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Fichamento - Teorias do jornalismo vol.

Ser ou não ser jornalista?

No Séc XIX o jornalismo passou por uma reforma, tendo seu foco agora na transmissão de
informação, e não mais na publicidade. Durante o período, a área passa a ser mais visada e
ter mais investidores, o que muda totalmente a visão que se tem até então. Há também o
surgimento do jornalismo amarelo, com matérias tendenciosas, sensacionalistas e etc. E, na
classe dos jornalistas, há a busca e a luta por melhorias.
O jornalista possui agora uma imagem melhor definida, com uma identidade clara, o que
gera grande impacto social.

O imediatismo

O jornalismo depende diretamente do fator tempo, estando sempre em busca do novo, do


agora, e nunca do passado, do antigo. O que se busca são notícias de hoje, notícias quentes, e
menos do que isso não rende, daí a cultura do imediatismo.
Na era que se encontra, o acesso a informação se mostra mais rápido do que nunca, logo, há
uma competição de qual veículo trará a notícia primeiro, o que só reforça a ideia de pressa.
A noção de tempo e de velocidade paira sobre as mentes destes profissionais, segundo
Schlesinger, de forma quase religiosa.
Há o conceito de "dia noticioso", que corrobora com os pensamentos imediatistas.

Uma competência profissional específica

Pelo conceito do imediatismo, criou-se um requisito para ser bom jornalista: não ser uma
vítima do tempo, e saber se desdobrar em situações que necessitem de pensamento e
atitudes rápidas. Devem ser não vítimas, mas conquistadores do tempo.
Cria-se então o requisito do vocabulário de precedentes, que consiste em saberes de
reconhecimento, procedimento e narração.
Saber de reconhecimento significa identificar o valor notícia de cada acontecimento.
Saber de procedimento significa conhecer e dominar os processos pelos quais a notícia terá
que ser passada para que possa ser divulgada.
Saber de narração significa saber transmitir essa notícia da melhor forma possível, utilizando
de uma boa narrativa noticiosa e tendo domínio de como realizar tal ato.

Uma maneira de agir

Os jornalistas são homens e mulheres de ação, e não pensadores. Jornalistas devem focar no
agora e no agir, trata-se de uma profissão prática. Não há tempo para pensar pois é preciso
agir.
Por serem aqueles que levam a informação ao povo, necessitam ter isso em mente e colocar
em prática.
Através da lógica do concreto entendemos que a reportagem se estende como a essência do
jornalismo, e por isso essa busca incessante, pois só realizando o mais rápido suas
reportagens estarão de fato exercendo a sua profissão.
Pela demanda de profissionais ágeis, de ação e que sempre estão em busca de uma
reportagem, criou-se a expressão "faro pra notícia", para expressar esses trejeitos.
Uma maneira de falar

Além da maneira de agir, há também a maneira de falar, o chamado "jornalês". O jornalista


precisa comunicar para todos, logo, necessita que use uma linguagem acessível a toda a
sociedade. Fora isso, também há a necessidade que o texto jornalístico seja um texto
chamativo, atrativo ao povo.
Logo, toda essa maneira de se comunicar está ligada também a pirâmide invertida, conceito
que muito rege os textos jornalísticos e dita a forma de se passar uma notícia.

Uma maneira de ver

Na profissão, cobra-se também uma visão diferenciada pelo jornalista. O mesmo precisa
enxergar o mundo como em dois pólos, seja o pró e contra, o bem e o mal, etc.
Também se dá foco no acontecimento e não na problemática, pensamento causado pela
noção de imediatismo.
Tais conceitos acabam por gerar uma visão não tão clara, que muitas vezes não enxerga
fatores cruciais em acontecidos.
Também existe uma dramaticidade, onde os jornalistas muitas vezes buscam os pontos mais
espetaculares, mais empolgantes.

Uma cultura profissional

A figura do jornalista possui então uma aura, representa algo a mais, representa aquele que
possui um compromisso com a verdade, representa os olhos e ouvidos do povo, representa o
"Quarto Poder", que observa os outros poderes, representa o aliado do povo contra a tirania.
Criou-se uma imagem mítica destes profissionais, e algumas mídias (como filmes) ajudaram
nesse processo, como "O Homem que Matou Liberty Valance", "Primeira Página" e
"Deadline U.S.A".
Junto a tantas representações, forma-se também a noção de entrega à profissão, e de
sacrifícios feitos pelos jornalistas, pois seu compromisso é total e exclusivamente com o
jornalismo.
Fora a imagem criada para o público, o proprio jornalista às vezes se deslumbra com certas
idéias, como a do "grande furo" ou "grande estória", que muitas vezes serve de reforço a
continuar a se dedicar a profissão.

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