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RETRAÇÃO DO CONCRETO:
AVALIAÇÃO DO ESTADO DA ARTE
Belo Horizonte
2007
1
RETRAÇÃO DO CONCRETO:
AVALIAÇÃO DO ESTADO DA ARTE
Belo Horizonte
Curso de Especialização em Construção Civil
2007
2
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
cimento .....................................................................................................................48
U
GRÁFICO 8 – Relação entre a retração axial e a largura dos prismas de concreto .55
U U
RESUMO
Neste trabalho foi avaliado o estado da arte da retração do concreto. Por meio de
investigações em livros, anais e da rede mundial de computadores, diversas faces
do fenômeno foram identificadas e analisadas. A forma como a retração se
desenvolve, fatores inibidores e contribuintes, formas de precaução e mitigação
foram observadas. A contribuição de agentes específicos na retração como a
quantidade água, o cimento e o agregado, também foram estudadas. Através dos
resultados e conclusões apresentados por este trabalho, pode-se entender melhor
os mecanismos de uma das características mais comuns e importantes do concreto,
a retração.
ABSTRACT
In this work, the state of art of concrete shrinkage was evaluated. Through
investigations on books, annals and on the world wide web, diverse phenomenon
faces was identified and analyzed. The means how the shrinkage develops itself,
inhibitors and contributory factors, ways of precaution and mitigation was observed.
The contribution of specific agents on shrinkage like water content, cement and
aggregated, also have been studied. Through results and conclusions stated on this
work, the mechanisms of one of the most common and important concrete
characteristic could be better understood, the shrinkage.
4
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................5
U U
3 CONCLUSÃO ........................................................................................................60
U U
5
1 INTRODUÇÃO
Por tudo isso, a preocupação com o aumento da vida útil das estruturas e a
utilização de materiais mais eficientes para a sua concepção têm se intensificado na
engenharia. Para isso, o estudo das propriedades reológicas do concreto e dos seus
mecanismos de ação, são de essencial importância para que se obtenha a
qualidade e durabilidade desejada.
2 REVISÃO DA LITERATURA
Além das fases (partículas de agregado e meio ligante), há também uma terceira
fase denominada zona de transição. Ela é uma fina camada situada na região
interfacial entre as partículas de agregado graúdo e a pasta. A zona de transição é o
elo mais fraco dos componentes do concreto e, apesar de sua pouca espessura,
exerce grande influência no comportamento mecânico do concreto (MEHTA, 1994).
É importante destacar também que cada uma das fases do concreto é de natureza
multifásica. O agregado pode conter vários minerais, microfissuras e vazios. A matriz
de pasta de cimento e a zona de transição, na maioria das vezes, possuem
8
2.1.1 Agregado
A hidratação do cimento Portland ocorre com reação entre cálcio, sulfato, aluminato
e íons hidroxila e resulta na formação de cristais aciculares de um sulfoaluminato de
cálcio hidratados, também chamados de etringita (MEHTA, 1994).
A pasta de cimento é composta por quatro fases sólidas. São elas: O silicato de
cálcio hidratado, hidróxido de cálcio, sulfoaluminatos de cálcio e grãos de clínquer
não hidratados. O silicato de cálcio hidratado constitui de 50% - 60% e portanto ele é
fator determinante para as propriedades da pasta. Ele é frequentemente chamado
de C-S-H 1 (MEHTA, 1994).
F F
O C-S-H não é um composto bem definido. “A relação C/S varia entre 1,5/2,0 e o teor de
água estrutural varia ainda mais. A morfologia do C-S-H varia de fibras pouco cristalinas
a um reticulado cristalino. Devido ás suas dimensões coloidais e á tendência a aglomerar,
os cristais de C-S-H puderam ser observados somente com o advento do microscópio
eletrônico” (MEHTA, 1994. cap. 2, p. 24).
2.1.3 Água
Além de vazios e sólidos, a pasta de cimento também conta com água. Notadas pelo
microscópio, os poros de água na pasta parecem vazios. Assim como as fases
sólidas e os vazios, a água pode estar presente na pasta em várias formas. Estas
formas estão divididas através do grau de dificuldade ou de facilidade com que elas
podem ser retiradas da pasta. A água capilar, água adsorvida, água interlamelar e
1
C-S-H: Gel de silicato de cálcio hidratado (também conhecido como gel tobermorítico).
11
água quimicamente combinada são as formas em que a água pode ser encontrada
na pasta (MEHTA, 1994).
A água capilar pode ser entendida como o volume de água que está livre de
influência das forças de atração exercidas pela superfície sólida. Esta pode ser
dividia em água em vazios grandes (i.e. φ > 50nm, água livre) que não causa
qualquer variação volumétrica e em água retida por tensão capilar, retida em
capilares pequenos (5nm a 50nm) os quais causariam retração se fossem removidos
do sistema (MEHTA, 1994).
relativamente grandes de etringita e hidróxido de cálcio são formados, que por sua
vez, formam uma estrutura mais porosa do que na matriz da pasta. Após isso, com o
aumento da hidratação, ocorre a formação de cristais menores de etringita e
hidróxido de cálcio entre os espaços vazios, que ajudam a melhorar a resistência da
zona de transição (MEHTA, 1994).
Mesmo nos concretos com baixa relação água/cimento, tanto o volume quanto o
tamanho de vazios serão maiores na zona de transição do que na matriz da pasta
nas primeiras idades. Apesar disso, ela pode adquirir resistência igual ou até mesmo
maior do que a da matriz da pasta com o passar do tempo. Esse fenômeno acontece
por causa da formação de novos cristais que preenchem os vazios da zona de
transição através de reações químicas lentas entre os componentes da pasta de
cimento e agregados. Além disso, a redução dos grandes cristais de hidróxido de
cálcio, que possuem menor adesão contribuem para o aumento da resistência na
zona de transição (MEHTA, 1994).
Inúmeros fatores podem influenciar a retração, tais como: as condições ambientais, tipo
litológico do agregado, dimensão máxima característica, propriedades físicas (absorção,
massa específica) e elásticas do agregado, proporção dos materiais (principalmente a
quantidade de água), microfissuras (interface pasta/agregado graúdo, assim como pela
aderência entre os mesmos (ANDRADE, 1997, cap.15, p.1).
A extensibilidade é um termo que pode ser dado ao concreto quando ele está
passível de sofrer grandes deformações sem fissurar. Para que um concreto esteja
livre de fissuras ele deve possuir baixo grau de retração e algo grau de
extensibilidade. Um concreto com alto grau de extensibilidade pode ser definido
como um concreto que possui um baixo módulo de deformação, alta fluência e alta
resistência à tração. Tendo tudo isso em vista, é razoável frisar que muitos
coeficientes que reduzem a retração por secagem do concreto, também tenderão a
reduzir a sua extensibilidade. Um aumento no consumo ou na rigidez do agregado
utilizado reduzirá a sua retração, porém, reduzirá também a sua extensibilidade e a
relaxação da tensão nesse concreto. Isso mostra que a tecnologia do concreto não é
facilmente aplicada na prática tendo em vista considerações simplesmente teóricas
(MEHTA, 1994).
2
KELLY, J. W. Cracks in concrete: the causes and cures. S.l.: Concrete Construction, Apr. 1964, p.
89-93.
15
Quando a retração ocorre em estruturas delgadas tais como lajes, placas e pisos
industriais o problema da retração se mostra ainda mais pernicioso à estrutura, pois
ela pode levar à ruína precoce desses componentes pelo excesso de fissuras,
separação do material de preenchimento das juntas e empenamento de peças
quando ocorre de maneira diferencial (NEVILLE, 1997).
Segundo Mehta (1994) a retração plástica também é conhecida como retração por
pré-endurecimento ou retração pré-pega. A retração plástica recebeu este nome
porque ela se desenvolve quando o concreto ainda se encontra em estado plástico.
Ela é evidenciada quando, por exemplo, se coloca concreto fresco em formas de
elevada profundidade. Após algum tempo, percebe-se que a superfície do concreto
assentou e há o aparecimento de pequenas fissuras horizontais.
Conforme Schaels e Hover 3 (apud TIA et al, 2005), “O termo retração plástica é
F F
reservado para concretos frescos. A retração plástica ocorre quando a água é permitida a
evaporar da superfície fresca do concreto. Condições ambientais incluindo os efeitos
solares, velocidade do vento, altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar
influenciam drasticamente o potencial do fissuramento por retração plástica” 4 (TIA et al,
F F
Retrações plásticas são comuns em lajes, pois nestas peças ocorre uma secagem
rápida e a evaporação de água excede a taxa disponível de água de exsudação
(MEHTA, 1994).
Mehta (1994) cita uma variedade de causas que contribuem para a retração plástica
no concreto. Entre elas estão: exsudação ou sedimentação, absorção de água elo
lastro ou fôrmas ou pelo agregado, rápida perda de água por evaporação, redução
no volume de sistema cimento-água e deformações (inchamento ou assentamento)
3
SCHAELS, C. A.; HOVER, K. C. Influence of mix proportions and construction operations on plastic
shrinkage cracking in thin slabs. S.l.: ACI Material Journal, Nov-Dec. 1988. Vol. 85, p. 495-505.
4
No original: Plastic shrinkage is a term reserved for freshly poured concrete. Plastic shrinkage occurs
when water is allowed to evaporate from the fresh concrete surface. Environmental considerations
including solar effects, wind speed, high temperature and low relative humidity drastically influence the
potential of plastic shrinkage cracking.
16
Neville (1997) defende que a relação entre a exsudação e a retração plástica não é
muito evidente. Ele argumenta que “o retardamento da pega favorece maior
exsudação e leva a uma maior retração plástica. Por outro lado, uma maior
capacidade de exsudação impede uma secagem da superfície do concreto
reduzindo a fissuração por retração plástica” (NEVILLE, 1994, cap. 9, p 425). Isso
teoricamente impediria a formação de fissuras devido a esse tipo de retração.
por causa das ligações aos moldes, armaduras ou por grandes partículas de inerte,
manifestam-se em forma de fissuras.
“Se ao mesmo tempo o concreto próximo á superfície tiver se tornado muito rijo para
fluir, mas não estivar resistente o suficiente para suportar as tensões de tração
causadas pela retração restringida, as fissuras aparecerão” (MEHTA, 1994, cap. 10,
p. 359).
A fissuração nesse tipo de retração também pode ser causada pela restrição que
algumas partes da estrutura impõem ao descarregamento uniforme das tensões (i.e.
armaduras e partículas grandes de agregado), ou até mesmo quando a contração
grande de uma área horizontal se torna mais difícil nesta direção do que na vertical
(ANDRADE, 1997).
Neville (1997) argumenta que maiores taxas de cimento na mistura e uma maior
relação água/cimento ajudam no aparecimento da retração plástica. O GRAF. 1,
logarítmico, explicita a teoria de Neville mostrando relação entre a retração e o
tempo (em dias), levando em consideração o teor de cimento da mistura,
temperatura do ar a 20OC, umidade relativa 50 % e velocidade do vento 1,0 m/s:
5
Associação Americana equivalente à Associação Brasileira de Cimento Portland.
19
Para a utilização do ábaco deve-se seguir a linha tracejada entrando com os dados:
No primeiro quadrante, deve-se entrar com o valor da temperatura do ar e da
umidade relativa, em seguida, seguir em direção ao segundo quadrante, para a
direita, e entrar com a temperatura do concreto, descer para o quarto quadrante, e
20
Deve ser lembrado que a evaporação aumenta quando a temperatura do concreto for
muito mais alta do que a temperatura ambiente: em tais circunstâncias, pode ocorrer
retração plástica mesmo que seja alta a umidade relativa do ar. Portanto, é melhor
proteger o concreto contra o sol e contra o vento, lançar e fazer o acabamento
rapidamente e iniciar a cura o mais cedo possível. Deve-se evitar lançar o concreto em
um sub-leito seco (NEVILLE, 1997, cap. 9, p. 424).
O tratamento das fissuras por retração plástica, quando superficiais, pode ser
realizado apenas com o alisamento da superfície através de colher de pedreiro ou
similar. Se a fissura atinge profundidades maiores, como se tem observado, a
revibração deve ser utilizada (COUTINHO, 1973).
Andrade (1997) e Mehta (1994) defendem que as fissuras plásticas são de modo
geral, paralelas, espaçadas entre 0,30 m e 1,0 m entre si e possuem profundidade
entre 25 a 50 mm de profundidade.
Existe uma relação direta entre a água e a retração. A saída de água do concreto e
o seu conseqüente movimento causam mudanças internas de pressão e por isso o
concreto retrai. A saída de água é regida pelas condições ambientais. A umidade
relativa das estruturas de concreto tende a se balancear com a umidade do
ambiente externo. A água é pressionada para fora pelos poros capilares do
concreto, resultando no tensionamento do concreto (TIA et al, 2005).
22
Após a umidade relativa cair abaixo de 100%, a água livre que estava retida nas
grandes cavidades do concreto (i.e. φ > 50nm), inicia um processo de saída para o
ambiente. A perda desta água não causa retração significante no concreto, pois ela
não está ligada a ele através de ligações físico-químicas fortes. Sendo assim, uma
pasta de cimento pode ser exposta a uma umidade relativa abaixo de 100%, perder
uma quantidade considerável de água e não sofrer retração.
De acordo com Tia et al (2005), a retração por secagem compõe a maioria das
causas da retração. Ela ocorre no concreto endurecido como resultado do
movimento da água. A reação do cimento e da água resulta na formação do gel
silicato de cálcio hidratado (C-S-H) com espaços vazios para a água. O tamanho dos
poros preenchidos por água varia de largos poros capilares (> 5 nm) a menores
(0.5~2.5 nm) que são preenchidos com água adsorvida.
5, tradução nossa).
6
No original: As drying occurs, disjoining pressure removes adsorbed water from these pores and
hydrostatic forces (capillary stresses) form a meniscus that exerts stresses on the C-S-H skeleton
causing the cement paste to shrink.
23
Andrade (1997) defende que a retração por secagem pode ocorrer simultaneamente
ás retrações por carbonatação de origem térmica (i.e. advindas do resfriamento do
concreto).
A retração ou pelo menos parte dela está relacionada com a remoção de água
intercristalina. Silicatos de cálcio hidratados sofrem uma redução nas partículas de
14 nm para 0,9 nm com a secagem. (L’HERMITE 7 , apud NEVILLE, 1994). LEA 8
F F F F
MEHTA (1994) acredita que parte de retração por secagem é reversível. Em testes
realizados, constatou-se que após 50 dias de secagem, o concreto, ao ser
7
L'HERMITE, R. Volume changes of concrete. Washington: Proc. 4th Int. Symp. on the Chemistry of
Cement., 1960. p. 659-694.
8
LEA, F. M. Cement research: Retrospect and prospect. Washington: Proc. 4st Int. Symp. on the
Chemistry of Cement., 1960. p. 5-8.
24
Conforme Andrade (1997, cap. 15, p. 3), a retração por secagem ou hidráulica
(higrométrica) é o “fenômeno que consiste na contração irreversível decorrente da
variação de umidade das pastas de cimento, argamassas ou concreto, assim com
em outros materiais cuja estrutura interna seja de natureza porosa”.
Powers e Brownyard 10 (apud TIA et al, 2005) defendem que, dentre outros fatores
F F
Neville (1997) diz que a velocidade de secagem do concreto não altera a magnitude
de retração, exceto se o material for retirado diretamente da água para um meio com
umidade muito baixa. O vento e a convecção forçada não têm nenhum efeito sobre a
velocidade de secagem do concreto endurecido, a menos que o concreto seja
recém-concretado.
9
TROXELL, G. E.; RAPHAEL, J. M.; DAVIS R. E. Long-time creep and shrinkage tests of plain and
reinforced concrete. S.l.: Proc. ASTM, 1958. p.1101-1120.
10
POWERS, T. C.; BROWNYARD, T. L. Studies on the physical properties of hardened Portland
cement paste. Chicago: PCA Bulletin 22, 1948.
25
Uma das razões para a retração no concreto é a perda de umidade dos poros
capilares e do C-S-H quando este é exposto a uma umidade mais baixa do que a
sua. Quando as tensões de tração resultantes da retração ultrapassam a capacidade
de tração do concreto ele fissura. Essas fissuras podem ser iniciadas ou propagadas
até o concreto mais profundo. Existem muitos métodos que permitem controlar a
retração e estimar o seu potencial de fissuração. A maioria destes métodos é
baseada em estudos em que corpos de prova são postos em situações nas quais é
simulado o processo de retração. Isso permite definir parâmetros como o tempo de
fissuração, quantidade e as dimensões das fissuras ao longo dos exemplos. Outros
métodos usados para o controle da fissuração por retração fazem uso da
microscopia ótica e de varredura eletrônica. Contudo, estes métodos somente são
aplicáveis para se verificar a existência de fissuras já existentes e as suas
dimensões, não sendo possível aplicá-las durante a fase inicial de cura do concreto
(FREIDIN, 2005).
Este tipo de fissuração do concreto é um dos problemas mais comuns e mais sérios
que as estruturas de concreto apresentam. Assim como a fissuração resultante do
decréscimo de temperatura, o agente motivador da fissuração devida à retração por
secagem é a união da tendência à contração e a restrição que evita que tal
aconteça. Ocorre que, quando a resistência de tração do concreto é alcançada pela
tensão de tração resultante, o concreto fissura (CARLSON 11 apud ANDRADE,
F F
1997).
Mehta (1994) afirma que elementos de concreto com dimensões média e pequena
sofrem retração por secagem e geralmente fissuram para aliviar as tensões
induzidas pela retração quando estas excedem a resistência do material. Para
Mehta a maioria das fissuras causadas por retração por secagem acontecem porque
a peças estruturais estão restringidas durante condições de baixa umidade relativa
do ar ao longo do tempo, assim sendo, ela não está livre para mover-se e
descarregar as tensões.
11
CARSON, R. W.; HOUGHTON, D. L.; POLIVKA M. Causes and Control of Cracking in Unreinforced
Mass Concrete. Detroit: ASTM Special technical Publication 167-B, Dez. 1978. 167-B, p. 229-233.
26
Andrade (1997), afirma que o desenvolvimento da tensão de tração que pode induzir
a fissuração envolve os seguintes fatores:
Para Andrade (1997), a restrição causada pelo concreto para a retração pode ser
advinda de várias fontes. Como a retração por secagem é maior nas partes
superficiais da estrutura, o concreto interno restringe as retrações da parte mais
exposta do concreto, assim sendo, são formadas fissuras de retração. Essas
fissuras não penetram profundamente no concreto. Porém, a secagem do concreto é
um fenômeno contínuo, e as fissuras superficiais poderão evoluir para trincas
estruturais mais profundas e danificar a estrutura.
De acordo com Andrade (1997), a redução das fissuras causadas pela retração por
secagem pode ser reduzida tomando-se estas estratégias:
Á retirada de água capilar pela hidratação do cimento ainda não hidratado dá-se o
nome de retração autógena. Também conhecido através do nome de auto-secagem
ou variação autógena de volume, ela ocorre sem a perda de água para o meio e no
interior de uma massa do concreto (NEVILLE, 1997).
Para Balthar (2004) a retração autógena é resultado da redução da água livre nos
poros do esqueleto cimentício. Essa água pode ser adsorvida na superfície dos
hidratos de C-S-H ou participar da reação de hidratação. Assim, formam-se
meniscos (interface água/ar nos poros), os quais imprimem esforços resultantes da
tensão superficial, resultando na retração autógena.
água/cimento inferiores a 0,42, que de acordo com ele representa a taxa mínima
necessária para que se alcance a hidratação plena em um sistema fechado, causam
aumentos severos na retração autógena na pasta de cimento.
Acker e Ulm 14 (apud Balthar, 2004, cap. 2.3, p. 36) definem que a retração autógena
F F
é menor que 100 με em concretos com relação água/cimento maiores que 0,45 e em
concretos que esta relação é inferior a 0,40, a retração pode chegar a valores em
torno de 300 με. “Isto ocorre em virtude do tamanho dos poros dos concretos, já que
as tensões na fase líquida, que produzem a compressão na matriz mineral, variam
inversamente com o tamanho dos poros na interface com a fase gasosa”.
12
DAVIS, H. E. Autogenous Volume Change of Concrete. S.l.: Proceedings of the 43rd ASTM Annual
Meeting, 1940. Vol. 40, pp. 1103-1110.
13
POWERS, T. C; BROWNYARD, T. L. Studies of the Physical Properties of Hardened Portland
Cement Paste. S.l.: Research Laboratories of the Portland Cement Association, 1948. Bulletin 22.
14
ACKER, P.; ULM, F. Creep and shrinkage of concrete: physical origins and practical measurements.
S.l.: Nuclear Engineering and Design, 2001. Vol. 203, p. 143-158.
29
retração causada pela secagem do concreto e para efeitos práticos, não deve ser
diferenciada da mesma a não ser em grandes estruturas de concreto massa.
15
ACKER, P; ULM, F-J. Creep and shrinkage of concrete: physical origins and practical
measurements. S.l.: Nuclear Engineering and Design, 2001. Vol. 203, p. 143-158.
30
Sabe-se que a retração autógena pode ser medida de duas formas diferentes:
Medições de deformações volumétricas (i.e. tridimensionais) e medições lineares
(i.e. em uma só direção). O primeiro tipo de medição é mais adequado para se obter
dados de retração nas primeiras idades, enquanto que a outra é mais utilizada para
concretos com mais idade (JENSEN et al, 2004).
miúdo seja embebido em água para criar uma fonte de água interna (interna ao
concreto) de água externa (externa a pasta de cimento)”. Jensen e Hansen 18 (apudF F
Neville (1997) define que a retração por carbonatação se deve pela fixação do
dióxido de carbono na pasta de cimento e que por causa disso, a massa da pasta
aumenta. Junto com o aumento da pasta de cimento, ocorre também o aumento da
massa de concreto. Quando o concreto entra na condição de secagem e
simultaneamente sofre carbonatação, a retração causada pela perda de água é
16
SHAH, S.P.; WEISS, J.; YANG, W. Shrinkage Cracking: Can it be Prevented? S.l.: Concrete
International, 1998. VoI. 20, No 4, p. 51-55.
17
WEBER, S; REINHARDT, H.W. A new Generation of High performance Concrete: Concrete with
Autogenous Curing. S.l.: Advanced Cement-Based MateriaIs, 1997. VoI. 6, No 2, p. 59-68.
18
JENSEN, O.M.; HANSEN, P.F. Water-entrained Cement: Based MateriaIs. S.l.: Cement and
Concrete research, 2000. VoI. 31, No 4, p. 647-654, Part I.
32
Andrade (1997) acredita que a carbonatação acontece por causa da reação entre o
cimento hidratado e o dióxido de carbono na atmosfera. A retração por carbonatação
ocorre na superfície do concreto. Neste processo ocorre a formação de cristais de
Ca(OH)2 principalmente, e dos silicatos de cálcio hidratados, com o gás carbônico.
A retração por carbonatação não tem grande influência em umidades muito baixas e
nem em umidades muito altas. O seu pico de ação se verifica em umidades
intermediárias. Isso pode ser explicado porque em baixas umidades, não há água
suficiente nos poros no interior da pasta de cimento para a formação de ácido
carbônico. Em altas umidades, quando os poros estão saturados de água, a difusão
do CO2 é muito lenta (NEVILLE, 1994).
19
HOUST, Y.R. Influence of shrinkage on carbonation shrinkage kinetics of hydrated cement paste, in
Creep and Shrinkage of Concrete. London: Spon, 1993. p.121-126.
33
Tazawa e Miyazawa 21 (apud TIA et al, 2005) acham que a composição do cimento
F F
De acordo com Andrade (1997) a retração estimada devida a secagem do gel puro
cimento Portland é de 1% e se relação água/cimento for muito alta, o gel terá uma
textura maior e, dessa forma, poderá ter um alto percentual de retração por
secagem.
20
LEGG, F.E. Jr. Agregates, Concrete Construction Handbook. S.l.: Ed. Dobrowolki / J. McGraw-Hill,
1998. 4th ed.
21
TAZAWA, E.; MIYAZAWA, S. Effect of self-desiccation on volume change and flexural strength of
cement paste and mortas. Proceedings. Sweden: International Research Seminar on Self-Desiccation
and Its Importance on Concrete Technology, 1997.
34
Andrade (1997) acha que o teor de cimento tem pouca influência na retração.
Geralmente, cimentos mais finos, pozolânicos ou com adição de escória tem
tendência a aumentar a retração, mas que o efeito varia de acordo com o tipo de
agregado usado.
pouca Influência sobre a retração do concreto e mostrou que uma maior retração em
corpos de prova compostos exclusivamente com pasta de cimento, não significa
uma maior retração no concreto.
Carlson (apud ANDRADE, 1997), diz que quando ensaiados puros, os três principais
compostos de cimentos alinham-se em ordem de retração decrescente: 1)
anuminato tricálcico; 2) silicato dicálcico; 3) silicato tricálcico. Porém, quando estes
compostos são utilizados puros no lugar do cimento, a retrações são da mesma
magnitude.
Mehta (1994) cita o cloreto de cálcio, escória granulada e pozolanas como agentes
que aumentam a retração no concreto. Estes compostos tendem a aumentar o
volume de poros finos no produto da hidratação do cimento. A retração está
diretamente associada com a água contida em pequenos poros na faixa de 3nm a
22
SWAYZE, M. A. Discussion on Volume changes of concrete. Washington: Proc. 4th Int. Symposium
on the Chemistry of Cement, 1960. p. 700-702.
35
Para Pickett 23 (apud NEVILLE, 1997) a composição química do cimento não possui
F F
Reichard 26 (apud NEVILLE, 1997) fala que a retração do concreto composto com
F F
NEVILLE, 1997).
23
PICKETT, G. Effect of gypsum content and other factors on shrinkage of concrete prisms. S.l.: J.
Amer Concr. Inst., Oct.1947. p.149-175.
24
LEREH, W. The influence of gypsum on the hydration and properties of Portland cement pastes.
S.l.: Proc. ASTM., 1946. p. 1252-1292.
25
CARSON, R. W.; HOUGHTON, D. L.; POLIVKA, M. Causes and Control of Cracking in
Unreinforced Mass Concrete. Detroit: ASTM Special technical Publication 167-B, Dez. 1978. p. 229-
233.
26
REICHARD, T. W. Creep and drying shrinkage of lightweight and normal weight concretes.
Washington: Nat. Bur. Stand. Monograph, 1964.
27
BROOKS, J. J.; NEVILLE, A. Creep and shrinkage of concrete as affected by admixtures and
cement replacement materials. In: Creep and Shrinkage of Concrete: Effect of Materials and
Environment. Detroit: ACI SP-135, 1992. p. 19-36.
36
Duran 29 et al (apud TIA et al, 2005) defende que o uso de cinza volante em
F F
SILVA et al, 2006) e Silva et al (2006) chegaram à conclusão que a adição CCA é
apenas é viável no combate a retração quando for substituída nos teores de 5% e
10% em detenção da argamassa.
28
MATHER, K. High strength, high density concrete. S.l.: J. Amer. Concrete. Inst., 1965. No. 8, p. 951-
962.
29
DURAN, A. C.; KILIC, A.; SEVIN, U. K. Strength and shrinkage properties of mortar containing a
nonstandard high-calcium fly ash. S.l.: Cement and Concrete Research, 2004. Vol. 34, p. 99-102.
30
SILVA, E. J.; AKASAKI J. L.; TASHIMA, M. M. Estudo da adição de cinza de casca de arroz em
pastas e argamassas. São Paulo: XVI Congresso de Iniciação Científica da UNESP, 2004.
37
Para a Andrade (1997), concretos compostos com cimentos mais finos geralmente
apresentam maior retração, haja vista que esse aumento de retração com a
diminuição da finura não é muito grande. Um exemplo são os cimentos comuns de
baixo teor de C3A que normalmente apresenta pouca variação da retração com o
aumento da finura. Porém, cimentos com quantidades regulares de C3A moídas
finamente, podem apresentar alta retração.
31
NEVILLE, A. M. Shrinkage and creep in concrete: Structural Concrete. London: s.n., Mar, 1962. No.
2, p.49-85.
39
Neville (1997) lembra que concretos com retração compensada são os concretos
elaborados com cimentos expansivos. Eles se expandem já nos primeiros dias e
essa expansão causa uma protensão na armadura. O aço é tracionado e o concreto
comprimido.
De acordo com o ACI 32 (apud MEHTA, 1994) “o concreto com retração compensada é
F F
Cimentos expansivos apesar de caros são muito úteis em estruturas que necessitam
de reduzida fissuração como plataformas de pontes, placas de pavimentos e
reservatórios de líquidos. Apesar de reduzirem a fissuração, cimentos expansivos
não imunizam o concreto contra ela. Sua grande vantagem é compensar a retração
normal com a sua expansão, como pode ser visto na FIG. 4 (NEVILLE, 1994).
32
AMERICAN CONCRETE INSTITUTE. Standard Practice for the Use of Shrinkage-Compensating
Concrete: reported by ACI 223-91. In: Manual of Practice. S.l., 1991. Part 1.
40
De acordo com Neville (1997), hoje se produzem três tipos principais de cimentos
expansivos (tipo K, tipo M e tipo S), mas somente o tipo “K” está disponível para a
compra. Mehta (1994) lembra que o cimento expansivo tipo “K” não está disponível
para a venda no Brasil. O seu funcionamento consiste na grande quantidade de
etringita que é formada na hidratação do cimento tipo “K”. No tempo em que incide a
pega e o concreto desenvolve resistência, ele adere à armadura e começa a
expandir (se uma quantidade suficiente de água estiver presente). Como já foi
falado, isso causa uma tração no aço e compressão no concreto. Ao final desse
ciclo, o concreto entra no período de secagem e retrai como um cimento Portland
normal. Entretanto, a formação de tensões compressivas nesse concreto previnem a
formação de altas tensões de tração e o risco de fissuração do concreto devido à
retração por secagem é reduzido.
Mehta (1994) diz que a tanto a retração por secagem quanto a fluência aumentam
com o aumento da relação água/cimento. Provavelmente, devido a um decréscimo
na resistência e a um aumento na permeabilidade do concreto. Para um dado
consumo de cimento, o aumento da relação água/cimento causa um aumento de
retração por secagem.
“... A retração é tanto maior quanto maior a relação água/cimento, pois esta
determina a quantidade de água evaporável na pasta de cimento e a velocidade à
qual a água pode se deslocar para a superfície” (NEVILLE, 1997, cap. 9, pp. 428 -
429).
33
BROOKS, J. J. Influence of mix proportions, plasticizers and superplasticizers on creep and drying
shrinkage of concrete. S.l.: Mag. Concr., 1989. Res. 41, No. 148, p. 145-154.
42
Para Gaynor et al 34 (apud NEVILLE, 1997) o teor de água não tem influencia direta
F F
Brooks e Neville 35 (apud NEVILLE, 1997) acham que os aditivos redutores de água
F F
É importante que se impeça a perda de água do concreto não somente para não
prejudicar o aumento da resistência, mas também para evitar a retração plástica,
uma maior permeabilidade e a redução da resistência à abrasão (NEVILLE, 1997).
34
GAYNOR, R. D.; MEININGER, R. C.; T. S. KHAN. Effect of temperature and delivery time on
concrete proportions. In: Temperature Effects on Concrete. Philadelphia: ASTM Sp. Tech. Publ.,
1983. No. 858, p. 68-87.
35
BROOKS, F. F.; NEVILLE; A. Creep and shrinkage of concrete as affected by admixtures and
cement replacement materials. In: Creep and Shrinkage of Concrete: Effect of Materials and
Environment. Detroit: ACI SP-135, 1992. p. 19-36.
43
Mehta (1994) propõe que a água adsorvida causa pressa ode desligamento quando
restrita em espaços reduzidos entre duas superfícies sólidas. A retirada desta água
causaria retração na estrutura por causa da redução da pressa de desligamento.
Neville (1997) propõe a existência de uma relação entre a massa de água perdida e
a retração. Em pastas de cimento puras a retração é proporcional à água perdida,
pois como não há água capilar presente, somente a água adsorvida é removida.
Analogamente em pastas contendo sílica pulverizada, que por razões de
trabalhabilidade necessitam de mais água, que geram a formação de poros capilares
contendo água livre, a retração se mostrou mais amena. Isso se deve porque no
processo de secagem a água livre contida dentro dos capilares é eliminada primeiro.
44
Só então, quando a água adsorvida começa a ser eliminada a retração das duas
pastas se assemelha.
Para Powers 37 (apud NEVILLE, 1997) a cura úmida prolongada apenas retarda o
F F
36
CARSON, R. W.; HOUGHTON, D. L.; POLIVKA, M. Causes and Control of Cracking in
Unreinforced Mass Concrete. Detroit: ASTM Special Technical Publication 167-B, Dez. 1978. p. 229-
233.
37
POWERS, T. C. Causes and control of volume change. S.l.: J. Portl. Cem. Assoc. Research and
Development Laboratories, Jan. 1959. No. 1, p. 29-39.
45
Neville (1997) afirma que a umidade relativa do ambiente que está ao redor do
concreto tem muita influência sobre a retração. “Quanto maior a umidade do
ambiente, menor a retração do concreto” (ANDRADE, 1997, cap.15, p. 29).
Andrade (1997) afirma que o concreto perde umidade muito lentamente, mas
absorve facilmente umidade da atmosfera. Pode-se concluir que a umidade a que o
concreto da estrutura está exposto, é a média anual da umidade relativa da
atmosfera.
Mehta (1944) admite que um aumento da umidade atmosférica torna o fluxo de água
das camadas mais internas do concreto para as camadas mais externas e para o
ambiente, mais difícil. A dificuldade se dá por causa do equilíbrio hidrostático entre o
concreto e o meio externo. Se o meio externo apresenta umidade relativa superior
ao do concreto, ele tende a doar água para o concreto e vice-versa.
38
LORMAN, W. R. The theory of concrete creep. S.l.: Proc. ASTM, 1940. p. 1082-1102.
47
Han 39 (apud TIA et al, 2005) afirma que os agregados afetam a deformação do
F F
Para Andrade (1997), um corpo de provas moldado com calcário silicoso ou britado
possui cinco vezes menos retração do que um moldado apenas com cimento. As
partículas de agregado reforçam o concreto contra a retração.
39
HAN, N.; WALRAVEN, J. C. Creep and shrinkage of high-strength concrete at early and normal
ages. S.l.: Advances in Technology, 1996. p. 73-94.
48
Conforme Neville (1997), os agregados com altas resistências irão causar grandes
efeitos restritivos às tensões de retração e resultarão em menores retrações no
concreto.
40
SHIDELER, J. Lightweight aggregate Concrete for structural use. S.l.: J. Amer. Concr. lnst.,
Oct.1957. p.299-328.
41
REICHARD, T. W. Creep and drying shrinkage of lightweight and normal weight concretes.
Washington: Nat. Bur. Stand. Monograph, Mar. 1964.
49
Segundo Troxell 43
F F (apud TIA et al, 2005), os agregados que retraem
consideravelmente por causa da perda de água, usualmente possuem baixa
resistência. Esse tipo de agregado pode ter grandes valores de absorção de água,
que irá causar no concreto fortes retrações.
Em muitos casos o uso de agregados com alta absorção de água tem aumentado a
proporção de água no concreto e, dessa forma, aumentando a retração. Contudo,
deve ser lembrado que, recentemente, o uso de agregados com alta porosidade e
baixo peso tem sido proposto como um método capaz de minimizar a retração
autógena. Nestes estudos o agregado de baixo peso é saturado em vários graus
antes de ser misturado e o agregado age como um reservatório de água para suprir
o decréscimo de água que foi usada na hidratação da pasta (BENTUR et al 44 e F F
Para Mehta (1994) o consumo de cimento e água no concreto não possui influência
direta na retração por secagem. Isso porque o aumento no volume da pasta de
cimento significa um decréscimo da fração de agregado, que por sua vez, propicia
um aumento nas deformações relativas à retração.
43
TROXELL, G.; HARMER, D.; KELLY, J. Composition and Properties of Concrete. New York:
McFraw-Hill, 1996. p. 290-320, 2nd edition.
44
BLOOM, R.; BENTUR. A. Free and restrained shrinkage for normal and high strength concretes.
S.I.: ACI Materials Journal, 1995. Vol. 92, No. 2, p. 211.
45
VAN BREUGEL, K.; DE VRIES, J. Mixture optimization of low water/cement ratio high strength
concretes in view of autogenous shrinkage. Proceedings. Sherbrooke: International Symposium of
High Performance and Reactive Powder Concrete, 1998. p. 365-382.
50
46
SHILSTONE, J. M. The aggregate: The most important value-adding component in concrete.
Proceedings. Austin: Seventh Annual International Center for Aggregates Research Symposium,
1999.
52
menor retração que agregados floculentos e alongados 47 . (SHILSTONE 48 apud TIA et al,
F F F F
O GRAF. 7 mostra a influência dos vários tipos de agregado, com traços iguais, na
retração do concreto.
47
No original: For a given workability, flaky and elongated aggregates increase the demand for water
thus affecting strength of gardened concrete as well as increase the shrinkage in concrete. Spherical
or cubical particles lead also to better pumpability and finishability as well as produce higher strengths
and lower shrinkage than flaky and elongated aggregates
48
SHILSTONE, J. M. Concrete mixture optimization. S.l.: Concrete International: Design and
Construction, Jun. 1990. Vol. 12, No. 6, p. 33-39.
49
LEGG, F.E. Jr. Agregates: Concrete Construction Handbook. S.l.: Ed. Dobrowolki / J. McGraw-Hill,
1998. 4th ed.
53
50
TROXELL, G. E.; RAPHAEL, J. M.; DAVIS, R. E. S.l.: Proc. ASTM, 1958. Vol. 58, p. 1101-1120.
54
Ao se alterar a dimensão máxima do agregado de 6,3 mm para 152 mm, ele passa a
ocupar 80% e não mais 60% do volume total de concreto, resultando assim, numa
redução da retração equivalente a um terço do valor original (NEVILLE, 1997).
Neville (1997) acha que não só a dimensão máxima, mas também a forma e a
textura dos agregados têm influência na retração por secagem. Essa influência pode
não se dar de forma direta. Isso porque a dimensão máxima do agregado interfere
principalmente na quantidade da água unitária, por conseqüência, isso contribui para
a diminuição da retração.
51
AICTIN, P. C. High Performance Concrete. London: E & FN Spon, 1998.
55
Para o concreto cujo volume de agregado graúdo (Dmáx > 4,8 mm) situa-se entre 50% e
70% do volume total do concreto endurecido, as deformações, sejam por ação de
carregamentos ou não, serão influenciadas pela proporção pasta/agregado graúdo, assim
como pela aderência entre os mesmos (ANDRADE, 1997, cap.15, p.1).
Andrade (1997, cap.15, p. 33) diz que “a retração observada diminui com o aumento
das dimensões. Sabe-se que a resistência ao transporte causada pelo comprimento
do caminho que a água deve percorrer para ser desligada do concreto dificultaria a
retração no concreto. O tamanho e a forma da peça de concreto determinam a
magnitude da retração por secagem.
A retração tem relação com as dimensões das peças. A retração se mostra menor
em peças com dimensões maiores. A forma da peça também pode influenciar, mas
a relação entre o volume/área é primordial. Essa relação está ligada linearmente
com o logaritmo de tempo necessário para que metade de retração aconteça
(HANSEN E MATTOCK 52 apud NEVILLE, 1997). Hoobs 53 e Almudaiheem e Hansen 54
F F F F F F
52
HANSEN, T. C.; MATTOCK, A. H. The influence of size and shape of member on the shrinkage and
creep of concrete. S.l.: J. Amer, concr. Inst., Fev. 1966. p.267-290.
53
HOBBS, D. W. Influence of specimen geometry upon weight change and shrinkage of airdried
concrete specimens. S.l.: Mag. Concrt. Res., 1917. No. 99, p.70-80.
54
ALMUDAIHEEM, J. A.; HANSEN, W. Effect of specimen size and shape on drying shrinkage. S.l.:
ACI MateriaIs Journal, 1987. No. 2, p.130-134.
55
MENSI, R.; ACKER, P.; ARROLOU, A. Séchage du béton : analyse et modélisation: Materials and
Structures. S.l: s.n., 1988. No. 121, p. 3-12.
57
Para Neville 56 (apud ANDRADE, 1997), a retração proveniente das formas das
F F
Ross 57 (apud NEVILLE, 1997) defende que a intensidade da reação varia muito com
F F
Neville (1997) acredita que existe uma complicação na utilização dos dados obtidos
em laboratório sobre a retração e a perda de água em elementos de pequenas
dimensões. A afirmativa é feita porque para Neville, a fissuração nestes elementos é
mínima e influencia na distribuição das tensões internas, alterando assim, a retração
efetiva. Por causa da pequena dimensão estes elementos perdem água mais
rapidamente e dificultam a transposição da experiência para elementos em escala
real.
56
NEVILLE, A. M. Propriedade do Concreto. São Paulo: Ed. Pini, 1982. p. 256-270.
57
ROSS, A. D. Shape, size, and shrinkage. London: Concrete and Constructional Engineering,
Aug.1944. p.1193-1199.
58
A fissuração se desenvolve
gradativamente da superfície do
concreto durante a secagem e ocorre
muito lentamente. L'Hermite45
observou que a secagem atinge 75
mm de profundidade em um mês e
para atingir 600 mm ela leva dez anos.
retração por secagem e para uma larga faixa de dosagens de concretos, tipos de
agregado e condições ambientais, somente 20% a 25% da retração por secagem
aconteceram nas duas primeiras semanas, 50% a 60% nos três primeiros meses e
75% a 80% em um ano, em um total de 20 anos.
58
TROXELL, G. E.; HARMER, D.; KELLY, J. Composition and Properties of Concrete. New York:
McFraw-Hill, 1996. 2nd edition., p. 290-320.
59
3 CONCLUSÃO
Tendo tudo isso em vista, pode-se concluir que a retração no concreto ainda não é
um fenômeno totalmente desvendado. Mais estudos são necessários para um bom
entendimento desta propriedade do concreto e, consequentemente, para uma maior
resistência e durabilidade das estruturas.
61
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://aquarius.ime.eb.br/~webde2/prof/ethomaz/fissuracao/exemplo160.pdf >
HU UH
ISBN 85-7266-068-2
fev. 2007.