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O termo Regência provém do latim dirigo que significa dirigir, ordenar ou conduzir.
Em música utilizamos o termo para descrever a condução de um grupo, seja ele vocal ou
execução e interpretação por meio de gestos visíveis. Em muitos casos podemos observar
entanto de nada adianta se suas normas de conduta não forem claras e precisas.
É bom que aqueles que desejam se dedicar à regência tenham em mente fazer todos
os movimentos necessários, mas sem os exagerar. A arte de marcar e conduzir deve ser
encarada com toda a seriedade, pois uma condução e marcação deficientes podem
musical e expressiva. E um mau regente pode, sem dúvida alguma, estragar e viciar um
bom grupo, anular o que foi conquistado com muito trabalho, prejuízo que, para o grupo
seria enorme. Por isso, somente o regente que dominar completamente toda esta
antiga (que por vezes são muito complicadas, levando os menos preparados a praticar
somente este regente estará apto a construir, sob o ponto de vista artístico, e tirar o
Podemos encarar a regência sob esses dois planos, sendo ambos contendo suas
na sua execução.
Na Regência Coral, observamos que na maioria dos casos os cantores que compõem
maior convívio, favorecendo um relacionamento mais estreito com o grupo onde o regente
sinfônica moderna. No entanto o seu uso não é obrigatório, pois há regentes que sentem
formação para que consiga melhores resultados em sua carreira frente ao grupo que irá
conduzir, seja ele vocal ou instrumental. O regente deve ter tido um passado de
Infelizmente, ainda muitos se aventuram no caminho da regência sem saber, muitas vezes,
das coisas mais elementares. Não é com uma semana de explicações que o regente já pode
se aventurar a dar concertos. Isso acaba resultando num charlatanismo que mais prejudica
do que estimula, pois deprecia e rebaixa a qualidade artística em vez de elevá-la. Contudo,
o pior erro é não querer ser orientado. O regente amador quanto menos souber, mais
Para então que o regente possa melhor se preparar em sua formação, podemos
não tem ouvido absoluto, isso não é totalmente necessário, pois ele poderá
musicais, tais como leitura musical, harmonia, ritmo, contraponto e morfologia. Essas são
orquestral, o regente irá se deparar com todas as claves musicais (Sol, Fá e Dó), ou seja,
ele deve ter leitura fluente de todas elas; e também irá trabalhar com instrumentos
e teoria musical. Num conjunto vocal, ou seja, num coral, é exigido também do regente
deve cuidar da uniformidade vocal do conjunto para que nenhuma voz se sobressaia
mais do que a outra, e para isso ele terá que conhecer a técnica vocal para conseguir
alcançar esse objetivo. O conhecimento de outros idiomas, não precisa ser fluente mas
pelo menos ter uma boa noção de vários deles, principalmente o latim, o italiano, o
importância pois a música coral geralmente está um função direta do mesmo. Outro
sob o ponto de vista estético, para que ele possa trabalhar bem com todos os estilos,
tanto da prática coral quanto da prática instrumental. E o último aspecto musical, não
como ele harmoniza os gestos no todo. O máximo de atividade exterior pode ser
estudante de regência, ou seja, cantar ou tocar em outros grupos. Essa experiência traz
eventos musicais, tais como concertos, shows, recitais ou até mesmo ensaios, e assistir
DVD’s de corais ou orquestras de boa referência a fim de observar seus regentes e sua
possa realmente conduzir o grupo e não ser conduzido pela personalidade do grupo, e
da música, pois deve saber liderar. Também deve sentir-se desembaraçado de qualquer
inibição, tanto para o grupo, como para o público em geral. Como guia de um
tensões prejudiciais à prática musical. O regente também deve ser capaz de uma
vivência musical interior, pois essa sempre procura um meio de se projetar para fora,
interior que está em íntima relação com a força criadora do homem. Esta força é
intuitiva e manifesta-se em todos os terrenos, seja na filosofia, nas ciências ou nas artes.
O regente tem a obrigação de ser autêntico e verdadeiro perante sua emoção e vivência
também o contato com o grupo, e, consequentemente, um contato quase que pessoal com
cada um dos elementos. A mesma atitude deve refletir também o caráter da música a ser
cantada ou tocada. Além deste, precisa fazer sentir o andamento imanente a ser tomado e
Este conjunto de atitudes deve refletir-se em todo o corpo, isto é, na posição dos
braços, dos pés e pernas, pois estas podem indicar o clima como o fato musical se
por assim dizer, o elo de comunicação mais importante e profundo que liga a atitude
livremente para a direita e para a esquerda e ainda para cima até a altura da cabeça. O
tórax poderá acompanhar os movimentos dos braços para a direita ou para a esquerda,
porém, jamais deverá ser curvado para a frente, em atitude de quem quer tocas as
mãos no chão.
relaxados. Os cotovelos ficam levemente erguidos lateralmente para fora. Esta posição
norma constitui o centro em trono do qual giram todos os outros movimentos e nos
cima, para baixo ou mesmo em direção ao próprio corpo ou sem sentido contrário. O
várias direções, com o mínimo esforço e com permanente relaxamento muscular (pensar
sempre que fios invisíveis os movimentam). Os gestos dos braços devem ser descolados,
mão esquerda para a expressão, dinâmica, agógica, nuances e entradas. Para analisar e
preparação:
Unificar o conjunto, fazendo todos se concentrarem ao mesmo tempo - e
ritmicamente também - é de vital importância. Todos eles devem pensar e sentir juntos.
Faça-os respirar com você, pelo menos quando você for regente convidado ainda desconhecido, e
depois, ocasionalmente, até que esse processo seja rotina para os músicos também. Treine-os a fazer
essa respiração no ritmo, e, até que sua técnica se torne sólida, você respira com eles; esse
ato em uníssono faz do grupo um conjunto (p. 26)
Em um grupo coral, o primeiro ato de preparação, de acordo com Jordan (1996), leva
nada impedindo que seja acompanhado de uma inspiração. Este elemento, crucial para a
Um bom local para se praticar o gesto preparatório é sobre uma mesa que tenha
como altura a linha de base de sua área de regência. Seu pulso deve estar reto, ficando sua
mão como uma continuação de seu braço. Ao tocar a mesa, no ponto de marcação
preparatória do primeiro tempo, o gesto deve ser idêntico àquele que fazemos quando
queremos verificar se um ferro de passar roupas está quente, ou àquele que fazemos com
uma baqueta tocando a pele de um tambor. É um gesto elástico, que não empurra, mas
sim tira energia do contato. Pratique com os dois braços juntos e depois com cada um
individualmente.
que o tempo percorrido entre o gesto preventivo e o ponto exato de ataque, deve ter a
mesma duração compreendida entre um e outro tempo do compasso que se inicia. Assim,
grupo musical.
BAIXO (movimento descendente). Sendo ele o mais “pesado" por uma lei natural, deve
Esta só serve para indicar a trajetória do gesto. Esta marcação é demasiado angulosa,
tempo (anacrústico).
obra ou no decorrer desta quando houver interrupção causada por pausa, cadência,
mudança de andamento.
Conclui-se, pelo exposto, que o Levare partiu sempre de um tempo anterior. Quando
fragmentação esta provocada pelos andamentos lentos, aplica-se o mesmo raciocínio, mas,
agora, partindo o Levare de uma fração da unidade de tempo. Esta fração pode representar
tendência entre regentes com pouco treinamento de ignorar os cortes. Com os cortes
importante que realmente têm. Isso fica bem claro, por exemplo, em peça polifônica.
O corte exige sempre um gesto muito preciso, pois indica a repentina ausência de
som de todo o conjunto ou de uma parte deste. O segredo para um bom corte é que ele
diferente de uma entrada, pelo fato de a música já estar ocorrendo, enquanto que, para
procede-se da mesma forma que no caso a), porém quando a consoante é produzida
gesto particular para que o TT, ST, não saia em “cascata" pelos cantores. É fundamental
sobre pulsos. Neste caso, há parada de pulsos. Não se deve contar mais.
Para efeito de regência, toda a fermata tem que ter preparação, tanto para a sua
entrada quanto para a sua saída. Neste sentido, existem alguns tipos diferentes de fermata
seguida de uma pausa, como na figura abaixo. Esta deve ser preparada para o seu
ataque e para o seu corte, que acontece durante a pausa concomitantemente como
batida de tempo quem que ela ocorre no compasso. Veja o exemplo abaixo. A fermata
ocorre no segundo tempo do compasso. Então, para sair dela e seguir a música, repete-
se o segundo tempo.
d) O quarto tipo de fermata é aquele que ocorre nos corais barrocos, mais
notadamente nos corais de J. S. Bach. A interpretação deste tipo de fermata deve ser
diferente da definição de fermata dada acima. Aqui, ela simplesmente denota o ponto
final de uma frase textual ou musical, devendo ser realizada como uma pausa
Os compassos de cinco tempos - os quinteiros - ou seja os: 5/1 - 5/2 - 5/4 - 5/8 etc.
Compasso Setenário
Os compassos de sete tempos - os setenários - ou seja os: 7/1 - 7/2 - 7/4 - 7/8 etc.
Nos compassos compostos deve-se levar em conta que cada tempo se desdobra em
três outras subunidades, fazendo-se sentir sempre bem nitidamente quando entrar a
Nos compassos compostos 6/2 - 6/4 - 6/8 etc. teremos a seguinte figura:
gesto em direção oposta ao corpo, com as “costas"da palma da mão, indica o crescendo.
Muitos professores pedem para fazer este movimento de forma horizontal para frente, ou
vertical de baixo para cima desde a cintura, outros pedem para os lados, e outros ainda
pedem que seja feito o movimento de baixo para cima e para fora do corpo ao mesmo
tempo.
escolha das várias opções descritas acima. Contudo, não se deve mostrar a palma da mão
de forma explícita, e sim, posicionar a mão levemente inclinada, para não deixar a
impressão de pedir uma parada, como um guarda de trânsito, o que poderia ser
Os diferentes níveis de dinâmica devem ser exercitados com afinco, para que sejam
diferenciados uns dos outros através dos gestos do regente. Dentre os mais usados, são
seis diferentes níveis de dinâmica, a saber: pianíssimo (pp); piano (p); mezzo piano (mp); mezzo
forte (mf); forte (f); fortíssimo (ff). Não é somente o tamanho do gesto que irá descrevê-los,
mas também a que altura do corpo ele está sendo realizado. Além de variações de
intensidade, dinâmica envolve peso sonoro, ajustes timbrísticos e textura sonora, assim
como tipos de acentos como sforzato ou forte/piano. Ademais, o tipo de expressão a ser
aplicada nas mãos irá influenciar a sonoridade do grupo. Por exemplo: qualquer tipo de
De acordo com Aurélio (2004), este termo, para a área de música, indica “doutrina
Estão contidas na área de agógica uma série de mudanças de andamento, que aqui
serão somente citadas. Porém, cada uma delas tem uma característica única em termos de
smorzando;
andamento.
Aparentemente a agógica não apresenta dificuldade para o regente mas a sua análise
A regência moderna com uma batuta leve, teve início no começo do séc. XIX, porém
a marcação do tempo para dar o ritmo remonta à Idade Média, até mesmo à Grécia antiga.
Séc. XVI e XVII - mais tarde, bater no chão com um bastão era a prática normal
(pode se assumir que essa era a prática de Lully quando, em 1687, bateu com o bastão no
principalmente com seu arco, que era usado par marcar o tempo.
Séc. XIX - Muitos regentes do início deste século eram violinistas. Spohr usou um
rolo de papel quando regeu um coro e orquestra em 1809; em 1816 ele observou que a
orquestra da ópera de Milão era regida pelo primeiro-violino e, no ano seguinte, foi
convencido pelos cantores a usar seu violino, indicando o tempo com o arco - apesar de
que, uma vez iniciada a execução, ele punha o violino de lado e “dirigia ao estilo francês,
assustou a orquestra, mas no final foi aprovado. Supõe-se em geral que ele tenha sido o
Spohr era um conceituado violinista, e inventou a queixeira para violinos por volta
de 1820. Ele também era um regente significativo, além de ter sido um dos primeiros a
usar a batuta, também inventou letras de ensaio inventing que são postas periodicamente
do início ao fim de uma partitura de maneira que o regente possa economizar tempo
pedindo a orquestra ou cantores para começar a executar a partir de uma letra específica.
publicada após sua morte em 1860. Há um museu dedicado à sua memória em Kassel.
Entre os regentes notáveis do séc. XIX incluem-se Mendelssohn, que usava uma vareta
branca para manter o ritmo uniforme. Berlioz explicou em um tratado a arte de se marcar
o tempo e mantinha a regularidade do ritmo com uma batuta. Wagner, que também
regentes mais influentes da primeira metade deste século, aida que em pólos opostos no
que se refere a estilo. Mais recentemente, regentes como Stokowski e Bernstein se fizeram
notar por sua abordagem exuberante, enquanto von Karajan não teve rivais no requinte
antecipada.
- Desenvolve e aperfeiçoa a “Antecipação” ou “Preparação”, quando a mão
A Matriz Junker pode ser trabalhada com entradas e cortes, utilizando a disposição
timbrísticas e de repertório. A mais tradicional teve sua origem nos coros de ópera do
visualmente não satisfaz pois transmite um coro estático e duro. Este problema pode ser
Ed., 1994.