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Nesses 40 anos em que tenho sido um educador médico em tempo

integral, muito mudou em relação ao que ensina e como se ensina


aos estudantes. Como consequência, agora me limito a ensinar
princípios médicos básicos, princípios que nunca devem mudar.
Mas mesmo assim o Residente/Interno de hoje me falam que o
que eu falo e faço é antiquado. Eu me pergunto, é porque os
médicos antigos:

1. gastam o tempo que for preciso para obter um bom histórico


médico e um exame físico?
2. buscam rotineiramente todos os prontuários médicos
anteriores do paciente, não apenas os resumos de alta?
3. não solicitam estudos sofisticados, quando procedimentos
mais simples e baratos puderem suprir as informações
necessárias?
4. solicitam exames para comprovar, não gerar, suas
impressões clínicas?
5. usam seu cérebro e seu coração, não um exército de
consultores, para gerenciar seu paciente?
6. veêm os consultores como formadores de opinião, não como
tomadores de decisão?
7. tratam o paciente, não números?
8. não administram compulsivamente uma tonelada de drogas
na tentativa de aliviar todos os males possíveis?
9. reconhecem que não fazer nada é, às vezes, fazer muito?
10. entendem que os pacientes muitas vezes ficam bem, apesar
do que se faz, não como resultado do que se faz?
11. percebem que um bom relacionamento com seus pacientes
é a melhor proteção contra processos judiciais?
12. estão conscientes de sua própria falibilidade e nunca têm
medo de dizer que não sabe?
Nesse caso, tenho orgulho de ser antiquado, e acredito que se
muitos médicos hoje praticarem a medicina da maneira antiga,
a Medicina poderá recuperar um pouco da nobreza e respeito
que outrora desfrutou.

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