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LICENCIATURA EM DIREITO
1º Ano
INSTITUTO SUPER
Direcção Acádemica
Elaborado por:
Dra. Cláudia Eunice Jone, Licenciada em Direito Pela Universidade Eduardo Mondlane
Moçambique
Índice
Direitos do autor (copyright) ................................................................................................................ 1
Agradecimento...................................................................................................................................... 3
Visão Geral ............................................................................................................................................ 9
Bem vindo ao módulo de Direito das Obrigações ................................................................................ 9
Objectivos do modulo ........................................................................................................................... 9
Objectivos específicos ........................................................................................................................... 9
Quem deveria estudar esse modulo ................................................................................................... 10
Como está estruturado este módulo ........................................................................................................ 11
Outros recursos ................................................................................................................................. 12
Auto-avaliação e Tarefas de avaliação ........................................................................................ 12
Ícones de actividade ................................................................................................................................ 12
Habilidades de estudo ............................................................................................................................ 13
Precisa de apoio? .................................................................................................................................... 14
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ..................................................................................................... 15
Avaliação ................................................................................................................................................ 16
TEMA I ................................................................................................................................................. 18
Direito das obrigações e a definição legal de obrigação..................................................................... 18
Definição ............................................................................................................................................. 18
Elementos da relação Obrigaciona ..................................................................................................... 19
TEMA II ................................................................................................................................................ 20
Objectivos e característica do direito das obrigações ........................................................................ 20
Tipos de prestação .............................................................................................................................. 21
TEMA III ............................................................................................................................................... 25
Principios gerais do direito das obrigações ........................................................................................ 25
Principio da autonomia privada .......................................................................................................... 25
Restrições à liberdade de celebração ................................................................................................. 27
Restrinções a liberdade de estipulação .............................................................................................. 28
Clausulas contratuais gerais ................................................................................................................ 29
Os contractos pré-formulados ............................................................................................................ 31
O principio do ressarcimento dos danos ............................................................................................ 32
Princípios da restrição do enriquecimento injustificado .................................................................... 32
O princípio da fé .................................................................................................................................. 33
O principio da responsabilidade patrimonial...................................................................................... 33
TEMA IV ............................................................................................................................................... 36
Conceito e estrutura da obrigação ..................................................................................................... 36
Generalidades ..................................................................................................................................... 36
O credito como um direito a prestação (teoria classica) .................................................................... 37
Teorias realistas .................................................................................................................................. 37
Teorias Mista....................................................................................................................................... 40
Posição adoptoda................................................................................................................................ 42
TEMA V ................................................................................................................................................ 43
Caracteristica da obrigacao ................................................................................................................. 43
Generalidades ..................................................................................................................................... 43
A mediação colabiração de vida ......................................................................................................... 44
Autonomia .............................................................................................. Erro! Marcador não definido.
Distinção entre direitos de creditos e direitos reais ........................................................................... 47
A questão dos direitos pessoas de gozo ............................................................................................. 48
Objectos da obrigação: a prestação.................................................................................................... 50
Delimitação do conceito de prestação ............................................................................................... 50
TEMA VI ............................................................................................................................................... 51
Requisitos legais da prestação ............................................................................................................ 51
Generalidades ..................................................................................................................................... 51
Possibilidade física e legal ................................................................................................................... 51
Licitude ................................................................................................................................................ 52
Determinabilidade .............................................................................................................................. 52
Não contrariedade à ordem pública e aos bons costumes................................................................. 53
A complexidade intra obrigacional e os deveres acessorios de conduta ........................................... 53
Modalidade de Obrigacoes ................................................................................................................. 54
As obrigacoes naturais, problematicas da sua insercao no conceito de obrigacao ........................... 54
Classificação das obrigações em função dos tipos de prestações ...................................................... 56
Generalidades ..................................................................................................................................... 56
Prestações fungiveis e infungiveis ...................................................................................................... 56
Prestações estantaneas e prestações duradouras ............................................................................. 57
Prestações de resultados e prestações de meios ............................................................................... 58
Prestações determinadas e indeterminadas ...................................................................................... 59
Obrigações de juro .............................................................................................................................. 62
Indeterminação e pluralidade de partes na relação obrigacional ...................................................... 64
A indeterminação do credor na relação obrigacional......................................................................... 64
A pluraldade de partes na relação obrigacional ................................................................................. 65
Generalidade ....................................................................................................................................... 65
As obrigações conjuntas ou parciárias ................................................................................................ 65
As Obrigações solidárias ..................................................................................................................... 66
Generalidade ....................................................................................................................................... 66
TEMA VII .................................................................................................. Erro! Marcador não definido.
DA CONSTITUIÇÃO DAS OBRIGAÇÕES ................................................................................................ 67
Capítulo VII .......................................................................................................................................... 67
Classificacao das fontes das obrigacoes ............................................................................................. 67
As diversas classificacoes de fontes das obrigacoes ........................................................................... 67
Posicao adoptada ................................................................................................................................ 67
TEMA VIII…………………………………………………………………………………………………………………………………………..
Fontes das obrigacoes baseadas no principio da autonomia privada ................................................ 68
O contrato ........................................................................................................................................... 68
Generalidades ..................................................................................................................................... 68
Modalidades de contratos .................................................................................................................. 68
Classificação dos contractos quanto a forma ..................................................................................... 68
Classificação dos contractos quanto ao modo de formação .............................................................. 69
Classificação dos contratos quanto aos efeitos .................................................................................. 69
Contratos obrigacionais e reais........................................................................................................... 69
A clausula de reserva da propriedade ................................................................................................. 70
Clasificacao dos contratos entre sinalagmaticos e nao sinalagmatico ............................................... 70
Classificação dos contratos entre onerosos e gratuitos ..................................................................... 72
Classificação dos contratos entre comuntativos e aleatorios ............................................................ 72
Contratos nominados e inominados ................................................................................................... 73
Contratos típicos e atípicos ................................................................................................................. 73
Contratos múltiplos ou combinados ................................................................................................... 73
A união do contrato ............................................................................................................................ 74
Formas de união de contrato .............................................................................................................. 74
Os contratos priliminares .................................................................................................................... 75
Generalidade, distinção entre contratos peliminares e contratação mitigada .................................. 75
O contrato-promessa .......................................................................................................................... 75
Modalidade de contracto-promessa................................................................................................... 76
Forma de contrato-promessa ............................................................................................................. 77
Transmissão dos direitos e abrigações emergentes do contrato-promessa ...................................... 78
A execução específica ......................................................................................................................... 78
Articulação com o regime do sinal ...................................................................................................... 79
Sinal e antecipação do cumprimento ................................................................................................. 79
A eficacia real do contrato-promessa ................................................................................................. 80
TEMA IX……………………………………………………………………………………………………………………………………………..
Pacto de preferencia ........................................................................................................................... 80
Forma do pacto de preferencia .......................................................................................................... 81
Os direitos de preferencia com eficacai real ...................................................................................... 81
Modalidade de contrato a favor de terceiros ..................................................................................... 82
O regime normal do contrato a favor de terceiros ............................................................................. 82
A obrigacao de preferencia ................................................................................................................. 83
A violacao de obrigacao de preferencia.............................................................................................. 84
A indeminizacao por inccumpriment o em caso de simples eficacia obrigacional ............................. 84
A accao de preferencia em caso de haver eficacaia real .................................................................... 84
............................................................................................................................................................ 84
O conteudo dos contratos .................................................................................................................. 85
Regimes especiais ............................................................................................................................... 85
A promessa de libertação de dívida como contrato falso a favor de terceiro ................................... 85
As promessas em benefício de pessoas indeterminadas ou interesse público .................................. 86
A promessa a cumprir depois da morte do promissário .................................................................... 86
Contrato para pessoa a nomear ......................................................................................................... 87
Noção e regime ................................................................................................................................... 87
Natureza jurídica ................................................................................................................................. 87
Negócios unilaterais ............................................................................................................................ 88
O problema da eficácia dos negócios unilaterais ............................................................................... 88
Promessa de cumprimento e reconhecimento de dívida ................................................................... 89
Promessa pública ................................................................................................................................ 89
Concurso publico................................................................................................................................. 90
TEMA X………………………………………………………………………………………………………………………………………………
Fontes das obrigações no principio de resarcimento dos danos ........................................................ 91
A resposábilidade civil por factos ilícitos ............................................................................................ 93
O facto voluntario do lesante ............................................................................................................. 94
Resposábilidade pre-contractual ........................................................................................................ 95
Resposábilidade pelo risco .................................................................................................................. 96
A resposábilidade comitente .............................................................................................................. 96
Pressupos da responsábilidade pelo risco .......................................................................................... 97
Casos de exlusão da resposábilidade .................................................................................................. 98
Beneficio da resposábilidade .............................................................................................................. 99
Responsábilidade pelo sacrificio ......................................................................................................... 99
Obrigações de indmização ................................................................................................................ 100
TEMA XI……………………………………………………………………………………………………………………………………………..
Enriquecimento Sem Causa .............................................................................................................. 101
O enriquecimento sem causa como fonte das obrigações ............................................................... 101
Bibliografia ........................................................................................................................................ 103
Visão Geral
Objectivos do módulo
Ao terminar o estudo deste modulo de Direito da
Obrigações deverás ser capaz de sabe quais são os
sujeitos numa relação de credito a quem
corresponde um dever de prestação, conhecer os
direitos de credito, como eles nascem e como são
cumpridos e como podem extinguir, saber que o
Direito da Obrigações abrange a circulação de
bens, prestação de serviços, instituição das
organizações e sanções civis para comportamentos
ilícitos e culposos e a compensação por danos,
despesas ou pela obtenção de um enriquecimento
ilícito.
Objectivos específicos
Deverás conhecer o que é um contrato e os
tipos de contractos;
Conhecer os fenómenos de transmissão de
crédito e de dívidas;
Demonstrar a relevância da obrigação de
indemnizar os danos causados a outrem;
Identificar os princípios gerais do Direito das
Obrigações;
Saber que a constituição da obrigação é feita
através de um negócio jurídico que tem em
princípio que o resultado é um contrato;
Saber que o contrato deve ser pontualmente
cumprido e só pode modificar ou extinguir por
mútuo acordo ou consentimento dos
contraentes ou nos casos admitidos pela lei.
Saber identificar ainda quando estamos em
mora do devedor e como proceder;
Quando é que o pagamento pode ser feito a
prestação;
Saber quando estamos em presença de um
incumprimento.
Um índice completo.
Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, resumindo
os aspectos-chave que você precisa conhecer para melhor
estudar. Recomendamos vivamente que leia esta secção com
atenção antes de começar o seu estudo, como componente de
habilidades de estudos.
Conteúdo desta Disciplina / módulo
Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez
comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente
unidades,. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma
introdução, objectivos, conteúdos.
No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são
incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só
depois é que aparecem os exercícios de avaliação.
Os exercícios de avaliação têm as seguintes características: Puros
exercícios teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos e actividades
práticas algumas incluído estudo de caso.
Outros recursos
A equipa de académicos e pedagogos do ISCED, pensando em si,
num cantinho, recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio de
dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, apresenta
uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu módulo para você
explorar. Para tal o ISCED disponibiliza na biblioteca do seu centro
de recursos mais material de estudos relacionado com o seu curso
como: Livros e/ou módulos, CD, CD-ROOM, DVD. Para além deste
material físico ou electrónico disponível na biblioteca, pode ter
acesso a Plataforma digital moodle para alargar mais ainda as
possibilidades dos seus estudos.
Ícones de actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens
das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do
processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de
texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade,
etc.
Habilidades de estudo
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado
durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto
da matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar
que já domina bem o anterior.
Precisa de apoio?
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o
material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas como
falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis erros
ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, página trocada ou
invertidas, etc). Nestes casos, contacte os serviços de atendimento e
apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, SMS,
E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta participando a
preocupação.
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes
(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua
aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da
comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se torna
incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor, estudante – CR, etc.
As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante,
tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do seu CR, com
tutores ou com parte da equipa central do ISCED indigitada para
acompanhar as sua sessões presenciais. Neste período pode apresentar
dúvidas, tratar assuntos de natureza pedagógica e/ou administrativa.
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% do
tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida em que
permite-lhe situar, em termos do grau de aprendizagem com relação
aos outros colegas. Desta maneira ficará a saber se precisa de apoio
ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver hábito de debater
assuntos relacionados com os conteúdos programáticos, constantes nos
diferentes temas e unidade temática, no módulo.
1
Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade intelectual de outras pessoas, sem
prévia autorização.
Avaliação
DEFINIÇÃO
O direito das obrigações encontra-se essencialmente regulado no
Livro II do Código Civil, no artigo 397º, que define a obrigação
como “Vínculo jurídico por virtude do qual uma pessoa fica adstrita
para com outra à realização de uma prestação”.
2
Cfr. MANUEL DE ANDRE, Obrigações, p. 3 e ANTONIO MENEZES CORDEIRO, Tratado de direito civil
português, I – Parte Geral, tomo 1, 3º ed., Coimbra, Almeida, 1987, pp. 357-358.
3
Cfr. MENEZES CORDEIRO, Obrigação, 1º pp. 253 e ss. E 305 e ss.
2). Pelo contrário, aquele que está onerado pelo ónus não tem
qualquer dever, pelo que o seu não acatamento não se pode
considerar ilícito, traduzindo-se apenas na perda ou na não
obtenção de uma vantagem.
Exercício
4
Cfr. MENEZES CORDEIRO, Tratado, I-1, pp. 43 e ss.
5
Cfr. OLIVEIRA ASCESSÃO, Direito Civil, Teoria Geral, I – Introdução. As Pessoas. Os bens, 2ª ed., Coimbra,
Coimbra Editora, 2000, pp 12-13.
6
Cfr. ANTONIO MENEZES CORDEIRO, Obrigações, 1º, p. 17.
Para GERNHUBER aponta, entre as funções desempenhadas pelo
Direito das Obrigações, a sua aptidão genérica para regular
situações da vida, a transmissão dos bens, o gozo de bens alheios,
a prestação de serviços, a compensação, a intervenção em
património ou direito alheio, os elementos de organização e a
segurança de existência7.
Tipos de prestação
Prestação ilícita – o objecto da obrigação é ilícito quando ele é
contrário a uma norma legal constituindo, com tudo um
comportamento materialmente passível
7
Cfr.GERNHUBER, Das Schuldverhaltnis(Begrendung und Anderung, Pflichten und Strukturen, Drittwirkungen),
Tubingen, Mohr, 1989, pp. 3 e ss.
𝑃𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒
𝑐𝑜𝑖𝑠𝑎 {𝐹𝑢𝑡𝑢𝑟𝑜 { 𝐴𝑏𝑠𝑜𝑙𝑡𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝐹𝑢𝑡𝑢𝑟𝑎
𝑅𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝐹𝑢𝑡𝑢𝑟𝑎
𝑃𝑟𝑒𝑡𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑃𝑜𝑠𝑒𝑡𝑖𝑣𝑜 (𝑓𝑎𝑧𝑒𝑟)
𝑓𝑎𝑐𝑡𝑜 { 𝑁ã𝑜 𝑓𝑎𝑧𝑒𝑟
𝑁𝑒𝑔𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 {
{ 𝐷𝑒 𝑝𝑎𝑡𝑡𝑖
𝐿𝑖𝑏𝑒𝑟𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝐶𝑒𝑙𝑒𝑏𝑟𝑎çã𝑜
𝑳𝒊𝒃𝒆𝒓𝒅𝒂𝒅𝒆 𝑪𝒐𝒏𝒕𝒓𝒂𝒕𝒖𝒂𝒍 {𝐿𝑖𝑏𝑒𝑟𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝐶𝑒𝑙𝑒𝑏𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝑡í𝑝𝑜 𝑛𝑒𝑔𝑜𝑐𝑖𝑎𝑙
𝐿𝑖𝑏𝑒𝑟𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑡í𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜
Exercício
8
Cfr. MENEZES CORDEIRO, Tratado, I-1, p. 447 e ss.
A simples promessa unilateral, sem que tenha ocorrido uma
aceitação do seu benefício, que seja idónea à constituição do
contrato, é por isso normalmente irrelevante9.
9
Fundamento desta solução é princípio invicto beneficium non datur, que impede que alguém seja credor de outrem
sem a sua concordância. Há, porém excepções, como as dos arts. 459º e 463º.
força económica e maior domínio da informação do que a outra
parte.
10
As quais podem inclusivamente ser tão fundamentais como a sua habitação ou seu sustento (exs: o contracto de
arrendamento ou no contracto de trabalho).
contracto constitui, por isso nesses casos, um ilícito obrigacional,
que gera obrigações de indemnização.
Os contractos pré-formulados
As proibições da LCCG deveriam aplicar-se não apenas em relação
as cláusulas contratuais gerais, mais genericamente a todos
contractos pré-formulados. A directiva 93/13/CEE veio assim
estabelecer uma restrição a liberdade de estipulação: os
contractos pré-formulados na relação entre profissionais e
consumidores.
11
Cfr. MENEZES LEITÃO, O enriquecimento, pp. 27 e ss, e notas, reed., pp29 e ss.
determinados pontos de vista, que cabe à doutrina e
jurisprudência concretizar em categoria jurídica especificas.
O princípio da boa-fé
Definindo-se como a ignorância de estar a lesar direitos os
direitos alheios, sendo esse sentido de referência à posse de boa-
fé no art. 1260º. A obrigação consiste no dever de adoptar uma
conduta em benefícios de outrem. Então assim em causa no
vínculo obrigacional regras de comportamento que,
adequadamente respeitadas, proporcionarão a satisfação do
direito de crédito mediante a realização da prestação pelo
devedor, sem que daí resultem danos para qualquer das partes.
Exercício
𝑃𝑒𝑟𝑠𝑜𝑛𝑎𝑙𝑖𝑠𝑡𝑎
𝑅𝑒𝑎𝑙𝑖𝑠𝑡𝑎𝑠
𝑇𝑒ó𝑟𝑖𝑎 {
𝑀𝑖𝑠𝑡𝑎𝑠
𝐷𝑜𝑢𝑡𝑟𝑖𝑛𝑎𝑠 𝑑𝑎 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑙𝑒𝑥𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑂𝑏𝑟𝑖𝑔𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙
Teorias realistas
Diz que o direito do crédito é um direito sobre o património
devedor esta teoria considera diversas modalidades como, o
credito como um direito sobre os bens do devedor, o credito
como uma relação entre o património, o credito como um direito
a transmissão dos bens do devedor e o crédito como espectativa
da prestação, acrescida de um direito real de garantia sobre o
património do devedor.
Teorias Mista
Para estas doutrinas a obrigação tanto tem por objecto a
prestação como património do devedor, posição que se considera
corresponder ao antigo direito romano, que distinguia entre a
vinculação pessoal do devedor e a sua responsabilidade, bem
como ao antigo direito germânico que estabelecia uma distinção
entre a divida e responsabilidade.
Exercício
Autónomia
A autonomia é considerada como sendo uma obrigação, mas não
impede a sua regulação pelo direito das obrigações nas partes não
sujeitas ao regime específico, pois, a estrutura a obrigação
autónoma e não autónoma é idêntica.
O regime das duas é que pode divergir em maior ou menor
medida o que não impede a qualificação de ambas como
verdadeiras obrigações. Ora, o direito das obrigações é um ramo
do direito civil cuja autonomização assenta precisamente em
características estruturais uma vez em que a classificação
germânica do direito civil não tem um critério homogéneo. A
autonomização das disciplinas de direitos reais e direitos das
obrigações tem por base as características, estruturais dos
direitos a que se referem. Já o direito da família e das sucessões
são autonomizados em função da fonte de onde resultam as
relações de que tratam. É, por isso, perfeitamente natural que
surjam situações estruturalmente obrigacionais noutros ramos de
direito, mas esses não perdem a sua natureza de obrigações em
virtude de ai serem inseridas. Daí que a autonomia não deve ser
considerada como a características das obrigações.
Exercício
Licitude
A ilicitude de negócio pode ser de resultado ou de meios,
consoante o negócio vise objectivamente um resultado ilícito
(como por exemplo, assassinar determinada pessoa) ou se
proponha alcançar um resultado lícito, através de meios cuja
utilização é proibida por lei (por exemplo, o tratamento de uma
pessoa, em desrespeito às regras da medicina). Em ambos os
casos art. 280º, no 1, considera o negócio como nulo, (ex: a
aquisição de uma arma para cometer um homicídio). Nestes
casos, uma vez que cada uma das partes pode ter um fim
subjectivo distinto em relação ao negócio, o negócio só será nulo,
no caso de o fim ser comum a ambas as partes (art. 281º).
Determinabilidade
Deve, porém, esclarecer-se que indeterminável não deve ser
confundido com indeterminado, já que a obrigação pode
constituir-se estando ainda a prestação indeterminadas, desde
que ela seja determinável. São exemplos de prestações
indeterminadas as obrigações genéricas (art 539º e ss.) e as
obrigações alternativas (art 543º e ss.).
Em caso de indeterminação da prestação, aplica-se à situação o
art. 400º do código civil, que refere que a determinação da
prestação pode ser confiada a uma ou a outra das partes ou a
terceiro; mas que, em qualquer dos casos, deve ser feita segundo
juízos de equidade se outros critérios não tiverem sido
estabelecidos. Nesta norma, a referência a “juízos de equidade”
não significa uma remissão para mero arbítrio das partes ou
terceiros.
Modalidade de Obrigações
As obrigações naturais, problemáticas da sua inserção no conceito de obrigação
O que caracteriza as obrigações é a não exigibilidade judicial da
prestação, resumindo-se a sua tutela jurídica à possibilidade de o
credor conservar a prestação espontaneamente realizada, a que
se refere o art. 403 do código. Como consequência exclui-se a
possibilidade de repetição do indevido, referida no artigo 476 do
código civil, salvo no caso de o devedor não ter a capacidade para
realizar a prestação.
— Obrigaçõe Pecuniárias
{
— Generalidades
Obrigações de juro
As obrigações de juros correspondem igualmente a uma
modalidade específica de obrigações, as quais se caracterizam por
corresponderem à remuneração da cedência ou do diferimento
da entrega de coisas fungíveis (capital) por um certo lapso de
tempo.
AS OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS
GENERALIDADE
As obrigações solidárias encontram-se previstas no art. 512º e ss.,
e se caracterizam pelo facto de nelas qualquer um dos devedores
estar obrigado perante o credor a realizar a prestação integral
(solidariedade passiva) ou ainda por qualquer um dos credores
poder exigir do devedor a prestação integral (solidariedade activa)
ou ainda pelo facto de qualquer um dos credores poder exigir a
qualquer um dos credores a prestação devida por todos os
devedores a todos os credores (solidariedade mista).
Exercício
CAPÍTULO VII
Posição adoptada
As obrigações podem resultar de diversos fenómenos jurídicos. A
dificuldade de classificar as fontes de obrigações é devido a
heterogeneidade de situações abrangida na nossa disciplina. Que
procura procurar colocar as fontes das obrigações de acordo com
uma orientação dogmática mas adequada, distinguindo em
primeiro lugar as fontes das obrigações que resultam das que não
resultam da autonomia privada.
O CONTRATO
GENERALIDADES
OS NEGOCIOS JURIDICOS COSTUMAM SER DISTINGUIDOS EM
UNILATERAL, que são os que possuem apenas uma parte, e
contractos, que são os que possuem duas ou mais partes.
Modalidades de contratos
Classificação dos contractos quanto a forma
São formais os contratos em que a declaração negocial só pode
ser exteriorizada por uma determinada forma prevista na lei,
designadamente um documento autêntico (a estrutura pública)
ou particulares. São não formais aqueles contratos em que a
declaração negocial pode ser exteriorizada por qualquer meio,
incluído a oralidade.
A união do contrato
A união do contrato permite que cada contrato mantenha sua
autonomia, possibilitando a sua individualização em face de
conjunto.
O contrato-promessa
De acordo com definição prevista no art. 410º, no 1, o contrato-
promessa é convenção pela qual alguém se obriga a celebrar novo
contrato. Uma obrigação de contratar, a qual pode ser relativa a
qualquer outro contrato, (pode, por exemplo o contrato,
definitivo exigir escrituras públicas e não haver possibilidade de a
efectuar imediatamente).
Modalidade de contrato-promessa
Este contrato classifica-se em contrato-promessa unilateral e
bilateral. Como exemplo de contrato promessa bilateral, teríamos
o caso de alguém prometer vender a outrem determinado imóvel
por certo preço, e esse outrem simultaneamente se comprometer
a compara-lo.
Forma de contrato-promessa
A tese da nulidade total do contrato veio a ser sufragada pelo STJ
numa segunda fase, a partir de 1977, passando então a defender-
se que a forma de contrato-promessa bilateral e que atenta a
natureza sinalagmática deste contrato, a invalidade de uma das
obrigações tem que afectar igualmente a outra, uma vez que o
sinalagma genético não pode ser válido apenas em metade. Não
se justificaria, por isso, ponderar hipóteses de redução ou
conversão, já que a vontade das partes no sentido da sua
aplicação teria que ser inequivocamente demonstrada. Esta tese
foi também por GALVÃO TELLES até 1986, como consequência da
sua posição, face a legislação anterior, de que o próprio contrato-
promessa unilateral deveria ser assinado por ambas partes.
A execução específica
A lei admite a execução específica desta obrigação, que consiste
em o devedor ser substituído no cumprimento obtendo o credor a
satisfação do seu direito por via judicial. Neste caso a execução
específica consistira em o tribunal emitir uma sentença que
produza os mesmos efeitos jurídicos da celebração negocial que
não foi realizada, operando-se assim a constituição do contracto
definitivo.
TEMA IX
PACTO DE PREFERÊNCIA
O pacto de encontra-se previsto nos arts. 414º e ss. do código
civil, sendo definido com “a convenção, pela qual alguém assume
a obrigação de dar preferência a outrem na venda de
determinada coisa “. O pacto de preferência constitui, a
semelhança do contrato-promessa, um contrato preliminar de
outro contrato.
Regimes especiais
A promessa de libertação de dívida como contrato falso a favor de terceiro
Mas embora o promitente não assuma uma obrigação perante o
terceiro, para obter o resultado da libertação a esse terceiro
(cumprir a obrigação ou conseguir o seu acordo para satisfação do
crédito por outra via).
Natureza jurídica
A natureza do contrato para pessoa a nomear é convertida.
Alguma doutrina, no contrato para pessoa nomear existiria um
fenómeno de representação anonima. Para outros, tratar-se-ia de
um contrato a favor de terceiros. A maioria da doutrina, considera
como um contrato celebrado simultaneamente em nome próprio
e em nome alheio, sendo a sua celebração em nome próprio
sujeita a uma condição resolutiva, que a sua celebração em nome
alheio sujeita uma condição suspensiva (eficaz nomeação de
terceiro). Em quanto no contrato a favor de terceiro, o terceiro
não é parte do contrato, no contrato para pessoa a nomear vem a
ser se a nomeação for efectuada eficazmente (art. 455º).
Negócios unilaterais
O problema da eficácia dos negócios unilaterais
A forma privilegiada de constituição de obrigações, com base n
princípio da autonomia privada, consiste na celebração do
contrato, isso leva a uma certa limitação à constituição de
obrigações por negócio unilateral, contra a qual a doutrina o põe
as seguintes objecções:
Promessa pública
É a declaração negocial dirigida ao público, através da qual se
promete uma prestação a quem se encontra em determinada
situação ou pratique certo facto positivo o negativo. A lei
determina que essa situação que implica imediatamente, e sem
necessidade de aceitação do beneficiário, a vinculação do
promitente a essa promessa (art. 459º no 1).
Concurso publico
O concurso público constitui uma modalidade especial de negócio
unilateral distinta da promessa pública em virtude de oferta da
prestação ocorre como prémio de um concurso, o que justifica
que tenha que ser fixado prazo para a apresentação dos
concorrentes sem o que o negócio não será válido.
TEMA X
Fontes das
Coisas - Documento escrito
obrigações
móveis
no princípio Documento autêntico
de - Assinado pela parte ou
ressarcimen Imóveis partes que se obrigam (sem
to dos rústicos necessidade de
Documento particular reconhecimento de
danos
assinaturas)
A
r
Imóveis e Reconhecimento presencial
s das assinaturas (perante
Urbanos
p notário)
Documento autêntico
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Certificação pelo notário da
fracção á
existência de:
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construído, i - licença de construcção
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Documento particular - ou de utilização
construcção i
ou a d
construir) a
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e
Civil, pode ser classificada em responsabilidade por culpa, pelo
risco ou pelo sacrifício. Na responsabilidade, por culpa que é a
regra geral (Cfr: art. 483º no 1), a responsabilização do agente
pressupõe um juízo moral da sua conduta, que leva a efectuar
uma censura ao seu comportamento.
Não são por isso factos voluntários, por estarem fora do controle
da vontade do agente, os acontecimentos do mundo exterior
causador de danos. Não envolve, por isso, responsabilidade civil a
situação o agente destruir um vaso de porcelana, precioso,
porque cais sobre ele em consequência de uma síncope cardíaca
ou for submetida a uma a coacção física (vis absoluta) para esse
efeito. Se existir algum domínio da vontade já pode, porém haver
responsabilidade como na hipótese da destruição do vazo tem o
resultado um gesto brusco do agente.
Responsabilidade pre-contractual
Examinar-se-á a questão da culpa na formação do contrato ou
responsabilidade contratual. Antes da celebração do contrato, as
partes não adquiriam qualquer direito, uma vez que não se tinha
verificado um válido exercício da autonomia privada. Assim, o
facto de terem iniciado negociações, ou mesmo a emissão de
declarações negociais não poderia nunca conduzir a uma situação
de responsabilidade, no caso de o contrato não se vir a concluir, o
que só ocorre quando é obtido o mútuo consenso sobre todas as
cláusulas art. 232º.
A responsabilidade comitente
No art. 500º a lei vem estabelecer a situação da responsabilidade
do comitente, referindo no 1, que “aquele que encarregar outrem
de qualquer comissão responde, independentemente de culpa
pelos que o comissário causar, desde que sobre este recaia
também a obrigação de indemnizar”. O no 2 estabelece, no
entanto, que “a responsabilidade do comitente existe se facto
danoso for praticado pelo comissário, ainda que intencionalmente
ou contra as instruções daquele no exercício da função que lhe
estava confiada”.
A responsabilidade do comitente é uma responsabilidade
objectiva, pelo que não depende de culpa sua na escolha do
comissário, na sua vigilância ou nas instruções que lhe deu. No
entanto, essa responsabilidade objectiva apenas funciona na
relação com o lesado (relação externa), já que posteriormente o
comitente terá na relação com o comissário (relação interna) o
direito a exigir a restituição de tudo quanto pagou ao lesado,
salvo se ele próprio tiver culpa. Pode-se, por isso, dizer que esta
responsabilidade tem por função especifica a garantia de
pagamento da indemnização lesado, dada a circunstancia de os
comissários serem pessoas normalmente desprovida de
património susceptível de suportar o pagamento de elevada
indemnizações e, actuando eles no interesse e por conta do
comitente, deve caber a este garantir ao lesado a indemnização.
Benefício da responsabilidade
Relativamente aos beneficiários da responsabilidade pelo risco, a
lei vêm esclarecer que esta tanto aproveita a terceiros, como às
pessoas transportadas abrangendo assim tanto os que se
encontravam for a do veículo como dentro dele. No caso do
transporte por virtude de contrato, no entanto a responsabilidade
só abrange os danos que atinja a própria pessoa e as coisas
podem ser transportadas sedo por isso excluído da
responsabilidade objectiva os danos em coisas não transportadas
com a pessoa e os danos reflexos sofridos pelas pessoas referidas
nos arts. 495o nos 2 e 3, 496o no 2 no caso de transporte gratuito a
responsabilidade apenas abrange os danos pessoais da pessoa
transportada sendo, portanto, nesse caso ainda excluído os danos
nas coisas transportadas com a pessoa. A lei vem ainda referir no
art. 504o no 4 que são nulas as clausulas que excluem ou limitem a
responsabilidade do transportador pelos acidente que atinge a
pessoa transportada o que a contrario parece permitir que no
contrato as partes excluam ou limitem a responsabilidade do
transportador pelos dados que atingem as coisas transportadas.
Obrigação de indemnização
A obrigação de indemnização e tratada nos art. 562o e ss., como
uma modalidade das obrigação. Efectivamente ela constituí uma
categórica autónoma de obrigações em virtudes de possuir uma
fonte específica (a imputação de um dano a outrem), ter
conteúdo próprio (prestação de equivalente ao dano sofrido) e
um particular interesse do credor, a eliminação do dano que
sofreu.
Enriquecimento
Definição
Relativamente ao conceito de enriquecimento referido no art.
473o no 1, do código civil, este deve ser entendido no sentido de
vantagem de carácter patrimonial, excluindo-se assim do âmbito
deste instituto as vantagens obtidas à custa de outrem, que não
sejam susceptíveis de avaliação pecuniária, como sucessões com
os benefícios de cariz espiritual o moral.
Exercício