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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

DISCIPLINA: DIREITO URBANÍSTICO


PROFESSOR: BERNARDO CAMPINHO
GRUPO: ADRIANE, FÁBIO, LUCAS POLYDORO, YOLANDA

Tarefa Operação Urbana Consorciada – Água Branca, São Paulo-SP

A operação urbana consorciada Água Branca está sendo desenvolvida na cidade de São Paulo
– SP desde a Lei 11.774 de 18 de maio de 1995 abrangendo parte dos bairros da Água Branca,
Perdizes e Barra Funda. Sendo uma região central, possui infraestrutura de transportes e também
proximidade com terminais de metrô, rodoviário e ferroviário.
Seu objetivo estratégico é a promoção do desenvolvimento da região de um modo
equilibrado, dando condições para que as potencialidades regionais sejam devidamente efetivadas.
Os objetivos específicos da Água Branca são os seguintes: implantar um conjunto de
melhoramentos viários visando ligações de longo percurso e a reestruturação do viário local, hoje
fragmentado; melhorar os sistemas de macro e microdrenagem para diminuir os problemas de
inundação ocasionados pela deficiência das redes e galerias existentes; implantar espaços públicos;
implantar equipamentos de interesse da comunidade.
Em 2013, a lei Nº 15.893/2013 foi aprovada fazendo assim uma revisão acerca da Operação
Urbana Água Branca, visando adequar a mesma ao Estatuto da Cidade e ao Plano Diretor
Estratégico, em sua redação trouxe um plano urbanístico contendo melhorias no sistema de
circulação e mobilidade, além da localização do sistema de áreas verdes, os estudos para a avaliação
da capacidade de suporte da infraestrutura viária, de transportes, circulação e mobilidade. Em 2018
entrou em discussão o Projeto de Lei nº 397/2018, na Câmara Municipal de São Paulo, propondo
alterações na referida lei.
Verificando a Lei Nº 15.893/2013 foi constatado que esta está de acordo com as diretrizes de
política urbana e o que está previsto nos artigos 32 ao 34 do Estatuto da Cidade, em relação às
Operações Urbanas Consorciadas, pois foi editada lei municipal específica, com base no Plano
Diretor Estratégico, a delimitação da área onde seriam aplicadas as intervenções urbanísticas,
parcelamento, uso e ocupação do solo, a emissão de CEPAC (Certificado de Potencial Adicional de
Construção), a participação dos moradores, proprietários, usuários, conforme o artigo 1º da Lei Nº
15.893/2013 “Art. 1º Fica aprovada a Operação Urbana Consorciada Água Branca, que compreende
um conjunto de intervenções e medidas coordenadas pela Prefeitura Municipal de São Paulo, por
intermédio da empresa São Paulo Urbanismo – SP-Urbanismo, com a participação dos
proprietários, moradores, usuários e investidores, visando implementar transformações urbanísticas,
sociais e ambientais na área de abrangência territorial definida nesta lei.”, entre outros.
Na Operação Urbana Consorciada Água Branca os mecanismos de avaliação, controle e
participação foram estabelecidos na figura do Grupo de Gestão. Conforme os artigos 61, § 1º, § 4º e
62, § 2º da Lei nº 15.893/2013: Art. 61. Fica instituído o Grupo de Gestão da Operação Urbana
Consorciada Água Branca, coordenado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e
secretariado pela SP-Urbanismo, contando com a participação de órgãos municipais e de entidades
representativas da sociedade civil, visando à implementação do programa de intervenções e o
monitoramento de seu desenvolvimento. § 1º O Grupo de Gestão, designado pelo Prefeito, terá a
seguinte composição: I - 1 (um) representante de cada um dos seguintes órgãos e entidades
municipais: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, SP-Urbanismo, Secretaria
Municipal de lnfraestrutura Urbana e Obras, Secretaria Municipal de Transportes, Secretaria
Municipal de Habitação, Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, Secretaria Municipal
de Coordenação das Subprefeituras, Secretaria Municipal de Finanças e Desenvolvimento
Econômico e SP-Obras; II - 9 (nove) representantes de entidades da sociedade civil, designados
para um período de 2 (dois) anos, com a seguinte distribuição: 1 (um) representante de organizações
não governamentais com atuação na região, 1 (um) representante de entidades profissionais,
acadêmicas ou de pesquisa com atuação em questões urbanas e ambientais, 1 (um) representante de
empresários com atuação na região, 1 (um) representante dos movimentos de moradia com atuação
na região e 5 (cinco) representantes de moradores ou trabalhadores, sendo 2 (dois) do perímetro
expandido e 3 (três) do perímetro da Operação Urbana. § 4º Caberá ao representante de cada órgão
ou entidade municipal informar ao Grupo de Gestão em cada reunião o andamento das ações e
atividades, relacionadas ao órgão ou entidade que representa, desenvolvidas no perímetro da
Operação Urbana Consorciada Água Branca, bem como no seu perímetro expandido.

Art. 62. Caberá ao Grupo de Gestão da Operação Urbana


Consorciada Água Branca deliberar sobre o plano de
prioridades para implementação do programa de intervenções
elaborado pela SP-Urbanismo, respeitadas as diretrizes dessa
lei e do Plano Diretor Estratégico.
§2º. A deliberação do plano de prioridades e de suas revisões
deverá ser precedida da realização de audiência pública.
(BRASIL, 2013).

O Estatuto da Cidade estabelece a gestão democrática como diretriz geral da política urbana,
conforme preceitua em seu art. 2º, inciso II: a política urbana tem por objetivo ordenar o pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes
diretrizes gerais: II – gestão democrática por meio da participação da população e de associações
representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento
de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano; (BRASIL, 2001). Dessa forma, pode-
se afirmar que a Operação Consorciada Água Branca está de acordo com o princípio da gestão
democrática, uma vez que estabelece meios de participação, controle e avaliação para a sociedade
civil.
A Operação Urbana Água Branca busca transformar a localidade num novo subcentro. Devido
a dificuldade de mobilidade da região, a operação tem por objetivo transformar a localidade de
forma que solucione os problemas de escoamento da localidade, pois que esta é atravessada por
uma via férrea, o que impunha limites a dinâmica industrial – que é característica do local.
Nove anos após a promulgação da lei que instituiu a Operação Urbana Água Branca áreas que
antes eram determinadas como industriais foram agora postas como mistas, permitindo assim, que
fossem construídas residências e uma maior densidade demográfica na área. Assim, a Operação
Água Branca agora atrai investidores para o local, inclusive com enfoque no setor empresarial, com
diversos empreendimentos, tornando-se ainda mais necessária a reformulação do sistema viário.
No desenvolvimento desta pesquisa, partindo de pontos de vista teóricos e normativos
constitucionais, legais e não jurídicos, para compreender e comprovar a legitimidade das parcerias
público-privadas, entre as muitas inovações que permeiam o texto do “Estatuto da Cidade”, vale
destacar que a iniciativa privada tem adotado uma nova abordagem na organização das estruturas
urbanas.
Como o estado é o único promotor, a cooperação entre governo, iniciativa privada e outros
setores da sociedade na urbanização de uma cidade, é uma nova realidade que pode melhorar muito
o planejamento urbano. Discutiu-se novos arranjos, discutiu-se a relação entre o poder público e a
iniciativa privada, e as vantagens de estabelecer um sistema de parceria diferenciado, no qual, os
parceiros privados podem usar seus recursos e experiências para realizar atividades de longo prazo.
É considerado de natureza pública.
De acordo com a Lei 11.079/2004, as parcerias público-privadas - PPP são contratos
administrativos de franquia, que podem ser patrocinados ou administrativos. No entanto, a lei
estabelece algumas condições específicas para o estabelecimento de uma PPP. Os principais são:
Duração: O período de serviço deve ser entre 5 e 35 anos (incluindo quaisquer extensões); Valor:
O valor do contrato não pode ser inferior a 20 milhões de reais. Não há limite superior; e Serviços:
Os contratos não devem ser feitos exclusivamente com o objetivo de fornecer mão de obra, fornecer
e instalar equipamentos ou executar obras públicas.
Muitas são as ferramentas para se atingir essa realidade, sendo a operação municipal do
consórcio uma das ferramentas mais relevantes. Os artigos 32 a 34 do “Estatuto Urbano” estipulam
que este tipo de instrumento tem gerado polêmica generalizada por permitir que os parceiros
privados façam um uso mais econômico do solo, facilitando a intervenção. Portanto, essa
ferramenta pode ser usada para melhorar significativamente as condições sociais da cidade, mas
também para fortalecer a exclusão social que assola os municípios brasileiros.
Este tipo de parceria não se limita a um único contrato, mas inclui também as relações
comerciais múltiplas estabelecidas entre a administração pública e particulares para processamento
contínuo, de forma que o desenvolvimento das atividades tem um determinado coeficiente de
interesse público.
O diploma normativo para o estabelecimento de um sistema de parceria público-privada no
Brasil é a Lei nº 7 de 2004, art.º 11.079. Essa ferramenta permite que entidades políticas federais,
estaduais e municipais, bem como entidades autoritárias, fundações públicas e empresas de
economia mista, adotem as PPP. Durante a execução da obra, se necessário, o parceiro privado não
será remunerado nos termos desse mesmo artigo. Nesse caso, as PPP envolvem um método de
financiamento privado favorável à gestão pública, pois os particulares investem grande quantidade
de capital em infraestrutura para uso direto ou indireto dos gestores para obter considerações
financeiras de diluição na execução dos serviços.
São contratos que confiam na construção, ampliação, reforma ou manutenção de
infraestrutura a ser utilizada para a gestão total ou parcial do órgão, em que o Estado ou a sociedade
podem obter uma remuneração de longo prazo.
Esse tipo de contrato público ainda está em desenvolvimento no país e enfrenta sérios
desafios para executá-lo com eficácia. Já existem leis e regulamentos em normas específicas, mas
os fatores sociais ainda são um grande obstáculo ao seu desenvolvimento global. O tamanho
limitado do mercado imobiliário legal brasileiro, a falta de atenção às questões sociais, a estreita
participação da sociedade civil e a falta de inclusão social são alguns dos fatores que impedem essas
parcerias de atingir seu pleno potencial.
Por outro lado, existem muitas vantagens. As PPP permitem a implantação de projetos e a
prestação de serviços públicos, mesmo que a administração pública não tenha recursos, o setor
privado pode fornecer recursos. Dessa forma, é possível investir em infraestrutura sem prejudicar
indevidamente o endividamento, ao mesmo tempo em que permite aos parceiros privados obterem
investimentos, que são garantidos na implantação do empreendimento. De infraestrutura viária e
elétrica a saneamento, segurança pública, habitação e planejamento urbano, as possibilidades de
investimento são muito diversas. A qualificação técnica da iniciativa privada também é uma
vantagem, pois além de reduzir os custos com pessoal, traz maior qualidade à execução.
A garantia mais relevante é o equilíbrio econômico-financeiro. Embora não esteja claramente
afirmado no texto legal, a necessidade do correto equilíbrio pode derivar da interpretação do
diploma, por se tratar de um requisito para o desenvolvimento sustentável das empresas. Se for
gerido através do regime de parcelamento fixo, o melhor é verificar cada situação para encontrar o
melhor saldo.
A Lei da Cooperação Público-Privada estabeleceu um sistema inovador que procurou trazer
garantias recíprocas, que reconhecia garantias para a perda final de parceiros privados que
pudessem proteger o poder público, e vice-versa, para proteger a iniciativa privada em face de
violações da administração pública.
Outro detalhe importante trazido pela Lei 11.079 / 2004 é a restrição de PPP. Portanto, nem
todos os tipos de empresas precisam ser objeto de contratos públicos a este nível, mas se limitam a
empreendimentos de alta prioridade que exigem grandes investimentos. arte. De acordo com o
Artigo 2, Artigo 4 e Parágrafo 1, determina que o valor mínimo do contrato é de 20 reais (vinte)
milhões de dólares americanos.
Quanto à duração do contrato, o art. O artigo 2º, o artigo 4º, o artigo II e o artigo 5º, inciso I
do Diploma de Direito determinam que o seu mandato não pode ser inferior a cinco anos, nem
superior a 35 anos, sempre que tenham sido calculadas as eventuais prorrogações . Em sua arte. De
acordo com o artigo 22, a lei estipula que a locação de PPP por entes públicos não pode exceder um
por cento do lucro líquido corrente.
Parcerias público-privadas e alianças de operação urbana mostram que a forma do estado de
promover a gestão urbana não se ajusta à realidade atual, levando à expansão urbana e reduzindo
milhões de pessoas à subsistência, mas os direitos básicos não são garantidos. Além disso,
verificou-se que apesar da supervisão das parcerias do Brasil, apesar disso, ele propõe alguns
métodos inovadores que, se bem utilizados, podem representar uma troca na desigual estrutura
social que prevalece no país. Além dos conceitos jurídicos, também foi observado o contorno legal
do sistema nacional e analisado o modelo de PPP, modelo PPP de concessões patrocinadas e
concessões administrativas, suas semelhanças e diferenças.
Sobre os julgados escolhidos, podemos analisar o Agravo de Instrumento do TJ-SP nº
0043626-27.2011.8.26.0053, onde o Movimento Defenda São Paulo e o Ministério Público
ajuizaram Ação Civil Pública visando que o Município de São Paulo deveria garantir a participação
popular diante dos programas, projetos e intervenções da Operação Urbana Consorciada Vila Sônia.
O município interpôs recurso (Agravo de Instrumento), contudo, a decisão do magistrado de
primeira instância foi mantida e o recurso desprovido. Diante da Ação Civil Pública ajuizada foi
possível garantir que a população e os demais interessados na região da Vila Sônia, em São Paulo,
pudessem participar dos trâmites legais, como é previsto pelo Estatuto da Cidade.

TJ-SP - 0043626-27.2011.8.26.0053 - Agravo de


instrumento - Ação Civil Pública. Operação Urbana
Consorciada (OUC) - Vila Sônia - Pretensão do MP
em compelir a Municipalidade a abster-se de toda ou
qualquer tramitação administrativa e legislativa, para
o fim de garantir a efetiva participação da população
e associações representativas na execução e
acompanhamento de planos, programas e projetos de
desenvolvimento relacionados à OUC Vila Sônia -
Pedido de concessão de medida liminar para tal fim.
Deferimento da liminar pelo douto magistrado de
primeiro grau. Insurgência de Municipalidade, por
meio de agravo de instrumento. Existência dos
requisitos para a concessão de liminar. Decisão
mantida, recurso desprovido.

O segundo julgado escolhido trata também de uma Ação Civil Pública ajuizada pelo
Ministério Público, tendo sido interposto o recurso de Apelação pelo Município de Cuiabá-
MT, pois foram criadas duas Operações Urbanas Consorciadas a partir de uma mesma lei. O
município alega que cumpriu todas as normas estabelecidas no Estatuto da Cidade. Sendo
assim declarou nula a Lei Complementar Municipal n. 292/2012, por conta dos vícios de
forma, motivo e finalidade e, também que o Município seja condenado na obrigação de não
fazer enquanto não haja lei municipal específica delimitando áreas passíveis de aplicação de
OUC. Em relação ao Recurso de Apelação pode ser definido como o recurso utilizado para
interposição frente a sentença proferida, seja ela de mérito ou terminativa, pelo juízo de
primeiro grau de Jurisdição com o objetivo de se encaminhar a causa para o reexame junto ao
juízo de segundo grau, a fim de, se conseguir uma reforma total ou parcial, ou até mesmo a
invalidação da decisão impugnada.

TJ-MT - Apelação - APL 00001482520138110082


MT (TJ-MT)
ADMINISTRATIVO – AÇÃO CIVIL PÚBLICA –
OPERAÇÕES URBANAS CONSORCIADAS –
APROVAÇÃO DE DUAS OUCs EM ÚNICA LEI –
IMPOSSIBILIDADE – INDISPENSABILIDADE
DE LEI ESPECÍFICA – ZONEAMENTO
URBANO DE CUIABÁ – INEXISTÊNCIA DE LEI
– AUSÊNCIA DE FINALIDADE – SENTENÇA
MANTIDA – RECURSO DESPROVIDO. A
Operação Urbana Consorciada (OUC) é um
conjunto de intervenções e medidas coordenadas
pelo município, com o objetivo de promover
transformações urbanísticas estruturais, melhorias
sociais e a valorização ambiental na área de
abrangência por meio de obras e investimento na
infraestrutura. Todo o processo administrativo, para
a aprovação da OUC deve ser efetivamente criado
por meio de uma lei específica, na qual há de constar
o plano de operação, com previsão de concessão de
benefícios e o recebimento de contrapartidas.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei Nº10.257/2001. Estatuto da Cidade. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10257.htm> Acesso em: 28 out. 2020.

______. Lei Nº 11.079 de 30 de dezembro de 2004. Lei de Licitação e Contratação de PPP.


Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l11079.htm> Acesso
em: 26 out. 2020.

______. Lei Nº 15.893 de 07 de novembro de 2013. Lei que instituiu a Operação Urbana
Consorciada Água Branca na cidade de São Paulo. Disponível em:
<http://legislacao.prefeitura.sp.gov.br/leis/lei-15893-de-07-de-novembro-de-2013> Acesso em: 26
out. 2020.

CZIMMERMANN. Fernanda Riviera. O projeto porto maravilha e operação urbana


consorciada da região do porto do Rio de Janeiro. Disponível em:
<http://www.revistas.usp.br/rdda/article/view/73565> Acesso em: 26 out. 2020.

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