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2
ENSINO
MÉDIO
HISTÓRIA
Gislane Azevedo
Reinaldo Seriacopi
2137737 (PR)
www.sesieducacao.com.br
CAPÍTULO
Objetivos: A Grécia é um país mediterrâneo localizado na península Balcânica. Seu território, um pouco
menor do que o estado do Ceará, é formado por duas regiões: a continental e a insular, composta
c Conhecer as origens da de mais de 2 mil ilhas espalhadas pelos mares Egeu, Mediterrâneo e Jônico.
Grécia antiga.
A civilização grega tem suas origens na miscigenação étnica e cultural entre diferentes povos
c Compreender os que habitaram esse território, como os indo-europeus (aqueus, eólios, jônios e dórios) e os arianos,
processos migratórios e na agregação de hábitos dos egípcios, fenícios e cretenses. Esse processo, ocorrido entre os séculos
e a formação étnica e XX e XII a.C., é o tema deste capítulo.
cultural da civilização
grega.
c Compreender as
origens das cidades-
-Estado gregas.
Ideograma:
minoicos e, aos poucos, os incorporaram a seu cotidiano. Aprenderam a fabricar armas de bronze e a
produzir objetos de ouro, prata e marfim, além de adotar práticas agrícolas e técnicas de navegação.
símbolo não fonético que representa
um objeto ou uma ideia. Em contato com a escrita cretense, desenvolveram um sistema de escrita próprio, que misturava
ideogramas com sinais representando sílabas.
TRÁCIA
MACEDÔNIA Mar de
Mármara
CALCÍDICA
Ílion (Troia)
FONTE: World history atlas: mapping the human journey. London: Dorling Kindersley, 2005.
Mar Jônio Leucas ETÓLIA Eubeia
Delfos
Ítaca A Erétria Sardes
Cefalônia N TIGTebas
IA A Mégara ÁTICA Éfeso
GRÉC
O
Corinto Atenas
ES
P O
Olímpia LO Tirinto Mileto
PE Argos
Esparta Halicarnasso
PA Pilo
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O Cnido
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AC
ITO HIP
Círculo Polar Ártico RE
E FEN
ÍCIA
Creta
Cnossos
OCEANO EUROPA
ATLÂNTICO
WARNER BROS./DIVULGAÇÃO
VEJA OS FILMES
Troia, de Wolfgang Petersen.
Estados Unidos, 2004. (162 min).
Narra a Guerra de Troia, do rapto
de Helena à rendição dos troianos.
A odisseia, de Andrei Konchalovsky.
HISTÓRIA
Estados Unidos, Reino Unido,
Grécia, Itália e Alemanha, 1997.
(176 min).
Conta as aventuras e os desafios
Cena do filme Troia, produzido em 2004, na qual é representado o momento em que os troianos enfrentados por Ulisses em sua
levam o cavalo de madeira para o interior da cidade. O cavalo foi construído pelos gregos para
viagem de volta para casa, após
surpreender e, finalmente, vencer seus adversários após dez anos de batalhas.
a Guerra de Troia.
1 (PUC-PR) Duas civilizações precederam a Grécia helênica: a verdade. Nem se deve contar essas fábulas na nossa cidade
minoica e a micênica. Os cretenses, ou minoicos, não eram se queremos que os futuros guardiões considerem uma
gregos, nem falavam o idioma grego, mas tiveram uma in- grande vileza o odiarem-se uns aos outros por pouca coisa.
fluência significativa e duradoura sobre esse continente. So- Platão. A República. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1993. p. 88-89. Adaptado.
bre a civilização minoica, marque a alternativa correta: b Considerando os textos anteriores, marque certo (C) ou erra-
a) A civilização minoica renasceu a partir da chamada Idade do (E) nas afirmações abaixo:
das Trevas, uma era entre a extinta civilização micênica e o ( C ) A partir da leitura dos textos I e II, conclui-se que, embora
apogeu dos cretenses. as narrativas épicas, históricas ou epopeicas garantissem
b) O centro das civilizações minoicas eram palácios maravi- a preservação da memória cultural dos gregos, para Pla-
lhosos, ricamente construídos, o que era um forte indício tão, as fábulas contadas por Hesíodo e Homero, por não
da riqueza e do poder de seus reis. serem exemplares, não possuíam conteúdo pedagógico.
c) A civilização minoica investiu no desenvolvimento do pensa-
( E ) Depreende-se do segundo texto que, para Platão, os mi-
mento ético-religioso a partir de uma religião monoteísta.
d) Felipe II da Macedônia contribuiu para a conquista da civi- tos não têm valor filosófico.
lização minoica pelos gregos. ( C ) A menção a hábito do poeta Homero, no primeiro pará-
e) A conquista da civilização micênica pelos minoicos ou grafo do texto I, endossa a tese de que a prática musical
cretenses é contemporânea à implantação da democra- na Grécia antiga teve origem no âmbito da dramaturgia.
cia por Clístenes.
3 (Vunesp) A Ilíada, de Homero, data do século VIII a.C. e narra
2 (UnB-DF – Adaptada) Leia os textos abaixo: o último ano da Guerra de Troia, que teria oposto gregos e
troianos alguns séculos antes. Não se sabe, no entanto, se esta
Texto I
guerra de fato ocorreu ou mesmo se Homero existiu. Diante
Vivendo provavelmente no século VIII a.C., costumava disso, o procedimento usual dos estudiosos tem sido: b
peregrinar pelas cortes e pelas ágoras, mercados públicos
a) desconsiderar os relatos atribuídos a Homero, pois não te-
das cidades daquela época, a repetir, em estrofes candentes,
mos certeza de sua procedência, nem se eles nos contam
entusiastas, cosendo os cantos uns nos outros, os memorá-
a verdade sobre o passado grego.
veis feitos dos aqueus, antepassados dos gregos. Segundo o
b) identificar na obra, apesar das dúvidas, características da
costume, apresentava-se em pé, apoiado em um bastão, nar-
sociedade grega antiga, como a valorização das guerras e
rando de memória e em voz alta, para que todos ouvissem,
a crença na interferência dos deuses na vida dos homens.
e, assim, preservava a memória dos combates e dos máscu-
c) desconfiar de Homero, pois ele era grego e assumiu a de-
los heróis do passado. Teria sido ele o principal responsável
fesa de seu povo, abrindo mão da completa neutralidade
por conferir unidade cultural a todo o povo de fala grega, o
que todo relato histórico deve ter.
do continente da Ática, o da península do Peloponeso e o
d) acreditar que a Guerra de Troia realmente aconteceu, pois
das ilhas do mar Egeu. Para Hesíodo, foi Homero quem
Homero não poderia ter imaginado tantos detalhes e perso-
constituiu a teologia nacional da Grécia. É consenso, hoje,
nagens tão complexos como os que aparecem no poema.
que nenhum poeta, nenhuma personalidade literária, ocu-
e) descartar o uso da obra como fonte histórica, pois, mes-
pou na vida do seu povo lugar semelhante. Homero narrou
mo que a guerra tenha ocorrido, a Ilíada é um relato lite-
a epopeia da guerra de Troia em duas obras distintas: Ilíada
rário e não foi escrita com rigor e precisão científica.
(dedicada ao último ano da guerra) e Odisseia (narrativa das
peripécias de Ulisses depois da guerra). Nelas, encontram-se 4 Os aqueus, povo de origem indo-europeia, estabeleceram-se
não só a relação estreita dos homens com inúmeros deuses, na península Balcânica por volta do terceiro milênio a.C. Quais
mas também a exposição da cosmogonia grega, o que soli- eram as principais características da civilização micênica?
dificou a posição dessas duas obras como expressão dos Os aqueus fundaram várias cidadelas (pequenas cidades fortificadas),
entre as quais Micenas, a mais desenvolvida e influente, graças ao
ideais de formação dos gregos (Paideia).
intercâmbio comercial com mercadores cretenses. Não possuíam o
Disponível em: <http://educaterra.terra.com.br>. Adaptado. mesmo domínio tecnológico dos minoicos, mas, em função das rela-
Texto II ções comerciais, incorporaram muitos de seus valores culturais. Com
eles, aprenderam a fabricar armas de bronze e objetos de ouro,
Efetivamente, são esses [Hesíodo e Homero] que fi- prata e marfim; além disso, assimilaram suas práticas agrícolas e téc-
zeram para os homens essas fábulas falsas – que contaram nicas de navegação. Desenvolveram também um sistema de escrita
próprio, resultante do contato com a escrita cretense. Ao dominarem
e continuam a contar –, nas quais os deuses lutam contra Creta, os aqueus assumiram o controle das rotas comerciais do Me-
os deuses, que conspiram e combatem, pois nada disso é diterrâneo e conheceram grande crescimento econômico. A partir do
século XIV a.C., porém, a economia micênica declinou.
A INVASÃO DÓRIA
Na segunda metade do século XII a.C., a civilização micênica entrou em crise. Seu território foi
então ocupado pelos dórios, povo indo-europeu que expulsou populações inteiras da região. Por
volta do ano 1000 a.C., eles já haviam conquistado grande parte da Grécia continental. Para fugir dos
dórios, muitos aqueus, eólios e jônios – povos indo-europeus que haviam chegado à Grécia antes –
estabeleceram-se na Ásia Menor, onde fundaram cidades como Mileto, Éfeso e Cnido.
Entre os séculos XII e VIII a.C., os dórios exerceram a supremacia no Peloponeso e em outras re-
giões da Grécia. Conhecido como Período Homérico, alguns historiadores preferem chamá-lo “Idade
das Trevas”, uma vez que as cidades micênicas foram destruídas, seus palácios saqueados, as técnicas
artesanais praticamente abandonadas e a própria escrita desapareceu. As populações que não fugiram
e reagiram à invasão foram escravizadas, outras fizeram alianças. Aqueles que se submeteram ao inva-
sor passaram a ocupar uma posição subalterna na nova sociedade. Um dos fatores que favoreceram
o domínio dórico foram suas armas de ferro, mais resistentes do que as de bronze
usadas pelos vencidos.
Algumas regiões, contudo, permaneceram sob o domínio de outros povos.
A Ática, povoada pelos jônios, foi uma delas.
A civilização grega
Nos séculos que se seguiram às invasões dórias, ganhou impulso o pro-
da terra era coletiva. O chefe tribal que mais se destacava nas guerras tornava-
-se rei. Formaram-se assim diversos pequenos reinos.
Com o crescimento da população, a escassez de terras férteis e o uso de
técnicas rudimentares, a produção agrícola se tornou insuficiente. A falta de
alimentos acirrou a disputa pelo controle da terra. Esse fato contribuiu para a
extinção da posse coletiva das propriedades agrícolas e para o aparecimento Centauro Lefkandi, estatueta grega
de desigualdades sociais. em terracota do século VIII a.C.
As primeiras pólis
Todas essas mudanças contribuíram para o enfraquecimento dos genos, que perderam
sua força de coesão. Ao mesmo tempo, a necessidade de se defender da ação de inimigos
externos incentivou o agrupamento de vários genos em cidades com governo autônomo.
Começavam a surgir, assim, as pólis, ou cidades-Estado gregas. Esparta, por exemplo, surgiu
da união de quatro vilas vizinhas. Esse processo ocorreu quase ao mesmo tempo em toda a
Grécia.
De modo geral, as pólis eram cidades fortificadas; na parte mais alta, ficavam uma espécie de
fortaleza e um santuário. Essa parte da cidade era chamada acrópole. Na região central da parte bai-
xa, havia uma praça, a ágora, onde os cidadãos se reuniam para tomar decisões políticas. Na periferia,
viviam os trabalhadores agrícolas e os pequenos proprietários rurais. A pólis, portanto, englobava a
cidade e as terras próximas a ela. Atenas, por exemplo, dominava toda a Ática, a península na qual
estava situada (reveja o mapa da página 6).
Vista da acrópole de Atenas. Localizada a Assim, aos poucos, a sociedade grega deixava de ser primordialmente camponesa e guerreira
150 metros acima do nível do mar, abriga e se transformava em uma civilização centrada em torno das pólis. No início do século VIII a.C., o
um dos mais conhecidos monumentos
históricos, o Partenon, templo erguido mundo grego estava politicamente dividido em uma grande quantidade de cidades-Estado, cujos
em homenagem à deusa Palas Atena. habitantes encontravam-se unidos por laços de parentesco.
Foto de 2013.
HEMIS/ALAMY/GLOW IMAGES
5 Os gregos passaram por transformações na sua organização política graças à sedentarização e ao aumento populacional. Os genos
e os reis guerreiros foram gradativamente substituídos por governos da aristocracia. Explique como funcionavam essas duas formas
de organização: os genos e o governo aristocrático.
Os genos eram agrupamentos tribais que se subdividiam em clãs. Estes eram constituídos por um senhor ou patriarca, seus
familiares e escravos, parentes próximos e hóspedes. A posse da terra dos genos era coletiva. O chefe tribal que mais se
destacava nas guerras tornava-se rei. O crescimento da população, a escassez de terras férteis e o uso de técnicas rudimentares
tornaram a produção agrícola insuficiente. A falta de alimentos acirrou a disputa pelo controle da terra, de maneira que as maiores
e melhores propriedades ficaram nas mãos de um pequeno grupo de pessoas, os eupátridas (uma espécie de nobreza da
época), que acabaram afastando os reis e assumindo o poder. Esse grupo constituiu, então, uma aristocracia, palavra grega que
pode ser traduzida como “governo dos melhores”.
6 (PUC-RS) No Período Homérico da história antiga da Grécia (séculos XII a VIII a.C.), já existiam formas precoces de cidades, comu-
nidades agrárias, coletivistas, como apontam as pesquisas arqueológicas. Mas foi no Período Arcaico (séculos VIII a.C.-VI a.C.) que
as cidades-Estado gregas, definidas como pólis ou urbes, desenvolveram-se. Essas cidades-Estado tinham como características
políticas: _________ entre si e governos _________, que representavam _________. c
a) dependência – centralizados – os cidadãos livres e os monarcas hereditários.
b) dependência – centralizados – os deuses e as figuras mitológicas.
c) independência – descentralizados – os cidadãos livres.
d) independência – centralizados – os monarcas hereditários e a corte.
e) dependência – descentralizados – os nobres, os sacerdotes e os estrangeiros.
ANOTAÇÕES
2 A Grécia clássica
Objetivos: Nos primeiros anos do século XXI, o governo da Grécia gastou muito mais do que arrecadou.
Resultado: o país viu-se endividado e precisou pedir elevados empréstimos junto à comunidade
c Aprofundar o estudo
internacional. O endividamento foi tão grande que o governo ficou sem condições de quitar seus
das pólis gregas,
compreendendo as
empréstimos, levando a Grécia a uma profunda crise que teve início em 2008.
transformações no Para tentar melhorar a condição financeira do país, o governo grego adotou uma série de
interior da sociedade medidas até então impensáveis no país, como autorizar, em 2012, a exploração publicitária de seus
grega. tesouros arqueológicos. Agora, por 1 600 euros, é possível fazer filmagens profissionais até mesmo no
Partenon, o monumento mais conhecido de toda a Grécia.
c Conhecer as Construído no século V a.C. em homenagem à deusa Palas Atena, o Partenon foi erguido em
características da
uma época em que Atenas vivia um período de grande esplendor e tinha Esparta como sua maior
sociedade espartana
rival em termos políticos e econômicos. Neste capítulo, conheceremos mais sobre essas duas impor-
e da sociedade
tantes cidades-Estado da Grécia antiga.
ateniense.
c Apresentar as origens
c Compreender o
crescimento e o
declínio do poderio de
distintas cidades-
-Estado gregas.
HISTÓRIA
FONTE: World history atlas: mapping the human journey. London: Dorling
OCEANO
ATLÂNTICO Tânais
Massília Dioscúridas
(Marselha) Nice Mar Negro
Sinope
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Empórias Alalia iá t
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Epidamo
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Nápoles MA ar ar
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Hemeroscópion Tirreno Crotona Mar
Tebas Egeu
Messina Reggio Aspendo
FENÍCIA
Peça-lhes que façam uma comparação Jônico Esparta Rodes
entre o papel da mulher na Grécia an- Cnossos
Mar Mediterrâneo
tiga e na sociedade ocidental moderna,
levando em conta três esferas da vida: a N Cirene
política, a comunitário-religiosa e a pro- Cidades da Grécia antiga
0 329
fissional. Oriente-os a organizar as infor- Territórios colonizados Náucratis
km EGITO
mações em cartazes e a preparar uma
pequena apresentação para a classe.
As mulheres e a pólis
Embora desprovidas de direitos políticos, havia áreas na vida cívica e comunitária das antigas pólis em que as mulheres –
até mesmo escravas – desempenhavam papéis importantes.
Em algumas festas, como as Panateneias realizadas em Atenas, elas tinham grande participação. Também era comum
encontrar mulheres trabalhadoras e negociantes nas camadas mais baixas da sociedade. Muitas trabalhavam na ágora ou nos
arredores. Algumas se dedicavam ao pequeno comércio, vendendo gêneros alimentícios ou itens como perfumes e grinaldas;
outras dirigiam tabernas ou trabalhavam com lã.
CARTLEDGE, Paul (Org.). História ilustrada da Grécia antiga. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002. p. 160-182. Adaptado.
Com essas mudanças, a aristocracia começava a enfraquecer. Esse declínio se acentuou entre
GLOSSÁRIO
561 e 528 a.C., período em que Atenas foi governada pelo tirano Pisístrato. Ele confiscou grandes pro-
Tirano:
priedades dos nobres, promoveu uma reforma agrária, realizou obras públicas que geraram trabalho
na Grécia antiga, denominava-se ti-
para muitos atenienses e incentivou as artes e o comércio, transformando Atenas em importante rano o líder político que tomava o
centro comercial, artístico e cultural da Grécia. poder com o apoio da população.
O declínio da aristocracia ateniense se consumou pouco depois, quando o arconte Clístenes Os tiranos, em geral, eram originários
(508-507 a.C.) promoveu nova e profunda mudança na organização do Estado. Clístenes dividiu a do grupo de novos proprietários de
terra, e foram importantes para a so-
Ática em cem unidades políticas e territoriais, os demos, cada qual reunindo indivíduos de diferentes ciedade grega porque introduziram
clãs e pessoas de várias camadas sociais. Cada uma dessas unidades tinha seu chefe, o demiarca, reformas na legislação agrária em
escolhido por meio do voto. Os demos foram agrupados em dez diferentes distritos eleitorais, de benefício das classes populares. Sob
modo que os cidadãos ou votavam ou iam para a guerra como representantes de seus distritos. sua liderança, o direito à cidadania
foi ampliado, as leis deixaram de ser
O principal órgão legislativo era a Assembleia, que se reunia a cada dez dias. Nessas ocasiões,
HISTÓRIA
privilégio da aristocracia e foram pu-
qualquer cidadão poderia pedir a palavra e expor sua opinião ou votar em alguma questão colocada blicadas. No mundo atual, o termo
em pauta. Tais reformas originaram a democracia em Atenas (em grego, democracia significa “governo “tirano” designa aquele que usurpa
da maioria”). o poder de um Estado, por meio da
Embora mulheres, escravos, ex-escravos e estrangeiros representassem a maior parte da popu- força. O governo de um tirano não
respeita as liberdades individuais, ig-
lação, não eram considerados cidadãos e, por isso, estavam impedidos de participar das assembleias. nora as leis e a justiça, sendo assim
Apesar de não beneficiar a todos, a democracia garantia aos cidadãos três direitos essenciais: autoritário e opressivo.
liberdade individual, igualdade perante a lei e direito de expressar suas opiniões nas assembleias.
1 (Fuvest-SP) A cidade e o Estado não surgiram na Grécia anti- variantes e dialetos) que compartilhava santuários e crenças,
ga. Mas a pólis, entre os séculos VIII e III a.C., foi uma criação costumes e hábitos, formando uma civilização. Em termos
especificamente grega. geográficos, porém, era dividida em um grande número
a) Indique as instituições básicas da pólis. de cidades-Estado, de tamanho e importância variados, in-
dependentes umas das outras e frequentemente rivais. A
A pólis, cidade-Estado independente, tinha como base a
propósito das características dessas cidades, considere as se-
Assembleia de cidadãos (existente tanto nas pólis democráticas guintes afirmações:
como nas aristocráticas) e o exército, composto também de I. Cada cidade-Estado possuía um regime político que lhe
cidadãos. era próprio e instituições que variavam consideravelmen-
te de uma localidade para outra.
II. Atenas foi, sobretudo na época clássica, a mais desta-
cada das cidades-Estado. Seu modelo democrático ba-
seava-se no princípio de isonomia, isto é, de igualdade
b) Comente sua especificidade e sua importância histórica. de direitos extensiva àqueles que eram considerados
A estrutura da pólis permitia que os cidadãos participassem cidadãos.
ativamente das questões públicas (incluindo administração, III. Em nome da excelência militar e da ação bélica contínua,
o regime monárquico espartano concedia a todos os seus
elaboração de leis, tribunais e defesa). Nesse processo, alguns
habitantes o estatuto de cidadão, pelo qual os grupos so-
cidadãos começaram a se destacar, dando origem à figura do
ciais exerciam em igualdade de condições os direitos e
político. A pólis pode ser considerada o modelo clássico de deveres nos assuntos da cidade.
cidadania, que mais tarde foi difundido e adaptado em todo o Quais estão corretas? d
Ocidente. a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.
4 (Unifesp)
Ao povo dei tantos privilégios quanto lhe bastam, à
2 (UEPG-PR) O regime democrático grego foi instituído em sua honra nada tirei nem acrescentei; mas os que tinham
Atenas, na época do governo de Clístenes (final do século poder e eram admirados pelas riquezas, também neles
VI a.C.). A respeito da democracia ateniense, assinale a(s) pensei, que nada tivessem de infamante [...] entre uma e
alternativa(s) correta(s). a, c, d outra facção, a nenhuma permiti vencer injustamente.
Sólon, século VI a.C.
a) A democracia ateniense era uma democracia escravis-
ta. O trabalho escravo era a base da vida econômica da No governo de Atenas, o autor procurou: b
sociedade. a) restringir a participação política de ricos e pobres, para
b) Diferente das democracias atuais, o modelo ateniense impedir que suas demandas pusessem em perigo a
se estruturou a partir do sistema de castas sociais. realeza.
c) Na democracia ateniense, cidadãos eram apenas os b) impedir que o equilíbrio político existente, que beneficia-
homens livres, nascidos em Atenas e maiores de idade, va a aristocracia, fosse alterado no sentido da democracia.
os quais possuíam o direito de participar ativamente c) permitir a participação dos cidadãos pobres na política para
da vida política. derrubar o monopólio dos grandes proprietários de terras.
d) Mulheres, estrangeiros, escravos e crianças não partici- d) abolir a escravidão dos cidadãos que se endividavam, ao
pavam das decisões políticas na democracia ateniense. mesmo tempo em que mantinha sua exclusão da vida
política.
3 (UFRGS-RS – Adaptada) Na Antiguidade clássica, a Grécia e) disfarçar seu poder tirânico com concessões e encena-
não existia enquanto entidade política. Antes, configurava ções que davam aos cidadãos a ilusão de que participa-
uma comunidade linguística (onde se falava o grego, com vam da política.
O século de Péricles
O século V a.C. é considerado pelos estudiosos como o do
apogeu do mundo grego. Ele também ficou conhecido como Sécu-
A GUERRA DO PELOPONESO
A expansão do império ateniense entrou em choque com os interesses de
Esparta e contribuiu para acirrar ainda mais a rivalidade política e econômica
entre as duas cidades-Estado. Para contrapor-se à Liga de Delos, Esparta reuniu
seus aliados e formou a Liga do Peloponeso. Em 435 a.C., Esparta entrou em
guerra contra Atenas.
A Guerra do Peloponeso, como ficou conhecido o conflito, arrastou-se por
27 anos. Apesar do equilíbrio de forças, em 404 a.C., os espartanos – com a ajuda
dos persas – derrotaram seus rivais. Vitoriosa, Esparta anexou quase todas as
possessões ultramarinas de Atenas e impôs à sua rival um governo pró-espartano.
Em 403 a.C., porém, uma rebelião restaurou a democracia em Atenas. Em 395 a.C.,
outras cidades, como Argos, Corinto e Tebas, se rebelaram contra Esparta, cujo
poderio entrou em declínio.
Aproveitando-se desse enfraquecimento, em 377 a.C., o general Epaminon-
das, de Tebas, declarou guerra a Esparta. O confronto durou seis anos e foi ven-
cido pelos tebanos.
A ASCENSÃO DE TEBAS
Por quase uma década, Tebas se transformou na pólis mais influente do mundo
grego. Entretanto, depois de tantos anos de guerra, as cidades-Estado entraram em
crise e a Grécia inteira mergulhou em um período conturbado. Convulsionadas por
conflitos sociais, as pólis se enfraqueceram politicamente, o que transformou a Grécia
em presa fácil para povos conquistadores. E eles vieram de onde os gregos menos
esperavam: da Macedônia.
Detalhe de relevo do século V a.C., encontrado em Atenas,
na Grécia. A cena mostra dois hoplitas se cumprimentando
por ocasião da Guerra do Peloponeso.
ENQUANTO ISSO...
Os celtas
ANOTAÇÕES
HISTÓRIA
3 O helenismo
Portal
SESI
A religião grega Educação www.sesieducacao.com.br
A religião era algo extremamente importante para os gregos. Assim como a maioria
dos povos da Antiguidade, eles eram politeístas, isto é, acreditavam na existência de diversos Acesse o portal e explore a ima-
gem O sarcófago de Alexandre.
deuses e julgavam que essas divindades interferiam diretamente na vida dos seres hu-
manos. Inicialmente, as histórias que contavam a origem e a vida desses deuses eram
transmitidas oralmente de pais para filhos.
No século VIII a.C., o poeta Hesíodo reuniu essas histórias em seu
poema Teogonia. Graças a elas, conhecemos hoje um pouco mais do
pensamento e dos cultos religiosos da Grécia antiga. Essas histórias são
conhecidas como mitos e a reunião de todas elas forma a mitologia
grega.
Segundo essa mitologia, a maioria dos deuses habitava o
alto do monte Olimpo, maior montanha da Grécia. Cada um
deles tinha um atributo especial. Embora imortais, os deuses
Alexandria
A Grécia era chamada pelos antigos gregos de Hélade, que queria dizer “terra dos helenos”, referência a um lendário personagem,
Heleno, cujos filhos teriam povoado a região. O período compreendido entre a ascensão de Alexandre ao poder, em 336 a.C., e o domínio
da Grécia pelos romanos, em 146 a.C., é comumente denominado Período Helenístico (séculos IV a II a.C.).
Educado pelo filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.), Alexandre admirava a cultura grega e queria vê-la difundida pelo mundo.
Conforme expandia seu império, criava centros de irradiação cultural que promoviam a divulgação do saber científico e das formas
artísticas e literárias da Grécia.
Desse modo, a religião, a cultura e os costumes gregos se difundiram por outras regiões, e a língua grega se transformou no principal
idioma das pessoas instruídas. Nesse processo, ocorreu uma fusão entre o conhecimento grego e a cultura dos povos conquistados. O
resultado foi o helenismo.
Com a decadência de Atenas, o centro do saber transferiu-se para Alexandria, que no século III a.C. chegou a abrigar a maior biblioteca
da Antiguidade, reunindo mais de 700 mil manuscritos. Teve início então um período de grande esplendor cultural e científico.
Aristarco de Samos (310-230 a.C.), professor do Museu de Alexandria, foi um dos primeiros astrônomos a propor que
a Terra gira ao redor do Sol; Euclides (c. 330-260 a.C.), um dos criadores da Geometria, abriu na cidade uma escola de Ma-
temática; e Erastóstenes (276-196 a.C.) conseguiu medir com pequena margem de erro o perímetro da Terra. UE/
NHAG ES
Além deles, o físico Arquimedes (287-212 a.C.), responsável por estabelecer as leis fundamentais COPE G
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da Estática e da Hidrostática, quando jovem estudou com um discípulo de Euclides em GALE R FORMA
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Alexandria. Outro grande cientista desse período foi uma mulher: Hipácia (370-415
d.C.). Matemática, astrônoma, inventora do hidrômetro, ela foi também di-
retora da Academia de Alexandria aos 30 anos de idade.
Pela Samarcanda
FONTE: World history atlas: mapping the human journey. London: Dorling Kindersley, 2005.
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HISTÓRIA
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Trópico de Câncer
Territórios sob influência Cidades fundadas por
macedônica Alexandre Magno N
WERNER FORMAN/CORBIS/LATINSTOCK
esculpidas em pedra, algumas com mais de vinte toneladas. Além
dessas obras, os olmecas sabiam calcular a duração do ano e do mês
lunar, tendo criado o primeiro calendário da América.
Ao mesmo tempo, eles desenvolveram um sistema de escrita
pictográfica. Em 2006, arqueólogos do México publicaram um arti-
go na revista científica Science afirmando que um bloco de pedra de
30 centimetros, repleto de pictogramas, encontrado no estado mexi-
cano de Veracruz, contém a escrita mais antiga do continente ame-
ricano. Feito pelos olmecas, o texto teria cerca de 3 mil anos.
Por razões desconhecidas, a partir de 600 a.C., os centros ceri-
Cabeça colossal esculpida em basalto, de cerca de 1200 a.C., obra
moniais olmecas começaram a ser abandonados. Entretanto, mui- de artesãos da cultura olmeca. A civilização olmeca ocupou a região
tos dos conhecimentos olmecas seriam incorporados por outros conhecida hoje como golfo do México. A obra se encontra no
povos do continente, como os astecas e os maias. Parque Museu La Venta, em Tabasco, no México.
PARA CONSTRUIR
1 (UEM-PR) Considerando o mito como um dos aspectos mais (02) Os mitos gregos também tinham uma função pedagógi-
importantes da cultura grega, leia o texto abaixo e escolha ca, pois traziam, em seus temas, os castigos e as recom-
as alternativas que forem corretas. 02, 04, 16 pensas para os atos cometidos pelos homens.
Os mitos, para nós, servem como importante fon- (04) A filosofia grega rompe com as explicações míticas, ao
te de conhecimento sobre o pensamento grego e as ca- expor que a existência humana deve ser explicada pela
racterísticas de sua religião. Além disso, embora muitas lógica e pela razão, e não pelo sentido mágico e divino.
das histórias dos heróis e suas aventuras sejam imagi- (08) Aristófanes, Eurípides e Sófocles estão entre os principais
nárias, revelam aos historiadores como os gregos se escritores dos mitos gregos.
relacionavam com a natureza, suas ocupações, seus (16) De acordo com o texto, em razão de abordarem os senti-
instrumentos, seus costumes e os lugares que visitaram mentos humanos, ainda em nossos dias a mitologia grega
e conheceram. Os mitos servem, também, para que mexe com a nossa sensibilidade.
possamos entender melhor a nós mesmos. Por quê? Por
2 (Vunesp) De cidade em cidade, de civilização em civili-
tratarem de sentimentos humanos, como o amor e o
zação, a ciência viaja com as caravanas de mercadores,
ódio, a inveja e admiração e, muitas vezes, traduzirem
os exércitos invasores e os viajantes solitários. A mate-
ou procurarem responder a indagações morais e exis-
tenciais que rondam a mente humana. Por isso, ainda mática dos gregos, entre eles Pitágoras, chegou até nós
hoje, essas histórias mitológicas gregas falam à nossa por meio de Alexandria, cidade egípcia às margens do
sensibilidade. A maneira de tratar as questões e os sen- Nilo. Ali um grego chamado Euclides, que chegou à
timentos humanos mais profundos continua atual, suas cidade no ano 300 a.C., escreveu um dos livros mais
narrativas ainda nos emocionam. copiados e traduzidos de toda a História: Elementos de
FUNARI, P. P. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2001. p. 59. Geometria. A história dessa cidade e da “viagem” do
(01) O mito não refletia a realidade concreta dos gregos, pois conhecimento grego se confunde com a trajetória dos
ele existia apenas na literatura filosófica e teológica e no macedônios.
imaginário dos grandes escritores da época. CAMPOS, Flavio; MIRANDA, Renan Garcia. A escrita da História.
NIMATALLAH/AKG-IMAGES/LATINSTOCK
a) formação de uma nova cultura, sem elementos culturais
gregos nem orientais.
b) desaparecimento das culturas orientais diante da cultura
grega ou helênica.
c) conflito cultural irreconciliável entre a cultura grega e as
culturas orientais.
d) desaparecimento da cultura grega diante das culturas
orientais (persa e egípcia).
e) constituição de uma cultura diferenciada, com elementos
gregos e orientais. Algumas das obras da escultura clássica que desfruta-
ram de maior fama em épocas posteriores foram criadas
4 (Fuvest-SP) Cada um deve observar as religiões e os costumes, durante o período helenístico, como o Laocoonte e seus
as leis e as convenções, os dias festivos e as comemorações filhos. A obra representa a terrível cena em que o sacerdo-
que observavam nos dias de Dario. Cada um deve permane- te troiano Laocoonte e seus dois infelizes filhos são envol-
cer persa em seu modo de vida, e viver em sua cidade [...]. vidos por duas gigantescas serpentes, em seus anéis, que
Porque eu desejo tornar a terra bastante próspera e usar as es- os estrangulam.
tradas persas como pacíficos e tranquilos canais de comércio. E. H. Gombrich. A História da Arte.
PARAPARA PRATICAR
PRATICAR
1 Por que podemos afirmar que Alexandre difundiu a cultura helenística à medida que ampliava seu império?
2 (Fuvest-SP)
Alexandre desembarca lá onde foi fundada a atual cidade de Alexandria. Pareceu-lhe que o lugar era muito bonito
para fundar uma cidade e que ela iria prosperar. A vontade de colocar mãos à obra fez com que ele próprio traçasse o
plano da cidade, o local da Ágora, dos santuários da deusa egípcia Ísis, dos deuses gregos e do muro externo.
ARRIANO, Flávio. Anabasis Alexandri,séc. I d.C.
Desse trecho de Arriano, sobre a fundação de Alexandria, é possível depreender:
a) o significado do helenismo, caracterizado pela fusão da cultura grega com a egípcia e as do Oriente Médio.
b) a incorporação do processo de urbanização egípcio, para efetivar o domínio de Alexandre na região.
c) a implantação dos princípios fundamentais da democracia ateniense e do helenismo no Egito.
d) a permanência da racionalidade urbana egípcia na organização de cidades no Império Helênico.
e) o impacto da arquitetura e da religião dos egípcios, na Grécia, após as conquistas de Alexandre.
3 (Fuvest-SP – Adaptada) Quando Roma conquistou o Egito e áreas da Mesopotâmia, encontrou nesses territórios uma forte presen-
ça de elementos gregos. Isso foi devido:
a) ao recrutamento de soldados gregos pelos monarcas persas e egípcios.
b) à colonização grega, semelhante à realizada na Sicília e na Magna Grécia.
c) à expansão comercial egípcia no Mediterrâneo Oriental.
d) à dominação persa na Grécia durante o reinado de Dario.
e) ao helenismo, resultante das conquistas de Alexandre, o Grande.
PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
1 (Ufal)
Na tradição científica e racionalista que é a nossa, consideramos que a razão surgiu na Grécia há 2 500 anos. Alguns
chegaram a pensar que o surgimento dessa razão marcou uma ruptura em todos os planos, uma ruptura total com o que
existia antes, ou seja, para eles, o irracional. [...] Essa interpretação implica o advento de uma atitude mental que teria, de
forma absolutamente decisiva, instaurado um caminho de pensamento totalmente novo. Um caminho característico do
Ocidente e ao qual a ciência e a filosofia estão ligadas.
Jean-Pierre Vernant
Neste texto, Vernant descreve a interpretação geralmente aceita de que a razão teria nascido na Grécia através de uma ruptura com
o mito, realizada pelos primeiros filósofos. Exponha as principais diferenças entre as explicações da ordenação mundo proposta por
esses filósofos e aquelas proporcionadas pelo mito.
2 (UEM-PR) Sobre a civilização grega antiga, assinale o que for correto.
a) O Período Arcaico é considerado o momento mais democrático da história grega, principalmente pela participação dos eupá-
tridas, que representavam o povo nos conselhos que escolhiam o rei.
b) Uma das características da sociedade ateniense era a forma que dispensava à vida militar. Nela, os jovens eram preparados
militarmente desde os 7 anos para se dedicarem aos ofícios do Estado. Após completarem 30 anos, podiam casar e participar
da Assembleia e, ao completarem 60 anos, retiravam-se das atividades militares e podiam tomar parte do Conselho de Anciãos
(gerontocracia).
c) Em Atenas, uma das práticas políticas adotadas pelos governos tirânicos para se manterem no poder eram as concessões de
benefícios às camadas populares.
d) O helenismo, um intenso processo de difusão da cultura grega no Oriente, caracteriza-se por uma oposição ao universalismo cul-
tural e uma restrição ao sincretismo religioso.
e) A democracia espartana caracterizava-se pela forma representativa nas decisões políticas. Exceto escravos, mulheres e estran-
geiros, todos os seguimentos sociais tinham seus representantes nas assembleias.
4 Os primeiros séculos
de Roma
Objetivos: A escultura de bronze da foto abaixo faz referência às origens míticas da cidade de
Roma, na Itália atual. Segundo esse mito, os fundadores da cidade seriam os gêmeos Rômulo
c Explicar a fundação
e Remo, que, depois de abandonados nas águas do rio Tibre, foram salvos por uma loba, que
da cidade de Roma
os amamentou.
sob os pontos de vista
Durante muito tempo, acreditou-se que essa escultura havia sido produzida por volta
histórico e mitológico.
de 500 a.C. Porém, pesquisas recentes feitas em laboratório revelaram que ela foi feita aproxima-
c Analisar as estruturas damente em 1300 d.C. Essa informação é um exemplo de quanto o conhecimento histórico pode
política, econômica mudar a cada nova pesquisa ou descoberta.
e social romanas Seja como for, o fato de ser mais recente do que se pensava não afetou o status da escultura: ela
na monarquia e na continua sendo o grande símbolo da chamada Cidade Eterna.
República. Neste capítulo, estudaremos os primeiros tempos de Roma, cidade que se tornou o centro de
um dos maiores impérios da Antiguidade.
c Conhecer as etapas
iniciais do processo de
expansão romana.
c Entender o processo de
luta da plebe romana
por direitos políticos e
c Considerar o conflito
entre Roma e Cartago
no contexto da
expansão romana.
c Compreender a forma
como a justiça pode
ser manipulada nas
sociedades.
HISTÓRIA
C
Gregos
Outros povos
FONTE: World history atlas: mapping the human journey. London: Dorling Kindersley, 2005.
LÍGURES
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Mar Mediterrâneo
Sicília
SÍCULOS
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km
Nessa época, os latinos fundaram uma aldeia no monte Palatino, uma das sete colinas da região
do Lácio. Por ser um lugar de entroncamento de rotas comerciais que cruzavam a península, a aldeia
Os clientes, por sua vez, eram em geral ex-escravos ou filhos de escravos nascidos livres. Man-
tinham com os patrícios uma relação de completa dependência: recebiam deles proteção e terras
para cultivar; em troca, deviam-lhes respeito, devotamento pessoal – como cumprimentá-los toda
manhã – e eram obrigados a substituí-los nas guerras.
Já os escravos eram pessoas capturadas em guerras ou plebeus que não tinham como quitar suas
dívidas. Usados nos trabalhos mais pesados, seus donos tinham poder de vida e de morte sobre eles.
volveram o trono ao avô. Como recompensa, receberam o direito de fundar sua própria cidade, mas discordaram sobre o local onde
erguê-la. Então, recorreram aos deuses que, por meio de presságios, favoreceram Rômulo.
Com a ajuda de um arado, Rômulo abriu um sulco em torno do terreno que escolheu para erguer a nova cidade, simbolizando
uma muralha. Remo, para ridicularizar a decisão do irmão, ultrapassou a muralha simbólica. A luta entre ambos terminou com a morte
de Remo. Rômulo fundou, então, a cidade de Roma e se proclamou rei. Esses acontecimentos teriam ocorrido em 753 a.C., considerado
pelos romanos o ano de fundação de Roma.
1 O texto a seguir, sobre a fundação de Roma, foi escrito pelo historiador latino Tito Lívio (59 a.C.-17 d.C.). Leia o trecho selecionado
e responda às questões.
Não é sem razão que os deuses e os homens escolheram este lugar para a fundação da cidade: a extrema salubridade
das suas colinas; a vantagem de um rio capaz de trazer as colheitas do seu interior, bem como de receber as provisões ma-
rítimas; as comodidades da vizinhança do mar, sem os perigos a que uma excessiva proximidade a exporia à ameaça de
frotas estrangeiras; uma posição central em relação às diferentes regiões da Itália, posição que parece ter sido prevista uni-
camente para favorecer a expansão da cidade. Acha-se no seu 356o ano, e durante esse tempo o círculo das nações que a
rodeiam nunca deixou, cidadãos, de estar em guerra convosco; e, todavia, não puderam vencer-nos.
FREITAS, Gustavo de. 900 textos e documentos de História. Lisboa: Plátano, 1977. p. 80. v. 1. Adaptado.
a) Destaque pelo menos dois motivos apresentados por Tito Lívio para a escolha do local de fundação de Roma.
Tito Lívio apresenta diversos argumentos para a escolha do local de fundação de Roma: condições ambientais favoráveis, rio navegável, distância
ideal em relação ao mar (próximo, mas sem o risco de um ataque inimigo), centralidade em relação a outras regiões da península Itálica.
b) Segundo Tito Lívio, a escolha do local para a fundação de Roma foi obra dos “deuses” e dos “homens”. Em que medida essa
interpretação difere das oferecidas pelos historiadores contemporâneos? Justifique sua resposta.
A concepção de História de Tito Lívio incluía as versões mitológica e historiográfica sem contradições. Para ele e para os homens do
seu tempo, a ação divina interferia diretamente nos acontecimentos e, embora os historiadores da época já realizassem trabalhos de
investigação com critérios objetivos, a separação entre mito e História ainda não obedecia ao rigor que mais tarde seria estabelecido.
2 Os etruscos exerceram grande influência sobre a sociedade romana, unificando os vilarejos latinos que originaram Roma. Em linhas
gerais, qual foi o papel dos etruscos na formação da cultura e da vida social romana?
Ao unificar as várias vilas latinas e fundar Roma, os etruscos transformaram a região: ela deixou de ser um povoado de pastores, agricultores e
comerciantes para tornar-se uma cidade fortificada, com sólidas relações comerciais com outras regiões. Ensinaram a população local a pavimentar
estradas, a drenar pântanos e a construir pontes e redes de esgoto. Além disso, vários aspectos da religião etrusca foram incorporados à sociedade
romana em formação. Houve também uma gradual adaptação dos alfabetos etrusco e grego, que deu origem ao alfabeto latino, o qual utilizamos
até hoje.
3 (UFVJM-MG) A sociedade romana assumiu um caráter aristocrático desde a sua origem. Sobre a divisão social romana, assinale a
afirmativa incorreta. b
a) Os patrícios eram os grandes proprietários de terras, que formavam a aristocracia e detinham plenos poderes sobre os demais
membros de suas famílias.
b) A plebe era constituída de homens livres, que gozavam de direitos políticos desde os primórdios da sociedade romana.
c) Os clientes eram os plebeus que se aliavam aos patrícios para conseguir proteção em troca de sua adesão pessoal e política.
d) Os escravos formavam a base da pirâmide social e, em sua maioria, era composta por prisioneiros de guerra.
A REPÚBLICA ROMANA
aconselhava e controlava
SENADO DITADOR
• Dirigia a política externa • Tinha plenos poderes civis e militares
e interna • Permanecia no cargo seis meses
• Controlava a ação dos
magistrados
• Propunha leis às assembleias nomeavam
• O cargo de senador era vitalício
CÔNSULES
• Administravam a cidade
• Comandavam o exército
• Permaneciam no cargo um ano
• Nomeavam o ditador
elegia PRETORES
ASSEMBLEIA
• Administravam a Justiça
CENTURIAL
• Permaneciam no cargo um ano
CENSORES
• Calculavam e registravam a riqueza dos romanos
• Permaneciam no cargo cinco anos
QUESTORES
• Geriam as receitas e as despesas do Estado
elegia • Permaneciam no cargo um ano
ASSEMBLEIA
TRIBAL
EDIS
• Supervisionavam as obras públicas
• Permaneciam no cargo um ano
Os magistrados exerciam o poder executivo. Os mais importantes entre eles eram os côn-
sules, eleitos anualmente em número de dois para cuidar das principais questões administrativas e
GLOSSÁRIO
do comando do exército. Em casos de emergência, podiam indicar um ditador, que governava por Censo:
seis meses com poderes irrestritos. Havia ainda outros magistrados, como o censor, encarregado de na Roma antiga, era uma lista ou rela-
realizar o censo, e os edis, que cuidavam da segurança. ção dos cidadãos e de suas fortunas,
O Senado concentrava a maior parte do poder do Estado. Seus integrantes, os senadores – ho- estabelecida com base nos levanta-
mens originários de famílias patrícias –, eram vitalícios, faziam as leis e tomavam as decisões políticas mentos realizados a cada cinco anos.
Essa relação servia de base para a to-
mais importantes.
mada de decisões políticas ou relati-
Havia também diversas assembleias. As mais importantes eram a Tribal, que elegia alguns ma- vas a impostos. Também era utilizada
HISTÓRIA
gistrados, e a Centurial, que elegia os cônsules e decidia sobre a guerra e a paz. para fins de recrutamento militar. O
Com essa nova estrutura política, Roma iniciou um lento e contínuo processo de expansão “censor” era a pessoa responsável por
amparado em uma poderosa força militar (veja o boxe “As legiões romanas”, na página 37). Nesse esse arrolamento. No Brasil, a palavra
avanço, a República romana se imporia pela força das armas e por meio de alianças com povos que “censo” designa os recenseamentos
aceitavam sua liderança. A expansão pela península Itálica foi concluída entre 272 e 265 a.C., quando demográficos (pesquisas sobre a po-
pulação do país), realizados em perío-
o território dos etruscos, ao norte, e a Magna Grécia (região ocupada por colônias gregas), ao sul,
dos determinados.
foram subjugados. Conquistada a península, Roma deu início à sua expansão externa.
OCK
Da mesma forma, a religião romana foi enriquecida com práticas e deuses oriundos da Grécia,
/LATINST
enquanto o latim incorporava palavras gregas. No âmbito da educação, tornou-se comum deixar
a instrução dos filhos a cargo de cidadãos ou escravos gregos. Esse processo de helenização foi tão
IMAGES
amplo que muitas famílias ricas de Roma decidiram adotar sobrenomes gregos.
LAH/AKG-
AS GUERRAS PÚNICAS
NIMATAL
A crescente expansão de Roma começou a preocupar a elite de Cartago, cidade-Estado de
origem fenícia localizada no norte da África. Na época, Cartago dominava a Córsega, a Sardenha e
parte da Sicília (veja o mapa abaixo), detendo a hegemonia comercial do Mediterrâneo. Em 264 a.C., a
rivalidade entre as duas potências eclodiu em um longo conflito conhecido como Guerras Púnicas.
Foram três confrontos (264-241 a.C., 218-202 a.C. e 149-146 a.C.) e Roma saiu vitoriosa em todos. Réplica romana do século I d.C. de
Em 146 a.C., Cartago foi completamente dominada e transformada em província romana. Dos quase escultura grega representando a deusa
Atena Promacos, originalmente datada
250 mil cartaginenses restaram apenas 50 mil sobreviventes, muitos deles enviados a Roma como escravos.
do século V a.C. Entre os romanos era
A vitória romana nas Guerras Púnicas e as conquistas territoriais na região do Mediterrâneo comum a profissão de “copista”, artesão
oriental e na península Ibérica foram decisivas para a consolidação do poderio romano, como vere- encarregado de produzir cópias de obras
mos no próximo capítulo. gregas.
M
ibre
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Ad
riá
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camadas mais ricas: somente eles tinham recursos
o
Córsega para possuir cavalos, armaduras de ferro e outros
equipamentos de primeira linha exigidos para essa
FONTE: World history atlas: mapping the human journey. London: Dorling Kindersley, 2005.
Roma
divisão.
Nápoles Entretanto, se a participação de todos os
Mar Tarento
Sardenha Tirreno homens livres tornava o exército forte, isso trazia
Eleia
problemas para a vida econômica da República,
pois essas pessoas eram obrigadas a abandonar
Crotona suas plantações e seus afazeres devido às atividades
militares. Por isso, ficou estabelecido que o exército
Messina teria uma atuação sazonal, de modo que as guerras
Mar Mediterrâneo Reggio só poderiam ocorrer durante o verão, por exemplo,
Sicília Mar
Jônio
para não prejudicar as atividades agrícolas.
Agrigento Siracusa
Mesmo com essas limitações, decorrentes
Cartago da falta de profissionalização, o exército contava
HISTÓRIA
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Na época em que os romanos passavam pelo processo
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de reorganização política que culminou com a instauração da
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República, os lídios se destacavam como a principal civilização
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da Anatólia, região onde hoje está a Turquia.
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Durante o reinado de Creso (561-546 a.C.), os lídios de-
senvolveram inovadoras técnicas de separação de metais e, a
partir de uma liga natural de ouro e prata – o electro –, foram
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o primeiro povo do mundo a cunhar moedas, inventando,
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assim, o dinheiro. Aos poucos, a moeda foi incorporada por
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PARA CONSTRUIR
4 Em 509 a.C., uma revolta dos patrícios, com o apoio dos ple- c) crescimento da economia agropastoril, intensificação das
beus, pôs fim à monarquia e expulsou os etruscos do Lácio, exportações, aumento do trabalho livre.
criando uma nova forma de organização política: a Repúbli- d) enriquecimento do Estado romano, aparecimento de
ca. Explique como funcionava a República romana. uma poderosa classe de comerciantes, aumento do nú-
mero de escravos.
Em latim, República significa “coisa pública” (res publica). Uma das e) diminuição da produção nos latifúndios, acentuado pro-
características dessa forma de governo é a escolha dos governantes cesso inflacionário, escassez de mão de obra escrava.
por um período determinado, em contraste com a monarquia, na 6 Como vimos no boxe “A Lei das Doze Tábuas”, na página 36, a
qual o rei governava até a morte, a menos que fosse deposto ou ausência de um código de leis permitia aos patrícios manipu-
lar a Justiça. Embora o Brasil disponha de uma Constituição
abdicasse do trono. A República romana se baseava em uma complexa
e de códigos de leis, pode-se dizer que a Justiça brasileira é
estrutura político-administrativa formada pela Magistratura, pelo imparcial? Justifique sua opinião.
Senado e pelas Assembleias. A Magistratura exercia o poder executivo,
De acordo com a Constituição brasileira, a Justiça deve ser imparcial.
sob a liderança de dois cônsules, eleitos anualmente para cuidar das
Na prática, porém, uma série de problemas tem impedido que o
questões administrativas e do comando do exército. O Senado
poder judiciário atue nos padrões que a sociedade consideraria ideal.
concentrava a maior parte do poder do Estado e era formado por Um deles é a lentidão com que as ações são julgadas, demandando
membros das famílias patrícias que exerciam o cargo vitalício de muitos anos de espera até que os interessados obtenham uma
senador. Estes faziam as leis e tomavam as decisões políticas mais decisão final sobre suas causas. Em grande parte isso acontece
importantes. Finalmente, as Assembleias completavam o poder porque a burocracia dos procedimentos legais dá chance aos mais
da República, elegendo os cônsules e tomando diversas decisões. ricos de ter à disposição mais recursos legais, viabilizando, dessa
forma, retardar ao máximo o andamento dos processos. Isso dá à
5 (Fuvest-SP) A expansão de Roma durante a República, com
o consequente domínio da bacia do Mediterrâneo, provo- sociedade a impressão de impunidade e de que a Justiça atribui pesos
cou sensíveis transformações sociais e econômicas, dentre as e medidas desiguais, que variam conforme a condição socioeconômica
quais: d dos réus. A esse problema soma-se o fato de a Justiça brasileira
a) marcante processo de industrialização, êxodo urbano, en- estar atualmente sobrecarregada e com um número de funcionários
dividamento do Estado. muito inferior ao que a quantidade de processos a ser julgados
b) fortalecimento da classe plebeia, expansão da pequena
demandaria.
propriedade, propagação do cristianismo.
PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR governo.
b) celebra a democracia ateniense e a República romana.
1 (UFPE) O crescimento do Império Romano contribuiu para c) condena as aristocracias ateniense e romana.
aumentar suas dificuldades administrativas. O Direito teve d) expressa uma concepção populista sobre a Antiguidade
uma importância fundamental na superação dessas dificul- clássica.
dades. Na história do Ocidente, o Direito romano: e) defende a pólis grega e o Império Romano.
5 A República em crise
Objetivos: Localizada às margens do rio Ródano, a cidade de Arles, no sul da França, guarda em sua
arquitetura marcas do tempo em que esteve sob o domínio do governo de Roma, com um
c Identificar as
anfiteatro e um cemitério romanos.
transformações sociais
A presença romana em Arles ganhou destaque ainda maior em 2007, graças a uma des-
e econômicas ocorridas
coberta arqueológica inédita. Naquele ano, pesquisadores resgataram do fundo do Ródano
após as conquistas
um busto de mármore retratando a figura do líder militar e político Júlio César. Levado para
romanas.
análise, os estudiosos descobriram que ele foi feito em 46 a.C., o que caracteriza a peça como
c Entender a política de uma verdadeira raridade, uma vez que esse é o único busto conhecido de Júlio César criado na
“pão e circo”. época em que ele ainda era vivo.
Exatamente em 46 a.C., Júlio César assumiu sozinho o poder em Roma, com o título de
c Conhecer as propostas ditador vitalício. Assassinado dois anos depois, ele seria um dos últimos governantes da Re-
dos irmãos Graco
pública romana, que chegaria ao final em 34 a.C., ano em que uma nova mudança política
e entender como
transformaria Roma em um império.
ocorrem as conquistas
relativas ao direito e à
c Explicar a
desestruturação da
República romana
e a implantação do
Império.
VEJA O FILME
Spartacus, de Stanley Kubrick. Es-
tados Unidos, 1960. (198 min). Afresco do século I d.C.
O filme conta a história de Espár- encontrado na antiga cidade de
taco, homem que nasceu escra- Herculano, representando uma
vo e que liderou uma das maio- escrava penteando os cabelos de
uma jovem.
res revoltas da Roma antiga.
1 O Estado romano oferecia a política do “pão e circo” para man- cultura das terras, para substituir os cidadãos que haviam
ter a população – principalmente a pobre urbana – distraída expulsado delas.
e minimamente alimentada. Isso reduzia os riscos de rebelião PLUTARCO. Vida de Tibério e de Caio Graco.
In: ARRUDA; PILETTI. Toda a História. São Paulo: Ática, 2008. v. 1. p. 76.
e de outras manifestações de descontentamento que pode-
riam abalar o poder das elites romanas. Atualmente, no Brasil, O texto aponta as modificações na estrutura fundiária da Itá-
é muito comum ouvir pessoas dizerem que o futebol e a te- lia, no século II a.C. Sobre essas transformações, é INCORRETO
levisão funcionam do mesmo modo, isto é, como forma de afirmar: b
diversão para que a população não se interesse por assuntos a) A substituição dos camponeses por escravos, nas terras
políticos. Você concorda com essa opinião? Apresente suas da península Itálica, está relacionada com a expansão mi-
ideias e escute as opiniões dos colegas. Faça, depois, uma lis- litar romana e com o aumento da oferta de escravos.
ta de argumentos. Com a ajuda do professor, aprofunde as b) O Senado romano, dominado pelo patriciado, barrou a for-
várias ideias apresentadas. mação de latifúndios com mão de obra escrava, pois enten-
deu que essa mudança alterava a base social da sociedade.
O objetivo desta atividade é refletir sobre o papel da democracia e
c) O Senado romano, controlado por grandes proprietários
dos direitos do cidadão no mundo contemporâneo com base na abor- de terra, viu de forma favorável a formação do latifúndio
dagem de dois assuntos polêmicos: futebol e programas de televisão. escravista e o desmantelamento das unidades de produ-
A resposta é pessoal, mas é possível solicitar aos alunos que ção camponesa.
aprofundem suas opiniões. O futebol e a televisão, como fenômenos d) A vitória militar sobre Cartago e a expansão territorial pelas
de massa, envolvem milhões de pessoas, exigem certa padronização
terras banhadas pelo Mediterrâneo favoreceram o aumen-
to da oferta de mão de obra escrava no mercado romano.
dos comportamentos e movimentam vultosos recursos financeiros.
e) A expansão político-militar da República romana pelo
Em geral, as pessoas que se envolvem profundamente com futebol Mediterrâneo teve implicações no sistema socioeconô-
ou se tornam dependentes de programas de televisão tendem a voltar mico e transformou as relações da sociedade com o meio
sua atenção exclusivamente para essas atividades, desinteressando- ambiente da península Itálica.
-se de outras manifestações da vida em sociedade. Deixam de lado,
3 (PUC-PR)
assim, outras manifestações culturais, como teatro, literatura, cinema,
Os animais da Itália possuem cada um sua toca, seu
exposições, e tendem a desprezar a atividade política. Contudo, tanto abrigo, seu refúgio. No entanto, os homens que combatem
o futebol como a televisão têm dimensões políticas e econômicas e morrem pela Itália, estão à mercê do ar e da luz e nada
impor- tantes. Não são poucas as reflexões sobre a condução política mais: sem lar, sem casa, erram com suas mulheres e crianças.
dos clubes, a relação entre os homens de negócios e os atletas, entre Essas são palavras de Tibério Graco, político romano do sé-
políticos e times de futebol, etc. No âmbito da televisão, os telejornais culo II a.C.
e documentários abordam temas políticos. Mesmo as telenovelas Nesse contexto da história de Roma, podemos afirmar que: b
tratam de política (quando não procuram ocultá-la) e levam muitos
a) Roma encontrava-se num período de paz e prosperidade,
resultado da política da “paz romana” promovida pelo re-
telespectadores a discutir assuntos polêmicos, como corrupção,
gime imperial.
propriedade da terra, relações internacionais, entre outros. b) Resultado das expansões territoriais, Roma tornou-se su-
perpopulosa; apesar de rica acentuaram-se as diferenças
2 (UFSM-RS)
sociais, de um lado uma aristocracia privilegiada que vivia
Os romanos costumavam vender uma parte das terras em meio a festas e mordomias e, de outro, a maior parte
conquistadas, anexar outras e arrendá-las aos cidadãos que da população vivia na mais absoluta miséria.
nada possuíssem, mediante um ligeiro censo (renda anual) c) Esse é um período que coincide com a tentativa de esta-
ao tesouro público. Os ricos, porém, tinham conseguido belecimento de um regime democrático em Roma, por
apoderar-se dessas terras; eis por que foi feita uma lei que modelo e influência da política ateniense de Péricles.
proibia a todos os cidadãos ter mais de 125 hectares. Mas d) Nessa época, Roma enfrentava as dificuldades das Guer-
os ricos conseguiram a obtenção de terras sob nomes de ras Médicas em que disputava o território cartaginês com
empréstimos; por fim, tomaram-nas abertamente em seu os persas.
HISTÓRIA
nome, então os pobres, espoliados da sua posse, trataram e) Nesse período, a sociedade romana vivia uma situação de
de evitar o serviço militar e a criação de filhos. Assim, a decadência da autoridade central e declínio das ativida-
Itália seria em breve despovoada de habitantes livres e des comerciais, resultado principalmente da dissemina-
cheia de escravos bárbaros que os ricos empregavam na
ção do cristianismo.
A cidadania romana
A palavra “cidadania” vem do latim civitas, que quer dizer cidade. O termo era usado na Roma antiga para indicar a situação política de
uma pessoa e os direitos que ela tinha ou podia exercer. Segundo o jurista Dalmo Dallari, “a cidadania expressa um conjunto de direitos que dá
à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído
da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do grupo social”.
Para que os direitos de cidadania não fiquem apenas no papel, é necessário que os cidadãos exerçam vigilância permanente sobre
seu cumprimento.
Em Roma, contudo, a cidadania era privilégio apenas de uma parte da população. Durante a monarquia, somente os patrícios goza-
vam de direitos políticos. Com a República, os plebeus conquistaram os direitos de cidadania que antes lhes eram negados. Entretanto, a
população da maior parte das regiões anexadas nunca teve acesso a esses direitos (concedidos apenas à população da península Itálica).
Nessas regiões, cerca de 80 milhões de pessoas viviam sob as ordens dos cavaleiros ou dos nobres romanos. Como não tinham
cidadania, essas pessoas eram consideradas estrangeiros em sua própria terra, sem direitos civis, religiosos ou políticos. Ter a cidadania
significava para elas ter uma lei e uma justiça igual para todos.
Também não existiam leis ou regras orientando a conduta dos administradores romanos que ali se encontravam. Assim, cada um
governava e aplicava a justiça conforme seus interesses.
Fontes: DALLARI, Dalmo. Direitos humanos e cidadania. São Paulo: Moderna, 1998. p. 14; COULANGES,
Fustel de. A cidade antiga. São Paulo: Martins Fontes, 2000. p. 428-432; O que é cidadania.
Disponível em: <www.dhnet.org.br/direitos/sos/textos/oque_e_cidadania.html>. Acesso em: 27 ago. 2014.
4 (UEG-GO) O primeiro Triunvirato foi um sinal inequívoco da versidade. César, que havia sido ditador perpétuo, conseguiu
crise vivida pela República romana. Apenas três homens, popularidade e: a
Pompeu, César e Crasso, acumularam quase todos os títulos e a) deu importância à reestruturação das finanças romanas,
cargos importantes. O fim dessa aliança, marcado pela morte preocupando-se em construir obras públicas, para apro-
de Crasso em 53 a.C., representou imediatamente: a veitar os trabalhadores desempregados.
a) o aumento da rivalidade entre os dois sobreviventes, Cé- b) fez reformas eleitorais significativas, diminuindo o poder
sar e Pompeu, que resultou em uma violenta guerra civil. do Senado e seguindo exemplo dos governos democráti-
b) o enfraquecimento da influência de César, em virtude do cos gregos.
fracasso de sua campanha militar na Gália. c) inibiu as muitas rebeliões que havia no exército, concen-
c) o assassinato de César por membros da aristocracia roma- trou poderes no Senado mas não controlou o problema
na dentro do próprio Senado. do desemprego.
d) a formação de um novo triunvirato, constituído por Otá- d) efetivou reformas administrativas para evitar crises políti-
vio, Marco Antônio e Lépido. cas e proibiu a escravidão nas províncias romanas mais
populosas.
5 O assassinato de César abalou a sociedade romana e forçou e) ampliou a cidadania, transformando hábitos religiosos e
a organização do segundo triunvirato. Havia muitas intrigas respeitando as culturas dos povos dominados com suas
políticas e dificuldades de administrar culturas de grande di- crenças politeístas.
ANOTAÇÕES
6 O Império Romano
Objetivos: A reconstrução gráfica abaixo, feita por profissionais das universidades de Virgínia e da Califórnia,
nos Estados Unidos, faz parte de um projeto chamado Roma Renascida (Rome Reborn, em inglês),
c Conhecer a
que tem por objetivo reconstituir digitalmente a cidade de Roma em 320 d.C.
organização do Império
A imagem nos oferece uma visão panorâmica da cidade. Entre muitas construções, destacam-
Romano.
-se, no centro, o Coliseu (1), palco de lutas de gladiadores, o Circo Máximo (2), onde se realizavam
c Abordar aspectos da corridas de bigas (carros puxados por dois cavalos), e o aqueduto (3), que canalizava a água de uso
vida cotidiana dos diário da população romana.
romanos. No século IV, Roma contava com uma população de 1 milhão de habitantes. Neste capítulo,
estudaremos a formação, o apogeu e o colapso do Império Romano.
c Explicar o surgimento
e a difusão do
MUSEU DA CIVILIZAÇÃO ROMANA, ROMA/SCALA/GLOW IMAGES
cristianismo no Império
Romano.
c Compreender o
processo de invasões
germânicas e a
desagregação do
Império.
2
HISTÓRIA
romana. Destituiu do cargo senadores acusados de corrupção; perdoou as dívidas dos camponeses
com o governo; criou um tribunal de pequenas causas para dar maior agilidade à Justiça; distribuiu
alimentos e dinheiro ao povo em momentos de crise; e incentivou os espetáculos públicos (veja o
boxe “Os romanos se divertem”).
Conspirações e assassinatos
Com a morte de Augusto em 14 d.C., assumiu o poder seu genro, Tibério (14-37). Até 68 d.C.,
apenas pessoas das famílias Júlia (de Augusto) e Cláudia (de Tibério) governaram o Império. Todas
elas se envolveram em episódios de perseguições, assassinatos e conspirações.
Calígula (37-41), sucessor de Tibério, por exemplo, condenou à morte inúmeras pessoas; con-
fiscou bens e concedeu honrarias a seu cavalo Incitatus, que pretendeu nomear cônsul. Assassinado
em 41 d.C., foi sucedido por seu tio Cláudio (41-54), que morreu envenenado pela própria mulher
para que Nero, filho dela gerado em um casamento anterior, assumisse o poder.
Com Nero (54-68), a dinastia Cláudia, das famílias Júlia e Claudiana, chegou ao fim. Assassino
Escultura do século I a.C., representando
da própria mãe, Nero foi um perseguidor implacável dos cristãos. O boxe “A difusão do cristianismo”
o imperador Otávio Augusto. (página 51) aborda a relação entre o cristianismo e a religião romana.
Os romanos se divertem
Sob o governo de Augusto, viviam em Roma cerca de 1 milhão de pessoas. Como muitos não tinham trabalho, o imperador procurava
manter essa população ocupada por meio de festas e espetáculos.
As lutas de gladiadores, iniciadas durante a República, tornaram-se um evento extremamente popular. Diversos anfiteatros, como
o Coliseu, em Roma, foram construídos em todo o Império para a realização desses espetáculos. Destinadas a divertir a população, essas
lutas tinham também uma dinâmica religiosa que movia a organização de jogos. Ao entrar na arena, os gladiadores desfilavam e saudavam
o imperador com a frase Ave, Caesar, morituri te salutant (“Salve, César, os que vão morrer te saúdam”).
Outra grande diversão eram os circos, nos quais se realizavam corridas a pé, a cavalo e de carros. Um dos maiores, o Circo Máximo,
comportava cerca de 150 mil espectadores. Os romanos também podiam se divertir com o teatro, com jogos de azar e com os triunfos,
festas grandiosas oferecidas aos militares vencedores de batalhas importantes.
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sua maior extensão
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As primeiras invasões
No final do século II, o Império começou a sofrer as primeiras invasões de povos vindos ini-
HISTÓRIA
1 (PUC-PR) A importância de Otávio Augusto em Roma Antiga 3 (UFPB) A cultura romana incorporou vários elementos de ou-
concentra-se principalmente no seu esforço para: c tras culturas, inclusive, na esfera religiosa. Sobre a religião na
a) solucionar a crise agrícola decorrente da falta de peque- Roma antiga, considere as afirmativas a seguir:
nas propriedades. I. Os romanos, apesar de monoteístas, aceitavam facilmente
b) vencer as Guerras Púnicas, trazendo paz para a sociedade o culto a deuses de outros povos. Essa interação cultural
romana. pode ser explicada pelo fato de o Estado romano, envol-
c) estruturar um império com governo centralizado, apoia- vido apenas com questões políticas, não ter se importado
do em instituições republicanas. com assuntos religiosos.
d) impedir que as reformas introduzidas pelos Gracos alte- II. A civilização romana praticava a tolerância e identificava-
rassem a estrutura agrária de Roma. -se com outros povos que cultuavam um único deus. Tais
e) favorecer a expansão do cristianismo, conciliando seus características foram fundamentais para a expansão do
princípios com a filosofia romana. cristianismo e sua adoção como religião oficial do Estado
romano, no século II d.C.
2 (PUC-SP) Observe o mapa da Antiguidade Clássica. III. A religião romana, politeísta, foi se diversificando à medi-
da que Roma ganhava importância política e econômica.
Assim como os exércitos incorporavam novos territórios, a
OCEANO
religião romana foi absorvendo deuses e cultos de outros
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Cáspio povos.
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Está(ão) correta(s) apenas: c
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partos a) I.
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b) II.
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c) III.
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d) I e II.
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EGITO
4 O cristianismo se difundiu rapidamente no Império Romano.
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sob Augusto
Quais são as características dessa religião e por que vários
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A difusão do cristianismo
Muitos dos deuses romanos eram de origem estrangeira, sobretudo grega: Júpiter, por exemplo, correspondia a Zeus; Vênus, deusa
do amor, era identificada com Afrodite. Com Otávio, o culto religioso concentrou-se também na figura do imperador, chamado de
Augusto e venerado como um deus.
Entretanto, já no final do período republicano, parte da população passou a seguir doutrinas que pregavam o aperfeiçoamento
interior e a crença na vida após a morte. Particularmente importante foi o cristianismo, religião monoteísta originária do judaísmo.
O cristianismo baseia-se nos ensinamentos de Jesus, que teria vivido na Palestina no século I de nossa era, época em que a região
era dominada pelos romanos. Seus seguidores – os cristãos – acreditam ser Jesus o filho de Deus, enviado à Terra para pregar o amor
ao próximo e redimir a humanidade de seus pecados.
Jesus entrou em conflito com os sacerdotes judeus – que não o reconheciam como o Messias enviado por Deus – e com as auto-
ridades romanas, para as quais apenas o imperador tinha caráter divino. Além disso, ele pregava o amor universal, sem distinções entre
HISTÓRIA
ricos e pobres. Considerado perigoso pelos grupos dominantes, Jesus foi condenado a morrer na cruz.
Após sua morte, seguidores de Jesus (chamado de Cristo, que em grego significa “ungido”) se espalharam por diversas regiões e
passaram a divulgar seus ensinamentos. A partir de então, o cristianismo alcançou uma rápida difusão. Durante certo tempo, os impe-
radores romanos viram na nova religião uma ameaça a seu poder e perseguiram as comunidades cristãs.
Fontes: BOWKER, John. Para entender as religiões. São Paulo: Ática, 1997. p. 15, 144-146;
HOORNAERT, Eduardo. Memória do povo cristão. Petrópolis: Vozes, 1986. p. 41-75.
5 Sob o governo de Constantino, o Império Romano passou decadentes: dissolutos, preguiçosos, sendo a luxúria a ori-
por profundas mudanças. Quais foram essas alterações? gem de todos os seus pecados.
LE GOFF, Jacques. Decadência. In: História e memória. Campinas:
Depois de o Império Romano ter se dividido por lutas internas decor- Editora da Unicamp, 1990. p. 382-385. Adaptado.
rentes de disputas pelo poder, o imperador Constantino conseguiu a) Identifique no texto duas visões opostas sobre a queda de
restaurar, no ano de 324 d.C., o poder central. Entre as medidas que Roma.
marcaram seu governo, podem ser citadas a concessão de liber- O texto menciona duas visões opostas sobre a queda de Roma: para
dade de culto aos cristãos e o fim das perseguições religiosas. os pagãos, ela teria sido causada pelo abandono da religião romana,
Outra medida do imperador foi a transferência da capital do Império em virtude da disseminação dos maus princípios cristãos; para os
de Roma para a antiga cidade grega de Bizâncio, posteriormente cristãos, a causa se encontraria nos costumes dos romanos, que
nomeada Constantinopla. eram dissolutos, preguiçosos e luxuriosos.
ANGELI/ACERVO DO ARTISTA
I. A diferença nos significados da lei é apenas aparente, uma vez que os romanos não levavam em consideração as normas jurídicas.
II. Tanto na República como no Império, a lei era o resultado de discussões entre os representantes escolhidos pelo povo romano.
III. A lei republicana definia que os direitos de um cidadão acabavam quando começavam os direitos de outro cidadão.
IV. Existia, na época imperial, um poder acima da legislação romana.
Estão corretas apenas:
a) l e ll. b) I e III. c) II e III. d) lI e IV. e) III e IV.
1 A constituição que nos rege nada tem de invejar à dos outros d) Péricles defende a existência de uma diferença entre a vida
povos: não imita nenhuma outra: ao contrário, serve-lhe de privada, local da realização da política, e a vida pública, local
modelo. Seu nome é democracia, porque não funciona no onde as leis atuam para diferenciar os cidadãos.
interesse duma minoria, mas em benefício do maior número. e) Quando Péricles defende que todos devem ser iguais num
Tem por princípio fundamental a igualdade. Na vida privada, regime democrático, podemos entender que ele estava de-
a lei não faz diferença alguma entre os cidadãos. Na vida pú- fendendo o fim da escravidão e o direito de participação das
blica, a consideração não se ganha pelo nascimento ou pela mulheres na política.
fortuna, mas unicamente pelo mérito; não são as distinções
sociais, mas a competência e o talento que abrem o caminho 2 Na imagem de abertura deste capítulo que retrata a recons-
das honrarias. Em Atenas, todos entendem de política e se tituição gráfica de Roma antiga (na página 47), destacam-se,
preocupam com ela; e aquele que se mantém afastado dos entre muitas construções, o Coliseu, o Circo Máximo e os aque-
negócios públicos é considerado um ser inútil. dutos que canalizavam a água de uso diário da população ro-
BECKER, Idel. Pequena história da civilização ocidental.
mana. A partir da observação da imagem, escolha a alternativa
São Paulo: Nacional, 1980. p. 127. correta. c
O trecho acima faz parte de um discurso de Péricles, governan- a) A reconstrução do espaço urbano de Roma permite inferir
te de Atenas entre 446 e 431 a.C. A partir da leitura do fragmen- que a cidade não possuía grandes dimensões e comportava
to, escolha a alternativa correta. b uma população limitada, em decorrência da crise e decadên-
cia do Império Romano no período.
a) A concepção de democracia expressa no fragmento de Péri-
b) O espaço urbano, como representado na imagem, dá especial
cles é bastante diferente da forma como o regime democráti-
destaque às construções religiosas, como o Coliseu, demons-
co é concebido no presente, na medida em que atualmente
trando a força que os cristãos possuíam dentro do Império.
nem todos precisam participar da política para garantir a exis-
tência de um regime democrático. c) O destaque concedido ao Coliseu ou ao Circo Máximo per-
mite refletir sobre a importância que os jogos e as lutas pos-
b) Existia uma forte contradição no interior da democracia ate- suíam na vida social dentro do Império Romano.
niense. Ao mesmo tempo que Péricles defendia a participa- d) Apesar da grandiosidade de Roma, a vida urbana não tinha
ção de todos no governo da cidade, grande parte da popu- grande importância dentro do Império Romano. A maior
lação, como estrangeiros, mulheres e escravos, não possuía parte da população vivia em zonas rurais e as cidades eram
direitos políticos nem participava da democracia. meros locais de comércio.
c) A igualdade de direitos, pilar central da democracia ateniense, e) Apesar da centralidade do Coliseu, podemos dizer que as
não está presente em nenhuma das concepções modernas lutas e os jogos não possuíam nenhuma importância social
de democracia. nem política dentro da cidade.
55
QUADRO DE IDEIAS Direção editorial: Renata Mascarenhas
Coordenação editorial: Tatiany Renó
Edição: Camila De Pieri Fernandes (coord.), Tatiane
Godoy; Colaboração: Eliete Bevilacqua
Coordenação de produção: Fabiana Manna, Daniela
Carvalho
Os gregos Gerência de produção editorial: Ricardo de Gan Braga
Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Letícia Pieroni
(coord.), Danielle Modesto, Marília Lima, Marina Saraiva,
Tayra Alfonso, Vanessa Lucena
Edição de Arte: Kleber de Messas
Iconografia: Sílvio Kligin (supervisão), Ellen Colombo
A Grécia antiga: A Grécia clássica O helenismo Finta; Colaboração: Fábio Matsuura, Fernanda Siwiec,
Fernando Vivaldini
formação • As pólis de Esparta e • Os macedônios
Licenças e autorizações: Patrícia Eiras
• Os cretenses de Atenas • O império de Alexandre Ilustrações: Ideario Lab, Ilustra Cartoon
• Os aqueus • A democracia ateniense • Expansão da cultura Projeto gráfico de miolo: Daniela Amaral, Talita
• Os dórios • As Guerras Greco-Pérsicas grega: o helenismo Guedes
Colaboraram para esta Edição do Material:
• O surgimento das pólis • A Guerra do Peloponeso Projeto Sistema SESI de Ensino
Gestão do Projeto: Thiago Brentano
Coordenação do Projeto: Cristiane Queiroz
Coordenação Editorial: Simone Savarego, Rosiane
Botelho e Valdete Reis
Revisão: Juliana Souza
Diagramação: lab 212
Capa: lab 212
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História: Msc. Carlos Augusto Mitraud
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Impressão e acabamento
Uma publicação
GISLANE AZEVEDO
Mestre em História Social pela Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo. Professora universitária, pesquisadora e ex-professora
de História do Ensino Fundamental e Médio nas redes pública e
privada. Jabuti 2013 na categoria didáticos.
REINALDO SERIACOPI
Bacharel em Língua Portuguesa pela Faculdade de Filosofia, Letras
e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo e em Jornalismo
pelo Instituto Metodista de Ensino Superior (IMS-SP). Editor especia-
lizado na área de História. Jabuti 2013 na categoria didáticos.
HISTÓRIA
MÓDULO
Antiguidade II: Grécia e Roma
(16 aulas)
Objeto específico
Cidadania e democracia na Antiguidade.
Plano de aulas sugerido
Carga semanal de aulas: 2 AULA 1 Páginas: 4 a 7
Número total de aulas do módulo: 16
Os cretenses e os aqueus
Objetivos
Competências Habilidades Situar e caracterizar historicamente a formação da civilização grega.
c Compreender os elementos c Interpretar historicamente Caracterizar as sociedades cretense e micênica.
culturais que constituem as e/ou geograficamente
identidades. fontes documentais acerca Estratégias
c Utilizar os conhecimentos de aspectos da cultura. Inicie a aula lendo com os alunos os tópicos “Os cretenses” e
históricos para compreender c Identificar os significados “Os aqueus” (páginas 5 e 6).
e valorizar os fundamentos da histórico-geográficos das Ressalte que, entre os séculos XX e XII a.C., várias tribos nômades
cidadania e da democracia, relações de poder entre de origem indo-europeia, como os aqueus, jônios, eólios e dórios,
favorecendo uma atuação as nações.
consciente do indivíduo na c Reconhecer a importância
além dos egípcios, fenícios e minoicos, migraram para a região dos
sociedade. dos valores éticos na
mares Jônico, Mediterrâneo e Egeu. Esses povos e suas culturas são a
c Entender as transformações estruturação política das origem da civilização grega.
dos espaços geográficos sociedades. Comente que a designação minoica vem de Minos, nome de um
como produto das relações c Relacionar cidadania e lendário rei cretense. Muitos historiadores acreditam que esse tenha
socioeconômicas e culturais democracia na organização sido também o título de rei em Creta. Conte a lenda do Minotauro
de poder. das sociedades. e explore a foto do interior do palácio de Cnossos (página 4), acres-
c Compreender a produção c Analisar a produção da
centando que a mitologia grega teve origem na ilha de Creta.
e o papel histórico das memória pelas sociedades Explore o mapa “A formação da Grécia antiga (8000 a.C. – 3000 a.C.)”,
instituições sociais, políticas humanas.
e econômicas, associando- c Reconhecer a dinâmica da
mostrando a localização da ilha de Creta e a presença dos povos que
-as aos diferentes grupos, organização dos movimentos formaram a civilização grega. Localizar a Grécia em um mapa-múndi
conflitos e movimentos sociais e a importância da também é importante para que os alunos tenham uma visão mais
sociais. participação da coletividade ampla.
na transformação da realidade Comente que o tipo de litoral recortado da região, a pequena dis-
histórico-geográfica. tância entre as ilhas e as águas calmas impulsionaram a navegação.
c Constatar o papel da Esses fatores estimularam o comércio marítimo e a comunicação na
Justiça como instituição na antiga Grécia. Tanto no plano cultural como no geográfico, Creta era
organização das sociedades. o centro do mundo Egeu.
c Identificar registros de práticas
Explique que o momento de grande desenvolvimento da ilha de
de grupos sociais no tempo e
no espaço. Creta foi o período minoico. O relacionamento comercial que os
c Reconhecer as lutas sociais e cretenses mantinham com outros povos do Mediterrâneo contri-
as conquistas obtidas no que buiu para a assimilação de culturas distintas, incentivando o grande
se refere às mudanças nas desenvolvimento urbanístico. Reproduza na lousa a pirâmide social
legislações ou nas políticas cretense.
públicas. Em relação à sociedade minoica, merece destaque a riqueza de sua
c Avaliar criticamente conflitos
produção artística, que pode ser verificada em obras como palácios e
culturais, sociais, políticos, afrescos. As fotos do afresco minoico (página 5) e da ruína do palácio
econômicos ou ambientais ao
de Cnossos (página 4) ilustram o refinamento artístico cretense. Mes-
longo da História.
mo tendo sido destruída, vários traços da civilização minoica serão
observados na cultura grega, assimilados por meio dos aqueus, povo
que dominou os cretenses.
2 GUIA DO PROFESSOR
Esclareça que o enfraquecimento do governo e da sociedade cre- significa “o poder dos melhores”. Esclareça que, com o passar do tem-
tense teve como causa a ocorrência de terremotos, além de guerras po, o sentido dessa palavra sofreu mudanças e passou a ser indicativo
internas, que facilitaram o ataque de outros povos. de condição ou posição social.
Ressalte que o adjetivo “micênica” é derivado da cidade de Mice- Após abordar a formação dos genos e o conceito de eupátrida,
nas. Utilizando o mapa “A formação da Grécia antiga” (página 6), pode-se introduzir a discussão referente à organização das pólis. Um
localize com os alunos a península Balcânica (Ática e Peloponeso) e bom caminho é iniciar pela ideia de continuidade histórica, propi-
as cidades fortificadas: Pilo, Tirinto e Micenas. Esclareça que Micenas ciando aos alunos a percepção de que esses processos se relacionam.
era a referência de civilização do período. Ou seja, os genos se uniram ao mesmo tempo em que os eupátridas
Destaque que o intercâmbio comercial entre Micenas e os merca- fizeram acordos entre si e formaram uma aristocracia. A união de
dores de Creta facilitou a incorporação dos valores culturais cretenses vários genos com um governo centralizado nas mãos dessa aristo-
no cotidiano micênico. cracia passou a ser uma pólis (cidade-Estado), estrutura dominante
Para trabalhar a temática da Guerra de Troia, faça um levantamento em todo o mundo grego a partir do século VIII a.C.
do conhecimento prévio dos alunos. Localize a cidade no mapa e ex- Um dado que não deve ser negligenciado é a estrutura da pólis,
plore o boxe “A Guerra de Troia” (página 7). Divida a turma em grupos que englobava a acrópole, a ágora e a periferia. Conhecer essa estrutu-
e peça para que localizem nas obras Ilíada e Odisseia passagens que ra pode ser um facilitador para a compreensão de outros conteúdos
descrevam o cotidiano da população da Grécia antiga. Em seguida, dos próximos capítulos. Nesse sentido, a leitura coletiva do subtópico
sugira que leiam alguns desses trechos para a classe. Além de contar as “As primeiras pólis” pode contribuir para isso.
façanhas dos heróis gregos, essas obras tinham função educativa, por
Proponha aos alunos que façam individualmente ou em grupos as
transmitir as tradições da época às gerações seguintes. É fácil encontrar
atividade 5 e 6 do “Para construir” (página 11).
edições da Ilíada e da Odisseia em livrarias, sebos e bibliotecas.
Proponha aos alunos que façam individualmente ou em grupos as Tarefa para casa
atividade 1 a 4 do “Para construir” (página 8). Solicite à turma que faça em casa os exercícios 3 e 4 do “Para prati-
Tarefa para casa car” (páginas 11 e 12) e 3 do “Para aprimorar” (página 12).
Solicite à turma que faça em casa os exercícios 1 e 2 do “Para prati-
car” (página 11) e 1 e 2 do “Para aprimorar” (página 12).
2. A GRÉCIA CLÁSSICA
AULA 2 Páginas: 9 e 10
Objeto do conhecimento
Formas de organização social, movimentos sociais, pensamento
A invasão dória político e ação do Estado.
Objetivos
Objeto específico
Caracterizar o povo dório e sua relação com a crise da civilização Cidadania e democracia na Antiguidade; Estado e direitos do
micênica. cidadão; democracia direta, indireta e representativa.
Descrever o processo de surgimento das cidades-Estado gregas.
Enfatizar as transformações da sociedade grega, ocorridas a partir
do crescimento econômico e populacional da região. AULA 3 Páginas: 13 a 16
Estratégias Esparta
Leia com os alunos o tópico “A invasão dória” (página 9). Ressalte
Objetivos
as características guerreira e nômade desse povo. Explique que, com
os aqueus, eólios e jônios, eles formaram o povo grego. Inicialmente, Caracterizar a sociedade grega antiga.
organizavam-se em tribos pequenas e independentes, denominadas Descrever a sociedade espartana, enfatizando o caráter de sua edu-
genos, que eram formadas por famílias descendentes de um mesmo cação militar.
antepassado.
Para reforçar a característica guerreira dos dórios, mencione que o Estratégias
rei era escolhido entre os chefes tribais que se destacavam nas bata- Este capítulo, que abrange o período de VIII a.C. a V a.C. da história
lhas. Comente que o crescimento populacional deu, gradativamente, da Grécia antiga, gira em torno de suas principais pólis – Esparta e
HISTÓRIA
4 GUIA DO PROFESSOR
Tarefa para casa
Objeto específico
Solicite à turma que faça em casa os exercícios 1 a 3 do “Para prati- Cidadania e democracia na Antiguidade.
car” (página 22) e 1 e 2 do “Para aprimorar” (página 23).
AULA 6 Páginas: 24 e 25
AULA 5 Páginas: 19 e 20
Os macedônios e a mitologia grega
As Guerras Greco-Pérsicas
e a Guerra do Peloponeso Objetivos
Debater com os alunos a importância da mitologia para o estudo
Objetivo da Grécia antiga.
Relacionar a Liga de Delos à Liga do Peloponeso. Descrever a difusão do conhecimento na Antiguidade.
Identificar o surgimento da cultura helenística.
Estratégias
Leia o tópico “As Guerras Greco-Pérsicas” (página 19) com os alu- Estratégias
nos. Destaque o interesse de Dario I em expandir o território de seu Na Grécia antiga, as pólis desenvolviam-se de forma autônoma.
império e a decisão de invadir a Grécia. Explique que ele enfrentou Toda a produção artística e de conhecimentos dos gregos ficava res-
forte resistência em Atenas e foi derrotado na Batalha de Maratona. trita ao universo das cidades-Estado. Com a dominação macedônia
Ressalte que Xerxes, filho de Dario, reuniu um exército cinco vezes esse cenário se modifica. Esse é o tema central deste capítulo, ou seja,
maior que o do pai e enfrentou Atenas novamente. Mesmo assim, a difusão da cultura grega por meio da expansão dos macedônios,
assim como a assimilação de elementos orientais pela cultura grega,
os atenienses, que desta vez tiveram ao seu lado os espartanos, ven-
produzindo a cultura helenística.
ceram os persas. Inicie a aula lendo com os alunos o tópico “A expansão macedônia”
Destaque o apogeu político e cultural de Atenas no período poste- (página 25) e o boxe “A religião grega” (página 25). Localize, com
rior às Guerras Greco-Pérsicas. Explique que a Liga de Delos, que reu- auxílio de um mapa, a região norte da Grécia, onde viviam os ma-
niu várias cidades-Estado gregas, gerou muitos recursos para Atenas, cedônios.
que se transformou em um império militar e econômico. Destaque o uso da mitologia como forma de poder, uma vez que
Explore o boxe “O século de Péricles” (página 19) com os alunos os governantes da época se diziam herdeiros dos deuses.
para analisar o período de apogeu do mundo grego. Explique o papel da religião para o povo grego. Ressalte que eles
Leia o tópico “A Guerra do Peloponeso” (página 20) com a classe. eram politeístas.
Ressalte que entre as cidades que se revoltaram com o crescente po- Comente que os gregos criaram vários mitos para transmitir
mensagens às pessoas com o objetivo de preservar a memória de
der ateniense estava Esparta. Sob a liderança dos espartanos, nasceu
seu povo. Informe aos alunos que as características dos deuses
a Liga do Peloponeso, que levou à Guerra do Peloponeso. e semideuses, no campo das representações, refletem aspectos
Enfatize o longo e desgastante conflito do qual resultou a derrota humanos.
de Atenas, submetida à hegemonia espartana. Explique que as novas Proponha à classe uma atividade intitulada “A criação de um mito”.
revoltas entre as cidades gregas, agora contra Esparta, possibilitaram Nessa atividade, que pode ser desenvolvida em grupo ou individual-
a ascensão de uma nova pólis, Tebas. Com um poderoso exército mente (a seu critério), os alunos devem criar um mito justificando e
liderado pelo general Epaminondas, os tebanos dominaram o mundo qualificando suas características mais originais.
grego por quase uma década.
Leia com os alunos o tópico “A ascensão de Tebas” (página 20) e o AULA 7 Páginas: 26 a 28
“Enquanto isso...” “Os celtas” (página 20).
Proponha aos alunos que façam individualmente ou em grupos as O império de Alexandre
atividade 5 a 7 do “Para construir” (página 21). Objetivos
Tarefa para casa Identificar aspectos da conquista da Grécia pela Macedônia.
Solicite à turma que faça em casa os exercícios 4 a 6 do “Para pra- Caracterizar o expansionismo macedônio.
ticar” (página 22) e 3 e 4 do “Para aprimorar” (página 23). Estratégias
HISTÓRIA
6 GUIA DO PROFESSOR
Tarefa para casa
Leia com os alunos o subtópico “A sociedade romana” (página 33) Solicite à turma que faça em casa os exercícios 1 e 2 do “Para pra-
e o tópico “A monarquia e suas instituições” (página 33). ticar” (página 39).
Saliente que a chegada dos etruscos transformou o cotidiano ro-
mano da época, sobretudo no que diz respeito às primeiras expe-
AULA 9 Página: 35
riências de urbanização. Contextualize a ocupação dos etruscos na
região da atual Toscana (localize-a em um mapa político italiano ou
mapa-múndi).
As instituições republicanas
Comente a fusão das crenças etruscas com a religião romana. Expli- Objetivos
que que foram os etruscos que apresentaram aos romanos as práticas Caracterizar a República romana.
de adivinhação, que consistiam na leitura das entranhas de animais Debater o papel dessa nova estrutura política para a formação do
mortos e da chama de fogo. Império Romano.
Na lousa, organize a divisão hierárquica da sociedade romana:
patrícios, plebeus, clientes e escravos – capturados de guerra ou Estratégias
plebeus endividados. Ressalte que os clientes tinham uma relação de Na passagem da monarquia para a República, têm papel prepon-
dependência com os patrícios, o que se ampliou durante esse pe- derante os patrícios, que, com o apoio dos plebeus, insurgiram-se
ríodo, acirrando as diferenças sociais. contra a dominação etrusca.
Explique que, com a unificação, Roma passou a ser governada por É nessa nova fase que os romanos, contando com um poderoso
um rei que era chefe militar, religioso e juiz, assessorado pelo Sena- exército, iniciam sua expansão territorial.
do (conselho formado por cidadãos idosos) e pela Comitia Curiata Leia com os alunos o tópico “Tempos republicanos” (página 35).
(assembleia formada por representantes de todas as famílias livres Identifique as três grandes áreas em que se apoiava essa nova e
de Roma). complexa estrutura político-administrativa romana: Magistratura,
Como a monarquia romana não era hereditária, ficava a cargo do Senado e Assembleias.
Senado a responsabilidade da escolha do rei, que seria aclamado ou Explique que o magistrado concentrava o Poder Executivo, mas o
rejeitado pela Comitia Curiata. Explique aos alunos que durante o Senado era o órgão republicano máximo, já que controlava a admi-
período monárquico houve progressos em Roma, mas os patrícios nistração e as finanças. O Senado decidia sobre a guerra e a paz. Era
ficaram insatisfeitos com algumas medidas adotadas pelo rei etrusco comandado pelos patrícios, que ocupavam o cargo de maneira vitalí-
Tarquínio II. Com o apoio da plebe, expulsaram do Lácio o povo cia. Registre na lousa os cargos e as funções desses órgãos, listados no
etrusco. Exponha que a monarquia foi extinta e substituída por um esquema “A República romana” (página 35). Ressalte que os patrícios
controlavam quase a totalidade dos altos cargos republicanos.
sistema de governo denominado República – res publica (ou “coisa
Destaque a importância do exército na expansão territorial romana.
do povo”). Esclareça que, com a instalação da república, os patrícios
Fale sobre a iniciativa dos romanos de anexar seu território às terras
organizaram uma estrutura social e administrativa que lhes permitia
pertencentes aos etruscos e à Grécia e, a partir daí, lançarem-se em
exercer o domínio sobre Roma.
conquistas externas. Indique que essas conquistas decorreram da ne-
Proponha aos alunos que elaborem um texto de opinião sobre a
cessidade de conseguir mais terras produtivas para abastecimento, já
divisão social romana. Já vimos que a escravidão existe desde os pri-
que o período contou com grande crescimento populacional. Explique
mórdios da vida humana. O ser humano tem escravizado seus iguais
aos alunos que, com todas essas conquistas territoriais, a sociedade
para comercializá-los, para suprir a necessidade de mão de obra e
e a economia romanas acabaram se transformando, dando início ao
para demonstrar poder. As grandes civilizações, também a grega e a
surgimento de um dos maiores impérios da história da humanidade.
romana, como observamos ao longo dos nossos estudos, tiveram a
Os domínios conquistados nessa fase inicial da expansão romana
mão de obra escrava como principal meio de produção. Podemos
podem ser observados no mapa “A conquista da península Itálica
citar também o período de colonização do continente americano.
(séculos IV e III a.C.)” (página 37).
No Brasil, o sistema econômico fez do tráfico de escravos um meio de
atingir lucro de modo rápido e eficaz. Além da utilização compulsória
e irregular da mão de obra em fábricas, usinas, carvoarias, no campo, Se, por um lado, a estrutura política mais estável e um poderoso
etc., existem outras formas de escravidão? Você acha correto que um exército garantiram as conquistas, por outro, o exercício do poder
ser humano escravize o outro para obtenção de lucros ou vantagens? sobre os povos conquistados requereu uma política de alianças HISTÓRIA
Proponha à classe um debate sobre o tema e a elaboração de uma entre os romanos e os povos dominados. Sobre esse aspecto, leia
síntese sobre as conclusões dessa discussão. o Texto 2 da seção Textos Complementares deste Guia.
Leia o boxe “A lenda de Rômulo e Remo” (página 33) com os alu-
nos. Enfatize os fatos e ressalte a importância das mitologias grega e Tarefa para casa
romana na Antiguidade.
Proponha aos alunos que façam individualmente ou em grupos as Elaboração de um texto opinativo sobre o poder do Senado no
atividades 1 a 3 do “Para construir” (página 34). período da monarquia romana.
8 GUIA DO PROFESSOR
ressaltando que essa prática nunca esteve restrita aos romanos. Escla- republicana. Mencione que, com o agravamento da crise, instituições
reça que, com essa política oportunista, a nobreza conseguiu acumu- tradicionais passaram a ser questionadas e um clima de insatisfação
lar poder e controlar o Senado e os principais cargos da magistratura. deu início à desordem e agitação nas cidades.
Comente que o novo grupo dos cavaleiros foi composto de nobres Destaque que, com as vitórias obtidas, o prestígio dos militares
e indivíduos ricos, e que as guerras contribuíram para a desintegração cresceu, e que, para ampliar seu poder, eles promoviam reformas e
das camadas médias rurais e base militar por séculos. medidas sociais. O general Caio Mário, elegendo-se cônsul por seis
Destaque que o afluxo constante de pobres, escravos e imigrantes vezes consecutivas, instituiu o pagamento do salário para os soldados
de guerra ampliou os problemas sociais na época. Explique que o e reformou o exército romano.
descontentamento das camadas populares se acentuava progressi- O general Cornélio Sila, representante da aristocracia, assumiu o
vamente, ameaçando a ordem da República romana por meio de governo e os senadores o nomearam ditador perpétuo. Com ele teve
reivindicações populares em relação aos problemas de infraestrutura início uma onda de terror e perseguições, que restringiu a autoridade
e às condições de desigualdade e opressão. dos tribunos e das assembleias plebeias. Após Sila renunciar ao car-
go, outros militares animaram-se a ocupar o poder em Roma, como
Leia o subtópico “A luta pela reforma agrária” (página 42) com os
os generais Pompeu, Júlio César e Crasso, que formaram o Primeiro
alunos, investigando o que eles sabem sobre o assunto.
Triunvirato (governo de três pessoas). Após a morte de Crasso, Pom-
Destaque que os irmãos Graco tentaram apresentar leis para me-
peu deu um golpe de Estado e conseguiu que o Senado o nomeasse
lhorar as condições de vida da população sem recursos. Tibério pro- cônsul único. Júlio César estava na Gália (localize no mapa-múndi
pôs a reforma agrária, mas foi assassinado pelos senadores, que eram essa região, que hoje é ocupada pela França). Voltou a Roma e iniciou
donos de muitas terras. Caio, prosseguindo a luta de seu irmão e a nova guerra civil contra Pompeu, derrotando-o. Pompeu fugiu para
baseando-se no modelo ateniense de democracia, propunha o au- o Egito, mas foi assassinado a mando do faraó Ptolomeu XIII. Logo
mento do poder da plebe na administração do Estado e defendia a depois, o faraó morreu e deixou o trono para sua irmã Cleópatra, que
divisão de terras entre os mais pobres. se tornaria mulher de César, nomeado ditador vitalício de Roma.
Ressalte que, ao sentir-se ameaçada, a aristocracia romana inves-
tiu toda sua força contra Caio Graco que, preso num cerco, sem ter AULA 13 Página: 44
como escapar, pediu a um escravo que o matasse. Depois disso, seus
seguidores foram mortos pelas forças romanas. César e a cidadania romana
Destaque que a morte de Caio agravou as diferenças entre as fac-
ções populares e aristocráticas, iniciando uma longa guerra civil que Objetivos
culminaria com o declínio da República. Explique que nesse período Descrever o governo de César.
houve uma polarização política refletida na luta de classes entre os Caracterizar a cidadania romana.
aristocratas, que queriam manter a ordem existente, e as classes po-
Estratégias
pulares, que ansiavam por reformas.
Se houver tempo, divida a classe em três grupos. Um representará Ao tratar da personificação do poder, que tem início com César,
os irmãos Graco; outro, os patrícios; e o terceiro, um grupo de juí- vale destacar as mudanças na política de cidadania, concedida aos
zes. Defensores das reformas e opositores deverão apresentar seus plebeus e a parte dos povos dominados. Essa questão pode ser abor-
argumentos e, no final do debate, os juízes devem decidir sobre a dada com base no boxe “A cidadania romana” (página 44), que per-
implantação das reformas e justificar o motivo da decisão. mite uma análise sobre cidadania na Roma Antiga, considerando os
Proponha aos alunos que façam individualmente ou em grupos as povos conquistados. Ressalte a personificação do poder comentando
atividades 1 a 3 do “Para construir” (página 43). que César não se comprometeu com ninguém e assumiu várias fun-
ções, numa tentativa de reduzir o poder do Senado. Mencione que,
Tarefa para casa além de suas manobras políticas, César implementou outras reformas
Solicite à turma que faça em casa os exercícios 1 e 2 do “Para pra- sociais, ampliando a sua base popular: a desapropriação de latifúndios
ticar” (página 45). e a distribuição de terras; o controle rígido dos cobradores de impos-
tos; a reforma do calendário; a fundação de colônias e a concessão da
cidadania aos aliados de Roma.
AULA 12 Página: 44
Comente que essas atitudes e o exercício do poder ilimitado trou-
Os generais entram em cena xeram a César poderosos inimigos. Por isso, acabou sendo assassina-
do a punhaladas em uma sessão do Senado.
HISTÓRIA
Objetivo Explique que, mesmo com a morte de César, o Senado conseguiu
Reconhecer os interesses do expansionismo militar de Roma. restituir seu poder. Mencione que, com o Segundo Triunvirato,
surgiram novas disputas que transformaram o território romano em
Estratégias palco de guerras. Apresente aos alunos o quadro de disputas que
Inicie a aula lendo com os alunos o tópico “Militares no poder” culminou com a vitória de Otávio.
(página 44). Discuta com eles a utilização de campanhas militares no Após a leitura com a turma do boxe “A cidadania romana”, divida
exterior como instrumento para desviar a atenção da profunda crise a sala em pequenos grupos e proponha a elaboração de um texto
10 GUIA DO PROFESSOR
mais abastadas converteram-se ao cristianismo. É nesse contexto que danças climáticas, que, com o resfriamento, teriam reduzido as áreas
o Édito de Milão (publicado em 313) assumiu grande proporção. Por de cultivo e a criação dos povos germânicos ao norte. Porém, mais
meio dele, o imperador Constantino liberou o culto cristão e passou importante do que isso, foi a pressão exercida pelos hunos sobre
a ser considerado um protetor da Igreja. os povos germânicos que viviam mais a leste. Estes, para fugir dessa
Leia o subtópico “A Pax Romana” (página 49) com os alunos, enfati- situação, se deslocaram para o oeste, coagindo por sua vez outros
zando o surgimento de novas cidades e a expansão do estilo romano, povos que, em seu deslocamento, acabaram por franquear as fron-
que passou a ser adotado em diversas e distantes províncias. Esse é o teiras do Império Romano do Ocidente. (Ver: LE GOFF, Jacques.
processo de romanização de outras regiões. Civilização do Ocidente medieval. Bauru: Edusc, 2005. p. 22).
Leia também com a classe o subtópico “As primeiras invasões” (pá- Ressalte que outra divisão foi feita: a Tetrarquia, que dividiu o Im-
gina 49) e comente as primeiras invasões do Império Romano pelos pério Romano em quatro grandes províncias. Comente que, após
povos do interior da Europa e depois da Ásia – os bárbaros, assim essa fragmentação, o Senado, sediado em Roma, cidade que perdeu
chamados por não falarem o latim e terem costumes diferentes dos o status de capital absoluta, enfraqueceu-se ainda mais.
de Roma. Na lousa, faça um pequeno resumo dos contextos das Com os alunos, localize as novas capitais com auxílio de um
dinastias que se seguiram após Otávio: mapa-múndi.
Dinastia Júlio-Claudiana: período marcado por conflitos sangren- Comente que a perseguição aos cristãos se encerrou no reinado de
tos. Nero foi responsável pela implacável perseguição aos cristãos. Diocleciano. Após sua abdicação, o Império Romano tornou-se palco
Dinastia dos Flávios: os imperadores dessa dinastia contaram de lutas internas pelo poder.
com o apoio do exército, submeteram o Senado e governaram des- Contextualize o governo de Constantino, que restaurou o poder
poticamente. central, concedeu liberdade de culto aos cristãos e pôs fim às per-
Dinastia dos Antoninos: período em que o Império atingiu sua seguições religiosas. Constantino fundou Constantinopla, antiga Bi-
maior extensão territorial, acompanhada de prosperidade econômi- zâncio, na Turquia (atual cidade de Istambul). Localize a região com
ca. O comércio se desenvolveu e houve grande afluxo de capitais o auxílio de um mapa-múndi.
para Roma. Proponha aos alunos que façam individualmente ou em grupos as
Dinastia dos Severos: marcada por crises internas, falta de dinhei- atividades 5 e 6 do “Para construir” (página 52).
ro e pressão dos povos bárbaros nas fronteiras. O processo de insta-
bilidade levou ao declínio do Império. Tarefa para casa
Proponha aos alunos que façam individualmente ou em grupos as Solicite à turma que faça em casa os exercícios 3 do “Para praticar”
atividades 1 a 4 do “Para construir” (página 50). (página 52) e 2 do “Para aprimorar” (página 53).
SUGESTÕES DE LEITURA
BULFINCH, Thomas. O livro de ouro da mitologia. Rio de Janeiro: Ediouro, 2012.
CARTLEDGE, Paul (Org.). História ilustrada da Grécia antiga. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002.
CORASSIN, Maria Luíza. A reforma agrária na Roma antiga. São Paulo: Brasiliense, 1988.
FINLEY, Moses I. Democracia antiga e moderna. Rio de Janeiro: Graal, 1988
PLUTARCO. Alexandre e César: as vidas comparadas dos maiores guerreiros da Antiguidade. São Paulo: Ediouro, 2002.
SUGESTÕES DE SITE
Civilização grega – Animação (em inglês) sobre a evolução da civilização grega. Disponível em: <www.the-map-as-history.com/demos/
tome09/1-ancient_greece_demo.php>. Acesso em: 3 set. 2014.
Museu da Acrópole – Passeio virtual pelo Museu da Acrópole, de Atenas (site em grego e inglês). Disponível em:
<www.theacropolismuseum.gr>. Acesso em: 3 set. 2014.
Antiga Roma – Site que reconstitui digitalmente a cidade de Roma em 320 d.C. (site em inglês). Veja no menu Gallery diferentes imagens
da cidade. Disponível em: <www.romereborn.virginia.edu/>. Acesso em: 3 set. 2014.
Roma – Animação em inglês sobre origens, auge e desagregação do Império Romano do Ocidente. Disponível em:
<www.the-map-as-history.com/demos/tome12/12_03_founding_of_rome_downfall_empire.php>. Acesso em: 3 set. 2014.
12 GUIA DO PROFESSOR
RESPOSTAS
14 GUIA DO PROFESSOR
lefônicas, quebra do sigilo bancário, etc.). Nessa perspectiva, mundo”. Por isso, seria interessante conduzir a reflexão para
a charge sugere que entre as classes “privilegiadas” há crimi- questões mais diretas, que envolvem a prática social dos
nosos a serem investigados pelos órgãos policiais. Por outro alunos no ambiente escolar ou na comunidade. Assim, po-
lado, à medida que a personagem “funk” revela sua condição dem surgir questões efetivas que contribuam para transfor-
de pobreza, não são mais precisos mecanismos que provem mar a prática em sala de aula ou na escola. Diante de ques-
sua condição individual de criminoso: basta sua palavra: “Eu tões mais próximas ou de novas posturas que dependam
sou pobre”. apenas da reflexão do grupo, o tema da democracia pode
c) Resposta pessoal. Pode-se, entretanto, estimular os alunos se tornar menos abstrato, reduzido às altas esferas do po-
a refletir sobre as próprias práticas sociais. A respeito dessas der ou à vida adulta. A transformação de práticas cotidianas
questões, é muito comum que, a princípio, todos apresen- pode ensinar muito mais o conceito de democracia do que
tem soluções ou práticas “abstratas”, relacionadas aos “polí- a formalização abstrata desse conceito.
ticos”, ao “governo” ou simplesmente aos “outros” ou a “todo 2. e.
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HISTÓRIA
16 GUIA DO PROFESSOR
PROFESSOR 601354