objetos deixados por banhistas;
6) Indivíduo com odor característico de tóxico (pode ser viciado ou traficante);
APOP em fuga);
12) Estabelecimento comercial com a porta semi fechada (pode estar havendo
um ilícito penal no seu interior);
13) Janelas ou portas abertas em residências ou estabelecimento comercial,
especialmente no período noturno;
14) Ocupantes de um veículo cujas aparências estão em desacordo com o tipo
de veículo (podem ser APOP em carro roubado);
15) Veículo que passa em alta velocidade, com ocupantes apavorados ou
empunhando armas;
16) Carro estacionado, com motorista no volante ou outras pessoas dentro,
parado há muito tempo no mesmo local (podem ser APOP, esperando a hora de agir);
17) Veículo parado, mal estacionado, com as luzes acesas, portas abertas,
chaves no contato (pode ser carro roubado ou ocupado por APOP em fuga ou cometendo
ilícito penal por perto);
18) Veículo em movimento que procure chamar a atenção da equipe de
patrulhamento através de sinais, como luz, buzina, freadas, etc. (alguém pode estar
precisando de ajuda);
19) Ruídos que quebrem a rotina, como gritos, explosões, disparos de arma de
fogo, etc. (alguém pode estar precisando de ajuda);
20) Veículo velho com placa nova, veículo com placa dianteira diferente da
traseira, veículo com lataria amassada ou vidros estilhaçados, veículo com marcas de tiro
na lataria (pode ser carro roubado);
21) Indivíduo estranho, muito atencioso e carinhoso com crianças nas ruas.
Verbalização
A comunicação é um processo de interação estabelecida no mínimo entre duas
pessoas, construindo entre ambas um intercâmbio de sentimentos e idéias. Este
processo, por si só, já remete a uma série de interpretações diferenciadas, pois, com
características únicas que temos, podemos entender distintamente as mensagens. A
maior dificuldade de interpretação está em fatores como a escolha de palavras utilizadas
na fala e na escrita, gestos e postura corporal, bem como o meio pelo qual a mensagem é
transmitida e estabelecida. Este canal também pode estar sujeito aos ruídos (celulares
que tocam em hora errada, barulho do trânsito, tom de voz alto ou baixo demais) e tantos
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Comunicação na abordagem
A tropa não deve alimentar a expectativa de que o abordado sempre se disponha a
colaborar de forma espontânea. Assim, deve buscar o controle da situação por meio de
uma verbalização adequada, emitindo ordens legais, claras, objetivas e pertinentes.
Para potencializar o uso da comunicação nas intervenções, serão apresentadas a seguir
algumas orientações baseadas em áreas específicas do conhecimento (Fonoaudiologia,
Psicologia e Neurolinguística). O primeiro contato com o abordado é de fundamental
importância haja vista que irá construir mentalmente uma imagem de tropa(Exército
Brasileiro) por meio da análise da postura, apresentação invidual e principalmente da
fala e gestos. Esses fatores contribuem para a credibilidade, legitimidade e confiança
na autoridade.
Algumas atitudes contribuem para a solução pacífica dos conflitos e o alcance dos
objetivos e, consequentemente, para boa imagem e legitimidade de suas intervenções.
Dentre elas, a tropa poderá ser:
Firme: agir de forma segura, estável, constante, comunicando por meio de
comandos firmes, de maneira polida e sem truculência. É preciso que fique
claro ao receptor que a melhor opção para ele é obedecer;
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Outro aspecto a ser considerado é que toda pessoa tem um espaço (área física em seu
entorno) que considera psicologicamente reservado para aqueles que são íntimos a ela.
Ao aproximar-se demasiadamente de uma pessoa, a tropa invade este “espaço
pessoal” e pode provocar no abordado o desejo inconsciente de afastar, fugir, ou
defender-se. Qualquer palavra dita nesta situação poderá soar agressivamente. Ao
abordar, não aponte o dedo indicador para a face do abordado, nem toque no seu corpo,
salvo nos casos em que se faz necessário o controle de contato e o controle físico.
Respeitando seu espaço pessoal, será mais fácil obter sua cooperação.
A tropa poderá estabelecer o contato inicial com o abordado a uma distância segura para
criar um vínculo verbal e de confiança, explicando o que será realizado, antes de se
aproximar. Exemplo: “Fique parado! Vamos realizar uma busca pessoal. Você me
entendeu?”.
A tropa precisa preocupar-se com a autoridade que representa, dar à sua fala um
conteúdo imperativo, proporcional ao nível de cooperação do abordado, e primar pelo
bom tratamento dispensado às pessoas. Modificará e adequará os elementos da
comunicação (volume, timbre, entonação e postura) de acordo com a necessidade, caso
o abordado demonstre algum tipo de resistência.
Para evitar percepções equivocadas por parte do abordado e prejuízo na comunicação, é
imprescindível que o militar treine constantemente, considerando todos os elementos
verbais e não verbais enquanto pratica os comandos típicos de uma abordagem.
Verbalização em face ao comportamento do abordado
a) Abordado Cooperativo
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Considerações Finais
Algumas atitudes por parte do verbalizador podem contribuir para tornar a
comunicação simples, rápida e eficaz por abrangerem pontos importantes para o
sucesso em uma abordagem, dentre elas:
Saber ouvir e compreender a mensagem do abordado, sendo capaz de
responder o que foi perguntado.
Adaptar a mensagem a cada tipo de público, sem perder a clareza e
objetividade.
Escolher o momento certo para realizar a comunicação.
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Ângulo de aproximação
a. Modelos de abordagem
Assistência e Orientação(Tipo A)
A aproximação, junto ao abordado(s), será direta e natural, devendo,
entretanto, serem adotadas prontos e posturas corporais específicas, de acordo
com as possibilidade de ameaças.
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Verificação Preventiva(Tipo B)
A avaliação de riscos demonstra que há indício de ameaça à segurança (do militar
ou de terceiros). Neste tipo de abordagem, podem ser realizadas buscas em
pessoas ou em seus pertences, pois as frações envolvidas iniciam suas ações com
algum risco conhecido (fundada suspeita) e o militar deverá estar pronto para
enfrentá-lo. A tropa planejará a abordagem, indicando as características da pessoa
que se encontra em situação de suspeição, (vestimenta, tipo físico, gênero) e, em
seguida, rapidamente, elaborarão um plano de ação, com a Técnica de
Aproximação Triangular (TAT), de acordo com a situação, a tropa pode estar com
armamento de porte em mãos, porém sem estar apontado para os abordados e
armamento portátil cruzado e apontado para o chão, busca pessoal básica ou
minuciosa.
Inicialmente, Verbalizador poderá:
identificar-se;
realizar a inspeção visual;
determinar ao abordado que adote uma posição para melhor segurança da
tropa.(mãos para cima, mãos na cabeça dedos entrelaçados)
explicar o motivo da abordagem;
determinar que o abordado entregue os documentos ao Revistador;
controlar a atenção do abordado por meio de verbalização, perguntando seu
nome, sua idade, o que faz/procura no local, diminuindo, desta forma, sua
capacidade de reação.
Vebalização:
Ação repressiva(Tipo C)
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OBSERVAÇÃO: Este quadro se trata de uma referência para as ações, podendo o comportamento e
a atitude do abordado variarem nos diversos tipos de abordagem, e devem ser consideradas as
Regras de Engajamento e o amparo legal da tropa.
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Resistente Passivo
(Ex.: Arma de fogo na cintura Deverá estar coberto e abrigado, e seguir as Regras de
ou na mão com o cano Engajamento e Legitima Defesa.
voltado para baixo, porém,
não acatando as
determinações do
Verbalizador), com intenção
hostil.
OBSERVAÇÃO: Este quadro se trata de uma referência para as ações, podendo o comportamento e
a atitude do abordado variarem nos diversos tipos de abordagem, e devem ser consideradas as
Regras de Engajamento e o amparo legal da tropa.
7. BUSCA
É a técnica utilizada para fins preventivos ou repressivos, que visa a procura de
produtos de crime, objetos ilícitos ou lícitos que possam ser utilizados para a prática
de delitos que estejam de posse da pessoa abordada em situação de suspeição.
Será realizada no corpo, nas vestimentas e pertences do abordado, observando-se
todos os aspectos legais, técnicos e éticos necessários. A busca poderá ser
realizada independente de mandado judicial, desde que haja fundada suspeita.
Quando a tropa realiza busca pessoal, a situação de suspeição deverá ser verificada
através da atitude do cidadão, ou seja, da conjugação entre comportamento e
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ambiente. A tropa deve estar preparado tecnicamente para realizar a busca pessoal
e cuidar para que esta ação não se converta em atos de arbitrariedade e
discriminação.
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abordado que se deve mandar que ele retire dos bolsos (com apenas uma das mãos) os
objetos que ali se encontram e jogue-os no solo;
- Caso seja detectado algum objeto ilícito durante a busca pessoal ou
constado flagrante delito, imediatamente: separar e colocar na posição de joelhos, as
pessoas, a fim de que seja algemada e reiniciar a busca pessoal de maneira mais
minuciosa, ou ainda se for o caso, conduzi-la ao interior da viatura;
- Relacionar os objetos ilícitos encontrados;
- Requisitar ao revistado sua identificação por meio dos seus documentos
e conferir sua autenticidade;
- Anotar seus dados pessoais;
- De posse dos dados pessoais do revistado, se ainda houver dúvidas, ir
até a viatura e através da rede rádio, solicitar ao Centro de Coordenação de Operações
que pesquise seus antecedentes criminais;
- Após a constatação do flagrante delito em relação à pessoa abordada
buscar, efetivamente, arrolar e qualificar testemunhas que possam ser devidamente
convocadas a depor a respeito dos fatos, devendo as exceções estarem plenamente
justificadas. é conveniente fazer perguntas ao revistado, tais como “você foi agredido
pelos militares?”; “Seus objetos pessoais estão todos aí?”, “Sumiu algum pertence?”;
- Após a busca pessoal, se verificado que o revistado é pessoa idônea e
que não possui antecedentes criminais, mandado de prisão expedido e tão pouco está em
posse de objetos ilícitos, explicar a finalidade da abordagem;
- Colocar-se à disposição e agradecer pela colaboração.
REVISTA EM MULHERES.
- A busca em mulheres deve ser realizada preferencialmente pelo segmento
feminino da força, podendo ser realizada por qualquer mulher não necessariamente ligada
a força, devendo a revista feita por homens apenas quando não houver quaisquer das
acima e a mulher ofereça iminente risco a segurança da tropa.
- Quando por ocasião da revista pela militar do segmento feminino os militares
que não participam diretamente da segurança e revista devem ficar sem observação
direta na revista, podendo ser enquadrado como constrangimento ilegal.
- Deve ser feita a revista em locais reservados
Obs: - O segmento da população considerado como transexuais deve ser revistado como
se mulher fosse. Podendo as mesmas ser travestidas como homem ou como mulher.
- Artigos 180, 181 e 183 do Código de Processo Penal Militar (CPPM)
8. ABORDAGEM A VEÍCULOS
A abordagem a veículos é um tipo de intervenção, cujos procedimentos preveem a
aproximação dos meios de transporte de passageiros ou de carga, em via pública,
com objetivo de:
orientar e prestar assistência;
distribuir “folders” ou peças gráficas relacionadas operação;
fiscalizar documentos de porte obrigatório do condutor e do veículo;
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veículo; veículo utilizado para fuga; veículo utilizado para transporte de drogas e
outros produtos ilícitos, dentre outros.
- Ordenar:
1) que o veículo seja desligado;
2) que as mãos sejam colocadas para fora pela janela;
3) que as chaves sejam colocadas no teto do veículo;
4) que retire o cinto de segurança
5) abra a porta pelo lado externo do veículo;
6) que desembarque devagar, com as mãos para cima, olhando para o
comandante;
7) que caminhe em direção à viatura, de forma controlada, com as mãos
erguidas conduzindo-o para a parte de trás do veiculo;
8) que o suspeito vá para trás do veiculo, ou em um local considerado seguro,
iniciar a busca preliminar e a colocação de algemas SFC.
Após o desembarque do motorista, sugere-se a seguinte sequência:
a) Vistoria externa
b) Vistoria interna
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levantar o vidro (se estiver abaixado) e utilizar uma folha de papel atrás da
superfície do vidro para verificar a numeração gravada do chassi, e conferir se
o número existente corresponde ao número constante no documento do
veículo;
localizar o número do chassi, no assoalho e no motor do veículo, e confrontá-
lo com a documentação, bem como verificar se existem indícios aparentes de
adulteração;
abrir a porta ao máximo e verificar, principalmente nos cantos, a existência,
de pintura encoberta do veículo;
balançar levemente a porta, a fim de verificar, pelo barulho, se existe algum
objeto solto em seu interior;
verificar se existe algum objeto escondido no forro das portas, usando o
critério da batida na superfície, com recurso das mãos, para escutar se o som
é uniforme;
verificar o porta-luvas, quebra-sol, tapetes, parte baixa do banco, entradas de
ar, cinzeiros, lixeiras e todos os compartimentos que possam esconder
objetos ilegais: chaves falsas, cartões magnéticos e documentos falsificados,
presença de armas, produtos de contrabando, dentre outros;
prosseguir a vistoria pela porta e compartimento traseiro do lado direito;
seguir para a porta do lado esquerdo e, após, para o assento do condutor,
verificando: o(s) banco(s), assoalho, lateral do forro e o que se fizer
necessário.
Após a constatação de que as pessoas abordadas são idôneas e que não possui
antecedentes criminais, que não se trata de veículo roubado, não há mandado de
prisão expedido e tampouco estão com a posse de objetos ilícitos, dizer: “Senhor(es)
este procedimento é de rotina do Exército Brasileiro, agradeço pela colaboração e
conte com o nosso serviço. O(s) senhor(es) está(ão) liberado(s)!”.
NOTA: O militar segurança deve estar sempre atento.
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4. ALGEMAÇÃO
a. Algumas dúvidas mais comuns:
- Integridade Física: art. 5º da Constituição – ninguém será submetido a
tratamento degradante e também assegura o respeito à integridade física e moral;
- O Infrator: Código e Lei de Execução Penal dispõem que o detido conserva
todos os seus direitos não atingidos pela perda de liberdade;
- Abuso de Autoridade: algemar, sem critério, viola a incolumidade do corpo
do cidadão, podendo caracterizar agressão, tortura ou tratamento degradante, mesmo
quando do ato da detenção;
- Quando Algemar?
“só é licito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de
fuga ou perigo à integridade física própria ou alheia por parte de preso ou de terceiros...”
- Menores! A Procuradoria Geral da Justiça, através do aviso nº 022/92 PGJ,
ao tratar da apreensão de crianças e adolescentes, instituiu no art. 1º, §6º que o uso de
algemas não é vedado, devendo a sua utilização, justificar-se pelo desenvolvimento físico
do adolescente ou sua manifesta periculosidade.
Como fazer:
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Pelo lado da abertura do elo inferior, colocar algema no capturado de forma que
não fique aberta em demasia, exercendo pressão do elo contra o pulso. Não se
deve bater algema no punho do capturado, pois este ato poderá acarretar em
lesão. O gancho de fechamento deverá estar voltado para o lado em que estiver o
militar.
Foto 04 – Algemação
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NOTA:
Força Moderada considera-se a energia necessária para cessar uma injusta
agressão, sem abuso ou constrangimentos, objetivando a proteção do militar e o controle
do agressor.
O STF fez a Sumula Vinculante n°11, que faz a previsão dos casos em que
se pode algemar:
“só é licito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio
de fuga ou perigo à integridade física própria ou alheia por parte de preso ou de
terceiros...”
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ARTIGO III
PATRULHAMENTO OSTENSIVO
a) Patrulhamento a Pé
Em uma equipe de Patrulhamento Ostensivo a pé, o efetivo mínimo a ser
empregado será de 09 (nove) militares, correspondente à unidade de manobra valor
Grupo de Combate (GC).
O Cmt GC tem a prerrogativa de utilizar suas peças de manobra, as esquadras,
separadamente em becos e vielas, mas sempre mantendo as duas próximas, com a
possibilidade de apoio mútuo.
Deverá ser realizado:
- nas áreas urbanas em zonas residenciais de elevada densidade
demográfica;
- zonas de concentração comercial, logradouros públicos;
- onde o trânsito de veículos é proibido ou impossibilitado, e predomina a
circulação de pedestres.
Neste tipo de patrulhamento cresce de importância a comunicação entre os
Cmt GC e o Cmt Pel, e com o Escalão Superior, pois as operações são muito
descentralizadas e deve ser possível, a qualquer momento, o pedido de reforço.
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1. ARMAMENTO E EQUIPAMENTO
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lumens, acionamento pela retaguarda (com sensibilidade o suficiente para acender com
um toque, apagando em seguida, sem precisar de um segundo acionamento) e ser
robusta (à prova de água e impacto).
2. PATRULHAS EM GLO
As ações de Garantia da Lei e da Ordem abrangem o emprego da F Ter em
variados tipos de operações e atividades em face das diversas formas com que as APOP
podem se apresentar. As patrulhas em GLO são classificadas da seguinte forma:
Cmdo
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Cmdo
GpGp
PaPa
Gp Pa
FIGURA 03 – ORGANOGRAMA DE UM PATRULHAMENTO OSTENSIVO
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EMPUNHADURA
- Mão forte empunha o Armt pelo punho;
3 - Dedo indicador fora do gatilho, apoiado na
armação;
- Mão fraca posicionada na junção do carregador
1 com a armação e as placas do guarda mão;
- Indicador da mão fraca pode ou não estar paralelo
4 ao cano;
- Polegar por trás da alavanca de manejo;
- Cotovelos devem estar sob a arma, colados ao
corpo, oferecendo um maior apoio ao atirador e
2 diminuindo sua silhueta.
Importante: manter sempre o dedo fora do
gatilho
FOTO 03 – EMPUNHADURA DO FUZIL
b) Posições de Pronto
Descrevem a maneira como o militar deve conduzir e utilizar o armamento no
momento do disparo, adequando-se às cobertas e abrigos disponíveis, de acordo com as
características do terreno. Existem três posições básicas:
PRONTO 1
Variação
PRONTO 2
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PRONTO 3
d) Lanço
Antes de progredir para outra posição, o combatente deve fazer um
reconhecimento visual e selecionar a posição com melhor abrigo ou coberta. Ao mesmo
tempo, deve escolher o itinerário que o levará a conseguir atingir aquela posição, fazendo o
Estudo do Lanço.
- PARA ONDE VOU?
- POR ONDE VOU?
- COMO VOU?
- QUANDO VOU?
O lanço deve ser rápido, curto, e sempre coordenado com uma base de fogos.
e) Posicionamento
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POSIÇÃO DE
COMBATE
- Maior velocidade de
deslocamento e de
mudança de direção;
- Aumento da proteção
balística;
- Possibilita tiro em
movimento;
- Maior controle da
arma.
POSIÇÃO DE JOELHO
ALTO
- Maior estabilidade;
- Maior controle da arma;
- Maior velocidade nos
deslocamentos e
mudanças de direção;
- Possibilidade de apoio
de fogo.
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Posição que permite ao grupo de combate maior poder de fogo na mesma direção
ou em direções distintas. Esta posição aumenta a segurança do grupo com relação às
ameaças frontais e permite ainda que sejam batidas ameaças imediatas, inclusive as
tridimensionais, que no caso das Operações de Garantia da Lei e da Ordem, consistem em
lajes, janelas, etc.
CRUZADA
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SIAMESA
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f) Áreas Críticas
1) Travessia de áreas abertas
Para atravessar uma área aberta, como ruas, praças, campo de futebol, etc, o
militar deve escolher um itinerário que contorne essas áreas e se deslocar próximo às
construções. Caso seja inevitável atravessar a área, devem ser executados lanços
rápidos, um militar por vez, reduzindo-se o tempo de exposição, e coberto pelos fogos do
restante da patrulha. Granadas de mão fumígenas podem ser usadas para ocultar a
progressão.
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VARREDURA DINÂMICA
EM PORTA/JANELA
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PRÓXIMA POSIÇÃO
COBERTA
COBERTURA POR
FOGOS
3.2. OBSERVAÇÃO
a) Olhada baixa
É uma técnica que consiste em realizar observações de uma posição mais
baixa. Para isso, o observador deverá posicionar-se atrás de um anteparo e deitar-se no
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chão. Com o auxílio das mãos e dos pés, ergue o seu corpo, o suficiente para deixá-lo
sem contato com o solo e o projeta em um movimento baixo e rápido.
Deve tomar cuidado ao abordar o canto do anteparo para não projetar sombra
ou partes do seu corpo ou equipamento, antes de executar a técnica.
A observação deverá ser rápida e eficiente, pois uma demora poderá denunciar
a posição de quem observa. O armamento deverá estar à tiracolo, e a silhueta do
combatente não deverá ser projetada além do anteparo, para não denunciar a sua
posição.
b) Olhada alta
É outra técnica que visa minimizar a exposição durante ato de observar. Uma
vez posicionado atrás de um anteparo, o observador não deverá realizar duas
observações de uma mesma posição.
Para que isso não ocorra, uma vez realizada a primeira observação, o
combatente deverá escolher um local diferente do anterior, sem que seja necessário trocar
de anteparo, bastando para isso, modificar a altura de onde irá observar.
CERTO ERRADO
FIGURA 04 – FATIAMENTO
d) Tomada de ângulo
Outra técnica de observação, mais ofensiva que o fatiamento, é a tomada de
ângulo. O militar deve aproximar seu pé, oposto ao lado do ângulo que irá ganhar, o
máximo possível da esquina sem denunciar sua posição. A seguir, deverá inclinar seu
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corpo rapidamente, com o peso apoiado neste pé que está à frente, girando em torno da
quina, tomando todo o ângulo da sua frente e o da via que quer ganhar.
a) Escadas
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O uso de escadas é o método mais rápido para obter acesso aos níveis
superiores de uma construção. As unidades podem obter escadas com a população civil do
local, em lojas, ou obter material para construir uma escada através da cadeia de
suprimento. Uma escada pode ser improvisada com a utilização de madeira retirada de
escombros, mas deve ser considerado o tempo para a montagem de uma escada. Existem
também modelos de escadas táticas, que são portáteis.
b) Fateixa
O gancho deve ser resistente, portátil, facilmente lançado e equipado com garras
que possam prender-se a uma janela ou ressalto. A corda deve ter de 1,5 a 2,5 cm de
diâmetro e comprimento suficiente para alcançar a janela ou objetivo. Cordas fradeadas
facilitam a escalada da parede ou muro. O militar deve seguir os seguintes procedimentos
para o lançamento:
- ao lançar o gancho, fique o mais próximo do edifício. Quanto mais perto você
ficar, menor será a exposição aos fogos inimigo e menor será a distância horizontal que o
gancho deverá percorrer.
- calculando-se que há corda suficiente para atingir o objetivo, segure o gancho
e algumas voltas de corda na mão que irá lançar. O restante da corda deve estar solto, na
outra mão, para permitir que a corda corra livremente. O lançamento do gancho deve ser
feito para cima, com a outra mão soltando a corda.
- uma vez que o gancho está dentro da janela (ou no teto), puxe a corda para
ter certeza que está bem presa, antes de começar a subir. Ao usar uma janela, puxe o
gancho para um canto, para garantir as chances de estar bem segura e para reduzir a
exposição às janelas inferiores durante a escalada.
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- Fuzil à tiracolo;
- Deitar sobre o muro de maneira a
expor o mínimo possível sua
silhueta;
- Observar o outro lado;
- Rolar por cima do muro
rapidamente; e
- Caso o muro seja muito alto,
deverá se segurar como se estivesse
realizando uma barra e depois
soltar o corpo.
MURO PEQUENO
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MURO INDUSTRIAL
(PIRÂMIDE HUMANA)
Esta técnica deve ser usada quando não for possível desbordar o muro, ou para
surpreender a Força Adversa, infiltrando em locais de difícil acesso. Para ser
corretamente executada requer adestramento e bom condicionamento físico. O efetivo
mínimo para realizá-la com segurança é de 01 GC.
Os militares da base devem ser os mais altos e mais pesados. A base pode estar
de frente ou de costas para o muro, apoiando as costas ou os antebraços,
respectivamente. O segundo andar da pirâmide deve ser composto por militares de porte
mediano, e irá ficar de costas para o muro, procurando o equilíbrio. A ponta da pirâmide
será composta pelo militar mais leve do grupamento.
Este militar mais leve deverá escalar a pirâmide (com ou sem o auxílio de outros)
e será levantado pelo “segundo andar” da pirâmide, até que alcance o muro. Quando já
estiver deitado em cima do muro, ele deve receber uma fateixa e encaixá-la no muro, para
que o resto da tropa possa transpor escalando a corda.
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ARTIGO IV
2. TIPOS DE PROGRESSÃO
a) Contínua
É normalmente utilizada em Áreas Verdes, dividindo-se o GC em duplas de
patrulhamento, que mantém uma pequena distância umas das outras.
b) Esteira
Deve ser usada em Áreas Vermelhas, quando a velocidade é prioritária à
segurança e quando há proteção dos muros, como em becos, ruas estreitas e ruas com
ameaça unilateral.
o
FIGURA 03 – PROGRESSÃO EM ESTEIRA
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seguida, este mesmo militar chamará os militares que se encontram fazendo segurança
de becos e portas, do mais afastado para o mais próximo, de modo que ao passar por um
beco ou porta, estes estejam em segurança. O próprio militar que chamou os
companheiros deve ficar, a partir de então, fazendo a segurança para trás.
Quando o beco é tão estreito que impossibilita o último homem a executar um
lanço em segurança (fora da linha de visada do militar que o substituirá), ele deve ser
puxado de costas até um ponto onde este lanço seja possível.
Os Esclarecedores devem, prioritariamente, ocupar sua função à frente e à
retaguarda do dispositivo (de acordo com a disposição das esquadras). Os Atiradores,
preferencialmente, devem estar prontos para apoiar os esclarecedores na segurança à
frente e à retaguarda da esteira, e nos becos, sempre quando for necessário um maior
poder de fogo nestas posições.
Os Cabos comandantes das esquadras serão a ferramenta do 3º Sgt
comandante do GC, para ajudar o controle do grupo; ora incentivando o esclarecedor da
frente para que ande; ora voltando para a retaguarda para puxar os últimos
esclarecedores. O 3º Sgt Cmt GC deverá procurar ocupar uma posição central na esteira,
de modo que possa controlar seu pessoal e dar suas ordens, definindo itinerários e
condutas.
Eventualmente, pode ser necessário que qualquer dos componentes do GC
(inclusive seu Cmt) realize a tomada de becos ou segurança da retaguarda, ou mesmo
assuma a frente do grupo. Mas assim que possível, os Esclarecedores devem reocupar
suas posições e o Cmt GC deve ser rendido quando estiver na segurança, para poder
comandar seus homens. Os Cb, e os Atiradores, quando estiverem no meio da esteira,
devem estar fazendo segurança para cima e para as laterais, não atirando para a frente
ou retaguarda em hipótese alguma.
c) Ponto a Ponto
É uma progressão lenta e que desgasta muito a tropa. Deve ser adotada
quando a segurança tem prioridade em detrimento da velocidade e quando há poucos
abrigos, sendo necessária a execução de lanços.
Pode ser feita no nível GC ou esquadra. Os militares irão realizar lanços de um abrigo para o
outro, porém cada um só deve abandonar sua posição após a chegada de outro militar para substituí-lo no
local. Este substituto realizará o apoio de fogo para que o militar execute seu lanço com segurança até a
próxima posição abrigada.
A velocidade é ditada pelo elemento da retaguarda, uma vez que os dois últimos militares do
grupamento serão os primeiros a se movimentar. O último militar do grupo estará sempre fazendo a
segurança para a retaguarda, abandonando sua posição apenas quando o penúltimo militar fizer sua
segurança para trás e chamá-lo. O lanço do último homem pode ser contínuo ou alternado, dependendo da
distância entre os abrigos.
Os outros elementos da fração seguirão a regra de movimentação citada acima (cada um só
executa o lanço após a chegada do substituto), acrescido o fato de que cada militar só pede apoio para o
elemento atrás de si quando tiver certeza de que o elemento que o mesmo está apoiando já chegou ao seu
abrigo.
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ARTIGO V
ATENDIMENTO DE OCORRÊNCIAS
1. GENERALIDADES
Durante as Operações de GLO, eventualmente haverá a necessidade de realizar
um atendimento de ocorrências. Esta missão é o ato de resposta do militar em serviço, na
viatura ou a pé no setor de patrulhamento ostensivo.
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d. Condução:
São as ações a serem realizadas pela tropa durante a ocorrência.
e. Apresentação da ocorrência:
O militar deve organizar todos os dados da ocorrência, e narrá-la de forma
clara, precisa e concisa de forma que haja uma boa compreensão dos fatos pela
autoridade ou órgão competente, esclarecendo se o local foi preservado e da necessidade
ou não de perícias no local, apresentando as partes e os objetos apreendidos (se houver),
sem se envolver emocionalmente durante e na apresentação da ocorrência.
Da mesma forma que foi executado o questionamento no recebimento da
missão, agora o militar ira apresentar os fatos no cartório Militar/ DPJM , e ira fazer as
perguntas “ O que”, “Quem”, “Onde”, “Quando”, “Por que”, além dos pontos de referência
e dados do local confirmados, para auxilio da elaboração dos relatórios ou depoimentos.
Se algum objeto envolvido na ocorrência não foi apresentado, que sejam
esclarecidos os motivos e que, se for o caso, seja tentada sua localização, esclarecer
ainda, os motivos pelos quais testemunhas puderam ou não ser arroladas.
f. Encerramento da ocorrência:
O militar encerra a ocorrência junto ao Cmt imediato, transmitindo o nome da
autoridade judiciária a que foi apresentada a ocorrência e as providências adotadas,
entregando um relatório a respeito.
3. TIPOS DE OCORRÊNCIAS
a. Ocorrências envolvendo militares e policiais civis:
No atendimento de ocorrências em que, pelo fardamento ou pela identidade,
venha-se a conhecer os envolvidos como integrantes das Forças Armadas, PM e Polícia
Civil, de pronto adotar-se á o seguinte procedimento:
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5) Morte súbita
a) Transmitir os dados ao Cmt imediato;
b) Preservar o local;
c) Arrolar testemunhas;
d) Aguardar a chegada da autoridade de polícia judiciária ao local,
acompanhada de peritos e carro de cadáver;
e) A ocorrência só estará encerrada após a saída do carro de cadáver.
6) Roubo e furto
a) Transmitir os dados ao Cmt imediato;
b) Prestar os 1º Socorros a vítima e acionar a equipe de resgate (SFC);
c) Preservar o local e arrolar testemunhas do ilícito;
d) Transmitir os dados e conduzir, se houver o autor do crime à delegacia;
e) Demais providências (peritos e investigadores) ficarão a cargo do delegado;
f) A ocorrência será encerrada após a saída dos peritos.
8) Ocorrências em edificações
a) Transmitir os dados ao Cmt imediato;
b) Deve-se ter fiel observância das prescrições legais, relativas à inviolabilidade
de domicílio;
c) Edificações ocupadas:
(1) Se os ocupantes forem elementos da APOP e principalmente se estiverem
armados, procede-se, normalmente, como no cerco, com todas as cautelas próprias da
técnica do cerco;
(2) A dificuldade será muito grande se entre os ocupantes da edificação
estiverem pessoas enfermas, idosas ou crianças. Nestas hipóteses, os militares deverão
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empregar os meios possíveis para que tais pessoas se retirem, para depois realizar a
abordagem, se for o caso;
(3) Se a edificação estiver ocupada por pessoa que não oferece perigo aos
militares, e que não sejam da APOP, o procedimento será cortês;
(4) As abordagens não podem e nunca deverão ocorrer com as guarnições
em inferioridade numérica ou poder de fogo;
(5) Se os militares forem fazer abordagem em razão de denúncia de detido,
será necessária muita atenção, pois poderão estar sendo atraídos para uma tocaia ou até
mesmo para a própria residência do detido;
(6) Em edificações desocupadas, em princípio, deve-se agir como se o local
estivesse ocupado, isto é, com cuidado para não ser surpreendido por alguém que esteja
escondido, adotando-se procedimentos análogos aos previstos para edificações
ocupadas.
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ARTIGO VI
1. CONCEITOS:
a. Explosivo: Substância que mediante reação química, se transforma
violentamente e expele pressão e calor em todas as direções.
Fogos de artifícios
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g. Classificação:
1) Bombas Convencionais: são os artefatos construídos e empregados
regularmente, como granadas, minas, petardos, materiais e acessórios bélicos, etc...
- Ameaças de bomba
- Localização de bomba ou explosivos
- Explosões de bomba
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2. AMEAÇAS DE BOMBA
As ameaças de bomba são incidentes em que há uma informação sobre uma
bomba em um determinado lugar, mas não se tem certeza da sua existência ou onde se
encontra.
Entre os incidentes com bombas, estes são os que ocorrem com maior
frequência, chegando a mais de dois terços dos casos.
As ameaças podem ser feita através de diversos meios de comunicação, como
telefone, cartas, e-mails, fax, etc.
Os ameaçadores geralmente trabalham de duas maneiras:
Amigavelmente: o autor apresenta-se como uma pessoa que deseja ajudar,
alertando que tem o conhecimento da existência de uma bomba naquele local e que sua
comunicação é com o intuito de salvar vidas.
Diretamente: o ameaçador apresenta-se como o responsável pelo futuro
atentado, alertando que ele próprio colocou a bomba – ou irá colocar – e irá provocar as
mortes ou danos pretendidos. Este tipo de ameaça pode ou não vir condicionado com
algum tipo de extorsão ou exigência.
Uma ameaça pode ser motivada por:
- Trote
- Ato Criminoso
- Ato Terrorista
a. Trote:
1) Características
- Apresenta a ameaça como evento imediato, informando horários e
alertando para a necessidade de evacuação;
- Fala rápida e curta;
- Disfarce da voz ou sotaques forçados;
- O ameaçador não é receptivo à conversação;
- Não apresenta detalhes técnicos ou objetivos da ameaça;
- Não insiste no convencimento da ameaça.
2) Objetivos
- Criar clima de instabilidade, confusão, e insegurança;
- Provocar a paralisação das atividades e liberação dos funcionários.
3) Agentes
- Crianças, estudantes e funcionários.
b. Ato Criminoso:
1) Características
- Faz exigências ou condiciona a ameaça a pedidos;
- Conversação tensa ou inquieta;
- Direciona a ameaça para determinada pessoa ou local;
- Procura dar convencimentos ou provas da veracidade
2) Objetivos
- Vingança;
- Extorsão;
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3) Agentes
-Ex-funcionários, ex-namorados e outras pessoas de relacionamento
anterior.
c. Ato Terrorista:
1) Características:
- Apresenta a ameaça como possibilidade futura de ocorrer;
- Declaram suas intenções, motivações e grupo a que pertence;
- É receptivo à conversação;
- Demonstra conhecimentos técnicos sobre explosivo;
- Procura dar convencimentos ou provas da veracidade da ameaça.
2) Objetivos
- Criar clima de medo e insegurança;
- Chamar atenção para determinada causa.
3) Agentes
- Extremistas e grupos radicais motivados por política, religião ou questões
sociais.
a. Ameaça Falsa: são aquelas em que não existe nenhuma prova ou confirmação
da existência da bomba no local ameaçado. Por mais convincente que possa ter sido o
ameaçador, nenhuma evidência física, nenhum objeto suspeito e nenhum outro elemento
confirma os dados da ameaça feita;
b. Decisão de evacuação:
A evacuação de um local sob ameaça de bomba é uma decisão problemática.
A decisão de evacuar ou não deve ser muito bem embasada e justificada. Não é prudente
agir radicalmente e impulsivamente, tomando uma decisão por “bom senso”, pois os
riscos para as pessoas poderão ser maiores.
Decidir não evacuar um local ameaçado pode representar um perigo para as
pessoas, pois pode haver realmente uma bomba e ela vir a explodir. Os danos e prejuízos
de uma paralisação não justificam o risco para as vidas humanas.
Entretanto, decidir pela evacuação de um local sem que haja necessidade
pode representar maior perigo ainda para as pessoas. Uma evacuação precipitada, sem
saber onde se encontra ou quais são as características desse objeto suspeito, pode ser
mais perigoso do que manter as pessoas no local até identificá-lo.
Os dois extremos devem ser evitados: não se deve adotar uma postura radical
de evacuar imediatamente ou não evacuar. A decisão deve ser racional e embasada em
motivos justificáveis. Essa é a melhor garantia de responsabilidade do militar responsável
na tomada de decisões.
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- Deve-se analisar como uma pessoa poderia ter entrado e colocado uma
bomba naquele ambiente, quanto tempo teve disponível para isso, como passou
despercebido pela segurança e como ele pretenderia atacar aquele local.
- As buscas devem ser feitas DE FORA PARA DENTRO e DE BAIXO PARA
CIMA.
- Se a busca for resultante de uma ameaça de bomba com tempo pré-
determinado, encerre a busca 30 minutos antes da hora prevista e reinicie somente 30
minutos após esse horário.
5) Roteiros de progressão
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ARTIGO VI
ESCOLTAS
1. GENERALIDADES
Durante as Operações de GLO, eventualmente haverá a necessidade de realizar
a proteção, escolta e transporte de autoridades, também de detidos por motivo de alguma
audiência judicial, transferência de estabelecimento, ou comboio de material.
2. LEGISLAÇÃO REFERENTE
Referente à transporte de presos: Constituição Federal 1988, Lei de Execuções
Penais, Súmula 11 do STF (algemas), Lei nº 8.653 (transporte de presos).
Atentar para não destratar o preso, não deixa-lo exposto para público e transportá-
lo em local adequado.
Referente à comboios: Código de Trânsito Brasileiro.
Veículos precedidos de batedores e comboios militares tem prioridade de
passagem.
3. TIPOS DE ESCOLTA
- Escolta de detidos
- Escolta de autoridades
- Escolta de comboio
a) Escolta de Detidos
A primeira providência a ser tomada por um militar ao receber a missão de uma
escolta de detidos é analisar o documento de transporte dos detidos que deverá ser um
“ofício requisitório” expedido por um Juiz, onde deverá cercar as informações suficientes
para a identificação do detido, tais como:
- identificação,
- motivo da detenção,
- nome da autoridade que a determinou,
- antecedentes penais e penitenciários,
- dia e hora do ingresso e da saída.
- Normas de segurança:
- Antes do embarque do detido, as viaturas envolvidas no transporte e na
escolta, deverão ser revistadas, a fim de retirar objetos com os quais o detido possa
cometer qualquer ato ilícito, como tentar a fuga ou causar lesões corporais, etc.
- Somente após a conclusão da ação anterior e da certeza das condições reais
do detido é que deve ser iniciado o embarque do mesmo na viatura.
- Em hipótese alguma algemar o detido em peças ou equipamentos da viatura.
- Em viaturas do tipo – caminhão, o número de detidos não deve exceder ao
prescrito para o veículo, dependendo de seu tamanho e modelo.
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Cmt Escolta
Sentido do deslocamento
Sentido do deslocamento
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- Escolta nível II: Média periculosidade – roubo, furto, foragido, homicídio culposo,
tentativa de homicídio e outras:
- 01 preso de média periculosidade ou dois presos de baixa periculosidade;
- 01 viatura para transporte de preso;
- 01 viatura de Esct e Apoio;
- Eqp de Esct:
- Vtr do Preso: 01 ten ou 2º Sgt + 03 Cb/Sd;
- Vtr de Esct e Apoio: 01 3ºSgt + 02 Cb/Sd;
- Arm e Uniforme: Idem ao nível anterior.
- Escolta nível III: Alta periculosidade – envolvimento com crime organizado,
tráfico de drogas e armas, sequestro, homicídio doloso e outras;
- 01 Preso de alta periculosidade, 02 de média periculosidade ou mais de 02
presos de baixa periculosidade;
- 01 Vtr para transporte de preso;
- 02 Vtrs de Esct e Apoio;
- Eqp de esct:
- Vtr do Preso: 01 Ten ou 2ºSgt + 03 Cb/Sd;
- 1ª Vtr ( À frente ): 01 3ºSgt + 02 Cb/Sd;
- 2ª Vtr ( À retaguarda): 01 3ºSgt + 02 Cb/Sd;
- Arm e Uniforme: Idem a o Anterior;
b) Escolta de Comboio
As escoltas de comboios podem ser:
- Escolta de pessoal
- Escolta de material ( ex. urnas eletrônicas)
- Escolta de material militar (ex. blindados, munição)
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- Manobra:
Vtr Escoltada
VANGUARDA RETAGUARDA
- Normas de segurança:
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
- Ter um plano de emergência com hospitais e formas de evacuação.
- Utilizar a maior velocidade de segurança possível.
- Redobrar os cuidados nos pontos críticos
- Usar veículo adequado ao terreno.
- Usar policiamento ostensivo e força de choque se for o caso.
- Manter sempre que possível uma força reserva.
- Alternar itinerário e horário a fim de evitar rotina.
- Reconhecer os itinerários com os motoristas.
- Evitar túneis e passagens sob viadutos.
- Ocupar ou olhar com atenção as partes mais altas que permitem comandamento
sobre a escolta.
- Sempre planejar, no mínimo um itinerário alternativo.
- Criar TAI para as situações de emergências (caso de emboscada, pane de vtr,
passagem de pontos críticos inevitáveis, etc).
- Ter os contatos de pontos de apoio como BPM e Delegacias.
- Se possível, pedir apoio aos órgãos de trânsito (CET, DER, PFR).
- Realizar um planejamento para passagem rápida de pedágio SFC.
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ARTIGO VII
1. GENERALIDADES
É a operação de GLO que permite a fração nível pelotão, realizar o controle e/ou
o bloqueio de vias. Estas vias podem ser classificadas em dois tipos:
a. Via rural
1) Estradas: não pavimentada.
2) Rodovia: pavimentada.
b. Via urbana: ruas e avenidas situadas em áreas urbanas, caracterizadas
principalmente por possuir imóveis e edificações ao longo de sua extensão.
2. FINALIDADE
A operação visa controlar o movimento de pessoas e\ou de materiais, realizando
abordagem de elementos suspeitos, prisão de marginais e principalmente intensificar a
operação presença das forças legais em áreas de risco, portanto pode-se dizer que as
principais finalidades são:
- Operação presença;
- Controlar movimento de veículos;
- Bloquear a passagem de material ilícito;
- Realizar a abordagem de pessoas não suspeitas;
- Realizar a abordagem a elementos suspeitos;
- Efetuar a prisão de criminosos.
3. PRICIPIOS BÁSICOS
Antes de se executar um PBCE/PBCVU, o responsável deve realizar as seguintes
medidas:
- Realizar o reconhecimento do local, a fim de verificar a existência de espaço
suficiente para estabelecimento do PBCE/PBCVU, de área estacionamento de viaturas e
veículos apreendidos.
- Estabelecer quais os objetivos principais a serem atingidos na operação;
- Programar o dia, o horário e a duração da operação (evitar congestionamento);
- Prever efetivo para compor os grupos na operação;
- Prever a necessidade de militares do sexo feminino;
- Prever meios de sinalização.
Em caso de mau tempo (garoa forte, chuva ou muita neblina) suspende-se
temporariamente ou encerra-se a operação, a fim de se evitar acidentes e danos.
- Caso a operação dure algumas horas, verificar a possibilidade de mudanças de
ponto, pois quanto maior a duração, menor a sua efetividade no local.
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4. ORGANIZAÇÃO DO PBCE/PBCVU
PELOTÃO
Grupo de Comando
e Apoio
Equipe de
Segurança Equipe de
Aproximada Reação Equipe de
Guarda de Presos
Equipe de
Revista
a. Grupo de comando e Ap :
- Mantêm as comunicações e ligação com escalão superior;
- Controlar as atividades de Sup CL I e CL V;
- Providenciar o material necessário para montagem e funcionamento do
PBCE/PBCVU.
- Prever a necessidade de médicos e militares do segmento feminino.
b. Grupo de via :
Responsável pelo controle do trafego dentro da via, são os responsáveis pela
montagem dos obstáculos na via. Este é dividido em equipes:
3) Equipe de revista:
- Realiza a abordagem e revista de presos e veículos suspeitos.
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c. Grupo de Reação:
Este é dividido em equipes:
1) Equipe de Reação:
- É a força de reação ECD de intervir, face a alguma ameaça ao
PBCE/PBCVU.
2) Equipe de Guarda de Presos:
- Realizar a guarda de presos.
e. Grupo de Patrulha:
- Realiza o patrulhamento do perímetro do PBCE/PBCVU;
- Realiza a proteção da entrada e saída do PBCE/PBCVU;
OBS: O grupo de patrulha sempre cederá 02 (dois) homens para fechar a via,
antes do inicio da montagem do PBCE/PBCVU. Caso uma das missões do PBCE/PBCVU
seja anotar todos os veículos parados no PBCE/PBCVU, serão sacados dois elementos
do grupo de patrulha para executar esta missão.
6. PRINCIPIOS BÁSICOS
a. Segurança:
É estabelecida em locais onde, sob vigilância, haja espaço suficiente para a reunião
dos indivíduos, para o estacionamento de viaturas e para a revista e averiguação de
suspeitos.
b. Rapidez:
Deve haver uma agilidade tanto na montagem do dispositivo, como na verificação dos
veículos e pessoas abordadas. Muita demora nestes procedimentos acarretam
congestionamentos no transito e desconforto para as pessoas que passam pelo local,
resultando num ponto negativo a presença da tropa no local.
c. Eficiência:
Combater ao máximo a probabilidade de atos ilícitos, caso a operação dure algumas
horas, verificar a possibilidade de mudanças de ponto do bloqueio, pois quanto maior a
duração, menor a sua eficácia no local.
d. Mobilidade:
O pelotão deve dispor de material leve e de fácil remoção, viaturas próprias, para ter
mobilidade para mudança de posição e variações nos diferentes lugares, no menor
espaço de tempo. (Mobilidade X Eficiência).
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Sinalizador eletrônico 12
Bastão de sinalização 04
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Colete de sinalização 22
Seta eletrônica 04
Lanterna portátil 06
Espelho de Inspeção 02
Detector de metal 04
Lombada Portátil 02
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OBS:
- O armamento é o de dotação da tropa, sendo aconselhável que os militares que
irão fazer a revista estejam com armas curtas e os seguranças estejam com calibre 12
Pol.O Pel deverá ter munição não letal
- O uso da MAG é a critério do Cmt Pel, de acordo com a missão e área de
atuação
- Outros materiais a serem levados para o PBCE/PBCVU: material de anotação,
câmeras fotográficas, geradores de eletricidade, lanternas, holofotes, megafones, apitos e
etc.
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Controlador de trafego(selecionador)
Revistador
Controlador de trafego(externo)
Área de estacionamento de
Veículos apreendidos
SA R
CT
CTS C CTS
CT
R SA
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ARTIGO VIII
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
As operações militares de segurança de Pontos Sensíveis constituem-se em um
sistema organizado de proteção, contra ações dos APOP, em todas as direções das
instalações ou áreas designadas dentro da área de operações.
Cabe ressaltar que uma base de operações passa a ser um PS, devido sua
grande importância, sendo um alvo em potencial para as ações dos APOP.
No planejamento das operações para a ocupação e manutenção de um Ponto
Sensível, o Comandante da Fração deverá ter muito cuidado com as limitações e
vulnerabilidades apresentadas pelo local. As condições precárias das instalações, as
condições reduzidas de conforto e segurança, a dependência do apoio logístico além da
excessiva proximidade com a população, irão exigir a adoção de medidas de controle e
segurança que evitem a identificação das atividades da tropa no local.
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- Total: Nenhuma pessoa, que não seja integrante da tropa, pode passar os
limites de segurança estabelecidos para interdição, tendo-se a finalidade de impedir o
acesso à área ou instalação.
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a) Organização:
Cmdo
da Tropa
Grupo de Comando:
- Coordenar e controlar a ocupação do PS.
Grupo de Sentinela:
- Estabelecer a defesa circular aproximada e posto de controle de circulação e
- Estabelecer barreiras e outras medidas de proteção aproximada.
Grupo de Patrulha:
- Estabelece a defesa circular afastada, principalmente em pontos dominantes
que circundam o local;
- Lançar patrulhas a pé ou motorizadas que irão rondar, constantemente, as
áreas próximas ao ponto;
- Estabelecer postos de bloqueio e controle de Vtr e pessoal nas vias de
acesso ao Ponto Sensível;
- Deter elementos suspeitos nas proximidades do Ponto Sensível;
- Instalar obstáculos nas proximidades do Ponto Sensível e
- Limpar os campos de tiro e obstáculos, de acordo com as necessidades do
grupo de sentinelas.
Grupo de Reação:
- Vasculhar minuciosamente todas as instalações do Ponto Sensível, se
possível acompanhado por um técnico local;
- Reforçar o controle de pontos críticos ou vulneráveis no interior do Ponto
Sensível, mediante ordem;
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Legenda:
Vermelho – Área de interesse ( PF Temporários)
Amarelo – Área de influencia ( PF Fixo)
O Ponto Forte pode ser, de acordo com sua ocupação, do tipo fixo ou temporário:
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O Valor para ocupar um Ponto Forte pode variar de acordo com a missão de um
Grupo de Combate até um Pelotão de Fuzileiros.
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LIMITAÇÕES E VULNERABILIDADES
- condições precárias das instalações.
- condições reduzidas de conforto.
- dependência do apoio logístico.
- excessiva proximidade com a população, o que exige a adoção de medidas que
evitem a identificação da rotina do ponto forte.
- susceptível à ação de elementos da APOP que, valendo-se de sua capacidade
de dissimulação na população, podem aproximar-se das instalações para realizar ações
de sabotagem.
- não poder entrar em instalações abandonadas sem a devida autorização do
proprietário ou mandado.
- os APOP se misturam com a população civil.
- utilização de civis como escudo pelo APOP.
- APOP utilizando crianças para passar informações sobre a tropa.
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ARTIGO X
EMPREGO DE CAÇADORES
Histórico
Durante a Guerra de Secessão nos EUA, o Coronel de Exército da União
HIRAM BERDAM treinou especialmente um batalhão com fuzis Sharp, dotados de
primárias lunetas telescópicas, com o corpo em bronze.
Esse batalhão recebeu a informal alcunha de “Sharpshooters”, cuja tradução
literal seria “Atiradores afiados” ou “Atiradores precisos”, sendo que há o registro de um
dos seus integrantes, Califórnia Joe, que teria abatido um oficial confederado a uma
distância de 800 jardas (731,20 metros) de seu posto de tiro.
1. Definição
Tiro de Comprometimento é o disparo de arma de fogo contra um alvo
selecionado com o objetivo de incapacitá-lo instantânea e totalmente, neutralizando
ameaça que o mesmo esteja causando.
2. Peculiaridades
- É executado por militar especializado
- É a penúltima das alternativas táticas;
- É o tiro efetuado pelo Caçador, a partir do qual deve ser desencadeado o
assalto (é o sinal para o uso da força)
- Normalmente extingue a vida do causador da crise.
Aspectos Legais
Art.23, inciso III do CP. “Não há crime quando o agente pratica o fato”.
I – Estado de necessidade;
II – Legitima defesa (própria ou de outrem);
III – Estrito cumprimento do dever legal;
IV – Exercício regular do direito.
Análise
“As análises revelam, que os juristas entendem como legítima a atividade do
caçador, como um recurso eficaz para a preservação da vida de reféns, porém não
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3. Atiradores
a) Definições:
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CAPÍTULO V
ARTIGO I
1. INTRODUÇÃO
Fundamentos Táticos:
Este tipo de combate é orientado pelos seguintes fundamentos táticos:
a) Simplicidade – Este fundamento deve ser buscado desde a fase de
planejamento, na qual a limitação do número de objetivos, um bom trabalho de
Inteligência e a criatividade são componentes básicas deste fundamento.
A limitação do número de objetivos facilitará a compreensão da missão por todos
os integrantes da fração, diminuindo as possibilidades de erro durante a execução.
Um bom trabalho de Inteligência possibilita o maior número possível de dados
precisos importantes para o planejamento, evitando-se o improviso e um grande número
de condutas alternativas durante a ação no objetivo.
A criatividade é obtida através de novas tecnologias, que visam a execução de
uma tarefa aparentemente difícil de um modo mais fácil e rápido, e ainda, através do
emprego de táticas não convencionais, que são aquelas desenvolvidas durante o
treinamento específico de uma missão ou ainda a solução encontrada diante de uma
situação problema na ação no objetivo.
b) Segurança – Este é o fundamento que trata da integridade física dos
integrantes da fração, iniciando na apanha e verificação do armamento e equipamento a
ser utilizado no cumprimento da missão, passando por condutas durante o deslocamento
e aproximação do objetivo, condutas na ação do objetivo, tais como a identificação de
elemento suspeito e sua detenção e finalmente até o retraimento para a base de
operações e posterior “debriefing”.
c) Surpresa – Este fundamento visa apanhar o APOP/inimigo desprevenido,
através da dissimulação, da disciplina de luzes e ruídos, da sincronização das ações e até
das suas vulnerabilidades.
d) Agressividade – Fundamento específico para situações onde haja o combate,
através do qual o integrante da fração imporá o medo ao APOP/oponente por meio de sua
postura, da forma clara e enérgica com que transmite suas ordens e se preciso for do
emprego de força física.
107
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Emprego do armamento:
Existem alguns fatores para o emprego do armamento em CRC. Estes são
essenciais para que se evite a morte de inocentes:
a) Objeto – Algo que ofereça risco a integridade física ou à vida do elemento da
fração ou de outrem.
b) Intenção – A pessoa que porta o objeto tem a intenção de usá-lo contra o
integrante da fração para afetar sua integridade física ou tirar-lhe a vida, ou ainda, de
outrem.
c) Capacidade – A pessoa que porta o objeto e tem a intenção de usá-lo deverá
ter a capacidade para fazê-lo, ou seja, precisa ter força para empregar um machado, por
exemplo, ter o conhecimento necessário para manejar uma arma de fogo, quer dizer que
o agressor deve ter capacidade física e/ou mental para executar a ação com êxito.
d) Certeza – O integrante da fração deve estar certo que após verificar os três
fatores anteriores, aquela pessoa constitui uma ameaça real.
e) Ação imediata – O integrante da fração após ter verificado os fatores citados
anteriormente, sabe que se não agir (atirar), de imediato, aquela ameaça se concretizará.
Fundamentos Éticos:
Para cumprir esse tipo de missão, é importante a prática dos seguintes
fundamentos éticos:
a. disciplina – obediência e fiel cumprimento das ordens;
b. lealdade – fidelidade com os companheiros;
c. responsabilidade coletiva – responsabilidade solidária pelos atos praticados
durante uma ação no objetivo. Cada um é responsável não somente pelo seu ato, mas
também pelo do seu companheiro;
d. compromisso de matar – Fundamento específico para situações onde haja o
combate, no qual o elemento da fração deve ter consciência de que ele deverá neutralizar
aquele que ofereça uma ameaça ou perigo eminente contra a sua vida ou de outrem; e
e. necessidade de conhecer – Somente as pessoas necearias devem tomar
conhecimento da atividade da tropa. O elemento da fração deve saber que não pode
comentar o cumprimento de uma missão, atividades de instrução ou qualquer outro
assunto tratado no âmbito da fração.
O combate em recintos confinados é uma ferramenta comum a outros tipos de
operações, como por exemplo, o investimento a uma localidade, onde as pequenas
frações terão que progredir casa a casa a fim de eliminar possíveis resistências no interior
da localidade.
108
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A
- O segundo militar a entrar (B), vai
para o outro canto do cômodo
C limpando o ângulo morto;
1) Quanto a técnica
109
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110
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(2) Portas centrais estreitas onde o grupo esteja posicionado dos dois lados da
porta e que possibilitam a passagem de apenas um militar de cada vez.
Ameaça Neutralizada
111
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2.1 Coberta:
A entrada coberta será utilizada em operações de busca e apreensão onde a
segurança é mais importante que a velocidade. Normalmente em casos quando não há
possibilidade do descarte/destruição de provas importantes para resgatar, ou quando o
incidente não envolve reféns e em caso de APOP barricado.
Neste tipo de entrada, será priorizada a segurança e proteção dos
integrantes do grupo de assalto, através do uso do escudo balístico no primeiro homem a
entrar nos cômodos ou da utilização de técnicas de observação (fatiamento, tomada de
ângulo ou olhada rápida) antes da entrada em cada cômodo.
2.2 Dinâmica:
A entrada dinâmica será utilizada em operações de busca e apreensão onde
se priorize a agressividade e a rapidez. Este tipo de entrada é mais indicado quando
existir a possibilidade do APOP descartar ou destruir provas ou nas situações de resgate
de reféns, após a decisão pela entrada tática.
O acesso ao interior do aparelho deve ser realizado de maneira que permita
o máximo de velocidade à entrada tática.
112
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LIMPO
!
4 LIMPO 1
!
LIMPO
!
2 LIMPO
3 !
LIMPO
!
LIMPO
!
3.2) Inundação
É dada ênfase a velocidade, pois todo o grupo de assalto aborda o primeiro
cômodo e a reorganização ocorre quase que simultaneamente com a passagem para o
próximo cômodo.
113
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COMANDANTE
H F D
B
E
F C
B
A Operação de Busca e Apreensão (OBA) é uma atividade planejada que tem por
objetivo cumprir com segurança um mandado de busca e apreensão expedido por um
juiz. Tem por finalidade encontrar e deter pessoas e/ou materiais que sirvam de subsídio
para a solução de crimes, como armas, dinheiro, drogas, computadores, documentos, etc.
Cabe ressaltar que, em uma OBA poderá haver o consentimento do morador para
que a tropa entre no local, e havendo essa atitude, o uso da força não necessariamente
será utilizado por parte da tropa para o cumprimento do mandado.
4. CONSIDERAÇÕES GERAIS
- Quando não houver morador no local, a porta poderá ser arrombada, porém
deve ser solicitado que um vizinho presencie o arrombamento e a diligência. Na ausência
deste, deve se verificar a possibilidade de utilizar os próprios militares da tropa como
testemunha.
- Para fins de comprovação, toda a diligência deve ser registrada com filmagens.
- Existem duas correntes que falam sobre o período de realização da operação. A
primeira, diz que ela deve acontecer entre as 06h e as 18h, e a segunda diz que pode
ocorrer entre o nascer e o pôr do sol.
- O limite temporal impõe-se apenas para o início da busca. Iniciada a diligência
durante o dia, poderá estender-se pelo tempo necessário para a sua conclusão.
5. DEFINIÇÕES
a. Leitura do Mandado de Busca e Apreensão
O mandado de busca e apreensão é o documento formal emitido pela
autoridade competente que ampara a execução de uma OBA.
A leitura do mandado deve ser realizada preferencialmente antes do assalto ao
aparelho. Em operações onde o sigilo seja fundamental para o cumprimento do mandado,
poderá ser lido depois, com os APOP já detidos.
Os mandados podem ser específicos, designando uma instalação, ou coletivos,
designando uma área claramente delimitada, autorizando a realização da busca em
diferentes locais dentro dos limites descritos, a critério das autoridades executantes.
b. Busca
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Em uma OBA, que pode ser do escalão Pel ou maior, a tropa que cumprirá a
missão deverá estar organizado conforme o organograma a seguir:
Cmt
EM/Cmdo Tu Caçadores
Cerco/
Assalto1 Isolamento2 Acolhimento
Revista
Observações:
1 - deverão ser previstas quantas frações forem necessárias para executar essa
tarefa; e
2 - essas duas tarefas poderão ser executadas por uma única fração, ou poderá
haver uma fração para cada tarefa.
116
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7. TAREFAS
a. Grupo de Assalto
É a fração que realiza o movimento para o interior de um aparelho, a partir da
posição de assalto (PA), utilizando os meios necessários caso não haja consentimento do
proprietário após a leitura do mandado.
Deverá ser organizada com o valor mínimo de um Grupo de Combate (GC),
que realizará o assalto do aparelho. Logo, dependendo do nível de comando da operação
ou da dimensão do local a ser realizada a busca, poderá haver a necessidade de um
pelotão (Escalão de Assalto) ter os seus GC organizados em Grupos de Assalto. Para a
realização do assalto, deve-se atentar para a premissa básica de sempre manter dois
homens por cômodo. A Força de Assalto poderá ser reforçada por elementos
especializados (chaveiro, atendentes, socorristas, etc).
b. Grupo de Revista
É a fração responsável pela busca dentro do aparelho, revistando os cômodos,
inclusive dentro dos móveis e compartimentos escondidos, além de apreender materiais.
Pode ser apoiada por elementos especializados, como: peritos, cães
farejadores e outros necessários ao cumprimento do mandado. Deve conduzir material
específico: luvas de procedimento, espelhos, sacos plásticos, chaves de fenda, pinças,
etc.
c. Grupo de Cerco e Isolamento
Força de Cerco – é responsável por impedir a fuga de elementos de dentro do
aparelho e também por prover a segurança da Força Assalto durante sua aproximação do
aparelho.
Força de Isolamento – é responsável por evitar a entrada de indivíduos na área
da operação, sejam APOP, imprensa ou mesmo curiosos.
d. Grupo de Acolhimento
Em situações que necessitarem a retirada de civis da construção será
constituída uma Força de Acolhimento, responsável por acolhe-los e afastá-los do local,
realizar uma revista sumária e encaminhá-los ao local determinado pelo Comandante da
Operação.
e. Turma de Caçadores
É a fração responsável pelo tiro de comprometimento e observação do
aparelho para orientar a progressão e aproximação da Força de Assalto, levantar e
transmitir com oportunidade as informações, identificar e eliminar as ameaças (a princípio
mediante ordem).
Obs: a Turma de Caçadores pode ser passada em reforço ao pelotão pelo
comandante da Unidade caso haja a necessidade de emprego.
8. FASES DA OPERAÇÃO
Durante o Exame de Situação e na realização do planejamento, o Cmt da
operação deverá levar em consideração as fases abaixo
a. Cerco e Isolamento
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b. Aproximação
Para esta fase serão consideradas duas etapas e uma situação especial.
- 1ª Etapa
Nesta etapa é considerado o deslocamento do local de desembarque até a
Posição de Formação (PF), que em algumas situações poderá coincidir com o local de
desembarque.
A posição de formação é a última posição coberta e abrigada antes da Posição
de Assalto (PA).
Na PF os integrantes da fração já deverão estar com as armas principais
carregadas e destravadas, deverão realizar o último teste rádio e, em último caso, poderá
realizar alguma medida administrativa ou de coordenação necessárias ao prosseguimento
na missão.
Os integrantes da fração deverão conduzir o armamento na posição de pronto
3 (três) ou pronto 2 (dois), de acordo com a hostilidade do ambiente, mantendo a
observação no setor distribuído pelo comandante do grupo.
A Turma de Caçadores deverá estar em condições de guiar e prover a
cobertura da Força de Assalto, a partir do pronto do comandante desta Força na PF para
deslocar-se até a posição de assalto.
- 2ª Etapa
Nesta etapa, é considerado o deslocamento da PF até a PA.
Durante este deslocamento os integrantes da fração deverão conduzir o
armamento na posição de pronto 2 (dois), mantendo-se os setores já distribuídos e
poderão adotar a posição de pronto 3 (três) caso a situação exija.
Nesta situação o observador deverá manter o comandante do Escalão
informado do que acontece no interior do aparelho e também nas proximidades.
Na PA, a Força de Assalto deverá permanecer em condições de realizar a
entrada/assalto mediante ordem do comandante da fração e manter a segurança em
todas as direções.
O comandante da fração poderá coordenar o rodízio dos Grupos de Assalto,
caso o tempo em posição na PA seja prolongado por muito tempo.
Este rodízio será feito através de substituição na posição.
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d. Assalto
O assalto é desencadeado com a utilização das TTPs já explicadas
anteriormente no item 2, caso seja necessário.
e. Reorganização
Para esta fase serão estabelecidas medidas de coordenação e controle após a
limpeza de todos os cômodos.
Ela iniciará com o limpo do último cômodo, por isso é importante que o
comandante de grupo se posicione de tal forma que esteja acompanhando a entrada
nesse cômodo.
Iniciada esta fase, o comandante de grupo deverá percorrer todos os cômodos
e, se necessário, redistribuir seus homens de forma a melhorar a segurança no interior do
recinto.
Após verificado que o recinto está em segurança, o comandante de grupo
informa ao comandante imediato que o aparelho está em segurança e a situação atual
(feridos da tropa, feridos civis, materiais destruídos, danos ao patrimônio, etc).
REORGANIIZAÇÃO
f. Busca e Apreensão
Esta fase caracteriza-se pelo trabalho de duas equipes: Acolhimento e Revista.
119
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g. Retirada
Esta fase se inicia com a saída e o pronto do comandante da equipe de revista.
O comandante do grupo de assalto dará o comando para a tropa preparar para
a retirada, quando se inicia a movimentação de todos os homens do grupo de assalto.
3 2
P Reu Marginais P Reu Vítimas
1
4
P Reu Mortos
P Reu
Feridos
RETIRADA
2 3
1 4
120
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h. Retraimento
É o movimento inverso da entrada, realizado pelo grupo de assalto em direção
à PF ou a uma nova posição de assalto.
RETRAIMENTO
PF
121
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ARTIGO II
ARROMBAMENTO EXPLOSIVO
1. INTRODUÇÃO
Esta Nota de Aula tratará de assuntos relativos à confecção de cargas explosivas
não convencionais, assim denominadas por não constarem em publicações de uso oficial,
sendo criadas a partir da adaptação das características dos explosivos e cálculos contidos
no manual C 5-25 às necessidades dos grupos de assalto que realizam as tarefas de
arrombamento explosivo.
Os procedimentos utilizados para a confecção de cada tipo de carga são de
natureza empírica, tendo sido testados e aprovados em exercícios, adestramentos e
demonstrações com significativo sucesso. Nada impede que a criatividade dos
operadores produza cargas mais eficientes.
3. EXPLOSÃO
a. Conceito: Processo químico e físico caracterizado por uma grande velocidade
de transformação, pela formação de grande quantidade de gases em elevada temperatura
e por uma grande força expansiva que produz efeitos mecânicos e sonoros.
b. Efeitos primários:
1) Onda de choque:
- Onda mecânica, de imensa intensidade, com alta velocidade de detonação.
2) Sopro ou pressão:
- Divide-se em Pressão Positiva e Pressão Negativa
a) Pressão Positiva é a expansão multidirecional dos gases, formando círculos
concêntricos a partir do epicentro da explosão, gerando um vácuo atrás de si.
b) Pressão Negativa é o preenchimento abrupto do vácuo gerado pela onda
impelente.
3) Fragmentação:
- É a decomposição ou desintegração de objetos pela onda positiva, gerando
fragmentos.
4) Efeito térmico-incendiário:
- É a geração de altíssima temperatura pela explosão, a qual pode incendiar
objetos inflamáveis próximos ao local da explosão.
- Efeito do calor no corpo humano:
122
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c. Efeitos secundários:
123
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- Ruptura de tímpano;
- Fratura de ossos;
- Queimaduras;
- Dilacerações;
- Perfurações; e
- Lesões múltiplas.
e. Normas de Segurança:
As mesmas prescritas no Cap 3 do Manual de Campanha C 5-25
EXPLOSIVOS E DESTRUIÇÕES do Exército Brasileiro.
124
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126
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Figura 4 – Estopim
meio de escorvamento elétrico, ou seja, é utilizada uma espoleta elétrica para iniciar a
detonação do explosivo.
Esse processo é elétrico, proporcionando o controle exato do momento em que
se deseja detonar a carga, pode ser utilizado para o arrombamento explosivo.
Maiores detalhes no manual C 5-25 EXPLOSIVOS E DESTRUIÇÕES.
3) Lançamento Não-Elétrico (NonEl): É aquele em que a carga explosiva é
acionada por meio de uma espoleta comum acoplada a um tubo de choque, e este a um
acionador carregado com uma espoleta pequena de fogo central para cartucho de
espingarda.
Esse processo é não-elétrico, proporciona controle exato do momento em que
se deseja detonar a carga, e é mais seguro do que o elétrico, ideal para o arrombamento
explosivo.
4) Tubo de choque: É um acessório de detonação não elétrico baseado em um
tubo plástico de cerca de 3 mm de diâmetro externo, cuja superfície interna é impregnada
com uma substancia reativa que manchem a propagação da onda de choque a uma
velocidade de cerca de 2000 m/s. Esta onda tem energia suficiente para iniciar um
explosivo primário ou uma espoleta com tempo de retardo ou não. Uma vez que a reação
esta confinada no tubo, este não explode e atua como mero condutor de energia.
1) Carga Linear “silhueta”: É uma variação da carga tipo “silhueta”, cujo molde
possui reduzida largura, adquirindo um formato linear. Normalmente é empregada para a
destruição das dobradiças de uma porta (ver figura 5).
De uma maneira geral segue a mesma sequência de procedimentos para
a confecção da carga tipo “silhueta”, porém suas dimensões favorecem o emprego de fita
tipo “dupla face”, que facilita a instalação da carga na porta por não utilizar um molde
rígido.
Molde
Cordel Detonante
2 VOLTAS
C
3 VOLTAS
4 VOLTAS
129
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5 VOLTAS
6 VOLTAS
i. Distância de Segurança:
Cargas Externas:
Fórmula Básica
3
D = K W
D = Distância em Pés
K = Fator de Segurança, equivalente à Pressão de Detonação (PSI)
W = Peso do Explosivo TNT em LIBRAS
Cargas Internas:
Fórmula Básica
D = K Wx3
D = Distância em Pés
K = Fator de Segurança, equivalente à Pressão de Detonação (PSI)
W = Peso do Explosivo TNT em LIBRAS
130
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CAPÍTULO VI
ARTIGO I
CONTROLE DE DISTÚRBIOS
1. CONCEITOS BÁSICOS
a. Aglomeração: grande número de pessoas temporariamente reunidas.
Geralmente, os membros de uma aglomeração pensam e agem como elementos isolados
e não organizados. A aglomeração pode, também, resultar da reunião acidental e
transitória de pessoas, tal como acontece na área comercial de uma cidade em seu
horário de trabalho ou nas estações ferroviárias em determinados instantes.
b. Multidão: aglomeração psicologicamente unificada por interesse comum. A
formação da multidão caracteriza-se pelo aparecimento do pronome “nós” entre os seus
membros, assim, quando um membro de uma aglomeração afirma – “nós estamos aqui
pela cultura”, “nós estamos aqui para prestar solidariedade”, ou “nós estamos aqui para
protestar” pode-se também afirmar que a multidão está constituída e não se trata mais de
uma aglomeração.
c. Turba: multidão em desordem. Reunião de pessoas que, sob estímulo de
intensa excitação ou agitação, perdem o senso da razão e o respeito à lei, e pensam em
obedecer a indivíduos que tomam a iniciativa de chefiar ações desatinadas. A turba pode
provocar tumultos, distúrbios, realizar saques ou estar em pânico e fuga.
d. Tumulto: desrespeito à ordem, levado a efeito por várias pessoas, em apoio a
um desígnio comum de realizar certo empreendimento, por meio de ação planejada
contra quem a elas possa se opor. O desrespeito à ordem é uma perturbação promovida
por meio de ações ilegais, traduzidas numa demonstração de natureza violenta ou
turbulenta.
e. Distúrbio: inquietação ou tensão que toma a forma de manifestação. Situação
que surge dentro do país, decorrente de atos de violência ou desordem prejudicial à
manutenção da lei e da ordem. Poderá provir de uma ação de uma turba ou se originar de
um tumulto.
f. Manifestação: demonstração, por pessoas reunidas, de sentimento hostil ou
simpático a determinada autoridade ou alguma condição ou movimento político,
econômico ou social.
g. Anonimato: a pessoa se anonimiza, perde sua identidade e,
consequentemente, seu senso de responsabilidade, o seu comportamento deixa de ser
social para se tornar coletivo.
h. Agentes de Perturbação da Ordem Pública: são pessoas ou grupos de
pessoas cuja atuação momentaneamente comprometa a preservação da ordem pública
ou ameace a incolumidade das pessoas e do patrimônio.
i. Ameaças: são atos ou tentativas potencialmente capazes de comprometer a
preservação da ordem pública ou ameaçar a incolumidade das pessoas e do patrimônio.
j. Massa: Grande quantidade de pessoas.
1) Tipos de massa
131
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
a) massas pacíficas:
Reúnem-se por motivos “justos” ou pacíficos, pela própria característica
do grupo não demonstra atitudes radicais. São exemplos: Pacificadores, Religiosos,
Grupos raciais e comportamentais.
b) massas organizadas:
São grupos que possuem uma liderança mais definida, possuem relativa
disposição para enfrentar o policiamento local, além de terem objetivos específicos de
interesse de seu grupo social.
c) massas violenta:
São grupos que, muito das vezes, não possuem lideranças definidas,
mas que, por suas características, têm demonstrado ser uma preocupação quanto à
ordem pública.
2. DOUTRINAS:
Há duas vertentes doutrinárias mundiais no que tange às técnicas, táticas e
procedimento da Força de Choque.
4. CONDICIONANTES
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5. ATIVIDADES A REALIZAR
A seguir são apresentadas as principais ações a realizar, referenciadas às fases
de uma OCD. No entanto, elas não se desenvolvem, necessariamente, na ordem citada.
Além disso, algumas ações desencadeadas inicialmente prosseguem ao longo de toda a
operação, aumentando ou diminuindo de intensidade.
a. Inteligência
- As atividades de inteligência em uma OCD devem se orientar para:
(1) Identificação das causas do distúrbio;
(2) APOP, em especial quanto à liderança, intenções, efetivos
e armamento;
(3) População, em especial quanto ao seu possível grau de participação
(incluindo líderes políticos); e
(4) Região de operações, em especial quanto aos acessos, pontos
sensíveis, postos de observação, obstáculos, sistemas de comunicações e
outros aspectos; são realizadas por equipes de reconhecimento e de inteligên
cia (normalmente velada), que devem infiltrar agentes na manifestação.
b. Operações Psicológicas
(1) As Operações Psicológicas (Op Psico) devem ser realizadas durante todas
as fases da OCD.
(2)São conduzidas por uma Equipe de Op Psico, integrada por pessoal
especializado.
(3)Caracterizam-se por ações destinadas a neutralizar o trabalho de formação das
turbas ou pela tentativa de dissuadir a massa de suas intenções.
(4)São planejadas e coordenadas pelo mais alto escalão.
(5)Têm como alvos a população e a nossa tropa.
(6)Devem ser realizadas durante todas as fases da OCD, em auxílio às ações de
negociação.
(7)Ordens de dispersão devem ser dadas (mediante o emprego de alto-falantes ou
133
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
outros aparelhos) de modo a assegurar que todos os componentes da turba possam ouvi-las
claramente. Deve-se usar linguagem adequada ao público alvo, falar de modo claro, distinto e
em termos positivos. Os manifestantes não devem ser repreendidos, ou desafiados. Quanto
menos tempo levar a turba para se dispersar, menos tempo terão os agitadores para incitá-
la à violência. Ao primeiro ato de violência, os líderes e os agitadores devem ser detidos e
retirados imediatamente do local.
(8) Os manifestantes devem ainda ser alertados sobre as medidas legais que
garantem o emprego da tropa e das consequências jurídicas no caso de qualquer desrespeito
ou agressão a mesma.
(9) A população deve ser orientada quanto à maneira de se conduzir, buscando-se
o máximo de defecções.
(10) As Op Psico devem ser desenvolvidas em coordenação com as Atividades
de Comunicação Social.
(11) A participação da mídia nas operações deve ser bem avaliada e coordenada
pelo Escalão Superior.
(12) Ação Psicológica no Público Interno:
- concientizar a tropa da necessidade da ação da F Ter;
- manter o moral e o senso de cumprimento do dever elevados; e -preservar e
assistir às famílias de integrantes da tropa que residam na área envolvida na Operação ou
em suas proximidades.
(13) Ação Psicológica no Público Externo:
- esclarecer que será preservada a segurança física da população ordeira;
- estimular lideranças comunitárias simpáticas à Operação;
- convencer a população a não participar das manifestações;e
- alertar os manifestantes sobre as medidas legais que garantem o emprego da
tropa e das consequências jurídicas no caso de agressão ou desrespeito àquela.
(14) Guerra Psicológica:
- difundir os êxitos da força legal, como apreensão de armamento e prisão de
líderes; e
- incentivar, ao máximo, as defecções e rendições.
d. Cerco da Área
(1) No caso da operação caracterizar-se por uma ação de natureza OFENSIVA,
com o objetivo de dissolver uma manifestação ou desocupar uma área:
- o cerco da área conturbada deve ser realizado mediante
ocupação de posições de bloqueio nos acessos imediatos ou mesmo ao redor
da turba;
- tem também a finalidade de demonstração de força, para
causar forte impacto psicológico nos manifestantes;
- em princípio, deve ser permitido que os manifestantes e/ou
curiosos que desejarem, abandonem a área; e
134
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
e. Demonstração de Força
(1) A demonstração de força é caracterizada, em primeira instância, pela própria
tomada do dispositivo inicial;
(2) Deve-se buscar a dissuasão pelo efeito de massa;
(3) Meios de grande poder de destruição, tais como helicópteros,
veículos blindados e outros armamentos pesados devem ser utilizados como fator de
intimidação e
(4) Não deve ser usada a munição de festim.
f. Negociação
(1) A negociação deverá ocorrer durante todas as fases da operação, valendo-se
para isso dos recursos das operações psicológicas, da comunicação social e de reuniões
pessoais com as lideranças;
135
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
g. Investimento
(1) O investimento é, normalmente, a ação decisiva, com o objetivo de controlar um
distúrbio, quando se esgotam todas as medidas preventivas.
(2) Com base na hipótese mais desfavorável, ou seja, a real necessidade de se ter
que desencadear a ação ofensiva - num cenário em que alguns militantes mais radicais
reajam com coquetéis "molotov" ou mesmo armas de fogo - devem ser previamente
posicionados os seguintes elementos:
(a) Equipe de Observação e Base de Fogos - Constituída de observadores,
caçadores, cinegrafistas, e rádio-operadores, ocupando posições em pontos dominantes -
em condições de identificar líderes e aqueles que reagem violentamente à ação da tropa
com pedras, coquetéis "molotov" e armas de fogo - para filmá-los e, mediante ordem,
atirar com munição de borracha ou real (de acordo com as regras de engajamento
estabelecidas).
(b) Força de Choque- constituída por tropas de choque, equipadas com escudos,
cassetetes, munição lacrimogênea, viaturas blindadas e de remoção de obstáculos, cães,
cavalos, etc.
- deve caracterizar-se por uma ação vigorosa, que tem como objetivo dispersar a
turba.
- em algumas situações de natureza defensiva, a Força de
Choque, numa 1a fase, permanece estática, não devendo ceder espaço e, caso
pressionada pela turba, reage com vigor, tomando atitude ofensiva, buscando
dissolvê-la no mais curto prazo.
(c) Força de Reação
- constituída de tropas do Exército, em especial de Unidades de Infantaria e
Cavalaria que permanecem em 2 escalão em condições de caso a Força de Choque seja
hostilizada com armamentos que superem sua capacidade de ação, serem empregadas
em substituição a ela, utilizando meios mais traumatizantes, tais como munição de
borracha e, em última instância, munição real.
- em princípio, a tropa não porta escudos nem capacetes especiais, tendo como
armamento básico o seu armamento de dotação.
- o dispositivo adotado não é emassado e assemelha-se a uma operação
ofensiva de combate urbano, com progressão por lanços, buscando proteção dos tiros
e de outros objetos lançados contra a tropa. A reação pelo fogo real só deve ocorrer
quando determinada pelo Cmt e de acordo com as regras de engajamento estabelecidas.
- as equipes de serviços gerais serão úteis para a recuperação
do património público, ou privado, que for danificado pela nossa tropa, durante
a operação.
- as equipes de serviços públicos e especiais serão utilizadas
para reparação das redes elétrica, telefónica, de água e outros serviços.
(d) Equipe ou Destacamento de Apoio
- constituída de pessoal de saúde, bombeiros, Op Psico, justiça, serviços gerais,
serviços públicos essenciais e outros.
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(e) Reserva
- constituída de forças com características semelhantes à Força de Reação, em
condições de reforçar posições de cerco, reforçar a Força de Reação ou atuar como força de
cerco.
(3) Conduta da Tropa no Investimento
(a) O investimento sobre a turba deve se caracterizar por uma ação dinâmica,
evitando-se ações estáticas, passivas e que ofereçam liberdade de ação e iniciativa ao
oponente.
(b) Normalmente é realizado mediante avanço da Força de Choque sobre a
turba com dispositivo emassado, em linha, em passo acelerado, com os cães à frente,
seguida por equipes especiais com atiradores com munição de borracha, lançadores de
granadas fumígenas e lacrimogéneas, veículos blindados com jatos d'água e outros
meios.
(c) Equipamentos de som darão o suporte às operações psicológicas.
(d) Equipes da base de fogos, de acordo com as regras de engajamento,
alvejarão com munição de borracha ou real aqueles que se valerem de armas mais
contundentes.
(e) Caso a reação da turba seja com tal violência (tiros e coquetéis "molotov") que
a Força de Choque não possa progredir, ou as ações da base de fogos sejam inócuas, a
ação passará a ter as características de um combate urbano, devendo ser empregada a
Força de Reação.
(f) Veículos blindados poderão acompanhar a Força de Choque em sua ação.
(g) Não deve ser utilizada munição de festim.
(h) Provas materiais da violência deverão ser recolhidas para posterior
apresentação em tribunais. Aquelas que definam a identidade dos líderes e suas reais
intenções, bem como as que se referem a planos, são particularmente importantes. O
emprego de elementos em trajes civis facilitará a obtenção de tais provas. A utilização de
máquinas fotográficas e de filmagem, de gravadores e de outros aparelhos serão
particularmente úteis para esse fim, considerando a dificuldade de memorização que,
naturalmente, apresentam os observadores em tais situações.
(i) Provas que definam claramente a conduta da tropa devem ser também
providenciadas, a fim de resguardá-la contra acusações futuras.
h. Vasculhamento da Área
(1) É a operação que normalmente se segue ao investimento, em que
preponderam as ações de busca e apreensão, e tem por finalidade:
(a) capturar:
- líderes;
- elementos que cometeram atos violentos; e
- elementos procurados pela justiça, ou pela polícia.
(b) apreender:
-armas, munições, explosivos e outras provas materiais.
(2) É executado por equipes de busca, que recebem normalmente encargos por
área ou grupos de pessoas a serem revistadas.
(3) A tropa mais adequada à sua execução é a PE, podendo, em alguns casos, ser
realizada, no todo ou em parte, por outras Unidades do Exército.
(4) A Força de Reação e a Reserva podem receber a missão de realizar o
vasculhamento e, para isso, são reorganizadas em equipes de busca, cada uma com
responsabilidade sobre uma área específica.
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Força OCD
FORÇA DE CHOQUE
- Constituída por tropa de choque, equipada com material e munições específicas de
controle de distúrbios com o objetivo de quebrar a resistência das forças adversas.
FORÇA DE REAÇÃO
- Constituída de tropas do exército (infantaria e cavalaria mecanizada), atuam caso a
força de choque seja hostilizada com armamentos que superem sua ação.
- agirá com reação pelo fogo real de acordo com as regras de engajamento
estabelecidas.
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EQUIPE DE APOIO
- Constituída pelo pessoal de saúde, bombeiros, justiça, comunicação social e outras
equipes que se fizerem necessárias.
RESERVA
- Constituída de forças com características semelhantes a força de reação em
condições de reforçar a força cerco, força de reação ou atuar como força de choque.
Gerente de Crise
(Smt U / GU)
Sub Gerente
(Cmt U / GU)
Assessor de Assessor de
Pessoal Inteligência
Assessor de Assessor de
Imprenssa Juridico
Escalão de Escalão de
Equipe de
Apoio Reserva Intervenção Cerco e
Negociação
(Assalto) Isolamento
(Segurança)
ARTIGO II
FORÇAS DE CHOQUE
COMANDANTE DE PELOTÃO
ADJUNTO DE PELOTÃO
COMANDANTE DE COMANDANTE DE COMANDANTE DE
GRUPO CHQ GRUPO CHQ GRUPO CHQ
ESCUDEIRO ESCUDEIRO ESCUDEIRO
ESCUDEIRO ESCUDEIRO ESCUDEIRO
ESCUDEIRO ESCUDEIRO ESCUDEIRO
ESCUDEIRO ESCUDEIRO ESCUDEIRO
GRANADEIRO GRANADEIRO GRANADEIRO
140
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a) EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
141
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1) Formações Básicas:
- Por Três: é a formação básica de controle de distúrbios normalmente
utilizada para deslocamentos, enumeração, conferência de efetivo ou formaturas do
Pelotão de Controle de Distúrbios.
142
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2) Formações Ofensivas:
143
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direita do homem base) e voltados para a mesma frente, tendo como base o escudeiro nº
1. Os escudos permanecem voltados para a frente como na formação em linha.
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146
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3) Formações Defensivas:
a. Defensivas Dinâmicas:
objetos. O cassetete empunhado pelo escudeiro efetua apoio na parte inferior do escudo e os
militares da retaguarda, o apoiam em sua parte superior, para maior firmeza.
148
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- Escudos Acima: esta formação será utilizada quando o pelotão tiver que
adentrar em alguma construção, presídio ou outros locais em que a via de acesso
seja estreita e há perigo de lançamentos de objetos sob a tropa. Todos os
integrantes do pelotão ficam protegidos pelos escudos.
149
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b. Defensivas Estáticas:
- Guarda Baixa: quando os escudos são apoiados ao solo de forma unida, e
todos os integrantes do pelotão se abaixam para realizar a proteção do Pelotão.
150
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- Guarda Baixa Emassada: quando os escudos são apoiados ao solo, sendo que
três escudeiros de uma extremidade e quatro escudeiros da outra extremidade se
posicionam acima dos outros oito escudeiros que, abaixo, formam a base da
formação. É a principal formação utilizada quando da ameaça de arma de fogo.
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d) COMANDOS
Advertência:
Pelotão Atenção!
Comandos propriamente ditos:
Direção: 12 horas!
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Advertência:
Pelotão Atenção!
Comandos propriamente ditos:
Direção: 12 horas!
Posição: 10 metros à frente!
Formação: em linha!
Execução:
Marche-marche! (acelerado)
Marche! (normal)
Advertência:
Pelotão Atenção!
Comandos propriamente ditos:
Direção: 12 horas!
Posição: 10 metros à frente!
Formação: em linha!
Execução:
Marcando cadência, marche!
Advertência:
Pelotão Atenção!
Comandos propriamente ditos:
Direção: 12 horas!
Posição: 10 metros à frente!
Execução:
Preparar para a carga! Carga!
2. COMPANHIA COMO FORÇA DE CHOQUE
a) FORMAÇÕES
O Comandante da Companhia de Choque pode adotar as seguintes formações:
- Apoio Lateral:
Nesta formação será mantida a frente de 1 (um) pelotão, nas seguintes
situações:
1) Companhia a 2 (dois) pelotões. Nesta formação o Escudeiro 01 (E1) de
cada Pel fica na extremidade.
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- Em linha
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- Em cunha
Esta formação poderá ocorrer nas seguintes situações:
- Apoio Central:
É a formação que deixa um pelotão na linha de frente e o(s) outro(s) a
retaguarda em formação coluna por três, pronto para ser empregado em qualquer outra
formação a critério do comandante de companhia.
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- Em Escalão.
Nesta formação todos os pelotões estarão em escalão.
b) COMANDOS
Serão seguidos os mesmos tipos de comandos dados ao pelotão, contudo os
Cmt Pel deverão retransmiti-los. Exceto na formação Apoio Lateral com a Cia a 2 (dois)
pelotões, a base será sempre o Pel do centro do dispositivo. Os demais Pel adotarão as
formações adequadas ao comando emitido, agilizando a adoção da formação.
a. GENERALIDADES
O emprego da tropa está relacionado com o terreno em que ela irá atuar e com a
quantidade de pessoas que compõe a turba. Para definir o numero aproximado da turba,
deve-se fazer a seguinte operação: definir a área ocupada pela turba em metros
quadrados. Depois multiplicar por cinco se a multidão estiver comprimida, por quatro se
as pessoas se movimentam ou por três se estiverem caminhando.
- Ordem de Dispersão;
- Recolhimento de Provas;
- Emprego de Agentes Químicos e munição de elastômero;
- Emprego de Água;
- Carga de Cassetete;
- Detenção de Líderes;
- Atiradores de Elite; e
- Emprego de Arma de Fogo.
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1) Resistência pacifica
- Atuação somente em extrema necessidade;
- Muitas vezes tem caráter pacífico;
- Em algumas situações os manifestantes permanecem deitados ou sentados ao
chão com a finalidade de prejudicar a ação militar; e
- Necessita o emprego de equipamento especial: cassetete elétrico, espargidor
de gás pimenta, jatos de água ou tinta, cães, etc.
2) Desobstrução de via
- Quase sempre há vias de fuga;
- A ação deverá ser a mais simples possível;
- Oportunista (não há muita disposição em resistir);
- Não requer equipamento especial da tropa de choque;
- Boa forma de utilização de agentes químicos (local aberto); e
- Em caso de necessidade utilizar viatura blindada para remoção de barricada.
a) Atividades críticas
-Posicionamento da tropa;
-Montagem do posto de comando;
-Confronto com manifestantes;
-Domínio da via pública e desobstrução;
-Detenção de infratores; e
-Impedir o retorno dos manifestantes.
b) Contatos necessários
-Corpo de Bombeiros ;
-PE no Ct de trânsito (urbano ou rodoviário);
-Prefeitura Municipal (Pronto Socorro, guinchos, manutenção, etc);
-Segurança Velada (S2);
-Patrulhamento (velado e ostensivo).
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e) Manifestação Predatória
- Ao se intervir, atuar com planejamento, determinando os objetivos;
- Atentar para os locais onde são deixadas as viaturas e apoios;
- Emprego de Agentes Químicos e munição de elastômero;
- Necessita de atuação de agentes da inteligência; e
- Preocupação com os equipamentos da proteção da tropa.
f) Manifestações
- Atuação somente em extrema necessidade;
- Muitas vezes tem caráter pacífico;
- Em caso de necessidade de se intervir atuar com planejamento, determinando
os objetivos;
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3) Eventos Relevantes
- É extremamente complicada, caso haja necessidade de intervenção (vias de
fuga);
- A quantidade de pessoas é sempre a maior preocupação;
- Cobertura por meios de comunicação;
- A atuação da tropa de OCD pode ser um fator agravante nestes casos; e
- Facilidade de visualização do local da operação.
4) Reintegração de posse
- Necessita planejamento apurado;
- Necessita negociação e paciência;
- Atuação nas primeiras horas da manhã;
- Verificação de itinerários alternativos (possibilidade de barricadas); e
- Difícil atuação de agentes de Inteligência.
b) Planejamento
- Levantamento do local;
- Reunião preparatória;
- Definição de missões; e
- Providências finais.
c) Preparação do terreno
- Equipe precursora ( Oficial S2);
- Emissão de ordens,Inspeção Final e saída;
- Início do comboio;
- Deslocamento;
- Chegada no local;
- Montagem de estacionamento e PC; e
- Posicionamento da tropa.
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d) Negociação
- Ciência aos invasores ( leitura do MR);
- Negociação propriamente dita (2ª Fase);
- Verificação de possibilidade de resistência; e
- Ordem de dispersão/desocupação (Caso haja Rst).
- Sinais de resistência
- Vigilância;
- Sinais sonoros e visuais;
- Barricadas;
- Reuniões; e
- Imprensa no local.
e) Ocupação
- Posicionamento do Caçador e Tropa de intervenção (SFC) em pontos sensíveis
(equipe precursora);
- Desembarque da Tropa de OCD;
- Posicionamento no local da ocupação;
- Aproximação;
- Ordem de dispersão; e
- Início da retirada.
g) Rescaldo
- Socorro a feridos;
- Filmagem e coleta de evidências da resistência;
- Encaminhamento ao Distrito Policial; e
- Triagem e encaminhamento de invasores.
h) Entrega ao proprietário
- Verificação da efetiva reintegração de posse, juntamente com Oficial de justiça;
- Lavratura do termo de reintegração de posse; e
- Liberação das vias bloqueadas pela tropa de patrulhamento ostensivo.
i) Observações gerais
- Em local edificado, a reintegração de posse é executada de cima para baixo;
- Sempre deslocar-se para o local com Vtr Bld;
- Reintegração é realizada nas primeiras horas da manhã; e
- Prever sempre apoio (braçais, logística, Bld, bombeiros, maquinário, Carro de
som, ônibus, saúde, etc).
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CAPÍTULO VII
ARTIGO I
1. INTRODUÇÃO
Armas não-letais, como as suas respectivas munições não-letais, são aquelas
projetadas e empregadas, especificamente, para minimizar mortes e incapacidades
permanentes nos seres vivos e materiais, bem como danos indesejados à
propriedade e ao meio ambiente.
Contudo, o termo não-letal não está relacionado propriamente ao material em si,
mas ao conjunto técnica-material de como ele é empregado (não se pode descartar
a possibilidade de alguém ser morto por uma arma tida como não letal), por
incidentes relativos ao uso indevido, motivados pelo desconhecimento, descontrole
ou pela falta de treinamento.
Por esse motivo, alguns organismos e/ou estudiosos do assunto se posicionam
contrariamente à expressão “não-letal”, preferindo os termos “menos letal” ou
“menos que letal”. Estas expressões devem ser utilizadas diferenciadamente
dependendo do contexto em que são aplicados, para a população o termo “não letal”
torna-se mais adequado e para o especialista o termo “menos letal” deve ser melhor
trabalhado.
Há uma tendência mundial de aumento do emprego e do desenvolvimento
tecnológico das armas não-letais, fomentado, em parte, pelo rigor da legislação
atinente a preservação dos direitos humanos e das restrições no uso da força
durante ações de coerção.
Alinhada com esta tendência, verifica-se o grande desenvolvimento dos
equipamentos de proteção individual, que tem por finalidade não só proteger a vida
e a integridade física dos militares durante a missão, mas, também, de fornecer a
proteção necessária para suportar até uma agressão letal sem implicar,
necessariamente, em uma reação na mesma intensidade, dependendo da gravidade
da situação.
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3. CONCEITOS DIVERSOS
a. Legalidade
Remete à necessidade de que as ações devem ser praticadas de acordo com
os mandamentos da lei, não podendo se afastar da mesma, sob pena de praticar-se
ato inválido e expor-se à responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o
caso.
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b. Necessidade
Somente serão desencadeadas ações e medidas estritamente necessárias
ao cumprimento da missão.
c. Proporcionalidade
Correspondência entre as ações do oponente e do militar, de modo a não
haver excesso por parte do integrante da tropa empregada na operação.
d. Progressividade
O uso da força deverá, sempre que possível, evoluir gradualmente, sempre a
fim de atingir o nível suficiente para neutralizar a ameaça, buscando preservar a
integridade física das pessoas, do material e das instalações afetadas.
e. Força mínima
165
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166
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5. PRINCÍPIOS DE UTILIZAÇÃO
Seu emprego será adequado quando:
a. A força letal não for apropriada.
Muito comum de acontecer quando a finalidade da operação de um modo geral
é de controle da população, onde não há legalidade, necessidade ou razoabilidade
para causar a morte a qualquer pessoa.
b. A força letal for justificada e está disponível para uso, entretanto uma força
moderada poderá subjugar o agressor.
Ocorre em situações onde há algum tipo de agressão com finalidade letal
contra a tropa e há a possibilidade de se estabelecer contato com o APOP de forma
a força-lo à render-se.
Ex.: emprego do Incapacitante Neuromuscular em pessoa com refém tomado.
c. A força letal for justificada, mas seu uso poderá causar efeitos colaterais.
Realizar disparos em locais que devido sua alta densidade demográfica e
padrão de edificações podem atingir muitas pessoas que não estão envolvidas nas
agressões.
6. FASES DE EMPREGO
O emprego da tecnologia não letal passa por várias fases onde se deve ter
a. Planejamento
1) Cenário operacional
O estudo do cenário operacional estimado pode nos fazer focar para gerar e
articular requerimentos operacionais básicos na área das tecnologias não letais.
Este estudo do cenário pode nos trazer uma ideia básica das possibilidades
de acontecimentos e do estado final desejado para cada uma destas operações e
permitir que se planeje o estado operacional necessário e aptidões que nossas
tropas devem possuir.
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3) Aceitabilidade Pública
O emprego do meio não letal como uma iniciativa com a mais nobre das
intenções de preservar a vida e integridade física das pessoas envolvidas em
ameaças e crimes diversos muitas das vezes não é aceitável para todos.
Sendo a opinião pública um centro de gravidade das operações de amplo
espectro deve ser considerada de modo que o emprego do meio não letal não seja
encarado pela população como um meio de tortura e abuso dos militares sobre a
população.
Desta forma, em todas as oportunidades, deve ser feito um trabalho de
Comunicação Social para difusão adequada das informações à opinião pública da
ideia que a tecnologia não letal é uma forma de proteção que o Exército Brasileiro
possui para salvaguardar a vida e a saúde da população e de pessoas que cometem
crimes ameaçando o bem estar geral.
b. Aquisição
A aquisição de material para o cenário previsto deve ser realizada em alguns
passos que buscam aprimorar o processo para que sejam realizados os melhores
1) Necessidade
2) Mercado
3) Viabilidade
4) Distribuição
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c. Emprego
1) Treinamento
O treinamento faz o militar ter a habilidade necessária para quando houver o
emprego da sua fração em GLO ele tenha condições de utilizar o material a ele
disponibilizado, tendo a perfeita noção do estado final desejado e das técnicas de
uso dos meios
2) Difusão à população
O conceito de difusão à população esta vinculado com a aceitabilidade
pública do emprego da força. O emprego do agente químico deve ser difundido nas
operações como forma de proteção às pessoas, estruturas e bens privados e
públicos.
Todo o emprego do agente químico deve ser precedido de avisos de seu
uso nas situações onde não se exija a surpresa. Isso cria a reação de autoproteção
às pessoas envolvidas deixando na situação de possibilidade de emprego apenas os
APOP que assumem o risco e o confronto com os militares operadores da tecnologia
não letal a ser empregada.
3) Uso
O uso da tecnologia não letal é sempre um meio de uso da força, estando
acima do combate corpo-a-corpo dentro da sequência de escalonamento da força.
Como todo o uso da força o militar usuário destas tecnologia deve estar consciente
das premissas de uso desta tecnologia.
Cada operação é regulada pelas suas regras de engajamento e de suas
particularidades, porém o militar jamais deve se utilizar deste meio como forma de
extravasar suas emoções ou se impor perante fatos que não necessitem do uso da
força.
4) Tratamento pós incidente
Após o uso da tecnologia não letal, a população afetada poderá buscar
auxilio ou estar sob custódia/ preso e necessite de tratamento para os danos
causados pela tecnologia não letal utilizada.
O tratamento pós incidente devem incluir medidas para descontaminação
pessoal e material, posicionamento de equipes médicas preparadas para
emergências médicas, troca de conhecimento com OCS (Organizações Civis de
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ARTIGO II
AGENTES QUIMICOS
1. CONCEITO
São todas substâncias que, por sua atividade química produzam, quando
empregado para fins militares, um efeito tóxico, fumígeno ou incendiário. Este efeito
tóxico em situações de GLO restringe-se aos agentes inquietantes lacrimogêneos,
que tem por finalidade diminuir a capacidade combativa e operativa do oponente.
Os agentes químicos de guerra são regidos pelas convenções de armas químicas
sendo os únicos agentes químicos permitidos aqueles unicamente com efeitos
físicos lacrimejantes para conter revoltas e tumultos na medida considerada
pacificadora.
2. CASSIFICAÇÕES
a. Quanto a classificação básica:
Tóxicos: compreende todos os agentes que, quando empregados contra
pessoal, para contaminar áreas e materiais produzam efeitos tóxicos.
Fumígenos: são todos os agentes que por queima, hidrólise ou condensação,
produzam fumaça ou neblina.
Incendiários: são todos os agentes que, após sua ignição, queimam a altas
temperaturas provocando incêndios e destruindo materiais.
b. Outras Classificações
Classificação quanto ao objetivo de uso
Quanto ao estado físico: sólidos, líquidos e gasosos.
Quanto ao emprego tático: causadores de baixa, inquietantes, incapacitantes,
fumígenos e incendiários.
Quanto à ação fisiológica: sufocantes, vesicantes, neurotóxico e hemotóxico.
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Geral Emprego Tático Ações Fisiológicas
Sufocantes
Vesicantes
Causadores de Baixas
Neurotóxicos
Hemotóxicos
Tóxicos
Vomitivos
Inquietantes
Lacrimogêneos
Físicos
Incapacitantes
Mentais
Não possuem
Fumígenos Fumígenos
classificação fisiológica
Não possuem
Incendiários Incendiários
classificação fisiológica
3. MÉTODOS DE DISPERSÃO
a. Por queima
Ocorre à ação de um dispositivo de acionamento do tipo queima (espoleta,
misto de ignição) e o agente é liberado lentamente, para o exterior, na forma gasosa
ou de aerossol. É o modo de dispersão de algumas granadas e dos tubos
Fumígenos.
É o meio mais utilizado em ações de Operação de controle de distúrbios.
Exemplos: projéteis de longo alcance Cal 38.1 mm, granada de mão lacrimogênea
de emissão, etc.
b. Por Explosão
É o caso dos agentes químicos que são lançados, acondicionados em
artefatos, que ao serem detonados, por ação da carga de arrebentamento, têm
destruído o invólucro que os acondiciona, sendo liberados instantaneamente.
Exemplo: granadas explosivas lacrimogêneas (Gl-305, GB-705).
c. Por Espargimento
O agente é lançado na forma líquida ou sólida, micropulverizado, de
espargidores instalados em aeronaves ou viaturas, espargidores portáteis ou ainda
por cassetete ou tonfa lançadora. Exemplo: munições jato direto (Gl 103, Gl 103/A).
173
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d. Por volatilização
O recipiente de vidro que contém o agente é quebrado, permitindo sua
dispersão. Utilizados em ambiente onde não possam ser acionados outros materiais
convencionais, como granadas de emissão de agente lacrimogêneo, por
aquecimento ou explosivas de efeito moral. Exemplo: Ampolas de CS (Gl 109).
1
O cianeto segundo Biller (2007. p 939) é um poderoso veneno para os mamíferos.
2
O termo carcinógeno, cancerígeno, ou carcinogênico refere-se a qualquer substância, isótopo, radiação ou outro agente físico
ou biológico que provoque, agrave ou sensibilize o organismo para o surgimento de um câncer (HU. 1989)
174
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1) Descontaminação
a) CN e CS:
(1) Dermal:
Voltar-se contra o vento;
Utilizar água corrente em abundância (mínimo 15 minutos);
Aplicação de solução de água (1 litro) e bicarbonato de sódio (três
colheres de chá);
Aplicação de pomadas anestésicas à base de lidocaína ou prilocaína;
Procurar auxílio médico.
(2) Ocular:
Voltar-se contra o vento;
Utilizar água corrente em abundância (mínimo 15 minutos);
Instilar nos olhos solução de ácido bórico (Bol G nº 198/89); e
Procurar auxílio médico.
(3) Pulmonar:
Locomover a pessoa contaminada para lugar arejado;
Aplicação de oxigênio a 100 %; e
Procurar auxílio médico.
(4) Gástrica:
Não fornecer nenhum tipo de alimento ou bebida para a pessoa
contaminada e proceder à lavagem gástrica.
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- Máscaras de filtros:
- Máscaras panorâmicas:
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- Máscaras semifaciais:
b. O filtro
O filtro que melhor se adequa à nossa atividade é do tipo combinado (com
suporte metálico, carvão ativado e papel filtrante) com nível de proteção contra
agentes químicos. É extremamente eficiente (99,97%) quando empregado para
gases e aerodispersóides do tipo HC, OC, CS e CN, ou seja, para fumígenos e
lacrimogêneos.
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E
Colocação da máscara contra gases:
A
p 1-levar os tirantes para a frente da
máscara;
2-empunhar a máscara com as duas
mãos à frente dela;
3-colocar a máscara no rosto, levando
Es as mãos para parte de trás da cabeça
trazendo os tirantes para trás;
G
4-puxar os tirantes na sequencia
E 1º-cima a direita
2º-baixo esquerda
3º-meio esquerda
4º-meio direita
5º-cima esquerda
6º-baixo direita
5-Realizar a descontaminação (SFC); e
6-Realizar o teste de estanqueidade.
5) Descontaminação da máscara
Descontaminação
Caso o usuário tenha colocado a
máscara após o ambiente ter sido
contaminado ele deverá:
1-Colocar a máscara;
2-Tampar com a mão a saída de ar da
máscara; O
3-Expirar profundamente, assoprando de
forma enérgica todo o ar contaminado
de dentro da máscara; e
O
U 4-Realizar o teste de estanqueidade logo
em seguida.
6) Teste de estanqueidade
183
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
Teste de estanqueidade
1-Colocar a máscara;
2-Tampar com a(s) mão(s) a(s)
entrada(s) do(s) filtro(s) de ar; F
3-Inspirar forçadamente; e
4-Verificar se houve a entrada de ar
pelas laterais da máscara.
Obs: caso ocorra a entrada de ar pelas
borrachas laterais da máscara repetir o
F Nº 4 da colocação da máscara, se
o persistir o problema refazer a colocação
da máscara.
7) Processo convencional:
a) Coloque as mãos espalmadas por dentro dos tirantes, de modo que
fiquem voltadas para dentro da máscara;
b) Eleve levemente a cabeça e coloque o queixo na base do facial da
máscara;
c) Deslize as mãos para cima e para trás, levando a máscara à sua posição;
d) Após colocada, regule os tirantes inferiores e médios sempre em
diagonal;
e) Se for o caso ajuste os tirantes superiores.
8) Processo prático:
Eleve a máscara acima da cabeça;
Deslize as mãos para baixo levando a máscara à sua posição;
Após colocada regule os tirantes inferiores e médios sempre em diagonal;
Se for o caso ajuste os tirantes superiores.
c. Cuidados com a máscara:
Após a utilização é conveniente que:
A máscara seja lavada com água morna (antes de lavá-la retire o filtro);
Ela seja submergida em solução germicida (evite o álcool, pois resseca a
borracha).
184
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
Obs: Se for o caso, poderá utilizar escova com cerdas macias para retirar
sujeiras do facial da máscara.
Depois de seca:
Passar um pano nas partes de borracha;
Limpar o visor.
7. MEDIDAS DE SEGURANÇA
Não usar produtos com validade vencida;
Seguir as prescrições da ficha técnica;
Utilizar com prudência os agentes químicos, especialmente quando se tratar de
pequenas salas ou áreas confinadas;
Deve ser utilizado somente por pessoal habilitado;
Deve-se utilizar o espargidor de pimenta diretamente no rosto, apenas nos
casos de necessidade, respeitando a distância mínima de aplicação prevista no
manual técnico do equipamento e assegurando, dessa forma, a efetividade do
armamento pela criação de uma “nuvem” de gás envolvendo o rosto.
Em instrução, evitar a utilização de agentes químicos em dias úmidos e após
treinamento físico;
Evitar empregar armas e munições não-letais contra crianças, gestantes,
pessoas com necessidades especiais e idosos;
Quando houver a utilização de granadas de efeito moral, a distância entre a
tropa e a turba deve ser avaliada criteriosamente para que pessoas não sofram
queimaduras ou lesões, em consequência da explosão, devendo evitar-se o
lançamento no meio da turba buscando suas extremidades.
7. CONSIDERAÇÕES TÁTICAS
185
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186
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
ARTIGO III
188
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
(2) Irritante
São substâncias que pelas suas características causam efeitos
irritantes no ser humano.
(3) Fumaças
São substancias que visam a modificação do ambiente visando a
criação de cobertura para progressão e obscurecer a visão do APOP.
(4) Marcadores
São tintas e pigmentos que podem ser lançados por marcadores
sprays ou outros meios. Tem como objetivo treinamento de pessoal ou marcar
pessoas para que posteriormente sejam identificadas e processadas.
(4) Calmantes
São substâncias que geram relaxamento e pacifismo em humanos,
conhecidos como sedativos seu uso tem sido extremamente questionado através do
mundo.
O caso mais conhecido de uso de calmantes no mundo foi o caso do
teatro de Dubrovka em Moscou –Russia.
c) Biológica
São armas e munições que atuam com a exposição de material e pessoal
a bactérias e vírus que causam danos à estrutura do material ou à saúde do
pessoal.
As armas biológicas anti-pessoal são proibidas mundialmente pelas CWC
e seus tratados.
d) Psicológica
As armas psicológicas são propagandas e produtos cujos especialistas
são os militares possuidores do curso de Operações Psicológicas, não sendo
tratados neste módulo de instrução.
4) Efeitos sobre o organismo
a) Incapacitantes
São armas que devido as suas características causam o descontrole
neuromuscular do objetivo onde ele não consegue resistir às ações destes aparatos.
b) Debilitantes
189
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
São munições, agentes químicos e armas que por suas ações fisiológicas
provocam dor intensa e/ou desconforto em seus objetivos. Estes materiais não
fazem necessariamente os objetivos cessarem suas ações, podendo haver reações,
agressões ou agravamento da crise caso seja incorretamente empregado. Podem
também ter seus efeitos diminuídos por ação de determinadas drogas.
c) Protetores
Protetores são tecnologias que servem para impedir que as ações
agressivas de qualquer natureza surtam seus efeitos podem ser utilizados em
treinamento ou em operações.
5) Lançamento
Quanto ao lançamento as munições podem ser classificadas como manual
ou por armamento/ lançador.
2. ARMAS DE FOGO
As armas de fogo não letais são aquelas que em seu uso fazem a combustão de
propelentes, sendo no caso da munição não letal a pólvora negra.
O fato do propelente da munição não letal ser a pólvora negra envolve uma maior
demanda de manutenção do armamento para que não ocorra o acumulo de pólvora
no cano do armamento ocasionando o entupimento do cano e inutilização do
mesmo.
Além disso as munições de elastômero, principalmente em canos de calibre
gaugio 12 com “choke", causa um rastro de borracha que somado ao resíduo da
pólvora negra faz que uma munição a cada 75 fique presa no interior do cano.
As cargas utilizadas nas armas de fogo não letais são pequenas e não permitem
que armas semiautomáticas realizem o ciclo de seus sistemas de alimentação, desta
forma as armas que possuem a possibilidade de emprego no modo semiautomático
devem ser sempre empregadas em repetição.
2.1. Lançadores de granadas ou de controle de distúrbios
Inicialmente criado para lançamento de granadas e explosivos os Calibres
37/38mm, bem como o calibre 40mm, foram adaptados para as operações de
controle de Distúrbios como plataforma de lançamento. Atualmente existe uma
variedade grande de munições que podem ser lançadas dessas plataformas. O
190
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calibre 40mm foi adotado como calibre da OTAN para operações militares enquanto
o calibre 37/38mm vem sendo adotado por polícias do mundo inteiro.
2.2. Gaugio 12
As armas calibre gaugio 12 são armas de alma lisa que foram adaptadas para
o uso com munições não letais. Atualmente as armas de calibre 12 gaugio são
amplamente utilizadas como plataforma de lançamento, principalmente de munições
de elastômero. Pela sua simplicidade e facilidade de uso tem sido amplamente
utilizada em operações de patrulhamento e nas tropas de choque em controles de
distúrbios.
Atualmente existem no mercado os modelos de repetição e os de
funcionamento semiautomático. Este tipo de modelo de armamento não funciona
corretamente com munições não letais pois esta munição não tem carga de
propelente suficiente para realizar o ciclo correto do armamento e fazem ocorrer
constantes incidentes de funcionamento do armamento.
Além disso muitas armas possuem em seus canos um estreitamento
denominado choke.
2) Choke
As armas calibre gaugio 12 podem possuir na estrutura do cano o choke. O
choke é um estreitamento do cano do armamento em sua extremidade final. Esse
estreitamento tem por finalidade a menor dispersão dos balins de chumbo durante o
tiro. Ocorre que este estreitamento do cano gera muita pressão sobre os projeteis e
granadas lançados fazendo que os mesmos percam sua energia cinética inicial,
deixando resto de borracha e podendo, até mesmo, entupindo o cano do
armamento.
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192
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Micro-ondas
Som
193
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194
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a) Jato direto
São munições que possuem no interior de seu corpo uma solução de
agente químico lacrimogêneo que deve ser lançada fora da direção do rosto das
pessoas, preferencialmente acima das pessoas que estejam sendo alvo desta
tecnologia.
b) Projetis rígidos
São todos os projetos que após o impacto sobre o corpo humano eles em
sua função normal não perdem o formato original ou retornam a ela sem sofrer
alterações. Nesta categoria citam-se os projetis de elastômero e madeira.
c) Projetis deformáveis
Os projetis deformáveis são todos aqueles que após seu impacto normal
contra o corpo humano eles perdem sua forma original e não retornam a ela
normalmente.
Esta classe de projeteis podem apenas sofrer a deformação ou romper
sua estrutura normal para liberar material que esteja em seu interior ou ter menor
resistência física que o corpo humano.
Estes projetis apresentam vantagens sobre os demais por serem mais
seguros porém muitas vezes apresentam distâncias máximas de emprego bastante
reduzidas.
195
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ARMAMENTO E MUNIÇÕES
1. Cal Gáugio 12.
a. Armamentos
O armamento Cal Gáugio 12 será descrito na matéria armamento munição e
tiro.
b. Munições de impacto controlado:
1) Jato direto:
Nomenclatura: GL – 103
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Jato direto”.
Carga principal: CS ou OC (micro
pulverizado).
Diâmetro da partícula: < 0,5 mícron.
Carga de Projeção: Pólvora Negra.
Distância mínima de disparo: 3
metros.
196
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Nomenclatura: GL – 104
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Jato direto”.
Carga principal: OC (solução).
Diâmetro da partícula: < 0,5 mícron.
Carga de Projeção: Pólvora Negra.
Distância mínima de disparo: 3
metros.
Disparo: cassetete lançador (AM
402) ou tonfa lançadora (AM 402/T).
Prazo de validade: 2 anos.
Obs: Deve-se evitar utilizar essa munição com as espingardas cal 12, pois a mesma
contamina a arma com partículas de CS ou OC.
197
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1) Elastômero Rígido
São munições contendo borracha butílica prensada por isso são rígidas e
não perdem seu formato, motivo pelo qual suas necessidades de segurança são
maiores.
O tiro com estas munições deve ser direto com trajetória tensa para que
estes possam surtir o efeito desejado devendo ter como objetivo as pernas, tronco e
braços evitando-se atingir a cabeça, genitais e coluna vertebral.
Nomenclatura: AM-403
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Tarugo único”.
Material do projétil: Elastômero
macio.
Massa do projétil: 12 gramas.
Velocidade do projétil: 110 m/s
(média aproximada).
Energia Cinética do projétil: 72
Joules.
Carga de Projeção: Pólvora Negra.
Distância de segurança: 20 metros.
Região a ser atingida: Pernas.
Armamento: Espingarda Cal 12.
Prazo de validade: 2 anos
198
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Nomenclatura: AM-403/A.
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Três esferas”.
Material do projétil: Elastômero
macio.
Massa de cada projétil: 4,5 gramas.
Velocidade de cada projétil: 247 m/s
(média aproximada).
Energia Cinética de cada projétil:
131 Joules.
Carga de Projeção: Pólvora Negra.
Distância de segurança: 20 metros.
Região a ser atingida: Pernas.
Armamento: Espingarda Cal 12.
Prazo de validade: 2 anos.
199
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Nomenclatura: AM-403/C
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Três tarugos”.
Material do projétil: Elastômero
macio.
Massa de cada projétil: 4,0 gramas.
Velocidade de cada projétil: 247 m/s
(média aproximada).
Energia Cinética de cada projétil:
131 Joules.
Carga de Projeção: Pólvora Negra.
Distância de segurança: 20 metros.
Região a ser atingida: Pernas.
Armamento: Espingarda Cal 12.
Prazo de validade: 2 anos.
200
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
Nomenclatura: AM-403/P.
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Precision”.
Material do projétil: Elastômero
macio com saia estabilizadora.
Massa de projétil: 08 gramas.
Velocidade do projétil: Não
mensurada.
Energia Cinética do projétil: Não
mensurada.
Carga de Projeção: Pólvora Negra.
Distância de segurança: 20 metros.
Região a ser atingida: Pernas.
Armamento: Espingarda Cal 12.
Prazo de validade: 2 anos.
2) Granadas Explosivas
201
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Nomenclatura: GL – 102 .
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Projétil Detonante com
carga de talco”.
Calibre: 12
Carga de arrebentamento: Pólvora
Branca.
Carga de projeção: Pólvora Negra.
Carga secundária: Talco.
202
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203
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a)Nomenclatura do armamento
b) Aparelho de pontaria
O aparelho de pontaria do AM 600 funciona de duas formas através de trilho
de pontaria (para alvos a 20m) e com duas alças de pontaria (para 30 e 40m)
Foto aparelho de pontaria
c) Avaliação de distâncias
O aparelho de pontaria do AM600 pode ser utilizado como auxiliar para
avaliação de distâncias permitindo ao atirador buscar maior precisão e segurança
em seus disparos. Através da alça de pontaria o militar identifica o alvo e realiza a
medição da silhueta que aparece em seu aparelho de pontaria.
Esta avaliação é individual e aproximada, portanto o atirador deve realizar a
medição com o aparelho de pontaria por diversas vezes em pessoas a 20m, 40m e
80m para habituar-se com as medidas que ele visualiza através da alça de pontaria.
204
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1-ABRIR O CANO;
2-INSERIR
MUNIÇÃO;
205
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
3-LEVANDO A
CORONHA À
FRENTE FECHAR
O CANO;
4-ATIRAR; E
5-APÓS O TIRO
REPETIR O “1” E
GIRAR PARA
RETIRAR O
CARTUCHO
UTILIZADO.
OBS: NÃO
RETIRAR O
CARTUCHO
PERCUTIDO COM
A MÃO PARA NÃO
SE QUEIMAR NO
MANUSEIO DO
MATERIAL.
e) Tiro
TIRO DIRETO TIRO PARABÓLICO
206
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
b. Munições:
1) Jato direto
Nomenclatura: GL – 103/A
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Jato direto”.
Carga principal: CS
(micropulverizado).
Diâmetro da partícula: < 0,5
mícron.
Carga de Projeção: Pólvora Negra.
Distância mínima de disparo: 3
metros.
Armamento: lançadores no calibre
37/38 mm (AM-600/AM 507 C),
38.1 mm ou 40 mm.
Prazo de validade: 5 anos.
207
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Nomenclatura: GL – 104/A
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Jato direto”.
Carga principal: OC.
Carga de Projeção: Pólvora Negra.
Distância mínima de disparo: 3
metros.
Armamento: lançadores no calibre
37/38 mm (AM 507 C), 38.1 mm ou
40 mm.
Prazo de validade: 5 anos.
208
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
2) Impacto
a) Projetil rígido
Nomenclatura: AM-404.
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Três esferas”.
Quantidade de projéteis: 03.
Material do projétil: Elastômero
macio.
Massa de cada projétil: 28 gramas
Velocidade de cada projétil: Não
mensurada.
Energia Cinética de cada projétil:
Não mensurada.
Carga de Projeção: Pólvora Negra.
Distância de segurança: 20 metros.
Região a ser atingida: Pernas.
Armamento: Calibres 37/38
mm(AM 600/AM 507 C), 38.1 mm
ou 40 mm.
Prazo de validade: 5 anos.
209
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
Nomenclatura:AM-404/12E
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Doze esferas”.
Quantidade de projéteis: 12
Material do projétil: Elastômero macio.
Massa de cada projétil: 4,5 gramas.
Velocidade de cada projétil: Não
mensurada. Energia Cinética de cada
projétil: Não mensurada.
Carga de Projeção: Pólvora Negra.
Distância de segurança: 20 metros.
Região a ser atingida: Pernas.
Armamento: calibres 37/38 mm (AM
600/AM 507 C), 38.1 mm ou 40 mm.
Prazo de validade: 5 anos.
210
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
b) Projetil deformável
Nomenclatura:AM-470.
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Soft Punch”.
Quantidade de projéteis: 1
Material do projétil: projetil expansível
com borracha e talco.
Massa de cada projétil: 78 gramas.
Velocidade de cada projétil: Não
mensurada.
Energia Cinética de cada projétil: Não
mensurada.
Carga de Projeção: Pólvora Negra.
Distância de segurança: 5 metros.
Região a ser atingida: Pernas.
Armamento: calibres 37/40 mm (AM
600), 38.1 mm ou 40 mm.
Prazo de validade: 5 anos.
211
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
3) Granadas fumígenas
a) Lacrimogêneas
Nomenclatura: GL-201.
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Médio Alcance”.
Calibre: 38,1 mm.
Alcance: 60 a 90 metros.
Carga de Projeção: Pólvora Negra.
Tempo de emissão: 20 segundos.
Composição do Misto lacrimogêneo:
CS, Pólvora de BS e Graxa.
Composição da coluna de retardo:
Pólvora Negra.
Lançamento: Por meio de armamento
próprio.
Armamento: lançadores no calibre
37/38 mm (AM-600/AM 507 C), 38.1
mm ou 40 mm.
Prazo de validade: 5 anos.
212
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
Nomenclatura: GL – 202.
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Longo Alcance”.
Calibre: 38,1 mm.
Alcance: 90 a 120 metros.
Carga de Projeção: Pólvora Negra.
Tempo de emissão: 20 segundos.
Composição do Misto lacrimogêneo:
CS, Pólvora de BS e Graxa.
Composição da coluna de retardo:
Pólvora Negra.
Lançamento: Por meio de armamento próprio.
Armamento: lançadores no calibre 37/38 mm
(AM-600/AM 507 C), 38.1 mm ou 40 mm.
Prazo de validade: 5 anos.
Nomenclatura: GL-203/L.
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Cartucho lacrimogêneo com
carga de múltipla emissão”.
Calibre: 37/38,1 mm.
Alcance: 70 a 90 metros.
Tempo de emissão: 25 segundos (cada
pastilha).
Composição do Misto lacrimogêneo:
CS, Clorato de Potássio e Açúcar.
Carga de Projeção: Pólvora Negra.
Quantidade Pastilhas: 05.
Armamento: lançadores no calibre 37/38 mm
(AM-600/AM 507 C), 38.1 mm ou 40 mm.
Prazo de validade: 5 anos.
213
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
Nomenclatura: GL-203/T.
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Cartucho lacrimogêneo com
carga de tripla emissão”.
Calibre: 37/38,1 mm.
Alcance: 70 a 90 metros.
Tempo de emissão: 25 segundos (cada
pastilha).
Composição do Misto lacrimogêneo:
CS, Clorato de Potássio e Açúcar.
Carga de Projeção: Pólvora Negra.
Quantidade Pastilhas: 05.
Armamento: lançadores no calibre 37/38
mm (AM-600/AM 507 C), 38.1 mm ou 40
mm.
Prazo de validade: 5 anos.
b) Sinalização
Nomenclatura: GL – 204.
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “fumigena
colorida”.
Calibre: 38,1 mm.
Alcance: 120 metros.
Carga de Projeção: Pólvora
Negra.
Tempo de emissão: 20
segundos.
Composição do Misto
lacrimogêneo:
CS, Pólvora de BS e Graxa.
Composição da coluna de
retardo:
Pólvora Negra.
214
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
215
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
a. Granadas fumígenas:
Possuem como seu componente principal, agentes químicos que podem causar
tanto um efeito ambiental quanto um efeito fisiológico. Não possuem distância de
segurança, cabendo ao operador observar a direção do vento, tipo de terreno e se o
ambiente é aberto (possibilidade das pessoas se evadirem do local). Deve-se ter
cautela quando utilizadas em locais confinados, visto que as partículas podem
diminuir a taxa de oxigênio do local ocasionando uma asfixia.
1) Lacrimogêneas:
O objetivo do agente químico lacrimogêneo será o de causar desconforto ao
oponente, diminuindo sua capacidade combativa e operativa através da irritação
ocular, dermal, vias aéreas superiores, além de poder comprometer o sistema
gástrico e pulmonar quando em longas exposições. Os agentes lacrimogêneos mais
utilizados são o CS (ortoclorobenzilmalononitrilo) e o OC (Oleoresina de Capsaicina).
216
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Nomenclatura: GL – 301.
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Média-Condor”.
Princípio de funcionamento: Misto de
Ignição.
Tempo de emissão: 17 segundos.
Composição do Misto lacrimogêneo:
CS, Pólvora de BS e Graxa.
Composição da coluna de retardo:
Zarcão, silício e nitrocelulose.
Lançamento: Manual.
Prazo de validade: 5 anos.
Nomenclatura: GL – 302.
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Maxi-Condor”.
Princípio de funcionamento: Misto de
Ignição.
Tempo de emissão: 25 segundos.
Composição do Misto lacrimogêneo:
CS, Pólvora de BS e Graxa.
Composição da coluna de retardo:
Zarcão, silício e nitrocelulose.
Lançamento: Manual.
Prazo de validade: 5 anos.
217
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
Nomenclatura: GL – 303.
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Mini-Condor”.
Princípio de funcionamento: Misto de
Ignição.
Tempo de emissão: 10 segundos.
Composição do Misto lacrimogêneo:
CS, Pólvora de BS e Graxa.
Composição da coluna de retardo:
Zarcão, silício e nitrocelulose.
Lançamento: Manual.
Prazo de validade: 5 anos.
Nomenclatura: GL – 300/T.
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Granada Lacrimogênea de
Tríplice Emissão”.
Princípio de funcionamento: espoleta ogival
de tempo.
Tempo de emissão: 15 segundos (cada
pastilha).
Tempo de retardo: 2,5 segundos
Composição da coluna de retardo:
Zarcão, Silício e Nitrocelulose.
218
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219
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Nomenclatura: GL – 309
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Rubber Ball”.
Princípio de funcionamento: espoleta ogival
de tempo.
Tempo de emissão: 25 segundos.
Tempo de retardo: 2,5 segundos
Composição da coluna de retardo:
Zarcão, Silício e Nitrocelulose.
Composição do Misto Lacrimogêneo:
CS, Clorato de Potássio e Açúcar.
Carga de Projeção: Pólvora Negra.
Quantidade de Pastilhas: 01.
Lançamento: Manual.
Prazo de validade: 5 anos.
220
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Nomenclatura: GL – 310
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Bailarina”.
Princípio de funcionamento: espoleta
ogival de tempo.
Tempo de emissão: 25 segundos.
Tempo de retardo: 2,5 segundos
Composição da coluna de retardo:
Zarcão, Silício e Nitrocelulose.
Composição do Misto Lacrimogêneo:
CS, Clorato de Potássio e Açúcar.
Carga de Projeção: Pólvora Negra.
Quantidade de Pastilhas: 02.
Lançamento: Manual.
Prazo de validade: 5 anos.
221
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
2) Cobertura:
A fumaça apresenta uma alta densidade devido a queima de metais pesados
(zinco, níquel, ferro, etc), proporcionado a formação de uma parede, teto ou cortina
de fumaça, impedindo a visualização da tropa e possibilitando a sua movimentação
tática no terreno. A fumaça é composta por uma mistura hexacloretana que,
inspirada em grande quantidade, pode cristalizar no organismo culminando em
doenças num longo prazo.
Nomenclatura: MB – 502.
Fabricante: Condor S/A.
Princípio de funcionamento: Misto de
Ignição.
Tempo de emissão: 65 segundos.
Composição do misto fumígeno:
HC, Óxido de zinco e Alumínio.
Composição da coluna de retardo:
Zarcão, silício e nitrocelulose.
Produtos da combustão:
CO, NO e Cloreto de Zinco.
Lançamento: Manual.
Prazo de validade: 5 anos.
3) Sinalização:
A fumaça produzida por esta granada possui uma composição inócua sólida
(clorato de potássio, lactose e corante), podendo ser inspirada sem consequências á
saúde. Tem como objetivo a identificação da Tropa no terreno para apoio aéreo e
eventual resgate de feridos. Os corantes são nas cores: azul, vermelha, laranja e
amarela, com o objetivo de contrastar com o terreno, facilitando a localização.
222
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Nomenclatura: SS-601.
Fabricante: Condor S/A.
Princípio de funcionamento: Misto de
Ignição.
Tempo de emissão:
Verde: 40 segundos
Demais cores: 60 segundos
Composição do misto sinalizador:
Clorato de Potássio, Lactose e Corante.
Composição da coluna retardo:
Zarcão, silício e nitrocelulose.
Lançamento: Manual.
Prazo de validade: 5 anos.
Obs: Desde que as granadas fumígenas funcionem da maneira pela qual foram
projetadas, não haverá risco de explosão. Porém, a utilização inadequada, a
alteração artesanal do produto ou um eventual defeito do fabricante poderá criar a
característica explosiva, de natureza defensiva, já que seu corpo é constituído de
alumínio e a velocidade de transformação é desconhecida. Exemplo: A obstrução do
orifício de escape de gases poderá ocasionar o alívio descontrolado da pressão no
interior do corpo da granada fumígena, ocasionado uma explosão mecânica.
b. Granadas explosivas
Seu objetivo é o de diminuir a capacidade combativa e operativa do oponente
através da deflagração de sua ogiva. Causam impacto psicológico, direcionando a
multidão para um local seguro, fora da zona vermelha de ação, local este
denominado de via de fuga. Atualmente estas granadas possuem 02 colunas de
retardo (uma no capacete e outra no corpo da granada), proporcionado a ejeção do
capacete antes de sua deflagração, impedindo a sua projeção como estilhaço.
Ademais, o seu corpo é de borracha butílica prensada, produzindo estilhaços com
baixo potencial lesivo (desde que respeitada a distância de segurança preceituada
pelo fabricante). O artefato é equipado com acionador de percussão tipo E.O.T.
223
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1) Outdoor:
Granadas específicas para emprego em ambiente aberto. Possui, em sua
maioria, tempo de retardo para a explosão de 2,5 segundos e distância de
segurança de 10 metros do local da explosão. Podem ser projetadas por bocais
adaptadores e manualmente.
Nomenclatura: GL – 304.
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Efeito Moral”.
Princípio de funcionamento: E.O.T.
Carga de arrebentamento: Pólvora Branca.
Carga secundária: Talco (inerte).
Composição do corpo da Granada:
PVC (rígido ou flexível).
Colunas de retardo: 02.
Composição da coluna de 1º retardo:
Zarcão, silício e nitrocelulose.
Composição da coluna de 2º retardo:
Pólvora Negra.
Tempo de retardo: 2,5 s (+ - 0,25 s).
Raio de segurança: 10 metros.
Lançamento: Manual.
Prazo de validade: 5 anos.
224
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Nomenclatura: GL – 306.
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Identificadora”.
Princípio de funcionamento: E.O.T.
Carga de arrebentamento: Pólvora Branca.
Carga identificadora: Carboximetilcelulose.
Composição do corpo da Granada:
PVC (flexível).
Colunas de retardo: 02.
Composição da coluna de 1º retardo:
Zarcão, silício e nitrocelulose.
Composição da coluna de 2º retardo:
Pólvora Negra.
Tempo de retardo: 2,5 s(+ - 0,25 s).
Lançamento: Manual.
Prazo de validade: 5 anos.
Nomenclatura: GL – 307.
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Luz e Som”.
Princípio de funcionamento: E.O.T.
Carga de arrebentamento: Pólvora Branca.
Carga secundária: Misto ofuscante
(Al, Mg, Nitrato de bário e Nitrato de estrôncio).
Composição do Corpo da Granada:
PVC (rígido ou flexível).
Colunas de retardo: 02.
Composição da coluna de 1º retardo:
Zarcão, silício e nitrocelulose.
Composição da coluna de 2º retardo:
Pólvora Negra.
Tempo de retardo: 2,5 s (+ - 0,25 s).
Raio de segurança: 10 metros.
Número de decibéis: 167
(Mensurado em 1987, pelo CFarm).
Lançamento: Manual.
Prazo de validade: 5 anos.
2) Indoor:
Granadas específicas para emprego em ambiente fechado ou confinado.
Possui tempo de retardo para a explosão de 1,5 segundos e distância de segurança
de 5 metros do local da explosão.
225
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Nomenclatura: GB - 704.
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Efeito Moral -
Indoor”.
Princípio de funcionamento: E.O.T.
Carga de arrebentamento: Pólvora
Branca.
Carga secundária: Talco (inerte).
Composição do corpo da Granada:
PVC (flexível).
Colunas de retardo: 02.
Composição da coluna de 1º retardo:
Zarcão, silício e nitrocelulose.
Composição da coluna de 2º retardo:
Pólvora Negra.
Tempo de retardo: 1,5 s
Lançamento: Manual.
Prazo de validade: 5 anos.
Nomenclatura: GB - 706.
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Identificadora -
Indoor”.
Princípio de funcionamento: E.O.T.
Carga de arrebentamento: Pólvora
Branca.
Carga identificadora:
Carboximetilcelulose.
Composição do corpo da Granada:
PVC (flexível).
Colunas de retardo: 02.
Composição da coluna de 1º
retardo:
Zarcão, silício e nitrocelulose.
Composição da coluna de 2º
retardo:
Pólvora Negra.
Tempo de retardo: 1,5 s
Lançamento: Manual.
Prazo de validade:5 anos.
226
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
Nomenclatura: GB - 707.
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Luz e Som - Indoor”.
Princípio de funcionamento: E.O.T.
Carga de arrebentamento: Pólvora
Branca.
Carga secundária: Misto ofuscante
(Al, Mg, Nitrato de bário e Nitrato de
estrôncio).
Composição do corpo da Granada:
PVC (flexível).
Colunas de retardo: 02.
Composição da coluna de 1º retardo:
Zarcão, silício e nitrocelulose.
Composição da coluna de 2º retardo:
Pólvora Negra.
Tempo de retardo: 1,5 s
Lançamento: Manual.
Prazo de validade: 5 anos.
227
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Nomenclatura: GA – 100/A.
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Adentramento”.
Princípio de funcionamento: E.O.T.
Carga de arrebentamento: Pólvora
Branca.
Carga secundária: Misto ofuscante
(Al, Mg, Nitrato de bário e Nitrato de
estrôncio).
Composição do corpo da Granada:
Aço.
Colunas de retardo: 01.
Composição da coluna de 1º retardo:
Zarcão, silício e nitrocelulose.
Tempo de retardo: 1,5 s
Lançamento: Manual.
Prazo de validade: 5 anos.
Não possui capacidade de troca de
refil.
228
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Nomenclatura: GA – 100.
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Adentramento”.
Princípio de funcionamento: E.O.T.
Carga de arrebentamento: Pólvora
Branca.
Carga secundária: Misto ofuscante
(Al, Mg, Nitrato de bário e Nitrato de
estrôncio).
Composição do corpo da Granada:
Aço.
Colunas de retardo: 01.
Composição da coluna de 1º retardo:
Zarcão, silício e nitrocelulose.
Tempo de retardo: 1,5 s
Lançamento: Manual.
Prazo de validade: 5 anos.
Possui capacidade de troca de refil,
sendo reutilizada por até 25 vezes.
229
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Nomenclatura: GM – 100.
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Multi-impacto”.
Princípio de funcionamento: E.O.T.
Carga de arrebentamento: Pólvora
Branca.
Carga secundária: Talco e 130 balins de
borracha.
Composição do corpo da Granada:
borracha.
Colunas de retardo: 02.
Composição da coluna de 1º retardo:
Zarcão, silício e nitrocelulose.
Tempo de retardo: 3 s
Lançamento: Manual.
Prazo de validade: 5 anos.
230
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c. Granadas mistas:
Quando uma granada após a sua deflagração vier a formar uma nuvem
lacrimogênea, esta granada será considerada mista. Cabe salientar que qualquer
outro tipo de nuvem que não seja lacrimogênea caracterizará a granada como
explosiva. Estas granadas também podem ser classificadas como outdoor e indoor e
seu método de lançamento pode ser por artefato adaptado ou manualmente.
1) Outdoor
Nomenclatura: GL - 305.
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Mista”.
Princípio de funcionamento: E.O.T.
Carga de arrebentamento: Pólvora
Branca.
Carga secundária: CS
(micropulverizado) e talco.
Diâmetro da partícula: < 0,5 mícron.
Composição do corpo da Granada:
PVC (rígido ou flexível).
Colunas de retardo: 02.
Composição da coluna de 1º retardo:
Zarcão, silício e nitrocelulose.
Composição da coluna de 2º retardo:
Pólvora Negra.
Tempo de retardo: 2,5 s (+ - 0,25 s).
Raio de segurança: 10 metros.
Lançamento: Manual.
Prazo de validade: 5 anos.
231
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
Nomenclatura: GL - 308.
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Mista”.
Princípio de funcionamento: E.O.T.
Carga de arrebentamento: Pólvora
Branca.
Carga secundária: OC
(micropulverizado)
Composição do corpo da Granada:
PVC (rígido ou flexível).
Colunas de retardo: 02.
Composição da coluna de 1º
retardo:
Zarcão, silício e nitrocelulose.
Composição da coluna de 2º
retardo:
Pólvora Negra.
Tempo de retardo: 2,5 s (+ - 0,25 s).
Raio de segurança: 10 metros.
Lançamento: Manual.
Prazo de validade: 5 anos.
2) Indoor:
Nomenclatura: GB - 705.
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Mista - Indoor”.
Princípio de funcionamento: E.O.T.
Carga de arrebentamento: Pólvora
Branca.
Carga secundária: CS
(micropulverizado) e talco.
Composição do corpo da Granada:
PVC (flexível).
Colunas de retardo: 02.
Composição da coluna de 1º retardo:
Zarcão, silício e nitrocelulose.
Composição da coluna de 2º retardo:
Pólvora Negra.
Tempo de retardo: 1,5 s
Lançamento: Manual.
Prazo de validade: 5 anos.
232
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
Nomenclatura: GB - 708.
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Pimenta - Indoor”.
Princípio de funcionamento: E.O.T.
Carga de arrebentamento: Pólvora
Branca.
Carga secundária: OC
(micropulverizado).
Composição do corpo da Granada:
PVC (flexível).
Colunas de retardo: 02.
Composição da coluna de 1º retardo:
Zarcão, silício e nitrocelulose.
Composição da coluna de 2º retardo:
Pólvora Negra.
Tempo de retardo: 1,5 s
Lançamento: Manual.
Prazo de validade: 5 anos.
Nomenclatura: GM - 101.
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Multi-impacto CS”.
Princípio de funcionamento: E.O.T.
Carga de arrebentamento: Pólvora
Branca.
Carga secundária: CS
(micropulverizado) 130 balins de
borracha.
Composição do corpo da Granada:
PVC (flexível).
Colunas de retardo: 02.
Composição da coluna de 1º retardo:
Zarcão, silício e nitrocelulose.
Composição da coluna de 2º retardo:
Pólvora Negra.
Tempo de retardo: 3 s
Lançamento: Manual.
Prazo de validade: 5 anos.
233
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Nomenclatura: GM - 102.
Fabricante: Condor S/A.
Nome comum: “Multi-impacto
Pimenta”.
Princípio de funcionamento: E.O.T.
Carga de arrebentamento: Pólvora
Branca.
Carga secundária: OC
(micropulverizado) 130 balins de
borracha.
Composição do corpo da Granada:
PVC (flexível).
Colunas de retardo: 02.
Composição da coluna de 1º retardo:
Zarcão, silício e nitrocelulose.
Composição da coluna de 2º retardo:
Pólvora Negra.
Tempo de retardo: 3 s
Lançamento: Manual.
Prazo de validade: 5 anos.
234
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d. Lançamento
1-SEGURAR A
GRANADA COM O
CAPACETE DA
GRANADA PRÓXIMO
AO DEDO INDICADOR;
2-COLOCAR A TECLA
DO CAPACETE NO
CENTRO DA PALMA
DA MÃO;
3-EMPUNHAR O
GRAMPO DA
GRANADA E GIRAR NO
SENTIDO HORÁRIO
PARA LIBERAR A
ALÇA DO GRAMPO;
4-APÓS O ESTALO DA
LIBERAÇÃO DA ALÇA
DO PINO, GIRAR O
GRAMPO NO SENTIDO
ANTIHORARIO ATÉ O
GRAMPO SAIR DE SUA
POSIÇÃO INICIAL
235
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
5-PUXAR O GRAMPO
DA GRANADA NA
DIREÇÃO DO CORPO,
PARA A LATERAL DA
GRANADA
OBS: NÃO PUXAR O
GRAMPO DA
GRANADA PARA CIMA
POIS PODERÁ SOLTAR
O EOT E INUTILIZAR A
GRANADA.
6-REALIZAR O
LANÇAMENTO DA
GRANADA.
236
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LANÇAMENTO RASTEIRO
237
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238
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239
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240
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CAPÍTULO VIII
1. Generalidades
ARTIGO I
ESPINGARDAS CAL.12
São armamentos letais que podem ser utilizadas com munições não-letais. Os
modelos utilizados no EB são:
241
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1) Características:
- Calibre: 12 ga
- Comprimento do cano:19” (482,6mm)
- Comprimento total: 1000mm
- Capacidade de munição: 7+1
- Peso (desmuniciada): 3250g
- Coronha: madeira com soleira de borracha
242
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
a) Medidas preliminares:
- Retirar a bandoleira;
- Abrir a arma (telha para retaguarda);
- Inspecionar a câmara e o tubo de alimentação (tátil e visualmente);
- Fechar a arma (telha para frente);
- Travar a arma.
b) Desmontagem 1˚ escalão:
- Retirar o bujão do tubo de alimentação;
- Retirar o cano;
- Retirar o conjunto telha-ferrolho agindo no localizador direito;
- Separar o conjunto telha-ferrolho retirando o ferrolho de cima dos trilhos.
d) Montagem 1˚ escalão:
- Posicionar a telha na armação;
- Encaixar o ferrolho sobre os trilhos;
- Introduzir o ferrolho para dentro da culatra trazendo a telha para a
retaguarda e agindo simultaneamente no localizador direito;
- Continuar o movimento para a retaguarda agindo o retém do tubo de
alimentação e na sequência agindo no retém do ferrolho;
- Colocar o cano;
- Atarraxar o bujão do tubo de alimentação.
e) Medidas complementares:
3) Manejo:
a) Carregar a câmara;
243
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
c) Disparar;
d) Disparar a arma novamente;
e) Descarregar a arma sem efetuar disparos; e
244
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
a) . Desmontagem:
Medidas preliminares:
- Retirar a bandoleira.
- Colocar a arma na ação “pump”.
- Abrir a arma (telha para retaguarda).
- Inspecionar a câmara e o tubo de alimentação tátil e visualmente.
- Fechar a arma (telha para frente) agindo no retém do ferrolho.
- Travar a arma.
b) Sequência Desmontagem 1˚ escalão:
- Retirar a braçadeira cano-tubo de alimentação.
- Retirar o anel roscado de fixação do cano.
- Retirar o zarelho.
- Retirar o cano.
- Retirar a telha agindo no registro de tiro.
- Retirar a alavanca de manejo.
- Retirar de dentro da caixa da culatra o conjunto corrediça – impulsor do
ferrolho – ferrolho.
- Separar o conjunto impulsor do ferrolho – ferrolho da corrediça.
- Retirar o pino do percussor.
- Retirar o percussor e a mola do percussor de dentro do ferrolho e
separa-los.
- Retirar o pino do ferrolho.
- Separar o ferrolho do impulsor do ferrolho.
- Retirar a mola do ferrolho.
d) . Montagem 1˚ escalão:
1) Sequência da montagem
- Colocar a mola do ferrolho dentro do impulsor do ferrolho.
- Colocar o ferrolho dentro do impulsor do ferrolho.
- Colocar o pino do ferrolho com a ranhura perpendicular ao corpo, na
posição seis horas.
- Colocar a mola do percussor e percussor dentro do ferrolho.
- Colocar o pino do percussor.
- Posicionar a corrediça na armação e encaixar o impulsor do ferrolho –
ferrolho.
- Introduzir o impulsor do ferrolho – ferrolho para dentro da caixa da
culatra levando a corrediça para a retaguarda.
- Colocar a alavanca de manejo.
- Colocar a telha agindo no registro de tiro.
- Colocar o cano.
- Colocar o zarelho.
- Atarraxar o anel de fixação do cano.
- Colocar a braçadeira cano – tubo de alimentação.
2) Medidas complementares:
- Abrir a arma (telha para retaguarda).
- Inspecionar a câmara e o tubo de alimentação tátil e visualmente.
- Fechar a arma (telha para frente) agindo no retém do ferrolho.
- Destravar a arma.
- Apontar a arma para uma direção segura efetuar um disparo em seco.
- Travar a arma.
- Colocar a bandoleira.
246
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247
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ARTIGO II
BALÍSTICA
2. Calibre
Calibre Real - É a medida exata do interior do cano de uma arma. Geralmente,
apesar de sua fidelidade métrica, não dá nome a armas e munições. O calibre real
costuma ser expresso em milímetros ou em frações de polegadas;
Calibre Nominal - É o calibre que serve para designar as munições e armas, e
geralmente não correspondem ao calibre real delas.
3. Tipos de Projéteis
Munição de arma raiada Munição de arma sem raia
248
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4. Efeito da Munições
Poder de parada ou “Stopping Power”, definição:
Termo criado por norte-americanos, "stopping power" possui uma tradução
que deve ser levada em consideração em sua literalidade, ou seja, "poder de
parada". Capacidade do projétil de parar o oponente com um disparo. Fatores que
influenciam o “Stopping Power”:
- Influência dos tipos projéteis.
- Influência do peso dos projéteis.
- Influência da velocidade dos projéteis (carga de pólvora).
- Influência do alvo atingido (ex: sob efeito de drogas).
4.1 Efeito das Munições no corpo humano
As munições causam lesões pérfuro-contundentes no corpo, isto é, perfuram
e rompem os tecidos, danificando-os.
Geralmente, quando entram no corpo, os projéteis criam um pequeno orifício.
O orifício de saída do projétil geralmente é maior e em formato irregular.
250
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
Capacete Balístico
Nível: II
Material: Aramida
Colete Balístico
Nível: IIIA
Material: Aramida
6. TABELA BALÍSTICA
252
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CAPÍTULO IX
EXTRATOS DE LEGISLAÇÕES
ARTIGO I
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Seção I
Da Destinação e Atribuições
Seção II
253
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CAPÍTULOII
DA ORGANIZAÇÃO
Seção I
254
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Seção II
CAPÍTULO III
DO ORÇAMENTO
CAPÍTULO IV
DO PREPARO
Art. 14. O preparo das Forças Armadas é orientado pelos seguintes parâmetros
básicos:
CAPÍTULO V
DO EMPREGO
Art. 15. O emprego das Forças Armadas na defesa da Pátria e na garantia dos
poderes constitucionais, da lei e da ordem, e na participação em operações de paz,
é de responsabilidade do Presidente da República, que determinará ao Ministro de
Estado da Defesa a ativação de órgãos operacionais, observada a seguinte forma
de subordinação:
256
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
257
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
CAPÍTULO VI
Art. 16. Cabe às Forças Armadas, como atribuição subsidiária geral, cooperar
com o desenvolvimento nacional e a defesa civil, na forma determinada pelo
Presidente da República.
Art. 17A. Cabe ao Exército, além de outras ações pertinentes, como atribuições
subsidiárias particulares: (Incluído pela Lei Complementar nº 117, de 2004)
VII – atuar, de maneira contínua e permanente, por meio das ações de controle
do espaço aéreo brasileiro, contra todos os tipos de tráfego aéreo ilícito, com ênfase
nos envolvidos no tráfico de drogas, armas, munições e passageiros ilegais, agindo
em operação combinada com organismos de fiscalização competentes, aos quais
caberá a tarefa de agir após a aterragem das aeronaves envolvidas em tráfego
aéreo ilícito. (Incluído pela Lei Complementar nº 117, de 2004)
259
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
CAPÍTULO VII
Art. 19. Até que se proceda à revisão dos atos normativos pertinentes, as
referências legais a Ministério ou a Ministro de Estado da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica passam a ser entendidas como a Comando ou a Comandante dessas
Forças, respectivamente, desde que não colidam com atribuições do Ministério ou
Ministro de Estado da Defesa.
Art. 21. Lei criará a Agência Nacional de Aviação Civil, vinculada ao Ministério da
Defesa, órgão regulador e fiscalizador da Aviação Civil e da infraestrutura
aeronáutica e aeroportuária, estabelecendo, entre outras matérias institucionais,
quais, dentre as atividades e procedimentos referidos nos incisos I e IV do art. 18,
serão de sua responsabilidade.
Art. 22. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.
260
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ARTIGO II
261
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, integra as referidas ações de caráter
geral a participação em campanhas institucionais de utilidade pública ou de
interesse social." (NR)
"Art. 17 ..................................................................................
..............................................................................................
"Art. 18 ..................................................................................
VII – atuar, de maneira contínua e permanente, por meio das ações de controle do
espaço aéreo brasileiro, contra todos os tipos de tráfego aéreo ilícito, com ênfase
nos envolvidos no tráfico de drogas, armas, munições e passageiros ilegais, agindo
em operação combinada com organismos de fiscalização competentes, aos quais
caberá a tarefa de agir após a aterragem das aeronaves envolvidas em tráfego
aéreo ilícito.
262
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
"Art. 17. Cabe ao Exército, além de outras ações pertinentes, como atribuições
subsidiárias particulares:
III – cooperar com órgãos federais, quando se fizer necessário, na repressão aos
delitos de repercussão nacional e internacional, no território nacional, na forma de
apoio logístico, de inteligência, de comunicações e de instrução;
a) patrulhamento;
b) revista de pessoas, de veículos terrestres, de embarcações e de aeronaves; e
c) prisões em flagrante delito."
263
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ARTIGO III
DECRETA:
Art. 4º Na situação de emprego das Forças Armadas objeto do art. 3o, caso
estejam disponíveis meios, conquanto insuficientes, da respectiva Polícia Militar,
esta, com a anuência do Governador do Estado, atuará, parcial ou totalmente, sob o
controle operacional do comando militar responsável pelas operações, sempre que
assim o exijam, ou recomendem, as situações a serem enfrentadas.
Parágrafo único. Nas situações de que trata este artigo, as Forças Armadas
atuarão em articulação com as autoridades locais, adotando-se, inclusive, o
procedimento previsto no art. 4º.
265
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
Art. 8º Para o emprego das Forças Armadas nos termos dos arts. 34, 136 e
137 da Constituição, o Presidente da República editará diretrizes específicas.
267
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem Nota de Aula 2016
ARTIGO IV
Título V
Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas
Capítulo II
Das Forças Armadas
Art. 142 - As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela
Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com
base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da
República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais
e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
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ARTIGO V
Desacato a Militar
Art. 299. Desacatar militar no exercício de função de natureza militar ou em razão
dela:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui outro crime.
Desobediência
Art. 301. Desobedecer a ordem legal de autoridade militar:
Pena - detenção, até seis meses.
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ARTIGO VI
EXTRATO DO CÓDIGO PENAL
RELAÇÃO DE CAUSALIDADE E OMISSÃO
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a
quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado
não teria ocorrido.
§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação
quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a
quem os praticou.
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para
evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
ERRO SOBRE A ILICITUDE DO FATO
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se
inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a
consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou
atingir essa consciência.
COAÇÃO IRRESISTÍVEL E OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a
ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da
coação ou da ordem.
EXCLUSÃO DE ILICITUDE
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
EXCESSO PUNÍVEL
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá
pelo excesso doloso ou culposo.
ESTADO DE NECESSIDADE
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de
perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar,
direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-
se.
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar
o perigo.
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ARTIGO VII
EXTRATO DO CODIGO DE PROCESSO PENAL
FLAGRANTE
ARTIGO VIII
EXTRATO DO CÓDIGO PENAL MILITAR
DESACATO
DESOBEDIÊNCIA
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Pena - detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui crime mais
grave.
ARTIGO IX
EXTRATO DO CODIGO DE PROCESSO PENAL MILITAR
BUSCA
Art. 171. A busca domiciliar consistirá na procura material portas adentro da casa.
DEFINIÇÃO DE CASA
BUSCA DOMICILIAR
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Art. 175. A busca domiciliar será executada de dia, salvo para acudir vítimas de
crime ou desastre. Parágrafo único. Se houver consentimento expresso do morador,
poderá ser realizada à noite.
Art 176. A busca domiciliar poderá ordenada pelo juiz, de ofício ou a requerimento
das partes, ou determinada pela autoridade policial militar.
Art. 177. Deverá ser precedida de mandado a busca domiciliar que não for realizada
pela própria autoridade judiciária ou pela autoridade que presidir o inquérito.
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§1º O rompimento de obstáculos deve ser feito com o menor dano possível à coisa
ou compartimento passível da busca, providenciando-se, sempre que possível, a
intervenção de serralheiro ou outro profissional habilitado, quando se tratar de
remover ou desmontar fechadura, ferrolho, peça de segredo ou qualquer outro
aparelhamento que impeça a finalidade da diligência.
Reposição
§2º Os livros, documentos, papéis e objetos que não tenham sido apreendidos
devem ser repostos nos seus lugares.
§3º Em casa habitada, a busca será feita de modo que não moleste os moradores
mais do que o indispensável ao bom êxito da diligência.
BUSCA PESSOAL
Art. 180. A busca pessoal consistirá na procura material feita nas vestes, pastas,
malas e outros objetos que estejam com a pessoa revistada e, quando necessário,
no próprio corpo.
Art. 181. Proceder-se-á à revista, quando houver fundada suspeita de que alguém
oculte consigo:
a) instrumento ou produto do crime;
b) elementos de prova.
Art. 183. A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar
retardamento ou prejuízo da diligência.
Art. 184. A busca domiciliar ou pessoal por mandado será, no curso do processo,
executada por oficial de justiça; e, no curso do inquérito, por oficial, designado pelo
encarregado do inquérito, atendida a hierarquia do pôsto ou graduação de quem a
sofrer, se militar.
ARTIGO X
EXTRATO DO CODIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO
Art. 210. Transpor, sem autorização, bloqueio viário policial: Infração – gravíssima;
Penalidade - multa, apreensão do veículo e suspensão do direito de dirigir;
ARTIGO XI
SÚMULA VINCULANTE Nº 11 / STF
ARTIGO XII
LEI DE SEGURANÇA NACIONAL
Art 1º. Esta lei prevê crimes que lesam ou expõem a perigo de lesão:
I- A integridade territorial e a soberania nacional;
II- O regime democrático, a federação e o Estado de Direito;
III- A pessoa dos chefes dos poderes da União.
ARTIGO XIII
LEI DAS DROGAS
USUÁRIO
Art 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo,
para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação
legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:
TRAFICANTE
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Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender,
expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar,
prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar:
ARTIGO XIV
ESTATUTO DO DESARMAMENTO
Art. 6º. É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para
os casos previstos em legislação própria e para:
I – os integrantes das Forças Armadas;
II – os integrantes de órgãos referidos nos incisos do caput do art. 144 da
Constituição Federal;
III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos
Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições
estabelecidas no regulamento desta Lei;
IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de 50.000
(cinqüenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço;
V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os agentes do
Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência
da República;
VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da
Constituição Federal;
VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, os
integrantes das escoltas de presos e as guardas portuárias;
VIII – as empresas de segurança privada e de transporte de valores constituídas,
nos termos desta Lei;
IX – para os integrantes das entidades de desporto legalmente constituídas, cujas
atividades esportivas demandem o uso de armas de fogo, na forma do regulamento
desta Lei, observando-se, no que couber, a legislação ambiental;
X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e de
Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário;
XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da Constituição Federal e os
Ministérios Públicos da União e dos Estados, para uso exclusivo de servidores de
seus quadros pessoais que efetivamente estejam no exercício de funções de
segurança, na forma de regulamento a ser emitido pelo Conselho Nacional de
Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério Público – CNMP;
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de
uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de
sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que
seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa:
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Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder,
ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou
ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma
de fogo estiver registrada em nome do agente.
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas
adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha
como finalidade a prática de outro crime:
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito,
transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter
sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou
restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
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ARTIGO XV
LEI DE CONTRAVENÇÕES PENAIS
Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, sem as devidas cautelas,
coloca ou deixa suspensa coisa que, caindo em via pública ou em lugar de uso
comum ou de uso alheio, possa ofender, sujar ou molestar alguém.
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ARTIGO VIII
EXTRATO C 85-01
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3. CONCEITOS BÁSICOS
a. Operações de Garantia da Lei e da Ordem (Op GLO) – Operações militares
conduzidas pelas Forças Armadas, por decisão do Presidente da República, de
forma episódica, em área previamente estabelecida e por tempo limitado, com o
propósito de assegurar o pleno funcionamento do estado democrático de direito, da
paz social e da ordem pública.
b. Segurança Integrada (Seg Intg) – Expressão usada nos planejamentos de GLO
da F Ter, com o objetivo de estimular e caracterizar uma maior participação e
integração de todos os setores envolvidos.
c. Forças Adversas (F Adv) – São pessoas, grupos de pessoas ou organizações
cuja atuação comprometa o pleno funcionamento do estado democrático de direito,
a paz social e a ordem pública.
d. Ordem Pública – Conjunto de regras formais que emanam do ordenamento
jurídico da nação, tendo por escopo regular as relações sociais de todos os níveis do
interesse público, estabelecendo um clima de convivência harmoniosa e pacífica,
fiscalizado pelo poder de polícia e constituindo uma situação ou condição que
conduza ao bem comum.
e. Segurança Pública – Garantia que o Estado proporciona à Nação a fim de
assegurar a ordem pública, ou seja, ausência de prejuízo aos direitos do cidadão,
pelo eficiente funcionamento dos órgãos do Estado.
f. Ordem Interna – Situação em que as instituições públicas exercem as
atividades que lhe são afetas e se inter-relacionam, conforme definido no
ordenamento legal do Estado.
g. Situação de Normalidade – Situação na qual os indivíduos, grupos sociais e a
Nação sentem-se seguros para concretizar suas aspirações, interesses e objetivos,
porque o Estado, em seu sentido mais amplo, mantém a ordem pública e a
incolumidade das pessoas e do patrimônio. As F Adv podem estar atuantes, sem
entretanto, ameaçar a estabilidade institucional do País. No plano legal, caracteriza-
se pela plena vigência das garantias individuais e pela não utilização das medidas
de defesa do Estado e das instituições democráticas. Nesta situação, o emprego da
F Ter pode ser determinado, caso fique caracterizado o comprometimento da ordem
pública.
h. Situação de Não-Normalidade – Situação na qual as F Adv, de forma potencial
ou efetiva, ameacem a integridade nacional, o livre exercício de qualquer dos
Poderes, o ordenamento jurídico em vigor e a paz social, acarretando grave
comprometimento da ordem pública e da ordem interna. Caracteriza-se pela
intervenção da União nos Estados ou no Distrito Federal, ou pela decretação do
estado de defesa ou do estado de sítio.
i. Comprometimento da Ordem Pública – Situação em que os órgãos de
segurança pública não se mostram capazes de se contraporem, com eficácia, às F
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1. GENERALIDADES
a. As ações de GLO devem ter por base um cuidadoso planejamento, elaborado
durante a situação de normalidade.
b. Coerente com os conceitos apresentados no capítulo anterior, o planejamento
das ações de GLO deve ser consubstanciado em um Plano de Segurança Integrada
(PSI) ou em um Plano de Operações (P Op).
c. Os planejamentos de GLO são feitos até o escalão subunidade independente,
quando esta for responsável por um subsetor de segurança integrada.
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GENERALIDADES
Deve-se levar em consideração que as operações desenvolver-se-ão dentro de
um quadro de normalidade institucional, onde não será adotada nenhuma medida de
defesa do Estado, ou de não-normalidade institucional, quando serão adotadas as
referidas medidas.
É importante ressaltar, também, que o emprego da F Ter estará respaldado por
instrumento jurídico, definido quando da emissão da ordem do Presidente da
República e, ainda, que já terão sido esgotadas todas as possibilidades de solução
pacífica ou o emprego de meios de segurança pública.
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4. INVESTIMENTO
a. Caso o prazo para cumprimento da missão permita, a hora do investimento
deve ser protelada de modo que as condições de sobrevivência na área cercada
(corte dos serviços públicos essenciais – água, energia elétrica, telefone etc.)
comecem a funcionar como instrumento de pressão sobre a F Adv, com a
consequente desagregação das relações sociais internas e enfraquecimento das
lideranças.
b. Deve-se utilizar o recurso da finta, ensaiando-se a tomada do dispositivo em
horários diferentes, de modo a produzir insegurança e incerteza quanto ao momento
real da ação. Essas fintas visam a desgastar as F Adv no que concerne as suas
medidas de defesa.
c. Nesse período de espera, devem ser adotadas todas as medidas que levem ao
enfraquecimento das lideranças, buscando, com isso, isolá-las da massa.
d. No interior da formação que a tropa adotar para o investimento, deverão ser
posicionados os militares encarregados de fotografar e filmar. Eles devem dirigir
suas objetivas buscando focalizar particularmente as lideranças. A simples presença
das máquinas, “flashes” e luzes, funciona como fator de inibição para atuação dos
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1. COMUNICAÇÃO SOCIAL
a. Os três ramos da comunicação social – as relações públicas, as informações
públicas e a divulgação institucional – devem ser intensamente explorados no curso
das operações de GLO.
b. A Comunicação Social tem por objetivo principal preservar a imagem da
Instituição junto à opinião pública. Para isso, o escalão executante deverá:
1) manter a boa apresentação de seu pessoal;
2) exteriorizar postura firme e serena, demonstrando boa educação no trato
com a população;
3) valer-se de um oficial de comunicação social para o relacionamento com os
jornalistas, de modo a antecipar-se aos desdobramentos dos fatos, minimizando as
especulações e as controvérsias produzidas pela mídia; e
4) na ocorrência de crise, deverá haver sempre um encarregado de transmitir a
palavra oficial da Força Terrestre (porta-voz).
c. Fatores condicionantes
1) O conhecimento da área de operações e de sua população é imprescindível
ao planejamento e à execução da comunicação social.
2) Os comandantes envolvidos na operação, em todos os níveis, devem ter
sempre em mente que o sucesso de sua operação depende da conquista e/ou
manutenção do apoio da população.
d. Emprego dos meios de Comunicação Social
1) Considerações gerais
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2. OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS
a. O emprego de Op Psc em apoio às Op GLO será realizado tendo como
premissas básicas maximizar a possibilidade de sucesso da tropa, minimizar a
possibilidade de enfrentamento e preservar vidas.
b. O planejamento de Op Psc é realizado no mais alto escalão. As etapas do
processo de planejamento e execução seguem as normas estabelecidas no manual
específico e em documentos doutrinários emitidos pelo Estado-Maior do Exército.
c. A responsabilidade de realizar o planejamento inicial de emprego de Op Psc é
da Seção de Operações do escalão considerado. O planejamento das campanhas
de Op Psc, bem como o detalhamento do emprego dos produtos e ações é
atribuição da OM de Op Psc, por intermédio de militares especializados.
d. Para um emprego adequado de Op Psc é necessário, além do conhecimento
da legislação de emprego das Forças Armadas em GLO, o desenvolvimento das
seguintes atividades: estudos do LEA da A Op, da manobra do escalão considerado,
da situação de Op Psc e dos públicos-alvo envolvidos.
e. O planejamento de Op Psc será materializado por meio do Anexo de Op Psc ao
P Op ou O Op do escalão considerado. Esse Anexo terá como Apêndice o
Planejamento das Campanhas de Op Psc que consubstanciará as campanhas, os
objetivos, os produtos e as ações que serão envolvidas durante o emprego de Op
Psc.
f. Para que seja possível a antecipação de emprego de Op Psc nas Op GLO é
necessário o acompanhamento da conjuntura nacional dos principais
acontecimentos, principalmente daqueles que possam evoluir para uma crise,
acarretando o emprego da F Ter ou das Forças Armadas.
g. A rápida evolução dos acontecimentos pode minimizar o tempo de emprego de
Op Psc antes da tropa, mas não suprime as etapas do processo de planejamento.
Para que se tenha o emprego adequado de Op Psc, maximizando os efeitos
desejados, deve-se disponibilizar o máximo de informações sobre a A Op e os
diversos públicos-alvo visualizados.
h. Fatores Condicionantes
1) Integração com a Inteligência
a) A integração das Op Psc com a Inteligência se dará desde antes dos Plj
das Op GLO, ainda na fase de levantamento e acompanhamento da conjuntura
nacional.
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3. ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA
a. Só um minucioso conhecimento das F Adv e da área de operações, com
particular atenção para a população que nela reside, pode proporcionar condições
para a neutralização ou supressão da capacidade de atuação da F Adv com o
mínimo de danos à população e o menor desgaste para a força legal. A atividade de
inteligência deve anteceder o início de uma operação de GLO propriamente dita,
sendo desenvolvida desde a fase preventiva, na situação de normalidade,
produzindo conhecimentos no nível estratégico-operacional (possibilidades,
vulnerabilidades e prováveis linhas de ação das forças adversas e ambiente
operacional) e no nível tático (forças adversas, terreno e condições climáticas e
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4. NEGOCIAÇÃO
a. Para esta atividade, o comandante da força empregada deve ser assessorado
por pessoas com conhecimento e, se possível, com experiência em gerenciamento
de crises.
A negociação deve ser aproveitada como oportunidade para levantamento de
inteligência, de modo a facilitar ações futuras.
b. Nas operações de garantia da lei e da ordem são consideradas duas fases de
negociação:
1) 1ª fase
a) Conduzida por pessoas não pertencentes à força empregada, podendo
ser políticos, autoridades dos três poderes ou elementos da sociedade civil. Entre
tais pessoas devem estar incluídos mediadores e autoridades com poderes para
oferecer concessões, compensações e estabelecer limites.
b) A força empregada pode participar dessa fase da negociação, a fim de
proporcionar segurança aos negociadores e/ou atuar como elemento de dissuasão.
c) O emprego efetivo da Força Armada é uma consequência do
esgotamento, sem sucesso, da 1ª fase da negociação.
2) 2ª fase
a) Conduzida sob responsabilidade do comandante da força empregada,
partindo do pressuposto que todas as concessões possíveis já foram feitas e que
não foram suficientes para solucionar o impasse de forma pacífica.
b) Nessa fase, os únicos fatores a negociar são, se houver fatos que o
justifiquem, o prazo e a forma como a força adversa vai cumprir o determinado pela
lei – por exemplo, concessão de um prazo maior para aguardar os meios de
transporte para a evacuação de pessoal de área ocupada.
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e. Pessoal especializado
Na constituição da força a ser empregada na área, deve-se prever a inclusão de
especialistas nas áreas relacionadas com os assuntos civis. Esses especialistas são
grupados em equipes funcionais.
As equipes funcionais de assuntos civis são organizadas conforme a necessidade
de cada operação. Quando os órgãos civis estão estruturados e capazes de atuar,
as equipes funcionais da F Ter podem se limitar à presença de oficiais de ligação,
junto àqueles órgãos.
1. GENERALIDADES
As operações tipo polícia podem ser realizadas em ambiente urbano ou rural e
são intensamente empregadas em todas as operações de GLO, qualquer que seja o
valor da F Adv e seu grau de organização. Em muitas ocasiões, essas operações
serão executadas sob condições de normalidade.
2. OBJETIVOS
As operações tipo polícia têm por objetivo:
a. controlar a população;
b. proporcionar segurança à tropa, às autoridades, às instalações, aos serviços
essenciais, à população e às vias de transporte;
c. isolar a F Adv de seus apoios;
d. impedir a saída de elementos da F Adv de uma área;
e. diminuir a capacidade de atuação da F Adv e restringir sua liberdade de
atuação;
f. apreender material e suprimentos da F Adv; e
g. restabelecer o controle de áreas, instalações ou vias de transporte ocupadas
indevidamente pelas F Adv.
3. MEIOS A EMPREGAR
a. Todas as unidades operacionais da F Ter, com prioridade para as de arma-
base, são aptas para a execução de operações tipo polícia, com destaque para as
unidades de Polícia do Exército, dada a sua natureza.
b. A unidade que executa operações tipo polícia pode executar, simultaneamente,
operações de combate, as quais serão objeto de manual específico.
c. As unidades de Polícia Militar são especialmente aptas à execução de
operações tipo polícia.
d. Outros elementos civis, como guardas municipais e elementos de controle de
trânsito, podem permanecer em suas atividades específicas e terem suas ações
coordenadas pela F Ter, no planejamento e execução das operações tipo polícia.
4. AÇÕES A REALIZAR
a. Estabelecimento de Postos de Bloqueio e Controle de Estradas (PBCE)
1) Os PBCE são estabelecidos para controlar o movimento da população da
área; capturar membros da F Adv; isolar a F Adv na área de operações e impedir a
entrada de seus apoios e reforços; e restringir a liberdade de movimento das F Adv.
2) Os PBCE podem ser permanentes ou inopinados e seus efetivos podem
variar de um grupo de combate a um pelotão.
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1. FINALIDADE
a. A finalidade do Centro de Coordenação de Operações (CCOp) é permitir a
coordenação necessária do planejamento e execução nas operações de GLO,
facilitando a conjugação e integração de esforços e a ligação entre os órgãos da
esfera federal e os da esfera estadual e municipal que tenham responsabilidade na
segurança pública e/ou em outras áreas ligadas à atuação do Estado.
b. O CCOp não é um órgão de execução, mas de planejamento, de coordenação
do emprego de nossos meios e de integração com outros órgãos e de assessoria.
2. ATRIBUIÇÕES
De modo geral, cabe ao CCOp, de acordo com o nível em que for estabelecido:
a. realizar o planejamento coordenado e integrado das medidas de GLO;
b. acompanhar a execução das medidas de GLO;
c. facilitar a integração entre os diferentes órgãos, entidades e repartições com
responsabilidades na execução de medidas de GLO;
d. assessorar o comando de segurança integrada ao qual pertence sobre os
meios disponíveis, suas possibilidades e limitações; e
e. coordenar o emprego dos meios postos à disposição e/ou em apoio.
3. ORGANIZAÇÃO
a. O CCOp é organizado nos moldes de um estado-maior (EM), baseando-se no
EM do escalão terrestre considerado (ZSI, ASI ou SASI), devendo, a critério do Cmt
responsável, ser chefiado por seu Ch EM.
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CAPÍTULO X
1. GENERALIDADES
O Atendimento Pré-Hospitalar é aquele que ocorre fora do ambiente hospitalar,
que poderá ser desenvolvido por pessoas ou instituições capacitadas para o
atendimento emergencial a vítimas de trauma (acidente automobilístico, incêndios,
afogamentos, desastres naturais e etc.) visando à estabilização clínica e a rápida
remoção para uma unidade hospitalar adequada.
Estudaremos aqui, particularmente, os protocolos a serem seguidos para
atendimento a feridos em combate, prestado por elemento não especializado na
área de saúde, em situação de alto risco e estando sob fogos. Tais protocolos visam
orientar os procedimentos serem tomados pelo militar no sentido de resgatar um
elemento ferido e preparar sua evacuação até um local onde possa receber
tratamento adequado. Sugere-se que sejam instruídos pelo menos um militar
por fração valor Grupo de Combate ou equivalente para ser o “Atendente do
GC”.
Dos 10% dos ferimentos tratáveis, mais de 90% dos feridos sobrevivem se
receberem tratamento adequado, nos primeiros 30 minutos após o ferimento,
ainda no campo de batalha.
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A partir de então os militares que estão se preparando para serem enviados para
o combate são submetidos a este treinamento. Após a implantação do TCCC nas
operações de combate alcançou-se o maior índice de sobrevivência da história.
Seu objetivo maior é identificar e tratar os feridos com lesões graves que
podem resultar em morte e mantê-los vivos por tempo suficiente para chegar
ao hospital, utilizando-se, somente, do equipamento médico disponível em seu
“Kit de primeiros socorros” individual (luva de procedimento, curativo
individual, torniquete e máscara).
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Nesta fase o próprio militar ferido tenta realizar o auto socorro caso ele tenha
condições de fazê-lo, enquanto os demais devem se concentrar em neutralizar a
ameaça. Caso o ferido não consiga executar o auto socorro, outro militar deverá
realizá-lo depois que a ameaça esteja neutralizada e a área esteja em segurança.
Quando as vítimas são resgatadas elas devem ser triadas (classificadas) e separadas
para o atendimento. Os feridos devem receber o tratamento seguindo uma ordem de
prioridade, de acordo com a gravidade do ferimento, conforme ordem abaixo:
7. INSTRUÇÃO INDIVIDUAL
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a) Aproximar-se da vítima;
b) Executar a elevação do queixo para liberação das vias aéreas;
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NOTA
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